Poemas e letras musicadas pelo compositor Sergio Anil.
Don't wanna be here? Send us removal request.
Text
BENU
Numa favela nasce o Benu Ventura Parto difícil, foi criança prematura Família disfuncional e sem estrutura Desde pequeno conviveu com a tortura Pai alcoólatra lhe impôs a ditadura Mãe submissa sem apoio e sem ternura Sempre espancada por aquela criatura Vibrou quando o pai sumiu numa viatura Mas preferia ele preso na sepultura Vítima de racismo pela pele escura Na escola bullying com o pretexto da feiura Tentou rezar, ter fé, seguir a escritura Mas na igreja implicam com sua "frescura" Um moço delicado assim ninguém atura Os fiéis lhe acusam de ser uma alma impura Com tanta rejeição cai na rua da amargura No submundo todo tipo de agrura Com a cocaína alimentou sua fissura Era o que tinha pra manter a compostura Com a depressão se sentiu uma miniatura Pra sociedade era só uma caricatura Sem estudo, sem moral, sem envergadura Tenta um trabalho pra enfrentar a vida dura Humilham e exploram, tudo isso ainda perdura O que mudou com a abolição da escravatura? Consegue emprego fixo na floricultura Mas é preso numa blitz em Cascadura A sua cor reforçou a conjectura E a foto errada motivou sua captura Num terror chorou dias nessa conjuntura Pra essa dor não existe legislatura O próprio inferno que aumenta a temperatura Mas a mãe sofrida vem mostrar a bravura E enfrenta o mundo pra atestar sua lisura Que um vício foi sua única travessura Mulher guerreira: água mole em pedra dura Prova a grande injustiça daquela clausura Renasce quando o agente abre a fechadura O riso, o choro, o grito na sua soltura Por pouco aquela prisão não lhe desfigura Ali conheceu sua face mais obscura Mas o suicida obsessor não mais murmura Se não for forte o sistema te tritura Na vida o que não te destrói te depura Com esperança fora do mar de desventura Se vê num recomeço e naquela altura Aceita a vida nova que se inaugura Sonha e volta a estudar na sua abertura Visita ao Caps pra tratar sua loucura Desejo de se curar é parte da cura Na terapia fez a sua releitura Com insights aos poucos se reestrutura Se entendeu pra ter mais jogo de cintura Seu novo vício agora é consumir cultura Ouvindo rap descobre a literatura Lendo, a Tropicália e a contracultura Com Portinari, sua etnia na pintura Solano e Ferrez fomentam sua leitura Aprende a tocar Gil e Bob na tablatura E é num sarau que conhece aquela figura Homem vivido que não perdeu a candura Davi é poeta e lhe faz uma jura De amor pra mostrar que não quer só aventura Benu não conheceu pessoa tão madura Que hoje lhe motiva, lhe ensina e lhe apura Com a cota e a nota uma bolsa Benu fatura Dividido entre música e arquitetura Escolhe o sonho de se ler na partitura Quer compor canções fazendo sua mistura Sem temer crítica, boicote ou censura A mãe se foi mas Benu a beija na moldura Sabe que onde estiver verá sua formatura Com o passado ainda não vê uma ruptura Velho fantasma que anda a sua procura Mas aquela lembrança já não mais satura Sua criança agora é sua armadura E a mãe na memória com seu colo e doçura Troca a sertralina pela acupuntura Busca um futuro e uma vida mais segura Oxum lhe inspira pra deixar sua assinatura Nos dias que são como peça de escultura Com a obra e o seu talento que agora fulgura Bons amigos e fãs colhem da sua fartura Todos participaram da semeadura Hoje se orgulha da sua desenvoltura Sabe que Davi foi sua boaventura Que o amor e a arte é o que nos transfigura
1 note
·
View note
Text
SONHOS
Sonhos batem a porta
Perturbam o sono fraco
Mas nada importa
No coração quadrado
De quem sobrevive
Das rotinas e do medo
De arriscar e de escrever
Nessas entrelinhas
Sonhos impossíveis
Pedem um despertar
Atenção, coração
É hora de viver
Ultrapassar o céu
E não se contentar
Nem com o infinito
Ou o máximo prazer
Sonhos aprisionados
Estamos condenados
Ao pesadelo real
Da perfeição imaginária
Risadas ao passado
Previsões para o futuro
O que pode estar errado
Num caminho tão seguro?
Sonhos batem a porta
A chance pra eu
Jogar pro alto
Os anos perdidos
Inutilidades
Tantos anos de idade
Que passei sem perceber
Sem viver de verdade
Os sonhos batem a porta
Mas quem vive de sonhos
Nunca acorda
Música: Sergio Anil
Letra: Vinicius Noronha
0 notes
Text
OBSTÁCULOS
Quando te vi logo me apaixonei
Eu só pensei em te conhecer
Fiquei encantado mas confesso preocupado
Vi que vou me perder se ficar sem você
Quando o amor è verdadeiro
A entrega é de corpo inteiro
Sem pensar no depois
Só se pensa nos dois
Sei que temos obstáculos
E que a gente vai ultrapassar
E se essa distância insiste
Ela não vai mais atrapalhar
Só fortalecer e ajudar
A cada vez mais e mais te amar
Música: Sergio Anil
Letra: Larissa Martins
0 notes
Text
O TEMPO PAROU
O tempo parou
Parou no meio do meu andar
O relógio ativo se quebrou
Parou o ritmo de tudo
Os mais falantes ficaram mudos
Ricos, bonzinhos e caridosos
E quem dormiu não acordou
Quem desistiu se consolou
O tempo parou pra nos provocar
Quem desafiou não vai acordar
O tempo parou pra nos transformar
E quem não mudou nunca soube amar
O tempo parou
Tornou-se feio o bonito
Hipócrita, o generoso
E chato, o genioso
Todos os carros passaram reto
No sinal vermelho infinito
Tornou-se simples o genial
E amador o profissional
O tempo parou pra nos provocar
Quem desafiou não vai acordar
O tempo parou pra nos ensinar
Como o nosso show vai continuar
O tempo parou
Então a saudade é eterna
Os sonhos são mesmo impossíveis
Os amores são mesmo imprevisíveis
Por culpa daqueles segundos
Que agora já não passam mais
O tempo parou
Parou e ninguém se deu conta
Música: Sergio Anil
Letra: Vinicius Noronha e Sergio Anil
0 notes
Text
POEIRA AO VENTO
Como aconteceu
Sei que tudo tem seu fim
Como você pode
Se esquecer assim de mim?
Sei que muitas vezes errei
Mas pensei que nosso amor
Não seria poeira ao vento
Você fez parecer tão fácil
E esqueceu de tudo que passou
Fotos rasgadas
De um passado sem cor
Saiba que eu nunca
Me esqueci daquele amor
Sei que muitas vezes errei
Mas pensei que nosso amor
Não seria poeira ao vento
Você fez parecer tão fácil
E esqueceu de tudo que passou
Música: Sergio Anil
Letra: Felipe Carmo
0 notes
Text
VIVA O IDIOTA
Viva o idiota
Que não consegue traçar a própria rota
Que mesmo com a chave nunca se solta
De quem lhe proporciona a pior sintonia
Viva o boçal, valentão
Que faz tanta pose com a dose na mão
Que nunca na vida conseguiu dizer não
A não ser a si mesmo (que ironia!)
Viva o Maria-vai-com-as-outras, o fanfarrão
Que nunca forma sua própria opinião
Que atinge seu auge na memória
Sujando a própria história
Viva o rebelde sem causa, o foda
Escravo da merda, da mídia e da moda
Alvo da inveja de quem só deseja
Companhias mortas
Idiota
Essa canção é em sua homenagem
Por todas as bobagens, a pior imagem
Parabéns
Viva o cínico, o debochado
Que se faz por feliz, garoto mimado
Que perdeu nas razões, mas ganhou na porrada
O direito de usar sua língua afiada
Viva o imbecil, o inútil
Que sempre aceita tudo aquilo que é fútil
Pra quem delinquência é motivo de orgulho
Informação na sua mente é entulho
Viva o garanhão, o palerma
Contando vantagem nas gotas de esperma
Que já despejou nas ratas da vida
Sem nunca contar nenhuma ferida
Viva o babaca, o cretino
Que quando interessa sobra o ar de menino
Cagando egoísmo e mijando fascínio
Na boca de quem o odeia
Idiota
Essa canção é em sua homenagem
Por todas as bobagens, a pior imagem
Parabéns
Música: Sergio Anil
Letra: Vinicius Noronha
0 notes
Text
CONTOS DE FADA
Ela me disse que sempre sonha com ele
E conta os dias desde que tudo acabou
Saudade e angustia não lhe consomem mais
Mas não dá pra dizer que tudo já passou
Seus planos pro futuro perderam sentido
E a vontade de vencer já não existe
A sua crença e o seu trabalho são sua fuga
Abelha atarefada não tem tempo de estar triste
Ela não se entregou: - a hora não chegou!
E ele não quis só companhia e carinho
Ele não fez isso por mal só pensou nele
Também confuso foi procurar seu caminho
Quando se apaixona por alguém
Nosso mundo fica zen e o espelho diz amém
Já não se olha pra trás
E o que passou tanto fez tanto faz
Como é bom viver em paz
Sua amiga é legal e dá conselhos
Sua família se preocupa mas já sabe
Que ela não é a primeira e nem a última
Que se apaixona, chora e sofre de verdade
Ela sabe que existe alguém a sua espera
Um amigo que um dia desses se revelou
Mas apesar dele ser um rapaz bacana
Não foi por ele que seu coração disparou
Ela acredita que alguém especial
Um dia vai aparecer em sua vida
Em contos de fada não existe ciúme, mentira,
Incompreensão, dor, traição, partida
Quando se acostuma com alguém
É difícil ficar sem e ficar bem
Mas amanhã tem mais
E a gente vê o que faz
E do que será capaz
Música e letra: Sergio Anil
0 notes
Text
SEUS OLHOS
Seus olhos
Emanam tão prudentes
As luzes mais sorridentes
Cena mais singela a se contemplar
Seus olhos
Pétalas resplandecentes
Em meio a noites carentes
São as luas que sempre vão me orientar
Meus dedos
Inquietos, quase arredios
Tecem segredos tão tardios
Na ânsia eterna de te ofertar
Meu zelo
Desconhece o que é vazio
E eu mergulho nesse brio
Condição dos céus a testemunhar
Seus olhos
Elogios tão pertinentes
Entrelinhas assim presentes
Poesia que sempre estará no ar
Seus olhos
Encantos transcendentes
Os mais sublimes ambientes
Que a minha alma busca como lar
Música: Sergio Anil
Letra: Vinicius Noronha
0 notes
Text
ALGUM LUGAR
Eu te deixei guardada em algum lugar
Pra que o tempo todo eu possa lembrar
Dos momentos que vivemos,
das loucuras que fizemos
Sem ninguém pra reclamar,
mesmo sem acreditar
Vivemos em paz
Deixa eu te falar: minha vida é você
A cada passo que eu der
Quero que esteja do meu lado pra viver
Mostrando que nunca vai acabar
esse sentimento em mim
Mesmo que as ondas do mar tentem apagar
Não se preocupe, pois vou estar lá pra te ajudar.
Deixa eu te falar: minha vida é você
A cada passo que eu der
Quero que esteja do meu lado pra viver
Mostrando que nunca vai acabar
esse sentimento em mim
Música: Sergio Anil / Maick Morais / Cláudio Patrick
Letra: Maick Morais
0 notes
Text
LÁGRIMA
Derrame uma lágrima
Que seja imatura e sincera
Um desabafo, um conforto
Que sirva de exemplo
Que seja uma defesa
Um pedido de ajuda
Que apague um sofrimento
Que conserte mais um erro
Que seja uma verdade
Que atraia um perdão
Que espante a solidão
Uma palavra de reflexão
Derrame uma lágrima
Que seja imatura e sincera
Que caia assim direta
Seja simples e inédita
Que ensine e demonstre
Recolhendo os sorrisos
Que seja um aviso
Que limpe e que seque
Apague as agonias
E impossibilidades
E que não seja descartável
Derrame uma lágrima
Que seja imatura e sincera
Um desabafo, um conforto
Que sirva de exemplo
Que chegue ao chão
Livre e sem peso
Com tarefa cumprida
Que se transforme em pensamento
Que se transforme em auto-estima
Que se transforme em respostas
Que mostre o início
Que seja a última
Música: Sergio Anil
Letra: Vinicius Noronha
0 notes
Text
SÓ QUERO FICAR DO SEU LADO
Tento fugir tento fingir
E não consigo
Lágrimas teimosas
Que sempre escorreram
Palavras banais
Que nunca se perderam
Até quando as noites serão tristes?
Tenho pressa, tenho medo
Só quero ficar do seu lado
Só quero cuidar de você
Tento resistir tento desistir
E não consigo
Não quero duvidar
De quem me faz ficar tão bem
Você chora e esqueço tudo
Vem ficar logo comigo
A solidão me assusta
E o frio não passou
Só quero ficar do seu lado
Só quero cuidar de você
Música e letra: Sergio Anil
0 notes
Text
RISOS A TOA
Risos a toa
Quem vai tomar mais uma
que a vida é breve e merece?
Risos a toa
Quem vai fumar mais um
que a vida é leve e esquece?
Que os olhos gulosos se assustem
O pessoal quer mesmo é se mostrar
Que os olhos assustados engulam
Ninguém quer mesmo ser exemplo pra dar
Risos a toa
Quem vai a mais de duzentos
que a vida passa devagar demais?
Risos a toa
Quem vai bater em mais alguém
pra provar que quem tem força é que é capaz?
Rapaz de família e muitos quilates
Patricinha dos cachos de mel
O encontro na boate fazendo arte
Ou no purgatório entre o inferno e o céu
Vamos rir a toa que a vida voa
E asas quebradas não dão liberdade
Vamos rir a toa que juventude é garoa
Que pensa ser tempestade
Risos a toa
Quem vai transar sem camisinha
pra gozar melhor nessa loucura?
Risos a toa
Quem vai cortar os pulsos
se o corpo doente não tiver mais cura?
Vamos rir a toa que a vida voa
E asas quebradas não dão liberdade
Vamos rir a toa que juventude é garoa
Que pensa ser tempestade
Música: Sergio Anil
Letra: Sergio Anil e Vinicius Noronha
0 notes
Text
ÚLTIMO BEIJO
Seja feliz nos braços do seu outro amor
Se entre nós não deu certo me perdoe por favor
Sei que a culpa não foi minha
Ela também não foi sua
Foi o destino que nos separou
Vivo sofrendo e por dentro quase morrendo
No meu coração pra sempre levarei o seu amor
Não será fácil te esquecer
Tudo que sei e tudo que sou
Aprendi com você, meu amor
Vim aqui pra me despedir pela ultima vez
Pra bem longe hoje partirei
Comigo gostaria de levar de recordação
O último beijo seu
Música: Sergio Anil
Letra: Assis Oderan
0 notes
Text
UM CARA COMO EU
Um cara como eu
Brinca com a verdade
Vive o dia na ironia
Com um sonho de garantia
Um cara como eu
Briga com a saudade
De madrugada vomita na pia
As falhas da sua cruel utopia
Se o céu é o limite
Eu não quero voar
Se nada vale a pena
Então vou mergulhar
E tentar me afogar
Numa realidade
Que me faça deixar
De ser feliz por caridade
Um cara como eu sempre tem seus segredos
Pra enfrentar o mundo
Um cara como eu sempre mantém o medo
De desperdiçar cada segundo
E ainda assim é um cara normal
Bem no fundo eu sou um cara normal
Se eu estiver por aí
Ti convido pra vida
Não precisa fugir
Ti ofereço saída
E se amo na cama
Pratico esporte
E a paixão que inflama
Sem que nada mais me importe
Um cara como eu também tem seus defeitos
Pra esconder do mundo
Um cara como eu só se torna perfeito
Quando é cego, surdo e mudo
E ainda assim é um cara normal
Bem no fundo eu sou um cara normal
Música: Sergio Anil
Letra: Vinicius Noronha
0 notes
Text
CROMATISMO
João é preto, Teresa é branca,
Raimundo é roxo, Maria é laranja,
Joaquim é verde, Lili é rosa.
Mas você só aceita as cores primárias.
João um dia engraxou seus sapatos,
Teresa lavava suas roupas,
Raimundo tratou dos seus hematomas,
Maria fazia a feira,
Joaquim cuidava do jardim da sua mãe,
Lili foi babá de sua filha.
E o que você já fez por alguém?
Seu minúsculo mosaico egoísta vai terminar desbotado
e você diluído em sua solidão junto de seus pares.
Pois assim como eles,
mesmo fazendo parte deste camaleônico arco-íris,
não quer se curar do seu daltonismo.
Música e letra: Sergio Anil
0 notes
Text
OUTRA HISTÓRIA
Ele agora pensa em fugir
Pra um lugar mais longe possível
Ele quer deixar tudo pra trás
Desaparecer e não voltar nunca mais
Não entende o motivo
De sua insignificância pra ela
E todas suas conquistas já não servem pra nada
São então esquecidas
Ele não quer mais o mesmo, mudou
Alguém pode entende-lo?
Ver que suas atitudes não são tão estúpidas?
Alguém pode escutá-lo?
Ver que o que ele tenta é fazer outra história?
Se cansou daquela fútil
Mudou e tentou consertar tudo
Depois que enfrentou de peito aberto
Desanimou porque nada deu certo
Agora ele tá perdido
À procura de um caminho certo pra seguir
Porque não consegue sair do lugar e assim
Não vai mais tentar, quer desistir
Ele não é mais o mesmo, calou
Alguém pode entende-lo?
Ver que suas atitudes não são tão estúpidas?
Alguém pode escutá-lo?
Ver que o que ele tenta é fazer outra história?
Música: Sergio Anil
Letra: Ianca Lima
0 notes
Text
TUDO PRO ALTO
Tão poucas palavras só pra ti mostrar
Que meu coração pede pra você entrar
Assim sem bater basta me aceitar
Não mentir e sentir além do que é capaz
Tão poucos momentos pra ti desejar
E tantas razões pra eu não me contentar
Em esperar o momento certo de ti perguntar
Se é tudo aventura, loucura ou algo mais
Tudo pro alto como um assalto
Um mergulho fundo até o fim do mundo
Afinal pra nós dois tudo é no ato
É válido qualquer absurdo
E reações tolas de quem acreditar
Que nada vai dar certo, nada vai durar
Mas o que é incerto não quer ser apenas
A esperança do amor que pode crescer
Música: Sergio Anil
Letra: Vinicius Noronha
0 notes