setefitas

[setefitas]

Fobia

Em tempos digitais todo mundo é tão feliz, saudável, fitness, rico, amado, sensual, gostoso, bem resolvido, viajado, cheio de energia, ativo, decorado, engajado, culto, estiloso, artístico, politizado, inteligente, mais uma vez feliz, que me sinto na obrigação de ser infeliz pra dar uma balanceada na vida como um todo.

[setefitas]

Nature Girl

I always were someone’s girfriend. Someone’s wife. I don’t like to be everyone’s hole. I’d like to be someone’s mother. Don’t know. But someone who matters.

Just to love and be loved. IN RETURN

[setefitas]

Abismo que cavastes com teus pés

Secou. Sequei. Não queria que virasse areia. Me esforcei pra não. Em vão. Não sei consertar. Louco é o amor, esse maldito que rima com dor. E de cada amor hei de herdar só o cinismo. Meu coração, em frangalhos, já não tem esperanças. Não há janela, tampouco aberta. Já não valho mais. A pena, a dedicação, o carinho. Secou. Sequei. Reduzi-me as ilusões à pó.

[setefitas]

Aleatório

Cheguei no hospital estilo Gray's Anatomy com a garganta quase fechada. Já não conseguia mais falar direito. A voz não saia, só em forma de grunhido. Alergia. Ouvi "vou te dar um dose bem alta de cortisona, mais um antialérgico. Preciso salvar a sua vida." Acho que a médica assiste mesmo a série. Vida salva, mil exames pela frente. Pranto. Alívio. Espera. Na minha frente tem uma Yoko Ono jovem. Mesmo cabelo, óculos escuros enormes cobrindo todo o rosto. Ela começa a chorar sem parar. Provavelmente estava chorando pelo mesmo motivo que eu minutos antes. Solidão. Fui removida. Peguei na mão dela antes e consegui dizer que ia ficar tudo bem. Sempre fica tudo bem.

[setefitas]

6 meses de atraso, algumas muitas lágrimas depois, cantado com esse coração com engano e nada leviano.

[setefitas]

Guia prático do ariano descomplicado - capítulo 2

2. Se apaixona todo dia.

Sim, a pessoa de áries se apaixona todo dia.

E não foi Zaratrusta quem falou.

E a pessoa de áries não se lembra dessa paixão no dia seguinte.

"Memento".

A pessoa de áries lembra de você.

Você, que não foi uma paixão. Nunca foi.

Ela lembra de você.

De você.

De acordar do teu lado.

E de nunca esquecer de você.

[setefitas]

Amo. Ainda.

Desculpe, só hoje vi o recado que você deixou pra mim.

Não, eu não estava ocupada, nem distraída. Você sabe que eu não me distraio nunca. 

Acreditei que não fiz diferença, nem falta.

Não desapareci, fui embora.

Mentisse você, você que mentisse.

Desculpe por ter me enganado. Por ter amado.

E por só ter visto hoje o seu recado.

[setefitas]

Infinitivamente pessoal

Eu não quero mais escrever quando tem uma faca enfiada no meu coração, quando minha vizinha escuta meu choro e literalmente toca a campainha pra ver o que está acontecendo e me olha com pena, morrendo de dó. Não quero escrever com ódio sentada num DeLorean tentando entender pra que ano eu voltei. Não quero que fique em lugar nenhum esse desamor, as traições, abandonos, erros e tombos. Não quero escrever sobre quando morri porque eu morri vezes demais. Não quero escrever sobre a solidão, sobre como eu sinto saudade de pessoas que não me amaram e não sinto saudade alguma das que amaram. Não quero ser quebrada, embora eu esteja quebrada. Quero escrever sobre dias como hoje e como ontem. Quero escrever da mesma forma que 2 meses atrás. Quero escrever que uma Balboa sempre levanta e que a contagem não acabou. Quero. Quero também. Quero muito. Quero mais. Quero menos. E hoje quero escrever assim, sem reler, do jeito que eu quiser, sabendo que vou ter que voltar o filme, olhando o dia lindo e dando um foda-se pro sol. Quero rir de novo porque fui tomar café na padaria e pela primeira vez na vida esqueci a carteira. Meu amigo nem levou a dele e a manhã do feriado foi apelidada de "Golpe duplo", como título traduzido dos filmes ruins que eu assisto sem parar. Quero um dia de cada vez. E quero parar de escrever agora e voltar pro meu filme ruim, que não o nome traduzido porque minha Netflix é em inglês e odeio nome traduzido. Mentira! Gosto de "Golpe duplo"

[setefitas]

Com benefício.

Obrigada.

Por ser colorido. Pelo amasso e cansaço. Alento, riso e concha.

Por saber que não vamos casar, nem namorar e mesmo assim, ficar.

Comigo. Junto. Dentro. Na cama. Com e sem sacanagem.

Por me fazer esquecer. Apagar. Acalmar.

Por favor, continue colorido.

Obrigada.

Em tempo: por não roncar.

[setefitas]

- Você é um cara legal. Não sei se quero começar uma amizade. - Do que tem medo? - Já conheci outros caras legais antes, e todos eles partiram o meu coração.

Os porquês de Amélia Roswell. (via animicida)

Eu não tenho medo de nada, mas continue meu amigo e não parta meu coração. Por favor.

[setefitas]

Fica com quem te despe a alma. Porque a roupa qualquer um sabe tirar.

Desconhecido. (via animicida)

...

[setefitas]

De uns 4 ou 5 anos pra cá, cozinhar virou minha maior terapia. Coisa que faço com amor mesmo. [entra Luis Caldas cantando "haja amô, haja amô!] Não sou, nunca fui e não pretendo ser sofisticada, embora capriche nas apresentações dos pratos, mesmo que seja um prato pra mim, num almoço de uma segunda-feira. Faço bonito sempre. Faz parte do processo. Uma das coisas que eu mais curto são os temperos. Sou viciada neles. Confesso que não pesquiso. Não sei o que combina com o que. Vou jogando na panela e vejo no que dá. Quanto mais o tempo passa, mais eu arrisco. O curioso é que pra algumas pessoas, não posso arriscar muito. Gosto disso. Tem aquelas receitas que cada um ama e pronto. Percebo que criei sem querer na cozinha, uma identidade que eu já tinha em outros aspectos da vida. Uso o mesmo perfume há muitos anos, uns 10. E mesmo quando não estou com perfume, tenho o tal "cheiro de Caru", claro que isso é algo muito íntimo. Minhas roupas também tem esse "cheiro de Caru". E aí não precisa ser tão íntimo assim. Não mesmo. Até amiga minha já perguntou por que diabos minha roupa tem esse cheiro se eu uso o mesmo sabão que todo mundo? Não sei. Lavo roupa como qualquer pessoa. [É Omo líquido, tá. Progress conventrado] Uso o mesmo shampoo há séculos e não uso condicionador há uns 2 anos, no mínimo. [Pantene transparente pra cabelo liso. Sem mistério.] Mesmo resultado se lavei o cabelo às 7h da manhã da quinta e são 20h da sexta. Que bom que ninguém me cheira depois fazer moqueca, peixe, um monte de coisa pra congelar e lavar uma pia de restaurante numa cozinha de 1 metro quadrado. Nessas horas não ganho elogio. :P Mas a parte legal é quando alguém come um prato meu, faz uma careta e diz: "essa comida não tá comida da Caru. O que você colocou aqui de diferente?" PÂNICO! Eu: "Mas tá ruim?" "Não, só não tá que nem você sempre faz..." [até usei reticências] PAUSA. UFA! Me dei conta que eu fico ridiculamente feliz por ter errado a mão. Fico feliz porque é fácil seu corpo, cabelo, roupa, casa e todo o resto terem o mesmo cheiro. Mas sua comida levar uma pessoa a um lugar ou causar uma sensação através de um aroma e um sabor, ou seja, SUA marca registrada é MARAVILHOSO! Se eu parar pra pensar, faço isso há milênios, só acho que nunca tinha mudado muito uma receita que tem "dono". É como se eu tivesse começando a alcançar devagarinho os patamares da minha mãe, madrinha, tia e quiçá, daqui a uns 20 anos, da minha avó. O coração dá aquela preenchida, você enche a pessoa de beijo e só não faz tudo do zero porque aqui em casa não se desperdiça comida. Porque minha comida é "comida de Caru!" ™ Porque não posso trocar o shampoo do strogonoff, nem o sabão em pó do molho à bolonhesa, nem o perfume da carne de panela. Suspiros, coração cheio, muito cheio e olhos marejados. ❤️

[setefitas]

Eu é que tenho mania de – uns chamam de dom, outros de doença psíquica, eu gosto de conceber isso como um estilo de vida – romancear tudo.

Gabito Nunes. (via animicida)

[setefitas]

Clichê é bom e eu não gosto

Mas por que não? Eu gosto sim, mas não de todos. Foi um pensamento que bateu aqui. Há uma lógica no clichê e eu curto lógicas. Lógico. Se alguma coisa vira clichê, é porque caiu no gosto popular ou fez-se popular, seja o conteúdo bom ou ruim. De toda forma, algum elemento ali mexeu em algum sentido do indivíduo. Tá, vocês entenderam e eu não tô aqui pra filosofar. Só quis dizer que clichê é bom e eu gosto sim. Só não vou admitir. Não sempre.

[setefitas]

(via https://www.youtube.com/watch?v=ooGRY3l0-K4)

A música que ele fez pra mim.

[setefitas]

ODEIO PARQUE

Parques do terror Se tem um programa que eu quase sempre vou recusar é: "Vamos ao parque?" Digo 'quase' porque em outros estados, normalmente eu topo. Às vezes rolavam tretas na minha casa, e pense que tretas de família italiana são sempre aumentadas. Mas eu tenho essa fantasia porque minha mãe morreu cedo e eu via muita novela do Silvio de Abreu. Italiano briga, joga panela no chão, chora, mas 2 horas depois tá todo mundo na mesa se amando. Na minha família, treta é treta. 10 anos depois, nêgo ainda tá sem se falar e chorando em datas comemorativas. Comigo, 2 horas depois, já acalmei e tô no fogão de bico amando. Calma! Amando só com quem compartilha o mesmo sangue. Sou a italiana que nunca pisou na Itália, mais italiana da família. Mas meu irmão, na melhor das intenções de me proteger [talvez eu faria o mesmo] me levava pro parque da Aclimação. Toda vez que a baixaria começava, ele me arrastava pra ver as árvre, os pato e andar de bicicleta. Fora isso, meu pai, depois de infartar, caminhava todos os dias, arrastado pela minha mãe no mesmo parque. Eu ia junto de vez em vez. Conclusão: ODEIO parque. Não vejo sentido nenhum em ver árvore. Odeio bebedouro de parque. Odeio pista de parque. Odeio parque, ok? ODEIO PARQUE! Meu cerebrínho associa o passeio a um dia ruim. MUITO RUIM. Me leva prazorópa que eu vou gostar de parque, mas por ora, numitorra o saco. Gradicida.

[setefitas]

Me emocionei de pulularem lagriminhas. 

Pelo número de visualizações do vídeo, acho que só eu não conhecia.

Me encantou a música rolando na sequencia de qualquer coisa que deixei aberta. Enquanto escrevia outra coisa, minha atenção fez eu largar o texto e ir pro vídeo. Amei, cantei, vi de novo e sorri. Sorrimos, eu e meu coração sorriram.