sevvrin - Tumblr blog

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A resposta fez com que Severin percebesse que ela, estranhamente, não estava acostumada a ser elogiada, o que fez com que o homem franzisse de leve o cenho ao mesmo tempo em que a observava. Ainda assim, a fala fez com que sorrisse brevemente, sem mostrar os dentes, achando um pouco de graça naquilo. Era difícil encontrar pessoas como a confeiteira, que tornavam a vida mais leve e pareciam viver sem complicações. Era um mundo de diferença se comparada ao parâmetro de Severin, afinal, a Corça era pura malícia e sede de poder. ' Gosto muito de bolos. Trauma seria a última coisa que experimentaria ' rebateu, convicto, para que ela não pensasse que ele era assim tão superficial ao ponto de esperar que uma garota se apresentasse diante dele, o tempo todo, em perfeito estado. Claro que era exigente consigo mesmo e com quem o rodeava, mas valorizava, mais que isso, o trabalho duro. ' Uh, bien ' desviou os olhos, por não saber muito bem o que dizer diante da colocação - o que significava, exatamente, ela não esquecer dele? Sempre podia ter a ver com sua postura intimidadora e, até aí, nada fora do esperado. No entanto, a morena não parecia tão intimidada enquanto sorria para ele. ' Três viagens? O quanto essa gente está comendo de laranjas? ' elevou as sobrancelhas, achando um pouco de graça. Uma passada de olhos nas redondezas fez com que ele se certificasse de que estavam sozinhos e de que ninguém perceberia que ele estava deixando seu posto por alguns minutos. Ligou o cronômetro no relógio de pulso, prometendo a si mesmo que tinha condições de ajudar Aylin e depois voltar para se preparar para o desfile. Com toda sua ansiedade natural, já tinha planejado todo o evento havia semanas, e organizado seus homens há alguns dias para que estivessem onde deviam estar, enquanto ele permaneceria na sala de comando, de onde tinha uma visão mais ampla. ' Posso te ajudar se formos breves. Consegue ser rápida? ' podia designar outro guarda para ir com ela, na falta de alguém da Cozinha, contudo, se insistia em ajudar, era porque queria. Ele só esperava que não se arrependesse daquilo mais tarde. Enquanto caminhava, esperando que ela o seguisse, Severin tratou de rebater os argumentos. ' Não duvido que suas mãos sejam milagrosas... Só não acho que seja capaz de distribuir diagnósticos por aí ' comentou, esnobe, encarando-a de soslaio. ' Água com açúcar? ' debochou, rindo brevemnte. ' Assim está parecendo meu pai ' não que isso fosse ruim na visão de Sev; o pai era o único que se importava com ele. ' Ainda vai ter água e açúcar quando voltarmos para as Cozinhas '

"Não sei?" Riu por breves segundos, dando de ombros em seguida. "Eu só não acharia nenhuma loucura caso não tivesse me notado." Aylin não se esforçava para acontecer o contrário. Costumava agir pelos bastidores e evitava chamar muita atenção. "A farinha não, mas você não diria o mesmo se tivesse me visto depois de rechear e cobrir um bolo de sete camadas. Sairia traumatizado da cozinha." Apontou para o seu próprio rosto e depois fez uma careta engraçada. Queria indicar que os resquícios de diferentes cremes e cobertura faziam um estrago por ali. "Mas que bom que não me esqueceu, Severin. Também não deixaria de lembrar de você." Ergueu os olhos para encará-lo novamente e sorriu com a delicadeza a qual já era conhecida por ter. Mesmo a maneira como ele cruzara os braços mantendo uma posição imponente, não fazia com que temesse sua posição. Havia ficado feliz de ouvir que não passara despercebida para ele, pois considerava conhecê-lo bem apenas de observar de longe o trabalho feito pelo chefe da segurança e a maneira como lidava com os outros guardas do palácio. Para a Çelik ele era um dos mais dedicados dali, no que se identificava um pouco. Era capaz de também esquecer alguns nomes depois de passar um dia inteiro planejando sobremesa para aquela quantidade enorme de convidados da seleção. Por esse motivo havia ficado um pouco preocupada com o guarda. "Uma ajuda iria bem mesmo, porque pela quantidade vou precisar fazer umas três viagens com cestas grandes de laranjas, mas não sei se vai ter alguém disponível agora." Não se importava em carregar as cestas pesadas, já estava acostumada a fazer aquilo quando não tinha ninguém livre na cozinha para ajudá-la, como era o caso de agora. "Eu sou confeiteira, mas minhas habilidades de fazer curativo nos cozinheiros que se cortam diariamente deixam médicos com inveja." Sorriu de canto. Não era nenhuma especialista, mas o básico para ajudá-lo a respirar e se acalmar para depois voltar ao trabalho Aylin conseguia fazer com sucesso. "Talvez o fato de que você esteja tão preocupado com o trabalho que precisou perguntar até o meu nome?" Arqueou a sobrancelha para ele. "Eu sei como se sente, quando estou atarefada também acabo ficando atordoada. Não acho que um copo de água com açúcar vá te fazer mal. É para aliviar o estresse do momento. Você vai ter um dia ainda mais agitado quando for para o desfile."

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Havia quem desse mais importância para o próprio trabalho do que ele realmente merecia. Pode ser que Sev fosse uma dessas pessoas, mas ele repudiava o mesmo traço em terceiros, como se pudesse definir o que era digno de importância e o que não era. Alguém que se voltava exclusivamente para o entretenimento certamente não era tão relevante aos seus olhos, de modo que não especularia mais a respeito da atividade do outro. Ademais, ele não estava tão eloquente quanto o Cortot esperava, fosse pelo nervosismo ou pelo fato de não querer conversar com o oficial. ' Chefe da guarda Severin Cortot ' se apresentou, estendendo uma mão, para que ele não pensasse que era só mais um guarda, como queria fazer parecer. Talvez Severin fosse demasiado egocêntrico para ser diminuído daquela maneira - ao menos era o que parecia; ele não estava averiguando a fundo se a intenção do outro era mesmo a de desmerecê-lo. ' Exatamente. Estamos apenas fazendo nosso trabalho... ' meneou a cabeça, confirmando. Se Kim tinha levado aquilo para o pessoal, então aí estava o motivo pelo qual não deveria levar. Assim que viu o crachá - que não parecia ter sido falseado e que contava com o símbolo da realeza tal qual o que estampava o crachá do próprio Severin - anuiu com cabeça, empurrando-o de volta para o coreano. ' Estou satisfeito, por enquanto. Não vejo motivo para te acompanhar, até porque tenho muito trabalho por aqui hoje. Posso ver que já recebeu o aval da rainha... ' comentou, dando um passo para o lado para abrir passagem. No entanto, não era de todo verdade que o guarda estava satisfeito. Ele ainda faria suas investigações paralelas, como sempre fazia quando se tratava de estranhos, e inspecionaria aquelas filmagens quando o cineasta menos esperasse, para verificar se ele estava mesmo limpo. ' Tenha uma ótima tarde, senhor Kim '

Lucas era uma pessoa que pensava bastante e agia pouco em questões confrontacionais como aquela. Entendia que não deveria ter tentado entrar no lugar sem avisar ninguém antes, mas também achava que o guarda estava crescendo muito para cima dele. Não era como se ele fosse um perigo tão grande. Mas se ele sequer pensasse em dizer isso, saberia que gaguejaria em todas as palavras, sua perna tremia um pouco só de pensar em se posicionar contra o homem. "Não exatamente... Uma extensão para o evento, não necessariamente o reality show..." Ele disse, tentando ser bem claro com suas palavras, mas ao mesmo tempo não esperando de verdade que o outro entendesse. O seleção teria um impacto maior do que um simples reality show e era bem curioso para ele estar sendo responsável por retratar mais sobre esse ato histórico. Espero que goste quando lançar, foi o que Lucas pensou, mas ficou quieto. Não queria mesmo brigar com ele ou entrar em confusão desnecessária, e não tinha muita confiança em si mesmo caso o outro fosse mais agressivo para cima dele. Naquele momento já estava um pouco desconfortável, não imaginaria como seria se ficasse mais intenso. "É meu trabalho, né..." Ele disse, não entendendo exatamente agora onde o homem iria com aquilo. "Você é um guarda e eu um diretor... Estamos só fazendo nosso trabalho." Lucas disse, tentando ao máximo não ser agressivo ou ousado com suas palavras, mas imediatamente ao dizer sentiu que iria levar um soco. "Me desculpe, eu... Eu esqueci..." Ele disse, mostrando finalmente o crachá, sua foto e a sua profissão estava impresso no papel plastificado junto com a autorização da realeza estampada ali. "Você pode me acompanhar caso... Caso ache melhor."

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Não via em André a mesma malícia que encontrava em outros membros da realeza. Sabia que não precisava tratá-lo da mesma maneira que os demais, embora lhe devesse algum respeito, inerente à posição. Ao mesmo tempo, ser amigável com o príncipe, na visão de Severin, seria o mesmo que ultrapassar certos limites, porque não estavam em condições de serem amigos. Conteve o suspiro antes de falar.  ‘ Acho que estou vendo alguns. À direita da fogueira, perto daquele carvalho ’   a posição não tinha mudado desde a última vez que ele havia visto, mais cedo. Sabia o que todos estavam bebendo, mesmo que não tivesse tocado nas bebidas; sabia o que estavam falando, de quem estavam falando, quem não suportava estar ali... Era fácil quando muitos agiam como se ele fosse invisível.  ‘ O senhor é o dono da festa. Deveria ser quem define qual é a hora em que ela acaba ’   Severin deu alguns passos para o lado, para permitir que ele seguisse na trilha à sua frente, caso se mantivesse convicto de que queria deixar a fogueira.  ‘ Ninguém consideraria um príncipe rude ’   ao menos não diria tão abertamente na cara de um.

Se André não fosse um príncipe, talvez ele tivesse notado que Sev ficou um pouco ofendido quando o rapaz começou a fazer perguntas que estavam fora da área alheia como um guarda. Mas André, por mais educado que fosse, ainda era privilegiado o suficiente para achar normal que pudesse pedir por qualquer coisa e qualquer um dos funcionários traria em suas mãos. "Entendi. Achei que você poderia ter notado onde os doces estão." Ele falou, afinal, sentia às vezes que Sev estava de olho em tudo, parado ali como uma estátua que às vezes André se esquecia que poderia se mover. O príncipe deixou a bebida de lado, descartando o copo em uma das mesinhas ali. "Mas, já que perguntou... eu gostaria de algo sim. Queria sair daqui." André falou, bufando cansado. Se tinha alguém que sabia como seu dia foi longo, esse alguém era um dos guardas. Eventos natalinos sempre deixavam sua agenda lotada, indo pra lá e pra cá em Paris, sem contar as idas escondidas do público ao hospital para fazer alguns exames. "Acha que é uma boa hora para ir embora sem parecer rude?"

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A voz já lhe era bastante familiar, infelizmente. Mesmo sem a piada ruim, ele saberia de quem se tratava, ainda que piadas ruins fossem uma característica bastante particular do guarda. Pode ser que Reve não tivesse dimensão da responsabilidade que carregava, e só Deus sabia o motivo para que a princesa fizesse tanta questão de que ele fosse seu guarda pessoal. Porém, Severin não permitiria que o rapaz fosse menos do que perfeito em suas funções, sendo este o motivo para que fosse mais duro com ele do que o normal. Além disso, Laurent ainda estava em observação, considerando as informações sobre sua ligação, no passado, com grupos rebeldes.  ‘ Guarde suas reverências para quem precisa delas ’   era difícil para o Cortot engolir as gracinhas, decerto porque ele não tinha nenhum senso de humor. ‘ Ha-ha ’   forçou o riso, negando com a cabeça.  ‘ Não se incomode. Não vou te dar nada esse ano ’  e quando é que havia dado?    ‘ Preciso que fique em forma para o desfile, Laurent. Sabe onde está a princesa Antoinette? Hoje não é dia para que saia do lado dela ’

tony  estava  beeeeeeem.  a  comitiva  com  certeza  seria  um  sucesso.  reve  sabia  que  precisava  se  posicionar  de  forma  estratégica,  mas  não  cometeria  mais  o  erro  da  primeira  festa.  coisa  do  passado,  coisa  de  multidão.  estariam  em  carruagens  dessa  vez!  bem  mais  difícil  de  acertar  uma  facada  e  tony  parecia  ser  feita  de  ferro.  era  com  muita  tranquilidade  que  ficava  esperando  sua  deixa  para  se  reunir  com  a  princesa,  até  estranhando  quando  severin  o  parou.  ergueu  uma  sobrancelha  por  um  instante,  se  questionando  se  o  líder  não  o  havia  reconhecido  ou  se  era  algum  protocolo  padrão  que  reve  não  prestou  atenção.  corlot  parecia  amar  essas  coisas.  ❛  ―  Alceu.  ❜  uma  pausinha  e  uma  reverência.  ❛  ―  Alceu  dispor.  ❜  depois  da  sua  piada,  corrigiu  a  postura  com  um  sorriso  sacana  de  quem  sabia  que  queria  dar  nos  nervos  do  superior  de  propósito.  ❛  ―  Tô  indo  comprar  um  presentinho  para  o  meu  lindo  e  maravilhoso  chefe.  ❜  com  uma  mão  no  peito  ficou  piscando  os  olhos  de  forma  melosa  para  o  mais  velho. ❛ ― Tô liberado ? ❜

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' E eu acho que você devia ganhar mais, se vão te obrigar a dar aulas de patinação além de fazer pratos excelentes ' brincou, sem saber exatamente qual era o combinado da mulher com o palácio, ou se o fazia apenas por diversão e boa vontade. Ao que parecia, ninguém ali estava sendo pago o suficiente para aguentar tudo o que tinham de aguentar. Mesmo que o trabalho não fosse esgotante - e era, com tantos convidados em Versalhes - o simples fato de ter de interagir diariamente com pessoas tão arrogantes era. Severin tinha certeza de que não era o único a pensar dessa forma, havendo uma cumplicidade silenciosa entre todos os funcionários. ' Bom, não posso ser pior que aquilo ' comentou, meneando a cabeça na direção do herdeiro a quem ela se dedicava antes dele se aproximar, que dava o seu melhor para não desabar no gelo. No entanto, ele não era muito melhor que o rapaz. Teve de rir com o encorajamento, rolando os olhos para Lune. ' Très gentil. Está até falando como uma professora de verdade '

˛ ⠀ ⠀ *   ⠀ ⠀eu acho que deveria ter mais, na verdade. ela comentou com o colega, sorrindo, mas quase sem tirar os olhos do pateta que agora tentava marchar de um lado pro outro do gelo como ela havia exemplificado. pelo menos ele estava de pé. num mundo ideal, o castelo teria contratado professores e pessoas completamente habilitadas para dar aulas, não uma pessoa como ela que sabia o que estava fazendo, mas que não tinha o dom da educação. aulas é uma palavra muito forte. ela acabou rindo, ficando um pouco mais calma de ter a companhia de uma pessoa normal. mas eu com certeza posso ensinar uma coisa ou outra. é um bom sinal que você está de pé, mesmo se segurando. ela mesmo já havia sido a pessoa que tentava fica de pé, mas seu corpo inteiro não concordava. ela tinha três anos na época, mas esse detalhe fica com ela, apenas. a temporada vai ser boa, até o fim do inverno você vai estar dando giros por aí. um pouco alto, um pouco para o membro da realeza de algum lugar um pouco para severin.

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Não era possível que ela estivesse pensando que era capaz de intimidar-lhe. Se fosse pelo desafio, ele com certeza já tinha enfrentado piores - em lugares piores, com pessoas piores. Na realidade, todo o treinamento recebido era bem pouco aproveitado num lugar como a corte, em que as maiores "ameaças" com que Severin se deparava, afora os rebeldes, eram princesas desesperadas por sapatos que achavam que tinham alguma autoridade sobre ele. Foi por isso que ignorou a pergunta, não querendo prolongar provocações. Fosse como fosse, ele tinha de respeitar aquelas pessoas, mesmo que elas não tivessem seu respeito real. Com a justificativa dada, o Cortot desceu os olhos apenas para se certificar de que ela não era uma centopeia. ' Não compreendo, mas acho que captei a ideia ' ele estava sendo sincero quando dizia que não sabia qual era a necessidade real de ter um sapato para cada evento, quando ela claramente tinha apenas dois pés. Se antes a loira havia feito segredo sobre o nome, agora o trazia cercado de pompa, confirmando as suspeitas de Sev de que ela era um membro da realeza. Não era difícil identificar quando tinha o rei na barriga. E mesmo que se tratasse de um membro da realeza, quanto àquela ali ele quase gostaria de poder relaxar na segurança. Não seria de todo mal se fosse, de repente, sequestrada pelos Guardiões. ' Não era minha intenção te atrasar, alteza ' meneou a cabeça, sabendo que ela esperaria ser tratada dessa forma. ' Onde mesmo os seus guardas estão lhe esperando? ' elevou uma das sobrancelhas, esperando que um deles aparecesse antes de liberá-la. ' A não ser que um deles apareça, este oficial pouco agradável as olhos não vai poder liberá-la '

˙ ˖ ⠀  ╱   seus olhos azuis ,  penetrantes e calculistas ,  observaram-no como se estivesse analisando um sujeito comum que ,  por algum motivo ,  tentava se sobressair .   ‘  sim ,  mundanas ...  precisa que eu te explique o significado ?  ’   disse ,  enquanto erguia levemente um dos cantos dos lábios em um sorriso irônico .  celestia piscou com fingida inocência ,  aproveitando seu talento nato de provocar as pessoas .  para ela ,  aquela conversa sequer precisaria estar acontecendo se o rapaz apenas liberasse-a para comprar seus malditos sapatos !    ‘  de fato ,  minha coleção de sapatos é extensa ,  mas ,  como você deve compreender ,  uma princesa nunca tem sapatos suficientes para todos os eventos reais que participa .  ’   mantendo seu ar de falsa inocência ,  olhou diretamente nos olhos do guarda e respondeu com um sorriso gentil ,  mas com um tom de voz que tentava imitar a majestosidade da princesa alba .  não era algo para se orgulhar ,  mas celestia era uma ótima mentirosa .   ‘  e quanto ao meu nome ,  é alba marion-inez de borbón y grecia .  princesa alba da espanha .  agora ,  eu agradeceria se pudesse me liberar para que eu possa continuar minhas compras .  meus guardas já devem estar esperando e descontentes com meu atraso .  ’   piscou de forma convincente ,  esperando que sua representação da princesa fosse suficiente para contornar a situação .  mas não antes de encerrar o assunto com uma última provocação .   ‘  dá para perceber ,  mi amor .  dizem que a beleza está nos olhos de quem vê ,  não é mesmo ?  ’

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James Valdez + 

The White Sweater Appreciation Post

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Era seguro dizer que a movimentação e a ameaça rebelde estavam o deixando atordoado, ao ponto de desempenhar algumas de suas tarefas no modo automático, sem se dar conta de que estava exigindo o nome de pessoas já conhecidas. ' Ah, pardon. Dia cheio ' se descupou, coçando a sobrancelha para disfarçar a timidez. Ele deveria ter prestado mais atenção. Sabia muito bem quem era Aylin. Alguns de seus homens eram subornados por conta do excelente trabalho desempenhado por ela. ' Acha mesmo que passaria despercebida? ' elevou uma das sobrancelhas, ao mesmo tempo em que cruzava os braços a frente do peito e a encarava. ' Um pouco de farinha não é suficiente para te esconder ' talvez fosse diferente se ela tivesse outra aparência, é verdade, e ele não era cego. Comprimiu os lábios ao ouvir a justificativa dada para sair do palácio. Não é como se ele pudesse barrar a passagem de todo mundo - isso seria impossível - e a desculpa de Aylin era válida. Sabia como comida podia ser essencial para os franceses. ' Seria melhor se alguém te ajudasse com as laranjas ' comentou depois de uma breve avaliação, sem saber quantas exatamente ela precisaria em se tratando de um banquete. Porém, de alguma forma, ele tinha virado alvo de preocupação. ' Você é médica? Pensei que tivesse dito que era confeiteira ' apenas depois de soltar que percebeu que a fala tinha saído mais brusca do que o desejado - é só que não estava habituado a ter quem se preocupasse com ele. ' Estou ótimo, senhorita. Agradeço pela preocupação. O que te faz pensar que estou prestes a ter um ataque cardíaco? '

Aylin pausou o caminho que fazia até a saída do palácio e encarou o mais alto com uma careta confusa por alguns segundos. Não, não tinha esquecido seu próprio nome e muito menos o seu cargo ali dentro, mas estava muito perdida com o comportamento do guarda. Tinha certeza que ele já tinha passado pela cozinha alguma vez durante o trabalho e provavelmente a tinha visto ali. "Ahn... Aylin? Da cozinha..." Apontou para trás, como se aquela fosse a direção do cômodo, apesar dele ficar no subterrâneo do palácio. Talvez lembrar do lugar o ajudasse a recordar com quem falava. "Eu sou a chef confeiteira. Faço os doces que servem aqui." Falava pausadamente como se estivesse preocupada com a possível mente sensível que ele tinha. "Isso é estranho, eu realmente pensei que me conhecesse, mas até faz sentido que não. Estou sempre coberta de farinha lá embaixo. É até bom que não tenha reparado, né?" Olhando pelo lado bom da situação, era melhor que Cortot não se recordasse do estrago que os ingredientes fazem com a confeiteira. "Sim...? Eu realmente preciso ir no orangerie para pegar laranjas e poder fazer a calda para a sobremesa do jantar. Tenho certeza que todos vão chegar com fome do desfile. Mas eu posso fazer isso mais tarde também... Se vai te deixar mais tranquilo." Os olhos castanhos da confeita agora assumiam um brilho preocupado. "Você parece que vai ter um ataque cardíaco. Quer um copo de água com açúcar?"

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Ele não estava disposto a ouvir as palavras bonitas de uma garota que havia recebido o melhor que o dinheiro podia comprar em termos de educação. Se aquela fosse uma batalha de argumentos, ela facilmente venceria, pela boa retórica. No fim, não eram as palavras que o incomodavam, mas a forma como falava com ele, e a maneira como parecia debochar. Ainda que fosse naturalmente enigmática, os sorrisos enigmáticos agora o incomodavam ao ponto de deixá-lo louco. Não podia se exaltar com alguém que estava muito acima dele, da mesma forma que não podia ter tocado nela. Era, de fato, tarde para se arrepender, como ela mesma pontuava - o estrago já estava há muito feito. De nada estava adiantando falar que aquilo não teria acontecido se ele soubesse quem ela era. ' Está mesmo questionando minha competência? ' perguntou, semicerrando os olhos ao mesmo tempo em que se inclinava na direção dela. ' Caso não tenha se dado conta, não é você, mas o que você representa. E não podemos dizer que é tão inofensiva assim ' negou com a cabeça, contendo o ímpeto de rir de si mesmo por ter se colocado naquela situação. ' Descobri seu nome verdadeiro por um pedaço de papel. Isso não faz de você a mais correta das pessoas ' pode ser que ele demorasse um pouco para digerir a história e as justificativas da alemã, mas era nítido que aquilo não tinha mais relevância para ela, considerando que se referia à história como algo a ficar no passado, e Severin era suficientemente inteligente para captar o recado. Foi por isso que anuiu com a cabeça, desviando os olhos para disfarçar a humilhação. ' Se prefere colocar nesses termos, alteza... Sinto muito por ter tomado o seu tempo '

˙ ˖ ⠀  ╱   ao ouvir a pergunta de severin ,  malee manteve uma expressão inabalável ,  revelando pouco sobre o que se passava em sua mente .  ‘  a vida é cheia de nuances ,  e muitas vezes somos mais do que apenas um título ou uma posição .  entendo as regras que você precisa seguir ,  mas às vezes ,  é preciso enxergar além delas . ’   ao finalizar ,  um sorriso sutil apareceu em seus lábios ,  revelando que malee estava consciente das percepções alheias ,  mas não se abalava por elas .  a medida que severin se aproximava ,  malee sentiu a proximidade dele como uma sombra momentânea ,  uma presença intensa que se destacava mesmo nos corredores movimentados do palácio .  ao sentir o toque firme em seu pulso ,  a hartmann não se retraiu ,  mas permitiu que suas feições expressassem sua determinação .  ‘  um pouco tarde para isso ,  não acha ?  ’  ela respondeu com um sorriso enigmático ,  seus lábios quase sussurrando as palavras .   ‘ quem diria que o destino de um profissional tão competente estaria tão intrinsecamente ligado a uma princesa inofensiva como eu ?  ’   sua voz ,  suave e controlada ,  ressoou com um leve traço de ironia enquanto ele se afastava .  ‘  todos nós gostamos de pensar que somos melhores do que as circunstâncias que nos rodeiam .  mas ,  você sabe ,  alguns de nós têm a sorte de ter o luxo de escolher quais regras seguir .  e outros ,  bem ...  ficam presos em suas próprias correntes .  uma pena porque me diverti no nosso romance de verão . ’  

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Assim que reconheceu a voz, ergueu os olhos de sua prancheta, relaxando os nós dos dedos, mesmo que não devesse - ele não devia se fazer tão confortável na presença de Valerie, não quando, na maioria das vezes em que se encontravam, ambos estavam trabalhando. Também não gostava de pensar que se tornava mais mole na presença de quem quer que fosse - exceto que isso não era todo verdadeiro, se considerasse o que ela acabava de mencionar. Uma espiada ao redor foi inevitável, para se certificar de que eram os únicos naquele corredor. ' Você quer que Paris inteira também fique sabendo? ' o tom devia ser de repreensão, porém, não tinha sido muito efetivo. Mesmo que fosse, ela não lhe daria ouvidos. Tudo o que a mulher parecia temer era a miséria e nada além disso. O sigilo se devia ao fato de que ele não queria ser acusado de estar dormindo com colegas de trabalho - não era muito ético de sua parte. ' Vou providenciar outro. Não posso deixar que ande por aí sem identificação ' um sorriso minúsculo surgiu nos lábios de Cortot, só porque ele sabia que essa era a forma mais efetiva de torturar a ex-duquesa. Ele também certamente se doeria se tivesse o que ela tinha tido e perdesse tudo de repente. ' Ir aonde? Você nem ao menos disse para onde estava indo, Valerie ' as provocações eram usuais da parte da ruiva, tirando seu foco do trabalho. ' Não consigo me manter suficientemente patriota quando você está por perto ' adicionou, como se essa fosse uma imensa falha de caráter. E apenas para provar seu ponto ele acabou dizendo: ' Não vá ao maldito desfile. Não fique próxima delas, ou dos carros '

em dia como aqueles, onde o trabalho era tanto, ela mal tinha tempo para reclamar ou ficar filosofando sobre a própria desgraça. claro, um comentário sarcástico ali ou acolá enquanto afofava uma saia ou saia correndo com fitas de cetim de cabelo sempre acabavam escorregando, afinal, a ex-duquesa não era de ferro, por isso o encontro com o chefe da guarda do castelo prometia muitos comentários agridoces e reclamações, afinal, já fazia pelo menos vinte minutos que ela não soltava nenhuma de suas ponderações mal humoradas. --- sério que não se lembra? --- A sobrancelha arqueada e o sorriso que ficava bem no meio entre o cruel e o divertido. --- você não pareceu ter dificildades de se lembrar na noite passada. --- as palavras escapavam quase como o ronronado de um gato. --- e sim, preciso passar, infelizmente, e não estou a passeio estou a trabalho. eu mostraria um passe de "staff" mas eu o queimei. --- a carranca atravessou seu rosto, mas não durou, apenas apareceu como um aviso "não vou usar aquilo e não pergunte o porque" mesmo que as razões do porque fossem óbvias e ela provavelmente iria relembrar a todos pela milésima vez recebendo o convite de contar ou não. --- posso ir? tenho certeza que alguma das meninas precisa de spray fixador. pode ser um emergencia. se um fio de cabelo ficar fora do lugar o país inteiro pode colapsar e será tudo sua culpa. não acha pouco patriótico da sua parte?

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Ela, de fato, ainda estava ali; ele só não sabia por quanto tempo mais. Tinha sido uma constante desde o término, como se ela sempre lhe escapasse pelos dedos, se mantendo o mais distante dele quanto podia, a mágoa ainda estampada em seu olhar sempre que o encarava, altiva. Desejava, com frequência, apagar aquela expressão do rosto alheio, o que seria impossível a curto prazo. ' Eu sei ' respondeu, mais para si mesmo do que para ela, enquanto metia as mãos nos bolsos e aguardava o início do espetáculo. Era possível que tivesse saído para a noite justamente por saber que aquele seria o lugar favorito de Emine naquela data, aquele para o qual ela com certeza correria assim que a meia noite se aproximasse. Aparentemente, a morena não se importava em experimentar de deja vus como ele se importava, não importando o quão doloridos fossem. ' Mas precisa confessar que está mesmo fugindo de mim ' exigiu, por saber que não teria outra oportunidade. Testou alguns passos na direção da mais nova, na esperança de que ela não saísse correndo. Milagrosamente, era uma abertura que via? A ferocidade com que a encarava diretamente quando respondeu era bem eloquente, assim como o passear de seus olhos pelos lábios dela: ' Sabe muito bem o que vou pedir ' não que suas preces fossem ser atendidas... Seria mais fácil se ele não se submetesse àquilo. ' E você? Já tem tudo de quê precisa? '

ainda que pudesse antever o rebater de cortot, a agitação foi inevitável após ele acusá-la em voz alta, desviando o olhar e mexendo nos cabelos. preferia pensar que era melhor em esconder seus sentimentos do que aquilo, mas ele sempre havia sido bom em lê-la de qualquer forma. incapaz de oferecer resposta satisfatória, preferia não dar a severin a satisfação de vê-la tentar, ciente de que o militar sabia a posição em que colocara-a no momento em que a questionara. ❛ ainda estou aqui, não estou? ❜ apesar de saber que estava mordendo a isca, era orgulhosa demais para simplesmente se retirar, deixando-o com suas próprias conclusões. ficava quase satisfeita com severin chegando àquela conclusão sozinho, no entanto, deduzia que o ex não fazia ideia de suas motivações, achando-se um santo e ela uma louca. ❛ à propósito, vim aqui não para fugir de você, mas porque gosto dos fogos. ❜ retornou ao assunto, completando mentalmente com um "caso ainda se lembre." era inevitável revisitar memórias, mas também era perigoso. 'um minuto', ouviu alguém anunciar dentro do salão, mordendo o próprio lábio ao que ponderava o que poderia dizer. ainda que fosse apreciadora do silêncio, era desconfortável permanecer assim naquela situação, e com o pender da cabeça em direção à ele, fingiu naturalidade ao perguntar: ❛ qual seu desejo para o próximo ano? ❜

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A fala fez com que Severin risse brevemente, por ter sido pego desprevenido. ' Ao seu ver todos os guardas são desagradáveis? ' não tinha se dado conta de que essa devia ser uma resolução comum, mas até que fazia sentido. Além disso, ele não fazia sua parte para que pensassem diferente - tinha sua cota de culpa. ' Talvez nem todas tenham o conhecido ' amenizou, embora parecesse pouco provável. Ainda assim, não precisava confirmar as suspeitas da mais nova sobre a indiferença em relação aos funcionários. Com o tempo, ela descobriria por conta própria, afinal, era também uma funcionária agora. ' Sim ' confirmou uma vez com a cabeça, sem rodeios. ' Dependendo de quem forem seus amigos. O palácio tem inimigos. Podem se aproveitar de sua posição para machucar pessoas '

"imagino que não, até entendo o motivo. você é um guarda, afinal, né? não pode ser tão gentil..." falou com certo pesar, já que parecia ser difícil manter o tempo todo aquela seriedade. "mas, achei gentil, sim. poucas pessoas se deram ao trabalho de perguntar ou desejar melhoras ao meu pai." abriu um sorriso curto, até mesmo fraco, porque ficou chateada no começo com a indiferença de alguns funcionários. então, lembrou de quem estavam falando e compreendeu. desviou o olhar, querendo afastar tais pensamentos, focando novamente na conversa e nele em seguida. "você acha que teria problemas meus amigos saberem, senhor?"

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Gostava de pensar que conhecia a maior parte dos funcionários do palácio. No entanto, com a avalanche de novos rostos que acompanhou a Seleção, nem todos lhe eram familiares. Tanto que a garota diante dele mais parecia uma nobre do que alguém do nível de Severin, mesmo que não tenha invocado qualquer título quando informou o nome. ' Tremblay, certo ' anuiu, reparando que ela não tinha pedido desculpas por ter esbarrado nele. Pelo visto, educação não era o seu forte, mas ele não faria caso com alguém que acabava de conhecer e que ainda estava avaliando. A urgência no tom alheio fez com que o Cortot semicerrasse os olhos - não gostava de ser apressado em seu trabalho e duvidava que aquela fosse mesmo uma emergência real. ' Quer dizer que está aqui a trabalho? ' elevou as sobrancelhas, tentando esconder um pouco da surpresa. Se tinha prazos e demandas como ele, então era porque a resposta para sua pergunta era positiva. ' Na verdade, senhorita... ' iniciou, olhando o relógio de pulso ' todas as lojas já devem estar fechadas. Também não recomendo que deixe o palácio apenas por conta de uma peça. É mesmo assim tão urgente? '

Suas tias tinham passado uma lista da maioria dos funcionários do palácio e foram bem certeiras quando pediram para evitar bater de frente com qualquer guarda, para evitar dores de cabeça, sabendo que Esmée podia ser um tanto complicada quando irritada. E não era um bom dia, porque tinha notado que sua encomenda foi trocada e ela precisava daquele pincel especifico, nenhum o substituiria; mas não era ruim ter um pedido errado, o ruim era ter que voltar até a cidade e trocar a peça. Tanto que tentava repassar o que falaria na loja, temendo que não realizassem a troca, quando a testa bateu contra algo e a moça só conseguiu olhar para cima e respirar fundo, era tudo que precisava. — Esmée Tremblay. — Respondeu a contra gosto, tentando não ultrapassar o rapaz, a loja podia fechar a qualquer momento. — Preciso ir trocar uma compra errada, tipo, agora. A loja pode fechar e se eu ficar sem essa peça, não vou cumprir um pedido importante. — Explicou com pressa, não aceitaria ser interrompida quando tinha um presente a terminar. — O desfile vai interromper o comércio em breve, não sei se a loja vai abrir depois, então preciso mesmo ir. 

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O cenho de Severin se franziu ao perceber que agora era ela quem ria dele, o que imediatamente interpretou como deboche. Aquela devia ser uma das mais indisciplinadas e não perceber nem um terço do sacrifício das pessoas que estavam por trás da Seleção. Ora, respirar. ' Perdeu o direito de respirar o ar que quiser no momento em que se inscreveu para fazer parte da competição. Sinto muito ' ele não estava tão desolado assim, tanto que sua voz saiu completamente mecânica, como se estivesse ditando pela milésima vez aquele protocolo. A fala seguinte pergou o Cortot desprevenido, no entanto. Ele não diria que ela era uma francesa genérica depois de uma análise mais acurada de seus traços, mas não lhe cabia fazer esse tipo de observação. ' São quantas de vocês agora? Quinze? Isso nem mesmo é um número alto. Até mesmo as genéricas vão ter seus rostos gravados, pode apostar ' rebateu, depois de um tempo pensativo. Duvidava que ela fosse considerar seu argumento convincente, mas ele adotaria outros métodos se palavras não fossem suficientes. ' Vamos permanecer no trem e retornar para o palácio. Agora, retome o seu assento ' indicou a cadeira livre. ' Para evitar acidentes '

Acabou rindo, mas ao se dar conta da posição imponente a qual o homem ocupava, conteve-se quase que de imediato. Crispando os lábios para esconder qualquer mínima expressão risonha, não queria que parecesse que estava debochando. "Felizmente não tenho mais doze anos, senhor. Sei o que autorizar significa. É que ainda é muito surpreendente precisar de autorização para... Respirar. Mas compreendo, tentarei fazer isso na próxima vez." De certo que existiam milhares de críticas a serem feitas sobre sua estadia em Versailles, mas aquela poderia ser a maior de todas. Azélie detestava ser controlada, fosse quem fosse. "Podem ter visto, mas o senhor há de convir que sou bastante genérica. Uma francesa qualquer." Era exatamente aquilo que acaba sendo, no fim das contas. "São muitas garotas, acho que ninguém vai notar. Mesmo porque, todos estão preocupados demais com o natal."

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' Posso ver ' foi tudo o que ele disse, direcionando a ela um estreito sorriso. Nada podia fazer se seu trabalho se resumia justamente a identificar falsas informações - a segurança do reino dependia disso. Ainda assim, percebia as intenções por detrás da mentira da princesa, quase tão inofensivas quanto ela própria. Se ele ainda era capaz de julgar pessoas por uma primeira impressão, diria que não tinha com o que se preocupar em relação àquela. ' Sua segurança não é um incômodo para nós da segurança. Na verdade, é precisamente nosso único trabalho ' frisou, para que ela compreendesse que ele falava a sério. ' Se não houver homens à disposição, eu mesmo vou acompanhá-la ' não seria o ideal, considerando o desfile que se aproximava, porém, não deixaria que deixasse Versalhes sem proteção alguma.

Engoliu em seco ao vê-lo supor exatamente o que mais temia, por sorte, sabendo controlar sua expressão de pânico ao quase ser pega em uma mentira. Às vezes, o fato de ter nove irmãos era o que a fazia sair ilesa de situações como aquela. "Sou uma péssima mentirosa, senhor." Sobre aquilo, definitivamente, não mentia. E esperava que uma verdade dentre tantas inverdades, a fizesse soar minimamente mais natural. Sua irmã Teresa havia lhe ensinado aquilo, afinal. "E sei que é não é o momento mais adequado para passeios, mas não tenho outra alternativa. Não queria deixar ninguém sem presentes." Apelando para o que sabia fazer de melhor, que resumia-se em seu olhar de coitada, encarava o homem com expectativa. "Também não quero incomodar ninguém da segurança, além do mais, prometo que será bem rápido."

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Era de se esperar que rebeldes chegassem ao palácio mais bem treinados. Nenhum deles devia esboçar tamanho nervosismo diante de uma sabatina. Como reagiria o outro, então, frente a um interrogatório oficial? Talvez fosse algo a ser descoberto no futuro, se aqueles rolos de câmera registrassem algo que fosse do interesse da Coroa preservar. Tudo o que Severin esboçou inicialmente, ante a explicação, foi um resmungo de concordância. Não entendia muito a respeito daquele mundo comercial e plastificado, mas tinha de fingir que sim. ' Uma extensão do reality show, então ' não era de todo incomum, exceto que a única experiência pretérita que tinham tido havia sido Illéa. Pelo que ele sabia, o país tinha espremido ao máximo da Seleção para encher seus cofres, e cineastas também viam suas contas bancárias crescerem exponencialmente quando se envolviam em produções do tipo. Era ter a certeza de que o produto venderia. Ainda assim, era impossível não trazer uma narrativa na direção. O documentário seria tudo, menos apolítico. ' É o que vamos ver quando você lançar ' retrucou, se referindo justamente ao termo usado por Kim, como se soubesse mais ' Se não por política, o que pretende ganhar com isso? Dinheiro? Fama? ' aquela não era um pergunta que lhe interessasse tanto ou que o outro tivesse de responder para passar pela segurança. O Cortot queria apenas testar a moral do homem. ' Devia andar com suas credenciais à mostra. Da próxima vez, pode não ser alguém tão compreensivo ' comentou, ao perceber que ele hesitava para mostrar o crachá.

"Bem..." Não gostaria de ter que ficar novamente tentando se provar ser quem era. O nervosismo estava claro em seu rosto mais do que deveria, tinha total noção que pareceria suspeito se continuasse daquela maneira, mas realmente não tinha como escapar daquilo sem... Pera. Ele parou para pensar, ele tinha aquele crachá ou algo do tipo que haviam lhe entregue no começo de tudo. "Ah..." Ele tentou olhar de volta para a sua câmera tentando pensar em como falar aquilo. "Seria sobre o backstage da seleção, seria um documentário comercial que sairia algum tempo depois, bem apolítico, não sei porque teria um." Ele disse, a ultima frase pareceu um pouco forçada, mas não sabia o que mais falar. Ele tinha noção dos rebeldes e estaria mentindo se dissesse que não lhe fora oferecido algumas oportunidades de tornar aquilo em algo diferente, mas não era como se um documentário à frente de guardas pudesse começar dizendo que tinha algum viés politico. "Eu tenho um... Um crachá, um segundo." Conseguia sentir ele em seu pescoço, mas era uma pessoa que sentia bastante frio, então tinha camadas de roupa por cima e não queria parecer suspeito procurando coisas. "Posso pegar, senhor?"

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Se recordava da personalidade forte, porém, agora que sabia o que ela era, isso assumia ares totalmente novos, como se Hartmann fosse alguém a ser temido; alguém que não estava ao alcance dele. Podia ter a falsa ilusão de que títulos nobiliárquicos não lhe causavam nenhum impacto, mas sua hipocrisia não enganaria para sempre. Ouvir a admissão de que ela não pretendia contar fez com que chegasse rapidamente à conclusão de que ele era, muito provavelmente, um ninguém aos olhos dela, e era por isso que Severin não se relacionava com esse tipo de gente - afora toda a burocracia envolvida e limites que não ousava cruzar. ' Por que era muito difícil para você ser só a princesa da Alemanha? ' o Cortot teve vontade de rir, mas se limitou a um riso seco e rápido. Sua impulsividade aparecia nessas horas, não sendo raro que dissesse palavras das quais se arrependia mais tarde. E assim como ele era incapaz de se colocar no lugar dela por não ver dificuldade em sua vida completamente programada, Malee também era incapaz de fazer o mesmo, se debochava do que ele havia acabado de falar. Ele não queria mesmo dizê-lo em voz alta; não porque não tivesse coragem, mas porque não queria propagar aos quatro ventos o erro que tinha cometido sem se dar conta. Foi por isso que se aproximou da mais nova, para que não precisasse erguer a voz, soltando, entredentes, enquanto segurava o pulso alheio, para enfatizar: ' Sim, alteza. Eu poderia perder minha posição simplesmente por tocar em você ' não só seria visto como um péssimo profissional, como também alguém que não tinha o mínimo de ética. Por saber que ela estava certa que as palavras seguintes serviram como verdadeiro repelente, tendo Severin soltado o braço da princesa como se tivesse levado um choque. ' Gosto de pensar que sou melhor do que isso '

˙ ˖ ⠀  ╱   malee encarou severin com uma expressão firme ,  seus olhos não vacilando diante da intensidade do momento .  ela não era do tipo que se esquivava de confrontos ,  e isso transparecia em sua postura determinada .  respirou fundo ,  uma tentativa de organizar seus pensamentos e abordar a situação com clareza .   ‘  eu não pretendia contar a verdade inicialmente . ’   admitiu ela com sinceridade .   ‘  minha intenção era viajar incógnita ,  sem o peso do título real .  achei que isso me daria uma perspectiva diferente e me permitiria experimentar a vida de uma maneira mais autêntica .  encontrá-lo sob essas circunstâncias não estava nos meus planos .  ’   ela pausou por um momento ,  permitindo que suas palavras se assentassem .  a atmosfera na sala ganhava um caráter quase teatral ,  cada palavra trocada carregada de nuances e significados profundos .   ‘  perder sua posição por ter se envolvido comigo ,  é isso que quis dizer ?  não é difícil falar em voz alta ,  sabia ?  ’   questionou ,  completando a frase que ele havia deixado inacabada . ela cruzou os braços ,  aguardando a resposta de severin ,  como se desafiasse a claridade das palavras que ele havia hesitado em pronunciar .  a atitude de malee revelava não apenas sua determinação em enfrentar a situação ,  mas também sua insistência em abordar as questões de maneira direta e sem rodeios ,  como convém a uma mulher de sua posição .   ‘  convenhamos ,  até parece que mudaria algo se você soubesse da verdade .  ’