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MINT RANCHRAWEE AMONG THE FLOWERS 💐

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౨ৎ    ⠀    closed    ⠀    ⏤    ⠀    @kadeohamburguerdesselanche.

౨ৎ    ⠀    location    ⠀    ⏤    ⠀    barraquinha  de  jogos.

reencontrar  kaden  logo  após  se  mudar  para  o  outro  lado  do  mundo  definitivamente  não  era  o  ideal .  havia  anos  desde  que  havia  parado  de  ficar  nervosa  perto  dele ,  porém  agora  todas  as  vezes  que  o  via  quando  passavam  um  pelo  outro  nas  ruas  de  monte luna,  uma  onda  esquisita  de  timidez  se  apossava  dela .  era  como  se  os  dois  fossem  adolescentes  novamente .  sienna  suspirou  tão  logo  se  aproximou  da  barraquinha  de  tiro  ao  alvo  e  lá  estava  ele:  tão  bonito  quando  da  última  vez  que  o  admirou  de  longe ,  enquanto  comprava  pães  doces  na  la  piccola  luna .  ela  já  não  o  evitava  mais ,  entretanto ,  a  ideia  de  uma  aproximação  lhe  despertava  certa  estranheza .  naquela  vez  em  questão ,  estava  disposta  a  empurrar  aquela sensação estranha que atingia seu  estômago só  pela  mínima  probabilidade  das  um  dia  voltarem  a  ser  como  antes .  te  pago  um  daqueles  tiramisus  enormes  que  as  freiras  estão  vendendo ,  se  você  ganhar  esse  ursão  pra  mim .  ela  sorriu  brilhantemente ,  ignorando  a  pontada  que  sentiu  em  seu  peito  por  finalmente  conseguir  falar  com  ele tão naturalmente ,  da  mesma  maneira  que  anos  atrás ,  quando  não havia aquela barreira que , ao seu ver , parecia tão intransponível entre os dois.

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i. The Unabridged Journals of Sylvia Plath, Sylvia Plath / ii. As Consciousness Is Harnessed to Flesh: Journals and Notebooks 1964-1980, Susan Sontag / iii. Suddenly, It's December, Margaux Paul / iv. Waiting for This Story to End Before I Begin Another, Jan Heller Levi / v. The Picture of Dorian Gray, Oscar Wilde / vi. The Letters of Gustave Flaubert: 1830-1857, Gustave Flaubert / vii. unknown / viii. @inanotherunivrse / ix. @violentcherries / x. Heaven, Mieko Kawakami (thank u @aworsening for attaching the sources)

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tag drop.

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parabéns,  mookjai  ‘sienna’  atchara!  você  recebeu  uma  carta  de  aceite  no  programa  una  casa  per  1  euro  e  agora  uma  casa  aos  pedaços  com  uma  vista  bonita  demais  para  desistir  lhe  espera  em  monteluna.  seu  registro  diz  que  você  tem  vinte  e  sete  anos  e  veio  de  new  york,  d.c.  seus  antigos  vizinhos  dizem  que  você  é  alguém  alto  astral,  mas  também  inconsistente,  talvez  seja  justamente  isso  que  te  trouxe  até  aqui.  por  enquanto,  tudo  que  sabemos  é  que  você  se  parece  muito  com  mint  ranchrawee,  será  que  já  podemos  te  chamar  de  sisi?  benvenuto  a  monteluna!

qual  casa  você  escolheu?  palazzo  moretti.

aesthetics:  coleção  de  saltos  scarpins  abandonada  no  armário,  obras  inacabadas  escondidas  pela  casa,  roupas  com  manchas  de  tinta  óleo  que  nunca  sairão,  levar  flores  para  casa  todos  os  dias  depois  do  trabalho  na  cesta  da  bicicleta.

mookjai  atchara  nasceu  em  bangkok,  a  vibrante  capital  da  tailândia,  conhecida  por  ser  o  berço  cinematográfico  do  país,  além  do  cenário  dos  famosos  lakorns,  cada  vez  mais  exportados  para  o  exterior,  vida  noturna  agitada  e  cultura  rica.  ela,  no  entanto,  nunca  teve  tempo  para  apreciar  as  belezas  de  seu  país.  sua  mãe  era  uma  mãe  solteira,  que  criava  o  filho  que  foi  grupo  de  uma  rapidinha  nos  fundos  de  alguma  boate  que  ela  sequer  lembrava  o  nome.  a  vida  se  demonstrou  de  extrema  dificuldade  para  ela,  que  tentava  arranjar  tempo  para  trabalhar  e  se  dedicar  à  educação  da  única  filha.  até  os  oito  anos  de  idade,  ele  era  apenas  mookjai  atchara,  uma  garotinha  que  vira  e  mexe  era  vítima  de  piadinhas  na  escola  sobre  a  ausência  do  pai.  a  ideia  de  uma  figura  paterna  sempre  foi  abstrata  para  ele  até  que  seu  padrasto  entrasse  em  cena.  ele  era  um  homem  bom  e  afortunado,  que  amava  sua  mãe  incondicionalmente,  só  não  era  o  maior  fã  da  bagagem  que  ela  trazia.  mesmo  assim,  ele  lhe  deu  um  novo  nome  e  a  adotou  como  filha,  pagando  escolas  particulares  de  elite  e  aulas  em  atividades  extracurriculares  para  que  o  futuro  dela  fosse  garantido  na  universidade.  até  os  oito  anos,  atchara  era  alguém  de  uma  família  humilde,  filha  de  uma  mulher  que  trabalhava  quase  doze  horas  por  dia  para  lhe  prover  o  mínimo.  de  repente  ele  era  sienna  mookjai,  a  filha  de  um  figurão  respeitado  da  bolsa  de  valores  de  new  york.

atchara,  agora  conhecida  como  sienna,  adaptou-se  sem  muitas  dificuldades  a  sua  nova  realidade,  afinal,  quem  não  iria?  primeiro,  ficou  embriagada  com  os  pequenos  luxos  que  sua  nova  vida  lhe  permitia:  banhos  quentes,  comer  o  que  queria  quando  queria,  sem  se  preocupar  se  iria  faltar  no  dia  seguinte,  não  precisar  contar  moedas  sempre  precisava  fazer  compras  no  mercado  ou  recusar  uma  excursão  da  escola  por  falta  de  dinheiro.  até  finalmente  começar  a  aproveitar  a  reconfiguração  que  sua  realidade  sofreu,  usando  a  fortuna  de  seu  padrasto  para  benefícios  que  não  envolviam  apenas  necessidades  básicas  humanas.  há  quem  diga  que  sienna  tem  o  nariz  em  pé,  mas  a  verdade  é  que  ele  nunca  se  esqueceu  de  suas  raízes  simples,  personificando  a  mesma  garotinha  pobre  de  oito  anos  de  idade  em  situações  diversas  sem  nem  se  dar  conta.  ela  acredita  muito  fielmente  em  pagar  a  qualquer  força  cósmica  existente  pelas  coisas  boas  que  a  vida  dá,  por  isso  está  sempre  por  aí  fazendo  doações  a  ongs,  fazendo  trabalhos  voluntários  e  dando  gorjetas  gordas  quando  frequenta  restaurantes.  numa  tentativa  de  compartilhar  o  que  tão  generosamente  recebeu  do  destino.

a  vida  de  sienna  a  partir  dos  oito  anos  –  e  até  os  vinte  e  sete  –  correu  pacificamente,  para  muitos  ela  tinha  a  vida  perfeita.  estudou  belas  artes  na  tisch,  saindo  de  lá  com  o  bacharelado  e  a  perspectiva  de  um  mestrado  no  exterior.  foi  na  tisch  que  conheceu  seu  noivo,  um  artista  que,  apesar  da  boa  técnica,  não  era  tão  talentoso  quanto  ela,  o  que  com  o  passar  dos  anos  fez  com  que  um  rancor,  já  enraizado,  crescesse  exponencialmente  no  relacionamento  dos  dois  sem  o  conhecimento  de  sienna.  foi  apenas  poucos  dias  antes  do  casamento  que  tudo  ruiu.  a  aceitação  de  sienna  no  programa  de  mestrado  de  uma  universidade  italiana  enfim  chegou  em  seu  email,  e  durante  todo  o  dia,  ela  teve  que  lidar  com  o  mau  humor  estranho  do  noivo  logo  após  receber  a  notícia.  os  preparativos  para  o  casamento  seguiu  conforme  o  pré-estabelecido,  porém  na  noite  antes  do  casamento  o  –  agora  ex  –  noivo  a  surpreendeu  com  um  ultimato:  se  ela  quisesse  prosseguir  com  a  cerimônia,  teria  que  abdicar  do  mestrado.  e  após  passar  uma  madrugada  inteira  se  debulhando  em  lágrimas  e  aparecer  no  salão  para  se  maquiar  para  o  casamento  com  os  olhos  inchados,  sienna  finalmente  tinha  tomado  uma  decisão.  apareceu  na  cerimônia,  o  vestido  bonito  costurado  e  bordado  apenas  para  a  ocasião  com  pedrarias  ofuscantes,  reluziu  às  portas  da  igreja  quando  ela  anunciou  que  não  poderia  continuar  com  o  casamento,  antes  de  voltar  para  a  limusine  apressadamente.  ela  não  queria  lidar  com  as  perguntas,  ou  com  os  olhares  consternados.

com  vergonha  de  confrontar  até  mesmo  a  mãe  e  o  padrasto,  temendo  tê-los  feito  passar  por  um  vexame,  sienna  ficou  desnorteada,  sem  saber  para  onde  ir.  sem  saber  para  onde  ir,  ainda  trajando  o  longo  vestido  de  noiva  e  com  a  maquiagem  arruinada,  ela  ignorou  o  fuso  horário  e  mandou  mensagens  para  penelope,  uma  grande  amiga  que  havia  se  mudado  para  uma  cidadezinha  chamada  monteluna,  na  itália  há  algum  tempo,  recordando-se  de  que  em  uma  das  chamadas  entre  as  duas,  ela  havia  comentado  que  estava  tendo  dificuldades  para  reformar  um  casarão  antigo  que  havia  comprado.  com  o  visto  para  itália  por  causa  da  intenção  de  fazer  o  mestrado  no  país,  ela  viajou  naquela  mesma  noite  no  estilo  mais  blair  waldorf  possível  –  como  uma  noiva  fujona.

a  intenção  de  sienna  ao  se  mudar  para  monteluna  e  morar  com  a  amiga,  era  viajar  para  roma  diariamente  para  as  aulas  e  reuniões  do  seu  mestrado,  porém  ao  tomar  conhecimento  de  que  a  escolinha  da  cidade  estava  precisando  de  uma  professora  de  artes,  ela  decidiu  se  voluntariar  para  a  vaga.  felizmente,  a  diretora  da  escola  não  se  importou  com  o  fato  dela  ter  somente  o  bacharelado  e  a  contratou  imediatamente.  sienna  ainda  pensa  em  fazer  o  mestrado,  mas  com  a  dificuldade  para  se  adaptar  à  nova  rotina  de  professora,  ela  optou  por  postergá-lo.