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skam-espm-blog · 6 years
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Aulário (aula 11)
Conteúdo visto em aula: Teorias da mídia - Cultura da mídia
Semiótica da cultura:
“Cultura é um sistema vivo que sobrevive do trânsito de fluxo do sentido. Sua unidade mínima é o signo… Este nunca é um significado absoluto, sempre é consequência de um percurso histórico. O texto da cultura não é apenas verbal, mas em qualquer linguagem”;
Cultura é a construção e circulação de significados (signos). Quando esta é aplicada através da mídia, gera resignificações por meio da mesma;
O signo é constituído pelo “significante” (linguagem) e pelo significado (cultura + significado). Sem o significante não existe significado;
A mídia desloca significados, ou seja, de forma hegemônica ela cria novos significados;
Código: é um sistema de regras, de vinculações entre signos;
Há três tipos de códigos que podem ser ativados: Primários (necessidade biológica), Secundários (construção gramatical e informação binária) e Terciários (central na semiótica -teoria da cultura: significa muito mais; cultura como um sistema vivo e dinâmico);
Tanto os códigos primário quanto os secundários ainda não são cultura, apenas os terciários;
Binariedade dos códigos terciários: fundamenta-se na troca que acontece no mundo material;
Polaridade dos códigos terciários: Há a necessidade de dar valor em primeiro lugar, depois se toma a decisão;
Assimetria dos códigos terciários: O pólo marcado negativamente é percebido ou sentido muito mais fortemente do que o pólo positivo;
“Há uma tendência para que a dor das perdas apresentem-se um tanto maior que o prazer dos ganhos”;
Cultura da mídia constrói a “Sociedade do espetáculo”;
“O espetáculo apresenta-se como algo grandioso, positivo, indiscutível. Sua única mensagem é o ‘o que aparece é bom, o que é bom aparece’. A atitude que ele exige por princípio é aquela aceitação passiva que, na verdade, ele já obteve na medida em que aparece sem réplica, pelo seu monopólio da aparência”;
O espetáculo é aquilo que choca as pessoas, algo chocante. “Espetacularizar” o dia é tornar algo nele extraordinário.
Aplicação dos conceitos no conteúdo da série SKAM:
Com base nos conceitos estudados acima, mais especificamente o que foi chamado de “sociedade do espetáculo, é possível relacioná-lo com alguns personagens da série televisiva, tais como: Vilde, uma das personagens principais do grupo de amigas em SKAM, que é apresentada como uma menina um pouco avoada e inocente, que se importa com coisas “fúteis” e está sempre tentando arrumar um jeito de ficar com o garoto por quem ela tem sentimentos. A personagem sempre carrega consigo um comentário, ás vezes, até mesmo preconceituoso retratando a inocência e falta de noção por parte da menina. Além disso, Vilde é a garota mais animada dentre as amigas, sempre as convidando para ir em festas e tentando se enturmar com outros colegas, a fim de se tornar popular.
Entretanto, nas temporadas seguintes, a série revela um outro lado da menina. Na segunda temporada, é mostrado que, apesar da garota ter uma personalidade muito marcante por sua animação e humor, ela é muito insegura em relação a sua aparência e começa a se comparar com uma de suas amigas, cuja ela considera mais bonita. Além disso, ainda nessa temporada, Vilde apresenta seu lado mais sexual, quando ela vive uma experiência lésbica com sua amiga, Eva, o que antes ela dizia que nunca faria. Já na quarta temporada, quando a personagem está em um relacionamento sério com um de seus colegas, Magnus, a série mostra mais um aspecto na vida dessa personagem que nenhum de seus amigos poderiam imaginar: sua mãe sofria de depressão e não saia da cama, fazendo com que se acumulassem diversas dívidas para a menina pagar sozinha, já que morava somente com a mãe, além de ter que cuidar da mesma.
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Usando os exemplos acima, sobre a personagem Vilde, podemos fazer uma relação com o conceito de “sociedade do espetáculo”, uma vez que a série, de forma gradual, foi mostrando como a menina escondia suas maiores adversidades dentro do ambiente escolar e de seus amigos, mostrando ser uma pessoa totalmente diferente do que realmente era, sem problemas, liberal e festeira, quando na verdade, ela enfrentava situações mais difíceis sozinha.
Ao final da série, podemos perceber que a personagem enfrentava sérios problemas de auto estima e dentro de sua casa e não se abria com os outros, pois queria que o colégio e suas amigas fossem seu refúgio, seu porto seguro, onde tudo ainda poderia como ela sempre quis. Assim, escondendo a verdade de todos, Vilde mostrava se preocupar com assuntos mais “fúteis”, como a junção do grupo de amigas para formar o “Russ-Bus”, dando uma impressão distinta sobre si mesma para os colegas ao seu redor.
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Outro exemplo que pode ser citado é o dos “Penetrators”, o grupo mais popular de meninos do colégio, o qual pertenciam os personagens Chris e William. Esses dois protagonistas são representados desde o início da série como os “Fuckboys”, os garotos mais desejados entre as meninas e mais invejados entre os meninos. Os “Penetrators” representavam praticamente uma marca, todos que pertenciam a esse grupo de “Russ-Bus” tinham o mesmo comportamento, a mesma fama de “pegador”, o mesmo estilo e também o mesmo apelo a ostentação.
William, o líder dos “Penetrators” era a personificação de todos os meninos combinados. Ele era o mais rico; sempre usava um porsche para ir ao colégio; tinha o estilo de “fuckboy”, além da fama de “pegador”, com quem todas as garotas gostariam de se relacionar. Essa personalidade fica marcada ainda mais após o episódio no qual William humilha Vilde, que era apaixonada por ele, dizendo que não se lembrava dela após a noite em que passaram juntos, fazendo com que todos os colegas de seu grupo o idolatrassem.
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Entretanto, nesse mesmo episódio, Noora, amiga de Vilde, quando ouve as palavras do menino e vê o quanto sua amiga fica magoada, vai falar com William e consegue humilha-lo na frente de todos. A partir disso, o garoto passa se interessa por Noora, já que ela foi a primeira garota que lhe falou a verdade sem se preocupar com seus sentimentos. Assim, na sequência dos episódios, o menino passa a tentar conquistar a garota, que a princípio não quer se envolver com ele por conta de sua reputação com as meninas e por sua amiga ser apaixonada por ele. Entretanto, ao longo do tempo, Noora e William começam a se conhecer melhor e passar mais tempo juntos, fazendo com que os dois se apaixonassem perdidamente um pelo outro, fazendo com que a menina percebesse que ele era diferente do que mostrava ser quando estava com seus amigos e no colégio. William demonstra uma nova personalidade e revela diversos traumas e problemas familiares que ele possui.
Dessa forma, podemos relacionar com o conceito visto em sala, uma vez que esse personagem sempre quis passar uma imagem de si mesmo aos outros de homem forte, “durão”, pegador e poderoso, para assim, ter uma reputação da qual se orgulhasse. Entretanto, após se envolver com Noora, apaixonado, ele muda alguns de seus comportamentos e revelando-se um homem diferente.
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skam-espm-blog · 6 years
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Aulário (aula 10)
Conteúdo visto em aula: Teorias da mídia- Contrato de comunicação 
Contrato de comunicação: 
Todo discurso depende, para a construção de seu interesse social, das condições específicas da situação de troca na qual ele surge;
A situação de comunicação constitui assim, o quadro de referência ao qual se reportam os indivíduos de uma comunidade social quando iniciam uma comunicação;
Exemplos de discurso: jornalístico, publicitário, literário, etc;
Charadeau: para haver um contrato de comunicação deve haver um recíproco conhecimento entre leitor e veículo em relação á linguagem e á situação em questão;
Ambos devem ser parceiros na “troca linguareira” e devem estar ligados por um tipo prévio de acordo modulado por dados internos e externos;
Dados internos: dizem respeito ás restrições do discurso no ato de comunicação. Estão mais ligados ás maneiras de falar e aos papéis de cada ator na prática do discurso. São constituídos das “regularidades comportamentais” dos atores sociais que participam das trocas discursivas. No caso de revistas, por exemplo, a própria revista, seus jornalistas, seus editores e respectivos leitores;
Dados externos: estão relacionados aos dispositivos e ás suas restrições materiais. Para a revista impressa, por exemplo, os dados externos são constituídos pelo formato, tipo de papel, tecnologia de impressão e pelos elementos de sua diagramação. Os sites apresentam a tecnologia, os bancos de dados, a diagramação das páginas da web e a linguagem de programação utilizada como exemplos de seus elementos externos;
A produção gera a construção da marca através da publicidade e da experiência de venda para obter o consumo;
Produção (identidade): nome, país de origem, logomarca, slogan, sons, aromas, formatos, cores, sabores;
Construção da marca/experiência de venda através da publicidade: rádio, TV, revista, cinema, promoção, web, outdoor, celular, merchandising, etc;
Consumo (imagem): imaterial, comparativa, percepções, preferências, comportamentos, atitudes, lembranças, valor funcional/ emocional, e de  auto-expressão;
A ruptura de contratos anteriores é necessário para ganhar outros mercados. Ocorre a ruptura também quando não se atinge a expectativa.
Aplicação dos conceitos no conteúdo da série SKAM:
Com base nos conceitos vistos em aula, pode-se fazer uma análise em relação a própria série norueguesa por si só. SKAM é uma série de televisão que retrata o cotidiano de adolescentes noruegueses de classe média alta em Oslo, na Noruega. Até então, podemos reconhecer que não há muitas diferenças em relação as séries produzidas em Hollywood, principalmente para este público-alvo, que são os jovens. Assim, podemos citar diversas séries que abrangem esse mesmo tema: o cotidiano de adolescentes e seus dramas diários, tais como: Gossip Girl, Pretty Little Liars, Degrassi, Riverdale, That 70´s show, Gilmore girls, etc; o que já cria uma certa expectativa por parte de seus consumidores em relação a série, por terem tantas referências semelhantes com todas essas outras citadas acima.
Entretanto, quando a série se inicia já podemos notar algumas diferenças em sua produção, tanto no roteiro quanto no formato e cronologia na qual os episódios acontecem. Além disso, também podemos notar que alguns assuntos trazidos pelos jovens personagens são diferenciados e mais intensos em relação as outras séries “Teen”.
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Já na segunda temporada fica mais evidente sua distinção, uma vez que abrange assuntos mais sérios como abuso sexual e feminismo, o que pode gerar uma quebra de expectativa por parte de seus telespectadores, mas por outro lado, abrangendo mais seu público.
Nessa temporada, Noora, a personagem principal nesses episódios, vai a uma festa, acaba bebendo demais e quando acorda no dia seguinte não se lembra de nada que aconteceu. A menina entra em pânico quando o irmão de seu namorado mostra fotos dela nua naquela noite, assustando-a ainda mais. No fim, a menina procura ajuda das autoridades e conversa com pessoas que estavam no evento para entender o que houve.
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A mesma quebra de expectativa pode acorrer na terceira temporada, quando SKAM traz para as telas o cotidiano de um personagem que se descobre gay, retratando o assunto da homossexualidade.
Nessa temporada, Isak, o personagem principal, entra em um processo de auto-descoberta e ao final, faz um lindo discurso falando sobre aceitação. Além disso, a série ainda abrange brevemente o tema da doença psiquiátrica, Bipolaridade, e como ela deve ser tratada de forma natural.
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Por fim, na quarta temporada, a série abrange o assunto da religião, tendo como principal personagem uma menina muçulmana que vive na Noruega e tem costumes e valores diferentes e apesar disso, convive com jovens de outras religiões e se encaixa em um grupo de amigas, no qual todas tem diferenças entre si.
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No último episódio da série mais especificamente, Sana, a menina muçulmana, dá uma festa para comemorar o “fim de seu jejum”, que  os muçulmanos devem fazer abstendo-se de fumar, beber, comer, ter relações sexuais desde o nascer do dia até o anoitecer durante o mês do Ramadã, todos os seus amigos comparecem ao evento. Ao final, um de seus amigos, Jonas, lê um discurso feito por Noora, em homenagem a Sana, dizendo:
“Querida Sana, esse discurso é para você. E você recebe esse discurso porque o fato de nos convidar hoje derruba o presidente americano amanhã. Vivemos em um mundo caótico onde é difícil entender as regras. Porque algumas pessoas são pobres e outras ricas? Porque alguns têm que fugir enquanto outros estão seguros? Porque algumas pessoas são jogadas na rua? E porque, algumas vezes, quando você tenta fazer algo de bom ainda é visto com ódio? Não é estranho as pessoas desistirem ou deixarem de acreditar no bem. Mas obrigado por não desistir, Sana. Porque mesmo que algumas vezes pareça, nenhuma pessoa está sozinha. Todos (e cada um de nós) somos uma peça importante no grande caos e o que você faz hoje terá efeito amanhã. Pode ser difícil de dizer exatamente qual tipo de efeito e normalmente nem sempre podemos ver como tudo se conecta. Mas o efeito das suas ações permanecerá sempre em algum lugar no caos. Em 100 anos poderemos ter máquinas que calculem o efeito de toda e cada ação. Mas até lá nó só podemos confiar nisso: O medo se espalha. Mas… com sorte, o amor também!”.
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Além de toda essa reflexão feita em torno da religião na quarta temporada, a série ainda apresenta um romance entre Sana e Yousef, um garoto que não é muçulmano e que apesar de conviver com a família da menina, não pode se relacionar com a personagem. Os jovens acabam se aproximando a partir de uma amizade e descobrem seus sentimentos gradualmente. Entretanto, apesar do sentimento ser recíproco, não acontece nada no aspecto romântico entre os dois, deixando o público com altas expectativas para uma possível continuação no futuro.
Após o término de SKAM, a série recebeu aclamação crítica e reconhecimento significativo por retratar temas como abuso sexual e homossexualidade. Ademais, em relação a última temporada, SKAM recebeu elogios na Noruega por debater sobre religião e ainda foi elogiada por suas contribuições para promover a língua e a cultura norueguesa.
Com todo o sucesso que a série conquistou, outros países como: França, Holanda, Espanha e Estados Unidos, estão planejando adaptações de SKAM para suas determinadas nações.
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skam-espm-blog · 6 years
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Aulário (aula 9)
Conteúdo visto em aula: Teoria da fluidez afetiva (amor líquido)
Amor líquido:
Desprendimento e afetivo da posse eterna de bens, entretanto não da necessidade da posse e de sua expressão;
Obsolência programada de objetos;
Semelhança entre amor e mercadoria -ambos nos fascinam e nos seduzem;
Desejo sem ansiedade, esforço sem suor, resultado sem esforço;
Desdobramentos: relações de bolso, poliamor, les echangistes;
Bauman: práticas que antes eram escondidas agora são uma questão de permetibilidade, por exemplo: o amor livre, o políamos e o divórcio (sociedade mais aberta para falar desses assuntos);
Distinção entre amor (romântico), impulso (pulsões) e desejo (paixão);
Bauman: as pessoas confundem amor com impulso e desejo. Não existe desejo a primeira vista, pois é impossível desejar aquilo que não se conhece;
Para o filósofo Bauman, tudo vira consumo. A substituição das coisas materiais e imateriais é mais simples e “tranquila”, como trocar produtos ou relacionamentos;
Forma de afeto como expressão do consumo (cumprir um papel na sociedade);
Ter um relacionamento com a mentalidade do consumo (“namorar é consumir”, ou seja, quando consigo o que eu desejo, isso perde o sentido e eu troco por outra);
Consumo fluído de nós mesmos;
Vazios afetivos, ás vezes, preenchidos pela compra de produto;
Ausência de autoquestionamento e posicionamento;
Falta de controle sobre os próprios destinos e decisões;
Sociedade disciplinar X Sociedade de consumo. 
Aplicação dos conceitos no conteúdo da série SKAM:
Com base nos conceitos apresentados, podemos relacioná-los com os episódios da série, como por exemplo, na primeira temporada, quando apresentam-se os “Penetrators” (explicado no aulário anterior), mostrando como os garotos que fazem parte de tal grupo são os mais desejados pelas garotas e mais invejados pelos meninos, além de serem os mais populares naquele ambiente. Os “Penetratos” representam o auge da juventude: sendo ricos, festeiros e sempre rodeados de garotas e muita bebida, fazendo festas livremente, sem se importarem com regras e limites estabelecidos por seus responsáveis. Além disso, os garotos desse grupo do “Russ-Bus” são lembrados por outro motivo: “os pegadores”. Na série, mostra que sempre que um dos meninos se relacionavam com alguma garota, eles dão a ela um moletom com o escrito “The Penetrators” na parte frontal e atrás, uma lista dos nomes de todos do grupo, marcando em cor vermelha o nome de quem era o dono do casaco. Dessa forma, quando as meninas usassem o casaco, o nome do grupo seria divulgado de uma outra maneira, além de deixar-los com uma fama e popularidade ainda maior. As garotas, por sua vez, usavam os moletons de bom grado, pois isso gerava um tipo de popularidade entre elas, já que conseguiram se relacionar com alguém dos “Penetrators”.
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Esse exemplo demonstra alguns dos conceitos visto em aulas, como o fato de que quando um dos garotos se  interessava por alguma menina, eles iam atrás até conquistá-la, apesar de não precisarem de muito esforço, e assim, quando conseguiam o que queriam, aquilo perdia o sentido e eles partiam para a próxima. Isso revela o que foi chamado de “relacionamento com uma mentalidade do consumo”. Ademais, o fato das garotas usarem o moletom e ainda se gabarem por isso, demonstra o conceito estudado: “consumo fluído de nós mesmos”.
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Outro exemplo que pode ser citado, é o da diversidade na estrutura familiar dos personagens principais. Os pais de Nora, por exemplo, não moram com a filha, que se sente abandonada, e vivem juntos apenas estudando sua sexualidade. Os pais de William, que também não moram com o filho, são divorciados e, como possuem muito dinheiro, suprem sua ausência na vida de seus filhos com o mesmo. No caso de Vilde, ela vive somente com a mãe, que sofre de depressão, e não conhece seu pai. Já Eva, que vive sozinha, pois sua mãe está sempre viajando a negócios e não consegue estar sempre presente, também não se relaciona com seu pai e vê a mãe poucas vezes.
Baseado nesses exemplos, podemos fundamentar o conceito de que a sociedade está mais aberta para falar de assuntos como o divórcio e toda essa questão de uma estrutura familiar que foge dos padrões tradicionais. Essas práticas que antes rema escondidas, agora se baseiam na sua permetibilidade.
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skam-espm-blog · 6 years
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Aulário (aula 8)
Conteúdo visto em aula: Teoria da “sociedade de consumo”, conceitos de necessidade e desejo, e suas divergências na modernidade e na contemporaneidade.
Características:
Modernidade:
Sociedade de produção;
Consumo utilitarista (entretenimento era buscado em outras técnicas sociais);
Foco na produção: em série, padronizada, divisão do trabalho, capacidade produtiva;
Maior valor ao conhecimento técnico/ industrial;
Valor dado á capacidade produtiva.
Contemporâneo:
Sociedade de consumo (“sociedade de consumidor”, por Bauman);
Capitalismo de consumo (terceira etapa do capitalismo) - processo de socialização;
Foco no consumo: linguagem, forma do sujeito contemporâneo construir o mundo a sua volta;
Caçadores de tendência, pesquisas de mercado, desenvolvimento de marcas;
Consumo como realização de desejos, mas não de satisfação, pois os desejos não se esgotam e a satisfação é efêmera (felicidade é encontrada no consumo);
Mesmo no anti-consumo, consome-se (incoerência);
Não é mais uma questão de compra e venda e sim, de socialização;
Necessidades: objetos e objetivos fixos; ligada ás pulsões de auto conservação em Freud, papel biológico; produzem satisfação;
Desejos: objetos “irreais”; ligada ás pulsões sexuais em Freud; é possível sublimação (mudança de desejo); simbólicos; produzem prazer;
Desejar: geração do sentimento de angústia;
Ideia de vício: sempre há o desejo sobre o que não se tem, quando se obtêm aquilo, se usufrui e acaba o desejo e assim por diante;
Visão produtivista: produção como motor da história e consumo como mero efeito da revolução industrial;
“Prosumption”: a produção depende do consumo, e vice-versa (consumidor cada vez mais convocado a participar da produção);
“Production + Consumption”: Ritzer (produção = indústria, consumo = consumidor, lotando os “espaços vazios”, mídias sociais, com “trash”);
“Prosumer”: saem do papel de consumidor/consumo e passam a ter o papel de produtor/produção industrial, mostrando um lado mais democrático, apesar da maior geração de “trash”.
“Consumimos mais porque produzimos mais, e ao consumirmos mais, produzimos mais. Buscamos um gozo que nunca virá, ao menos do consumo”. 
Aplicação dos conceitos no conteúdo da série SKAM:
Baseando-se nos conceitos vistos acima sobre “sociedade de consumo” e todos os outros que complementam sua teoria, podemos citar um exemplo da série Skam. Em um dos episódios da segunda temporada, temos a situação na qual os “Penetrators”, o grupo de garotos mais populares do colégio que possuem um Russ Bus -explicado no aulário anterior-, estão decidindo de que forma pagarão pelo conserto de uma casa, cuja eles haviam alugado e acabaram danificando-a, o que os gerou uma dívida de trinta mil euros. Com isso, o grupo de jovens decidiu fazer uma festa para todo o colégio, onde ocorreria também um leilão, cujo o prêmio seria um encontro com um dos garotos dos “Penetrators”.
Após o anúncio desse evento, Vilde, uma das personagens, anima-se e afirma que iria comparecer a festa e que pagaria para conseguir ficar com William, um dos meninos do grupo, por quem ela era apaixonada. Assim, a menina convida suas amigas: Nora, Eva, Sana e Chris para irem junto com ela. Algumas das meninas concorda no mesmo instante dizendo que todo mundo iria comparecer e que adorariam ver o leilão acontecer. Por outro lado, Nora, totalmente contra a ideia, demonstra sua opinião sobre isso falando sobre como aquilo era um absurdo, que leiloar um encontro com um garoto era prostituição e que todo aquele dinheiro que seria usado para uma causa “fútil”, poderia ser usado para ajudar diversos refugiados que tentavam entrar e sobreviver no país naquela época. Vilde fica um pouco pensativa, tentando entender o lado da amiga, mas seu desejo era mais forte e ainda insistia para que as amigas a acompanhassem no evento.
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Nesse meio tempo, William, que estava apaixonado por Nora e tentava a conquistar, enviou um convite virtual da festa e do leilão para a menina. Nora, que retribuia o sentimento do garoto em segredo de Vilde, se manteve firme em sua posição sobre a ideia do evento, apesar disso,  e falou para William tudo o que achava sobre aquilo, como eles poderiam ajudar outras pessoas com todo o dinheiro que seria arrecadado. Após esse acontecimento, o menino, pensativo sobre o que Nora havia dito e afim de convencer a garota a comparecer a festa, teve a ideia de doar 15% do lucro para os refugiados. 
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Sendo assim, Nora acaba se convencendo de que deveria ir a festa com as amigas e por conta da atitude de William de doar parte do dinheiro para os estrangeiros, os “Penetrators” ainda ficaram com a melhor das famas, atingindo outros grupos do colégio que antes não iriam ao evento, além de serem elogiados por aqueles que já os admiravam, como Vilde faz em relação as amigas, sempre falando das coisas boas que William e seus colegas do Russ-Bus fazem.
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skam-espm-blog · 6 years
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Aulário (aula 7)
Conteúdo visto em aula: Teoria da “sociedade de controle” e suas divergências entre a “sociedade disciplinar”
Características:
Sociedade disciplinar:
Modernidade (1960-1980)
Dispositivos disciplinares;
Liberdade baseada no discurso institucional;
O controle pertence ás instituições;
Encontra-se uma maior liberdade, mas menor segurança.
O observador precisa estar presente;
A punição era física, ao contrário de como é na “sociedade de controle”, onde a punição é voltada para a questão do “pertencimento”.
Sociedade de controle:
Pós-modernidade;
Dispositivos de controle;
Liberdade baseada na mídia;
Tempo contínuo; atividades continuam através da mobilidade e da portabilidade.
Rastreamento de comportamentos, principalmente de consumo e de fluxo de desejos.
Medo da exclusão social (estar fora da norma) supera o medo de estar fora da lei.
O observador não precisa estar presente, ao contrário da “sociedade disciplinar”.
As instituições são substituídas pela mídia, que condiciona as pessoas a determinados comportamentos.
O controle é dividido entre a mídia e o consumo.
Há a sensação de que tem-se plena liberdade, mas não tem.
A vigilância ocorre a todo momento -câmeras espalhadas, traqueamento nas mídias sociais- , assim como a punição, que é realizada pelas próprias pessoas.
A consequência da vigilância passa a ser o possível julgamento constante.
A punição está voltada para o medo da exclusão social.
Aplicação dos conceitos no conteúdo da série SKAM:
Considerando o conceito de “sociedade de controle” e o seu aspecto de que a punição, nesse modelo de sociedade, é muito voltada para o medo da exclusão social e da perda/falta do sentimento de pertencimento a um determinado grupo, é possível relacioná-lo com uma das personagens da série: Vilde. Essa personagem se diferencia das outras desde o início das temporadas principalmente por ser uma garota inocente, imatura e até mesmo um pouco fútil, apesar de se desenvolver e evoluir ao longo dos episódios.
Na primeira temporada, Vilde e sua melhor amiga, Cris, estão á procura de um novo grupo de amigas para comprarem um “Russ Bus” (um ônibus que é reformado e personalizado para a realização de festas em seu interior, muito comum entre os estudantes da Noruega), que custava muito dinheiro. Ter um “Russ Bus” era importante para Vilde, pois geraria status entre os alunos do último ano do ensino médio e isso a faria ser popular, além de conseguir estar entre os garotos mais desejados do colégio. Essa situação pode ser facilmente relacionada com o conteúdo visto em aula, pois mostra que a exclusão social, nesse caso entre os jovens, é algo realmente muito relevante e que os conduz a tomar certas atitudes e ter determinados comportamentos a fim de que não corram esse risco. Vilde sente uma grande necessidade em se encaixar em algum grupo e viver todo o ideal de um estudante norueguês, com festas, bebidas, garotos e muita curtição com as amigas, deixando evidente sua constante busca por tal sentimento de pertencimento.
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Outro aspecto que pode ser relacionado com a série é o fato de que o medo da exclusão, na sociedade de controle, supera o medo de estar fora da lei. Pode-se afirmar isso com base na primeira temporada, quando o personagem Jonas, citado no aulário anterior, passa a conviver mais com seus novos amigos do colégio do que com sua própria namorada, Eva, que começa a desconfiar de que está sendo traída. Ao longo dos episódios, percebe-se que não se trata de uma traição, mas sim que Jonas estava consumindo drogas ilícitas com seus colegas e ficou com medo de assumir isso para a menina.
Essa situação retrata de forma simples, mas clara, o que o conceito representa: o personagem, Jonas, a fim de se encaixar naquele grupo de amigos passa a ter outro comportamento e a usar drogas para que os outros garotos gostem dele e o incluam no grupo, mesmo que isso significasse estar fora da lei. Em paralelo a isso, Jonas escondia tal fato de Eva, sua namorada, pois sabia que ela não iria gostar daquilo então, para continuar com seu relacionamento ele acaba mentindo para a garota, o que reflete também no conceito citado acima.
Outro exemplo que pode ser relacionado com esse conceito é quando William, o garoto mais popular do colégio, está em uma festa com seus amigos e inicia-se uma briga entre um dos meninos de seu grupo e outro de um grupo de estudantes de fora. William, a fim de defender seus semelhantes e fazer jus á fama de “fuckboy” da escola, quebra uma garrafa na cabeça do “oponente”, que cai no chão imediatamente. Alguns episódios depois, William recebe uma intimação da polícia para ser questionado sobre o ocorrido e o mesmo trata aquilo com certa indiferença, já que se sente bem por ter defendido aqueles que sempre o defenderam também, seus amigos.
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Dentre os conceitos trazidos em sala sobre a “sociedade de controle”, nota-se que um deles retrata como a liberdade é baseada na mídia. Este pode ser relacionado com SKAM em um episódio da série, no qual é representado o dia da constituição norueguesa (17 de maio) e Eva lê um artigo que William escreveu. O tema do texto era “liberdade juvenil e responsabilidade” e  possuía partes muito interessantes que remetem ao conceito citado, tais como:
“Jovens noruegueses passam mais de quatro horas por dia em redes sociais, de acordo com um estudo. Alguns acreditam que é uma perda de tempo, mas eu entendo muito bem porque fazemos isso. A sociedade é direta nas mídias sociais. Onde pode se desconectar, ou bloquear tudo que não gosta... todos têm direitos iguais, e que os seres humanos nascem livres e permanecerão livres. Livres para ficar nas redes sociais por quatro horas, livres para ficar bêbado e fazer o que quiser, livres para gastar 900.000 em um Russ Bus…”.
“Alguns temem que eles vão ameaçar os nossos valores noruegueses, seria melhor se existisse a opção de bloquear eles como no Facebook, mas não é bem assim…”.
“…Vivemos em uma sociedade porque precisamos uns dos outros. As pessoas precisam de pessoas. Pode ser cansativo lidar com os outros, especialmente aqueles com que você discorda, aqueles que pensam diferente de você, seja alguém de uma cultura diferente, ou uma amiga de infância chata do Facebook...”.
“…Temos o direito de desperdiçar quatro horas nas redes sociais todos os dias, porque alguns antes de nós lutaram pela nossa liberdade...”. 
(cena: https://www.facebook.com/PortalSkam/videos/noora-pessoas-precisam-de-pessoashttpswwwyoutubecomwatchvmi8fhmntet4/584152845108969/)
Nesse artigo William fala de muitos temas relevantes, mas principalmente da liberdade como um quesito básico. No entanto, na sociedade de controle, perdemos essa liberdade, uma vez que somos vigiados por nós mesmos, pelas redes sociais, pelo governo, mas não percebemos isso de certa forma. Como o personagem mesmo diz “a sociedade é direta nas mídias sociais. Onde pode se desconectar, ou bloquear tudo que não gosta” e para nós, isso já é um controle tão satisfatório, que não notamos mais o nosso redor ou sequer percebemos o quanto estamos sendo influenciados, cada vez mais. 
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Por fim, pode-se citar uma outra fala de grande importância na série, cuja é possível ser relacionada com este mesmo conceito sobre a liberdade e também com o conceito de como o controle, que antes pertencia ás instituições, agora é dividido entre a mídia e o consumo.
No primeiro episódio da série, antes mesmo de qualquer personagem ser apresentado, Jonas narra as seguintes palavras enquanto diversas paisagens mundiais aparecem na tela: “A mentalidade global está em direção ao comércio mundial e aumentando a liberdade no comércio. Um mundo cheio de oportunidades. Um mundo onde sonhos se tornam realidade. Parece fantástico e é fantástico para uma pequena porcentagem de nós. Mas para a vasta e pobre maioria, o sistema capitalista significa uma coisa: morte e sofrimento. Enquanto vivemos os nossos dias tranquilos e nos enchemos de comida barata, as pessoas pobres sofrem em fábricas. Salários cada vez mais baixos, enquanto a carga horária só aumenta. Sindicalização é ilegal e as condições de trabalho são intoleráveis. Antes de aplaudir a liberdade, devemos lembrar de uma coisa: Nossa sociedade super consumista está às custas dos grãos de café do Peru. Nos alimentamos de comidas baratas produzidas pelas mãos mal pagas de crianças na Índia”.
Com essa fala, é possível notar que a grande desigualdade mundial vivida entre as pessoas no sistema capitalista, discursada pelo personagem, pode ser relacionada com o conceito de que o controle é dividido entre a mídia e o consumo, pois nesse modelo de sociedade, somos influenciados pela mídia a consumir cada vez mais, e a cada vez que o consumo for maior, a produção será maior ainda, e apesar de as pessoas estarem em péssimas condições para “nos” proporcionarem tudo isso, a mídia ainda nos mostrará como tudo isso é libertador e satisfatório, mesmo que não seja. Acreditar no que a mídia mostra é se trancar numa bolha, onde tudo que incomoda, tudo o que não é bonito, tudo o que não quer se ver, é esquecido.
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skam-espm-blog · 6 years
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Aulário (aula 6)
Conteúdo visto em aula: Teorias da “Pós-modernidade”, “hiper-modernidade” e “modernidade liquida”
Características:
Pós-modernidade:
Inicia um novo período, pós segunda guerra mundial; o mundo se encontra em uma nova fase.
Industrialização, expansão da ciência e da tecnologia.
Maffesolli: destribalização; as pessoas passam a se sentir mais seguras ao lado das outras a partir de uma visão de efetividade e não mais de necessidade.
Híper-modernidade:
Resgate da modernidade.
Um mundo “híper”, que traz uma híper oferta; gera o excesso trazendo o sentimento de vazio nas pessoas, causado não pela falta, mas sim pela angústia de muitas opções.
Lipovetsky: opressão do efêmero, sensação de que aquilo irá durar mas é passageiro; o que importa é o presente, pois o passado já foi e o futuro é incerto.
Modernidade Líquida:
Efemeridade e individualidade.
Liquidez e fluidez nas relações, nada mais é sólido, duradouro ou previsível.
Quebra de molduras identitárias, como etnia, classe, linguagem, etc.
Instituições em detrimento dos objetivos individuais.
“...nossas instituições, quadros de referência, estilos de vida, crenças e convicções mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades auto evidentes”.
Bauman: velocidade sobre o “gelo fino”, ou seja, corremos e mudamos a todo tempo nos mantendo seguros de cair no gelo.
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Aplicação dos conceitos no conteúdo da série SKAM:
Com base no conceito de modernidade líquida trazido em sala, podemos relacioná-lo com SKAM, uma séria norueguesa que traz diversos questionamentos adolescentes e retrata a vida dos jovens dessa sociedade. Nela, relacionando o conteúdo visto em aula, pode-se citar o relacionamento amoroso de dois personagens: Eva e Jonas. Logo no início da série, os dois jovens começam a passar por alguns desentendimentos quando Eva começa a desconfiar do namorado, que antes namorava sua melhor amiga, sobre estar escondendo algo dela. Um dia, quando Eva achou que havia descoberto a verdade, acaba beijando outro garoto por pensar que estava sendo traída. Depois desse acontecimento, Eva e Jonas terminam seu relacionamento na primeira temporada da série, entretanto, ao longo dos episódios, os dois continuam sendo amigos e convivendo juntos, ajudando um ao outro em situações amorosas com terceiros demonstrando, no entanto, um certo ciúmes.
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Outro exemplo que pode ser citado é o que acontece na última a temporada da série, quando Eva está “ficando” com Chris, o garoto que beijou quando traiu seu ex-namorado, e Jonas está ficando com outra garota também, chamada Emma. Porém, em uma festa, Chris se apaixona por Emma em questão de segundos e o sentimento é reciproco, deixando Jonas e Eva confusos, mas sem se importarem muito com aquilo e acabam voltando a namorar depois desse ocorrido.
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Esses dois exemplos retratados na série explicitam como o conceito de modernidade líquida está fortemente presente na realidade dos jovens da nova geração, uma vez que mostram como há grande fluidez em suas relações amorosas, que são repletas de idas e vindas, sem a capacidade de se tornar algo duradouro. Ademais, pode-se notar que o estilo de relacionamento vivido pelos dois foge do modelo tradicional, já que os jovens permaneceram na vida um do outro como amigos mesmo tendo um passado juntos. No fim, o fato de Eva e Jonas não se importarem de serem “dispensados” pelos seus companheiros atuais também é uma grande evidência da modernidade líquida, explicada por Bauman, pois mostra a falta de compromisso entre as relações pessoais e a ideia de efemeridade e de que tudo é passageiro, uma vez que ambos estavam em relacionamentos nos quais não tinham tanta relevância para si, nem mesmo um sentimento intenso ou grandioso. Ao mesmo tempo em que Chris e Emma claramente tiveram atitudes individualistas ao agirem de tal forma, sem consideração ao seus parceiros na época e isso ser considerado algo comum entre eles. 
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