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sophasswagblog · 1 year
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Impressionismo é a expressão da sensação além da consciência
Sempre que ouço músicas tipicamente impressionistas como a sonatina de Ravel ou os arabesques de Debussy, e até mesmo quando vejo pinturas do gênero (em especial 'amendoeira em flores', de van Gogh) sinto como se estivesse visitando um lado muito íntimo e pessoal da minha consciência e personalidade.
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Sinto que essas obras cumprem a exata função do movimento e quase me levam à um estado de transe.
Quando ouço obras como 'un barque sur l'ocean me sinto imersa em uma realidade construída pelo compositor. A sonoridade da peça, ao mesmo tempo em que traz uma total imersão, parece construir um cenário tão leve, frágil e delicado quanto o sentimento que induz. Talvez essa seja a beleza da arte impressionista, criar cenários duradouros que provém de emoções tão únicas e específicas, mas que são tão facilmente dispersas e, em um cenário não construído, tendem a se esvair com tanta agilidade.
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Afinal de contas, esse é o objetivo do movimento. Trabalhar com a superficialidade da emoção: a impressão imeadiata
Claramente, diante de um cenário real, a impressão é rapidamente quebrada, facilmente dispersa. Talvez seja isso o que as torna tão únicas...
Acredito que um cenário é composto por vários objetos que nos levam à pensamentos e reflexões, à fortes emoções. Tudo se relaciona com algo previamente vivido. Porém, o impressionismo trabalha com a impressão imediata, com o fator sensorial. Trabalha com o que sentimos antes de verdadeiramente analisar uma cena e associarmos as suas características. Trabalha com a sensação que vai além da experiência prévia e, por assim dizer, da consciência.
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Talvez o impressionismo seja como a lembrança de um sonho marcante. Acordamos sem nos lembrar exatamente o que aconteceu, e só sabemos que queremos voltar. Ao final do dia, não haverá sequer uma lembrança do ocorrido, mas a impressão, a sensação da história vivida, permanece em nossos sentidos, e sempre causará uma saudade, uma melancolia. Sempre desejamos voltar àquele estado de meia-consciência, onde se valoriza mais o "sentir" do que o "pensar"
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Acredito que a minha trajetória na música se iniciou pela busca dessas sensações e, até hoje, ela se faz como o principal objeto do meu estudo artístico. Sempre acreditei que a arte tivesse o poder de comunicar emoções verbalmente indescritíveis, e o contato com o impressionismo só confirma a minha teoria.
Sinto que a capacidade de induzir sensações causadas por impressões tão imediatas e superficiais nos leva à uma face mais pessoal e instintiva do nosso ser. E também acredito que, devido ao desenvolvimento da consciência humana e ao nosso papel em uma sociedade contemporânea, acabamos nos distanciando do nosso lado instintivo.
Com isso, acabamos focando demais no 'agir' e 'pensar' e nos esquecemos do 'ser' e 'sentir'
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Mas talvez, até quando sentimos, acabamos nos guiando para o pensamento. E com isso, o nível mais superficial do sentimento, a impressão, acaba sempre esquecida, e os raros devaneios que nos reconectam com essa face tão íntima e pessoal, que quase nos levam à esse estado de transe, acabam sendo raros e até mesmo incompreendidos...
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Desde que descobri o impressionismo, tomei mais consciência deste meu lado imediatamente emocional. Mas com as cobranças da vida moderna, acabo esquecendo-me deste lugar de conforto.
Porém, sempre que me dedico a apreciar com calma uma boa música ou pintura impressionista, me reconecto novamente com este lado pessoal. Um lado quase incomunicável. Me elevo à um cenário que parece tão real e palpável, mas que não existe além da minha própria cabeça.
Sinto como se estivesse viajando por meio de sensações. Viajando por um lugar único, no qual apenas eu sou capaz de adentrar. Esse lugar é o meu lado mais íntimo e pessoal, e quando me encontro nele, tudo parece fazer sentido.
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As vezes eu mesma me pergunto o porquê disso tudo. Por que passar tantas horas ao piano, treinando obsessivamente em busca de técnica, por que passar tanto tempo estudando arte, analisando músicas, pinturas e textos. Porém, toda vez que me deparo com uma dessas pinturas, toda vez que ouço uma música de Ravel, Debussy ou Satie, de repente me lembro do sentido de tudo isso. E nunca serei capaz de explicá-lo (o que é ótimo, até porque se fosse explicável, não precisaríamos da arte). Mas realmente, basta olhar pra uma dessas imagens e tudo ganha sentido novamente.
Amo o que eu faço, e não há nada que me faça desistir disso porque, finalmente, encontrei o propósito da minha vida em algum lugar.
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sophasswagblog · 1 year
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ROMANTIZAÇÃO DO SOFRIMENTO E DESEJO DE TRISTEZA
Enquanto estudava alguns tópicos para aprimorar a minha resenha de "as virgens suicidas", me deparei com um vídeo que fala, em certo nível, sobre uma implicação social que o filme traz. mas diferente do longa, que é uma narrativa, uma história ficcional, o video aborda de maneira histórica e filosófica as questões retratadas no longa-metragem.
O conteúdo com o qual me deparei direcionou os meus pensamentos para tópicos que talvez nunca tenham ocorrido em minha mente e, inclusive, me fez duvidar de noções que eu tinha sobre mim mesma, e são nessas noções que irei me aprofundar agora...
Se você me conhece ou já passou pelo menos 2 horas comigo, deve saber que me enxergo como uma pessoa muito distanciada de qualquer moral. Desde que entendi que tudo é socialmente construído, tenho me desprendido das ideais de certo ou errado previamente estabelecidas.
Apesar disso, ainda reconheço que sou e nunca deixarei de ser refém da condição humana, assim como todos nós. E mesmo que eu me distancie de uma moral pré estabelecida, mesmo discordando da existência natural de algo "certo ou errado", os sentimentos de culpa, injustiça e insatisfação com a realidade sempre serão presentes em mim. Acredito que é isso que posso definir como "condição humana".
Costumo dizer que sigo a minha própria moral, não defino o que é certo ou errado de se fazer porque uma lei ou uma religião me ensinou que é assim. Geralmente, o que funciona para estabelecer os meus valores é a noção de sofrimento.
Se a sua ação causa sofrimento no outro, físico ou mental, você está errado. A sociedade não funcionaria como um caos; e a liberdade da violência, que parte da falta de empatia com o sofrimento alheio seria a causadora do "caos social". Com isso, a noção de empatia se faz como a única coisa a guiar e estabelecer os meus valores.
Costumo receber críticas por isso, por acreditar que, em um âmbito social, não existe verdade absoluta. Por acreditar que tudo é relativo e, da mesma maneira que uma noção foi construída, ela pode ser desconstruída. Mas a única coisa que pra mim parecia nata à condição humana, é a ética empática. Não consigo me sentir bem com a idéia de causar qualquer tipo sofrimento, não importa a situação. Já fui submetida à muita violência, passei por coisas que influenciam a minha personalidade até hoje, e sempre que passava por uma dessas situações, que me causavam tanto desespero, eu repetia para mim mesma que nunca submeteria outra pessoa à isso.
Foi a partir daí, provavelmente, que comecei a desenvolver os meus primeiros posicionamentos políticos.
Se a sua ação causa qualquer tipo de desconforto, de sofrimento à outra pessoa, então você está errado.
TUDO é socialmente construído, todos os conceitos, todas as leis. mas o que é nato à todo ser humano e não pode ser desconstruído, é a noção de que o sofrimento é negativo. e pela lógica, o negativo é errado.
Agora, vamos pausar aí, e agora vou falar um pouco sobre mim, porque isso será necessário no momento de desenvolver o raciocínio principal...
Como todos sabem, tenho transtornos psiquiátricos. Sou bipolar e há anos lido com uma depressão que parece incessnte.
Em conjunto com isso, tenho uma terrível e urgente necessidade de expressão, acho que o fato de eu estar escrevendo esse texto ja deixa isso óbvio.
Sou obcecada por arte, todo tipo de arte. Sou fascinada pela idéia de utilizar cores, sons, palavras e movimentos para expressar detalhes tão íntimos do meu ser, do meu psicológico.
Acredito que tudo isso seja consequência de experiências que tive no passado.
Os meus transtornos me fazem sentir deslocada e incompreendida. Desde pequena, quando tento me expressar, sou recebida com estranheza e reprovação, novamente me deparo com incompreensão. Durante a infância passei por coisas terríveis dentro de casa, que só faziam crescer o meu sentimento de deslocamento. Nada que eu falava parecia fazer sentido para as outras pessoas, como se eu falasse em outra língua.
Acredito que essas experiências foram as motivações para que eu passasse a me esforçar tanto para expressar tudo com clareza. Aumentar o nível do meu vocabulário, explicar tudo com muitos detalhes e frequentemente me repetir, sempre para garantir que os meus discursos e necessidades fossem claramente compreendidos.
Parece que a busca para solucionar uma falha de comunicação acabou por gerar outra, pois agora o meu excesso de clareza parece ser incômodo em interações cotidianas e corriqueiras. Os meus discursos, tão estendidos, não se adaptam a necessidade de agilidade que a sociedade exige e, novamente me deparo com a incompreensão. Mais uma vez, me sinto sozinha e deslocada.
Esse sentimento, ao mesmo tempo em que me torna infeliz e me causa o desesperador sofrimento de querer ser outra pessoa, talvez alguém com uma mente menos complexa, menos bagunçada, também faz, em certo nível, eu me sentir especial.
Não me encontro no cotidiano, nas pessoas do meu dia-a-dia. Em vez disso, encontro a complexidade dos meus sentimentos nas mais finas composições musicais, nos mais complexos livros filosóficos. Não consigo me ver nas pessoas ao me redor. Em vez disso, me vejo em grandes figuras históricas, grandes pensadores da arte e da filosofia, que ao mesmo tempo que me trazem o conforto da compreensão, também parecem mostrar que o verdadeiro intelectualismo, a verdadeira mudança vem de mentes problemáticas, vem do sofrimento, como se o ato de sofrer fosse um mal necessário.
A pessoa que se contenta com uma realidade falha nunca se moverá para mudá-la. A mudança vem dos incomodados, dos incompreendidos e que, muitas vezes, são tratados como loucos.
Isso acaba ocasionando em outra questão. Se os grandes pensadores são os que mais sofreram, então o meu sofrimento também vale de algo?
O que me parece é que quem se contenta, muitas vezes não conhece a dimensão da realidade das coisas. E nós sofredores, somos os únicos conhecedores da verdade, os únicos capazes de fazer uma mudança.
Afinal de contas, talvez esse seja o meu papel no mundo. Talvez o meu sofrimento, a complexidade e a desordem dos meus pensamentos, finalmente sejam úteis para algo.
Não é surpresa que eu, enquanto compositora, associe o meu período de maior evolução musical à pior época da minha vida. Quando eu não tinha amigos, não levantava da cama, larguei a escola, vivia tendo brigas terríveis com a minha mãe e sobrevivia de guitarra e auto-mutilação.
Pareço associar a amplitude da minha capacidade artística ao ato de conhecer todas as sensações possíveis, todo pior tipo de sofrimento. Pois as maiores artes são as mais profundas, as que tocam onde ninguém consegue tocar, as que representam sensações que normalmente fariam o ouvinte se sentir deslocado e incompreendido, assim como eu me senti.
Afinal de contas, parece que estabeleci o meu papel no mundo não é? Finalmente não sou mais uma criança indefesa sofrendo torturas inimagináveis, que pareciam não ter propósito nenhum à não ser acabar com a minha vida.
Deixei de ser uma pessoa sofrida e miserável, finalmente o meu sofrimento tem /motivo/, tem um porquê.
O meu propósito agora é garantir que ninguém mais se sentirá como eu me senti. Que assim como eu encontrei conforto na arte de outras pessoas, as pessoas poderão encontrar conforto na minha arte.
Finalmente parece ser relevante o fato de eu ter passado por tantas coisas terríveis, parece que serviu de algo. Afinal, se eu não tivesse encontrado um propósito pra isso, então de que serviu o meu sofrimento? Por que eu tive de passar por tanta dor, física e emocional?
Se eu não encontrasse um /motivo/ para o que passei, eu seria apenas uma fodida, que sofreu sofreu sofreu, e não alcançou nada na vida porque se afundou nos próprios problemas, no próprio sofrimento.
Talvez seja daí que surja em mim o que as pessoas tendem a chamar de narcisismo. Desde que aceitei o sofrimento como algo positivo, desde que que atribuí um MOTIVO para essa dor, pareço vangloriar o fato de eu ser tão desvalorizada nos meios em que frequento.
Tem um grupo de pessoas me zoando porque eu falo demais na sala de aula? Ótimo, se estou incomodando, se estou passando pelo sofrimento, é porque vou alcançar algo com isso.
Aqueles que causam a dor, que não sofrem, ficarão estagnados na posição onde se encontram agora. E eu, a vítima, chegarei longe.
Na mesma medida em que a rejeição me causa dor, eu pareço desejá-la, porque é ela que vai compor a minha história de superação.
Afinal de contas, é mais bonito um artista que fez sucesso porque recebeu tudo de mãos beijadas, ou um artista que sofreu, foi humilhado, mas continuou se submetendo ao sofrimento para chegar onde chegou?
Já ficou claro o ponto que estou tentando alcançar? Provavelmente não, então agora vem a idéia central desse texto:
Ao longo de todo esse tempo em que me considerei uma pessoa tão distanciada dos valores, tão única, especial e incompreendida, eu não percebi que a minha maior submissão às crenças sociais foi justamente dar tanto valor ao meu próprio sofrimento.
Agora vamos nos aprofundar na história e entender o que isso quer dizer. Esse é o momento em que finalmente, acredito ter chegado numa resposta do que É o bem e o mal, e o que há além desses conceitos:
• Temos enraizada em nossa cabeça a idéia de punição, e com isso, associamos o "causar sofrimento" (crueldade) à consequência de alguma ação ruim. Ou seja, se você faz algo ruim, você deverá sofrer para compensar a sua ação.
Mas por mais natural que essa idéia pareça, a noção de punição é muito moderna e, de acordo com Nietzsche em seu livro "genealogia da moral", o homem primitivo, pré-histórico, não teria a capacidade de entender a cadeia de acontecimentos e as implicações que levariam a algo negativo que mereça ser punido. Então quando foi que surgiu essa noção?
Primitivamente falando, a crueldade é prazerosa para quem pratica. Em tempos (pré) mediaveis, por exemplo, era comum que os piores métodos de tortura (apedrejamento, queimar uma pessoa viva, etc) fossem tratados como espetáculos, quase como shows de comédia, para divertir e entreter quem assistisse.
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Naturalmente, com o avanço da sociedade, foi necessário o estabelecimento do convívio harmônico, afinal, uma sociedade desarmônica colapsa. E com isso, a crueldade teve de ser regulada, caso contrário, a sociedade se tornaria um caos.
Mas considerando a crueldade e o impulso violento como instintos tão primitivos do homem, há um denso trabalho a ser feito para que possamos verdadeiramente controlar isso. Como vamos fazer o homem (humano) rejeitar os seus mais primitivos instintos de crueldade?
(É daí que começam a nascer as noções de culpa e punição, mas ainda vou chegar lá.)
Posso citar duas maneiras que foram encontradas para solucionar esse problema. A primeira delas? institucionalização da violência.
Gostamos de assistir e de produzir filmes violentos (tarantino?👀), de ver vídeos contando histórias de serial killers, gostamos de assistir esportes violentos como artes marciais porque isso supre a nossa necessidade instintiva de crueldade.
Mas só isso não é suficiente para cessar os nossos impulsos cruéis. Assistir não é o suficiente, sempre vamos ter a vontade de agir violentamente; E a solução que encontramos para isso é o que Nietzsche chama de "internalização do homem".
Mas antes de explicar o que esse termo quer dizer, vamos voltar um pouco na história. Vamos voltar para a criação dos conceitos de "bom e mau".
O /primeiro/ significado atribuído a palavra "bom" na história surge com os aristocratas da Grécia Antiga.
O conceito de "bom" surgiu antes do conceito de "mal" (mal com L), e ser "bom" significava ter características comuns aos pertencentes da classe aristocrata; Sendo algumas destas características: bravura, força, saúde física, poder e etc.
Pessoas "boas", de acordo com os aristocratas, eram pessoas superiores por natureza.
Agora o "mal" (com L), conceito que surge após a definição de "bom", significa a ausência dessas características.
(um detalhe importante e que serve para provar a origem da palavra, é que a palavra "bom" em alemão, se traduz para "gut" que pode ter dois significados, sendo eles "bom" e "homem de raça divina".)
Essa definição aristocrata foi estabelecida antes da necessidade social de regular os instintos de violência.
Com o avanço da sociedade e a necessidade de uma nova ordenação, acabamos por estabelecer novos significados para esses conceitos. E nesse caso, vamos definir primeiro o "mau" (dessa vez com U) e só depois o "bom".
Como o "bom" aristocrático se relacionava com características mais primitivas e, consequentemente, associadas à crueldade, vamos estabelecer, nesse ponto, essas características como "más".
o que era "bom" passou a ser "mau", e esse é o ponto em que finalmente venho explicar o que Nietzsche quis dizer com "internalização do homem"...
Se não podemos mais expressar os nossos instintos violentos, e a cultura popular (filmes...) não supre a nossa necessidade de crueldade, o que nos resta para garantir a ordem social é deixar de ser cruéis com os outros, e sermos cruéis com nós mesmos. Acredito que foi daí que surgiram as primeiras noções de auto-flagelação e coisas do tipo.
Não podemos mais buscar força, poder ou qualquer coisa que nos ligue à nossa origem primitiva, pois isso nos levariam novamente à violência, à crueldade e à desordem social.
Agora o "bom" é o homem humilde, sem força, sem poder, que se priva dos pazeres instintivos, carnais (crueldade), para o bem da sociedade.
Podemos ver este tipo de manifestação tanto na religião, que nos incentiva a desvalorizar o homem material, quanto na cultura popular, onde em um filme, sempre preferimos a vítima, que resume sua existência ao sofrimento, e odiamos a figura que a vitimiza, pois o ato de causar sofrimento no outro ja não é mais aceito.
Agora o ato de sofrer é bonito, é história de superação.
Passamos a vida tentando encontrar um motivo, uma razão para o sofrimento. mas em sua origem primitiva, o sofrimento não tem motivação.
E com essa moral tão enraizada na sociedade, essa idéia de que o sofrimento tem o propósito de nos tornar boas pessoas...
(Ex: Se você cometer um crime, você vai se sentir culpado {sofrimento}, e aí não vai cometê-lo de novo, tornando-se assim em uma boa pessoa.
É comum nos auto-sabotarmos e forçarmos uma culpa que não é nossa quando acontece algo negativo, pois isso supostamente nos traria o conforto de pensar que a dor sofrida não foi em vão.)
Vamos sempre continuar a de novo e de novo causar sofrimento a nós mesmos, a nos auto-vitimizar, com a idéia de que isso nos torna boas pessoas. Mas no fundo, estamos apenas liberando o instinto primitivo da violência, que em sua origem, não tem sentido nenhum.
Precisamos romantizar as nossas doenças, os nossos transtornos. Precisamos desejar estar tristes. Pois uma pessoa triste à toa é apenas miserável, e uma pessoa que não passa pelo sofrimento, não é boa em sua essência.
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sophasswagblog · 2 years
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“try getting a reservation at Dorsia now you fucking stupid bastard!”
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