sovcreign
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✰ – ❛ not so good or lawful.
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multimuse blog, H (ela/dela).
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sovcreign · 5 months ago
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para matej, o olfato era o sentido mais familiar. costumava confiar mais nele, as vezes, que em seus próprios olhos, herança dos dias de maldição. e ainda sim, sentia que esse mesmo sentido favorito lhe falhava, incapaz de distinguir aquele aroma. um demônio? não. ainda não. era bem treinado em distinguir esses, o aroma inconfundível de enxofre que ficava ao fundo, como a nota final de um perfume diabólico. demônios eram excelentes parceiros de bebida. não, ali era... um bruxo? um humano? e sem colocar um ponto final nessa ideia, não conseguia também decidir outra, se a atitude o compelia ou o afastava. quase se esquecera do sangue em suas mãos, ou da coceira crescente da sede em sua garganta. quase. ele deu um passo, como se estivesse fora do controle, refém de seus próprios músculos. e mais outros dois, ouvia extremamente atento. a ideia de fugir da polícia, por se dizer, nem havia lhe corrido a cabeça. esquecera-se de onde estava, o único lugar no mundo que conseguira forçar milhares de criaturas a seguirem leis estritas. ele dispensou a ideia, lembrando-se de um lenço em seu bolso para se desfazer do excesso de sangue. mas levantava a sobrancelha, avaliando o estabelecimento. não entrava, mas também não havia ido embora. até o momento, sem pronunciar uma única palavra, como se sustentar uma linha de pensamento e não acatar todas as sugestões dele estivessem consumindo toda sua energia. ah. os anos de prática giraram as engrenagens, ele sabia o que era agora. um bruxo, não? talvez fosse o motivo das vozes. talvez não fosse nada exatamente um produto de sua cabeça. ele avançou, mas diferente dos outros passos, não em curiosidade. a paranóia dissolvendo em fúria, incentivada pela fome. a mão encaixando-se sobre o pescoço da mesma pobre vítima que se dispusera a responder sua pergunta. "é você, não é? fodendo com minha cabeça." o grunhido, as presas expostas. a situação parecia ter evoluído em milissegundos. mas ele não efetuara.
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"Não é todo dia que me perguntam uma coisa dessas." Você é um anjo? De longe sua pergunta preferida, quando encerrava as atividades do Oitavo Pecado conduzindo os desmaiados para fora. Asmodeus colocava seu melhor sorriso, deixava a aura demoníaca mexer com os sentidos e... Quem sabe... Ganhar uma vítima para a noite. "Posso responder todas as perguntas se você entrar. Está tarde demais para fugir da polícia adequadamente, meu caro. Você levantaria todas as suspeitas." Abriu espaço para que passasse, a mão estendida agitando os dedos como se incitasse (e não uma magia leve, provocando o desejo de obedecer). "Estamos no início do belo ano de 2025, o janeiro de promessas. E são... Por favor, no fim do corredor à direita, é um banheiro. Eu o acompanho." Porque ele cheirava a mistura e selvageria, algo novo para testar... Aplacar o constante medo de ser abandonado desde que sentira a moeda no fundo do bolso. "Quer roupas novas ou continuar... Nessas aí?"
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sovcreign · 5 months ago
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HENRY CAVILL as CHARLES BRANDON The Tudors S01E02 "Simply Henry"
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sovcreign · 5 months ago
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☠️ – ❛ 𝒄𝒍𝒐𝒔𝒆𝒅 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓. @saintamberley
era difícil de explicar sua relação com cordelia, como tudo aquilo que tinha demasiado tempo de duração... antes da maldição, antes de ser quebrado, quando não eram mais que rei e súdita, compartilhando o segredo da eternidade em seus sangues. encontros e desencontros os carregaram até aquele ponto em arcanum: conhecidos, mas desconhecidos. ele havia mudado tanto, assim como ela. e em meio seu novo eu, a vergonha do homem quebrado que dera lugar ao rei fazia com que mantivesse uma distância saudável. eram parceiros de negócios, para todos os efeitos. bons, ótimos. o que não explicava o porquê a procurava naquele horário. não era naquela hora que costumavam se ver, muitos séculos atrás? "se estiver ocupada, eu posso retornar em outro momento." anunciou, pouco depois de adentrar o recinto onde ela estava sem emitir um único som.
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sovcreign · 5 months ago
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"porta do guarda-roupa?" a referência demorou um tempo para ser discernida, ainda não havia se acostumado com obras do último século com perfeição. assentiu, confuso, antes do cenho franzido vagar por tymotheos. piscou algumas vezes, achando que seus olhos pregavam algum tipo de pegadinha. ele parecia com um de seus irmãos. pior, a memória ainda recobrava para seu filho, numa das poucas ocasiões em que o vira depois de adulto. mas não era seu filho. sabia que ele havia morrido. quando a expressão não poderia ficar mais séria, ele balançou a cabeça duas vezes e riu, seco, sarcástico, pois tinha quase certeza do que se tratava. "qual o seu nome? porque se meu olfato não falha, você cheira como um maldito corvinus. qual a probabilidade?" o sotaque era tão forte que era quase difícil de discernir, matej sentia um conflito de emoções que extravasavam pela fala.
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O café forte demais esfriava na caneca de melhor pai do mundo de Tymotheos, que segurava com firmeza na porta da garagem aberta. Filhos? Não que soubesse, mas a caneca chamava atenção pelo seu tamanho avantajado, combinando com o conjunto de músculos e estatura que o híbrido era. Só mais um dia. Lembrava ao se esticar na calçada, pernas para fora e tronco encostado na traseira da caminhonete. Um dia simples e tranquilo, nada mais. Porém, Arcanum não estava exatamente de bons termos com a paz e serenidade. O olfato captou o cheiro similar antes da visão e foi pela distração que não associou dois aromas particularmente familiares. "Perdido, meu chapa? Acabou de passar pela porta do guarda-roupa?" Nunca o tinha visto antes então, por consequência, já atribuía aos visitantes sugados pela magia do lugar. "Se seguir por aqui, vai dar na Pousada da Chama Eterna. Lá não vão mexer com você." Olhar para ele era perturbador, seu olhar tão desconcertante quanto olhar no espelho e não se reconhecer.
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sovcreign · 5 months ago
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☠️ – ❛ 𝒐𝒑𝒆𝒏 𝒔𝒕𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓. (3/5)
tw: sangue.
os últimos dias haviam sido uma caixinha de surpresa para matej. ouvia sussurros, mais do que o comum, onde quer que fosse. como se a luz cheia passada não fosse o suficiente, ecos de cantigas ressoavam em sua mente. o teleportava para momentos desgostosos, dias de prisão frios, pintados em vermelho. conseguia ouvir as vozes das bruxas, os murmúrios enquanto as vigiavam das sombras. mas elas não estavam mais lá. ele não havia se livrado de todas elas? sentia o peito arder, o tempo já não era fluido. tinha lapsos de minutos, horas, que desapareciam com o início dessas ilusões. e agora acordava, recoberto em pequenos machucados que cicatrizavam, e sangue que não era seu. era incapaz de dizer o que acontecia, e não faltava muito para concluir que entrara em um portal direto para o inferno ou alucinava após uma lesão cerebral. "você. sabe dizer que horas são? de qual dia. e o mês, por garantia."
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sovcreign · 5 months ago
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assentiu, ela estava correta. um dos lenços no bolso foi utilizado para tentar se desfazer de parte do sangue nas mãos, pouco efetivamente. matej tentava recobrar a postura, apresentar algo melhor para sua interlocutora... aquela imagem não era digna de um antigo rei. as vozes pareciam diminuir, até irem sumindo, os murmúrios desparecendo com as lufadas de vento agitadas. "não, não. eu não-..." não faço mais isso, era o que ele queria dizer. mas com as mãos ensanguentadas, não tinha mais certeza. o consciente parecia estar lentamente escorrendo pelas suas mãos, perdendo a batalha conta o inconsciente. ele limpou a garganta, e ajeitou os fios desgrenhados. e fechou os olhos mais uma vez, respirou fundo. ela não parecia que lhe faria mal, os papéis poderiam estar mais invertidos, naquele momento... pois sentia a sede instalando-se na garganta, como um incômodo crescente. "pureplut... não é muito importante no momento. eu não acho que precise de ajuda. não tem como ir muito longe, aqui, não? estamos sempre andando em círculos... eventualmente acabarei na cidade de novo." uma risada baixa, desgostosa ao final. "e todas as bruxas são más, inima." parecia pouco a pouco recobrar a compostura, erguendo os olhos e avaliando evelyn. "mas não, não acho que você me fará mal. o inverso é mais provável... sem a intenção de ofender, claro."
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Obviamente ela mantinha uma distancia de segurança do homem, não conhecia suas origens mas de uma forma ou outra sabia que estaria segura. Um demônio não gastaria tempo em matá-la sem motivo, um lobo poderia ser parado e a poção correndo em seu sangue impossibilitava ser drenada por um vampiro..."E você tá um caco.... O que? Não era para falar o que é obvio?" perguntou na lata com um sorrisinho discreto nos lábios. Os ferimentos em sua pele podiam estar cicatrizando, mas a confusão ainda não parecia ter passado "Se for para me matar eu digo que estão na clareira, se for só para saber e quiser aceitar ajuda de uma bruxa eu posso estar só" ela deu um suspiro longo olhando em volta antes de o mirar. Não precisava de muito para saber que metade daquela cidade tinha algo contra bruxas, mas ainda assim ela ainda estava disposta a ajudar "Olha, não sei quem é preplut ou sei lá, mas posso tentar te ajudar. Quer, não sei, ajuda para voltar para cidade? Meu nome é Evelyn e não sou aquelas bruxas más ou sei lá o que que deve tar pensando"
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sovcreign · 5 months ago
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poucos segundos, e o aroma do sangue alheio foi interceptado pelo seu olfato. sangue distinto, não se lembrava de já haver sentido algo assim. ou pelo menos, não por muitos séculos. seus sentidos lhe confundiam, e não parecia ser capaz de determinar se de fato era um humano. mas era atrativo, implicando em um nó em sua garganta... o lado vampírico sempre o irritava, a sede de tudo. séculos e ainda não havia se acostumado. de qualquer forma, a dupla de escangalhados se encarava, de uma maneira que parecia denunciar que nenhum deles estava em sua melhor oferta de sanidade. matej até pensava se ele quem deveria oferecer ajuda. "eu acho que já estive aqui antes. a floresta de alguma coisa, tenho acabado aqui com frequência..." a segunda frase não saia em tom muito claro, era uma anedota mais pessoal rica em sotaque romeno. as vozes em sua cabeça decidiam lhe dar um mínimo de sossego, agora iam cessando. os murmúrios agora não eram nada mais que o soprar dos ventos sobre a copa das árvores, mas a aflição não passara. "um pouco egocêntrico, mas pensei que a cidade só fazia isso comigo. acredito que se formos por aqui, eventualmente chegamos em algum lugar. mas, ..." ele não recomendaria sua própria companhia, em nenhuma situação. e especialmente naquela, onde o sague que coloria suas mãos e vestes não parecia ter sido suficiente para saciar sua sede, seja lá de onde tivesse advindo.
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Bruno havia, com algum esforço, retomado parte de sua sanidade após andar em círculos pela cidade, sua memória se esvaindo de tempos em tempos de forma que não fosse capaz de reconhecer nada ao seu redor. Odiava a sensação de estar perdido, odiava sentir como se a cidade que havia aprendido a chamar de lar nos últimos três anos se tornava completamente estranha novamente. Nem percebeu quando o sangue começou a sair de seus olhos como lágrimas, se assustando com os pingos vermelhos aos seus pés e limpando o rosto com a manga da blusa. Teve um sobressalto com a intimação alheia, piscando algumas vezes antes de ser capaz de responder. "...me desculpe, não sou a melhor pessoa para te ajudar nesse momento. Eu acho que...", murmurou antes de olhar para o relógio. "São três e meia da tarde. Não tenho muita certeza do dia. A bem da verdade, nem sei direito onde estou."
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sovcreign · 5 months ago
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(  masculino  •  ele/dele  •  ∞sexual ) — Não é nenhuma surpresa ver ZALMOXES (Ζάλμοξες) MATEJ “MATTHIAS” CORVINUS andando pelas ruas de Arcanum, afinal, O HÍBRIDO LOBISOMEM/VAMPIRO precisa ganhar dinheiro como NOVO DONO DA TABERNA SANGUE FRIO. Mesmo não tendo me convidado para sua festa de SEISCENTOS E CINQUENTA E UM ANOS (1373), ainda lhe acho METÓDICO e CORTÊS, mas entendo quem lhe vê apenas como IMPASSÍVEL e MELINDROSO. Vivendo na cidade há DOIS MESES (DEZEMBRO DE 2024), MATEJ cansa de ouvir que se parece com HENRY CAVILL.
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𝖙𝖔 𝖘𝖚𝖒 𝖚𝖕 𝖙𝖍𝖊 𝖙𝖗𝖚𝖙𝖍
tw: morte.
matej/matthias é um híbrido bem velhinho, que nasceu de uma linhagem de lobisomens bem antiga. ele iniciou sua vida como um guarda, e ascendeu lentamente pelos títulos até uma fatídica guerra. nessa ele foi transformado para que não perdesse a vida, e após habilitado, retornou para sua antiga cidade. foi tido como um herói pela sua sobrevivência e atos em guerra, mas com o passar dos anos, percebiam que ele não envelhecia. foi quando mudou para eslováquia, conheceu elizabeth de celje e assumiu uma outra identidade para se casar com ela. passou então a ser o príncipe matthias corvinus, que após um incidente, tornou-se rei de regiões da hungria, croácia e áustria. mas entedidado da vida real, forjou sua morte e decidiu conhecer o mundo. acabou sendo capturado por descendentes de seu lado materno da família, bruxos, que abominavam sua natureza como híbrido. por conta disso, foi amaldiçoado para que permanecesse em sua forma de lobo por um século. a ideia era que ele não conseguisse escapar dessa prisão após esse período, mas superando todas expectativas, ele não ficou satisfeito em fazer apenas isso como também se livrar de todos os corvinus de sangue bruxo. eventualmente, passou a se livrar de todos os bruxos, e consumido pelo ódio e pelo instinto, todas as formas de vida que via pela frente. foi uma longa reabilitação, e que engraçado, quando pensava que tinha acabado de sair dela, caminhou para outra prisão.
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𝖙𝖍𝖊 𝖍𝖎𝖘𝖙𝖔𝖗𝖞, 𝖙𝖍𝖊 𝖒𝖎𝖘𝖙𝖊𝖗𝖞, 𝖙𝖍𝖊 𝖙𝖗𝖆𝖌𝖊𝖉𝖞
tw: sangue, morte.
zalmoxes, embora ele vá preferir que o chame simplesmente de matej ou matthias, nasceu em meio a região antes conhecida como kolozsvár (romenia), numa família sem prestígio. com ou sem prestígio, os corvinus eram elementalmente estabelecidos na cidade, todos os conheciam. frequentemente ocupavam os trabalhos braçais que todos se recusavam a fazer, poderiam ter sido historicamente marcados como o mais antigo registro de faz-tudos. mas havia algo muito mais complexo e interessante naquela família que apenas muitos músculos no corpo. ninguém conhecia muito sobre eles, eles não eram exatamente falantes, ou sequer carismáticos. todos parecendo um punhado de carne movida à ódio e força bruta, o que fazia jus à natureza que maioria desconhecia. mais que uma família, eram uma das matilhas mais antigas da região croata e húngara. antes de carlos magno, eles já estavam lá, extremamente bem estabelecidos. ninguém os conhecia profundamente, mas para eles, era benéfico passar despercebido nos olhos dos humanos.
matej em específico era filho de tisza e mikail. como se não bastasse ser filho do alfa, sua mãe ocupava função estratégica, dada sua herança como metade bruxa, metade lobisomem. era esperado que esses poderes fossem passados para a criança, e essa que seria responsável por trazer honra à família. em seu nascimento, foi performado um ritual para a divindade que lhe conferiu o nome; zalmoxes era de simbolismo próximo para os corvinus, deus a quem era atribuída a duração do nome por tantos séculos. todas as forças foram depositadas na criança que nascia. e é fácil de entender como isso pode ter ido miseravelmente errado.
o moreno de olhos claros nascera sem um pingo de sangue mágico. era puramente um licantropo, que por mais que se destacasse em sua força e agilidade, não era suficiente para cumprir o vazio deixado pela expectativa de uma divindade reencarnada. viver era uma forma de constantemente desapontar seus pais. matej entretanto, cresceu com elevada ambição. não tardou em entrar para a guarda real, distinto dos demais de sua família. os atos em meio conflitos do reino fizeram que com o passar dos anos, fosse ascendendo dentre a camada militar. a inevitável ida e vindas de conflitos fez com que eventualmente o corvinus perdesse sua vida. era o fim? ele imaginara que sim, conforme deixava os olhos pesarem no campo de batalha. 
enquanto ia acordando, entretanto, matej começou a entender que seria um pouco mais difícil para que se livrassem dele. a nova natureza lhe era estranha, havia sido transformado em algo distinto. haviam boatos sobre vampiros desde que era muito novo, em todo lugar da romenia. tão antigos quanto os lobos, mas ele nunca havia visto um. nunca imaginara que se tornaria um. a mulher responsável por transformá-lo, mais que uma curandeira, estabeleceu-se para lhe ensinar os princípios básicos de como se tornar um vampiro. e ele ressurgira, anos depois de seu falecimento. pensavam que havia morrido, e seu retorno lhe rendeu o título de herói, dentre a cidade. o primeiro de seus títulos viera dessa maneira, e fora a maneira como se iniciara a ascenção da família corvinus.
com o passar dos anos, a jovialidade inesgotável do rapaz ia sendo lentamente notada. deveria ter muito mais que seus quarenta anos, cristalizado eternamente na mesma década em que se transformara. barba por fazer e cabelo desgrenhado não conseguiam conferir anos, e nesse momento, o rapaz se retirou para a eslovênia. a tentativa de anonimato foi falha, e pouco depois de instalar-se em celje, conhecera sua única esposa. elizabeth de celje. a conhecera ainda prometida para outro homem, mas mudar o curso da história não parecia fora de seu alcance. para que se casassem, assumira outra identidade. não mais matej, passara a ser matthias corvinus. aparentemente, era o segundo filho de john hunyadi, do qual subitamente todos passaram a se recordar em 1458. 
por infortúnio do destino, eventos com o sequestro do antigo rei levaram à coroação de matthias, inicialmente na hungria e croácia, e posteriormente a região da bohemia e áustria. era engraçado, ainda se colocasse em perspectiva as poucas expectativas que seus pais depositavam sobre ele. mas não lhe servia, não era? a maldita coroa era pesada demais, e em 1490, forjou sua própria morte. deixou a romenia, ansioso por desvendar mais do que o mundo poderia lhe oferecer. este, em retorno, mostrou o quão maldito poderia ser. meio século depois, e cruzara com o coven que descendera da linhagem familiar de sua mãe, os lesovik. a história dele era conhecida, e por muito tempo desprezada pelos seus componentes. acima de tudo, desprezavam vampiros, criaturas ditas como embebidas em magia negra. a força, a agilidade, de nada lhe serviram quando fora surpreendido.
para restaurar a ordem natural das coisas, os corvinus encontraram uma punição adequada. por um século, ele estaria aprisionado em sua forma de lobo. o coven tinha a expectativa de que os anos confinado fossem apagar o homem dentro da besta, e prisão temporária se concretizaria em perpétua. mas não funcionara assim. ao final do século, seu consciente retornara, completamente destroçado. com os anos, os instintos aprenderam a falar mais alto que o raciocínio, e após despertar da maldição, assim fora. o ódio o movia acima de tudo, e a lembrança fizera com que caçasse o coven. matando todas as malditas bruxas da linhagem corvinus que conseguisse encontrar. e então, simplesmente, qualquer bruxa. eram meados de 1600, e ele abrira precedentes para o início dos caçadores de bruxas. as odiava. a sede era tão grande, como se fizesse por compensar os anos sem beber sangue humano. 
o processo de reabilitação fora demorado, quase impossível. todos os quatrocentos anos que se sucederam foram necessários para pouco a pouco devolver o que havia perdido. e logo quando pensou que havia conseguido, acabou em arcanum.
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𝖆𝖓𝖉 𝖌𝖎𝖛𝖊 𝖒𝖊 𝖘𝖔𝖒𝖊 𝖉𝖊𝖙𝖆𝖎𝖑𝖘 𝖆𝖇𝖔𝖚𝖙 𝖎𝖙
001. matej é uma pessoa conturbada. sua vida é bem dividida em homem, lobo, e homem. toda a aptidão social e educação dissolvida em décadas na cabeça de uma fera. ainda que tenha passado mais anos como homem que como besta, é difícil de programar corretamente suas ações. os instintos vencem, lhe consomem, e ele cede e se culpa.
002. tba;
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bonus:
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sovcreign · 5 months ago
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(  feminino  •  ela/dela  •  pansexual ) — não é nenhuma surpresa ver NARKISSAS JINX andando pelas ruas de arcanum, afinal, a FAERIE DA FORTUNA DOS GRITOS precisa ganhar dinheiro como GERENTE DO SORTILÉGIO DA GANÂNCIA. mesmo não tendo me convidado para sua festa de TREZENTOS E SETENTA E OITO ANOS  (1646), ainda lhe acho ASTUTA e PERSUASIVA, mas entendo quem lhe vê apenas como MANIPULADORA e EGOCÊNTRICA. vivendo na cidade há DUZENTOS E OITENTA E UM (1753) anos, JINX cansa de ouvir que se parece com EVA DE DOMINICI.
𝑻𝑶 𝑺𝑼𝑴 𝑼𝑷 𝑻𝑯𝑬 𝑻𝑹𝑼𝑻𝑯
tw: sequestros, morte, sangue, violência, tráfico feérico.
jinx é uma faerie complexa, com um histórico de vida do qual ela não se orgulha tanto. sequestrada na primeira coorte em que nasceu, para ser leiloada em um ponto de tráfico de sangue feérico, calhou de ser comprada por asmodeus. durante seu serviço, foi manipulada por uma bruxa para que abandonasse o demônio e se retornasse para se vingar da sua antiga coorte, que deu pouca importância para seu desaparecimento. o peso de ser responsável pela morte de algumas dezenas de fadas fez com que narkissas enlouquecesse, precisando ter suas memórias manipuladas e confinadas num espaço conhecido como "the vault". a sensação de ter perdido algo, entretanto, fez com que ao despertar fosse lentamente atraída para arcanum, até finalmente entrar. na cidade, foi inicialmente uma das fundadoras da coorte da fortuna, mas o assassinato de uma faerie anos depois foi uma das peças chave para que memórias escapassem do vault. assim, ela retornou para suas configurações iniciais, e assumiu sua insanidade. foi expulsa da fortuna e passou para a coorte dos gritos. não muito depois, passou a trabalhar como gerente no sortilégio da ganância.
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𝑩𝑬𝑭𝑶𝑹𝑬 𝑨𝑹𝑪𝑨𝑵𝑼𝑴
tw: sequestros, morte, sangue, violência, tráfico feérico.
em seu início, a faerie que conhecemos hoje era chamada como narkissas. oriunda de uma pequena coorte nos alpes, pode-se dizer que seu desenvolvimento não foi nada do ordinário. a coorte em que nascera era isolada das demais da mesma espécie, após a desarticulação de uma antiga coorte predominante em toda a itália. ali reuniam-se fadas que tinham sido expulsas de seus antigos reinos em todo o mundo. um conglomerado mentes solitárias, inquietas, ou até vis e cruéis, que esculpiram a criança de olhos azul e lilás. havia sido abandonada não muito depois de seu nascimento, e nunca em seus séculos de vida buscou compreender quem eram seus pais. orgulhosa desde que nascera, a criança esperta soube criar seu caminho em meio a miséria, destacando-se em meio a coorte pela lábia e o carisma que exibia ainda em tenra idade. essas mesmas características fizeram se misturar entre a elite, participar ativamente dos conselhos, e estas também foram as responsáveis pelo início das rachaduras na personalidade da faerie.
narkissas era influente o suficiente para estar presente em reuniões de relevância na comunidade, mas não o suficiente para que sua ausência fosse notada. era verdade que por meses, a coorte notava desaparecimentos inexplicados pelos arredores do reino. incapazes de atuar sobre, a morena tornou-se logo mais um nome em meio papéis, sem ser dada a devida importância. seu sequestro havia sido especialmente encomendado, a necessidade de suprir bancos de sangue feérico para os sanguessugas com gosto mais refinado. e era sortuda, como era. pois calhou de não ser comprada por um vampiro, mas por um demônio. e não qualquer um, mas um príncipe do inferno. asmodeus a comprou na intenção única de que aquela lhe prestasse serviços. e ao contrário de tudo que imaginara de demônios antes de seu primeiro encontro, a experiência fora extremamente satisfatória. 
conviver com o príncipe da luxúria era uma montanha russa, e fundamentou uma parte essencial de sua personalidade: o amor pelos prazeres da terra. rapidamente descobrira que fadas e demônios poderiam ser bastante similares, e flexibilizou a relação construída com seu “dono”. era quase que uma amizade perigosa, contabilizando-se os limites de uma relação contratual. o mal fora fazer com que tivesse direito de ir e vir… numa das indas, identificara a sua maior fraqueza. bruxas. e não por qualquer razão de força, jamais, a pobre fada só não conseguia conter seu coração acostumado com a luxúria de um demônio. 
a beleza etérea, os cabelos e olhos escuros, o andar que somava-se com as sombras e penumbras. nunca soubera seu nome real. e sua pequena lábia, carisma, nada eram perto daquela bruxa. essa manipulava multidões com um breve farfalhar de dedos, desdobrava ilusões profundas com um fixar de olhos. nem oferecera resistência, fora levada antes que seu dono original pudesse suspeitar de algo. foram duas décadas que a faerie passou sobre o domínio da feiticeira. esta ensinando-lhe seus ofícios, como manipular mentes, sustentar ilusões, enquanto pouco a pouco alimentava qualquer ódio que ela sentisse pela sua antiga coorte. nem lembrava-se da origem dos sentimentos, mas uma inconformação com a pouca relevância em seu desaparecimento foi tornando-se uma grande mágoa, cujo ódio tornava-se insustentável. agora ela precisava se vingar.
não sabia do efeito da bruxa por trás. demorara a raciocinar que fora manipulada no lugar de manipular. quando conseguiu por fim distinguir seus sentimentos dos infundidos em sua mente, era tarde demais. suas mãos estavam completamente sujas do sangue das faeries de sua coorte. a mente engenhosa utilizada para o mal, arquitetando um plano de destruição sem escapatória. do lugar não sobraram nem as ruínas, tampouco as histórias. tudo aquilo fora suficiente para empurrar a fada para a completa insanidade, processo assistido de perto pela bruxa. narkissas a odiava, mas se odiava mais. o processo autodestrutivo previsto pela autora de todo aquele crime justificou uma última manipulação. antes de ir embora, a feiticeira tratou de trancar todas aquelas memórias em um canto do inconsciente da faerie. conhecido como the vault. tudo aquilo que assolava a mente da fada foi guardado, trancafiado fundo em sua mente. nada de asmodeus, ou mesmo de sua bruxa.
começando do zero, narkissas acordou em meio uma cidadezinha da itália rural. sem ideia de muito mais que seu próprio nome, de onde viera, a insanidade dera lugar para um vazio existencial. a essência permanecia, se divertia enganando humanos e se passando por um poltergeist, mas a ciência de que havia algo estranho consigo não permitia que relaxasse. a tentativa de encontrar o que havia perdido fez com que fosse parar em arcanum, atraída pela cidade na falsa esperança de recuperar fragmentos de seu passado.
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𝑨𝑭𝑻𝑬𝑹 𝑨𝑹𝑪𝑨𝑵𝑼𝑴
narkissas chegou durante a formação de arcanum como se conhece hoje. ainda uma jovem (não tinha mais que seus cento e dois anos). desde que nascera, sempre tivera uma tendência natural a ceder ao caos. olhos que brilhavam ao confundir e enganar, empolgação ao fazer discretas crueldades no mundo humano. e mesmo assim, entenda que era diferente. extremamente perspicaz, astuta, era uma época onde acreditava poder viver o melhor dos dois mundos. equilibrar pequenas insanidades com atos de benevolência. foi sua principal motivação para estar do lado da coorte da fortuna. 
entretanto, é em 1799, com a morte de uma fae da coorte das conchas, uma insatisfação com a maneira como as regras eram ditadas por ali começou a ser alimentada. o desdobramento ocasionou uma série de instabilidades em sua mente que permitiu que algumas memórias escapassem do vault. e a insanidade se manifestava. pequenas pegadinhas e distrações começaram a transformar em explosões, caos generalizado e ilusões coletivas em dias aleatórios. o agravamento dessas situações, ao longo dos anos, fez que não muito depois de 1805, fosse expulsa da coorte da fortuna. ou melhor, ela prefere dizer que saiu por livre e espontânea vontade.
o acolhimento pela coorte dos gritos foi quase que imediato, dando a agora jinx a característica particular de olhos azul e lilás junto de um discreto par de chifres em sua cabeça. jinx é conhecida pela sua capacidade de modular sentimentos. perto dela, conforme seu desejo, sentimentos pré-existentes podem ser potencializados ou diminuídos, tudo para que o verdadeiro show de manipulação possa dar lugar. então é normal se sentar de seu lado, e a voz aveludada ir fazendo se sentir cada vez mais calmo até a inebriação. ou então sentir uma raiva particular, quase que inexplicável, nascida de uma pequena irritação em seu âmago. 
mas jinx só foi feliz de verdade em arcanum após iniciar como gerente do sortilégio da vingança. informação, negociação, estar a par de futuras malignidades das quais pode ou não participar… isso é um privilégio sem igual. pois a morena permeia entre esses grupos com naturalidade, sendo conhecida também pelos perigosos acordos que oferece por aqui e ali… são bons acordos, mas cuidado! ela cumpre com o que promete, mas apenas exatamente o que prometeu. faça seu pedido com cuidado, e se atente ao valor cobrado! não existe almoço de graça.
desde a chegada de lucifer, tem ficado muito claro o seu alinhamento, ainda mais com suas relações atuais. além disso, ela é uma das dançarinas convidadas do oitavo pecado.
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sovcreign · 5 months ago
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✰ – ❛ 𝑺𝑶𝑽𝑬𝑹𝑬𝑰𝑮𝑵.
blog multimuse criado por H (ela/dela) para o @volatilehqs! eternamente aberta para plots. atenção para biografias extremamente longas, flood em chats e plots surpresa. meu chat está sempre disponível para acolher a todes.
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jinx (narkissas), ela/dela, feérica da coorte dos gritos (ex-fortuna), uma louca sem fiscalização;
zalmoxes (zάλμοξες) matej "matthias" corvinus, ele/dele, híbrido lobisomem/vampiro, um homem quebrado sem direção.
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sovcreign · 5 months ago
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e era verdade, afinal, muitos lhe dirigiam olhares até um tanto quanto invejosos. o tempo que dispendiam juntas e as risadas que ecoavam do recinto eram grande motivadores para que alguns suspeitassem do favoritismo de chrys, e outros tivessem completa certeza. a enxergava num tom de irmandade, era a pessoa a quem confessava alguns de seus pensamentos mais privados. e o recente evento a fizera devanear se corria risco de perder o pouco em que havia conquistado. na posição de rainha, era um alvo claro. "o caos absoluto acho que me encanta tanto quanto apavora. era mais fácil quando eu não tinha absolutamente nada a perder. você têm se protegido mais, imagino?" a pergunta era um pedido velado. "definitivamente estamos em péssimos lençóis."
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FLASHBACK - Evento de Natal
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Abriu um sorriso surpreendentemente doce com a resposta de Jinx, um sorriso muito raro e reservado a pouquíssimas pessoas. A relação das duas era baseada na confiança, um sentimento escasso na rainha da Corte dos Gritos, mas preservado com muito cuidado. "Fico feliz que goste. A confiança que tem em mim é valiosa como poucas coisas o são para mim, Jinx. Você sabe que a proteção e amizade que te ofereço não é algo que muitos têm." Chrysalia não se importava que outras pessoas acreditassem que ela era completamente sem coração; era para seu benefício, mas a verdade é que ela sentia muito e intensamente. Só sabia esconder muito bem. "Da última vez que corpos apareceram em pilhas em Arcanum, uma nova ordem foi estabelecida na cidade, a Lei de Miguel. Me pergunto se é a mais uma nova ordem que nos encaminhamos, ou apenas ao caos absoluto." Chrysalia não parava de pensar naquilo, desde que tudo começou. "Confesso que não me importo muito com o Natal, mas se ele realmente envolve punir os travessos, estamos em maus lençóis", comentou com um riso humorado.
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sovcreign · 5 months ago
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"não pensei que você tinha um. é uma surpresa para mim." leve acinte, havia diversão se não perturbasse qualquer um com quem se comunicava? a resposta ainda lhe arrancou o sorriso do rosto, lentamente dirigindo-se para uma expressão emburrada. haviam lhe dito não. "então preciso que me forneça ideias, o que exatamente eu poderia precisar de você? como disse, está sem seus trocados. talvez, um segredo. um muito bom, muito interessante... possa valer. o que acha? claro que eu serei a juíza disso... portanto, escolha bem, pode acabar tendo que pagar mais de uma vez caso não seja suficiente."
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[  FLASHBACK  ]
A  risada  de  Jinx  a  fez  franzir  o  cenho  levemente.  Era  uma  piada.  É  claro  que  sabia  que  não  se  pagava  feéricos  com  dinheiro.  "Acho  que  o  seu  senso  de  humor  está  pior  que  o  meu,  Jinx."  A  proposta  da  feérica  soava  como  um  problema.  Não  fazia  acordos  com  ninguém  sem  que  tivesse  seus  termos  muito  bem  delineados,  e  principalmente  quando  não  havia  pedido.  "Não.  Prefiro  que  me  diga  agora  como  posso  recompensá-la  por  ter  tomado  meu  isqueiro  sem  que  eu  soubesse."  Observou  o  objeto  novamente,  então  suspirou.  "Agradeço  o  tempo  que  tomou  para  o  concertar,  mas  não  gosto  de  estar  em  débito  com  ninguém."
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sovcreign · 5 months ago
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era lua cheia, a fase favorita de jinx. havia algo sobre estender as asas e pairar iluminado pela luz inebriante daquele belo satélite, hábito que a perseguia desde que entrara em arcanum. ali, ela parecia tão imensa, colossal. e aninhada num galho de um pinheiro, distraía-se com os próprios pensamentos, os motivos particulares que a arrastaram ali. sentia-se estranha. em um segundo, um ambiente inundado de pessoas esvaziava-se em sua frente. interlocutores desapareciam em meio a fala... deixando para trás uma feérica, confusa, que descobria segundos depois que nada daquilo era real. as pessoas nunca haviam desaparecido. sua mente estava ruindo? a moeda pesava toneladas em seu bolso, e a arremessou mais uma vez sobre a copa das árvores, ainda que soubesse que ela tornaria. mas o ato provou querer puní-la, e imediatamente a visão escureceu. o pânico se instaurou em um milissegundo, esvaziando seus pulmões. levantou-se de supetão, o instinto a carregando para uma queda livre. pôde sentir seu coração congelando, era o pesadelo vívido: você está caindo, e então acorda. mas ela não acordava, e suas asas não pareciam bater. expira. como mágica, a memória muscular retorna, e ela paira sobre o ar. a descida violenta rendera arranhões em galhos, folhas presas sobre o cabelo. exasperada, jinx deixou o peso recair sobre o chão. logo ela, que costumava ser aquela quem desenhava ilusões como aquelas, se via perdendo os sentidos tão facilmente. e fora desatenta ao ponto de relaxar em noite de lua cheia em meio território de lobisomens, fato que só constatara ao ouvir os barulhos crescentes. tinha se erguido, mas sequer usava sapatos. então reconheceu a origem dos sons, algo que fez seu estômago embrulhar.
a imagem era terrível, por si só. era fácil de presumir o que havia acontecido, mas não era a sua preocupação. na verdade, constatava aos poucos que havia se machucado, no fundo sabia que não conseguiria ir embora voando tão facilmente. e tinha o pior detalhe, os arranhões em seu corpo. seria a última de suas histórias? ela engoliu em seco. a mente não havia se recobrado suficientemente para aquilo, então ela apenas cambaleou para trás. "não dê nenhum passo. eu-." ela olhava para os lados, tentando decidir entre o risco iminente e os possíveis que encontraria rumando a pé pela floresta. "fuck." não conseguia organizar os pensamentos, sentia-se como se compartilhasse o próprio cérebro com mais alguém. as mãos foram em direção às próprias têmporas, antes de se erguerem de novo para o lobo. "eu não consigo ir embora agora. eu preciso de alguns minutos. minha cabeça..."
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Foi a primeira vez em décadas que Tymotheos não lembrou do que aconteceu na lua cheia. Suas últimas memórias pareciam saídas de um nevoeiro. Embaixo de um carro, ajustando algumas partes, esfregando os olhos pela dor de cabeça crescente. Lembrava de ter bebido o coquetel de wolfsbane e verbena. E... O cheiro ruim de bile subindo para o nariz perto demais do chão. As mãos de dedos estrelados, garras negras raspando o concreto e a luz chamando. Agora ele se arrastava entre as árvores com as pernas em chamas e um corte na base do abdômen. Nada preocupante, logo percebeu, mais um filho da puta de um incômodo. Algo tinha acontecido. Porque sangue cobria as mãos, preenchia a boca, secava na mandíbula. Pelos escuros misturados aos loiros, cabelos nos ombros e mais marcas de dentes no ombro esquerdo. Uma briga. E o adversário não tinha sobrevivido (ou tinha pego outra coisa fibrosa e mastigado até engolir). Tiny encheu a boca de saliva e cuspiu o excesso da própria raça preso nos dentes, a dolorosa transformação criando ondas para colocá-lo no mesmo estado de novo. O brilho, no entanto, foi sentido na primeira respiração profunda. Familiar aroma adocicado, inebriante, carregado pelas folhas douradas e sussurros de almas esquecidas. "Vá. Embora." Não preocupava-se com a nudez, tampouco da vulnerabilidade exposta. Bastava um mínimo incentivo para fazer pior do que naquela noite de terça-feira.
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convocado: @jinxfae
local: Floresta das Almas Perdidas
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sovcreign · 5 months ago
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a música era quase poética, ressoando baixo no ambiente em que estavam. "fico feliz que foi capaz de abstrair esse pensamento. costuma ser difícil para alguns." e com alguns, claro que se referia a lobisomens. mas estava tentando se conter, segurar a própria língua imensa.... ainda tinha que manter seu pescoço conectado com a sua cabeça. "esse joguinho?" perguntava, enquanto caminhava, como se procurasse através da tentativa a resposta para a sua pergunta. "você se refere ao o quê? chegar perto de você? ou lhe disparar provocações?" mantinha uma distância saudável, mas nada que não pudesse ser superado em segundos. a morena apostava que ele não teria a ousadia de repetir o ato do qual se desculpava, e ainda mais dentro do próprio cassino. mas os olhos... os olhos dele pareciam indicar algo distinto, com suas pupilas dilatando suavemente, toda vez que trocava o peso dos pés ao caminhar pela sala. "eu poderia. mas para contratar um brutamontes, ou até lhe denunciar... em algum grau, precisaria falar sobre o que ocorreu. concorda comigo? e se pensar mais adiante, em que culminaria essa atitude? que tipo de segurança a se ofertar para esse estabelecimento se você me tirou como aperitivo em uma terça-feira qualquer? não disse que não haverá retaliação, entretanto." a voz era baixa, explicando aquilo com uma calma dissonante do comum. mas como era uma situação igualmente dissonante, fazia sentido. "quantas vezes você supõe que isso me aconteceu?" riu, como se a ideia daquilo sendo algo frequente fosse patética. e parou. sim, centímetros de distância. os olhos fixos no dele. "e para quem veio pedir desculpas, a palavra principal foi ausente." pressionou, semicerrando os olhos antes de dar seguimento. "o truquezinho? você quer dizer extrapolar seus sentimentos de culpa e vergonha? bem, o truque poderia ser melhor. mais favorável. não gostaria de tratar seu descontrole?" ela tomou mais algum tempo antes de seguir falando. "eu vi dentro de sua mente, sabia?... seja sincero comigo, diga que não representa nenhum perigo para mim."
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sovcreign · 5 months ago
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ainda que jinx preferisse bruxas, existia sua devida diversão em outro ser mágico não feérico. o toque não a assustava, pois no final do dia, era aquilo que eram: constante provocação sem efetivação. e ali, reclusos, sua mão funcionava como um belíssimo adorno. "fico feliz de saber, asmodeus sempre coloca boas ideias em sua cabeça. o sortilégio é o melhor local dentro desse pequeno inferno." e compartilharem o mesmo mestre, por assim dizer, era um a mais. ela e tomillus tinham uma sintonia gostosa, difícil de ser ignorada. o que explicava o tempo que despendia em sua presença, nas poucas ocasiões em que não trabalhava no cassino.
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aspirou o ar do charuto aceso, deixando a fumaça não muito mais que alguns segundos presas. saboreando, antes de preceder sua resposta com uma boa lufada. e era mágica, então claro que expirou algo colorido, uma fumaça avermelhada, para manter a teatralidade que tinham estabelecido. "muito mais tempo. sou uma mulher de negócios. e sou a segurança daqui, preciso ficar até que as atividades estejam encerradas." mas era justamente por ser a segurança dali que tinha aquela vantagem, não? a habilidade de fazer com que algo não fosse visto, não fosse permitido. riu, deslizando a mão sobre a dele. os dedos sobrepostos empurravam os do bruxo ligeiramente mais para cima, encaixando-se sob a fenda do vestido. "besides, resistimos o ano todo. vamos estragar tudo agora no natal?" ela adorava o fazer esperar.
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Os olhos do bruxo escureceram mais um pouco, numa sombra que lembrava aquele do outro lado: o demônio que concedera seus poderes. Outros estabelecimentos, outras manifestações de poder, e ele... Calculava. Os dedos da mão livre mexendo, criando formas e runas de um feitiço aparentemente inocente. Não era hora. Lembrava a sede crescente, de promover o demônio da luxúria, ao colocar a palma sobre a coxa da feérica e apertar a carne macia. "Críticas construtivas não são perdas de tempo, minha cara. Contudo, se a ignorância de aflige, a resposta é não. O sortilégio é querido demais a Asmodeus e não sou alguém que vá contra preferências." Salvaguardado no Oitavo Pecado, a superioridade própria tinha mais força e dominância nas concepções. Suspirou depois da tragada generosa, lábios franzidos para soprar anéis de fumaça perfeitamente alinhados. E uma gracinha pela magia ao condensar num elegante querubim em franca descida para o inferno. "Aqui, deixe-me acender para você." Estalou os dedos criando a chama, mantendo-a baixa o suficiente para que ela precisasse se inclinar e, assim, deixar o ouvido na linha da boca. "Quando vai ficar mais tempo aqui, hum? Depois desse adorável desfile, não é melhor ficar com quem se importa genuinamente com você?"
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sovcreign · 5 months ago
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envolver-se com vampiros era um problema para a feérica; duas espécies que não deveriam se misturar. mas o fato que não deviam fazia com que fosse exatamente compelida a fazer aquilo. era copiosamente atraída por qualquer oportunidade de divergir do que lhe era esperado. por isso ocupava um lugar perigosamente próximo de vlad, tomando pequenos goles do whisky entregue pelo garçom. "o que posso dizer? em que outro horário eu teria oportunidade de me aventurar pelos perigos noturnos?" deu de ombros, suavemente, e recostou-se no assento. "você ficou por toda a apresentação? acho que é a primeira vez que tenho como espectador. um verdadeiro privilégio, devo dizer." e deixaria ele decidir quem era o privilegiado em questão. "nenhum assunto sério para tratar em seu clã? suas coisas de vampiro sério... como a falta de bons pescoços e má distribuição de sangue de virgens."
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O  motivo  de  estar  perambulando  pela  cidade  naquele  horário  era  a  inquietude.  Não  que  não  vagasse  durante  a  noite,  mas  naquele  dia  em  especial  estava  mais  inquieto.  A  mudança  abrupta  no  clima  o  fez  pensar  que  talvez  Miguel  estivesse  planejando  algo  para  a  cidade,  e  uma  decisão  do  arcanjo  parecia  sempre  ser  uma  inconveniência  para  o  líder  dos  Vermilion.  Parte,  é  claro,  apenas  por  pura  implicância.  Acabou  encontrando  seu  caminho  até  a  porta  do  Oitavo  Pecado,  entrando  a  tempo  de  ver  Jinx  subir  ao  palco.  Encarou  aquilo  como  a  sorte  da  noite,  e  se  sentou  em  um  dos  cantos,  observando  a  fada  com  um  olhar  atento.  O  sorriso  dela  ao  se  aproximar  dele  o  fez  comentar,  também  com  um  toque  de  malícia.  "Ah,  bela  Jinx,  você  sabe  bem  o  que  está  fazendo."  Piscou,  gesticulando  para  que  o  garçom  viesse  até  os  dois.  É  claro  que  o  apelido  usado  acariciou  o  ego  do  vampiro,  e  ele  continuou  sorrindo,  espelhando  a  expressão  da  fada.  "A  senhorita  só  aparece  nesse  horário,  tive  que  abrir  uma  exceção  especial  para  vê-la."
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sovcreign · 5 months ago
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o rubor das bochechas, adornados por fios loiros... nate era um show à parte, um colírio para os olhos em meio os drinques e piadas sem graça. podia dizer, talvez, se não escondesse isso fundo em seu âmago, que sentia falta. mas não ousaria, ainda porque considerava um crime. um ultraje sem tamanho, como poderia alguém dar as costas para ela... e ir embora? ela não podia tolerar. por que sua ida a incomodava tanto? e em um delírio bêbado, tudo escapara de suas mãos. o fogo, o cheiro da madeira telas e suor queimando. ele sentia-se agora triste como ela? com raiva como ela? então estava satisfeita. mas a satisfação durava pouco, e agora estavam ali. jinx se aproximou, esticou os dedos e ajeitou com a ponta dos dedos os fios rebeldes que cobriam seus olhos. em fragmentos de segundos, um gesto e poderiam jurar ser uma quarta-feira comum, das que se encontravam com copos de bebida bem ostentados em mãos. um sorriso. sincero, sarcástico? não saberia dizer ao certo. "milagres, huh? talvez, nathaniel." tantas letras em seu nome, para quem se acostumara a pronunciar apenas nate. os olhos pareciam tentar discernir se as palavras alheias eram verdadeiras, enquanto em seu interior, jinxes debatiam sobre a melhor abordagem. decidiu que o presentearia com a sinceridade. "mesmo com séculos, um nunca consegue tornar usual a passagem de amigos para desconhecidos. pode se tratar de uma falha particular minha, mas é sempre um incômodo. e um frequente. sim, tem coisas que ninguém entende. é irritante perder um fragmento seu que dividiu apenas com uma única pessoa no mundo, não?" e o olhar devaneou, ostentando um sorriso amargo. "eu estou como sempre, acho que ligeiramente mais esperta com lobos melindrosos. não o suficiente, pelo visto. o que posso dizer? nunca conheci alguém com piadas sem graça como as suas... é um talento."
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(trilha sonora).
[flashback]
Aquela era uma verdade crua e escancarada. Apontada sem escrúpulos, que fazia as bochechas de Nate doerem, queimando por baixo da pele. Mas, o lobisomem tinha entendido o recado. E mais do que isso, sabia ser o errado naquela história assim como em tantas outras. Se arrependia de algo, não tudo--- era um homem falho, talvez até demais. E então, ele acenou, uma breve careta passeando pelo rosto bonito antes de dar lugar a um sorriso complacente, quase educado. "Dizem que o Natal tem a capacidade de reatar laços, operar milagres. Talvez esse seja um--- na verdade, vou considerar como um. Eu fico... Feliz de conversar com você de novo, Jinx." Nate umedeceu os lábios, agora conseguindo encará-la nos olhos. "Sério. Tem coisas sobre mim que mais ninguém entende... A gente até se divertia, né? Mas eu... Queria muito saber como você tá." Um pigarro. "Quer dizer, assim, em níveis aceitáveis do que você quiser me contar é claro."
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