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Perceber que tinha magoado Vincent era uma nova forma de tortura, e mais um motivo para odiar o passado que o atormentava. O contato físico não era sua primeira linguagem do amor quando fora do contexto sexual, mas nunca o teria rejeitado em circunstâncias normais: ansiava pelo acalento que era tê-lo consigo, por muito que seu corpo ainda parecesse preso na resposta automática que o fazia vacilar toda vez que era tocado sem permissão. Se não o podia dizer tudo aquilo com palavras, o fez ao suavizar os olhos enquanto o fitava, sua atenção se demorando em cada detalhe do rosto familiar e diferente graças ao disfarce. Sacudiu a cabeça em negativa para confirmar a interpretação do príncipe: falar não era uma opção. Não estava pronto para colocar o que sentia em palavras, e torcia que as migalhas que tentou oferecer ao confessar a saudade que sentia fossem sucifiences para o amolecer.
Mesmo enquanto caminhavam rumo ao novo destino, seus olhos não o deixaram por mais tempo do que o necessário para garantir que teriam a privacidade que buscava. Ainda sentia como se a presença de Vincent fosse não mais que um produto de sua imaginação, como tinha sido na cela escura ao distraí-lo da solidão. Temia que se piscasse ou o perdesse de vista, a presença que agora o confortava se esvairia como fumaça.
A escolha da Casa dos Prazeres como refúgio não tinha sido banal. Em um ambiente como aquele, todos estavam distraídos demais com os estímulos para o notar. Mesmo enquanto cruzavam o salão e o corredor até a privacidade do quarto, nada mais eram que um par em meio a outros tantos, perfeitamente desinteressantes quando ao redor havia mais de uma demonstração de despudor. A mão encaixada na sua era um toque inocente comparado ao entrelaçar de corpos e à cacofonia de sons de prazer que agora os cercava. Queria poder ser honesto e o explicar o que exatamente se passava em sua caixola mas, se não podia escrever, não sabia como se comunicar com ele para além da expressão exasperada que agora o ofertava. Tentaria novamente mais tarde. Os dedos doíam, sim, mas era um sacrifício pequeno a se fazer quando a alternativa era permitir que o mau entendido pairasse entre os dois como uma ameaça.
Sua prata era suficiente para pagar por um quarto simples mas bem apresentado. Com a porta fechada às suas costas, se acomodou na beirada da cama, permitindo que Vincent tomasse sua mão na dele e inspecionasse os dedos feridos, encarando o contraste entre seus tons de pele e permitindo que os olhos se atentassem à marca do dragão que agora o adornava. Tinha tanto que queria perguntá-lo sobre o que tinha perdido, sobre o ataque a capital e sobre Eldritch, e se sentia inquieto por não poder interrogá-lo sobre seu bem estar. Odiava ser a única vítima de escrutínio, mas o cuidado com que ele o tocava ao menos aqueceu seu coração. Os lábios pressionados contra as costas de sua mão lhe arrancaram um sorriso. Estendeu os dígitos livres para traçar o contorno do rosto de Vincent, prolongando o momento por um par de batimentos cardíacos antes de tocar o pingente do amuleto que ele usava, o puxão silencioso uma ordem para que ele deixasse o disfarce de lado. Estavam sozinhos, e queria vê-lo de verdade – só não desfez o fecho do colar por conta própria por já não ter a habilidade motora necessária.
Não sabia o quanto queria ouvir palavras doces como aquelas vindas dele até escutá-las em voz alta. O nó na boca de seu estômago se desfez, e Tadhg se inclinou de maneira a repousar a testa contra a dele como já tinha feito tantas vezes antes, se permitindo cerrar as pálpebras e finalmente relaxar. Estava seguro. Estava com ele. Não permitiria que fossem separados novamente. Quando voltou a abrir os olhos, o fitou com um misto de angústia e devoção. Não tinha procurado o bordel para o fazer raiva ou para encontrar outro corpo quente que não o dele, e sacudiu a cabeça em negativa frente à acusação, acompanhando a resposta de um sorrisinho ao notar o ciúme que transbordava no tom. Não tinha como o explicar que recorrera ao primeiro lugar em que sabia que poderia beber sem ser perturbado, mas fechou a distância que os separava e o beijou para que o hálito de rum servisse de indício. O toque entre seus lábios foi breve, calculado para o desarmar sem que se distraíssem. Meneou a cabeça em negativa tão logo a sugestão de usar magia foi feita, o tomando pelo pulso para impedir que usasse o pincel, arrancando o objeto de sua posse e o colocando de lado na mesa de cabeceira, fora de alcance por ora. Ashla tinha sugerido que procurasse a ajuda de um khajol para curar o ferimento, mas Tadhg tinha visto em primeira mão que havia algo de errado a magia de Vincent, e não queria que ele se arriscasse. Encontraria uma outra solução. Torceu o nariz e deu de ombros para o indicar que a dor não era tão ruim assim, a mentira sendo melhor do que a honestidade naquela situação: era conveniente que não pudesse contá-lo que talvez já não fosse capaz de tocar todas as notas em um piano.
Não queria mais pensar em sua prisão. Baixou o olhar para as mãos ainda unidas, usando o indicador livre para contornar a marca dracônea que agora casava com os anéis em seus dedos, acompanhando o toque de um olhar inquisitivo. Esperava que a resposta fosse longa o suficiente para preencher o silêncio e ocupar seu juízo, e julgou ser a justificativa perfeita para se fazer mais confortável em preparação. Se ajustou sobre a cama até poder descansar as costas contra a cabeceira, se aproveitando dos cadarços frouxos das botas para chutá-las para longe e colocar os pés para cima no colchão. Riu sozinho ao perceber que aquela era a primeira vez que percebia uma vantagem em seus movimentos restritos, e uma ainda melhor o ocorreu como ideia logo a seguir: se estava enfermo, tinha a desculpa certa para o colocar para trabalhar. Indicou o espaço vazio ao seu lado com o queixo, o convidando a se aninhar contra seu corpo. Estava farto de ser o centro das atenções, e queria ouvir o relato sobre Jörmungandr em primeira mão.
Tinha sentido falta de o ouvir tagarelar quase tanto quanto de fazê-lo calar a boca. Havia tempo suficiente para ambos naquela noite, e deixariam a realidade para amanhã.
De todas as coisas que passaram pela cabeça de Vincent durante os dois angustiantes dias de desaparecimento, a possibilidade de encontrá-lo num bordel não havia sido sequer considerada. Temeu encontrá-lo morto, ferido demais para ir atrás dele ou até o evitando, mas não isso. Não quando haviam outras pessoas além dele preocupadas. Sua vontade era a de dar um soco nele para que nunca mais fizesse isso novamente, e só então o remontaria em pedaços. Tadhg não parecia muito preocupado em se explicar, alheio ao desespero que havia causado com sua ausência, o que só alimentava aquela vontade imensa que Vincent sentia de arrancar uma resposta dele à força. Como podia agir desse jeito?!
Fosse egoísta ou não, tudo o que o Príncipe queria era prendê-lo para que nunca mais escapasse assim outra vez — nunca mais deixá-lo se afastar como se eles nem tivessem a ligação que entrelaçou seus destinos desse jeito, tornando um tormento ter que ficar separados. Depois do incidente com o demônio dentro dele no casamento, havia uma certeza nunca dita em voz alta que, independente de tudo, um deveria permanecer ao lado do outro, porque não deveria existir nenhuma linha os separando. E quando ele se afastou como se o toque fosse brasa quente, o negando isso, Vincent sentiu toda a irritação se estilhaçar no peito, os fragmentos afiados o cortando por dentro, fazendo um gosto amargo subir à garganta e levar embora todas as palavras que tanto queria atirar na cara dele. Tinha cruzado um novo limite que não percebeu a existência até então.
Pareceu já existir uma distância absurda entre os dois quando Vincent recuou um pouco para trás, puxando de volta a mão que tentou tocá-lo, sem saber como digerir a impressão horrível de que talvez agora ele o visse como não mais do que um veneno em sua vida; uma criatura amaldiçoada que só atraia o mal a ele. Vincent não tentou esconder que a rejeição o acertou em cheio, as sobrancelhas se unindo em questionamento ao recuar. Não fosse pelo arrependimento na expressão dele assim que notou o reflexo, talvez algo tivesse se estilhaçado de vez em Vincent, mas isso não amenizou o sentimento angustiante que o cortava feito a mais afiada das lâminas por dentro, por só significava que algo estava profundamente errado. Mil perguntas pairaram no ar, mas o silêncio estranho não foi preenchido por nenhuma explicação em palavras, e sim pelos movimentos do indicador de Tadhg na palma de sua mão. O toque serviu para o tranquilizar minimamente, e ele assistiu com atenção para entender o que diabos aquilo significava e o porquê ele não podia simplesmente dizer em voz alta.
── Você… não consegue falar? ── Franziu o cenho ao perguntar. Aquele também era um reflexo do trauma? Quase perdeu de ver as letras ao se atentar demais à expressão dele, vendo como cada movimento parecia puni-lo com a dor que ficou nítido que ele sentia. Saber que tinham o machucado a esse nível fez seu sangue fervilhar. Mas ao ver o que mais de tão importante ele tinha a dizer, sentiu um despejar quente inesperadamente aquecer seu coração, um peso invisível se aliviando sobre seus ombros. Pousou a mão em cima da dele com cuidado, como se para impedi-lo de escrever novamente, mas sem colocar força de verdade. ── Pare com isso. Não escreva mais se não for extremamente necessário, ok? ── Tentou se manter firme para ter certeza que ele levaria a sério, mas as três palavrinhas visivelmente tinham afetado Vincent, cujos olhos brilhavam com a súbita emoção que teve que engolir para não parecer tão patético na frente dele. Não estava esperando qualquer declaração bonita agora.
Ao atravessar a imoralidade gritante daquele ambiente até um lugar mais calmo, se apegou a sensação da mão dele na sua, o conduzindo como se não tivesse intenção nenhuma de fugir novamente — e também com uma habitualidade suspeita, mas que não o surpreendia em nada. Com o quarto só para os dois, foi Vincent quem o conduziu para se sentar na beira da cama junto com ele. Tomou a mão ferida dele com cuidado para inspecioná-la melhor, deslizando suavemente os dedos pelas costas dela e se perguntando silenciosamente se podia fazer algo a respeito. A magia continuava tão instável quanto sua cabeça, precisando de um esforço que já tinha o esgotado por hoje, mas que não se importava de forçar mais um pouco os limites se havia a possibilidade de deixá-lo melhor. Seu único receio era o de ser possuído num momento em que ele estava frágil e embriagado, e por isso não ofereceu a solução de imediato. Por muito que seus dedos formigassem para passar por cima de cada nova imperfeição deixada nele, bem como da barba por fazer, não faria isso dessa vez, pois não sabia o que seria bem recebido ou não. Em vez disso, beijou as costas da mão dele com cuidado, se dando conta que aquele era o único lugar seguro onde podia tocar.
── Tive tanto medo de te perder. Você sumiu desse jeito… Poderia ter acontecido tanta coisa. ── Confessou quase num murmúrio enquanto encarava a mão ferida dele, se permitindo baixar as defesas. Finalmente pode fechar os olhos por um momento e respirar fundo, aliviado por nem tudo estar perdido. Quando nem Cillian soube apontar ao certo onde ele estava após a soltura, sobrou pra sua mente perturbada preencher as lacunas. Nessas horas, ser hospedeiro de Anúbis era um verdadeiro inferno. Agora ao menos poderia pregar os olhos sem temer a possibilidade de ver a confirmação da morte dele. ── Você veio aqui pra me fazer raiva ou o quê? ── Perguntou, muito embora ele não pudesse respondê-lo como gostaria. Continuava um tanto indignado por ele escolher ir àquele buraco primeiro que atrás dele, mas não restou muita raiva para dar peso real às palavras. Ainda segurando a mão dele com as suas, Vincent o fitou, encarando os olhos castanhos com uma ternura triste. ── Me deixe tentar curar usando magia. ── Pediu, já buscando pelo pincel na bolsa que trouxe consigo. Só estava pedindo porque desconfiava que, se ele não arrumou isso em dois dias, talvez estivesse fugindo do único método que traria alívio imediato. Talvez simplesmente pelo hábito horrível de negligenciar a si mesmo, ou quem sabe tivessem usado algum feitiço contra ele na prisão... Graças a ilusão que o amuleto em seu colar mantinha, Vincent não aparentava estar nenhum pouco afetado pelas sombras espalhadas por seu corpo, cada vez mais piores desde que se separaram. Depois de tantas mudanças, incluindo a marca do dragão que havia domado o príncipe, sentia que mantinha uma pessoa totalmente diferente escondida ali por baixo. ── Não suporto ver você desse jeito.
#with princetwo.#─── few thıngs are more deceptıve than memorıes. › ınteractıons | tadhg barakat.#saiu da jaula meio murcho mas vamos que vamos
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Tão logo bateu os olhos na atração de demonstração de força, soube que a atração seria uma maneira fácil de ganhar dinheiro se pudesse convencer os khajols desavisados a tentar adivinhar o resultado. Sequer precisava ganhar o prêmio acumulado – só precisava ser mais forte do que um desavisado qualquer. Tinha uma vantagem estratégica em seu favor: apesar de alto, Tadhg não passava a impressão de ser particularmente musculoso sob as vestes folgadas, e era fácil subestimá-lo como mais um magrelo quando vestido casualmente. Trambiques como aquele o vinham como segunda natureza, e foi fácil provocar um pobre coitado da infantaria a ser seu oponente enquanto angariava apostas em quem dos dois ganharia. Deixou que o outro homem fosse primeiro, e o assistiu erguer o martelo em um golpe que percorreu grande parte da distância até o topo, mas não chegou a tocar o sino que libertaria o dragão. A pequena multidão que agora se acumulava para os assistir celebrou como se a vitória fosse garantida – segundo o dinheiro investido, a probabilidade era 90/10 contra ele. Estava prestes a prová-los errados quando um cutucão em seu ombro lhe chamou a atenção, o fazendo virar na direção da origem e dar de cara com o rosto desagradável de Clara a encará-lo. Seu semblante se fechou instantaneamente, tomado por uma carranca. ── Veio apostar também? ── Questionou, o tom perfeitamente desinteressado no que ela tinha a dizer se o assunto não fosse dinheiro. Foi a frase seguinte que o fez estreitar os olhos, o parecendo calculada demais para ser coincidência. Deixou que a cabeça pendesse enquanto a encarava, como se medisse o que ela sabia. ── Não faço ideia do que você está falando, mas fui ensinado a não discutir com malucos. ── Respondeu, dando de ombros, optando por fingir desentendimento para não dizer nada que pudesse comprometer Vincent. ── Se não vai apostar ou competir, sugiro dar um passo para trás. ── A orientou, gesticulando para que ela recuasse e o desse espaço para golpear o alvo. ── A menos que ache que é mais forte que eu...? ── A provocação foi calculada, acompanhada da sombra de um sorriso implicante, uma armadilha na qual ela poderia cair.
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🎪 Força do Dragão
Clara observava com certa insegurança o que se passava na atração à sua frente. Ela tinha ouvido dizer que o vencedor ganhava um grande prêmio em dinheiro, mas esse sucesso era alcançado através da libertação de um dragão, e isso a assustava muito. E se ele a olhasse e sentisse o seu medo? Quem sabe o que ele faria com ela! A curandeira fechou os olhos e tentou respirar fundo, invocando toda a sua calma naquele momento. Mas a deusa tinha outros planos para ela - um grupo de homens, que se dirigia diretamente para a Força do Dragão, sem pensar duas vezes, acabaram por arrastá-la naquela direção. A morena olhou em volta, na esperança de encontrar o olhar de algum deles, mas a sua baixa estatura não a favorecia naquele momento. Ela olhou com desconfiança para a multidão reunida e teve que morder a língua para não fazer algum comentário sarcástico que lhe traria mais problemas. Ela tinha a certeza de que, em poucos minutos, tudo já teria acabado e ela seria libertada da força de atração daquela multidão. Infelizmente, os seus olhos coloridos reconheceram as costas de um velho conhecido. Olha só que sorte! Mas, em vez de ficar calada e tranquila, Clara decidiu provocar esse mesmo homem. Ela cutucou o ombro de Тadhg com o indicador, como um animalzinho irritante faria, e sorriu de orelha a orelha, mostrando duas filas de dentes brancos.
„É aqui que vai demonstrar seus poderes, ó destemido e corajoso cavaleiro da coroa?“, disse a menina com um sorriso maroto, olhando em volta. „Haverá alguém para te ver e ficar impressionado?“, disse ela em voz baixa, para que ninguém ao redor os ouvisse.
Clara não se importava de lançar algum desafio inocente aos seus interlocutores, mas nunca revelaria os segredos alheios. E embora não gostasse muito de Тadhg, ela não colocaria a vida e as escolhas dele em risco. Todos tinham o direito de amar e ser amados, e o amor tinha o poder mágico de despertar o bem onde ele havia desaparecido. E ela siceramente esperava que um dia pudesse vê-lo sob uma luz um pouco diferente.
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Sua interpretação da situação de Freyja parecia diferente da dela. Para Tadhg, acorrentá-la a um homem asqueroso como Jacquemus não era uma tentativa de expulsão, e sim de mantê-la acorrentada à alta sociedade para sempre, na posição submissa que lhe cabia. Agora que aquele obstáculo em particular tinha sido removido, a escolha estava nas mãos dela. ── Talvez seja por medo da sua influência nas demais damas. ── Invés de a contrariar, optou por dar corda às suas teorias, afinal o problema era dela. Já a tinha visto usando calças certa vez, e seria uma escândalo se a moda pegasse entre a nobreza. Sua hipótese fazia especial sentido no contexto da revela��ão de suas preferências, e Tadhg foi pego de surpresa pela noção de que a mulher se sentia confortável o suficiente para revelar segredos em sua presença. Não era um comportamento habitual entre os khajols e, não fosse a dívida de sangue que ela agora tinha consigo, teria desconfiado das intenções. ── Você realmente nasceu do lado errado. ── Comentou em resposta, porque o que seria um escândalo na corte era apenas mais uma terça-feira entre os changelings. Uma ideia o ocorreu então, e decidiu testá-la em voz alta pela primeira vez. ── Ao menos a notícia é boa. Meu namorado odiaria ter competição. ── Aquele título era pequeno comparado ao de príncipe, e sequer tinha sido acordado com o homem em questão, mas parecia apenas correto dar um nome aos bois depois de terem trocado as três palavras que melhor definiam o que significavam um para o outro. Quando sua vez na fila chegou, a conduziu até o segundo andar do carrossel, onde olhou ao redor buscando pelo dragão com a coloração mais parecida com a de Buruk. Um marrom sem-graça era o mais próximo que tinham, e nele se acomodou antes de voltar-se para ela novamente. ── Não pode me culpar, a maioria dos khajols seria estúpida o suficiente para andar por aqui com a bolsa cheia de ouro. ── Sua pergunta estava fundamentada não em uma burrice individual, mas em uma de classe. ── Sobre quais segredos você quer conversar? ── Deu voz à curiosidade por fim, se aproveitando do fato de que estavam a sós por ora.
Se divertiu tanto com a provocação que deixou a risada escapar quase que naturalmente, negando com a cabeça. “Deve ser por isso que estão tentando me expulsar dela.” Brincou com o fundo de verdade que ambos sabiam bem. Freyja não era uma das damas mais mencionadas entre os nomes das cobiçadas e tampouco era almejada para um casamento promissor, com alguém decente e que não parecia um brutamontes. É claro que aquilo não era um problema para ela, considerando um livramento completo para suas escolhas particulares. Franziu o cenho para ele, recolhendo a mão com delicadeza antes de ouvir o comentário seguinte, que a fez corar fortemente enquanto ainda tentava segurar o riso alto. “Bom, Tadhg-Is-Fine, você não é o tipo de mercadoria que eu procuro. Teria que nascer de novo e preferencialmente não ser um homem.” Tombou a cabeça com o olhar adocicado, sem se importar muito em expor aquela preferência para um changeling, especificamente em um que tinha sujado as mãos em seu lugar. Desde que tinha passado a conviver mais com os cavaleiros, tinha aberto mais o coração, sentindo-se mais liberta e identificado mais com o que conhecia de um novo mundo. Os padrões da nobreza eram complicados de se seguir, mas estava sendo pior agora que via outras coisas atraentes demais. A expressão que estava divertida e brincalhona se tornou um tanto decepcionada. “Você subjuga muito a minha inteligência, Tadhg. Acha que eu traria ouro para um lugar que, potencialmente, pode me apagar com alguns copos de vinho de rosas?” Conhecia a bebida e sabia como era traiçoeira para embebedá-la com o disfarce perfumado do líquido. “Pronto para um passeio nos dragões? Duvido que sejam tão empolgantes quanto o seu, mas para mim será inédito. Também é um ótimo lugar para conversar em segredo.”
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#─── treadıng the ground ı once used to know. › photos | tadhg barakat.#respondi umas coisinhas correndo#ainda falta reply e chat e starters#estou à prestações ultimamentes não desistam
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Tadhg não era exatamente a pessoa certa para ajudar com o problema particular de Cillian. Não tinha acesso aos acervos privados dos escribas, e tampouco entendia o suficiente de magia para compreender como uma maldição como a dele funcionaria. Se sentia impotente frente ao obstáculo, sensação que tinha se tornado ainda mais aguda ao perder diversos capítulos da vida do outro enquanto estava na prisão. O comentário por ele feito sobre a mina dos Methusael era sua única oportunidade de se fazer útil: se nada sabia a respeito do castigo que até hoje o punia, era talvez o maior especialista do reino quando o assunto era derramamento de sangue. A revelação sobre os negócios escusos lhe deixava com uma conclusão óbvia. ── Você sabe quem eles mataram? Devíamos começar por aí. ── A vingança era a mais óbvia e mais lógica das explicações, e montar uma lista das famílias khajols com quem tinham um histórico era, em sua opinião profissional, a melhor e única maneira de determinar a origem da maldição. ── Posso ver o que os Sangue de Ferro sabem. ── Não fazia parte da guilda de mercenários, mas tinha um convite vitalício, e mais de uma fonte de informação em suas fileiras. Uma viagem à capital poderia revelar mais peças do quebra-cabeça que tentavam montar: de acordo com sua experiência, rezar para Erianhood certamente faria pouco para os ajudar. ── Ela me contou sobre o episódio no palácio. Parece que estamos todos amaldiçoados. ── De certa maneira, via os dedos esmagados e que agora se curavam de forma torta como o seu castigo, pois lhe roubavam a coisa que mais amava fazer. Já não podia tocar seu alaúde ou o piano de Makaela. Ironicamente, o ferimento não afetava suas atividades profissionais, já que para matar era ambidestro. ── Você acha que o casamento com o engomadinho vai ajudar? ── Temia que a associação com a família nobre a que o homem pertencia só fosse a colocar em uma posição pior, mas sabia que o dizer para a própria Ethel seria falar a ouvidos surdos.
Uma vez dentro da tenda de Madame Madge, a atmosfera se transformou. Nunca tinha ido ao teatro, mas a decoração exagerada era exatamente o que esperaria de um cenário montado nos palcos da capital. Tudo ali parecia calculado para contar uma história, e para convencer. Se seu primeiro encontro com a mística tivesse sido naquele ambiente, não teria acreditado em uma palavra do que ela havia dito, mas a tinha conhecido na noite anterior enquanto caminhava com Vincent. Havia apenas uma cadeira diante da mesa da vidente, e Tadhg parou de pé ao lado de Cillian como um guarda – ou um encosto. Os olhos da mulher buscaram os seus em silêncio, como se questionasse se o outro homem sabia de seu segredo. Assentiu positivamente para o confirmar. Já não tinha nada a esconder dele, por muito que não fosse o assunto daquela consulta. Conforme as cartas eram embaralhadas, se permitiu pousar a mão sobre o ombro do amigo, o lembrando que não estava sozinho.
Conforme as cartas foram dispostas sobre a mesa, as seguiu com os olhos, sabendo apenas o suficiente sobre as possibilidades para não interpretar figuras como O Diabo e A Morte no sentido literal. Com o indicador, a vidente bateu contra a primeira das cartas três vezes. "Ah, Cillian Methusael. Você me pede um caminho para quebrar suas correntes, e eis o que as cartas me dizem: essa maldição não começa com você, mas só você pode terminá-la." Com unhas longas e pintadas de vermelho, a mulher passou para a carta seguinte, deslizando o dedo sobre os adornos que a ornamentavam como se pudesse sentir o que tinham a lhe falar. "O Diabo mostra que você está preso a algo, e que a resposta não está fora de você. Está dentro. Você sabe que o que herdou foi mais do que ouro." Quando voltou a atenção para a carta da Morte, a viu assentir como se tudo fizesse perfeito sentido. Só para ela, pensou, mas nada disse em voz alta. "Não é possível escapar sem renúncia. O peso que você carrega está em seu nome." Ao alcançar a sacerdotisa, a mulher sorriu pela primeira vez desde que tinham chegado ao lugar. "Já tem a resposta consigo, só não teve a coragem de enfrentá-la ainda." Precisou conter o engasgar de uma risada de escárnio, pois as palavras intencionalmente ambíguas não faziam sentido algum para ele. A última das cartas era A Lua, e Madge o estendeu um olhar conspiratório para o tranquilizar que não o representava desta vez antes de a explicar. "Você está perdido entre o legado, a intuição e o medo. Só vai sair disso se tiver coragem de andar no escuro por um tempo."
Aquela trambiqueira estava falando sério? Se "prever o futuro" era tão simples quanto oferecer um punhado de palavras vazias, Tadhg tentaria sua própria sorte para ganhar dinheiro fácil. Não lhe cabia quebrar o silêncio, e foi preciso morder a língua afiada para não destilar todo o deboche de um cético contrariado ao ouvi-la terminar o monólogo sem uma única conclusão objetiva sobre o que o amigo precisava fazer. Buscou pelo rosto de Cillian, tentando interpretar sua reação. Todo aquele lenga-lenga significava algo para ele?
Escasso de respostas, Cillian sequer poderia se gabar de ter feito algo. Seu tempo livre tinha sido afundado em pesquisa sobre a própria árvore genealógica e tinha alguns pergaminhos que o colocariam na prisão caso fossem descobertos em sua posse. Adiava a leitura do conteúdo temeroso do que poderia encontrar, e soava egoísta falar em voz alta. Tadhg havia passado por maus bocados e Cillian não podia se colocar na mesma posição de sofrimento ou empecilhos e, por isso, decidiu guardar a verdade e as reclamações para si. A última coisa que precisava era soar como uma besta fútil para a pessoa que mais se importava com o bem estar. “Não fiz nada porque não sei muita coisa, mas descobri que a mina de ouro de minha família é muito mais sangrenta que o contado de verdade, sem um pingo de piedade por khajols.” Quanto mais pensava no assunto, mais parecia próximo de chegar a uma coisa óbvia. Cillian era o primeiro, provavelmente único, que tinha contato com khajols diretamente e de maneira muito maior que um simples acordo. Seu tio e vizinho, Benjen, era possivelmente a única pessoa e ele tinha sido o oposto do que Cillian era. Benjen Methusael tinha se apaixonado por um khajol em dado momento de sua vida e, na primeira oportunidade, escapou do delírio de amor. O assunto nunca foi bem comentado e Cillian tinha certeza de que o amado de Benjen já tinha padecido há muito tempo, provavelmente em uma das brigas entre as famílias. A frieza de Benjen o tinha livrado da maldição, e se ele tivesse trazido um pouco mais de ternura para dentro do próprio peito, poderia ter livrado Cillian. Ou não. De qualquer maneira, Cillian não tinha feito a associação de que era pela fraqueza a khajols que sua maldição invadira o sangue. “Fale por você.” Murmurou, não muito certo de que Erianhood era ignorante à beça. “Mas, se quer saber, Ethel não tem tido sorte também. Acho que ela pode enlouquecer a qualquer minuto.” Tinha percebido alguns sinais na mais nova e a preocupação agitada, e evitava tocar no assunto com ela para não ter uma crise acidental.
Teria provocado de volta quando o viu sorrir, mas aquele gesto fez o coração de Cillian se aquecer e não incendiar por uma briga típica. Tadhg estava de volta, e ele se sentiu mais completo outra vez. Andou atrás dele, sem se incomodar com os maus olhados por estarem burlando a regra básica da fila e tirou as moedas do bolso para oferecê-las antes de serem cobrados indevidamente. Dinheiro não era problema, mas mesmo Cillian tinha um pouco de respeito com a própria fortuna que não fora facilmente adquirida. A sala privativa era toda decorada com símbolos de magia que ele não entendia bem, além dos deuses do futuro pintados de formas esquisitas, em outras carnes que não eram humanas. Franziu o nariz para os detalhes, desinteressado nas divindades que considerava traidoras e infiéis, antes de se sentar diante da Madame que sequer levantou o olhar das cartas para vê-los ali. “Só uma tiragem, por favor. Preciso de um caminho para resolver uma questão.” Falou antes que ela pudesse se dirigir a Tadhg primeiro, imaginando que a energia dele deveria despertar curiosidade depois de tanto sufoco. Trocou um olhar rápido com o changeling para ter certeza de que os termos estavam acordados e a mulher começou a embaralhar as cartas ao mesmo instante que uma fumaça de incenso subia do mais absoluto nada. Aos poucos, as figuras foram colocadas sobre a mesa: O Diabo, A Morte, A Sacerdotisa e A Lua. Os arcanos menores vieram em seguida e Cillian teve a péssima sensação de que estava tendo respostas que odiaria saber o significado. “Difícil quebrar essa maldição, hein?” Madame Madge comentou, espalhando mais cartas pela mesa. A resposta mal humorada de Cillian veio com um suspiro e um sorriso amarelo para Tadhg. “Cedo para me arrepender?”
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𝑖 𝑎𝑚 𝑡ℎ𝑒 𝐰𝐨𝐮𝐧𝐝 & 𝑡ℎ𝑒 𝐛𝐥𝐚𝐝𝐞 .
TADHG RAMI BARAKAT : twenty-seven years old, dragon-rider, and the emperor's assassin .
ㅤ ㅤ BIOGRAFIA ・ DRAGÃO ・ PINTEREST ・ PLAYLIST ・ POVS
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Talvez fosse cedo demais para se embrenhar em uma multidão como aquela, e sentia não ser capaz de dar dois passos sem que alguém o interrompesse. Fosse por bisbilhotice ou por preocupação, Tadhg se viu refém de conversa vazia atrás de conversa vazia, a tentação de voltar a calar a própria voz agora enraizada na vontade de repelir aos que o abordavam. Com exceção dos amigos, o interesse em seu bem-estar passava longe de ser genuíno: por trás dos olhos que o escrutinavam estava a mesma curiosidade mórbida de uma criança que queima o formigueiro com a lupa. Não era surdo a ponto de não ouvir os sussurros sobre o assassino por onde quer que passasse, e pelo visto ser inocentado perante o Gabinete Imperial pouco significava frente à corte da opinião pública. Ao menos os que o odiavam tinham o bom senso de não o abordar, o que carregava as interações de uma cortesia falsa.
Tinha procurado por Vincent com os olhos tão logo pisara na clareira, a cacofonia de sons do circo pouco fazendo para o distrair daquele objetivo em particular. O segredo que partilhavam agora era diferente, mas Tadhg de igual medida hesitava em o cumprimentar em público, sabendo que Oisín Reth tinha olhos em todos os lugares – a culpa o impedia de comprometê-lo mais do que já tinha feito. Seu plano era muito mais criativo: o surpreenderia quando ele não estivesse vendo, com o poema que trazia em seu bolso.
A espera pelo balão era não mais que uma rota de fuga, sabendo que não o poderiam perturbar em pleno ar, mas não estava imune enquanto na fila. Uma colega de série decidiu se unir a ele, e Tadhg estava prestes a dizê-la que não estava procurando companhia quando a chance lhe foi roubada. Vincent não parecia ter intenção alguma de se manter longe, e não podia julgá-lo – agora que o que os unia era mais, partilhava da mesma vontade de estar com ele a todo o tempo. Os olhos azuis o fisgaram com um brilho que vinha se tornando familiar, tingidos de ciúmes, e foi impossível conter o próprio sorriso ao notar o quanto a ideia de dividir sua atenção o incomodava. Podia tirar proveito daquilo. ── 'Meu querido'? ── Ergueu a sobrancelha, claramente se divertindo com o apelido calculado para o reclamar como propriedade frente a mulher que o importunava, e que os deixou tão logo percebeu estar sobrando. Quis beijá-lo ali mesmo, talvez assim desfizesse o nó de inseguranças que se formava no estômago do príncipe sempre que o via interagindo com outras pessoas. Não podendo o fazer em público, se resignou a encarar seus lábios por um par de segundos, só então erguendo o olhar de volta ao dele, para se certificar que tinha percebido. ── Sou apenas a novidade da vez. ── Deu de ombros, dispensando a alusão à sua reputação com indiferença calculada. Vincent sabia que chocolate era seu sabor preferido, e não estava dividindo o que trazia consigo para o castigar por algo que sequer era sua culpa. Gostava quando seu lado cruel vinha à tona. ── Não sabia que agora podíamos ser vistos. Sua irmã terá um ataque do coração. ── A observação foi pragmática, por muito que um pedaço de si se desse por satisfeito com a mera noção de que pudessem especular a respeito dos dois; a mesma parte que o queria só para si. A princesa Niamh já não era sua fã de outros carnavais, e se perguntava se Vince sabia a respeito. Conforme a fila avançava, voltou-se para ele de braços cruzados, como quem pede satisfação. ── Você vai se juntar a mim no balão, ou só queria enxotar a pobre coitada e me deixar sozinho?
✶⠀﹒⠀SETTING : com @tadhgbarakat na fila do balão
Com exceção da marca do dragão que agora decorava a mão repleta de anéis, nada em Vincent tinha mudado por fora, mas por dentro ele sentia que algo tinha mudado num nível fundamental. Não era sobre Eldritch, e muito menos o quão perto esteve da morte. Era Tadhg Barakat. Foi como se tivesse parado de tentar incessante cobrir um vazamento com fita crepe e se deixado transbordar em toda sua intensidade, sem medo de colocar a arma na mão que poderia matá-lo se assim quisesse. As três palavrinhas eram assustadoras, mas agora o faziam se sentir livre como nunca, anestesiado num nível que mal sentia a força das amarras apertadas que seu título — e ele mesmo — impunham. Os sentimentos deixados pela noite em que reencontrou Tadhg Barakat se tornaram um novo combustível, uma certeza que o dava um senso de propósito diferente.
Já tinha o avistado em meio a multidão, mas, apesar de não ser o maior fã de doces, decidiu comprar uma barra de chocolate antes de ir até ele. Tão logo que retornou ao foco, percebeu que o desvio tinha sido um erro, pois Tadhg agora estava acompanhado por uma mulher na fila do balão de ar quente. Vincent nunca tinha o avistado interagindo com aquela mulher em particular antes, mas teve a certeza que os dois tinham alguma intimidade só pelo jeito que ela se portava ao lado dele, quase se atirando em cima do homem, e a compreensão fez seus pés agirem sozinhos.
── Obrigado por guardar meu lugar na fila, meu querido. ── Baixou a cabeça numa breve reverência ao agradecê-lo. A raiva fervia por dentro, mas manteve o semblante sereno e imperturbável, não permitindo nem por um segundo que seu olhar pousasse sobre a mulher com quem ele conversava até então. Queria que ela percebesse exatamente o que sua presença estava sendo ali: uma mera inconveniência os atrapalhando. Uma mosquinha maldita. Não era muito educado, mas ele não tinha intenção alguma de ser. Quando a viu se afastar pelo canto do olho, sua irritação ficou mais evidente, o olhar ligeiramente afiado o questionando em silêncio: mas não posso te deixar sozinho nem por um segundo? ── Você é muito disputado. ── Comentou, em vez de despejar o ciúmes como se quisesse agredi-lo. Não iria deixá-lo ter outra companhia que não ele naquele balão, então permaneceu ao lado dele na fila. O encarando quase como um desafio, o príncipe partiu um pedaço do chocolate que tinha em mãos e o levou até a boca, deixando a doçura do chocolate se desfazer na amargura da língua, sem mostrar intenção alguma de o oferecer, como pretendia inicialmente.
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Tinha acabado sentado ao lado de Kenaï durante o espetáculo, o que era infinitamente mais confortável do que se ver na companhia de khajols. O tinha cochichado durante o show respeito algum pela regra de silêncio. Duvidava que os changelings se incomodassem, e que um dos nobres engomadinhos tivesse a coragem de os repreender. Enquanto Tadhg ignorava os animais projetados pela magia, o mais velho parecia seduzido pelo espetáculo de luz e movimento. Nada comentou a respeito, mas o sorrisinho que estampou seu rosto indicava que o tinha notado. ── As coisas são como são, o que não me impede de sentir prazer em reclamar. ── Declarou, sabendo que seus resmungos nada mais eram do que aquilo: um desabafo. Por muito que sua raiva só fermentasse, ainda era um homem só, e não tinha muito o que fazer contra o Império que os mantinha na base da pirâmide. Aproveitar o momento seria o ideal, mas Tadhg se via constantemente transportado de volta ao que tinha vivido não na cadeia, mas na infância, a semelhança entre ambas as situações tendo trazido à tona todas as memórias que seu subconsciente tinha reprimido. ── Não havia nada que você ou ninguém pudesse fazer. ── Devolveu, dando de ombros, deixando nas entrelinhas que agradecia pela intenção. Os únicos culpados eram os que o tinham acusado injustamente. ── Como está sua costela? ── Perguntou por fim, o tom entre a preocupação e a curiosidade. Se Tadhg fosse o assassino, teria sido ele a cortá-lo. Esperava que o professor soubesse que nunca o faria. Um par de meses tinha se passado desde o ferimento, mas não queria assumir que ele estava completamente curado. ── Já te colocaram de volta no serviço? ── Deduzia que sim, posto que o tinham feito com ele próprio enquanto os dedos ainda estavam esmagados, mas queria permitir que ele compartilhasse seu lado.
with: @tadhgbarakat
where: zoológico de ilusões - tenda principal
prompt: ❛ everybody's looking for somebody to blame. ❜
Apesar da convivência com os khajols, Kenaï ainda não havia se acostumado com o cenário de ilusões. Claro, talvez isso se justificasse no fato da magia enfraquecida desde o sumiço da pira, ou talvez, não fosse do feitio do outro grupo se exibir por aí - era mais provável que fosse o primeiro. Sendo assim, era natural que ficasse surpreso com cada mínima e pequena ilusão, a ponto de distrair-se durante a conversa com o mais novo. "Não estão sempre? Desde que o mundo é mundo, ou desde que eu me entenda por gente, que as coisas são assim.", não precisava pontuar a hierarquia na qual viviam para Tadhg, principalmente quando o mais jovem já tinha muito de revolucionário correndo em suas veias. "Só adaptaria a frase para: khajols estão sempre buscando por um changeling para culpar.", parecia mais cabível assim, mesmo que o contrário também acontecesse em igual frequência. "Vamos apenas aproveitar o momento e deixar o passado no seu lugar, o que acha? Lamento não ter estado lá para apoia-lo quando precisou.", mencionou ao seu modo, nas entrelinhas, o pesar que sentia pela situação vivida pelo changeling, ainda assim, julgava que mesmo que estivesse saudável no momento de sua prisão, não teria qualquer serventia em sua defesa.
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Gostaria de poder colocar suas emoções em uma caixinha e engavetá-las, talvez colocá-las em uma prateleira alta onde não pudesse alcançá-las. A bebida era a sua anestesia favorita sempre que sentia mais do que era capaz de suportar, e sua família escolhida o conhecia bem o suficiente para o saber. Não estava se escondendo de ninguém, mas vinha dando preferência à própria companhia na maior parte do tempo, pois a ideia de ser perguntado sobre como se sentia era uma espécie de tortura. Seus dedos tinham sido curados com magia. A voz tinha sido reencontrada. Queria fingir que estava tudo de volta ao normal.
Abordado por Ethel tendo acabado de abastecer seu caneco, manteve uma distância segura. Em circunstâncias normais, teria passado o braço livre por seus ombros: em detalhes como aquele, sua atuação vinha por terra. O pedido de misericórdia em vias de cumprimento ao menos o fez sorrir. ── Não estou bêbado o suficiente para isso. ── A informou, por muito que estivesse disposto a oferecer um espaço livre de julgamentos. Caçoar de tudo e de todos era parte de sua natureza, mas a preocupação na voz da irmã parecia genuína o suficiente para que deixasse o hábito de lado por ora. Ao ouvir o que a mais velha tinha a revelar, notou que ela tinha um dilema muito parecido com o de Cillian, ainda que em menor medida. ── Vou precisar de mais detalhes. Comece do começo. ── A instruiu, oferecendo também seu caneco – talvez um gole a ajudasse a encontrar as palavras.
Sabia como a distrair com uma novidade própria, mas primeiro queria saber que tipo de encrenca Ethel estava enfrentando, e como a poderia ajudar.
COM QUEM: @tadhgbarakat
Em retrospecto, talvez não devesse ter cedido à curiosidade de adentrar a Tenda do Futuro; mesmo em meio a códigos e palavras propositalmente difusas, o veredito de Madame Madge era certeiro – as cartas prometiam turbulência no futuro da changeling. Muitos considerariam bobagem ou uma armadilha para as expectativas de tolos, mas os sinais de má sorte vinham se manifestando para Ethel já há tempos em demonstrações pequenas e grandes; a apreensão tomaria conta dela por inteiro se não buscasse se distrair com algum outro assunto. Sem nenhuma surpresa, encontrou Tadhg próximo à barraca de rum aquecido – o homem podia ser evasivo como névoa e um mistério para muitos, mas ela tinha a vantagem de mais de uma década de amizade com esse sujeito em particular. O desejo de Ethel era manter um olhar atento no outro a todos os momentos desde que ele saíra da prisão, mas sabia que ele somente acabaria por se sentir sufocado sob vigilância constante; depois de semanas terríveis, o mínimo que Tadhg merecia era sua justa e devida privacidade. “Antes que eu diga qualquer coisa, saiba que está proibido de caçoar de mim. Prometa.” Os misticismos e a fé eram características que os dois não dividiam, ainda que ela soubesse que não havia necessidade de se justificar. A filosofia interna que acompanhou Ethel ao longo de toda a vida, a que dizia que não era sensato depender demais da validação alheia, era prontamente anulada quando se tratava de Tadhg e Cillian; seus irmãos honorários eram há muito tempo os encarregados de absorver suas inseguranças e devolvê-las com outra perspectiva. “Acho que estou sendo punida pela Deusa. Preciso que me distraia antes que eu dê adeus ao restante da minha sanidade.”
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Estava em uma multidão pela primeira vez desde a prisão – ou desde o casamento no templo de Júpiter. Sua paranoia era agora acentuada pela noção de que o Gabinete Imperial certamente o estaria observando, o que praticamente o tinha feito despertar um terceiro olho na nuca. Ali no festival, tentava como possível voltar aos hábitos pelos quais era conhecido: já não tinha particular inclinação para ser mulherengo, mas o álcool ainda era seu melhor e mais verdadeiro amigo. Para além das canecas de rum aquecido, tinha decidido provar o que mais a barraquinha tinha a oferecer. Tinha acabado de ser servido com vinho de rosas quando a figura familiar de Melian o abordou, dando fim à sua paz. A loira parecia mais bem-humorada que o normal, erguendo a voz como uma criança empolgada, e deduziu só ter uma possibilidade a culpar: o açúcar. Decidiu palpitar com o doce que seria sua preferência pessoal. ── Chocolate. ── Anunciou, estendendo a mão para que ela cedesse a guloseima como um tributo. Forrar o estômago o permitiria beber mais. ── O que deu em você, aliás? Está parecendo feliz. É esquisito. ── O questionamento foi feito com ambas as sobrancelhas erguidas, ilustrando a surpresa com os maneirismos fora do comum. Tinha se acostumado a vê-la rabugenta.
Starter fechado para @tadhgbarakat
Os eventos fornecidos pelo imperador cheiravam a problemas imediatos, considerando o histórico. Pela primeira vez, queria estar errada, queria que fosse tudo bem e todos se divertissem. Principalmente os changelins, na visão dela, mereciam isso. Ela mesma, estava exausta com a quantidade de afazeres que tinha agora que estudava em duas escolas e ainda servia oficialmente os Byearne. Podia-se dizer que parecia mais cadavérica que antes, mas isso era impossível. Tudo que ela precisava era alguns momentos para beber e relaxar, talvez até conseguir um prémio ou outro... Mas certamente a maior atração era a comida! Comidas de festival eram suas favoritas. Ela andava pelo meio do festival, depois de conseguir dar mais um perdido em Zara, ela tinha uma barra de chocolate na mão esquerda e uma pêra caramelizada na direita e pretendia comer as duas, tal qual uma criança. Sua procura por problemas acabou parando quando o rosto já conhecido de Tadhg foi capturado por seu olho. Ela se aproximou notando a expressão fechada, quase irritada dele. Melian se aproximou, escondendo os doces atrás das costas. "Advinha feioso!" Gritou ao se aproximar dele parando ao lado com um sorriso travesso. "Anda, advinha, rápido!"
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O acordo feito com Freyja tinha sido interrompido por suas férias no xilindró, mas Tadhg cumpriu com sua palavra tão logo saiu da cadeia – não pelo dinheiro, mas pela oportunidade de descontar toda a raiva em alguém que genuinamente merecia. Com as mãos manchadas de rubro por cortesia de Jacquemus, tinha se permitido fingir que o sangue pertencia ao seu avô. O exercício tinha sido surpreendentemente terapêutico, pois o lembrara que era mais do que uma das muitas armas no arsenal de Seamus. Recluso como estava, não fez questão de a procurar para informar que o trabalho tinha sido feito: confiou que ela saberia tão logo a notícia a alcançasse.
Semanas tinham se passado desde então, e Tadhg se aproximava mais de uma versão do seu normal agora que tinha recuperado a habilidade de falar. Sua hipervigilância tinha apenas se intensificado desde a temporada preso, e pode sentir um par de olhos o observando em meio à multidão muito antes de a Hrafnkel anunciar sua presença. A cumprimentou com um aceno de cabeça ao vê-la, seguindo a direção de seu olhar para entender do que falava. Não tinha particular interesse em brinquedos como aquele, mas o Tadhg de oito anos teria sacrificado um dedo para montar em um dos dragões do segundo andar do carrossel – e talvez tenha sido por isso que aquiesceu em concordância. ── Um tanto ousado de sua parte, Senhorita Hrafnkel. Achava que damas da alta sociedade esperavam ser convidadas. ── A alfinetada veio em tom de humor, e encarou a mão por ela estendida por um par de segundos. O contato físico não lhe era confortável no momento, de modo que o recusou da maneira mais educada possível, gesticulando para a guiar até a fila da atração enquanto a seguia. ── Sei que você recentemente ficou solteira, mas lamento informar que não estou no mercado. ── Estava tirando sarro da cara dela, é claro, mas o fez com a mais séria das expressões. ── Você trouxe o ouro para cá? ── Questionou, surpreso. Lhe parecia péssima ideia, posto que alguém poderia roubá-la, mas khajols não eram exatamente conhecidos pelo bom julgamento.
ONDE: Carrossel de Dragões
COM: @tadhgbarakat
Desde a soltura de Tadhg, Freyja não o tinha visto e tampouco tido notícias. Tinha, sim, enviado uma cesta de frutas e torta para o rapaz como conforto que, naqueles dias, era o máximo que podia fazer. A falta de notícias não a surpreendeu e optou por respeitar o espaço que não era nem um pouco seu, afinal, tinham feito negócios e não uma amizade. Mesmo com a indiferença, tinha empatia pelo rapaz. Sabia como prisões poderia ser crueis apenas pelas histórias que ouvia, e ela mesma tinha uma outra crença sobre como punições ou ocorrências deviam ser tratadas. Quando o viu conversando e andando tranquilamente pelo circo, um sorriso se abriu no sorriso da khajol, que o seguiu até a atração mais próxima.
"Sabe o que seria inédito? Alguém sem um dragão te convidando para montar em um." Brincou enquanto mirava o carrossel, os últimos giros da rodada sendo dados para que o novo grupo de pessoas aguardando pudesse entrar, com as crianças agarradas às grades para pegarem os dragões menores do primeiro andar. Não sabia como abordá-lo para conversas sérias próximos de tanta gente, sua primeira vez tendo sido um verdadeiro fracasso constrangedor que também arrancara puxões de orelha do changeling. Se voltou para ele com o queixo levemente erguido e estendeu a mão, como um dos cavalheiros de bailes sempre faziam para pares próximos. "Vai me dar essa honra? Sinto que estou te devendo um pouco de diversão além de um pouquinho de ouro."
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Ainda que tivesse recuperado sua voz, não estava particularmente inclinado a jogar papo furado com qualquer um, e sua cara de poucos amigos estava funcionando para manter as pessoas afastadas. Cillian, é claro, era a exceção, pois conhecia sua carranca o suficiente para não permitir que o intimidasse. Tadhg tinha um caneco de rum aquecido em mãos quando o amigo o alcançou, o segundo da noite, e o álcool circulando em suas veias ao menos o deixava mais tolerante ao desconforto. Notou a direção em que caminhavam antes mesmo que Cillian anunciasse suas intenções. Conhecendo as tendências dramáticas do mais velho quando o assunto era sua maldição, decidiu acompanhá-lo para garantir que não entraria em parafuso caso recebesse uma notícia ruim.
Tadhg não era uma pessoa de fé, mas acreditava fielmente no destino como uma força constante e inalterável – motivo pelo qual tendia a evitar os místicos como a praga. Em sua humilde opinião, a vida era mais confortável na ignorância, mas o irmão de criação parecia ter uma perspectiva oposta, e uma necessidade de saber com certeza que era completamente diferente da sua. O probleminha de Cillian era uma pedra em seu sapato, mas não a ponto de torcer para que tivesse o mesmo fim que a pobre Makaela. ── E o que você tentou para resolvê-lo? ── Perguntou conforme caminhavam, depositando o copo vazio sobre um barril qualquer de modo a ter as mãos livres. Sabia ter perdido um ou dois capítulos durante a sua prisão, e não era como se estivesse em condições de fazer muitas perguntas até recentemente. Ouvi-lo falar sobre pedir Sigrid em casamento o gerava um desconforto que ia além do desafeto por ela: era leal à primeira esposa de Cillian, e a ideia de ver seu lugar ocupado lhe parecia uma heresia. Engoliu todo e qualquer comentário negativo a respeito pois queria que o outro fosse feliz. ── A Ethel entrou na sua cabeça, foi? Você sabe que a deusa nunca foi de responder nossas preces. ── Naquilo eram parecidos, tendo passado pelo desespero que faria qualquer um rezar por um milagre somente para ser ignorados. Quando por fim o homem anunciou suas intenções de maneira clara, não conseguiu conter o sorrisinho que estampou seu rosto ao ouvi-lo admitir a própria covardia. ── A prata é sua. ── Deu de ombros, indicando com o queixo para que fosse em frente. Em seu idioma, aquilo significava que o seguiria até o inferno.
Tomou a iniciativa de abrir as cortinas da barraca, dirigindo um olhar afiado aos que aguardavam sua vez junto à entrada. Se iam fazer aquilo, Tadhg não se prestaria ao papel de esperar. Usaria de intimidação para passar na frente da fila, tática que parecia funcionar ainda melhor agora que tinha fama de assassino em todo o reino.
ONDE: Leituras de Cartas com a Madame Madge
COM: @tadhgbarakat
Cillian acreditava muito em superstições e mais ainda em leituras de futuro. Não era algo para se orgulhar sobre, mas ele tinha seus maneirismos como qualquer outra pessoa. O que o empacava de visitar a tenda era a falta de segurança e apoio. Por mais maduro e concentrado que fose, sua fraqueza se instalava ali, no medo de receber uma notícia ruim e era pior agora que tudo estava tão fluido e positivo. Quando finalmente abordou Tadhg no meio de tanta gente, pensou que seria uma ótima companhia. Quem seria melhor que a pessoa que mais confiava no mundo? Não sofreria julgamentos e poderia até ajudá-lo a compreender melhor o que a cartomante tinha para dizer, se é que diria alguma coisa. Estava escasso de respostas e confiar em quem tinha o poder da adivinhação e previsão nas mãos poderia ser uma saída rápida.
Caminhava na direção da tenda, já rolando as moedas nos dedos dentro do bolso. "Não estou tendo muito sucesso no meu probleminha." Disse em voz baixa para Tadhg. Ele já sabia do que se tratava, mas perdia alguns detalhes. Depois do tempo na prisão, Cillian tinha decidido compartilhar do silêncio do mais novo como acontecera em outras vezes. A companhia parecia ser mais que o suficiente para deixá-lo processar o que vinha acontecendo, e Cillian conseguiu dizer a ele em poucas palavras que já sabia sobre ele e Vincent sem aprofundar no assunto. Deixaria que ele falasse mais quando se sentisse preparado. "Agora que quero pedir a mão de Sigrid, preciso de uma garantia de que posso quebrar a maldição sem machucá-la também. Erianhood não parece disposta a me ajudar." Deu de ombros, não muito incomodado com o fato de que a deusa era uma tumba para suas preces. "Talvez a Madame Madge seja uma boa opção, mas estou me cagando de medo. Estava contando com sua companhia." Olhou para as cortinas em cor violeta fechadas, esperando pela resposta positiva antes de tomar a iniciativa de entrar na fila.
#─── few thıngs are more deceptıve than memorıes. › ınteractıons | tadhg barakat.#with inthevoidz.#o tad volta a falar mas continua homem de poucas palavras
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TA
#─── treadıng the ground ı once used to know. › photos | tadhg barakat.#postei os lookinhos das crias porque sou superficial#vou postar um starter call pela manhã!!
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ᨒ 𝐒𝐏𝐎𝐓𝐓𝐄𝐃 : 𝑡𝑎𝑑ℎ𝑔 𝑏𝑎𝑟𝑎𝑘𝑎𝑡 𝑎𝑡 𝑡ℎ𝑒 𝑧𝑒𝑙𝑎𝑟𝑖𝑎 𝑐𝑎𝑟𝑛𝑖𝑣𝑎𝑙.
Com o juízo perturbado como está, Tadhg só apareceu em Zelaria porque ouviu falar que serviriam rum aquecido no festival, e ele ainda tinha as moedas de Seamus pesando em sua bolsa e o implorando para gastar. As roupas simples que trajava não eram nada fora de seu cotidiano, e tinha esperança de que o ajudassem a passar despercebido.
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❝ you know how much I love goading you into bad decisions. ❞
Não era como se precisasse ser persuadido a fazer escolhas ruins – o péssimo julgamento lhe era uma segunda natureza, e o tinha exercitado ao aceitar participar de uma banda com Brianna, sabendo que teria que aturá-la em seu cotidiano. Para o seu azar, o que a mulher tinha de insuportável, também tinha de talentosa. Já não a odiava, é claro, mas jamais o admitiria. Se perguntado, negaria considerá-la uma amiga, mas a mentira vinha por terra quando estava passando sua sexta-feira com ela e não em outra companhia. A turnê fazia parada em Las Vegas, e o show seria apenas na noite seguinte – o que os deixava com a oportunidade de gastar rios de dinheiro nos cassinos. Se já não era um pobre miserável era parcialmente por responsabilidade de Brianna, e da mágica que criavam juntos no estúdio – era apenas justo que se deixasse cair na provocação para gastar. As cartas em sua mão eram péssimas, sem naipes ou sequências coordenadas. Ergueu os olhos para o crupiê e, com a mesma cara lavada que sempre usava ao mentir, empurrou todas as fichas até o centro da mesa. ── All in. ── Anunciou em voz alta, desviando os olhos para a encarar. Blefaria até arrancar a última moeda de seus bolsos.

#─── fallıng off the face of the earth. › extras | tadhg barakat.#o monólogo interno do tad é sempre uma aventura
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tell me something awful.
Fazia oito meses desde que seus caminhos tinham se cruzado. Duzentos e quarenta e três dias. Neste meio tempo, o tinha mostrado tudo de pior que tinha a oferecer – e Vincent tinha ficado. O homem aninhado contra seu peito era sua única certeza, e já não tinha o medo constante de dizer ou fazer algo que o pudesse afastar. Para bem ou para mal, seus destinos estavam amarrados. Depositou um beijo no topo de sua cabeça, o cheiro de lavanda do shampoo uma fragrância mais que familiar – seus travesseiros agora tinham o mesmo cheiro. Traçou o contorno de sua coluna com a ponta do indicador, contornando o relevo conforme pensava no que dizer em resposta. Não tinham rótulos para o que partilhavam, e talvez fosse a hora de aquilo mudar. Haviam três palavrinhas que ainda não o tinha dito, e que vinham há muito agarradas à sua garganta – as tinha sentido na boca do estômago como um soco ao perceber que a vida já não fazia sentido se não o tivesse para a partilhar. Quando tinha o calor do corpo de Vincent contra o seu, por vezes a verdade não dita ameaçava escapá-lo. O dizer em voz alta seria como saltar para o abismo, confiando que ele o iria amparar. Tomou seu queixo em uma das mãos, o erguendo para fitar os olhos azuis. Deixou que o silêncio pairasse entre os dois em antecipação, um sorrisinho erguendo os cantos dos lábios. Naquele instante, decidiu parar de engolir o que queria despejar. ── Eu te amo. ── A confissão veio em tom neutro, calculado, como se medisse qual reação esperar. Era a primeira vez que dizia as palavras desde Alya.
Era terrível porque significava uma única coisa: naquela vida ou em qualquer outra, Vincent jamais o escaparia.

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feat. @princetwo
I’m an unspeakable. Of the Oscar Wilde sort.
Maurice (1987) dir. James Ivory.
#─── allow the ground to fınd ıts brutal way to me. › musıngs | tadhg barakat.#respondi umas askzinhas rapidinho enquanto fazia outras coisas#espero aparecer na dash e no chat mais tarde!
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