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#Ohomemdocasacovermelho
cristianemagalhaes · 1 year
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O homem do casaco vermelho – Julian Barnes
Um livro que é resultante de uma grande pesquisa histórica sobre o personagem central – Dr. Samuel Jean Pozzi – um ginecologista que colecionava arte, que foi muito importante a ser um dos primeiro a adotar, na França, o listerismo – um processo que evitava que as feridas se infectassem, pontos com categute (ao invés de fios de prata), uso de curativos esterilizados e drenos – processos que diminuíam significativamente as taxas de mortalidade após amputações. Também traduziu um livro de Darwin – A expressão das emoções no homem e nos animais. Enfim, um personagem interessante! Mas a história é contada através das histórias de outros contemporâneos – o conde de Montesquiou e o Príncipe Polignac. E muito se faz de comparação entre o conde e um personagem de um livro de Huysmans. Também se trata muito das aventuras amorosas de Pozzi e dos problemas de sua mulher e filha.
Enfim, o livro é chato de ler... Infelizmente! Um bom trecho é transcrito abaixo:
“’Nós não podemos saber’. Se usada com parcimônia, essa é uma das frases mais fortes na linguagem de um biógrafo. Ela nos faz lembrar que o encantador estudo de uma vida que estamos lendo, apesar de tantos detalhes, tamanho e notas de rodapé, apesar de todas as suas certezas factuais e hipóteses confiantes, só pode ser uma versão pública de uma vida pública, e uma versão parcial de uma vida privada. Biografia é um conjunto de buracos amarrados com um barbante, e mais ainda no que se refere à vida sexual e amorosa. ... Pozzi tinha a reputação de ser um “sedutor incorrigível”, um médico que dormia com suas pacientes, que pode até mesmo ter usado suas consultas como preliminares sexuais. Ele também guardou todas as cartas que recebeu de mulheres ao longo de uma careira sexual de meio século ou mais. Entretanto, após a morte dele, Mme. Pozzi instruiu seu filho Jean a queimar todas elas.. Então há muita coisa que não podemos saber.”
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