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astrologiasingular · 4 years
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A complexidade esplendorosa do signo de Escorpião
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Foto: Astrologia Singular. Registro feito durante apresentação de “A dança dos signos”, em 2014.
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Que as sete estrelas de Libra harmonizem Escorpião.
É o reino da força
Vermelho é a cor do teu coração
Ferro em brasa na casa da morte
É o escorpião
A força criadora que habita o mundo
O animal da autorregeneração
O homem que renova, signo fecundo
O fim planta o início
É a transmutação.
(Aos filhos de Escorpião, de Oswaldo Montenegro para o musical A dança dos signos, criado em 1982)
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Vigente de 23 de outubro a 21 de novembro, Escorpião - signo fixo e segundo representante do elemento Água - é um dos mais fascinantes e mal interpretados integrantes do zodíaco. Para entender tal complexidade, é necessário escavar suas origens, começando por Plutão, seu planeta regente. Na mitologia romana, Plutão é o deus dos mortos e do submundo e, no sistema solar, o mesmo nome é atribuído ao menor e mais frio dos planetas. No Tarot de Marselha, Escorpião surge codificado nas carta d’A Morte, arcano maior de número XIII (morte = a baixa temperatura de Plutão) e d’O Julgamento, arcano maior de número XX (sentenciar para encerrar um ciclo de outro iniciar). Na mitologia grega, o signo surge na figura de Hades, deus dos mortos e do submundo responsável por raptar e enganar Perséfone (arquétipo do signo de Virgem) para com ela se casar. Ainda na Grécia antiga, Órion - filho de Poseidon - e maior caçador da época, era um bon vivant devasso que tentou estuprar Ártemis - Deusa da caça  e dos animais selvagens, protetora da castidade e filha de Zeus -, mas acabou sendo morto por um escorpião conjurado pela jovem. Não por acaso, artemísia (ou absinto, losna, erva dos bichos, erva das bruxas) é uma planta usada em banhos e chás de proteção contra maus espíritos, controle de cólicas, regulação de ciclos menstruais, combate à ansiedade, tratamentos urogenitais e, ainda, abortos. Em estudos datados pelos egípcios em 1.600 a.C, a artemísia é mencionada como planta que - se consumida em excesso - causa intoxicação e interrompe gestações.
Enquanto na Babilônia Escorpião é representado pela divindade de Nergal - senhor da guerra e da peste -, o deus Osíris, no Egito antigo, governava o submundo (lembremos do arcano d’A Morte) e devolvia a vida a quem julgasse (lembremos também do arcano d’O Julgamento) necessário a partir das águas (Escorpião = segundo signo de Água) do Rio Nilo. Na mitologia umbandista, Nanã Buruque, orixá anciã celebrada em 26 de julho, é a senhora da água e da terra, ou seja, deusa regente da vida (água), da morte (terra) e do simbolismo escorpiano. As vestes de Nanã são roxas, cor da introspecção/tristeza + transmutação, assim como a lavanda, planta colhida entre junho/julho no Hemisfério Norte e que requer muita parcimônia em seu manuseio, uma vez que seu uso desmedido pode baixar acalmar os ânimos de forma nociva, causando sedação e depressão (veneno e cura caminhando lado a lado, assim como na artemísia). Na mitologia cristã, Escorpião surge sincretizado em Santa Ana, também responsável pela fertilidade, e - ainda - na figura de Judas Iscariotes, apóstolo que testou a Jesus por defender a libertação dos judeus/matéria acima do espírito (se tornando, aliás, o personagem a originar o cristianismo).  Na mitologia celta, Cerridwen é a Deusa escorpiana que surge como anciã para, em seguida, transmutar-se jovem e reger tanto a fertilidade quanto a realização de todos os desejos considerados justos (novamente, o arcano d’O Julgamento se faz presente). Na Astrologia e, mais precisamente, no mapa astral, Plutão diz respeito aos desejos do nosso subconsciente e - mais ainda - nosso renascimento espiritual/pessoal. Com a ancestralidade escorpiana contextualizada, falemos sobre as mitologias se manifestam sobre o signo.
Escorpião escuta, desde muito, muito pequeno, versões distorcidas e cruéis sua essência. Por sermos demasiadamente humanos, incorporamos ao nosso comportamento - na maioria das vezes - versões falaciosas/tendenciosas sobre o nosso ser, aceitando o olhar dos outros como absoluto e não nos investigando por dentro. É como se terceiros tivessem permissão de escreverem nossa história por ouvirmos deles que somos incapazes e indignos de manuscrever tal narrativa. Pois bem. É assim que o Escorpião - desde jovem - tende acreditar no pior que é contado sobre si sem que o essencial lhe seja explicado: o segundo signo de Água é feito de extremos e o segredo da vida consiste no equilíbrio de tal eixo. Agora pensemos na figura do animal invertebrado que chamamos de escorpião. Ele vive escondido em buracos na terra, sai à noite para caçar, tem uma agulha na cauda que injeta veneno em seus inimigos/presas  e também tem quelíceras (que chamamos de bracinhos) com pinças nas pontas. Só ataca para se preservar quando pressente o perigo. No mais, é símbolo de proteção e carrega seus filhotes colados ao corpo de carapaça dura para onde for. Com esse retrato fresco pintado em nossa mente, alinhemos isso ao fato dos nativos do signo de Escorpião serem espelho de seu animal de poder.
Analíticos, afetuosos, graduais, instintivos e espiritualizados. Eu transformo, logo, existo, é a frase que define os escorpianos. Brilhantes e perfeccionistas, se dedicam imensamente a tudo que criam. Examinam situações e pessoas antes de se lançarem sobre elas (eis o arcano d’O Julgamento novamente) tendo sua intuição como guia absoluta (signos de Água são imensamente intuitivos, afinal). Nem sempre sentem necessidade de definir qual é sua fé/religião, acreditando - na maioria das vezes - que seu sexto sentido é seu melhor conselheiro. É um signo que não mente por não carregar a manipulação em si (ao contrário de Câncer, em seu lado sombra) e valorizar a sinceridade. Embora muito observadores - como que sempre em busca seus buracos seguros na terra -, escorpianos assumem suas virtudes e venenos sem máscaras. São doadores intensos, colocando dentro da redoma de suas quelíceras (lembremos que os bracinhos têm formato circular) pessoas, valores e causas defendidas até as últimas consequências. Se em Áries, signo da guerra, o ingresso em conflitos é sobre matar ou morrer, no caso de Escorpião, a entrada em campo é estritamente para matar, uma vez que a morte, sua velha conhecida, não é temida (lembremos do arcano d’A Morte). Na natureza, ao ser agarrado por aranhas com o dobro do seu tamanho, escorpiões se permitem abraçar pelos tarsos do aracnídeo para, já envolvido, içar sua cauda e fincar seu veneno em um movimento ligeiro e letal. Assim, imbuído dos segredos ancestrais do submundo, o escorpiano não teme morrer por saber que finitude dos ciclos é acompanhada de transmutação (novamente: lembremos do arcano d’A Morte). É do veneno (morte) que surge o antídoto (vida), ora. Eis a luz de Escorpião irradiada em sua máxima potência, no entanto, tamanha magnitude chama atenção de sombras e elas não tardam a se manifestar.
Possessivo, obsessivo, vingativo, rancoroso e impiedoso. Colecionador de desafetos e com memória de elefante, Escorpião enumera cada falha ou ingratidão alheia no museu mental assombrado por tudo aquilo que lhe é impossível de perdoar. Diante de oportunidades percebidas por sua astúcia analítica, o signo coloca sua revanche em andamento sem arrependimentos, sabendo que a carapaça rígida protege suas idas e vindas ao inferno (mental, nesse caso). Apegado, o escorpiano - esquecendo de sua luz e reverberando sua sombra - até reconhece o fim das coisas, mas não aceita tal passagem e remói martírios pessoas que drenam sua energia vital e o desequilibram inteiramente. Desconectado de seu antídoto e permeado somente pelo veneno, Escorpião esquece a graça da vida que, por exemplo, o absinto/artemísia pode render na busca por expandir a consciência e sucumbe diante de vícios que validem sua dor (vale ressaltar que, há alguns séculos, o absinto era usado por clarividentes melhor manifestarem suas intuições). Entre os hexagramas do I-Ching, o de número 23, chamado de Desintegração, retrata muito bem a entropia escorpiana para ceifar o que já não pode se manter (eis a carta d’A Morte aqui de novo e, ainda, o aborto energético da artemísia). Paixões fulminantes, amizades tóxicas, ambições destrutivas. Muitas formas de se infringir se dor quando em desarmonia interna. Como encontrar equilíbrio em meio a essa gangorra emocional? Compreendendo as polaridades escorpianas - a vida e a morte -, no entanto, escolhendo sempre que possível a transmutação como o fiel da balança. Transformar-se surge como o meio-termo para que extremos sejam respeitados, porém não absorvidos. A imensa capacidade analítica escorpiana é permeada por autocrítica e autorregeneração para não se deixar levar pelos convidativos excessos das sombras. Domar os devaneios do ego (ciúme, obsessão, vingança e rancoroso) para o fluir da intuição protetora e luminosa. Eu transformo, logo, existo. Em uma frase adicional mencionada pela astróloga Cláudia Lisboa para pautar Escorpião, transformar sofrimento em nova vida. A matéria (vida) é impermanente e perecível e, assim, aceitar sua desmaterialização (morte) é abraçar a mediação da transmutação. Ah, e um adendo importante: se desde já aprendermos sobre o esplendor de Escorpião, passaremos adiante a mensagem correta sobre o signo e os nativos dele não serão oprimidos pelas piores versões que pensam de si a partir do que terceiros falam. A conversa sobre esse signo não acaba aqui por ainda perpassar a mítica da sexta-feira 13/11 que se aproxima e, ainda, o sabbat de Samhain (Halloween) e o fenômeno da lua azul que acontece de primeiro a 31/10. Isso, no entanto, é assunto pra mais tarde. E que as sete estrelas de Libra harmonizem Escorpião. Assim é. Amém, axé.
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