Tumgik
#eu lirico
calabocamarcelo · 1 year
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Aterrissagem
Quando é aterrissagem Outro endereço pra decorar Apreciando a paisagem Faz tanto tempo que eu vi o mar
Diz que sentiu saudade Ai de você quando eu te encontrar Planetas, Cidades O Astronauta volta ao lar
Eu existo enquanto celebrar x3
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seisho99 · 2 years
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blocking u if you like last christmas if a song were like tangible iw ould be tearing it 2 shreds
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ursocongelado · 2 years
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Qualquer débil mental sabe que a visualização tem um poder absurdo. Até os "coach". É só acreditar. Botar fé no bagulho e bola pra frente. Não dar moral pra ninguém e seguir em direção ao sonho. Alimentar a doideira. Somos o que desejamos. Foda-se. Tempo desses eu queria me desintoxicar do álcool e da cocaína e entrei num avião para o interior de Minas Gerais. Fechei minhas redes sociais e caí fora de Manaus. Uma leitora psicóloga das antigas me arrumou uma vaga numa clínica de reabilitação. Segui o protocolo de boa. 30 dias mergulhado na minha recuperação. Fiz um minucioso e destemido inventário moral de mim mesmo e li até o Novo Testamento inteiro pela quinta vez. Aí já quase saindo de lá, deu uma noia de querer namorar uma mulher que me batesse. Dessas que dão tapa na cara diante de qualquer vacilação do sujeito. Adicto precisa de disciplina. Cabresto. Dependência química não é brincadeira. É uma doença primária, progressiva, crônica e fatal! Aí retornei e conheci uma morena cheia de tatuagens da zona leste de Manaus. A mina era de marcação cerrada. Estilo zaga do Palmeiras da década de 90. Ex-detenta e obreira da igreja Assembléia de Deus. Eu mal podia comer bolacha recheada que já vinha uma bula de restrições "quer ficar diabético? Perder um rim? Entupir o sangue de açúcar?" Ela pedia localização, GPS e ligação de vídeo até quando eu ia na taberna comprar ovo. Sinistro. Aí certo dia sentei de frente ao computador e bateu vontade de escrever um poema. Era pra ela mesmo. Iria exaltar o amor bruto. Seu empoderamento em querer mudar um homem quase perdido. Aí comecei a escrever do meu jeito e ela me deu um tapão no pé do ouvido "chega de pagar de maldito. Eu quero um poema com trocadilhos! Também pode ser como aquelas músicas do Tribalistas. Quero teu eu-lirico mais fofo". Sangue começou a sair do meu tímpano, liguei para a polícia e disse para o PM que estava vivendo um relacionamento abusivo e não aguentava mais apanhar de mulher. Temos que tomar muito cuidado com o que desejamos. De vez em quando lembro da Alessandra. Lembro quando abro o Facebook e leio uma postagem de um poetinha qualquer com cara de Fiuk ou DJ Alok com papinho furado de "meu eu-lirico". Um tapa bem dado no pé do ouvido cura tudo.
Diego Moraes
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DIÁRIO DE PLANEJAMENTO, Interlúdio #2 - Estruturas são fixas, flexíveis ou falta de criatividade? (Desenvolvimento do enredo)
Eu respondo de cara, elas podem ser o que você quiser. Sim, esse post vai tomar um tom mais pessoal, porém, não menos verdadeiro. Pelo menos, não para mim.
Esses últimos dias tem sido de revelações, pois, ao contrário do que eu pensava, a estrutura de nossos textos são tão fixas tanto quem as usa. Revelador, não? Eu pensava que eu era uma dessas “pessoas de mente fixa”, mas conforme fui analisando meu processo de escrita, vi que era o oposto, a estrutura se encaixa no meu enredo e não o contrário, onde meu enredo se encaixa na estrutura. Um bom exemplo disso é que para escrever o desenvolvimento do enredo, aquela partezinha do meio, não consigo usar uma estrutura definitiva; tudo o que sei é que gosto de escrever por arcos, e que esses arcos precisam ser focados nos personagens principais, onde eles precisam aprender algo, ir atrás de algo ou realizar algo e que preciso ter algum fator antagonista, seja ele físico ou não, e ter aliados durante o caminho, mas tirando isso, é claro, não podemos esquecer os conflitos, o desenvolvimento é um livro aberto que deverá ser preenchido devagar.
Agora, eu gostaria de refletir sobre estrutura e criatividade. Na verdade, gostaria de propor um desafio. Pegue seu livro favorito e leia os primeiros cinco capítulos com atenção. Você leu? Bom. Agora, me diga como essa história começa. O autor faz uma breve apresentação de personagens e mundo? Aposto que logo tem a cena incitante. Isso quer dizer que todo mundo leu o mesmo livro que ensina a mesma forma de escrever? Não exatamente. Você já ouviu aquele falar “escrevemos o que sabemos”? É algo que vai mais profundo do que apenas saber sobre algum assunto específico, se referindo a nossa forma de viver. Sim! História são o reflexo da vida, ou melhor, uma visão de mundo que reflete nossa cultura e psique.
Tudo bem, mas por que estou falando sobre isso? É o que o livro “Herói de mil faces” nos diz. Nós reproduzimos o que vivemos e que desde a antiguidade esses são os aspectos que estão em todos os livros de literatura. É a emulação da nossa vida em páginas de forma glorificada e fantasiosa.
É esse o momento de questionar: se essa mesma estrutura é reproduzida a milênios, o que isso significa? Que a verdadeira criatividade não existe? Pelo menos não da forma que damos significado a ela? Na minha opinião, há dois tipos de criatividade mais importantes. Aquela que vem da originalidade e nasce do puro milagre ou a criatividade mais estudiosa, daquela que nasce através da leitura e aprendizado, onde nos inspiramos e tentamos criar nossa própria versão daquilo? Na vinha visão, o primeiro tipo não existe, não sobre a literatura, até porque a criatividade também pode nascer de alguma necessidade, como na tecnologia. A não ser que mudemos nossa forma de viver, as histórias continuarão nos seguindo não importa o que façamos.
Então, onde fica a criatividade? A arte? Ela fica com o posto de reflexão de nossas almas e desejos. Profundo, não? Exatamente como isso acontece? Ela se traduz na forma que nos expressamos. É isso mesmo, dificilmente vai aparecer um enredo completamente original, o que vai aparecer e fazer com sua história se sobressaia é forma que você decide se expressar sobre ela. São suas descrições, diálogos e personagens, forma que seus parágrafos tomam. Um texto em prosa pode se tornar tão lirico quanto um poema e um poema pode muito bem soar como uma prosa.
Minha maior reflexão nesse post é sobre ser sincera comigo mesma. Eu ainda me lembro como era no começo, eu me achava tão original, sendo que eu estava fazendo o mesmo que milhares de outras pessoas, dando minha visão de mundo para algum enredo. A verdade é que: com ou sem estudo, eu escrevia baseada na mesma estrutura. Eu achava que se eu não soubesse exatamente como essa estrutura era ou como os livros usavam essa estrutura, eu não seria mais um deles, sabe? Se apoiando no que veio antes de mim. Uma grande bobeira! Com uma estrutura em mente ou não, aprendi que não podemos escapar de quem somos e como vivemos. Todas as histórias terão uma exposição, cena incitante, antagonista, aliados, conflitos e algum tipo de resolução. Agora, se preferimos chamar isso de arte ou de planejamento, é da conta de cada um. Já eu prefiro fazer uma escrita consciente do que mais tarde ter que voltar e rescrever tudo. O que não impede ninguém de escrever o que vier a mente e se divertir escrevendo, com uma estrutura em mente ou não. 
Felizmente, percebi a parte que mais me diverte é ver como meus personagens reagem e descobrir a atitude deles diante o mundo, o enredo não me importa muito, muito menos a ambientação. Preciso de uma ideia inicial, algum conceito que eu queira abordar, um trope ou um tema; contanto que meus personagens sejam interessantes e estejam indo para um caminho divertido e nem sempre tão incomuns assim, sairei satisfeita se eu conseguir concluí-la de forma satisfatória.
Agora, eu gostaria de saber: vocês escrevem pela arte? Para se expressarem como indivíduos? Pela diversão? Ou tem algo além disso que te motiva a passar horas na frente do computador (ou do caderno)? Compartilhem seus pensamentos e experiencias conosco! 
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caiotkaka · 2 months
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Poema Novo - Quando a depressão me fez assassinar meu eu-lírico.
Quando tudo que se consome
passa a te consumir até você sumir.
Quando tudo que se come não mata a fome.
e o dinheiro é apenas um papel que assassina sonhos.
Somos frutos dessas reações e projeções
que acontece ao mesmo tempo em que te vejo parada igual fotografia de frente ao espelho arrumando o seu black e se manqueando enquanto eu acendo um beck
e tento ligar o meu peito no teu,
mesmo que no plano físico nós só tivéssemos os nossos corpos para dialogar afetos,
mesmo que só pudêssemos ser o que fosse visível
e palavras são só para expressar expressões que não tá na digital do teu toque, mas, no teu falar 'eu te amo'
amor que salvar, amor que cura, amor de mãe.
Todo o universo é uma mãe grávida sem o apoio do pai.
Todo sentimento bom é um abandono de moveis usados
em apartamentos apertados,
que cabe somente em nossas ações abinarias.
Tudo isso me remete a quando ficava ouvindo"Laurill Hil"
e lendo Baldwin sendo atormentado pelo meu lirismo que insiste em me salvar das noite insone mesmo tomando donazepam,
sem o efeito poético dos antidepressivos assassinei o meu eu-lirico,
sem conseguir desfocar o que doía o que transmitia alegria para as pessoas só me doía mais ainda. Tudo que eu imprimia valor não tinha preço e nem código de barra.
Em alguma circunstancia, em algum momento, não tão distante da memoria que tenho da minha ultima alegria, eu sinto que a estrela que tange meu nome explodiu, eu sinto em todas as minhas dobras e dobradiças de forma ocular como se meus olhos já estivesse visto a morte e a sensação de morrer mesmo com o coração pulsante e com essa luz eu não consegui me iluminar, só outros corpos,
só outras noite insones.
Como Marcus Garvey estou perdido
na busca da ressurreição do negro
Essa busca incessante pelo o que não tem nome
Me fez declamar poesia na língua do colonizador
e me dói como todas as dores que sinto antes de amanhecer. Mas quando amanhece deixa de doer.
Como palanques de carnaval eu não sei desses amores fluviais que acabam em seguida, eu vivo no abismo e só sinto coisas no profundo.
Caio T
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sorrisosingelos · 9 months
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Me permita ler suas linhas escritas,
Quero adentrar no seu eu-lirico, quero te conhecer por dentro.
Me deixa visitar tua alma, teu ser, toda aquela sua fragilidade. Preciso que confie em mim.
Uma das milhares de coisas que quero te mostrar e conhecer com voce, me leve a lugares que te fizeram lembrar do meu sorriso.
Ando querendo ver todos seus corações, principalmente o que pulsa desregulado.
Eu quero saber como lida com as borboletas.
Quero te ouvir cantar comigo. Quero ouvir a melodia que emana do teu ser íntimamente entregue.
Me diz que não serei vítima de um tubarão sedento por carne, não serei estraçalhada pelo seu bem me quer.
Preciso da intensidade da coragem, em não saber absolutamente nada e ainda assim saber que se pode ter tudo.
Quero você de preto... quero observar cada lado daquela seda que cobre seu corpo. Te olhar viver me da sede da sua fonte.
Escrevi a você. De alguma forma, tomarei sempre uma dose sua pelos versos...
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bilhetes-de-plutao · 4 years
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Por um momento senti a tensão no ar. Aquele momento de apreensão, quando o coração acelera e bate em descompasso, as borboletas voam agitadas no estômago.
Levanto o olhar de meu livro por um breve momento e de repente lá estava ela... em todo seu esplendor. Seus cabelos escuros, sua pele macia, a ternura em seu olhar dando lugar a surpresa refletida em seu rosto — decerto sentiu a tão conhecida apreensão. — E num piscar de olhos, o trem passa levando a eternidade daquele momento. A vida continua. Mesmo depois de tanto tempo.
— Carta dos amores esquecidos que se foram
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ancookiethings · 5 years
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let´s be real with our feelings
corra, grite, chore e se desespere a vida voa, o tempo passa, as pessoas mundam e o mundo gira oque voce esta fazendo agora? onde voce esta? com quem você esta? oque passa na sua cabeça? você consegue me contar sem que as estrelas se despedacem?... você quer responder essas perguntas? por um segundo vamos finjir que não existe ninguem batendo em nossa porta, fique quieto, uma hora ou outra eles vão embora. o silencio acalma e as palavras doem, frases corrompidas em interesses escondidos. raiva aparente, palavras repetidas, sim e não, faz diferença? leigo, culto, certo ou errado, isso realmente importa? por que? desculpe, mas eu vou finjir que não ligo. deite, chore, grite e sangre, vou finjir que não vi, ficarei quieto, tente tocar no assunto se quizer vou te interromper, nao quero que perceba que eu não ligo. prefire finjir que não viu do que finjir importancia, 1+2 é 3 2+1 continua sendo 3 não tem diferença o valor continua sendo o mesmo. voce tem um coração, mas, tem certeza que sabe usala? quando senti algo finji nao sentir e quando não sente mente que sim, você pode tentar incobrir de baixo da terra, não importa quanta terra tente botar por cima, uma hora ou outra a chuva vai chegar revelando o escondido. existe diferença entre erros consciente e inconsciente triste.
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candyraincloud-blog · 6 years
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Sozinha
Hoje percebi que eu não tenho ninguém com quem contar, estou sozinha, e sempre estive.
Eu me sinto sozinha mesmo com pessoas do meu lado, não acho que posso contar com elas porque elas não ligam pra mim, a única pessoa que acho que posso contar nos momento bons e ruins está a milhares de quilômetros de mim, ele não está aqui e eu não posso abraçar ou chorar no ombro dele ou me queixar sobre coisas ruins que acontecem comigo sem a ligação travar no meio de uma das minhas histórias bobas, não posso olhar nos olhos dele enquanto falo e não posso bater nele quando me fala algo idiota, não posso amalo sem o mede de nós distanciarmos por conta da falta de internet, não posso amalo por completo porque ele não está aqui.
Então me vejo sozinha novamente, nunca saio de casa porque não quero me sentir sozinha no meio de uma multidão de pessoas que nunca vi na minha vida, não quero me aproximar de pessoas porque penso que elas não vão gostar de mim por completo e por conseqüência não vão querer me escutar e nem me entender.
Sei que você não se importa, cheguei a pensar que se importava quando começamos a ficar "próximos" mas você me mostrou que não, pela sua falta de tempo e por sempre querer estar com outras pessoas e nunca comigo… as vezes age como se não me conhecesse, já me iludi uma vez com você mas ultimamente ando achando que isso está acontecendo novamente, fico me perguntando se você liga como pareceu ligar quando me falou que estaria lá por mim, e esse é seu jeito pois você não gosta de se sentir… "preso" por ninguém, ou é porque você está me fazendo de boba como muitos outros, você não liga. Se ligasse estaria aqui não estaria?
Não quero me enganar confiando em pessoas que não devia novamente, pois isso já aconteceu várias vezes e me deixou com um buraco no coração, onde não consigo preenche-lo pois está tudo uma bagunça agora por conta do furacão de pensamentos que me perturbam a noite desde que percebi que ninguem é o que parece ser, várias vezes julguei um livro pela capa, e acabei me descepcionando.
Não tenho mais o que constar de relevante nesse texto, então vou terminar por aqui.
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dramagrl · 6 years
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Tumblr media
Tango
Foșnetul toamnei arămi
Unui om în minte-i
Învie un tango.
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calabocamarcelo · 1 year
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Estrangerismo
Tá tudo bem Eu sei que levantei a voz Você só tinha me visto chorando Agora Parece que eu blefando
Quando esta bem Sei o que existe entre nós A gente escolheu chamar errado Agora eu que pague o pato
Ainda te quero bem como ontem e se eu não falo o seu nome é pra te proteger
La vai você Indo embora outra vez Você devia me abandonar Me dar algo pra cantar E me esquecer Mas não é isso que vai fazer Se magoar por omissão Você já tem o meu perdão Por não saber dizer não Espero que goste da sua canção
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kittenloks-blog · 6 years
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Não quero mais saber do lirismo que não é libertação
Poética, de Manuel Bandeira
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desafiohq5-blog · 7 years
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Eu, Lírico - Completo
Capa: Alena Miklos
Roteiro: Pedro C. Almeida
Desenhos: Fred Lucas
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neryrachel · 8 years
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A melodia do teu choro Lírico, fez meu eu cantar Lirismos ao teu pé do ouvido Pra te fazer sonhar.
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blueiscream · 6 years
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Às vezes sou inundado por uma lucidez tão intensa que parece sonho. Tudo faz sentido quanto apenas um sonho é capaz, quando se está nele.
Se em um sonho elogio as torradas com ovo e tomates fritos com a palavra “masoquista”, enquanto, embora meus lábios tenham pronunciado de maneira incomum, eu quisesse dizer, e na verdade tenha dito só que com a palavra errada, algo parecido com “eu poderia comer isto todos os dias da minha vida”, eu jamais teria percebido o erro, porque tudo faz sentido nos sonhos, se estiver mesmo sonhando. Talvez note-se a estranheza na pronuncia - “Esta palavra realmente existe? Como era? Terminava em ‘quista’... Sim! Quista!” e o prazer onírico teria me atraído outra vez.
E uma vez envolto nesta lucidez fantástica, eu vejo tudo e sou capaz de tudo entender. E como “dois mais dois somam quatro”, como “as coisas importantes repousam nas entrelinhas da busca - desta ou doutras”, como “o silêncio, dos sentimentos, é capaz de ser o maior dos continentes”, assim todas as soluções se apresentam para mim. Então meu ateliê se banha com o conforto dos raios de sol, e o aroma do café é capaz de me trazer a tranquilidade de um criança observando o céu e desenhando figuras-nimbus com os olhos. Eu sei que posso me levantar e fazer, tudo e mais, todas as coisas que desejei, para mim.
O espelho trinca, a imagem rompe.
Há pó em meu ateliê, e tanto lixo e bagunça que mal me percebo dentro dele. Não há sol e o café é amargo e frio. Minha carne treme nos ossos. Me sinto num palco e logo abrirão as cortinas às minhas costas - cortinas que não fui capaz de encontrar.
“Contemplem a Quimera, cujo sonho quebrado jamais foi capaz de completar a existência! Apreciem o caos, o emaranhado em suas ideias, o fracasso poético em sua arte e encham-se de alegrias ao perceberem que há um vidro entre toda esta merda e o reflexo disforme. Encham seus olhos de fascínio e seus corações dos belos sonhos que esta pobre alma fracassou em sonhar!”
Eu não me lembro exatamente como eu vim parar aqui. Às vezes me encho de raiva e aponto culpados, como crianças em lojas de doces acompanhadas dos pais. Amaldiçoo todos que cruzaram meu caminho, todos que me coraram o rosto ou me fizeram chorar. 
Sou péssimo em sentir raiva, ela adormece meus membros, sobe à garganta e a engulo outra vez, e então me culpo. Sou melhor em sentir raiva de mim mesmo, mas creio que sou preguiçoso para tal. Cerro os pulsos e ouço o baque em meu rosto forçar o choro para fora. Ou esmurro paredes mais fortes que eu até que a dor seja o bastante, e sempre peço que seja. Aguardo o torpor e a culpa. Assim a raiva me pune - com objetos duros e baques na carne. A culpa traz minha redenção de um jeito mais fluido.
As coisas todas se confundem e se misturam muito na minha cabeça, fora aquilo que me escapa entre os vãos dos dedos da minha memória.
Enquanto em um momento todas as coisas me parecem obvias, em outros estou perdido, naufragando em meu próprio mar, fugindo da minha própria companhia, batendo em meu próprio rosto, limpando da minha lâmina o meu próprio sangue.
Por quantos anos mais serei meu maior inimigo?
E se eu perder, quem vence?
Se eu penso sobre “existir” me sinto enlouquecer.
Certa vez estive tão  fundo num sonho que até mesmo toda a existência fazia sentido, como um café quente ao amanhecer. Estou acordado agora, e a unica coisa que gostaria era não fazer parte deste grande jogo. Eu não quero jogar. E ao mesmo tempo meu âmago anseia, forte como uma estrela inteira, em pertencer e encontrar o meu lugar no Universo, embora meu coração inteiro se sinta distante, solto e perdido, como o botão de uma camisa velha, cuja a permanência no cabideiro deve-se apenas a um consolo confortável que diz mais ou menos “foi real” - o cortejo da lembrança esquecida.
Há uma semelhança entre os momentos aqueles em que todas as coisas me fazem sentido e os demais onde só há confusão, desespero e paranoia:
Se paro para pensar, em qualquer uma das duas situações, e me percebo em uma delas, eu me sinto
completamente
estúpido
~Rai
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eunaosouajulieta · 3 years
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- O amor é um sentimento nobre_ ele falou
O olhei de canto de olho e respondi:
- Não me faça rir, onde está a nobreza de me assistir definhar como se nada mais importasse? O que tem de nobre em sangrar rios e ser incapaz de estancar o ferimento para ter algo, mesmo que dolorido, que não me faça esquecer?
- Está justamente na sua capacidade de criar poesia com a dor, seu egoísmo não lhe deixa esquecer, seu eu lirico a transforma. O amor é um sentimento nobre, mesmo que o amor em questão não seja bonito. A nobreza minha querida mora justamente na beleza demonstrada em frente esse castelo, que mesmo você sustentando com palavras, no fundo, você sabe que já caiu.
- Eu Não Sou a Julieta.
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