Tumgik
#hérois do olimpo
algumaideia · 2 years
Text
Análise do Octavian- Parte 2: Capacitismo e Psicofobia
Essa análise não tem como objetivo fazer ninguém gostar do Octavian ou convencer você a concordar comigo, eu só estou expressando minhas opiniões.
Mas antes, eu gostaria de agradecer @zazzander por me deixar usar e traduzir suas análises. Todas as traduções dela estaram em italico.
Você pode achar as análises originais nesse link.
Thank you Zaz for letting me translate and use your analysis!!
Eu também escrevi duas análises grandes do Octavian em inglês, que falam basicamente de tudo que eu vou discutir nesses posts então se você quiser ler elas aqui está o link.
Octavian and Azula.
An analysis of Octavian.
How is Octavian autistic coded
E a primeira parte, que eu acho importante de ser lida antes dessa:
parte 1.
Alguns Termos
Acho que a análise ficará mais clara com o entendimento de algumas palavras e expressões.
Capacitismo- preconceito contra pessoas com deficiência.
Psicofobia- preconceito contra pessoas com doenças/transtornos mentais.
Deficiência intelectual/mental x doença mental = "a principal diferença entre deficiência mental e doença mental é que, na deficiência mental, há uma limitação no desenvolvimento das funções necessárias para compreender e interagia com o meio, enquanto na doença mental, essas funções existem mas ficam comprometidas pelos fenômenos psíquicos aumentados ou anormais"
Camuflagem social - o termo se refere a um conjunto de estratégias usadas para esconder comportamentos que são comuns em pessoas com autismo e que no geral são considerados estranhos pela sociedade em geral.
Coded character -define um personagem que age de uma maneira ou tem características que indicam que ele é alguma coisa que nunca é declarada pela obra. Geralmente é feito através de esteriótipos. Ex- um personagem qualquer exibe caracteristicas normalmente ligadas ao autismo, como ter um interesse fixo, dificuldade socializando, problemas sensoriais, mas nunca é confirmado como autista através da obra.
Indícios de anemia
Isso não é somente sobre o comentário do Will quando ele chamou Octavian de um perdedor anêmico. É mais pela maneira que a aparência do Octavian é descrita.
Octavian é dito como sendo magro de maneira que faz ele parecer ser mais novo, tendo uma pele palida, cabelo como palha. Percy o descreve como não parecendo muito e espantalho. Muitas vezes a forma que ele é descrito me lembra de como os personagens falavam do Nico logo após ele sair da jarra em que ficou aprisionado por dias sem comer nada além daquelas sementes. A ideia de falta de saúde, e pelo menos na minha opinão, fragilidade e fraqueza é bem presente nas descrições do Octavian.
É como se houvesse uma deficiência de nutrientes no corpo de Octavian, e é daí que vem a ideia de que ele tem anemia. Assim o Nico diz que ele parece uma versão doentia e diluída do Will.
Indícios de autismo
Essa é na verdade a deficiência que eu tenho mais argumentos. A ideia de que não vem só de seu comportamento, mas também da forma que os outros personagens interagem e reagem a ele.
Socialização
Octavian é descrito várias vezes ao longo do livro como tendo um olhar muito intenso, as vezes ao ponto de incomodar outros personagens. Algo muito comum com pessoas autistas é que eles não fazem contato visual ou que por se sentirem pressionados durante a vida toda a fazer contato visual eles fazem isso em excesso.
Além disso Octavian constantemente tem problemas com as expressões facias ao longo do livro. Quando a Gwen morreu e voltou a vida, Frank descrbe a expressão de Octavian como "mais de interesse do que preocupação" e depois "como uma máscara de preocupação educada". Várias vezes durante os livros quando Octavian sorri, seu sorriso é descrito como não sincero, falso.
Tem também a primeira cena em que o Octavian aparece e ele tem uma linha de dialogo meio esquisita. Zaz interpreta isso como uma tentativa dele de fazer piada que deu errado. Para mim essa interpretação é a mais plausivel.
É muito comum que pessoas autistas sejam interpretadas de maneira errada pelas pessoas ao seu redor por se comunicarem de maneira diferente, terem dificuldade em entederem expressões faciais, tons de voz, comunicação não verbal no geral, e dificuldade de se expressar da maneira que a sociedade no geral considera ideal. Então um uso diferenciado ou menor de expressões faciais e tons de vozes é comum quando a pessoa é autista.
Além disso há a dificuldade do Octavian em rebater argumentos, especialmente quando ele é interrompido. Ele parece perdido e sem saber direito o que fazer, e bem pessoas autistas tendem a ter dificuldade em conversas e é muito comum elas usarem "scripts" para se comunicarem, sair desse "script" pode significar ficar perdido em uma conversa.
Interesse Especial
Octavian é descrito como "obcecado" com os livros sibilidos e constantemente mostra um grande interesse por eles. Das limitadas caracterizações do Octavian, essa é a mais consistente - e uma das que nós vemos diretamente, não algo que nós ouvimos um rumor sobre.
É muito comum que pessoas autistas tenham algum interesse que são autamente focados e intensos, pode ser filmes, animais, livros, música, um evento histórico, etc.
E a maneira que o Octavian é tratado por causa desse interesse é, infelizmente, realista. É comum que por causa da intensidade e da maneira que pessoas autistas demonstram seus interesses eles chegam a ser zombados. Hazel zomba do Octavian por causa disso, ninguém na legião, alegadamente, leva suas ideias e opiniões sobre os livros a sério.
Infatilização e regulamento de emoções
Algo que também acontece muito é a infantilização de pessoas com deficiência em geral. Com pessoas autistas isso pode acontecer por causa dos seus interesses que são considerados "infantis" ou pelo seu modo de agir.
Octavian sempre carregar ursinhos de pelúcia com ele e ser zombado por causa disso (Percy fez isso) pode até não ser um indicativo dele ser autista, mas é uma representação de uma maneira ou outra da experiência de certas pessoas autistas.
Além disso é possível ver que ele usa os bichos de pelúcia como forma de regular, lidar com suas emoções.
Uma coisa sobre usar camuflagem social o tempo todo é que suas emoções acabam ficando "enterradas". Octavian tem momentos em que ele perde o controle - e emoções grandes acabam saindo... Eu vejo isso como ele tentando se camuflar socialmente e experciando o sentimento de burnout que vem com isso.
Camuflagem social causa exaustão mental e emocional. É danoso para a saúde mental de pessoas autistas. E considerando a dificuldade que o Octavian apresenta ao longo dos livros em se comunicar com as pessoas, faz sentido que ele use camuflagem social.
Indícios de uma doença mental
As palavras doido, louco e insano são usadas com certa frequência para descrever a aparência do Octavian. A impressão que isso dá é que o livro, Rick, está dizendo: olha só como esse personagem é esquisito, tem algo de errado com ele.
E a questão é que no último livro os problemas mentais de Octavian ficam explícitos. Ele perde o contato com a realidade, não consegue perceber que suas roupas estão presas no onagro e que ele está pegando fogo.
E onde o capacitismo e psicofobia entra nisso tudo?
Eu não acho que o Rick teve intenção alguma de escrever o Octavian como um personagem deficiente ou doente mental. Mas acredito que o fato do Octavian apresentar características que são estigmatizadas está relacionado com como Rick escreveu ele e a relação de outros personagens com ele.
Porque, é, Rick não tinha nenhum interesse no Octavian, tanto que ele é extremamente inconsistente e usado como um bode expiatório, uma figura que é sempre antagonistica não importa a lógica da situação ou características previamente estabelecidas. Porém a forma como ele escreve o Octavian acaba caindo em ideias capacitistas e psicofóbicas mesmo que o Rick não tenha visto Octavian como deficiente. (Mas eu acho que ele tinha uma certa noção, visto o comentário de perdedor anêmico)
O fato das atitudes, características, ações do Octavian que estão ligadas a deficiências e problemas mentais são aquelas que fazem ele ser mais mal julgado, visto como mau-caráter, faz com que a narrativa dele seja cheia de capacitismo e psicofobia. Porque apesar de não ter sido a intenção do Rick, isso não muda o fato de que a maneira que ele descreveu e viu o personagem foi cheia de preconceito.
Nossa sociedade é capacitista e psicofóbica, por causa disso nós todos aprendemos ideias e pensamentos capacitistas e psicofóbicos que acabam sendo demonstrados em nossas falas, ações, pensamentos. É um processo tentar desaprender todas essas ideias. Elas permeiam tudo. Não estou dizendo que o Rick é uma má pessoa ou que ele não pode melhorar. Só que preconceitos internalizados impactam a forma que a gente escreve, quer a gente queira ou não.
3 notes · View notes
quase-bruxa · 7 years
Photo
Tumblr media
Animal muito ligado ao misticismo e às pessoas que estão envolviadas com a magia, o gato é um animal de simbologia mais controversas. Várias culturas o admiram, enquanto várias outras o temem. Não é novidade que a cultura católica o viu como o diabo durante a Idade Média, quando a aparição de um gato negro podia indicar uma bruxa no local. Os celtas tinham lendas em que o gato figurava tanto como héroi como vilão. Para os budistas, o gato e a serpente eram criticados por não terem se comovido com a morte de Buda, mas se analisarmos bem, a reação dos animais pode ser um sinal de sabedoria, pois eles sabiam da continuidade de tudo, não vendo razão para se lamentar. O Gato é associado à Grande Deusa (deus principal da antiga cultura pagã de quem as bruxas são sacerdotisas), portanto, ao ciclo: Fecundidade - Fertilidade - Sexualidade - Água - Lua (base da religião da deusa). Essa associação foi feita devido ao fato dos olhos dos gatos brilharem à noite, deles conseguirem se deslocar sem ruído, copularem abertamente e da cor de seus pêlos variarem, como a cor da lua, do branco ao vermelho e ao preto... Dessa forma, ao possuir um gato, a feitiçeira teria uma ponte com a deusa que a cultua. Para as bruxas, a cor negra, diferente do que os católicos pensam, não é uma cor negativa, nem tampouco é a cor do mal. Ao contrário, o preto é a cor que melhor canaliza as energias criadoras e melhor concentra o poder. Assim, o gato preto é o mais poderoso dentre os demais. Mas essa predileção das bruxas pelos gatos, fez com que eles ficassem em uma situação complicada... Para acabar com o paganismo, que era muito forte em certas regiões, qualquer coisa relacionada àquela religião foi considerada uma prática demoníaca pelos católicos. E obviamente não foi diferente para os bichanos. Era comum queimarem feitiçeiras com a sua mascote felina junto, especialmente se fosse preto. No Japão os gatos também eram temidos. Seu jeito dissimulado gerava desconfiança. Acreditava-se que eram capazes de matar as mulheres e tomar a sua forma. Para a cabala e o budismo, o gato é associado à serpente, e traz para o mundo o "pecado". Essa simbologia do pecado o fez ser retratado em algumas vezes aos pés de Cristo. Mas não eram só as bruxas que gostavam dos gatos. No Egito Antigo era considerado um animal sagrado, pois estava ligado à deusa Bastet, considerada deusa do amor e benfeitora da humanidade. Dessa forma, nenhum mal podia ser feito a este animal. Muitos eram mumificados depois de mortos e levados a Bubástis, a necrópole dos gatos. Conta uma lenda que os egípcios  perderam uma guerra porque seus inimigos, sabendo deste amor pelos gatos, amarraram os bichanos em seus escudos e, por isso, não  foram atacados. Os gatos igualmente eram considerados sagrados na antiga religião germano-escandinava, pois a deusa Fréia (deusa do amor), possuía um carro puxado por gatos brancos. Na China, os gatos eram considerados animais benfeitores, já que eram ligados a ritos agrários. Os celtas também possuíam um deus-gato. E Diana/Ártemis, da mitologia greco-romana, fugiu do Olimpo na forma de uma gata, por causa do ataque de Tifão. O gato também está associado ao dom da clarividência e da divinação: talvez por isso as bruxas gostem de tê-lo por perto, para que seus poderes se desenvolvam com maior facilidade. Partindo desse princípio, os senhores e senhoras das runas dos antigos povos nórdicos, usavam durante sua função divinatória, sapatos de pele de gato e um gorro forrado de pele de gato branco. Atualmente em nossa cultura o gato é visto como um animal positivo. É considerado o segundo animal de estimação preferido, perdendo apenas para os cães. Na França, alisar um gato dá sorte. E, ao contrário do que muitos dizem, o gato pode ser um grande companheiro de seu dono e trazer muito amor e alegria a uma casa. Os seguidores da Deusa acreditavam que uma gata dentro do quarto de uma mulher que está tendo um filho ajuda no parto. Possuir um gato em casa traz equilíbrio à energia feminina e ao lado emocional e espiritual. Desta forma, caso não seja possível ter um gatinho de verdade, uma representação já ajuda a obter os bons fluídos que este animal traz. A função mágica do gato é despertar a visão para os mistérios, dando entendimento e clarividência. Também trabalha a graça e a sutileza, a elegância e o charme. Invoca-se o gato quando queremos despertar ou aumentar também a intuição ou a sabedoria. Ele ajuda a conquistar a independência, a liberdade. Sua habilidade de cair de pé pode ajudar seus protegidos a sair de situações embaraçosas ou perigosas com rapidez e pose inacreditáveis. O gato também evoca sagacidade, reflexo rápido e engenhosidade, sabendo aguardar o momento certo para se lançar sobre seus objetivos. A sombra do gato, por outro lado, revela apreço pelo conforto e preguiça.
5 notes · View notes
sweetluly · 10 years
Photo
Tumblr media
Desafio 35 dias de PJO/HdO Dia 3 – Parte preferida de O Ladrão de Raios: Aqualândia, né?
338 notes · View notes
ironicunwanted · 12 years
Text
Thaluke. Você gosta? Então Clica.
0 notes
quase-bruxa · 7 years
Photo
Tumblr media
Animal muito ligado ao misticismo e às pessoas que estão envolviadas com a magia, o gato é um animal de simbologia mais controversas. Várias culturas o admiram, enquanto várias outras o temem. Não é novidade que a cultura católica o viu como o diabo durante a Idade Média, quando a aparição de um gato negro podia indicar uma bruxa no local. Os celtas tinham lendas em que o gato figurava tanto como héroi como vilão. Para os budistas, o gato e a serpente eram criticados por não terem se comovido com a morte de Buda, mas se analisarmos bem, a reação dos animais pode ser um sinal de sabedoria, pois eles sabiam da continuidade de tudo, não vendo razão para se lamentar. O Gato é associado à Grande Deusa (deus principal da antiga cultura pagã de quem as bruxas são sacerdotisas), portanto, ao ciclo: Fecundidade - Fertilidade - Sexualidade - Água - Lua (base da religião da deusa). Essa associação foi feita devido ao fato dos olhos dos gatos brilharem à noite, deles conseguirem se deslocar sem ruído, copularem abertamente e da cor de seus pêlos variarem, como a cor da lua, do branco ao vermelho e ao preto... Dessa forma, ao possuir um gato, a feitiçeira teria uma ponte com a deusa que a cultua. Para as bruxas, a cor negra, diferente do que os católicos pensam, não é uma cor negativa, nem tampouco é a cor do mal. Ao contrário, o preto é a cor que melhor canaliza as energias criadoras e melhor concentra o poder. Assim, o gato preto é o mais poderoso dentre os demais. Mas essa predileção das bruxas pelos gatos, fez com que eles ficassem em uma situação complicada... Para acabar com o paganismo, que era muito forte em certas regiões, qualquer coisa relacionada àquela religião foi considerada uma prática demoníaca pelos católicos. E obviamente não foi diferente para os bichanos. Era comum queimarem feitiçeiras com a sua mascote felina junto, especialmente se fosse preto. No Japão os gatos também eram temidos. Seu jeito dissimulado gerava desconfiança. Acreditava-se que eram capazes de matar as mulheres e tomar a sua forma. Para a cabala e o budismo, o gato é associado à serpente, e traz para o mundo o "pecado". Essa simbologia do pecado o fez ser retratado em algumas vezes aos pés de Cristo. Mas não eram só as bruxas que gostavam dos gatos. No Egito Antigo era considerado um animal sagrado, pois estava ligado à deusa Bastet, considerada deusa do amor e benfeitora da humanidade. Dessa forma, nenhum mal podia ser feito a este animal. Muitos eram mumificados depois de mortos e levados a Bubástis, a necrópole dos gatos. Conta uma lenda que os egípcios  perderam uma guerra porque seus inimigos, sabendo deste amor pelos gatos, amarraram os bichanos em seus escudos e, por isso, não  foram atacados. Os gatos igualmente eram considerados sagrados na antiga religião germano-escandinava, pois a deusa Fréia (deusa do amor), possuía um carro puxado por gatos brancos. Na China, os gatos eram considerados animais benfeitores, já que eram ligados a ritos agrários. Os celtas também possuíam um deus-gato. E Diana/Ártemis, da mitologia greco-romana, fugiu do Olimpo na forma de uma gata, por causa do ataque de Tifão. O gato também está associado ao dom da clarividência e da divinação: talvez por isso as bruxas gostem de tê-lo por perto, para que seus poderes se desenvolvam com maior facilidade. Partindo desse princípio, os senhores e senhoras das runas dos antigos povos nórdicos, usavam durante sua função divinatória, sapatos de pele de gato e um gorro forrado de pele de gato branco. Atualmente em nossa cultura o gato é visto como um animal positivo. É considerado o segundo animal de estimação preferido, perdendo apenas para os cães. Na França, alisar um gato dá sorte. E, ao contrário do que muitos dizem, o gato pode ser um grande companheiro de seu dono e trazer muito amor e alegria a uma casa. Os seguidores da Deusa acreditavam que uma gata dentro do quarto de uma mulher que está tendo um filho ajuda no parto. Possuir um gato em casa traz equilíbrio à energia feminina e ao lado emocional e espiritual. Desta forma, caso não seja possível ter um gatinho de verdade, uma representação já ajuda a obter os bons fluídos que este animal traz. A função mágica do gato é despertar a visão para os mistérios, dando entendimento e clarividência. Também trabalha a graça e a sutileza, a elegância e o charme. Invoca-se o gato quando queremos despertar ou aumentar também a intuição ou a sabedoria. Ele ajuda a conquistar a independência, a liberdade. Sua habilidade de cair de pé pode ajudar seus protegidos a sair de situações embaraçosas ou perigosas com rapidez e pose inacreditáveis. O gato também evoca sagacidade, reflexo rápido e engenhosidade, sabendo aguardar o momento certo para se lançar sobre seus objetivos. A sombra do gato, por outro lado, revela apreço pelo conforto e preguiça.
3 notes · View notes