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#mariu tolo
fredborges98 · 1 year
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Rosemary Kennedy and Frédéric Chopin- A virtude e a angústia de Ser.
Por: Fred Borges
Dedicado á: Dominika Laskowska e sua filha.
Baseado nos artigos:
“He Was Not Like Other Men” – Chopin as seen by his contemporaries
by The Cross-Eyed Pianist-JULY 18th, 2020
Long read guest post by Walter Simmons Witt.
A trágica história de Rosemary Kennedy, irmã de J.F.K. lobotomizada por ordem do pai por
Marius Gabriel para a BBC History em
29 abril 2019.
Sento no primeiro degrau de uma escada, sentar desconfortável, o piso está sempre sujo apesar do pé raspado da ruas sujas de Londres, estou sentado a esmo, notoriamente atrapalhando pessoas na sua passagem, somos mesmo uma estreita passagem, uma gota no oceano, gotas de orvalho no início de um inverno invernal, infernal é o drama, continuo sentado com os olhos mareados, talvez pelos ventos intensos, na verdade pela emoção, o drama é genuinamente humano.
Meus sentimentos e pensamentos me conduzem a Rosemary Kennedy e meus ouvidos me conduzem a Frédéric Chopin, mais precisamente ao Concerto número 1 em E menor, Op.11 num retorno ao tempo para precisamente 1830.
A escada me permite ir do passado ao futuro, é uma máquina do tempo da imaginação.
A música era sua linguagem, uma linguagem divina por meio da qual ele expressava toda uma gama de sentimentos que poucos podiam apreciar. A música da sua terra natal cantava-lhe as canções e as tristes canções da Polônia, emprestando à sua arte uma estranha e misteriosa poesia, que para quem a leva a sério, é incomparável.
“Chopin é o pianista dos pianistas.”Liszt
Todos o conhecem até os dias de hoje o conhecem como compositor, mas sua mente e expressão eram as notas do piano tocado com maestria.
Liszt, amigo, admirador e às vezes adversário de Chopin, assim o descreveu: “Nunca houve uma natureza mais imbuída de caprichos, caprichos e excentricidades abruptas.
Sua imaginação era ardente, suas emoções violentas e seu físico fraco e doentio.
Quem pode suportar o sofrimento decorrente de tal contradição?
Na contradição e na ambiguidade está o drama humano, na comparação maníaca depressiva de não conseguir ver que cada ser humano é único.
Unicidade, singularidade, efêmera arte, piano forte, simplesmente piano, não funciona sem a genialidade de quem o domina e é ao mesmo tempo dominado pelo maior dos maiores instrumentos de Deus na terra.
Marquês de Custine, vizinho de Chopin no bairro “Nova Atenas” em Paris revela: “Não apenas o amamos, mas também nos amamos nele”.
Esplêndido tocar, toque de Midas, ouro nunca fora para tolos a quem deixa-se cercar de mediocridade.
Como disse Liszt sobre ele, “o caráter de Chopin é composto de mil tons que, ao se cruzarem, se tornam tão disfarçados que se tornam indistinguíveis”.
O Concerto para Piano nº 1 em Mi menor, Op. 11, é um concerto para piano escrito por Frédéric Chopin em 1830, quando tinha vinte anos.
Foi apresentada pela primeira vez em 11 de outubro daquele ano, no Teatr Narodowy (Teatro Nacional) em Varsóvia, na Polônia, com o compositor como solista, durante um de seus concertos de "despedida" antes de deixar a Polônia.
Ele compôs a peça quando tinha cerca de dezenove anos e se apaixonou na época por uma bela e jovem estudante, Constantia Gladkowska, no Conservatório de Varsóvia.
L' Amour toujour L' Amour!
Como Chopin escreveu a um amigo, “destina-se a transmitir a impressão que se recebe quando o olho repousa sobre uma paisagem amada que evoca em sua alma belas lembranças - por exemplo, em uma bela noite de luar na primavera”.
O concerto é composto por três movimentos, numa espécie de tríplice aliança, triângulo e compasso das virtudes, como príncipes devem se comportar, mas como um plebeu da raiz deve criar, a França e a Polônia nunca saíram de suas veias.
Movimento I – Allegro maestoso
Movimento II – Romanze
Movimento III – Rondo
É magestoso, encantador, delicado, apaixonante e apaixonado.
Numa pintura seria um misto Pierre-Auguste Renoir na aparente aparência e um Stanisław Szukalski na essência, só quem sofre de solidão entenderá esta insólita mistura.
Não procure Deus para culpá-lo ou responsabilisá-lo.
Deus não tem nada a ver com uma condição genética.
Não procure justicar na injustiça, no destino ou no acaso.
Humanidade é a ponte entre Frédéric e Rosemary.
Rosemary Kennedy nasceu em uma sexta-feira, 13 de setembro de 1918.
Em plena gripe espanhola, considerariamos uma pandemia, que levou de 30 á 50 milhões de pessoas a morte.
Devido ao atraso de seu obstetra a enfermeira pediu que a parturiente " fechasse as pernas" comprimindo a cabeça de Rosemary, irmã de John Kennedy, faltando-lhe ar, o que levou a uma deficiência mental, um descompasso, fazendo-a atingir o máximo do quinto ano primário, numa família competitiva e de rigor e disciplina obsessiva paternal,de ambições políticas, o ambiente se tornou estéril e inóspito para ela, mas o destino a concederia uma oportunidade em Londres com apoio do método Montessoriano.
Nesta breve " janela" ela, a irmã e sua mãe foram conhecidas pelo rei George 6º e à futura rainha Elizabeth no Palácio de Buckingham.
Mas o alinhamento do pai, que desempenhava a função de embaixador dos EUA com declarações pró- nazistas e ceticismo declarados de que a Inglaterra não conseguiria vencer a guerra contra os alemães fez ele ser demovido do cargo e voltar para os EUA, o que representou uma tragédia para Rose, um retrocesso seguido de internato, internações em sanatórios, e por fim uma lobotomia que a fez se tornar uma morta-viva deliberada pelo pai, que via em Rose uma ameaça aos seus planos para colocar um filho na presidência dos EUA.
Delicada, linda, seus olhos, antes de brilho intenso, apagaram e ela vivia agora "escondida" do mundo dos " perfeitos", dos príncipes e princesas, mas graças a ela, a humanidade teve a oportunidade de se humanizar.
Pela influência da família os jogos, os esportes, se tornaram inclusivos e se hoje temos as paraolimpíadas deve-se ao seu drama pessoal e familiar.
Numa fusão entre Chopin e a Rosemary Kennedy podemos conferir que entre a genialidade e a chamada deficiência mental há uma palavra que faz colidir astros celestes no espaço sideral, duas estrelas nasceram e continuam brilhando pelo exemplo de vida, afinal se podemos dizer que Deus escreve certo por linhas tortas, qual seria a razão de negar que o ser humano não pode escrever um magnânime concerto e beleza interior que expressa mais que muitas letras,muitas notas,muitas palavras, que dizem menos que o silêncio dos astros no decorrer da vida, do dia e da noite?
Continuo sentado no primeiro degrau da escala musical,não me desloco ou transporto mais no tempo, agora vendo fotos de Rose e ouvindo Chopin na maravilhosa interpretação de Marta Argerich!
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Django Kill... If You Live, Shoot! (1967)
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