Tumgik
#msdtask03
de-stymest · 8 years
Text
#03 - Task:
                                  When the Light.
Com Anne Catherine & Derek Stymest.
Gênero: Comédia/Cotidiano - Privada.
Sinopse: Derek só precisava comer algo e uma boa companhia. Cath só queria ver um filme e ler o seu biscoitinho da sorte, mas a noite reservava muitos mistérios para eles. [ @msd-cath ]
CATH:
Chegou do trabalho super empolgada para o tanto de coisas que não faria, por poder deixar tudo para fazer no outro dia, ela resolveu que iria assistir alguma coisa ou algo do tipo, mas não esperava que Desty fosse até sua casa, e quando ele comentou sobre, é que ela se levantou do sofá e arrumou tudo o que precisava, tipo as fotos e revistas na mesa que ficava perto da entrada do apartamento, a cama que parecia um ninho e a pia que decidiu enfiar todas as louças na máquina e liga-la por pura preguiça. Não era como se ficasse tudo bagunçado lá, afinal ela morava sozinha e tentava deixar tudo o mais arrumado possível para não ter que gastar muito tempo com isso, então, caso ele viesse mesmo, sabia que não teria problema em recebe-lo, e decidiu procurar um filme no Netflix por não ter o que fazer.
DEREK:
Okay, ele disse a ela que iria e ela havia aceitado, mas não sabia ao certo se deveria mesmo. Por fim, quando abriu a geladeira da própria casa e notou que a cerveja havia chego ao fim. Ja estava trocado, skinny preta, camiseta,  e suspensórios. Estava se sentindo altamente chato, mas de repente nada disso importava porque ele precisava ver alguém legal. Acabou levando quase meia hora pra chegar no edifício que ela morava, era centro, mas Derek odiava estar de carro por lá e optou por ir à pé. Chegou em frente ao local, e apenas por precaução mandou a mensagem perguntando se ele tinha mesmo passe livre, até arriscou uma carinha.
CATH:
Não conseguia achar nenhum filme bom ou que chamasse sua atenção. A caneca de café estava na mão agora porque ela quis alguma coisa pra não ficar simplesmente procurando. O celular acendeu e só então ela foi olhar o que era, se lembrando de ligar na portaria e avisar que ele chegaria e podia subir direto para só então mandar uma mensagem de volta dizendo que ele podia sim, e que nem precisava se preocupar sobre isso. A porta do apartamento estava apenas encostada e ela voltou a procurar algo que interessasse seus olhos naquele monte de figuras.
DEREK:
Quando viu a mensagem, foi até o portão e teve seu acesso liberado, não havia subido e então perguntou sobre o andar e  o apartamento.  Derek entrou no elevador e se sentiu como um pato fora d’água, estava com os coturnos limpos, mas os cadarços brancos eram uma referência ao neo nazismo. O preto predominava por rua roupa, mesmo os suspensórios que abaixou e deixou caído nas laterais da perna eram assim, pronto, agora ela tinha porque chamar ele de trevoso. Mas nem foi intencional, na verdade. Quando parou, ele desceu e bateu na porta, devia ter companhia, mas ele não ligou pra ela. Olhou ao redor, e então passou a mão nos fios que estavam quase compridos e eram lisos o suficiente para cobrir a têmpora esquerda, pra onde estava caído. Tirou o buquê do bolso, era na realidade um pirulito de chocolate em forma de buquê de rosas, e ficou com ele na frente do próprio rosto para ser a primeira coisa que ela olhasse.   —  Eu vim em missão de paz.
CATH:
Não era uma pessoa sem energia, e tinha a característica de se empolgar rápido de mais com as coisas, por isso, assim que ouviu as batidas na porta, ela foi até lá animadamente, e abriu sem problema algum e sem nem olhar no olho magico. Ficou um pouco surpresa com ele estar segurando um pirulito, mas não era segredo que as duas coisas que mais amava eram doces e ela acabou por sorrir. — E quem seria o cavalheiro que me trás doces em missão de paz? — se ele não estivesse daquele jeito , ela provavelmente o abraçaria, mas achou mais legal ir no embalo dele. Sabia que era Derek porque ninguém mais podia subir ali, e ninguém que conhecia usava esse tipo de roupas, ou a agradaria sem motivo aparente. — E qual nobre missão lhe trás ao meu humilde castelo? — ela sorriu olhando para seu rosto, adorava mesmo qualquer tipo de doces e indicou que ele entrasse ao abrir a porta e fingir uma reverência.
DEREK:
— Cavalheiro?  — Nossa, o tom dele era quase decepcionado, mas palpavelmente fingido. Era tudo parte da brincadeira, abaixou o pirulito - que nem tampava o rosto porque não era tão grande assim - para revelar o rosto pra ela. Estava com aquela expressão limpa de recente banho, mas os fios estavam secos que era óbvio que alguém tinha limpado o rosto em alguma torneira antes de realmente chegar ali. As pupilas levemente dilatadas de olhos avermelhados, significava choro, ou maconha, e com toda certeza a tentativa de se limpar era o que evidenciava a segunda parte.  — Venho de um reino distante, cavalguei dias a fio procurando minha princesa. Sou Sir Stymest.  — Oh céus, ele até a reverenciou em resposta ao dar o primeiro passo para dentro. Foi aí que toda aquela impecável postura se desfez e Derek riu um pouco, afastando-se da porta e deixando espaço para ela. Não eram íntimos, mas eram amigos, então ele se sentiu no direito de ir até o sofá e se sentar ali, girando o cabinho do doce e consequentemente o pirulito que ela não havia pego ainda. —E então, quais são os nossos planos?
CATH:
— Shh, segue o plano. — ela avisou, como se fosse proibido falar naquela hora, e meio que era. A cara não era nada séria porque agora ela sorria como se fosse uma criança fazendo algo proibido. O fitou, fazia um tempo que não o via, mas tinha certeza de qye da última vez ele não estava assim, e no momento em que ele entrou, fechou a porta e riu junto com ele, negando com a cabeça. — Se ferrou se queria uma princesa. Mas liga não, sou muito mais legal que uma. — sorriu para ele, estava bem desarrumada porque não estava fora e preferia moletons e camisetas largas. Praticamente se jogou no sofá, as pernas se cruzaram em posição de lótus e ela continuou olhando para ele. — Nossos planos são pedir qualquer tipo de comida que você quiser, assistir o que você quiser também porque sou péssima pra achar alguma coisa. E você me contar o motivo de estar precisando de colo, mas só se quiser também. Porque na verdade a gente pode só fazer os outros dois e não comentar sobre coisas ruins. — Não era comum ter que "cuidar" entre muitas aspas de alguém, mas sabia que odiava quando faziam perguntas, por isso nunca fazia nenhuma, e dessa vez não seria diferente mesmo que ele parecesse estar péssimo. Ela prestou atenção no doce e os olhos passaram a seguir ele, antes que ela pegasse rápido de mais para que ele pudesse contrariar. — Yaaas! — comemorou, não abrindo e comendo-o porque ainda tinha uma caneca pela metade cheia de café e não ia comer um doce junto a cafeína por ficar insuportável de mais, então o colocou sobre a mesinha de centro, junto com algumas balinhas que enfeitavam ali.
DEREK:
Apenas aceitou os termos enquanto ela lhe despertava a vontade de rir, mas nada que apenas um olhar divertido não expressasse.  — Mais gata do que uma também. — A forma de tratamento era sem dúvida alguma sinal de que ele estava exagerando, embora a achasse de fato linda e quisesse elogiar no momento. Derek a olhou de canto, e era incrível como com a maioria não havia assunto e Cath conseguia falar pelos cotovelos sem qualquer dificuldade.  Ele até ousou ajeitar a postura, tirando o celular do bolso e falando alguns contatos.  — Comida chinesa, com direito a biscoito da sorte. — Sabia que isso era apenas algo inventado dos comerciantes, mas gostava da brincadeira. Ainda ia continuar com aquilo se ela não fosse rápida, deixando a expressão dele quase idiota enquanto olhava do doce pra ela e vice versa. — Ta ficando bem treinada, sinistro issae. — Brincou, encarando a televisão onde visivelmente ela escolhia o filme.  A mão que ainda mantinha o celular, localizou o número e ele passou o aparelho pra ela cuidar daquela parte. — Apenas umas conversas estranhas. O que devia ser normal, mas acabou com minha auto-estima. — Riu, estava exagerando, apenas tinha ficado puto mesmo.
CATH:
— Eu sei, sou linda, perfeita. Obrigada. — deu um sorriso convencido de mais, daqueles com o nariz empinado e que ele saberia que ela estava brincando. — Biscoito da sorte é legal! Vai. — levantou ambos os braços e os olhos se voltaram para ele só depois que o doce estava na mesa de centro e a caneca de café nas mãos. — Isso porque nem me transformou em vampira ainda. — sorriu, ainda que não prestasse atenção pegando o celular da mão dele assim que ele entregou. Arqueou uma das sobrancelhas, só porque achava isso muito tosco. — Preciso chamar o Jake pra cometer uns homicídios? Ou preciso só cortar uns pescoços? — esperava que ele entendesse que Jake era na verdade Fred, mas continuou olhando por alguns segundos, nem queria saber quem foi, porque se conhecesse as relações certamente seriam cortadas, e era difícil deixá-la séria, mas agora estava. Por isso depois de um tempo, olhou para o aparelho em mãos, e lembrou o que tinha que fazer, sorrindo. — Yakisoba! — comemorou, porque simplesmente adorava o prato com todas as forças. E esperou chamar para olhar para ele de novo. — Pera. Vai querer o que?
DEREK:
Riu, porque sabia que ela estava brincando, ainda que mesmo senão, não tinha como achar feio o jeito que ela falou. Se lembrava de sempre comprar biscoitos quando achava que aquilo era real, agora só gostava mesmo. Relaxou no sofá, estava com as costas no encosto, deixando um dos calcanhares sobre o joelho da perna oposta. Derek era alto, e conforme se ajeitava acabava ocupando um pouco mais da metade do móvel. — Nem vou, perder seu calor e parar de ouvir o som das batidas do seu coração, me destruiria como vampiro, Bella. Preciso da sua vida. — Ai que exagero, teria usado frases do filme, mas Derek nunca via visto ele. Com a fala ele riu, focando no acontecimento por alguns segundos antes de rodar os olhos. — Seria perda de tempo, aposto que estão sofrendo com isso mais do que eu.— Ao menos queria achar isso mesmo. E se não tivessem, Derek ficaria bem em breve. — Yakisoba está bom pra mim também, aquele completo com camarão, frango e carne. Pega o executivo também, porque eu tô com bastante fome... Daí pode rolar uns rolinhos primavera que nossa... Porra.  Parece que não como a um mês. — Riu sem graça. — E eu pago.  Questão de princípios. — Pegou o controle para assumir o papel dela, não sabia o que queria ver. Na real, Derek não era muito chegado em filmes mas se era para assistir iria arriscar um terror porque era o gênero que mais curtia. Já estava procurando pela seleção quando a olhou de canto.  — Sabe esconder um corpo?
CATH:
Teve que rir com a encenação dele, fora muito engraçado e ela teve que negar com a cabeça para como aquilo havia sido idiota da forma deles de ser. — Minha moral foi lá em cima agora. — gesticulou, mesmo com a caneca na mão, e aproveitou para dar um gole enquanto concordava. — Isso é verdade, tem que ser bem trouxa pra fazer isso com você. — se esticou para deixar o café na mesa de centro de novo. Vantagem de não ser grande era que ele não incomodava se ajeitando no sofá. Ia balançando a cabeça de forma afirmativa enquanto ele falava e repetiu tudo conforme isso. Nem ficava caro, e ela estava disposta a pagar até ele comentar que iria, no momento em que ela desligou o telefone, tendo passado as informações que precisariam. — Vou deixar só porque to com preguiça de ir lá no quarto pegar minha bolsa. — mostrou a língua para ele, de forma infantil, mas logo teve que olha-lo ao entregar o celular de volta. — Sei sim. E você? Vai escolher que tipo de filme? — pegou de volta o café e acabou com ele. Só levantando para ir a cozinha que ficava poucos passos dali e era separada da sala por um balcão pequeno acompanhado de seus bancos altos. Colocou a caneca na pia e voltou para a sala, pegando uma balinha da mesa de centro. Era costume terminar o café e fazer isso, não gostava do amargo que ele deixava na boca.
DEREK:
— Disponha, tenho várias funcionalidades. — Continuou em ritmo de brincadeira, até daria um preço, mas se distraiu com o controle e com um dos filmes que estava em sua cabeça. Ele alteou a sobrancelha e soprou com certa impaciência. — Eu não fiz metade do que eu queria. Porque a minha vontade era bater tanto nela que... — Se calou, Derek era de fato machista e covardia também entrava em sua lista de defeitos, mas o que se dizer de um hooligan? Nada melhor sairia dali e não queria que Cath tivesse a versão completa de quem ele era.  — Agradeço. — Disse por fim, selecionando o filme é deixando pausado no comecinho. — Identidade paranormal... Okay, esse filme é incrível.  Então não aceito não como resposta. — A menos que ela já tivesse visto também, aí seria extremamente sem graça. Esperou ela voltar e se sentar para pegar ela e puxar. Derek queria o colo, mas sabia que era grande demais para isso, então a encostou em seu tórax enquanto abraçava a menina. Em seguida, sem esperar deu play no filme. Ia levar um tempo para a comida chegar, e ja dava para eles irem se situando, o silêncio não era problema já que estava mesmo se concentrando, achava a história genial.
CATH:
— Disso eu já sabia. — Sabia que ele fazia várias coisas. Não como se stalkeasse, mas já havia visto muito dele nas redes sociais e não fingiria que não. — Entendo sua vontade. Mas acho que você já deve dar bastante medo só estando bravo. — nem imaginava ao certo, mas sabia que aqueles ombros podiam se tensionar e que ele podia não parecer muito amigável se quisesse, sem contar no tamanho que o ajudava a parecer muito intimidador. Ia comentar, porem foi puxada para um abraço que demorou pra processar pela rapidez. — Ia dizer que tudo bem se me proteger. Mas já ta fazendo isso então tudo bem. — a fala foi baixa, gostava do silêncio que mantinham normalmente, e não era novidade pra ninguém que ela pisava bem longe desse tipo de filmes. Se ajeitou, gostava de abraços e só rompia quando estava extremamente empolgada ou quando rompiam por ela, porque de resto, poderia ficar horas daquele jeito sem reclamar. Nunca havia visto esse e também não era um de seus planos ver, mas assistir com alguém era muito melhor que assistir sozinha e ela deixou o corpo relaxar estando metade no sofá, metade em Derek.
DEREK:
Pontuou o assunto apenas com um levantar das sobrancelhas.  Acabando por ouvir a fala seguinte. Deu de ombros e a encarou. — Meu pai dizia, que o que você não consegue respeito..  Comanda por medo. — E visivelmente ele não tinha deixado nenhum dos dois naquelas pessoas, senão não haveria tido traição.  Pensar nesses determinados assuntos, lhe causava pequeno desconforto. Tentava evitar, mas quando tinha silêncio, acabava voltando para a cabeça. Derek se esforçou para concentrar-se no enredo e pouco tempo depois conseguiu, o filme estava começando a tomar proporção do mistério quando o toque do interfone foi ouvido.  O silêncio foi quebrado repentinamente, mas ele estava faminto então não demorou para avisar a ela, e ele mesmo pegar a carteira do bolso.
CATH:
— Shh, vamos pensar em coisas boas. Do que você gosta além de sugar sangue das pessoas e desgraça alheia? ~ ela perguntou baixinho, não tirando o foco do filme, de forma que os efeitos sonoros chegavam a lhe dar uma leve agonia, a fazendo apertar a camisa dele por medo prévio de um susto que não vinha. O susto porém foi do interfone, ela deu um pequeno pulo do lugar, xingando alguma coisa baixo, que nem ela entendeu. Os pés descalços alcançaram o chão, e enquanto ele pegou a carteira ela abriu a porta e mandou o entregador subir como normalmente fazia com todo tipo de comida que pedia. Não demorou muito para ler o led acima do elevador que indicava sua subida. — Pshh, vem cá, Winchester, quero ver a cara do moço quando te ver desse tamanho numa porta super gay com as roupas trevosonas. — não dava nem pra mentir, adorava assistir a reação das pessoas pra diversas situações, simplesmente porque achava engraçado de mais como as pessoas agiam super diferentes em certas situações. Isso e a preguiça de ir lá como uma criança e pegar o dinheiro dele, porque odiava fazer isso. Deu o sorriso mais adorável que conseguia fazer para ele, quando ouviu a porta do elevador abrindo.
DEREK:
Okay, ele sabia que Cath tinha uma forma bem peculiar de ser, mas a pergunta lhe arrancou um riso que nem mesmo todo o mistério do filme conseguiu impedir de ficar divertido. Esperou alguns segundos, até retomar a seriedade e menear a cabeça em negação. — Eu gosto de muita coisa, mas falar delas assim parece bem estranho. Gosto muito de trabalhar, serve? — Dizia com a carteira em uma das mãos, ele se livrara dos sapatos com a outra, e as meias também. Deixou tudo ali no canto do sofá, e resolveu fazer companhia a ela com aquela coisa de ficar descalço, também gostava. Levantou-se quando ela lhe chamou e riu. — Eu tenho uma boa desculpa. — Ele disse enquanto via o rapaz se aproximar com a entrega, foi quase cômico o sorriso que ele deu pra Cath desfazer com um "boa noite" mais respeitoso e o olhar complexo do momento. Derek tirou as notas, e não tinha trocado, o que acarretou em uma gorjeta pequena de bom grado. Pegou o pedido e após um aceno e um agradecimento de ambas as partes o outro voltou a se afastar. — Deve ser legal ser entregador de comida. — Constatou enquanto levantava a sacola para ela cuidar dessa parte.
CATH:
— Serve sim. Eu gosto de trabalhar também. Mas o seu trabalho parece ser super uper, então faz sentido você gostar. — Foi quase um dar de ombro vindo dela, ao que sorriu alguns momentos depois, ainda esperando, dava algumas risadinhas, não podia evitar, ainda era quase uma criança em vários aspectos, e pegou a sacola da mão dele, franzindo o cenho. — Por qual motivo, exatamente? — a pergunta veio enquanto ela organizava tudo. Podia não ser a pessoa mais centrada ou organizada, mas acabava organizando tudo que tinha que fazer para não se perder e para não ter que arrumar depois. Então separou o que era dele, antes de mais nada, e levou até a mesinha de centro da sala, qualquer pessoa que sugerisse comida chinesa saberia como usar um hashi, mas ela era atrapalhada de mais, por isso sempre comia com seu lindo garfo que tinha um cristalzinho na ponta do cabo. Ela sentou e ficou na posição de lotus novamente, o bowl de porcelana entre os dedos enquanto ela se ajeitava com cuidado para não deixar tudo cair, sorrindo no fim, mais para si mesma, porque normalmente isso nunca dava certo. — Agora me explica seu tesão em filme de terror, antes de eu dar o play.
DEREK:
—  E o seu não é? —  Perguntou aquilo com o cenho franzido e um estreitar de olhos que o fez olhar pra ela. Bem, era quase natural pensar que ser modelo era só tirar umas fotografias e esbanjar alegria e dinheiro por aí. Não que trocaria os problemas e cansaço de seu trabalho por isso, nunca, muito pelo contrário.  —  Não notou? —  Ele falou aquilo quase angustiado, senão fosse forjado. —  Aquele cara, acha que eu fico com a mulher mais legal da vizinhança. —  Se referia a ela e o fato de estar naquele apartamento com. Estava brincando, mas ficava aí o elogio. Ele sorriu, meneando a cabeça em negação. Acabou por se ajeitar de volta no sofá, e quando ela colocou suas coisas na mesa, ele pegou para trazer por mais perto. —  Obrigado. —  Deixou que ela se sentasse também, usando a outra extremidade do mesmo assento para poder ficar de frente pra ela, a curve entre braço e encosto sendo a melhor parte para ele se encostar, manteve um cruzar de pernas, onde uma canela pesava sobre o joelho da perna oposta e assim ele deu de ombros. —  Eu curto coisas que me faça sentir algo, o medo é o sentimento mais forte. Apreensão também, por isso eu gosto... Fora que, a verdade pode ser muitas... Eu gosto dessas teorias malucas, sabe como é? —  Ele preferia usar hashi, por puro costume, então já estava servindo um punhado a si mesmo, e céus, aquilo tava mega bom.
CATH:
— Eu acho que sim. Eu gosto bastante. Mesmo que não seja só flores o tempo todo. — sorriu, ainda que estivesse concentrada no que fazia, e soltou um riso baixo. — Pode ser também porque você é um puta gigante e eu sou baixa de mais. E não seria nada proporcional. — foi a primeira coisa que ela pensou e seria mentira não dizer que achou engraçado. Prestou atenção no que ele disse, fazendo careta e negando. — Não gosto de sentir medo. Obrigada. Mas teorias da conspiração e tal são bem legais. Okay. — sorriu novamente, usando o controle para dar play no filme, voltando o foco para ele, não era uma de suas coisas preferidas, mas faria Derek ficar com seus ótimos poderes de persuasão que consistiam em trancar a porta quando ele pensasse sobre.
DEREK:
— Sei. — Concordou, mantendo um pouco de silêncio porque estava mesmo preocupado em comer e aquilo estava realmente muito gostoso. — Sei, destruiu meus sonhos. — Pensar a respeito das alturas estava lhe incomodando um bom bocado, não por ela, mas pelo todo. A razão de seu não tão bom humor. Os olhos desviaram para a televisão quando ela deu o play e mantiveram-se no filme, afinal, ainda rolava e agora estava chegando na reta final era sem sombra de dúvidas impressionante, não importava quantas vezes ele visse. Não sabia quantas vezes havia levado os pauzinhos até a boca para que o seu potinho estivesse vazio, mas ainda assim ficou segurando pelos minutos que se seguiriam até que os créditos começassem a subir. Só então, olhou com aquele sorriso meio oleoso. — E então? O que achou?
CATH:
Estava comendo calmamente, e normalmente era bem animada e chegava até a cantarolar sem perceber mas dessa vez não. Estava assistindo o filme, e ele estava tendo o poder de deixá-la tensa, como quase todos os filmes que tinham um possível terror, ela se encolhia cada vez mais, e mesmo que antes dele terminar ela já tinha acabado de comer, só depois foi que ela colocou tudo na mesinha de centro. Não era o tipo de filme que ela tinha algum comentário, por mais que não fosse tão assustador, haviam várias coisas passando em sua cabeça no momento em que ele terminou, fazendo levar um tempo para que ela entendesse a pergunta.  — Assim... Ainda bem que eu acredito em Deus amém e que dó das pessoas, acho. Algo assim... É legal, mas eu fico com medo fácil de mais. — Sorriu de volta para ele, e ainda que estivesse em boa parte apreensiva, levantou e pegou todas as coisas para colocar na lava louças e deixar por lá, antes de voltar com um guardanapo de papel e entregar a ele. — Eu acho que eu queria ser tão boa atriz quanto o moço, apesar de eu não atuar. Ele é foda. — Ela lembrou dos biscoitos da sorte só então e fez menção de começar a tentar abrir o seu. Mesmo que fosse meio difícil de fazer isso sem esfarelar tudo e sujar todo o sofá. — Quantas vezes já assistiu ele? — a pergunta veio com uma pequena careta antes de ela conseguir abrir o biscoito, que fez um estalo e levou ao seu sorriso.
DEREK:
— Amém. — Não levassem a mal o pequeno sarcasmo, Derek tinha suas crenças de fato, mas não achava que Deus podia intervir naquelas coisas tão levianas como aquilo. — Ele é bom. — Murmurou, a diversidade de papéis que o cara interpretou os distinguindo com tal maestria tinha que ser levada em conta. Seus olhos permaneceram sério e técnicos para a televisão que ainda tinha o toque daquela musiquinha cheia de suspense para dar ênfase ao final. — Uma porção, eu gosto.. dessa linha tênue entre o psicológico e sobrenatural, nos faz pensar sabe? Quantas coisas não são provenientes da nossa mente deturpada, e quantas coisas são realmente verdade e a gente não acredita... Se somos apenas corpo hospedando uma alma, quantas almas podem ocupar um corpo sem que nós saibamos? Quer dizer, às vezes quando estou fora de mim, tenho uma percepção diferenciada... crio umas teorias estranhas e... — Derek olhou ao biscoito que ela quebrava e respirou fundo com um sorriso. — O que difere a realidade da imaginação? Como eu posso garantir que não há espíritos perdidos entre os dois mundos, apenas esperando uma distração da minha alma para ocupar esse receptáculo e... como podemos ter certeza que a nossa volta, não esteja um monte sugando nossa energia e vivendo das sobras que nossa aura exala? — Já estava pra rir, porque aquela coisa toda era só um bando de asneira que ele pensava quando drogado. Um estalo fez com que todas as luzes se apagassem finalmente. E pelo que via da janela, era por toda a vizinhança. Os olhos correram à procura de Cath que estava sentada ali, mas a pouca luz que vinha da lua só garantia que ele visse pouco de sua silhueta. O pote de porcelana acabou caindo e se partindo no chão, fazendo o barulho ecoar sem razão pelo apartamento. — Ah, merda.... desculpa. — só podia ser culpa dele deixar o objeto tão na borda.
CATH:
— Ele é. — Concordou com a cabeça, olhando para ele agora, e não mais para a tv, e passou a prestar atenção ao que ele dizia, mesmo quando parou um pouco para quebrar o biscoito não perdeu a linha de raciocínio, se perguntando quantas vezes na vida já tinha deixado esse tipo de interpretação de lado, mas agora, que parava pra pensar sobre o que ele estava falando, não chegava a ser tão louco assim, apesar de muito viajado, ela era o tipo de pessoa que conseguia ver pela perspectiva dos outros também. Ia tomar fôlego para pensar em algo para dizer, mas a falta de luz junto ao estalo a fez dar um pequeno pulo, e o estalo do pote quebrando a fez dar um grito, nada ardido demais, só que expressava seu medo. — Caralho,puta merda, Derek. — ela se encolheu literalmente no sofá, de forma que os cachos cobriram todo seu rosto junto aos braços e joelhos, odiava ficar assustada, mesmo que fosse fácil fazer isso com ela, odiava a sensação e só tinha duas coisas que faria em situações como essa: se encolher ou um circulo de sal, mas não estava disposta a levantar então ficaria por ali mesmo. — Okay eu vou ficar aqui, você vai ficar comigo. — Não estava perguntando se ele queria ficar, porque de verdade, se antes trancar a porta era uma opção dele não sair, o fato de não ter luz deixava ele ficar obrigatório. — Merda. Eu tenho medo do escuro. — resmungou baixinho. Estava tensa pra caralho e só podia pensar em xingamentos por estar tremendo levemente. Nunca mais ia querer assistir um filme de terror.
DEREK:
— Desculpa. — Disse se sentindo todo culpado já que o pote te caído só podia ter sido culpa sua. Ele procurou pelo celular e acendeu a tela. — Eu não posso ficar e a luz logo volta. — Murmurou, seu sorriso meio de lado ao que acendeu a tela e iluminou o rosto dela encolhidinha ali. — Tá tudo bem, eu só vou levar isso pro lixo. — Murmurou abaixando-se para recolher os pedaços de porcelana que ficaram espalhadas na beira da mesa. A luz da tela se apagou e ele acendeu novamente, já estava se levantando quando acendeu mais uma vez a tela e o efeito de apagar e acender a luz repetidas vezes fez os olhos arderem um pouco. Derek fechou meio de lado, usando a tela do celular para iluminar o caminho até a cozinha. O aparelho apitou por estar descarregado. — Isso só pode ser brincadeira. — Falou baixo quando se viu no breu da cozinha, tateou até encontrar o cesto e jogar fora. Estava mais uma vez tentando achar o caminho de volta quando o som de um trovão rompeu, o raio fora forte o suficiente para iluminar quase toda a sala e o aparelho televisor chegou a ligar e emitir um som por breves segundos. — Nada bom. Melhor arrancar a tomada e impedir que a estática queime a porra toda. — Disse segurando na parede para identificar o caminho de volta.
CATH:
— Por quê? — era a pergunta por ele dizer que não podia ficar. Mancada. Muita mancada. Odiava lanternas, e não achava que ele ia mesmo levantar e se aventurar por sua cozinha no escuro. Não fazia sentido. Ligou a lanterna do celular bem rápido e colocou sobre a mesinha de centro antes que o trovão fizesse o barulho, a fazendo se encolher de novo e fechar os olhos com força. — Eu vou te espancar se você não sentar aqui o mais rápido que você consegue, sério. — odiava situações como essa, e odiava que ele ficasse constatando coisas como se fizessem algum sentido, e tendia a ficar brava pra não ficar triste e entrar em pânico. Alcançou a mesa de centro com os joelhos e tirou o cabo de energia da tv. Não estava preparada psicologicamente pra ser engolida pela Samara. — Sério, se a samara me atacar, eu mando ela te comer primeiro porque você tem muito mais carne que eu.
DEREK:
— Quanta agressividade, mocinha. — Falou sorrindo, mas ainda assim foi se sentar do lado dela porque claro que aquela merda estava lhe assustando um pouco. — Queria ter fumado, pelo menos estaria numa brisa louca. — Falou rindo e foi até ela. — Fecha os olhos, ajuda o mal ir embora. — Estava brincando quanto aquilo, mas era o que sempre dizia quando pequeno e ele e Mad estavam com medo de algo. Deitou a cabeça no encosto do sofá e ficou olhando para o único foco de luz que tinha no apartamento. Mas logo a tecnologia deu as caras e as luzes por fora do prédio dela começaram a acender, ele notando tal coisa sorriu pra ela e tombou a cabeça para lhe olhar. — Segura de novo, ainda vou ter que dormir no seu sofá? — riu, ao que a chuva lá fora recomeçou. 
CATH:
Não estava pessoalmente ligando, simplesmente esperou ele chegar no sofá para que os braços se prendessem envolta dele, nem ia achar ruim se ele não gostasse, e permaneceu quieta pelo tempo que aquilo durou, e nem havia fechado os olhos de verdade. Não conseguia, estava com um puta medo e vontade de se esconder atrás dele pra sempre. — Eu não sou agressiva. — fungou, enquanto a chuva começava. Claro que não choraria porque ele provavelmente acharia patético, pelo menos mais do que já estava sendo. — E eu nunca disse que ia dormir no sofá. Eu tenho um quarto, seu ruim. — provavelmente fazia muito mais sentido para ela do que pra ele, e não queria soltar, mesmo que a luz estivesse ali de novo, ainda estava assustada. — Por que não pode ficar? Já ta super escuro, isso é bullying. Você é meu vampirão, tem que ficar aqui comigo. — Estava parecendo uma criança, mas não estava muito distante do que era, já que mal era uma adulta e ainda estava com muito medo.
DEREK:
Estava começando a considerar chamá-la de coala, pela forma a qual estava presa a si naquele momento, acabou sorrindo, mas retribuindo o abraço e em uma tentativa de passar segurança para a amiga, fazer um carinho que subia e descia só na curva do ombro para o braço, de forma bem respeitosa por sinal. — Claro que não é. — Tentava não soar tão descrente, mas acabou rindo baixo em seguida. Não sabia como era o apartamento dela, mas tudo fazia parte da brincadeira. Ele estava vendo graça em tudo aquilo, mas o medo dela era bem palpável. — Okay, eu não preciso ir de verdade. — Disse da forma mais calma possível, mais um trovão lá fora e o som que ficava mais alto. Nem estava muito disposto a nadar mesmo, sorriu pelo pensamento bobo e deu um beijo no topo da cabeça dela. — Bora lá... Hora de ver o meu biscoitinho.
                                                             [...] 
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msd-drewj-blog · 8 years
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Bruxa de Blair...
O dia estava uma merda, a chuva estava batendo na janela do meu quarto, o que me fez ficar irritado. Me levanto da cama e vou ate o banheiro, passo água corrente em meu rosto e me olho no espelho. Tiro cada peça de roupa que estava em meu corpo, e me enfio debaixo do chuveiro. A água estava morna, não estava no ponto que eu gostava, então me inclino e giro o botao fazendo a água ficar quente. Pego o sabonete e me ensaboou, fecho meus olhos e sinto a água escorrer. Termino meu banho e desligo o registro, saio do box e pego a toalha que estava pendurada no cabide, me seco e enrolo o mesmo no meu quadril. Saio do banheiro e vou ate o guarda roupa, coloco apenas uma samba canção. Desço as escadas e vou ate a sala, encaro cada cômodo e suspiro , mordisco os labios e vou ate o sofá, do um pulo caindo deitado no mesmo. Pego meu celular e vejo algumas mensagens, respondo os caras e suspiro, vejo uma mensagem do meu irmão mais velho e abro a janelinha do mesmo. Sms. "Cara assisti um filme chamado A bruxa de Blair, sério é foda esse filme ... Mais seriao assiste com alguém." Termino de ler a mensagem e dou um sorriso de lado , sério o que ele quis dizer com "Assiste com alguém?". Do risada e suspiro logo passando a mão na nuca, pego o controle e coloco na Netflix , procuro o tal filme e apago as luzes e fecho as janelas, antes de soltar o filme vou ate a cozinha e faço um pote de pipoca e pego uma garafa de refrigerante. Sento no sofá e solto o filme. O começo do filme fez os pelinhos do meu braço se arrepiarem, estava prestando atenção na tela enorme da sala quando do nada eu olho pro lado e vejo um vulto, engulo em seco e vejo que era o Bobby (meu cachorrinho) , reviro os olhos e encaro a tv. Encho minha mão de pipoca e encaro a telinha que fazia meus olhos brilharem, enfio a pipoca na boca logo virando a garrafa de refrigerante em meus labios. Uma música começa a tocar e umas vozes começam a cantar como se fosse um coral de freiras cantando pra deus, só que tirando o deus e colocando o capeta. Uma velha aparece na tela da televisão e da um grito , oque me fez dar um pulo e jogar a pipoca toda em mim, balanço a cabeça e suspiro logo passando a mão em meu corpo , me levanto e limpo a sujeira que eu fiz. Me sento novamente e olho a televisão, fico mexendo em meus dedos quando levo mais um susto. Estava escuro então vejo mais um vulto e saio correndo até a porta, abro a mesma e encaro a rua, vejo a vizinha me encarar e ficar me olhando, dou um sorriso pra ela e olho pra baixo, ao notar que estava só de samba canção do um sorriso de lado e sinto minha bochecha queimar de vergonha, olho a mesma e balanço minha mão dando um "Tchau" pra ela, entro dentro de casa e fecho a porta , ligo todas as luzes e abro todas as janelas. Caminho ate a televisão e desligo a mesma, passo a mão na nuca e suspiro logo fechando meus olhos. Abro meus olhos e olho pro lado, vejo que aquela merda que estava fazendo eu ver vultos era o Bobby brincando com a cortina, balanço a cabeça negativamente e dou risada, coloco à mão na barriga e suspiro logo me sentando na mesinha de centro da sala. Tenho que admitir que eu fiquei com um medo do cacete desse filme, que agora vou ter que assistir um filme de comédia pro medo passar. Me levantei e liguei novamente a tv procurei um filme de comédia mais engraçado que eu achava e me sentei no sofá, assisti todo o filme e acabei por adormecer ali mesmo.
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msd-mz-blog · 8 years
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Prison.
Era a noite das meninas, haviam ido todas juntas ao Zanzibar e Minka estava feliz pela apresentação ter lotado e ainda ter visto Maddox por lá. A alemã agora estava na pequena varanda do apartamento de Lilith, quatro das meninas estavam sentadas sobre o carpete da sala quando a anfitriã veio com um tabuleiro. A princípio a recepcionista tentou ignorar, o cilindro de maconha ainda aceso foi passado para si novamente e ela puxou algumas vezes, fechando os olhos e curtindo a prisão da tragada ainda na garganta e a marola ao redor. Os olhos avermelhadinhos alteravam sua percepção do mundo e aquela leveza do corpo indicava que a qualquer momento ela poderia sair voando por aí. 
“Sabem aquele filme?”, a falsa ruiva citou empolgada enquanto as outras já com os dedos diziam as frases de invocação de presença. O indicador começou a se mover pela tábua ouija, e Minka olhou desconfiada para dentro. “Foi um filme bem ruim.” Alisson quem falou, dando uma golada no martini que passou para Minka, esta que tragou mais uma vez e devolveu a pontinha do beck que tinham dividido ali. Zorn após sorver de um gole da bebida, deu a última tragada e dispensou ao infinito e além aquela pontinha que já queimava a o dedo.  “Hadrian, e o que quer conosco?” Puxaram a atenção da alemã.  —  Isso não tem graça.  —  Minka disse da porta de vidro, viu o rodar de olhos e sabia que para elas era apenas uma brincadeira, mas a alemã acreditava. 
“Qual é, Minnie, você sabe que essas coisas não existem. A sua crença altera um pouco a sua percepção de realidade, é só.” Minka desencostou da grade de proteção e já entrou na sala pegando sua bolsa. As meninas se alarmaram, porque não queriam ofender a garota ao mencionar o nome do avô paterno dela.  —  Se não acreditam, por que brincam?  —  Apontou para o tabuleiro. Lilith suspirou cansada.  “Tudo bem, deixa essa bolsa aí... eu vou guardar.”  —  NÃO TI...  —  Tarde demais, as mãos foram tiradas do tabuleiro, as amigas riram enquanto Minka estreitou o olhar.   — Eu preciso mesmo ir.  
Ignorou a insistência e as piadas, saindo do apartamento e descendo as escadas, o lugar não tinha mais do que quatro andares, mas a amiga morava no último. O elevador era velho e sempre estava desligado após as onze, até as cinco da manhã para economizarem. Minka ciente disso desceu os degraus as pressas, o segundo lance de escadas lhe fez travar os passos, a luz amarelada piscava diversas vezes deixando o ambiente mais assustador do que realmente era.  — Para com isso, chega....  — Falou consigo, não tinha nada ali, fora só uma brincadeira besta de suas amigas. Mesmo que um mantra de que estava tudo bem ficasse se repetindo em sua cabeça, ela correu os degraus até o corredor do térreo, empurrou a porta com força e atravessou o halll correndo. “Está bem, menina?” O senhor que estava passando pelo portão perguntou ao que ela quase o derrubou para sair dali. 
Olhava a procura de um táxi, mas em Crosby era difícil achar um pelas ruas. 
Apertou a alça de tecido de sua bolsa enquanto olhava para as botas de salto, o som parecia ecoar pela rua vazia. Ele não pode mais te machucar, ele está morto agora e você está bem, você está segura.  Repetia enquanto olhava para trás, o coração batia tão rápido que o termo “sair pela boca” começava a a fazer algum sentido. 
Parou em um farol ao ter um carro passando, os meninos pareciam ouvir alguma música black enquanto ostentavam uma garrafa pelo lado de fora e assoviaram para a menina a chamando pra dentro do carro. Minka apenas ignorou, vendo o carro seguir o rumo e a rua voltar a ficar vazia. Entretanto, foi nesse momento que o a gélido passou a tocar sua nuca, ela fechou os olhos ainda sem se mover e as rajadas continuavam devagar como se pausadas por uma respiração lenta. 
— Me deixa em paz.  —  Pediu com a voz trêmula, os olhos se abrindo e a falta de coragem a impedindo de olhar para trás, Minka tentou virar pouco do rosto quando aquela sombra escura a suas costas a fez soltar um ofego de medo. “Pode me dar licença?” O homem falou, carregando sua bolsa de pesca pela madrugada. Ela abriu espaço e ele passou por si. “Que mulher louca”. O ouviu dizer.   
— Me desculpa. —  Disse sem graça, era tudo da sua cabeça.  Atravessou a rua em passos rápidos finalmente, a caminhada de vinte minutos foi reduzida a doze e ela estava ofegante, a mão sendo enfiada dentro da bolsa enquanto ela vasculhava a procura do chaveiro extravagante, abriu o portão e apenas o bateu, subindo a escada correndo e entrando em sua casa. Trancou a porta e se jogou no sofazinho ali do hall, as lágrimas correram pelo seu rosto e ela olhou para a porta, o chão tremeu, mas era apenas o trem passando a três metros de sua casa. 
Olhou para a foto na estante de livros acoplada ao assento em que estava e sorriu, o avô materno abraçado a ela com aquele sorriso imenso e as varas de pesca.  Ela tocou o vidro da fotografia e riu de si mesma, “tem que ter medo dos vivos”, era o que seu avô dizia.  — É, chega de bebidas para mim hoje.  — Riu sem graça, que papel bobo havia se prestado.  — Brisa torta.  — Murmurou e se levantou, indo para a cozinha porque a larica estava forte. 
O salto contra o piso, foi a única coisa que a protegeu de ouvir o trincar do seu quadro, exatamente sobre o seu rosto.
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msd-hunter-blog · 8 years
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I don't know if I'm ready.
Estava exausto, era o que acontecia quando passava quase dezesseis horas em trabalho e longe do escritório. Saíram em uma batida da narcóticos, como sempre a NCA estava de apoio ao caso e e Burke conduziu a operação junto ao esquadrão principal.  Quando voltavam, Aron havia deixado ele na frente do prédio da agência, onde entrou para ir pegar seu carro que estava no estacionamento no subsolo do edifício. Chegou a cogitar ir para casa, tomar um bom banho e tirar aquela roupa e o colete que ainda estava no corpo quando por fim mudou a direção para ir para um apartamento nas Docas. 
Ao chegar, alguns garotos notaram o Lifan, Hunter nem mesmo se importou com o cheiro da maconha que eles tentaram dispersar devido a sua presença, não estava ali a trabalho e também nem se deu ao luxo de parar para olhar de quem se tratava, ele entrou pelo buraco que um dia fora um portão que hoje em dia não restava nem mesmo a grade. O hall de entrada tinha o chão esburacado e não havia sequer luz por ali, que não as que vinham dos postes do lado de fora, mas que eram suficientes para ele achar a escada e subir os lances.  O primeiro corredor deveria ter umas seis portas em cada parede, e foi assim com o segundo e terceiro. No quarto, ele saiu parou para ir até a terceira delas, o som da garoa estava baixo lá fora. E todo o prédio parecia um completo silêncio, ele ficou encarando o número 45B por mais tempo que gostaria. Enfiou a mão no bolso e tirou o chaveiro com algumas chaves, a de seu apartamento e aquela. Adentrou o apartamento para chutar uma lata de cerveja que estava caída no chão, ela fez um som pelo estreito corredor até o cômodo que um dia tinha sido uma sala e cozinha. Hunter caminhou por dentro dele até ir pra janela, dali dava para sentir o cheiro do rio Mersey e ter a bela vista dele refletindo a lua, as ruas lá embaixo estavam vazias o que aumentava o ar de solidão que o lugar exalava.  — No que isso vai me ajudar?  —  Socou a porta que abriu com tudo, revelando o quarto pequeno e até meio mofado. O lugar estava horrível, sempre fora, o bairro era pobre assim como parte do prédio era de invasores e não realmente pagantes. O de Katerine estava ali justamente porque Hunter dedicava um pequeno pagamento mensal para um rapaz que comandava boa parte daquele bloco, manter ele assim. Não havia nada lá, os móveis, a vida, a alegria de quem a quem um dia ele pertenceu se fora. Mas a mancha na parede daquele quarto e na cortina que permanecia ali ainda o lembrava do pior dia de sua vida.
 ‘Não chore, Ed.’ Era como ela lhe chamava, porque dizia ser única, nisso ela tinha completa razão, era mesmo única naquilo e para sempre seria. Não houve aquela frase, mas era como ele gostava de pensar que ela lidaria com aquilo, ainda mais porque faziam tantos anos, tantos anos que ela se fora de vez e ele ainda não conseguia entender o motivo, a fúria de quem quer que tenha sido que tirou a vida de sua noiva, ainda grávida de dois meses.  — Por favor. Se ao menos eu pudesse prendê-lo... se ao menos eu soubesse...  —  Caminhou até a parede onde o corpo foi encontrado, tocando-a como se pudesse abraçar Katerine. Talvez Aron tivesse razão, talvez fosse hora de sair mais, de encontrar novas pessoas e de parar de acobertar toda a dor com o trabalho, tentando se convencer de que aquilo fosse acertar o que restou de si.  Era como se pudesse sentir, como se Katerine estivesse ali consigo. Fechou os olhos, sentindo o cabelo ser tocado. O toque dela, o cheiro dela, estava tudo em sua imaginação. Como sempre era quando ele se dedicava aqueles pequenos surtos.  —  Por quê? Se eu tivesse atendido o telefone ... se eu...  — A imagem de uma menina de cinco anos correndo pela beirada da calçada do pier do rio Mersey, sendo orientada por Katerine a ir mais devagar, tudo era tão bonito. Era assim que estariam hoje em dia, senão tivessem arrancado isso dele. ‘Papai?’, a pequena diria antes de Hunter e levantar em seu colo. A mãozinha pequena acariciando seu rosto. 
O cheiro de dama da noite, seus pais diziam que era o que se sentia na presença de um espírito de luz. Ele ouviu os sons, a lata no cômodo ao lado se arrastou e o cheiro ia ficando mais forte. Burke não acreditava, como poderia? Mas estava exausto, a dor às vezes nos faz arrumar desculpas para voltar atrás. Suspirou cansado e fechou os olhos com força.  —  Esteja, esteja aqui.  — Ela podia lhe ouvir, não podia? Sua filha poderia?  “Não chore” Dessa vez não era um pensamento, era a voz aveludada de uma criança que parecia tão carinhosa. Hunter levantou a cabeça e abriu os olhos lentamente, a cortina ainda estava voando por conta do vidro quebrado na janela e cada pêlo em seu corpo se eriçou. Ele travou o olhar, alguma coisa do lado de fora fez uma sombra correr pelo quarto. Hunter secou o rosto molhado.  —  Por favor...  — Desejou em voz alta. Algo em sua cabeça queria que aquilo fosse real, que a voz da criança fosse sinal de que ainda havia algo ali, sua filha talvez, céus, era loucura acreditar nisso mas como ele queria que... 
“Minha mãe disse que você é louco.” A voz soou mais forte agora, Hunter se virou para onde vinha e a criança estava em pé na porta que socou mais cedo. O homem riu divertido, oh céus. não acreditava que tinha mesmo acredito em coisas tão vãs como espíritos. A menina estava abraçada em seu urso e logo a mulher entrou correndo. “Lívia! Me desculpe, ela sempre quis saber porque o apartamento está sempre fechado. Eu sinto muito.” O barulho no meio da noite devia ter atraído a família do apartamento ao lado. Hunter sorriu.  — Tudo bem,  tem razão.  — Sorriu e a mulher levantou a criança no colo.  — Vá dormir e obedeça a sua mãe.  — Afinal, já eram quase uma da manhã. A mãe se desculpou de novo e ambas saíram dali, Hunter olhou para a parede mais uma vez e suspirou enquanto soltava a chave do chaveiro.  — Adeus, Katerine.   — Murmurou, deixando-a sobre a pia. Saiu do apartamento que não voltaria mais, sabia que sua não levaria uma semana para alguém ocupar ele agora que estava aberto e ele não iria mais pagar para ninguém evitar que fosse invadido. 
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msd-gg-blog · 8 years
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hail satan
Tinham pintado um fucking Satã na parede de sua cozinha. Ela mal acreditava, ainda, que realmente tinha pago para alguém pintar uma mulher com uma máscara (meio suspeita) na sua parede, e agora a cozinha era mais escura já que ela não tinha cortinas e tudo estava escuro; ela odiava acender as luzes quando chegava de madrugada daquela forma.  A escocesa tinha adquirido esse hábito de brincar com coisas mórbidas (e nunca saudáveis, segundo sua mãe), e ela simplesmente se divertia, ainda mais quando estava com o êxtase ainda em seu organismo e parecia que ela via o inferno inteiro dentro do seu apartamento. Satã era maravilhoso na parede de sua cozinha, e seu inferno pessoal era bem pior que o inferno que ela dividia em seu novo círculo social. Ela tinha amigos agora. Olá, mãe, agora eu tenho amigos, a maioria é homem, mas eu não sou tão sozinha quanto a senhora dizia que eu iria ficar. Ela poderia mandar um e-mail para a sua mãe com um começo mais ou menos assim, e terminar com, espero que papai continue bebendo todo o seu salário, e metade do meu; ah, é, ela precisava depositar um dinheiro na conta de sua mãe no fim do mês. Ela sempre odiava essa parte. Voltando a mulher satânica da sua cozinha. Ela tinha acabado de voltar do Black Widow quando se livrou de toda a roupa da noite e ainda com aquela maquiagem pesada ela estava sentada no chão da cozinha, completamente nua, e encarando a mulher mascarada da sua parede. Ela era absurdamente linda e provavelmente ser rainha do inferno não deveria trazer tantos problemas, por mais que Gigi fosse a rainha do próprio inferno ela sentia o mundo pesar todas as vezes em que a família reaparecia. Família é um porre, vida social é um porre, e seu vizinho era um filho da puta. Três horas e trinta e três minutos da manhã e o escroto, babaca, religioso do caralho estava acordado. Será que ele não tinha uma mulher pra foder? Será que o babaca era tão sozinho que precisava (necessidade mesmo) escutar música gospel a essa hora? E como era possível que só ela escutava e só ela se incomodava? O prédio em que morava não era grande, mas, como só ela se incomodava tanto? “Você podia dar um fim nisso.” Oh.  Oh! A mulher mascarada da sua parede falava com ela. Minha nossa, a pintura na sua parede falava com ela e aquilo sim era muito mais incrível que toda a fita errada que o baseado lhe proporcionava.  Ela podia, né? Ela podia dar um fucking fim no vizinho do caralho que achava que Deus era a resposta para a vida de merda que levava as três da manhã. E ela só queria ficar ali sozinha encarando a rainha do inferno da sua parede. Tão linda. A mulher se levantou do chão, os fios longos cobriam parcialmente seu corpo completamente nu; e parecia uma cena de filme, porque a lua brilhava exageradamente branca contra a sua pequena sacada e Gigi, branca como era, parecia brilhar contra a luz, bem disposta a dar um fim no seu vizinho. Ela queria, mesmo, e ela foi. Ela saiu do seu apartamento só para bater na porta ao lado. Ela bateu. Ela bateu de novo. Três exatas batidas e ninguém atendia, mas a fucking música religiosa ainda tocava.  — Eu sei que você tá aí! — ela gritava ali no corredor. — E Jesus não vai te ajudar, não. — e quem é que o camarada lá de cima ajudava mesmo? Porque tava pra nascer pessoinha mais egoísta, hein. Tinha outro vizinho no corredor, alguém que também chegava tarde do trabalho e ele parecia bem assustado com a visão da stripper nua na frente do apartamento do vizinho religioso.  — Gi, ele viajou... — como assim ele viajou e deixou o rádio ligado?  — Mas Jesus tá cantando alguma bosta ali dentro. — ela respondeu bem indignada.  O homem se aproximou da garota e pelos poucos segundos que a mão masculina tocou seu ombro ela conseguiu sentir o silêncio. Não tinha música, não tinha vizinho barulhento e não tinha música de Jesus dizendo que só ele era a salvação e a redenção de todas as almas pecaminosas. — Gata, não tem ninguém ali dentro. 
Oh. Fuck! Não tinha mesmo.  Ela voltou para o próprio apartamento e fechou a porta em seguida. É, mãe, talvez a solidão amaldiçoada da senhora me deixou pior que o esperado. Ela podia acrescentar aquilo no e-mail, ela podia dizer que agora ouvia coisas também, e que talvez seu vizinho não seja tão religioso assim.
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