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#samirwinter
wearenotwiththeband · 8 years
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Foto: Anna Maria Lopez
Samira Winter é a criadora da banda Winter e recentemente esteve no Brasil divulgando o último trabalho "Supreme Blue Dream" (2015) e dando uma amostra do próximo álbum (o primeiro álbum gravado em estúdio) previsto para ser lançado em 2017. Jornalista por formação e barista nas "horas vagas", Samira que é Curitibana e mora em Los Angeles falou com a gente sobre suas inspirações e sobre suas percepções acerca do mercado fonográfico californiano e brasileiro. Vem ver:
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Foto: Shabnam Ferdowsi
W: A gente pede pra ti te apresentar, falar teu nome, tua idade e os projetos que tu trabalha. S: Meu nome é Samira, eu tenho 25 anos, eu sou compositora, vocalista e guitarrista da Winter e eu sou barista num café.
W: Pode falar um pouco da tua trajetória na música, desde quando que tu toca? S: Eu sou de uma família que sempre gostou muito de música de festa, performance, sabe? Todo mundo é bem figura. Meu pai é americano e ele sempre me mostrou bastante punk, tipo The Cramps, Dead Kennedys e minha mãe é brasileira de Curitiba e ela sempre gostou bastante de Djavan, Milton Nascimento, Carly Simon e quando eu fiz 12 anos eu comecei a tocar violão, comecei a fazer aulas de piano e comecei a compor. E eu tinha umas bandinhas tipo cover, mas nada muito sério e eu comecei a compor mas como se fosse um diário e quando eu tava na faculdade que eu pensei em fazer uma banda, porque eu queria muito ter uma banda. Acabou rolando de eu gravar uma coisa com um amigo meu que foi um dos primeiros da Winter e alguém falou; "faz um show”. Daí eu tive que ir atrás de uma banda e desde então rolou, nesses dois últimos anos tem sido uma banda que é bem colaborativa e uma galera que eu curto muito.
W: E tu fez faculdade de quê? S: Eu fiz jornalismo.
W: E tu seguiu? S: Não.
W: Rolou algum momento de tensão pra decidir entre a carreira no jornalista e a música? S: É que assim, carreira no jornalismo não ia dar. No final da minha facul eu já tava tipo: ''ai não sei se eu vou querer fazer isso".
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Foto: Caca Cornelsen
W: Tu vê alguma diferença no cenário independente do Brasil e em Los Angeles que é onde tu mora? S: Eu achei que aqui como não tem tanta banda a comunidade musical é bem pequena, mas é bem unida, têm uma galera que é mais fiel e como não acontece muito quando acontece eles se importam, querem representar, dar um apoio. E lá têm uma cena muito legal, mas como é maior as pessoas não se importam muito com você é mais competitivo e aqui é mais família, não sei se é mais impressão minha mas jornalista e a galera da arte é todo mundo bem unido.
W: Todo mundo querendo falar sobre ... E em Los Angeles tu também trabalha com a Lolipop como funciona o apoio, essa troca entre vocês? S: O apoio  começou quando a gente se mudou pra lá, Los Angeles, porque a gente não conhecia ninguém, a Lolipop lançou nosso EP, nosso disco e nos ajudaram a fazer parte de uma comunidade de bandas a conhecer mais gente até assim com sociais, eles postam bastante, ajuda a ter mais seguidores, só que recentemente a gente meio que cresceu e conseguiu fazer a nossa própria coisa, a gente não é super independente é uma relação mais de que eles ajudam quando a gente precisar.
W.: Sim, é um apoio mais online do que offline. S.: É.
W.: Tu sente essa diferença com a Honey Bomb aqui? S.: Nossa, muita coisa, é a razão da gente estar aqui agora, eles ajudaram demais com essa turnê, não ia ter rolado tudo isso, nos ajudaram muito, nossa eles são demais.
W.: E pensando mais nessa questão da representatividade feminina, tu acha que tá mais favorável. S.: Muito favorável, se você for uma menina e estiver lendo isso agora, pega um instrumento e começar uma banda, acho que muita gente acha legal (eu sei que é estranho isso e na verdade meio machista) mas todo mundo adora ver mulher fazer música, tocar, cantar, qualquer instrumento e hoje em dia as pessoas são mais mente aberta, estão animados e vão apoiar mais.
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Foto: Chelsea Brown
W.: Tu sente alguma diferença de tratamento por tu ser mulher na música ou nada a ver? S.: As vezes é pro melhor, que daí a galera é mais boazinha com você, ás vezes é pro pior porque dai eles assumem que você não sabe tanto. Coisinhas assim, o cara do som, você sente que ele acha que você não sabe a mesma quantidade da outra galera.
W.: E já teve alguma vez que tu foi desencorajada a seguir na música ou pensou em desistir? S.: Música é muito difícil, pensei em desistir bastante mas, na verdade as pessoas me encorajam muito. A razão que eu tô tocando é por causa das pessoas. Tocar em Brasilia foi pra mim um: "não desista da música".
W.: Mas porque esse pensamento de desistência? S.: É mais o financeiro, eu tô com 25, seria massa ter dinheiro. Mas essa desistência acho que passa por todo mundo, que qualquer coisa que você vai fazer e que te dá um pouco de insegurança, mas no geral eu ia ficar muito chateada comigo mesma se eu desistisse.
W.: Hoje em dia fazendo turnê, tocando normalmente na banda tu/vocês conseguem se manter? S.: Não, é muito difícil, na verdade a gente nem reparte o dinheiro que a gente ganha com a banda, a gente bota num banquinho pra quando a gente precisa gravar ou fazer um clipe, coisa mais cara, a gente tem. Pra turnê também, coisa pra comida, gás (...)
W.: E falando sobre o processo de gravação desse teu último álbum, tu pode falar um pouco das referências, como surgiu como foi gravado ? S.: Esse último álbum a gente passou o ano inteiro passado tocando essas músicas no ensaio, entendendo elas melhor. E no comecinho desse ano (2016) a gente entrou no estúdio, foi bem tipo banda, todo mundo dando uma opinião, foi bem colaborativo. Foi o primeiro álbum que realmente foi gravado com as pessoas que tocam, primeiro álbum que não foi feito no quarto. Acho que a galera vai curtir. O nome do álbum é "Ethereality” que é uma palavra que é real e etérea.
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W.: E da onde surgiu o conceito? S.: Surgiu numa entrevista, um menino perguntou: "se vocês estivessem num festival como se chamaria?" Daí o Matt nosso guitarrista falou "Ethereality" e a gente ficou tipo: “esse nome é muito bom, vamos botar no nosso álbum", mas acho que de influência Cocteau Twins, Apanhador Só, acho que vai de cada pessoa que tem uma influência que inspira. 
W.: E o que tu anda ouvindo ultimamente? S.: Uma banda da California chamada Golden Daze, uma guria BRVNKS e também Felipe Alvim, eu adoro ele, conheci os dois em Goiânia.
W.: Então tu tem acompanhado bastante a cena aqui; S.: Aham, muito.
W.: Queria saber se tu durante a tua trajetória na música teve alguma mulher que te inspirou. S.: Sim, com certeza a Bilinda Butcher do My Blood Valentine ela é uma guitarrista muito boa e até o jeito como ela se veste, eu sempre me inspiro. A guria do The Cranberries, um vozão. A guria do The Cardigans, a Jenny Lewis do Rilo Kiley,  Gal Costa, Maria Bethânia, Rita Lee, muitas mulheres.
W.: Tu pilharia fazer uma playlist com as tuas referências pra gente divulgar? S.: UHUM. Vamo!
W.: Pra finalizar, quero saber se tu tem uma dica ou um conselho pra uma menina que tá a fim de começar, além de começar que é o que tu já falou né? S.: Acho que tem uma coisa que os homens músicos sempre vão parecer mais confiantes de que podem fazem qualquer coisa e você tem que fazer o mesmo, que com o instrumento e tal e as vezes você tem que sentir confiante e ir lá tocar e outra coisa meio importante pras gurias não se limitarem a :"ah menina canta" ou que menina é guitarra ou violão e piano que são os instrumentos mais comuns pra mulher. Eu acho que tem que ter mais mulher baixista, mais mulher baterista, tem que ter mais mulher solando. Porque tudo é possível, a gente só não é encorajada as vezes. Ou só é encorajada, mas pra cantar porque mulher tem mais senso de pitch, mas tem que fazer isso e fazer os instrumentos que você quiser e o melhor jeito é se você conseguir incentivar outras amigas porque é bem importante as mulheres se apoiarem e não ir contra.
Dá uma conferida na Playlist do Spotify com o que inspirou Samira:
https://open.spotify.com/user/1226551559/playlist/0SbTswOPCQ7348t2G2k4nO
Facebook: https://www.facebook.com/daydreamingwinter/
Spotify: https://open.spotify.com/artist/4Eun8YBC7P0psGdIf0GRtl
Bandcamp: https://samirawinter.bandcamp.com/
WANWTB // 2017
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