é tão difícil assim ver o nascimento?
eu penso, querendo ver um pouco mais.
é difícil, há tanto tempo eu nem paro
há pouco tempo pra isso.
uma falta de paixão. um desleixo.
uma desculpa deliberada.
é dificil sair da corrida infinita.
do eu e o outro e o espelho e sei lá, a barata.
uma dá atenção pro besta, pro estranho.
outro dá atenção pra economia, pro poder.
quem eu ouço?
eu consigo vencer esse jogo?
essa distância infinita do quase-Deus
da existência imortálica que me prometeram?
me lembro como é fácil morrer
mas como é doído nascer.
não existe isso de viver sem o desejo,
sem a lua, sem o pão.
mas que besteira é ver nascer, que decoração.
mas que desgraça é essa esperança, que contradição.
é preciso parar demais pra ver nascer,
mas eu tenho desejo tamanho pela pressa.
uma paixão que parece um sacrifício.
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