tempoverbal
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Fisicamente, habitamos um espaço, mas sentimentalmente, somos habitados por uma memória.
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Hoje meu coração bateu espremido, quis ser rim só por um dia.
A saudade transbordou o mundo ao redor e eu me senti pequenininha do tamanho de um caminhão.
Esse ano, você faria 15 anos.
O nó na garganta tentou ser nós, mas só conseguiu ser éramos mesmo.
Hoje eu quis fugir e me tornar uma estranha num lugar desconhecido, o problema é que nos últimos tempos eu sou uma desconhecida num lugar estranho que sou eu própria.
O mundo ficou estranho sem você, até que tentei endireitar as coisas, mas meu coração é canhoto.
Hoje eu senti falta do que me falta, do que era hoje mas agora é ontem, do ontem mais hoje que já vi na vida, da vida que espera esbarrar de novo no seu amanhã.
Hoje eu só presto pra ser amanhã,
Hoje eu só presto pra ser vazia.
As letras são pequenas na tentativa de amenizar a dor.
06.11.2020
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Escolhi essa foto do mar para te falar sobre você, acho que vocês se parecem.
Eu o admiro, gosto de observar as curvas que ele faz e como se movimenta conforme o vento. Eu te admiro, gosto de observar o seu sorriso e a sua boca mexendo ao contar histórias. Gosto como se movimenta com a vida e anda rápido, noutras vezes lento.
Eu não o conheço, quer dizer...conheço o sal que provo com a boca, mas não sei sobre as espécies, na verdade só conheço meia dúzia. Chamo de mar, mas acho que é oceano, ou os dois, no fundo o que importa é a calma que ele proporciona.
Eu não te conheço. Conheço o teu sal que provo com a boca, mas não conheço as espécies que habitam o teu ser. Te chamo de meu bem, mas és o bem do mundo, de todos que podem receber a sua alegria de viver ou contemplar de perto a sua leveza.
Derramo o líquido salgado na minha nuca, não tenho consciência da imensidão. Nunca senti o coração acelerar ao me deparar com uma tempestade em alto mar e ainda não sei nadar. Tua imensidão é ímpar e o meu coração acelerar só de pensar nas tempestades que ainda posso encontrar por aí. Mergulho em você. Quero te aprender ainda mais.
Sobre tantas incertezas, navegar é preciso. O que o mar e você tem em comum? Ambos me chamam para o desconhecido, e no desconhecido é onde eu me encontro.
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Eu tive tão pouco de você, e desse pouco eu sinto tanto
Imagina o tanto que eu poderia sentir se eu tivesse muito de você.
Mãe.
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Por medo de doer, fugi. Confesso que usei outras palavras pra me despedir sem ir embora. Confesso que procurei outros gostos pra distrair o coração, quando o que eu mais queria era você aqui, inteiro, agora. E também usei outros gestos pra decifrar seu tempo, mesmo quando via sua demora. Por medo de doer, te deixei ir. Quando mesmo eu vou aprender que sentimento não se controla, que o tempo às vezes nos enrola sem mostrar o que realmente é, que a vida toda hora nos puxa pelo pé quando sonhamos demais? Por medo de doer, você nem veio, ou chegou ao meio e enganou meus sentidos, me presenteou com uma camisa de tanto faz quando eu já vestia certezas. E é da minha natureza me auto boicotar e não deixar fluir cada encontro enfeitado de uma delicadeza ímpar, mesmo sabendo que você provavelmente não seria meu par, mesmo enchendo de ondas meus sentimentos, eu não estou pronta para ser mar.
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Você tinha tanto medo da minha voz,
Que eu aprendi a ter medo também.
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Não permito que você me veja por inteira porque sempre foi mais fácil manter uma distância segura daqueles que pudessem me atravessar - e eu não sei se consigo lidar com a dor de quebrar novamente.
Não se culpe por não conseguir enxergar além do que mostro: o que sobrou é exatamente o que não te deixo ver.
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É recente, e eu ainda estou perdida, e visceralmente ligada a você. Cada minuto distante, é um golpe de um machado no cordão umbilical que liga a minha auto piedade aos restos mortais do meu amor. Um machado de lâmina cega que é capaz de dilacerar por completo a minha dependência por cuidado, proteção e carinho. Cada golpe violento, gera uma onda densa de angústia, e espalha gotas de saudade e arrependimento nas paredes descascadas do meu coração. Nesses primeiros dias, eu evitei que alguém me visse, me tocasse, tudo é silêncio depois que isso acontece. Eu também evitei deixar alguém sentar-se no banco do passageiro do meu carro. O meu psicológico doente não permitiu que alguém ocupasse o seu lugar, nao permitiu, de novo, que eu pedisse ajuda , porque eu ainda fico na expectativa de te ver ali, de volta. O relógio vai correndo e o vazio vai aumentando. Sei que as minhas palavras são flores deixadas numa lápide, que nao possuem o poder de ressuscitar porra nenhuma. Sei também que é patético querer sua mão estendida. O seu silêncio é um cruzado de esquerda no meu maxilar de promessas fáceis. Fui jogada as cordas do ringue, de novo, beijei a lona. Senti o gosto de sangue misturado com raiva. Mas de gole em gole, de queda em queda, o meu peito vai se tornando um encouraçado de chumbo. Eu me torno mais amarga, é verdade. Todavia, deixo meu maxilar mais rígido, meus punhos mais ríspidos e meu equilíbrio mais consistente.
O amor é um agiota louco que cobra em cima de cicatrizes e ressacas fortes.
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Coisas que sei...
1. Eu transbordo o que me falta
2. O grito mais alto é o do meu silêncio
3. Chorar emagrece a alma
4. Sonhei com você a noite passada
4.1. acordei com cheiro de lágrima
5. Caos não tem plural
6. A solidão é bonita
6.1. estar sozinha nem tanto
7. Para brisa de carro só para brisa mesmo
7.1. saudade ele deixa passar
8. Sou meio ansiosa
8.1 minha alma é prematura
9. Hoje vieram os tratores da prefeitura
9.1. taparam todos os buracos
9.1.2. mas esqueceram os do meu peito
10. Deus me mandou um bilhete
10.1. disse para beber mais vinho e menos tristeza
11. Meu relógio está sem bateria há anos
11.1. ter que resolver isso me faz sangrar
12. Experimentei a liberdade por acaso
12.1. agora vejo asas em tudo
13. O medo é a disfunção erétil da alma
14. Já chorei no colo de Deus até dormir
14.1. acordei criança de banho tomado
15. Eu não tive escolhas eu tive de ser
16. De noite eu viro céu
16.1. meu coração venta
16.1.2. e meu olho chove
17. Quando eu durmo a dor acorda
18. Estou superlotado de pouco eu
18.1. o que não sou ocupa muito espaço
19. Eu já morri algumas vezes
19.1. só havia eu no meu velório
20. Anseio pela próxima vida
20.1. quero reencarnar vento.
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Eu escondi um pedaço; de mim: deixei debaixo do travesseiro por alguns dias: defesa; se fosse preciso: atiraria; mas tudo permaneceu calmo: resistência: o travesseiro foi afundando: senti aquele pedaço duro: oxidação; mofo; tentei recupera-lo: janela-sol-agua; tarde demais, apodreci algo importante: sem volta; pensei: "jogo fora?" ; Mas sou eu!; O que posso fazer?: Chamei um especialista; mas até hoje não consegui falar sobre aquele pedaço; uma parte de mim que nem sei nomear, que nem sei como tirei, que nem sei onde ficava, que nem sei que falta faz (mas faz), que nem sei como era tê-la; quem fui?; Quem sou?; Quem serei?
Um dia me disseram que cada célula do nosso corpo todo é destru��da e substituída a cada sete anos; como é reconfortante saber que um dia terei um corpo que você não terá tocado.
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As vezes, o meu corpo inteiro dói.
Sou boa em cuidar das pessoas, mas ninguém sabe a hora exata de me estender a mão, de me puxar para um abraço. Quando os meus olhos caem, é raro notarem.
É como se todos achassem que dou conta de tudo sozinha, porque a minha imagem de guerreira preenche todos os espaços desde sempre. É como se todos pensassem que aguento qualquer barreira pelo caminho, que já estou acostumada com o tranco.
As minhas costas ainda não se acostumaram com a distância entre minha casa e a faculdade. O meu estômago ainda não digeriu todos os sapos que engoli no trabalho, as minhas pernas ainda não entenderam que não podem parar.
E em meio ao caos, eu não descanso.
Minha alma é repleta de buracos que não sei quando fecharão ou se há cura, porque o meu sangue ferve com o passado, presente e futuro, mesmo que eu erga a voz.
A vezes eu só queria que deixassem de me ver como heroína e me devolvessem a minha fragilidade, porque eu, sinceramente, não sei onde ela está.
Nunca tive a chance de usá-la
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Não foi em rio, mar ou oceano.
O mergulho mais profundo do mundo foi no escuro, dentro de mim.
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Ainda há um pouco de você dentro de mim.
Mas também há um pouco de cada coisa horrível e traumatizante que já passei até hoje.
Você é só um anjo mau perdido no inferno maldito do meu ser.
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Há uma enchente pesando minhas pálpebras
Há uma cruz sangrando os meus ombros
E há um corpo do lado de fora desse meu vazio
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De tão cansada, minha garganta emudeceu.
Agora eu só grito pelos olhos.
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Meu pai era um solitário, ele bebia, bebia, bebia, deixava sua solidão gritar e quebrava a casa inteira.
Com meu pai eu aprendi a deixar a solidão em silêncio.
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