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the9intheafternoon · 2 years
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NOTAS INICIAIS: Postadas originalmente na aba de microficções do Inkspired, agora reorganizadas e postadas aqui.
Pequenas narrações sobre as personagens Kat, BB e Maddy, de Euphoria.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: +13 (Contém breve menção a uso de drogas lícitas).
As Coisas Não Ditas
Kat gostava de estar em um relacionamento. Como não iria, depois de tanto tempo dando opiniões baseadas apenas nas suas expectativas? Agora era parte das garotas que realmente tinham alguma experiência na hora de comentar sobre sexo, encontros e desapontamentos. Porém aquilo não parecia de verdade com o que tinha desenhado em sua mente sobre o que deveria ser um relacionamento entre um cara e uma garota. Faltava algo mais. Faltava uma parte que não gostaria de admitir nem mesmo para si mesma.
A verdade era que tinha o namorado perfeito, que a amava tanto quanto qualquer um personagem principal que tivesse escrito em suas páginas no Tumblr. E no fundo, ela sabia que era loucura deixar passar a oportunidade de viver justamente todas as coisas que por tanto tempo apenas imaginou. Exceto que... Não era isso que tinha imaginado. Faltava o conflito. Faltava a emoção de não saber o dia seguinte. Kat até gostava de Ethan, mas gostava mais da versão que ela esperou ele interpretar.
Com A Fumaça
BB era de longe uma das figuras mais enigmáticas daquela escola. Tirando o fato de que todo o mundo a chamava de a "amiga do vape" e que era uma das pessoas mais bem informadas sobre todas as merdas que aconteciam por ali, ninguém nunca se preocupou em saber o que de fato se passava na sua cabeça. Ela tinha engravidado um tempo atrás. Não foi bonito. Houve brigas e acusações apontadas em casa. Um excesso de julgamento. Era algo que ainda a perturbava, mas que deixava de lado. Sumia com a fumaça.
Vadia Com Um Coração
Tinha essa coisa sobre Maddy, sobre como as pessoas a viam como alguém que só quer explodir. E também não era como se ela evitasse. Mas parte de si sempre soube que, na sua situação, apenas lutando seria escutada. A apatia levava ao desrespeito, ao esquecimento. O que não fazia com que suas escolhas fossem melhores ou piores, apenas necessárias. Mas fazia com que todo mundo a enxergasse como uma bomba prestes a causar um estrondo. Quando na verdade, algumas vezes, ela só queria ser vista.
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the9intheafternoon · 2 years
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NOTAS INICIAIS: Essa aqui é pra quem não superou essa química de milhões desperdiçada.
Eddie como cantor de banda grunge, nos anos 90, contando a história de seu relacionamento com Chrissy.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: +13 (Contém breve menção a violência física, sem nenhum detalhe explícito).
Sair de Hawkins foi o primeiro passo para se encontrar, de verdade. Depois de ‘86, quando coisas muito estranhas aconteceram com ele, pegou seu diploma na escola e nunca mais olhou para trás. Com sua guitarra debaixo do braço e seus poucos pertences em uma mala de mão, partiu em direção aonde toda a ação estava acontecendo. Trocou Indiana por Washington e então se entregou ao grunge, com sua banda reformulada. Pouco mais de quatro anos depois, estava no mapa de bandas em ascensão, como o Nirvana e o Pearl Jam. Quem diria que o maldito Eddie Munson iria tão longe assim?
— Eu posso falar um pouco com vocês sobre uma pessoa muito, mas muito especial para mim? — ele perguntou, enquanto ajustava o microfone no pedestal, após uma sequência de músicas eletrizantes.
Aquele show estava lotado e isso também era um pouco demais para a sua cabeça, se impressionando demais com o fato de que aquelas pessoas estavam ali para vê-los cantar aquela mistura de punk com hardcore enquanto tocavam com os jeans caindo pela cintura e camisas de flanela largas demais em seus corpos. Para um garoto que vivia em trailers e ninguém realmente dava a mínima por muitos anos de sua vida, aquilo era uma novidade e tanto.
Depois de um murmúrio animado da platéia, deu uma risadinha nervosa antes de começar a falar.
— Então, talvez vocês não saibam, mas eu já fui um merdinha que ninguém dava a mínima. Inacreditável, não é mesmo? — brincou com o público, enquanto o baterista batia com a baqueta nos pratos e no bumbo, fazendo um pequeno efeito sonoro a sua anedota. — Totalmente perdido, um caso daqueles. E então, por alguma mágica muito grande do destino, uma pessoa em especial me procurou. Foi um momento em que pensei seriamente que estava fora da minha cabeça.
Ele apertou os lábios um contra o outro, balançando a cabeça como se não pudesse acreditar.
— Então, estava vivendo a minha vidinha do jeito que achava que devia, quando essa verdadeira musa atravessa o corredor e me pergunta se eu tenho erva. E de cara, só o que eu pensava era “o que diabos uma garota incrível como ela quer puxar assunto com um perdedor como eu?”. Mas, que inferno, eu jamais daria as costas para Chrissy Cunningham. Então eu a levei para a floresta perto da escola para discutir aquele assunto sem nenhum professor por perto. — Um sorrisinho de canto se abriu em seus lábios, antes de acrescentar: — A gente se conhecia de antes, é claro. Não somos de uma cidade muito grande e toda a molecada meio que cresceu na mesma vizinhança. Mas foi a primeira vez que nós conversamos e de cara rolou uma conexão que não tinha acontecido com ninguém mais.
Os dedos de Eddie passaram por seus cabelos, os olhos distantes, trazendo de volta o som da risada de Chrissy quando ele falou que ele se sentia perdido, como ela dizia, mas a diferença era que aquilo era sua rotina.
— Acontece que Chrissy namorava um babaca. Me desculpe, baby, mas ele era mesmo, você sabe disso — comentou, olhando na direção do backstage, onde uma Chrissy muito envergonhada balançava a cabeça, rindo sem graça, antes de gesticular com a mão que, tudo bem, concordava com ele. — E ele não sabia apreciar de verdade a mulher que tinha ao seu lado. A gente começou a trocar uma ideia e então Chrissy me contou sobre a sua “situação interessante”. — Ele fez aspas com os dedos, meneando a cabeça. — E eu pensei que, poxa, era uma barra pesada demais para segurar sozinha e então lhe disse que estaria por perto para ajudar com o que fosse preciso.
Um novo sorriso passou por seu rosto, esse mais melancólico, lembrando quando a garota lhe contou sobre a sua gravidez não planejada e que Jason Carver simplesmente lhe disse que não perderia sua ida para a faculdade por causa de um bebê, mas ao mesmo tempo era contra a ideia de Chrissy não ter a criança. Lembrava de como foi abraçá-la e dizer que tudo iria ficar bem, mesmo que ele soubesse que aquele cenário não era dos melhores e que repetidamente via aquilo acontecer em sua vizinhança, e como as crianças pareciam sem futuro, assim como seus pais, depois que o abandono acontecia. Ele queria acreditar que tudo ia ficar bem, na verdade, para fazê-la acreditar no mesmo. Foi assim que ele percebeu que se importava mais do que deveria com Chrissy Cunningham.
— Por muito tempo a gente foi o ponto de apoio um do outro. E é engraçado quando esse bichinho chamado amor ataca a gente, sabe? Porque uma hora tá tudo bem e na outra você está comprando uma briga enorme porque ninguém iria fazer a minha garota chorar, mesmo que ela não fosse mesmo ainda a minha garota — encolheu os ombros, achando graça de quantas vezes apanhou, literalmente, por causa de Chrissy. Amor poderia doer, fisicamente falando. — Perguntei a ela se ela queria o bebê e ela disse que sim. E eu disse que estaria caindo fora de Hawkins em breve, e que tinha um lugar para ela e ele na minha van, se ela quisesse.
Seu dedo deslizou na guitarra, puxando um acorde que reverberou por todo o bar onde estavam se apresentando, antes dele soltar o ar de seus pulmões, com uma breve risadinha.
Ele tinha dito isso, e também que ela era a única pessoa que tinha conseguido romper aquela casca de insensível que tinha construído no passar dos anos. Que ele se sentia à vontade com ela mais do que deveria. Que toda noite sonhava em passar os braços ao seu redor e ter uma maldita dança com ela e todas aquelas bobagens colegiais que ele sempre achou nada a ver, mas que pareciam tão preciosas e necessárias se fosse para viver ao lado dela. E então acrescentou a parte em que era apaixonado por ela.
Chrissy o beijou tão forte naquele momento que sentiu que estava sendo chamado para a vida ali naquele mesmo momento. E ele não iria pensar duas vezes antes de atender àquele sinal.
— Ainda bem que ela disse que sim, ou eu ficaria maluco e jamais teríamos todas as músicas que temos… Ou talvez ainda escrevesse sobre ela, mas com letras completamente diferentes. — Então riu com ele mesmo, enquanto o pessoal da banda já dedilhava os seus próprios instrumentos, prontos para tocar a próxima música. Eddie olhou para trás, os olhos focados em Chrissy, e ela lhe dava aquele sorriso, o que irradiava energia para todas as suas células. Anos se passaram e ela ainda era a garota mais bonita que tinha visto no mundo e ainda a amava mais do que qualquer outra música poderia dizer. Ela lhe jogou beijos e ele piscou em sua direção. — Então, essa se chama Beautiful Strange. Essa é pra minha musa, mãe do meu filho e amor da minha vida, Chrissy. Eu te amo, baby.
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the9intheafternoon · 2 years
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NOTAS INICIAIS:
Então, aqui vai algumas palavras para a minha amiga e sócia nesse dia em específico. Antes de mais nada, feliz aniversário e espero que esteja tendo o dia mais tranquilo de todos, sem estresses e sem surpresas indesejáveis. Você merece.
E o que eu vim dizer nada mais é do que repeteco do que já venho dizendo há um tempo: me sinto muito feliz e segura de ter você apoiando todas as minhas ideias malucas. Sou difícil de confiar em alguém para embarcar em algo que seja importante pra mim, mas real confio em você quando eu digo "cara, vamo fazer tal coisa?". Eu sei que posso contar com você, assim como sei que contaria comigo. Obrigada, Nana, por ser a minha conexão com Gêmeos mais funcional e de sucesso de todos os tempos. Feliz seu dia!
With love, Lay.
Então, eis a minha lembrancinha: uma oneshot com o Robert entregando uma leve dose de sofrimento, mas com final feliz. Enjoy!
As luzes do corredor eram amareladas, trazendo àquela madrugada uma luz um tanto distorcida, quase que onírica. Era como se estivesse caminhando dentro de um sonho, de uma realidade da qual estivesse escapando. Não queria ter que escapar, é claro. Preferia mil vezes estar ainda envolto aos lençóis e curvas, adormecido no calor do corpo feminino. Poderia se visualizar na manhã seguinte, acordando preguiçosamente, se alongando e sentindo os músculos protestarem contra o movimento, antes de virar para o lado e pegá-la sorrindo em sua direção, os olhos vidrados e sempre muito sinceros, astutos como uma felina, além de definitivamente atentos. A luz da manhã traria um brilho casto a seu rosto e ele poderia jurar por qualquer deus existente que não queria estar em outro lugar que não contemplando a imagem da mulher que mexia com todo o seu juízo.
Mas seus passos ecoavam no corredor vazio, com a escolha que tinha feito. Solitário e isolado.
— Por que você nunca fica? — A voz que veio atrás dele o pegou de surpresa, fazendo-o parar no mesmo lugar. — Robert, estou falando com você.
— Eu preciso ir — sua resposta sucinta foi dita em um tom baixo, quase que um reforço para si mesmo de que estava fazendo a coisa certa.
Ele se virou lentamente, a cabeça baixa, parando de perfil. Não tinha nem mesmo de encará-la por muito tempo, pois sabia que poderia vacilar em suas ideias se o fizesse. Era como ouvir o canto da sereia: a tentação seria tão grande que se esqueceria de qualquer ideal ou propósito que o levou a se esgueirar para fora do apartamento às 3 da manhã.
— Não, você não precisa — ela lhe disse, saindo da porta do apartamento e caminhando lentamente em sua direção. O perfume exalava ainda de sua pele e o deixava tonto; pelo menos era como seu corpo reagia à aproximação dela, tão rápida e sem receios. — Você acha que precisa, por algum motivo estúpido e sem sentido.
— Eu… — Começou a dizer, mas parou. Robert vivia dizendo aquelas palavras para si mesmo, mas na hora de falar para ela, confessar suas angústias, parecia que era tudo uma birra infantil, uma teimosia sem embasamento. — Eu faria mal pra você.
— Mal? Mesmo? — Ela encerrou o espaço entre os dois, lhe tocando o rosto e o fazendo olhar para ela de frente. O coração de Pattinson se agitou, as batidas mais marcadas em seu peito. — Os últimos… as últimas semanas. Elas tem sido as melhores em muito, muito tempo. Me sinto mais confortável com você do que com qualquer outra pessoa do meu convívio. Se acontece uma coisa legal no meu dia, é pra você quem eu quero ligar. Se uma coisa chata e imprevisível aparece no meu caminho, me pergunto qual comentário sarcástico você faria no meu lugar. Gosto da forma como não se intimida em mudar a playlist do meu carro e colocar para tocar as músicas de bandas que nunca ouvi falar e como mesmo depois do banho seu cabelo sempre parece despenteado. Gosto como segura minha cintura quando estamos caminhando, como se fosse me proteger do primeiro perigo que posso aparecer na esquina. E gosto do que fizemos esta noite. Gosto muito.
Uma sombra de sorriso culpado surgiu no rosto de Pattinson, antes que ele negasse com a cabeça.
— Você não sabe… Mas eu não sou bom — ele fez uma pausa, buscando fôlego, antes de continuar. — Minha bagagem não é das melhores. Tudo que eu aprendi foi que devo parar antes de errar. E eu já comecei errando com você, sem explicar que…
— Que você tem traumas? — a voz dela era clara como um cristal, sem receios. Era possível notar que ela não estava nem um pouco reticente depois daquele discurso. — Todos nós temos traumas, mas Robert — sua testa encostou na dele e Pattinson se viu obrigado a exalar o ar, pesadamente, sentindo o calor do corpo daquela mulher o deixando acolhido. —, nós não somos feitos deles. São apenas pedaços de nossas histórias. Não o todo.
Ele fechou os olhos, exalando o aroma dos cabelos dela e sentindo suas defesas serem derrubadas, uma a uma.
— Pode ser complicado — sussurrou.
— Então quando a complicação tiver que vir, deixa estar. — Com gestos gentis, ela deslizou as mãos para as de Robert, segurando ambas com firmeza. — A gente lida com o que tiver que ser quando for a hora.
Com delicadeza, ela deu um puxão em sua mão, o pegando desprevenido e o fazendo dar um ligeiro tropeço em frente.
— Volta pra dentro. Você não precisa ir agora — ela o chamou, sorrindo daquele jeito que o tinha cativado logo quando se conheceram.
Antes mesmo de perceber, os joelhos de Robert cederam, o fazendo caminhar lentamente o mesmo percurso que tinha feito anteriormente, sendo guiado pela maciez das mãos daquela mulher.
O clima onírico do corredor parecia o acompanhar conforme adentrava de novo no apartamento. Talvez não fosse sobre a iluminação. Talvez fosse sobre ela e esse efeito que o fazia pensar que tudo era possível dentro daquela bolha sonhadora e cheia de esperanças. Ela o fazia acreditar, nem que fosse minimamente, que poderia ser um homem bom. A porta se fechou atrás dele e se pegou sorrindo para o canto da mais bela sereia que cruzou o seu caminho.
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the9intheafternoon · 2 years
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Inspirado no episódio de Valentine's Day de OITNB, essa oneshot é como se as três mães existentes no universo escrito por mim até aqui fossem entrevistadas sobre suas experiências maternais - tanto como filhas como sendo mães.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: +16 (contém palavrões e menções a homofobia)
Colleen Donovan, de O (Novo) Natal dos Park
Minha mãe era, num geral, uma pessoa legal. Acho que não dá pra você ser realmente legal com os seus filhos quando você não tem muito tempo pra eles porque passa a maior parte do tempo em seus dois empregos. Ela tinha que sustentar duas crianças pequenas sozinha, morando em uma quitinete junto com mais um gato e uma avó de idade avançada, então, num geral, ela estava se virando como podia. Nós quase não nos esbarrávamos, mas recebia sempre um bilhetinho dela em dias especiais como dia das crianças ou aniversários. Era algo meio genérico, mas ela assinava sempre com um "com amor, mamãe". E eu e meu irmão sabíamos que ela deveria mesmo nos amar pra não ter desistido da gente como nosso pai fez. Então… Em todo caso, ela aceitou muito de boas quando eu falei que achava que era lésbica, em um fim de semana quando nossas agendas meio que se esbarraram. "É isso? Okay, então", foi só o que ela disse. Sabe, ela estava ocupada, não era nem mesmo como se ela estivesse prestando muita atenção. Mas olhei pelo lado bom, que foi o de que ela não me chutou pra fora de casa, nem ela e nem minha avó. Só que mesmo acostumada com esse clima de "segue o jogo" eterno, me prometi que se um dia tivesse um filho, eu iria prestar atenção nele. E então eu fui me descobrir bissexual e nisso acabei engravidando. A ironia fina disso, eu sei. E nisso, eu relembrei de cada momento com a minha mãe, ou a falta dela em momentos da minha vida. E me deu um medo tremendo de que não estaria ali também para o meu filho porque aquele relacionamento de merda iria me levar para baixo da terra. A minha mãe era ausente porque a gente não tinha onde cairmos mortos, mas eu não queria ser ausente por, sabe, estar morta. Foi por causa do Teddy que levantei a cabeça e disse pra mim mesma "isso aqui não é vida e está acabando com você". Nos separamos e eu até mesmo falei com ele sobre a guarda do nosso bebê, mas ele não era muito a favor de uma coisa amigável, sabe? E então eu tive de novo o pensamento de que precisava sobreviver por aquela criança. O que me fez me mudar na calada da noite praticamente para outro estado, outra vida, onde ninguém nos conhecia, esperando que desse certo e eles nos deixasse em paz. E tem funcionado. Theodore é o meu Norte. É pensando nele que faço todas as minhas decisões. E eu sei que um dia ele vai ser um adolescente ingrato que vai odiar todas as fotos que tenho dele vestido de ursinho e que o chamo de meu Ursinho Teddy. Provavelmente ele vai querer ser conhecido como Theo ou qualquer outro apelido muito mais cool, eu não me importo. Me importo em ter feito boas escolhas, para então conseguir estar lá por ele. Ele merece isso.
Calista Park, de O (Novo) Natal dos Park
Daphne era uma droga. Ao menos pra mim. Eu era a lésbica que tinha nascido de uma mulher conservadora de Nashville. Não era como se a sorte estivesse muito a meu favor. Conseguia perceber que ela preferia Adonis, não apenas porque eles tinham aquela conexão de gostarem de artes, cinema, entretenimento, essas coisas, mas porque Adonis era um filho perfeito para os seus moldes e ensinamentos sobre como as coisas "deveriam ser". Ele era hétero, ele era todo carinhos com ela e com uma lábia enorme para cima de qualquer rabo de saia, mostrando uma virilidade em meio a sua gentileza. Ela entendia aquilo como algo okay, algo esperado, algo que ela poderia lidar e lapidar. Mas como que ela iria lidar e lapidar com uma filha que, além de não gostar de homens, ainda por cima tinha uma lista muito longa de ex-namoradas? Eu não deveria ser tão… Ativa. Não fica bem para uma mulher ter tido tantas experiências em tão curto espaço de tempo, isso fazia com que meu valor fosse diminuído. Esse papinho de gente conservadora idiota. Não era bem a minha ideia ser mãe, porque tudo o que eu conhecia era a Daphne. Mas então meu caminho cruzou com o de Josephine Coates e ela me fez acreditar que a vida de uma família podia ser melhor do que a que eu tive. Nós duas tínhamos… Receios, em modo geral, em ficarmos grávidas. Ambas trabalhamos com o mercado financeiro, cada uma em sua área, e sabíamos que haveria implicações assim que batessem os olhos em uma barriguinha saliente. Fora que não é o lugar mais saudável para uma grávida. Wall Street não é saudável pra ninguém, na verdade. Então fomos para um outro caminho. Fui criteriosa, sobre tudo. Tinha que ser a melhor barriga de aluguel e o melhor doador possível. Eu fazia questão de que tivesse parte de mim, dos meus traços, da origem de meu pai. Josephine achava aquilo um exagero, mas era fundamental pra mim. Pouco depois, quando ela já tinha ido embora e deixado nós três para trás naquela casa no pior momento de nossas vidas, lembro de olhar para os gêmeos, olhar bem na direção deles. O que eu via ali eram duas crianças que tinham os mesmos olhos mais estreitos que eu, que passariam anos batendo de frente de cabeça erguida contra qualquer tentativa de diminui-los pela herança de seu povo marcado em seus traços. Que teriam que contar com uma mãe para apoia-los quando o mundo fosse cruel com eles como tinha sido umas tantas vezes comigo e com meus irmãos. O que significava, de uma maneira muito óbvia: eu poderia não conhecer um estilo de mãe diferente do de Daphne ou de Josephine, mas eu iria ser uma terceira via, e uma muito melhor do que elas foram. Ainda não sei bem se estou fazendo um bom trabalho. Em alguns dias eu me pergunto se estou acertando. Mas então, respiro fundo, coloco as mãos na cintura e penso "É o que Daphne faria?". E se sim, escolho o caminho oposto.
Lyanna Stinson, de Fora dos Holofotes
Então, sobre a minha mãe. Era um tipo atípico de mãe: Ela saberia muito bem como colocar você no trilho correto, mas ao mesmo tempo, ela jamais saberia como dar algo simples como… Uma festa de aniversário do tema que você quisesse, por exemplo. Faith nunca foi boa com saber sua cor favorita. Deus sabe que eu ficava furiosa quando ela fazia Elyse chorar por de esquecer qual era seu animal favorito. Ela não lembrava de comparecer em festinhas, perdia os presentes que fazíamos manualmente, quebrava nossos brinquedos com seus saltos andando pela sala, sempre sem querer, é claro. Mas uma coisa Faith sabia: em caso sérios, quando mais precisávamos de ajuda e um guia, ela pegava nossas mãos, olhava no fundo dos nossos olhos e mandava pensar com a cabeça no lugar. Tem essa coisa, sobre a minha mãe, em que ela pode rastrear de longe o perigo. Ela poderia dizer que era por causa do meu pai e tudo que ela passou com ele, mas eu poderia dizer… Aquela mulher tem um dom. Quando engravidei de Dustin eu não sabia bem o que fazer. Sem chão, acho que descreveria bem a situação naquele momento. Mas ela sentou comigo e me mandou pensar com clareza, e eu fiz. E entendi que queria ser mãe, antes de qualquer outra escolha que fosse fazer quanto a minha situação. No meu momento de maior confusão, parte de mim soube que eu deveria pensar friamente. O que eu tinha que fazer? O que eu deveria proteger? O mais importante pra mim, naquele momento, era que Dustin ficasse a salvo. Lembro que sussurrei para Elyse algumas ordens de onde Dustin deveria ficar enquanto atravessava aquela montanha-russa emocional em frente a tantas pessoas. Eu aprendi isso com a minha mãe. É injusto dizer que ela foi um péssimo exemplo ou algo do tipo, porque ela me preparou para a vida, ao seu próprio modo. Em alguns dias, eu queria ter o seu mesmo dom de prever situações perigosas e duvidosas me cercando. Mas, já que não o tenho, pelo menos ela me ensinou a como levantar a cabeça e pensar do modo certo antes de agir. Protegendo não só a mim mesma como a pessoa que mais me importa nesse mundo. Acho que isso resume bem nossa relação e a minha com Dustin.
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the9intheafternoon · 2 years
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Essa é uma songfic baseada na música da Dove Cameron, Boyfriend. Entretanto, essa história terá continuações futuras, em um universo que se completa através de oneshots independentes. A narração é em terceira pessoa, com uma narradora onipresente - e com leves quebras da quarta parede no processo.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: +14 (contém cena com mínima menção a sexo)
Algumas relações já nascem fadadas ao fracasso. Todo mundo ao redor pode perceber isso, mesmo que não queira ser a pessoa que estraga a felicidade em dizer que está no ar o cheirinho de que aquilo não irá para a frente. Até porque se o fizesse, muito provavelmente seria taxada de mal-amada ou agourenta, entre tantas designações possíveis. Talvez até mesmo seja verdade, entretanto, quando algo não é para ser, é bem óbvio tanto quanto algo destinado a acontecer. Elsie sabia muito bem disso.
Ser a irmã mais nova de Casey envolvia acompanhar cada decisão, principalmente as burras, surgirem de sua mente. Como pegar o carro dos pais no fim de semana em que estavam fora para ir até a praia e deixar que a água salgada se infiltrasse no motor, arruinando tudo. Aquilo foi um pesadelo, ou deveria ser, mas acabou sendo facilmente uma história para ser contada aos fins de semana com olhares de reprovação que não saíam da superficialidade. Porque apesar das ideias claramente sem medir as consequências, Casey realmente nunca pagava por elas. E isso deixava Elsie completamente estressada.
— É como se o mundo fosse mil vezes mais fácil pra ele do que pra qualquer outra pessoa — comentou uma vez, em voz alta, com a sua melhor amiga, enquanto estava observando a distância seu irmão ser celebrado na saída da escola.
A última decisão burra dele, entretanto, ia muito além de destruir a propriedade privada de alguém.
Casey Choi era um dos jogadores do imbatível time de hockey da escola. Grande, forte, ágil e arrogante, do jeitinho que os populares sempre eram. Mesmo que seu intelecto não fosse dos melhores, ele ainda assim tinha uma horda de pessoas ao seu redor, pronta para ouvir o que quer que fosse sobre assuntos que ninguém o chamou. Entre o grupinho, ele elegeu Gaby Vaugh como a pessoa mais próxima de seu círculo de adoradores; estavam saindo juntos havia pelo menos um mês.
Ela era uma das garotas que você sabia que fazia esforço para se enturmar, mesmo que ela dissesse que não. Havia muita coisa por debaixo dos motivos de Gaby, e eu deveria pontuar todos eles, mas o foco, agora, é que ela era realmente apaixonada por Casey. Ela via nele a luz que ela achou que nunca iria receber na vida, e isso ficava óbvio por como ela sorria quando andavam juntos pelos corredores. Mesmo assim, a primeira vez que Elsie Choi viu seu irmão de braços dados com a garota, soube na hora que aquilo não iria terminar bem.
— Aonde você está indo? — Elsie perguntou ao irmão, em uma noite, o vendo separar até mesmo uma roupa dentro da sua mochila.
— Para nenhum lugar que seja da sua conta — foi a resposta imediata de Casey, fazendo Elsie rolar os olhos.
Imaginou que estaria dando uma sumida do mapa por um fim de semana com Gaby, porém quando foi a segunda-feira…
— Eu liguei pra você um milhão de vezes, por que não me atendeu? — Gaby o inquiriu, em voz baixa, os olhos muito vermelhos e a ponta do nariz no mesmo tom, sugerindo que lágrimas foram derrubadas.
— Oh-oh — Elsie deixou escapar, ao ouvir aquela briga sem querer.
E nem foi a primeira vez em que aquilo aconteceu.
— Não, eu não faço ideia de onde ele foi — respondeu ao telefone, olhando para a porta do quarto do irmão trancada e com a sua placa de “não entre!” pendurada em um tom de ameaça para cima dela. — Ele não me disse nada sobre precisar viajar pelo campeonato, também.
— É estranho porque eu também não fiquei sabendo de nenhum jogo nesse fim de semana — Gaby comentava em voz baixa sentida, do outro lado da linha.
— Eu sinto muito — e Elsie realmente sentia, porque ela não tinha culpa por ter se envolvido com um otário como o seu irmão. — Quer passar aqui e, sei lá, fazermos as unhas uma da outra, algo do tipo?
Tomou um susto quando jogou a sugestão no ar. Porque não era do tipo que fazia as unhas com outras meninas. Geralmente se sentava no chão do quarto e lia volumes de HQs antigas com a sua melhor amiga ou as duas ficavam jogando algum jogo online de RPG onde se esforçavam para não deixar que matassem uma a outra a cada partida. A ideia tinha flutuado em sua mente muito mais pela vontade de reparar os erros de Casey, mesmo que ele não ligasse para eles.
Entretanto, seu estômago pareceu derreter durante os segundos em que Gaby pareceu pensar sobre o assunto.
— Claro, por que não? — ela respondeu, ao final, e foi como se o sangue voltasse a circular no corpo de Elsie.
De repente, o quarto de Elsie tinha o som de risadas suaves que frequentemente vinham do quarto do outro lado do corredor.
Elsie olhava para Gaby e tinha a impressão de que ela era tudo o que ela gostaria de ser: sabia como hidratar a pele, sabia como se vestir para uma noite do pijama, sabia até mesmo que ângulo era o melhor para uma selfie em grupo. E tinha quase a certeza de que era isso que a fascinava na garota vestida de rosa ao seu lado.
— A gente podia fazer isso mais vezes — arriscou, na saída de Gaby de sua casa, tarde da noite.
Quando ela sorriu para Elsie, a garota Choi sentiu o estômago afundar mais uma vez.
— Podemos marcar pra outro dia. Foi divertido. Obrigada, Elsie.
As brigas entre Casey e Gaby não pararam de acontecer, é claro. Não era o que Elsie esperava e nem o que ninguém que soubesse o quanto Vaugh tinha entrado em uma fria com aquela relação tinha em mente. Porém a cada vacilo desses, Elsie surgia, consolando e sugerindo alguma compensação, alguma coisa que pudesse devolver momentaneamente o sorriso de Gaby.
— E não é como, sei lá, estivesse passando pano pro Casey, sabe? Eu só estou sendo uma pessoa decente enquanto ele não é — ela tentava se defender do julgamento de sua melhor amiga, mas ela foi taxativa.
— Não sei não. Algumas vezes parece que você é mais apaixonada pela Gaby que o próprio Casey, namorado dela. Seu irmão.
E só foi depois disso que Elsie começou a suspeitar que talvez não fosse um sentimento de empatia que a levasse a consolar Gaby.
Ela tinha certeza de que seria uma namorada melhor do que Casey jamais sonhou em ser. Ela sabia elogiar os talentos de Gaby, parava para ouvir o que ela tinha a dizer sobre os assuntos que lhe interessavam, sabia por nome e idade todos os pets que ela possuía desde os seus 8 anos. Reconhecia à distância os seus passos, conseguia evocar sua imagem a partir do cheiro do seu shampoo e conseguia dizer se era um dia bom ou ruim pela sua risada.
Elsie se transformou numa especialista sobre Gaby, sem que nem Gaby ou Casey fizessem a menor ideia.
— Eu só… queria agradecer — ela dizia, uma noite, os olhos brilhando na direção da garota Choi, ambas dividindo a mesma cama depois de mais uma vez Casey sumir na noite sem deixar pistas. — Por ser uma pessoa tão querida e tão compreensiva.
— Eu só… Eu acho que você merece, sabe, carinho e atenção — Elsie começou a dizer, sentindo as palmas suarem, o corpo pesando uma tonelada e cada músculo tenso pelo que estava tentando dizer. — Coisas que meu irmão não é a melhor pessoa pra entregar.
— Eu sei. No fundo, eu sei — Gaby admitiu, fechando os olhos e respirando fundo. — E eu só… Eu só queria ter certeza de que não estou sendo cruel ou jogando fora algo que poderia ser bom porque eu não dei uma chance. Porque eu não acreditei que ele poderia mudar.
Elsie não acreditava que ele poderia mudar.
Mas também achava que os sentimentos de Gaby por Casey também não iriam.
— Só queria que você soubesse que… pode sempre contar comigo — sussurrou, antes de virar para o lado na cama e fechar os olhos.
No fim do dia, ela realmente era uma das poucas com que Gaby poderia contar. Não poderia estragar isso.
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the9intheafternoon · 2 years
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Amiga escreve uma au com Jackson medalhista olímpico de natação (aprontando na vila olímpica) e eu digo se esperava ou não.
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: +18 (contém cenas com consumo de drogas lícitas e ilícitas e de sexo explícitas)
A coletiva de imprensa era algo necessário, mas extremamente entediante. Suas mãos estavam cruzadas em cima da mesa, o flash estourava em seu rosto, e não podia vacilar com as suas expressões faciais. Muito sério diria que estava odiando aquele momento, distraído, iriam criar teorias sobre o que estava fazendo fora das piscinas e criar um drama desnecessário sobre a sua conduta. E sorridente demais lhe faria parecer bobo, o que definitivamente não lhe cabia muito bem. Preferia o ar de mistério que lhe cercava, para o bem e para o mal.
De modo solene, balançava a cabeça a cada resposta que seu técnico realizava, esboçando breves e sutis sorrisos a cada vez que era mencionado. Não que estivesse realmente lisonjeado ou tocado pelo discurso que era realizado em sua mente. Seu corpo estava pedindo por algumas horas deitado em uma cama confortável, descansando apropriadamente.
— Mas nós não conseguiríamos a medalha sem o nosso campeão aqui — disse o técnico, botando a mão no ombro de Jackson e o balançando com força, o fazendo rir sem jeito.
— Tudo se trata de um esforço coletivo, ninguém é melhor do que ninguém no time. E uma vitória é composta de diversos fatores, o principal deles é disciplina, e isso todos nós temos — alegou, de forma serena, enquanto se inclinava para a frente, tomando um breve espaço no microfone.
Mais um flash explodiu, enchendo sua retina com o excesso de brilho, lhe dando a brecha para abaixar a cabeça e apertar os olhos, escondendo um sorrisinho por pensar que não estava ali para dizer a verdade, mas o que gostariam que ele dissesse.
A verdade tinha o gosto amargo da bebida que era escondida dentro de suas squeezes, levada de mão em mão dentro da vila olímpica. E embora a regra seja não ter nenhuma bebida ou atividades “recreativas” entre os atletas, todos faziam vista grossa quando um dos melhores dos melhores resolvia comemorar os seus feitos durante o evento. A verdade, então, tinha a fumaça inebriante dos cigarros que eram fumados em banheiros ou latas, com as janelas escancaradas para que ventilasse, depois de horas com as portas interditadas com toalhas empurradas nas frestas. Mas isso jamais chegaria à superfície tocada pela imprensa.
— O que nós temos é um grupo coeso, unido, que sabe lidar com as adversidades quando elas aparecem da forma mais limpa e prática possível, é por isso que funcionam tão bem juntos. — O técnico continuava falando, porém outras imagens passavam pela sua mente.
O companheirismo era notável entre os rapazes do revezamento na piscina, o apoio surgindo das formas mais diversas. Como o momento em que se juntou a BamBam e os dois resolveram testar as camas supostamente frágeis demais do alojamento, batendo na porta de duas atletas do nado sincronizado da Rússia. Lembrava bem de como entraram em uma espécie de competição de quem arrancava mais suspiros e gemidos; enquanto apertava o pescoço da garota em seu colo, estocando com força e lhe perguntando se ela gostava daquele jeito, BamBam castigava a pele pálida da bunda de outra atleta na cama do lado, deixando a pele avermelhada a cada vez que desferia a palma sobre o volume.
— Sincronia é importante — deixou escapar, abrindo mais um pequeno sorriso sutil, antes de se recostar na cadeira, deixando que o técnico continuasse fazendo o trabalho mais pesado, comentando sobre a rotina de treinos de seus encarregados.
Os treinos eram cansativos, intensos; era a droga das Olimpíadas, a tensão pairava o tempo todo. Precisavam descarregar isso de alguma forma. O rumor de que a maioria dos nadadores viviam em uma eterna lombra talvez não fosse assim um rumor apenas, mas tinham outras formas de se desestressar.
A água batia sobre sua cabeça, os olhos fechados, a mão apertando os fios avermelhados da garota ajoelhada à sua frente. Ela parecia querer lhe engolir, permitindo que seu pau adentrasse sua boca de modo tão profundo que não tinha escapatória a não ser deixar que ela fizesse o que parecia saber melhor. Era apenas mais uma das pessoas designadas a assessorá-los, indicando para onde deveriam ir dentro do enorme espaço; uma staff com quem trocou um olhar a mais durante o dia da apresentação das delegações. Agora ambos estavam se molhando no vestiário, em um momento improvisado e que não poderia ser desperdiçado. Não tinha sequer perguntado qual o seu nome; naquele momento, seria uma questão totalmente fora do interesse de ambos. A sua língua circundava da base à glande e era tão quente e macia que não tinha como não tombar sua cabeça para trás e arfar, consciente de que ser pegos custaria muito, principalmente para ela. Mas estava tão próximo de explodir em sua boca.
— O que foi isso? — Ela chegou a perguntar, ao ouvir os sons de passos que se aproximavam.
— Nada, não é nada — lhe garantiu, em um tom angustiado, a dirigindo novamente em direção a sua ereção, clamando por atenção.
Riu sozinho durante a coletiva, fingindo ser do que o técnico falava e não da lembrança da bagunça que fez com a moça da organização.
— E sabemos que não foi dessa vez que completamos o pódio, do ouro ao bronze, mas nossos garotos são empenhados. — O olhar do mais velho recaiu mais uma vez sobre Wang, que fingiu humildade balançando a cabeça em sinal positivo.
— Estamos sempre ouvindo as indicações de quem melhor entende do assunto para aperfeiçoar nosso desempenho — garantiu, antes de se reclinar mais uma vez.
O técnico os deixou para trás durante a comemoração da medalha de ouro no revezamento 4 x 200 metros, um pino em mãos. Todos sabiam o que o velho iria fazer, e ninguém jamais iria lhe criticar. Se havia uma hora de extravasar, era aquela.
No meio das congratulações, das garrafas de cerveja sendo batidas e de cigarros sendo acendidos, Jackson se dirigiu a auxiliar do técnico, a convidando para passar em seu quarto, porque tinha uma coisa que gostaria de lhe contar.
Minutos depois, tinha lhe arrancado as roupas, ficando entre suas pernas. Sua língua percorria a virilha feminina como se a desenhasse, as grandes mãos ocupadas demais em apalpar e massagear os seios da mulher. Enquanto ela ondulava o quadril para cima, pedindo por mais, tinha o mesmo sorriso satisfeito de quem sabia o que estava fazendo, mergulhado nas suas curvas, mergulhado em uma piscina lotada de cloro e arraias.
— Se em quatro anos pretendo competir novamente? — Rebateu a pergunta, com uma risadinha, antes de encolher os ombros. — Definitivamente estarei me preparando para viver tudo mais uma vez, com mais afinco e maior foco.
E seu sorriso confiante espelhava mais de uma promessa implícita. Mais flashes recaíram sobre ele, o garoto dourado, o campeão das águas. O sucesso daquelas Olimpíadas.
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the9intheafternoon · 2 years
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NOTAS INICIAIS:
Então, essa é dedicada a pessoa que acompanha meus surtos aleatoriamente e sempre diz que é tudo muito elegante e com conceito. Depois de muitos anos lendo cada baixaria produzida pela minha mente saída diretamente de um lixão – sabemos que sim, mana, e todo um RPG é testemunha desses momentos que gostaria de fingir que não fui eu quem escreveu –, esse é o momento de escrever algo sutil, na minha época do ano favorita, mesmo sabendo que não é a sua.
Sete anos após os nossos caminhos se cruzarem, eu posso dizer que tenho orgulho da mulher que você se tornou. É realmente ver uma criança crescer e me sinto bem tia velha emocionada nesse momento. Obrigada por estar por perto e trocarmos experiências/traumas por todo esse tempo. Que jornada!
Então, Vicka, feliz Natal. Obrigada por me fazer pensar fora da caixa e pesquisar sobre assuntos diversos por pura inspiração. Obrigada por me introduzir ao kpop quando ninguém mais tentou – até porque ninguém panfleta MV como a senhora. E obrigada por me inspirar, também. Desejo as coisas mais felizes e que 2022 seja o seu ano. Estou torcendo por você, kiddo.
Lots of love and Merry Christmas, Lay.
***
Os senhores Sohn e os senhores Laferty tinham comércios distintos e frente a frente um com o outro. Enquanto os Sohn ficavam a frente de uma deli, os Laferty cuidavam de uma pet. Estavam mais do que acostumados a presença um do outro no passar dos anos, sempre acenando para o outro lado da rua toda vez que se encontravam. Era uma coisa que já era parte do cenário porta a fora.
Então, quando seus filhos nasceram em anos próximos, parecia apenas uma continuação de uma natureza que existia acima de qualquer uma das duas famílias. Era um fluxo normal.
Eric era alguns meses mais velho do que Victoire, mas sempre que estavam juntos, parecia que a garota era mais velha do que ele, sendo muito mais determinada e com um instinto de liderança invejável. As aventuras eram criadas por ela e levava Eric pela mão, e ele não discordava. Antes era por causa de seu temperamento, gostando de se envolver em situações inusitadas, o doce sabor da descoberta.
Entretanto, com o passar dos anos, algumas coisas mudaram.
Eric podia dizer como era o humor de Victoire pela forma como ela franzia o cenho. E Victoire conseguia adivinhar o almoço de Eric pela descrição que ele faria de sua manhã. Uma conexão trabalhada em detalhes, que começou a transbordar quando a adolescência chegou. O coração de Victoire batendo mais forte e as mãos de Eric suando davam sinais sobre qual caminho aquela história iria tomar.
— Prometa uma coisa para mim, Victoire — um dia Eric pediu, enquanto estavam sentados em cima do balcão da deli, dividindo um pacote de jujubas. — Que você nunca irá em uma aventura sem me chamar.
— Eu jamais faria isso! — A garota protestou, jogando uma jujuba em sua boca.
E ele acreditou nessas palavras, porque Victoire jamais mentiria para ele.
Dois meses depois, Eric bateu na porta dos Laferty para saber porque Victoire não tinha ido até a aula naquele dia. Os Sr. e Sra. Laferty, então, o informaram que ela tinha partido para estudar em um colégio interno. Sem qualquer aviso prévio ou despedida.
Ele decidiu naquele momento que a odiava e guardou no fundo do peito cada palpitar de seu coração e todas as memórias de sua conexão desde o berço.
***
A previsão do tempo dizia que uma nevasca estava por vir. Isso jamais impediu a deli de abrir em todos os anos de funcionamento naquele endereço. De folga da faculdade devido aos feriados do final de ano, Eric se predispôs a ser o responsável por cuidar do estabelecimento naquela véspera de Natal. Sabendo como a cidade costumava esvaziar, ficou atrás daquele balcão com a certeza de que poderia ficar lendo e escutando música em paz porque não iria ser interrompido tantas vezes. Talvez por um ocasional cliente querendo comprar algum ingrediente de última hora para a sua festa familiar, mas nada que lhe obrigasse a sair do lugar.
Estava com seus vinte anos, os cabelos caindo sobre os seus olhos, pedindo para serem cortados. Fisicamente, não era mais um menininho que ficou de coração partido. Mas por dentro… Tinha uma extrema dificuldade em confiar em outras pessoas, principalmente que elas não fossem partir abruptamente e sem deixar nenhuma palavra de conforto. Victoire Laferty criou um triplex em sua mente depois de simplesmente desaparecer na calada da noite.
Tomava distraidamente um suco de caixinha quando escutou o som da campainha, denunciando a chegada de um novo cliente. Estava focado em sua leitura no kindle e não se deu ao trabalho de checar o que o estranho queria, ainda mais quando viu seus pés irem diretamente para o corredor de temperos prontos. Obviamente mais uma pessoa que teve o infortúnio de não ter calculado o que precisava a tempo. Viu os pés femininos, enfiados em botas de neve, andando de um lado para o outro, provavelmente coletando tudo o que precisava e abraçando as compras, apertando os pacotes contra o seu corpo. Somente quando a pessoa se dirigiu ao balcão foi quando ergueu a cabeça, dando de encontro com os olhos que jamais conseguiria esquecer.
Victoire agora tinha os cabelos cortados na altura dos ombros, repicados, e uma franjinha desfiada. Seus olhos eram contornados por maquiagem e ela parecia ainda mais decidida do que da última vez que ele a viu; poderia colocar a culpa dessa impressão na forma como sua postura era de cabeça erguida, o tempo todo. Ele a encarou como quem via um fantasma e ela o observou como se estivesse o vendo retornar diretamente do vale dos mortos.
Limpando a garganta, ele disse:
— São 21 dólares e 70 centavos — porque não achava que tinha qualquer coisa para dizer a ela.
— Eric, eu não sabia que estava aqui — a voz dela ainda era a mesma, apenas mais moderada, como se ela tivesse aprendido a não parecer tão desafiadora o tempo todo.
— Bem, estou, apenas por essa noite. Vai querer embalagem ou vai usar uma retornável? — Questionou, esticando sua mão na direção das sacolas de papel.
— Não, espera. Como você está? Como tem passado? Eu não tenho notícias de você há tanto tempo…
— Bem, não é como se isso fosse relevante para você — comentou, sentindo os traços de amargura virem à tona em sua voz.
Do lado de fora, o vento carregava flocos de neve pesados, grudando contra as janelas e criando montinhos que tampavam a visão do vidro ali instalado.
— Não. Espera. Isso não está certo. Foi você quem sumiu e parou de falar comigo — ela afirmou, espalmando as mãos no balcão. — Como diabos você quer agir assim como se eu fosse a culpada?
A risada de Eric foi seca e incrédula, sem conseguir acreditar em como aquela garota poderia dissimular assim mesmo tantos anos depois. Como se ela não tivesse o deixado para trás.
— Você não é culpada? Ahn, okay, eu não sei se você se lembra, mas eu e você éramos melhores amigos, antes de você mudar de escola.
— Sim, e foi quando você decidiu parar de falar comigo, como se eu fosse descartável — Victoire pontuou, agitando as mãos no ar. Ele se lembrava bem de como ela falava com seu corpo inteiro quando se sentia atacada.
Como se ela tivesse direito a isso…
— Você não deixou nenhuma justificativa para trás, só foi embora! — Sua irritação parecia se espelhar no clima do lado de fora, a tempestade de neve ficando cada vez pior, podendo sentir como o ambiente escurecia lá dentro, mesmo que isso não lhe fosse importante naquele momento.
— Isso só pode ser uma brincadeira… — ela suspirou, negando com a cabeça. — Quer saber, eu não preciso ficar aqui ouvindo acusações sobre o que aconteceu quatro anos atrás.
— Ah, claro, porque uma resposta depois de quatro anos seria pedir demais de uma fugitiva e falsa amiga — ele a provocou, mas antes que ela falasse alguma coisa, enfiou suas compras em uma sacola de papel, amarrando o topo com dobraduras e então empurrando em sua direção. Seu olhar a encarava diretamente, sem nem mesmo piscar. — Vinte e um dólares e setenta centavos, por favor.
Sem tirar os olhos de Eric, ela puxou o dinheiro do bolso de trás do jeans e o despejou em cima do balcão. Nem mesmo contou as cédulas, apenas as dobrou e colocou na gaveta do caixa. Mantendo os olhos em Eric, Victoire também evitou pedir por seu troco, se negando a perder quem primeiro piscaria naquele confronto. Seus dedos se fecharam sobre o saco com as compras, girando nos calcanhares em seguida e pronta para partir, quando percebeu que a neve havia coberto boa parte da porta da deli.
— Oh, merda — os dois pronunciaram, percebendo que era tarde demais e a nevasca havia chegado. E agora eram obrigados a ficar ali até que a neve se estabilizasse.
***
Jogados em espaços diferentes da deli, soprando ar quente em suas mãos e com medo de congelarem, os dois jovens evitavam olhar nos olhos um dos outros, ou sequer respirar o mesmo ar. Porém o frio é traiçoeiro, ainda mais quando ele tende a castigar uma dupla que não consegue nem mesmo manter uma linha de raciocínio sem querer gritar um com o outro. Eric mordia o próprio lábio inferior, evitando dizer qualquer coisa, mas algo dentro dele borbulhava para apontar a traição dos seus 16 anos, mesmo que fosse uma coisa tão pequena depois de tanto tempo.
Podia ver o corpo de Victoire tremendo devido ao vento gélido que se instalava por debaixo das frestas. Era abençoado com um aquecedor bem perto dele, evitando que congelasse até a alma. Fechou os olhos e respirou fundo, sabendo que se arrependeria seriamente do que iria propor.
— Vem cá. Vai virar um picolé desse jeito — a chamou, agitando a mão para que viesse até perto dele.
— Prefiro brincar de Capitão América, obrigada — teimou, ao que ele rolou os olhos.
— Sua teimosia nunca mudou, pelo menos.
— Seu modo direto também não. Ou diria inconveniente? — Ela abriu um sorriso para ele, e sabia que era o mais puro sarcasmo.
— Ainda somos o terror da vizinhança, que coisa bonita! — Exclamou, jogando as mãos para o ar, como se estivesse realmente impressionado.
Ela se aproximou. Fosse pelo frio ou pela necessidade de continuar a discussão mais de perto; se fosse perguntar a Eric, ele afirmaria que com certeza foi a segunda opção. Victoire jamais iria perder a chance de tentar ganhar um argumento, mesmo usando de bases furadas e meios tortos.
— Sabe o que é mesmo bonito? Ter a consciência tranquila — alegou, apontando para o próprio peito. — Pelo menos eu nunca deixei ninguém na mão.
Eric não conseguiu mais se conter, saindo de trás do balcão e parando em frente a garota, as mãos na cintura, o sorriso incrédulo em seus lábios.
— Um dia eu cheguei da escola, bati na porta dos seus pais e eles foram as pessoas que me informaram que você simplesmente tinha ido embora. Então, me diga, como é não deixar ninguém na mão se seu suposto melhor amigo é ignorado tão veemente assim?
Queria que as palavras tivessem saído sem um leve tremular de sua voz, mas aquele era um assunto extremamente delicado para ele, nunca jamais debatido com ninguém.
Victoire, entretanto, ficou de boca aberta.
— Mas eu bati na sua porta — ela disse, incrédula.
— Não, você não bateu — Eric rebateu, vendo estranhamente o cenho de Victoire se franzindo, exatamente como sempre ficava quatro anos atrás.
— Bati. Mas seus pais disseram que era tarde demais e você tinha dormido na casa de outro amigo — ela rebateu, antes de inclinar a cabeça para o lado. — Você… Eles nunca te falaram que eu te procurei?
Aquela informação era completamente nova para Eric, que se apoiou no balcão e abriu e fechou sua boca várias vezes.
— Minha mãe disse que tinha alguma coisa para me dizer, mas não lembrava… Isso eu lembro bem — o garoto Sohn murmurava, ficando vermelho a cada segundo, sentindo o calor tomar seu rosto e seu pescoço. — Ela… esqueceu de você?
— Acho que sim? Quero dizer, ela só me deu o aviso e… Bem, não tive muitas oportunidades de vir aqui novamente.
— E por que você foi embora tão rápido?
— Eu tinha 16 anos! Meus pais brigaram e decidiram se separar por um tempo e ninguém queria que eu ficasse no meio de uma briga conjugal — ela explicava com a voz ficando mais aguda, movendo as mãos rapidamente, como se quisesse que elas ajudassem tudo a sair mais rápido. — Quando você tem 16 anos apenas engole as ordens dos seus pais e segue em frente — houve um silêncio abrupto entre os dois, como se toda a informação se assentasse, depois de tanto tempo sem respostas. Victoire mordeu o seu lábio inferior e riu baixo. — Sabe o que é mais engraçado disso? Essa informação perdida me custou noites em claro, me perguntando se você me odiava agora que não nos víamos todos os dias — ela acrescentou, piscando algumas vezes e então olhando para o lado de fora, disfarçando a expressão sentida.
— Eu pensei o tempo todo que você quebrou a nossa promessa porque tinha cansado de mim. Que queria viver suas experiências sozinha — ele explicou, olhando para os seus próprios pés, constrangido por ter pulado para aquela conclusão tão rapidamente.
— Pais… Estragando tudo desde sempre, não é mesmo? — Ela brincou, mas era possível sentir a mágoa que agora era direcionada a outra pessoa.
Mais um momento de quietude se espalhou entre os dois. Esse muito menos agressivo e mais necessário para que as informações surtissem efeito em suas mentes.
— Você foi meu primeiro coração partido — Eric admitiu, olhando finalmente no rosto da garota.
Ela abriu um sorriso doloroso, a própria visão do agridoce.
— Você também foi a primeira decepção amorosa — ela confessou, olhando para ele longamente. — Por que você nunca me falou nada?
— Porque eu tinha 16 anos e não conseguia me expressar verbalmente sem sentir que iria explodir? — Ele se justificou, com uma risadinha nervosa e triste pontuando sua fala. — Por que você nunca falou nada, também?
Ela encolheu os ombros, balançando a cabeça, incrédula com o rumo daquilo.
— Porque achava que estava sendo clara o suficiente o levando para todos os meus cantos favoritos e sendo o tempo todo a única pessoa no mundo que eu escolheria pra estar comigo, para o que desse e viesse — esclareceu, batendo as mãos contra o quadril como se não tivesse mais nada a fazer com elas, e nem mesmo soubesse onde enfiá-las.
Uma risada se apossou da garganta de Eric, enquanto ele escondia o rosto entre as mãos.
— Inacreditável. Simplesmente inacreditável — ele dizia, a voz abafada. — O tempo todo… Você…
— É, o tempo todo — ela confirmou, com uma risadinha nervosa. Lentamente, Victoire removeu as mãos do rosto de Eric, encarando seus olhos com a intensidade de sempre. — Queria que tivesse sido diferente. E que ao invés do meu primeiro coração partido, você tivesse sido meu primeiro beijo.
Falando em corações, o de Eric acabou por dar um salto perigoso depois dessa afirmativa.
— Eu queria que você tivesse sido a primeira garota para quem me declarei na vida — ele afirmou, dando um perigoso passo em sua direção. As palmas de suas mãos suavam, como se fosse novamente um adolescente tomando decisões precipitadas.
— Você se declarou alguma vez para uma garota aqui, com uma nevasca caindo lá fora? — Victoire o perguntou, a sobrancelha arqueada como se o desafiasse.
— Eu jamais fiz isso na vida — ele respondeu, sorrindo, sabendo onde ela queria chegar com aquilo.
— Então eu ainda sou a primeira, em algum ponto — ela completou, abrindo um sorriso esperto em sua direção.
— Você pode ainda ser a primeira em outro ponto — decidiu arriscar, tomando mais um passo à frente. Seus corpos estavam a uma distância mínima àquela altura.
— É mesmo? Qual? — Aquela forma de falar, como se estivesse o desafiando… Era como voltar para casa depois de vagar por muito tempo perdido.
— Nunca beijei ninguém em uma nevasca, aqui na deli — afirmou, antes de corajosamente passar as mãos na cintura da garota.
E como ela não ofereceu nenhuma resistência, e seu rosto se inclinou na direção do seu, ele soube que o próximo e único passo possível envolvia tocar os seus lábios com os seus. Era uma sensação suave, lenta e cuidadosa, explorando o terreno, como se estivesse estudando se aquilo era mesmo algo viável. As mãos de Victoire em seu cabelo, o puxando para mais perto de si, o informaram que era aquilo mesmo e que não haviam erros ou enganos. Ele a puxou ainda mais para perto, com determinação, enquanto o beijo tomava proporções épicas, a despeito do clima lá fora.
***
Demorou mais algumas horas para que o serviço de limpeza das ruas atuasse e finalmente liberassem Eric e Victoire de sua prisão na deli. Ele fechou a loja assim que alcançaram a calçada, dando por encerrado o expediente. Ele enfiou as mãos dentro do seu casaco, a observando, sem saber o que seria dali para frente. Porém, ainda bem, Victoire sempre estava no comando.
— Um encontro. Eu e você. Amanhã — ela determinou, agarrada às suas compras, o olhando com um sorrisinho que poderia ser chamado convencido no rosto. — Temos muito o que conversar.
— Só preciso de um horário e um local e estarei lá — Eric se adiantou em responder, ao passo que ela riu em sua direção.
— É bom mesmo que esteja, nada de dar o troco, Sohn — o provocou, antes de soltar um breve suspiro. — Te vejo amanhã, Eric. Feliz Natal.
— Até amanhã, Victoire — se despediu, sorrindo já saudoso de sua presença. — E feliz Natal, para você e sua família.
Acenaram um para o outro, antes de cada um seguir o caminho para sua casa.
Eric não era realmente a pessoa mais esperançosa, não depois de sua adolescência. Mas algo lhe dizia que tinha um bom pressentimento quanto àquilo. Quatro anos em atraso, mas e daí? Obrigado frio, gelo e um feriado de final de ano por promover aquele reencontro.
Essa fanfic é uma obra de the9intheafternoon/notaqueenakhaleesi e também está disponível em Inkspired.
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