Tumgik
theaneves · 1 year
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Sim, eu cheguei e não reparei nas suas cicatrizes. Me encontrava muito flutuante de felicidade por estar diante de você de novo. Guardo teu olhar atento ao ouvir minhas histórias e o som da tua risada durante toda nossa conversa. Sua presença gentil, leve, sensível e, eu - enquanto deslumbrava todos esses detalhes - sentia borboletas valseando no meu estômago.
Foi natural conversarmos sobre a vida e sobre os relacionamentos que já tivemos. Eu lembro de levar as minhas mãos ao peito numa tentativa de abraçar meu coração por ter ouvido você. O pouco que ouvi, senti muito. Ainda sinto. E sem que eu pudesse controlar os meus pensamentos, esse episódio se repete na minha cabeça.
Era certo de que eu passaria os dias vivendo o presente sem a intenção de compreender as profundas e doloridas camadas do passado. Me vi num cenário novo, onde eu teria que tatear com muito cuidado toda aquela superfície.
Sozinha em meu silêncio, por diversas vezes, me imaginava caminhando por um labirinto imenso onde cada curva que eu fizesse, ia de encontro a um questionamento. Caminhava cinco passos nesse labirinto e “Como foi receber a notícia?”. Curvo à direita, mais 6 passos à frente “Quem foi abraçá-lo primeiro?”. Corro 10 passos já com o coração acelerado, “Qual foi a última mensagem enviada?” (olhos já marejados pra escrever, *respira*). O labirinto tinha um fim, e sei que lá te encontraria, aberto e disposto a dizer o que quer que fosse. Mas eu paralisei no meio do caminho de tanto medo.
Pouco tempo depois, ainda me perguntava se silenciar meus pensamentos iria aliviar minha comoção. Quando dei por mim, estava assistindo aos vídeos que vocês faziam juntos. Notei meu rosto sorrindo e formigando ao mesmo tempo. Não soube definir aquele turbilhão de sentimentos dentro de mim. Eu vi doçura.. Amor verdadeiro entre duas pessoas muito jovens, mas que eram maduros o suficiente para entender o que sentiam. Vi uma aura carregada de sensibilidade e inspiração, um pelo outro.
Fechei os vídeos, os olhos e caí em lágrimas. Pude compreender a devoção que você carrega por aquele amor. A marca que isso deixa na alma é eterna.
Diante de toda aquela informação, eu, com o intuito de me proteger, evitei acessá-la por diversas vezes. Me vejo num lugar sensível, e os pensamentos ainda permeiam aqui sem o meu controle. Sinto tanto, mas tanto, que é como se a conhecesse também.
Revisitei aquele labirinto em silêncio e, como se não bastasse os caminhos que já existiam lá, outros novos surgiram e foram crescendo como raízes expostas em mim: “Por que eu? Por que agora? Será que eu e ela tínhamos algo em comum? Eu estou apaixonada e já o amo muito. Devo pedir licença a ela para entrar? Entrego meu coração e meu amor por inteiro, mas e ele? Será que está inteiro?”
Soube dos bilhetes camuflados, da mensagem num livro, da louça do Mickey, e de alguns possíveis planos para o futuro. Lembro da sua reação silenciosa quando falei que a música Mensagem de Amor era linda - que inocentemente adicionei na playlist que te dei. Lembro também como você ficava reativo quando falávamos sobre a lua, como se a própria já te pertencesse. Tudo isso sem que eu pudesse imaginar as marcas que aquilo tudo poderia causar. Eu sinto muito pela minha inocência.
Os dias me fizeram compreender melhor minhas emoções. Eu anseio, - assim como você - por viver o novo de novo, mesmo que algum “novo” pra mim já não seja mais tão novo pra você. Que a gente possa nos permitir sentir e nos expressar verdadeiramente, despidos de qualquer controle. Até porque, convenhamos, a sabedoria do Universo vem trabalhando a nosso favor para evoluirmos e sermos felizes.
O labirinto? Ele ainda existe. Tá aqui, dentro da minha cabeça. O caminho ainda está um pouco escuro, mas eu insisto. Sei que vou chegar até o outro lado e te encontrar. Estarei disposta e, quem sabe, até um pouco mais forte. Daremos lugar onde iremos carregar respeitosamente os amores do passado em nossa pele, mas que sejamos também igualmente respeitosos e amorosos, com a maravilhosa dádiva de nos permitir sentir o amor de novo no momento presente. O universo é perfeito, acredite. Nós iremos te amar pra sempre.
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theaneves · 2 years
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A cura
Em um passo por vez, vou libertando meus medos de mim mesma. Quero sentir a mesma leveza de um fim de tarde na casa da minha mãe enquanto olho os tsurus balançarem na janela. As tintas ali guardadas gritam pelo meu nome. Me acalmo num suspiro, estamos muito perto do reencontro.
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theaneves · 2 years
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Tumblr media
Peach blossom, lotus flower, and ranunculus commish
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theaneves · 2 years
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Ele é de março e eu também. Fazemos com que nossos contrastes sejam um mergulho solar sob a água que acalma. Sou de fogo, mas é ele que me acende. Se posso também ser água, correremos entrelaçados de encontro à foz, que é só nossa. Desvendar esse peixe emerge a beleza de me arriscar e me reconhecer. Somos elementos opostos, fagulhas e chuva, que transbordam o amor que só as almas antigas sentem ao se verem.
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theaneves · 2 years
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Ele resgata a sensibilidade que aqui sempre existiu, mas que se encontrava congelada. É como se dentro de uma caixa transparente desse para ver de fora todas as nossas inspirações ali guardadas, mas que estavam envolvidas por uma grossa casca de gelo ao seu redor. Cada passo que damos de encontro ao outro, mais essa crosta sutilmente se descongela, e vai revelando aos poucos nosso interior. O que nos dá cada vez mais a liberdade para sermos reais para si, e para o que quer que seja que toque nossas vidas. Vida esta que já não é a mais mesma de duas horas atrás. Nossa faísca, acesa - que ilumina e aquece nossa estrada - segue de mãos dadas. Tô pronta, trago amor, música e flores na bagagem. O mundo já é nosso.
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theaneves · 2 years
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Eu que sempre coloco uma música pra tocar pela manhã, hoje escolhi ouvir o barulho da chuva que caía lá fora. A gente parece que tem alguma coisa com água, né? Tive essa confirmação enquanto te beijava naquele banho quentinho a meia luz. Tudo se preenche e me parece tão certo sentir sua pele. Deixa eu ficar aqui? Acho que encontrei um lar dentro de um mergulho em você.
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theaneves · 2 years
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a sensação de pertencimento segue sendo sutil, enquanto o universo dele gradativamente se funde ao meu. tento o tempo todo encontrar explicações, e amor é o que bem define cada gesto genuíno de troca. como é divino sentir verdadeiramente o "sentir". sou impactada constantemente pela leveza que ele conduz tudo ao seu redor. aprendo, me inspiro e agradeço. existe uma generosidade imensurável do universo aqui presente, consegue ver?
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theaneves · 2 years
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não que eu fosse totalmente triste antes, mas o que mexia com meus pensamentos era ouvir certas canções de sonoridade mais baixas, era ali que me encontrava. a chegada dele me revirou. me espanto por compreender o que uma música romântica diz, pois de repente todas são sobre nós.
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theaneves · 2 years
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no silêncio existe um turbilhão de poesias que consigo ler quando vejo aqueles olhos (e que olhos!). o brilho que reluz é hipnotizante. o balanço dos tons de verde e uma sutil pincelada terracota, me acertam como um som suave que só eu vejo. sinto que é um convite pra entrar.
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theaneves · 2 years
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fascinante mesmo, é estar presente de corpo e alma numa surpresa repentina. talvez ele não acredite totalmente, mas quando digo que o que eu venho sentindo é inédito, é mais do que real.
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theaneves · 2 years
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eu não vou me esquecer da magia do primeiro dia. em poucas horas de conversa me vi inteira. a troca foi genuína e poucas vezes na vida senti tanta certeza em estar ali. inexplicavelmente uma presença familiar. não senti medo, nem dúvidas, nem por um segundo.
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theaneves · 2 years
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se me apaixonei, não foi só por sermos tão parecidos, mas por ter conseguido ver e sentir as verdades mais profundas que aquele olhar me transmitia.
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theaneves · 2 years
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Oi. Sou eu, Thea. Lembra de mim? Desculpa o atraso, fiquei um tempo desligada da minha realidade e não consegui mais entrar em contato. Estava vivendo das memórias e tentativas de me recuperar. Acho que você lembra de algumas, afinal, eram tantas que eu contava aqui, né? Algumas delas foram sanadas, acredita? Pois é, nem eu. Fui resgatada numa velocidade de 0 a 100.
Foi uma loucura parar de criar, você lembra das minhas angústias? Nossa, eu lembro delas até hoje. Várias ainda estão na lista para encontrar uma cura. Mas estou no caminho, e em progresso. Acho que não cheguei a te contar, eu saí da casa da minha mãe e hoje moro sozinha com meu gato, o Elliot. Nesse exato momento, estamos sentados aqui na mesa da sala ouvindo Jazz enquanto te escrevo (me sinto tão adulta ouvindo jazz). Só faltou o vinho, mas acabou. Tomei toda a garrafa do ano novo que o Rafael trouxe. Aliás, memorize este nome “Rafael”. – sendo clara e direta, é o homem responsável pelo meu resgate.
Se lembra de quando eu escondia naquele baú as memórias boas de uma época? As memórias boas de como eu era? Hoje já consigo acessá-las, sinto-as chegando calma e leve. Digo com tranquilidade, que isso só está sendo possível porque ele chegou. Que engraçado, só de mencionar ele aqui, e minha sala ficou toda dourada com a luz que vem de fora, talvez seja isso o que ele representa: luz.
Ah, que bom que já percebeu os efeitos do meu retorno. Quero te preencher de novas memórias. Estou feliz, e retornando com paciência e amor. Não quero fazer promessas, mas espero não demorar para te trazer novos escritos, você me ajudou tanto a armazenar aquelas dores. Tudo aqui dentro se transformou, porque sinto que estou preenchida com aquela luz. Mais uma vez, desculpa o atraso. Já me encontro reconectada a minha realidade. O cotidiano tem sido mágico, eu vou voltar. Até.
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