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thefeelyns · 12 days ago
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thefeelyns · 12 days ago
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Esta será a última vez que escrevo sobre você. É curioso como uma decisão pode parecer tão pequena e ainda assim pesar tanto no peito, como se eu estivesse arrancando uma parte de mim com as próprias mãos. Mas precisei. Porque escrever tem sido tortura, e se eu continuar rebobinando os nossos momentos com todos aqueles risos, palavras que pareciam eternas, e os silêncios compartilhados, temo que nem o tempo, nem os remédios, nem o amor de outro alguém, possam me curar de você. E o que era belo em você, um dia se queimará na minha lembrança, como uma fotografia esquecida ao sol.
Preciso aprender a conviver com a sua ausência, a carregar a saudade como se fosse um casaco velho que não me aquece, mas também não posso tirar. Preciso fingir que a dúvida não me visita todas as noites, que não me persegue como um cão faminto. E, com alguma coragem emprestada, vou dar um passo de cada vez. A verdade é que eu não sei o que aconteceu entre nós, não sei em que curva deixamos de nos reconhecer, mas mesmo sem as respostas quero te pedir perdão. E aqui, nesta mesma linha onde me curvo para te pedir desculpas, decido me perdoar também.
Espero, de verdade, que você se cure da imagem de quem amou e que não caminha mais ao seu lado, assim como agora começo, com mãos trêmulas, a tentar me curar de você. De alguém que eu amei e que não está mais em meus caminhos. Estou chegando ao fim do labirinto e entre os muros frios que atravessamos separados, eu te desejo paz como o meu último gesto.
Eu te desejo paz.
Segunda-feira dia 21 de Julho de 2025.
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thefeelyns · 16 days ago
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Ainda me afogo nos flashbacks do dia em que levaram meu teto embora. O chão desapareceu sob os meus como um tapete arrancado por mãos invisíveis. As quatro paredes que um dia chamei de casa ruíram diante, restando entulho, pó, e as frestas por onde a memória insiste em escapar.
Ninguém me disse que morar entre destroços é viver com a pele sempre aberta. Cada estilhaço, uma lembrança sua. Um caco enterrado sob a pele, sangrando sem fim. A dor é aguda, precisa, e vem da mesma adaga que empunho todos os dias contra meu próprio peito. Sempre o mesmo ponto, bem no centro. Como se arrancando o coração com as mãos nuas, eu finalmente libertasse você de mim.
Acho que estou mantendo o seu fantasma aprisionado. A imagem de alguém que talvez já tenha me esquecido há tempo demais. E ainda assim, o que me corrói hoje é imaginar que você se revira dentro de mim, inquieto e impaciente, tentando escapar. Talvez me odeie por ainda habitá-lo. Talvez sussurre em segredo pedindo para ser deixado em paz.
E é curioso pensar que eu também mereço a liberdade. Mas escolhi te manter em cárcere como a única coisa viva que ainda pulsa dentro deste corpo desértico. Há algo sacro na dor que você me deixou. Há algo de cruel, mas familiar. Eu só abriria a cela se você me pedisse.
Então, por favor, esta noite, peça.
Peça liberdade. E eu, com as mãos sujas de saudade, talvez finalmente te deixe ir.
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thefeelyns · 16 days ago
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Hoje você transbordou em mim. Mas não da maneira habitual, como aquela infiltração fria e silenciosa pelas frestas da memória. Hoje você veio como dilúvio íntimo, atravessando as trincheiras que construí com o tempo. Minhas barricadas já se habituaram ao fantasma existencial que você deixou no lugar exato onde deveria pulsar sua presença. E honestamente, eu preferia o vácuo.
A paz do nada.
O conforto do ausente.
Mas você quis mais. Não lhe bastava ser ausência, resolveu vazar. E foi a primeira vez que algo tão meu escapou pelos olhos. As lágrimas desceram como sangue lavado ou preces que o corpo não conseguiu segurar. E por um segundo breve, miserável e quase belo, houve leveza. Um alívio fantasmagórico nos ombros onde repousa o fardo da saudade. E este corpo, relicário condenado, apodrece em silêncio por carregar uma culpa que não sei nomear, que não sei se me pertence ou se herdei por existir.
Por favor, doa menos amanhã!
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thefeelyns · 17 days ago
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Queria estar escrevendo sobre você embriagada de vinho barato e demência lúcida. Talvez assim eu conseguisse negociar com a consciência como quem suborna um carcereiro cansado, a razão torta de me permitir mais uma recaída nesse altar onde jurei nunca mais dobrar os joelhos. A embriaguez seria o álibi, o véu conveniente para as reincidências. Mas não. Estou sóbria, absurdamente lúcida, no meu quarto imóvel, levando à boca uma lata morna de refrigerante como se fosse uma oferenda sem fé. O mundo está trancado por dentro, e a minha dor líquida, ácida, quase ritual, escorre pelos dedos até a tela, onde digito enquanto Tyrant sussurra no meu ouvido como um lamento de fundo.
Ninguém além destas paredes sabe do buraco que você cavou no meu peito. Um sumidouro. Uma ausência com dentes. Você partiu como um ladrão sem pressa, e eu sem aviso, fiquei com as prateleiras vazias da alma. A culpa é uma velha companheira que me visita todos os dias, e eu juro por Deus que tento justificar a minha autoflagelação com a lógica seca dos fatos: você escolheu ir. Eu apenas escolhi ficar sangrando.
Mas será? Será que eu te habito com a mesma violência com que você me assombra?
Hoje quase deixei seu nome escorregar pela boca. Quase perguntei o que foi dito, o que restou de mim em sua memória ruída. Mas o medo me tapou a boca. Um medo estranho e úmido de descobrir que errei. Que fui falha, e que toda a minha cruzada patética para ser perfeita nos gestos, palavras e afetos, fracassaram como tudo o que é demasiado humano.
Tenho falhado comigo há anos.
E agora já nem sei por onde começar o remendo. Ou se restou algo que ainda mereça ser consertado.
Hangman, answer me now: How did you get used to the haunting?
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thefeelyns · 18 days ago
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Queria que a vida obedecesse como um carro submisso a um GPS. Esse oráculo moderno que diante do erro, apenas suspira e recalcula impassível. Porém a minha mente é um novelo de fios embolados, fitas magnéticas girando em falso onde cada tentativa de reencontro com o eixo me leva ao mais profundo labirinto.
Meus sentimentos sussurram em línguas mortas; são sombras deslizando por paredes internas que ninguém vê. Não há mapa para o que me tornei, somente cacos de mim, dos dias, espalhados por dentro. As páginas que arranquei de mim mesma tremem no vento da memória e as canetas que sangram sobre o papel já não mais escrevem, apenas denunciam: estou vazando.
E se nesta noite escura em que o teto parece descer sobre mim como um útero de cimento um só desejo pudesse ser concedido, gostaria que alguém, qualquer um, me leve de volta para a casa.
Mesmo que eu já não saiba onde ela fica. Mesmo que talvez nunca tenha existido.
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thefeelyns · 1 month ago
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Fragmento escrito no dia 18 de Maio de 2025.
Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Afinal, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem beijos quentes ou pro amor mal resolvido sem soluções. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de bonito. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E pra seduzir somente o que me acrescenta. Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que as vezes me cansa. Por isso, não me venha com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, voracidade e falta de ar.
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thefeelyns · 1 month ago
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Fragmento escrito no dia 15 de Junho de 2025.
Durante o dia, eu usava meu rosto como uma máscara bem treinada: cumpria ordens, sorria para a rotina como quem cumprimenta um carcereiro. Mas ao cair da noite, quando as paredes da casa me reconheciam, algo em mim começava a apodrecer. Era uma erosão lenta, um colapso silencioso, como se minha alma escorresse pelos cantos do quarto.
A tristeza vinha como uma febre pensante — eu me via desdobrada em mil vozes, todas sussurrando dúvidas. Pensava em tudo e em nada, até que meu corpo parecia feito de papel velho e minhas mãos tremiam como galhos em um inverno eterno. Meu maxilar doía de tanto resistir, e às vezes parecia petrificado, como se o tempo tivesse decidido paralisar só a mim.
As lágrimas não vinham com alívio, vinham como sentença. Eu estava exausta, mas o sono era um país estrangeiro. Ficava ali, deitada, meio morta, meio acordada, com música nos ouvidos como anestesia barata, flutuando num vazio que só eu habitava — um mundo suspenso, sem gravidade, onde cada silêncio era um grito. Um mundo meu. Inteiramente meu. E, por isso, talvez, insuportável.
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thefeelyns · 1 month ago
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Rascunho perdido encontrado no dia 30 de Junho de 2025.
Fui forçada a concluir o que ele não teve coragem de encarar e agora carrego a culpa que ele próprio não soube sustentar. É como se eu tivesse esmurrado, sem piedade, o pequeno altar do ego frágil onde ele se ajoelha em silêncio. A criança trêmula que vive escondida dentro dele gritou. Porque não é fácil olhar para quem te mostra que briga começada por covardia termina em ruína.
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thefeelyns · 1 month ago
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Rascunho perdido encontrado hoje dia 30 de Junho de 2025:
Hoje retornei ao papel como quem volta a um lar desfeito. Entre rasgos e rabiscos tortos, o que escrevo não cura; apenas revela o caos em frases curtas, onde sentimentos que se recusam a ser nomeados se rebelam. Eles gritam como órfãos em um carrossel parado, presos entre o delírio e a vertigem, esperando a queda como se fosse salvação.
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thefeelyns · 1 month ago
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28/06/2025. O dia em que entendi o que é o amor, e descobri que sempre o tive dentro de mim.
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thefeelyns · 1 month ago
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Gosto dos dias banais, daqueles em que só existe o meu blusão largo de uma faculdade que nunca frequentei no Brooklyn, com uma calcinha folgada e esquecida que ainda guarda o cheiro do amaciante da última lavagem.
O cabelo preso de qualquer jeito, com fios escapando pelas têmporas como se quisessem liberdade antes mesmo do café. As unhas descascando o esmalte sem culpa. Hoje, o café da manhã será servido na taça: o vinho tinto respira ao meu lado como um cúmplice soberbo.
Gosto das minhas escolhas impulsivas, que nascem fora da agenda. Dos segredos que escapam entre um gole e outro. Das confissões que ninguém espera ouvir, mas são ditas como um sussurro.
Os livros estão abertos no chão, cheios de riscos, setas, frases sublinhadas com raiva ou paixão. São mapas de mim, espalhados pela casa.
E este é só mais um dia normal de uma Haelyn lutando contra o mundo antes ele me engula e eu precise resgatar alguma parte do que sou.
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thefeelyns · 1 month ago
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O lençol ainda está quente e úmido de nós. Sua mão repousa sobre minha coxa como quem ainda guarda território e quer reter o tempo, mas já sente o gesto de posse escorrendo por entre os dedos.
Eu me levanto devagar, com a nudez ainda colada em mim como uma segunda pele. Meu corpo, exausto, carrega o peso de uma alma que parece ter sido deixada embaixo do travesseiro. Você observa em silêncio, com os olhos semicerrados e a boca entreaberta, como se ainda estivesse bêbado de mim. Acende um Camel turco de 1989 e traga como quem revive uma lembrança suja e sagrada. E então você pergunta quando é que vai me ver de novo.
O sutiã ainda está pendurado na ponta da cadeira, o meu cabelo colado no pescoço e a pele ainda marcada por suas mãos quando penso que você não entendeu.
Não haverá de novo.
Por quê?
Porque a gente só existe no agora. Só funciona quando arde. Só faz sentido quando queima. E depois de consumido, vira cinza. Mas não te digo isso. Te deixo acreditar que sou um número rabiscado num papel velho pendurado no gancho do telefone da cozinha, como nas histórias antigas que você gosta de citar depois do terceiro gole.
Respiro fundo. Visto o vestido amassado da noite anterior e pego meus sapatos ainda sujos de lama. E mesmo que tudo se dissolva ao bater da porta, que o corpo esfrie e a memória embace, não posso negar que estive lá. E você também. Inteiros. Ardendo. Como quem sabe que voltar à fria rotina enlouquecida depois de conhecer o calor da lucidez pela primeira vez, é de alguma forma insuportável.
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thefeelyns · 1 month ago
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Se os loucos, insanos e os desvairados demais para sustentar as partes sóbrias do amor, amam com o corpo em chamas e o juízo em ruínas, então que eu não seja diferente. Arranque o meu vestido e aperte as minhas coxas como se o mundo pudesse caber entre elas.
Lembra quando você disse que olhava para mim e via estrelas? Hoje, eu te mostro a constelação inteira que o teu corpo desenha na minha boca. Quero que descubra o que o teu corpo pode ser dentro do meu. Quero molhar meus lábios no teu gosto e me perder na respiração que falha, nos gemidos que escapam, no instante em que não sou mais pensamento.
Escorregue suas cicatrizes nas minhas. Que elas se encaixem, se confundam e se rasguem de novo como cura desta vez. Me mapeie com os dedos, me leia com a boca e me termine com gemidos. Me olhe como quem decifra órbitas e quer descobrir todos os corpos celestes adormecidos em meu peito.
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thefeelyns · 1 month ago
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Sunsetz – Cigarettes After Sex
Com os punhos firmes e nenhuma culpa pelas formas que inventei para continuar, fui colando meus pedaços em lugares novos, onde doía menos existir. Hoje, escrevo com os pés na areia e o sal na pele, ouvindo a voz de Ma Rainey, Nina Simone, B. B. King, Ella Fitzgerald — todos me dizendo, entre suspiros e graves feridas, que ainda estou viva.
A única barraca da praia é meu altar, e o blues, minha missa. O sol bate na minha cara sem piedade e mesmo assim não abaixo os olhos. Observo de longe o seu corpo se lavar no mar como quem tenta tirar o nome de alguém da carne. E talvez por isso, eu vá. Não hesito. Entro na água com o céu já em chamas, laranja e baixo, e não temo a profundidade.
Afundo os pés na areia molhada, deixo que as ondas envolvam meus tornozelos, e vou ao seu encontro. Te atravesso com os olhos antes mesmo de tocar. Não digo nada. Porque se a tua pele ainda guarda o toque de quem não veio da maré, eu fico até o nome dela se escorrer inteiro.
E agora, quando as luzes da cidade acendem os ossos do verão, eu pulso. Sinto a eletricidade morna da tua pele. Você me reconhece com as mãos em queima-lenta, e me dissolvo por inteiro no toque que me desmonta no meio das minhas pernas, onde o mundo estala e explode. Nesse quarto, já sem mar nem céu, nós cintilamos. Hoje à noite ardemos como sol, sendo queimar contigo a forma mais bonita que encontrei de permanecer.
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thefeelyns · 1 month ago
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Se você deslizasse o dedo por entre as minhas veias, descobriria que sou feita de rupturas. Pequenas ruínas pulsando sob a pele, restos de versões que precisei matar para continuar respirando. Rompo em silêncio, como vidro sob pressão, e me reconheço no estalo: sou a minha própria cura, embora doa admitir.
Durante anos, costuraram minha boca com expectativas alheias, me apagando em nome do que esperavam que eu fosse. Hoje, sou apenas aquilo que quero ser — inteira ou em pedaços, mas sempre minha.
Me refaço com os restos do que ardeu. Me liberto como quem arranca a pele antiga com as próprias unhas. Ando por estradas que não apagam os buracos, mas plantam flores neles. Sou um campo minado transformado em jardim. E mesmo assim, ninguém me pisa impunemente.
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thefeelyns · 1 month ago
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