Tumgik
theredjoxn-blog · 5 years
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xlorcanx‌:
Caso algum dia houvesse chegado a acreditar que superara os sentimentos por Johanna, veria sua convicção cair por terra ante tal admissão. Porém, nunca se iludira a esse ponto. As emoções nutridas em relação a baronesa não haviam desaparecido com o tempo, nem mudado radicalmente, embora tenham diminuído e tomado outras nuances. Infelizmente, nada disso tornava menos penoso escutar aquelas palavras. Eu o amo, ela dissera, repetindo o que ele mesmo afirmara saber, no entanto… No entanto, ouvi-la finalmente admitir o óbvio incomodara mais do que imaginara. Ainda que não existisse paixão no modo que via a amiga agora ( convencia-se ), continuava a amando o suficiente para não gostar da sua relação com Lorsan, para não se sentir feliz ao saber quão nociva aquela relação se mostrava. Não era ciúmes, e sim uma preocupação que vinha aumentando ao ver Joan definhar por causa dos sentimentos pelo ranudense. Contudo, era com extrema vergonha que ouvia a si mesmo ser frio com quem dizia amar. “ Não finja demência, pelo menos, não comigo; não se quiser que sejamos sinceros um com o outro ” disse, não mais apoiando os braços nos joelhos. Continuava a encarar a baronesa, entretanto, sua expressão séria ao voltar a falar. “ É óbvio que contos de fadas não existem — não como nos livros, é claro —, mas não é como se você não acreditasse neles. Caso contrário, não teria se conformado com esse tipo de situação. Para ser sincero, acredito que todo esse silêncio é, na verdade, uma forma de não acabar com suas esperanças em relação a Lorsan. A questão não é sequer a sua certeza de que nada mudaria, mas a possibilidade de algo mudar, sim, ao falar mais sobre o assunto, porém de um jeito que não deseja. De tudo isso, devo admitir, o que me deixa realmente triste, é saber que você se vê merecedora de tão pouco. ” Sabia que suas palavras, apesar de ditas com sinceridade, careciam de cuidado, mas então, talvez não fosse pisando em ovos que o assunto devesse ser tratado. Expor seu ponto de vista sobre aquela parte em particular da conversa havia instalado em seu peito um sentimento de irritação que não estivera presente antes, todavia, parecia que continuaria ali por um tempo — fosse ele direcionado a outra pessoa ou a si mesmo. “ E não há mentiras entre nós; de minha parte, nunca houve. Como você mesma disse, mentir e omitir são coisas diferentes e eu não me atreveria a manchar nossa relação com a primeira. No entanto, continuamos a não poder falar tudo que pensamos ou fazemos ou planejamos em todos os momentos. Nosso meio é construído sobre mentiras e boatos, os quais podem ser manipulados ao bel prazer daqueles que sabem como fazê-lo, adicionar a verdade às opções é pôr fim a nossa última defesa. Não sou um mestre nisso, nem desejo ser, mas não posso dizer que esse tipo de manipulação está fora do meu alcance como príncipe. ” Conforme a conversa fluía, era possível perceber que a frieza do príncipe desvanecia — talvez pelo tópico “Lorsan” ter passado ou por estar começando a exibir certa vulnerabilidade naquele assunto. Era do conhecimento de todos o quanto Lorcan valorizava a honestidade, já que a exigia daqueles próximos a si, porém, como Joan fizera questão de ressaltar, por vezes faltava com essa característica. Irritava-o, é claro, que sua hipocrisia ficasse em evidência para a vermelha acima de qualquer pessoa, mas essa verdade não podia esconder. “ Não é que eu precise desses boatos, eles apenas funcionam a meu favor ” explicou, erguendo a destra para passar os dedos no cabelo. Com os fios ainda presos em seu agarre, inclinou o corpo até descansá-lo contra o encosto do sofá. Ah, como sabia que aconteceria e tentara evitar em vão, Joan não permitiria que aquela sessão de desabafos ocorresse de maneira fácil. “ E apesar de existirem outras formas de lidar com meus problemas, o destino pôs essa em meu caminho, aproveitá-la era o mais lógico a se fazer. De qualquer forma, já fiz as p- ” interrompeu-se. Um lado de sua boca se curvou minimamente, uma manifestação de ironia — uma direcionada a si, ao eco das palavras da Hollord que quase vocalizara. Por sorte percebeu o erro que cometeria a tempo, visto que não possuía intenção alguma de ridiculariza-la. “ Já me acostumei com a situação. Além do mais, reverter esses boatos seria um trabalho menos árduo antes, agora, não há muito o que fazer. Não é por culpa sua, não se martirize, por favor ” adicionou, levantando a palma para impedir a amiga antecipadamente de refutar a declaração. “ As pessoas jamais irão parar de colocar minhas preferências em dúvida, essa é uma fraqueza que mesmo casado e com filhos nunca poderá ser apagada por completo. Então, você vê… Não é que eu tenha medo de que se apaixonem por mim, não sou avesso ao sentimento, porém prefiro que algo assim seja desperdiçado comigo. Consegue imaginar como será a vida da minha esposa com todos os boatos ao nosso redor? O quão difícil seria lidar comigo? Eu não suporto toques, Joan, e negar a outra pessoa o direito de tocar me parece cruel ” disse, deixando passar que “não suportar” poderia ter sido uma escolha reveladora demais de palavras. “ De qualquer forma, nutrir a ideia de que um casamento comigo pode ser algo mais que político, é ilusório, já que as chances de algo genuíno acontecer são próximas a 0. ” A bem da verdade, Lorcan tinha, sim, medo de que se apaixonassem por ele. Caso contrário, teria contado sobre seus sentimentos a Joan no passado ao invés de suprimi-los, teria tentado lutar contra Lorsan para ganhar seu afeto, mas… O que não disse com todas as letras, e que pensava frequentemente, era que se via como um fardo. As razões reveladas a vermelha ali não eram sequer um terço de tudo que o segurava e amedrontava sobre relacionamentos românticos. Provavelmente era arrogante, covarde e vagamente considerado de sua parte, contudo, tentava evitar ser um cavalo de tróia para uma pobre alma desavisada. O quão triste seria pensar estar ganhando um príncipe e no fim dar-se conta de que caíra num antro de pessoas descompensadas, sendo a pior delas ele, um pequeno pacote de traumas e complexos mal curados? Então, desviando o olhar da figura de Joan, inclinou a cabeça para fitar o teto, as mãos pousadas em seu colo, entrelaçadas. “ No fim, seria ruim para a outra pessoa se apaixonar por mim ” concluiu, esboçando uma espécie de dar de ombros.
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          ((  ♟  )) Não iria mentir que a acusação havia lhe acertado fundo, no entanto, ela havia pedido por aquilo. Ela queria ouvir o que ele tinha a dizer, não importava o que fosse. Joan podia se levantar, ofendida, e deixá-lo para trás, mas não iria desistir agora que conseguira alguma reação de Lorcan. Podia não ser o que ela queria, mas não iria parar agora que havia conseguido avistar a ponta do iceberg. --- Lorcan… --- Ela suspirou, como uma repreensão, mas não muito. Ela sabia o que sua resposta podia dar a entender, e como ele havia interpretado aquilo. Não tinha como um príncipe acostumado a ter tudo o que quisesse entender o que era ser privado de qualquer coisa que seja por algo que era inerente a sua pessoa. A cor de seu sangue não era algo que ela podia mudar, e por mais que parecesse pouco, ela sabia o que queria dizer para a corte. --- … Você não sabe do que está falando. --- Joan estremeceu, afinal ela se viu na posição de que podia continuar omitindo coisas do amigo, e ser uma hipócrita de marca maior ou contar a verdade pela primeira vez. Ninguém sabia daquilo, nem Verena, Nem Felícia… Aquilo tinha sido seu segredo por tantos anos que falar daquilo parecia errado, como revelar uma cicatriz em um lugar íntimo. --- Eu e Lorsan.. Nós namoramos. Foi há muito tempo… nove anos atrás, eu era estúpida e estava apaixonada. Eu ignorei as consequências e tudo o que estava envolvido e só… Me deixei levar. Mas depois de um tempo ficou claro que aquilo --- os encontros as escondidas, se esgueirar para o quarto um do outro a noite… --- era tudo o que eu teria. Eu não seria aquela com o anel, não me casaria, e meus filhos seriam escondidos, talvez até diminuídos pelos verdadeiros herdeiros e… Eu não suportei. Eu não iria conseguir viver minha vida como amante de alguém. Nem do futuro Rei da RANU. Então… Não é porque eu me sinto inferior. Eu na verdade sou ambiciosa demais. Eu sou uma vermelha, Lorcan! Eu devia aceitar isso, ser amante de um rei não é o pior destino que alguém como eu pode ter. Mas eu não consigo… Então, sim! Eu ignoro tudo, eu afastei cada memória de nós dois juntos da minha mente pela última década porque ser assistente é o único final que eu aceitaria. Está longe de ser um emprego glamouroso, mas pelo menos é digno.. Eu vou poder prover para minhas irmãs quando meu pai se for e posso ajudar a fazer coisas boas, Lorsan me escuta… Sei que ele é difícil, mas isso pode funcionar. --- O custo que ela pagaria para isso no entanto, ela não mencionou. Ver ele com outra, ser tão íntima do príncipe e ainda sim parte da criadagem… Era como ferro quente em suas entranhas. Quando o irlandês tornou a falar, Joan percebeu que durante todo esse tempo eles viviam coisas parecidas. Ambos sabiam exatamente como as coisas eram na superfície, e por mais que não fosse verdade, deixaram que os boatos continuassem para se proteger. Mestres na manipulação da corte, metidos até o pescoço em fofocas, interesses e aparências para proteger a si mesmos. Era um traço triste de se dividir, mas Joan não deixou de pensar que era bom não estar sozinha. Sabia que iria ultrapassar limites ali, mas ela se levantou, apenas para se sentar novamente, só que agora ao lado do sucessor. Ela pressionou os lábios em uma linha antes de assentir e buscar as mãos do príncipe que jaziam em seu colo. --- Já fez as pazes com isso.. --- Ela completou, o risinho preso em seus lábios apenas para que eles desaparecessem logo em seguida. Odiava saber que Lorcan passava por aquilo, odiava injustiças ainda mais quando acontecia com alguém com quem ela se importava tanto quanto o Turlach. Queria protegê-lo, queria fazer da vida dele algo bom, algo que ele tivesse satisfação, por isso Joan sabia que só abandonaria seu lar pela Irlanda por causa dele, porque ele merecia toda a sua dedicação e por isso que o fato dela ter adicionado mais dúvida a respeito da sexualidade do príncipe lhe doía tanto. De todas as pessoas do mundo, Lorcan era a última delas que ela gostaria de prejudicar e foi exatamente o que tinha feito, não importava o quanto ele repetisse que não era sua culpa. Podia não ter sido ela a criar os rumores, mas na cabeça da morena, era seu papel fazer o máximo para revertê-los, ainda que o trabalho fosse árduo --- Johanna nunca foi fã de trabalhos fáceis, de qualquer forma --- ela não era o tipo de pessoa que aceitava a derrota, quanto mais aquela que contribui para ela. Mas aquilo não era sobre ela. Aquilo era sobre Lorcan e o quanto ele fazia exatamente aquilo que lhe acusara há menos de dois minutos. Ele sinceramente acreditava que seria cruel ter alguém ao seu lado para suportar os boatos, alguém que ele não suportaria tocar e aquilo apertou o coração da baronesa, porque de repente, Joan queria desesperadamente que ele fosse feliz, que tudo fosse diferente, principalmente porque ela sabia que ele podia sim tocar outras pessoas e o fazia muito bem, diga-se de passagem. --- Boy! eu te traumatizei tanto assim? --- Ela riu fracamente, encarando o rosto do príncipe ao mesmo tempo que descia o olhar para as mãos juntas, como um paralelo bizarro entre as palavras do príncipe e o fato de que ele não parecia avesso aos toques dela. --- You see… Você diz que não suporta ser tocado e cá estamos nós, a prova viva de que existem exceções.. --- Ela começou, sabia que deveria enganchar uma pergunta em seguida, mas não sabia bem o que perguntar. Se dissesse o que queria saber iria soar tão egocêntrica, ainda que a curiosidade lhe corroesse por dentro ela mordiscou os lábios antes de continuar, um caminho que ela não havia previsto antes. --- Talvez… talvez você devesse acreditar que existem outras exceções por aí. --- Ela finalizou, infeliz com o rumo de sua fala, já que ela não refletia com fidelidade a sua linha de pensamento ainda que fosse sincero. Ela queria que ele encontrasse a felicidade, que pudesse tocar pessoas e se sentir bem ao fazê-lo, ainda que algo que ela não soubesse identificar vibrasse nas bordas de sua mente ao dizer aquilo. Joan não queria pensar no que era aquilo agora, apenas brincou com os dedos do príncipe, em um gesto tão familiar que aqueceu o coração vermelho da baronesa. Lorcan não havia lhe perguntado, mas ela o amava também. Era um sentimento diferente do que nutria pelo ranudense, mas ainda sim sincero. Ela se importava com ele, queria seu bem, e odiava que ele se diminuísse daquela forma. A frase final foi apenas a gota d’água e ela balançou a cabeça, em uma veemente discordância. --- Lorcan, pare! --- Ouvir o príncipe falar aquilo de si era torturante para ela, como se as palavras tivessem um duplo poder de diminuir a ele ao mesmo tempo que feria a ela. --- Isso não é verdade. Você é generoso, é gentil, é educado, esperto, inteligente e realmente se importa com as pessoas. Nunca vi alguém tão disposto a fazer sacrifícios como você… Qualquer mulher teria muita sorte em se apaixonar por você. Você é merecedor de coisas boas, e nunca deixe que ninguém te faça duvidar disso. --- Ela encarava os olhos azuis do príncipe com fervorosidade, Deus! como ela queria que ele acreditasse nela, ela pensou, sentindo o corpo estremecer de desespero. --- Por favor, não se esqueça disso. --- Ela pediu, apertando a mão dele entre as suas.
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theredjoxn-blog · 5 years
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xlorcanx‌:
Lorcan mastigava lentamente — tanto o biscoito em sua boca, quanto as palavras que ouvia. Incrível como algumas frases foram capazes de incômoda-lo de forma tão certeira. Ver Joan diminuir sua importância com base em títulos e cor do sangue lhe desagradava; escutá-la afirmar que sabia porque havia lhe oferecido dinheiro ( quando não entendia por completo ) e que não havia como explicar seu comportamento naquela noite ( quando tinha ), fazia sua boca ansiar por rebater cada coisa dita, mas… Que bem faria isso? Não era de seu feitio deixar que absurdos como esses passassem sem uma réplica de sua parte, por outro lado, trazer o assunto à baila causaria uma discussão sem fim. Era isso que gostaria de evitar, dizia a si mesmo ao passo que observava a baronesa inquieta. Sua omissão mais parecia covardia, entretanto, embora tentasse não pensar dessa forma. A verdade era que desaprovava categoricamente comportamentos covardes, suportando precariamente pessoas que não podiam lidar com as próprias responsabilidades ou escolhiam renegar a realidade — pontos sensíveis e tratados com inflexibilidade pelo irlandês —, contudo, ali estava ele, sem mover um dedo para resolver a situação com a amiga. Debater sobre seus sentimentos e pensamentos mais profundos, tudo aquilo que guardava somente para si, não lhe soava atraente… At first. Bastou que as perguntas dela assentassem no lugar para que uma parte do príncipe quisesse desabafar, como se ela, sem saber, tivesse puxado o cordão correto. Francamente, sentia-se exausto das mais diversas formas e poderia se abrir com a vermelha, tão somente soubesse como fazê-lo. Porém, haviam assuntos que eram pessoais demais para compartilhar mesmo com ela, que o conhecia de tantas maneiras. Tinha um pouco de vergonha o impedindo, orgulho e por fim lealdade — visto que a Hollord não era do tipo que aceitava explicações rasas e pediria pelos detalhes por trás de suas motivações ( coisa que não se via capaz de negar, uma vez que abrisse a boca ). Sem se sentir pronto para fazer aquilo ainda, resolveu replicar com outra pergunta as indagações, já que tomar o chá desfrutando de assuntos amenos, aparentemente, não era uma opção. “ Porque preferimos acreditar em mentiras ao invés de encarar a verdade? ” Os olhos azuis estavam fixos na xícara em mãos, observando o líquido dentro se agitar conforme a girava delicadamente. “ Você e eu sabemos que mentiras são mais agradáveis que a realidade. ” Cansado de fitar as ondulações no chá, pousou o pires na mesa ao murmurar: “ No fim, tudo se resume sermos enganados e, às vezes, enganarmos — inclusive a nós mesmos. ” Inclinando-se para frente, apoiou os braços nos joelhos, voltando a cabeça para encarar Joan. O semblante sério combinava com o tom de sua voz, conforme começava a trilhar um caminho que segundos antes considerou não tomar. “ Chega a ser inacreditável como somos capazes de criar uma verdade que existe somente em nossas mentes, não acha? Como a sua mania de se ver como menos que todos ao seu redor — uma ilusão tão rasa que somente você acredita, diga-se de passagem. Ou como o fato de você saber, sim, explicar por que se portou daquela maneira na noite do leilão. Não precisa dizer nada”, adiantou-se. “ Sei que é apaixonada por Lorsan, sei que o ama — e  tenho 500 mil provas para apoiar o que digo ” brincou, permitindo que um pequeno sorriso contrariado surgisse em seus lábios. “ Mas dói admitir esse sentimento, não dói? Então você prefere ignorar, dizer que não é disso que se trata, enganando a si mesma. Nunca falei nada a respeito, afinal não é da minha conta, mas não sou cego. O ponto é… Algumas verdades são melhores quando escondidas, assim como alguns boatos são melhores que certos fatos. Eu não incentivo as fofocas sobre mim e nunca dei motivos para que colocassem em dúvida minhas preferências, porém, elas existem — e ajudam a diminuir as investidas românticas contra mim. Não vejo necessidade, no entanto, de me explicar ou dar provas do que gosto ou desgosto a todos que se questionam. Quem precisar saber, um dia saberá, simples assim. Além do mais, não existe garantia alguma de que a verdade irá prevalecer sobre a ficção. ”
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           ((  ♟  )) Se Lorcan tivesse se levantado e lhe estapeado a bochecha não teria doído tanto. Se ela o acusava de ocultar coisas, ele fez questão de lembrá-la que seu teto não era, exatamente, feito de concreto. Mencionar os quinhentos mil que havia perdido como prova de que ela amava Lorsan não era justo, mas não deixava de ser verdade, ainda que em partes. Ela restringiu a vontade de rebater aquela parte em específico, e a frustração corroeu a coluna dela em um arrepio gélido enquanto ela deixava o chá de volta na mesa de centro, intocado, afinal, seu estômago estava embrulhado o suficiente para que ela cogitasse a ideia de beber algo, pelo menos não chá. Ela ouviu todo o resto, tentando entender como aquelas pequenas farsas estavam tão costuradas tanto na vida dela como na dele, e era triste que eles tivessem aquilo em comum, mas era a vida na corte azul e Joan podia ter sangue vermelho, mas foi criada como azul e tinha trazido seus costumes imprestáveis com ela. — Eu vejo seu ponto. — Ela concordou por fim, forçando a garganta em uma tosse que não era exatamente natural. –- E sim… Sobre Lorsan é… complicado. E você tem razão, eu o amo mas não é por gostar mais da versão inventada que não falo disso. Qual é o ponto de falar sobre sendo que nada mudaria? Eu fiz as pazes com a situação há muito tempo e isso com Lorsan é o que pode existir, é a realidade, todas as outras coisas são contos de fadas que não tem espaço nesse mundo. — Ela nunca tinha sido tão direta com Lorcan antes, dito com todas as palavras, de fato, ela não se lembrava quando tinha sido a última vez que falou isso em voz alta para si mesma, mas em nenhum dia elas foram menos verdadeiras, ainda que não ditas. — Mas nós dois sabemos que existe uma linha muito fina em omitir coisas e mentir a respeito. E sim… Pode haver algumas coisas não ditas entre nós, mas eu nunca achei que houvesse mentiras… Você não faz nada para alimentar esses boatos, mas não faz nada para desmentí-los, ainda que você diga que te proteja de certos avanços indesejados…. Isso não te faz bem, não é a única versão possível e nem a melhor delas. A minha pergunta é: Porque você precisa que esses boatos existam, para começo de conversa? Porque seria tão ruim se alguém se apaixonasse por você?
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theredjoxn-blog · 5 years
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xlorcanx‌:
Lorcan se concentrou por completo em servir as bebidas. Para si, adicionou um pouco de creme ao líquido fumegante, para Johanna, manteve-o puro. Não precisava perguntar sobre suas preferências, tendo a observado por anos preparando a própria xícara. Era um fato que conheciam um ao outro melhor do que muitos sequer poderiam imaginar, no entanto, ainda haviam espaços nebulosos da mente de cada um a serem revelados. Vinha pensando desde a noite do leilão nisso, quando havia esperado certa atitude da baronesa e fora totalmente surpreendido. Naquele instante, a ideia de que a conhecia irrevogavelmente caiu por terra e, depois do comentário sobre sua atuação, agora sabia que em alguns aspectos permanecia uma incógnita para ela. Conforme seu lábio se erguia somente de um lado ante a ironia entremeada na provocação, Lorcan supôs que as coisas sempre seriam assim: que uma parte deles sempre estaria fora do alcance do outro. Ele só desejava que pudesse escolher quais partes exatamente guardaria para si, pois se isso fosse possível, o conteúdo daquela carta jamais teria que ser reconhecido. Terminando de servir os chás, estendeu a xícara para Joan, embora não a tenha encarado. Sabia que sua atitude poderia ser interpretada como raiva contida, mas o que sentia pela vermelha não era isso… Não exatamente. Sentia-se irritado, obviamente, afinal teria que encarar horas ao lado de Lorsan, com quem já discutira o suficiente. Contudo, a principal emoção que o tomava ao pensar em toda situação, era ressentimento — do que aconteceu e do que poderia acontecer. Ainda pensava no tolo que fora ao pensar que ela não levantaria a placa ( dele! ) para o príncipe ranudense tantas vezes. Portanto, não queria se sentir da mesma maneira no presente, já sabendo as palavras que toda a agitação contida da vermelha segurava. Impedi-las, entretanto, estava fora do seu alcance, e foi em silêncio que recebeu as desculpas de Joan, que escutara o pesar e a pena em sua declaração. Ainda assim, não podia deixá-la se flagelar daquela forma ( por vezes, Lorcan se mostrava verdadeiramente altruísta ). “ Pare, por favor ” pediu, demandou, erguendo a destra. “ Idiota e inconsequente eu também fui, então não precisa se desculpar por isso, são falhas que temos em comum, infelizmente. A bem da verdade, eu mesmo causei essa situação. ‘Fiz minha própria cama’, como dizem. Se formos olhar por este lado, você não me deve nada, então não precisa se torturar ” alegou, sabendo que a argumentação era rasa, apesar de verdadeira. Claro que havia muito mais coisa a dizer, mas encerrar o assunto o quanto antes era o melhor a se fazer. Apenas torcia para que Joan pegasse a deixa e seguisse em frente. Isto posto, continuou, eliminando mais um ponto. “ E isso… Não me afeta. São rumores e logo desaparecerão. Minha mãe apenas usa tudo ao seu alcance para que seu querido filho se case o mais rápido possível. Sendo assim… Podemos terminar nosso chá agora? ” indagou, voltando-se para os biscoitos amanteigados dispostos num frágil pote de porcelana. “ Vejo que veio preparada para me mimar. ” Ocupando a boca com uma das guloseimas, recostou-se no sofá, esperando por uma tranquilidade que parecia irreal demais para que pudesse acreditar.
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              ((  ♟  )) Lorcan podia não ser bom em atuar mas com toda certeza ele era bom, até demais, em evitar tópicos desagradáveis e varrer cada um deles para debaixo do tapete. Joan sempre se orgulhou em ser aquela que lhe ajudava, podia não conhecer cada monstro do armário do príncipe, mas ela estava ao lado dele sempre que preciso, pronta para lutar com qualquer coisa que de lá saísse, fosse na forma de uma carta de negócios complicada ou uma dama oferecida demais. Era com uma dor profunda que ela percebia que tinha sido a responsável por colocar mais um dos monstros dentro do armário. Obviamente Lorcan não reclamou sobre Isso, de novo mostrando -se educado demais e controlado com suas emoções. A briga com Lorsan havia sido terrível, insuportável até,  eles haviam dito coisas que magoaram um ao outro e terminaram brigados e com uma Joan desempregada, agora com o irlandês estava se saindo o completo oposto, eles não estavam dizendo nada e ela não conseguia se decidir qual dos dois era pior. --- Eu sei porque fez o que fez… E acredite eu não tinha intenção alguma de aceitar, sabe o quão restritiva sou em aceitar dinheiro dos outros. Sei meu lugar. Eu queria que houvesse uma maneira de explicar o que me deu aquela noite..  A urgência de ganhar… Foi horrível. --- Ela apertou os olhos com veemência como se obrigasse aquelas memórias a desaparecerem, mas ignorar seus problemas não era uma qualidade que eles tinham em comum. Foi com extremo assombro que ela reagiu a resposta dele. Como ele conseguia? Se perguntou, mas a irritação da baronesa teve de ser controlada, não queria se indispor com ele mais do que já havia feito. Ela se agarrou ao chá, mexendo a colher de prata no líquido escuro com mais empenho que o necessário, numa tentativa de não mais atormentar o príncipe e lhe dar o chá calmo e tranquilo que desejava… mas ela não conseguia. Joan era uma fixer. Precisava estar resolvendo problemas 24/7 para poder dormir a noite e nesse momento ela precisava resolver aquilo com Lorcan, nem que isso significasse fix Lorcan himself. --- Porque faz isso? --- Ela recomeçou, o tom baixo porém muito compreensivo, como se pedisse um segredo. --- Porque deixa que acreditem nessa mentira? --- Joan não precisava de uma confirmação para saber que era uma mentira. Conhecia a ele. Podia não saber tudo o que gostaria sobre ele mas sabia, por conhecimento de causa, inclusive, que ele não era gay. Qualquer nobre no lugar dele estaria em cólicas ao ter sua masculinidade questionada, mas Lorcan parecia nada disposto em provar o contrário. Nem mesmo alguém que tivesse afeição por outros homens lidava com a situação tão bem quanto ele, e se ele não iria fazer nada para mudar aquilo, ela torcia que pelo menos lhe explicasse o porquê.
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theredjoxn-blog · 5 years
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xlorcanx‌:
Lorcan só percebeu que havia dormido ao despertar com o barulho do conjunto de chá sendo colocado à mesa — com ele era sempre assim: ou não dormia ou sofria com o sono leve quando o fazia, despertando ante a mais mínima perturbação. Era seu carma por todos os erros cometidos, sabia, tanto que parara de reclamar sobre essa dificuldade em específico há tempos. Sinceramente, sequer lembrava de como era ter uma noite de sono profundo — o que, às vezes, não chegava a ser tão ruim assim. Por exemplo, se não fosse por esse fato teria perdido a visão de Johanna pegando o lençol para cobri-lo, uma demonstração de carinho que inevitavelmente aquecia seu peito, ainda que também o fizesse querer rir. Contudo, não o fez — aliás, não fez nada. A escolha de continuar fingidamente adormecido fora automática ao vê-la pegar um papel bastante familiar por dentre olhos entrecerrados. Ah, sua mãe… Ela conseguia ser bastante eloquente ao expressar seu desagrado. Fazia um par de dias que não procurava a vermelha a fim de discutir o que havia ocorrido no leilão, e não o faria agora se tivesse escolha, sabendo que era exatamente o que aconteceria caso abrisse os olhos. Quietamente, esperou que a baronesa se cansasse e deixasse o ambiente, mas tal plano não se concretizaria, sim? A voz suave de Johanna segundos depois veio para confirmar suas dúvidas. Não pôde evitar franzir o cenho ou soltar um suspiro ao ser pego em flagrante. “ Tenho que melhorar minhas habilidades de atuação, suponho” murmurou, abrindo apenas um olho para observar o semblante feminino. A culpa e tristeza ali eram claras, fazendo-o cerrar as pálpebras outra vez antes de finalmente se levantar. A carta na mão da Hollord não passou despercebida, porém, fez questão de ignorá-la após jogar um olhar em sua direção. No momento, voltaria-se para coisas mais amenas. Enquanto passava uma mão pelo cabelo, ocupava a destra com o bule de chá, despejando um pouco de água quente em uma das xícaras. “ Aceita um chá? ” indagou educadamente, descaradamente evitando o motivo principal daquela visita.
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               ((  ♟  )) O sorriso fraco foi cumprindo pelos lábios da baronesa em um suspiro longo e profundo. Ela podia não gostar, mas imaginava os motivos pelos quais Lorcan preferia fingir que estava dormindo a encará-la. Ela era teimosa, mas sabia dizer quando havia pisado na bola, e ela tinha. Big time. Quando ele se levantou após seu lance no leilão, ela esperava algumas palavras duras, alguns gritos, nada que ela não merecesse estivesse preparada. Com a raiva ela podia lidar, já frieza e a indiferença, por mais que igualmente bem fundadas deixavam a vermelha atordoada. --- Acredito que para melhorar algo é preciso ter alguma coisa dela antes. --- Ela provocou no mesmo tom que o dele. As provocações entre eles eram diferentes das trocadas com Lorsan, já que com o irlandês o tom era o mesmo desprovido de emoções que usariam para discutir a economia em países emergentes ou sobre o clima, a única coisa que diferenciava esses momentos dos enfadonhos assuntos de negócios era um leve arquear de sobrancelhas e um sorriso discreto nos lábios da garota. Ela não sabia que Lorcan tinha segredos, alguns dele ela não podia nem começar a vislumbrar, e ela acreditava demais na leitura certeira que ela tinha das pessoas para sequer imaginar que Lorcan passou a vida inteira fingindo, por isso ela estava livre para caçoar dele, mesmo que não de verdade. Para ela, Lorcan era uma criatura prática, assim como ela, um pouco menos emotivo, muito mais controlado e deveras mais polido. Ela sabia que ele ainda estava ressentido com o trágico evento em que ela perdera o controle, caso contrário não teria se dado o trabalho fingir que estava dormindo, criaturas como eles não recorriam a saídas dramáticas a não ser se estritamente necessário. Joan ainda estava com a carta entre os dedos quando ele abriu os olhos e se levantou, a pegando no flagra, mas o pensamento de que, para alguém que havia se metido no meio das finanças pessoais dele uma carta seria um pecado menor, um que ele teria que colocar na conta da baronesa. --- Claro…---  Ela assentiu uma vez, observando ele servir as xícaras sem nada mencionar de que aquele era o trabalho dela, ainda que a urgência de o fazê-lo a tenha compelido fortemente.ê-lo não tenha deixado de aparecer. Para o seu crédito, Johanna se conteve por bons segundos antes de começar a suas desculpas, mas ninguém poderia julgá-la pela sua ansiedade se estivesse no seu lugar. --- Lorcan, eu vim pedir desculpas… Eu não queri- Isso. --- Ela apontou para a carta quando percebeu que não conseguiria dizer com palavras o que não queria. --- A última coisa que eu queria era prejudicar você. Você tentou me ajudar e eu abusei da sua educação… Eu não tenho palavras para dizer o quão arrependida eu estou. Fui idiota, inconsequente, mesquinha… 
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theredjoxn-blog · 6 years
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✧ ◦ ° ⋆ ––– 𝔗𝔥𝔢 𝖂𝖎𝖑𝖍𝖊𝖑𝖒𝖎𝖓𝖆 & 𝕵𝖔𝖍𝖆𝖓𝖓𝖆 𝔞𝔢𝔰𝔱𝔥𝔢𝔱𝔦𝔠
❛ ––– But I got sᴍᴀʀᴛᴇʀ, I got 𝖍𝖆𝖗𝖉𝖊𝖗 in the 𝕟𝕚𝕔𝕜 𝕠𝕗 𝕥𝕚𝕞𝕖 Honey, I ( 𝓇𝑜𝓈𝑒 ) up from the dead, I do it all the time I’ve got a list of names and yours is in ( R E D ), 𝓾𝓷𝓭𝓮𝓻𝓵𝓲𝓷𝓮𝓭 I check it 𝔬𝔫𝔠𝔢, then I check it 𝖙𝖜𝖎𝖈𝖊. ❜
@theredjoxn
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theredjoxn-blog · 6 years
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                   ❝ REDEMPIRE: A LORCANA PARALLELS ❞
𝖁𝖎𝖗𝖌𝖔 and 𝕮𝖆𝖕𝖗𝖎𝖈𝖔𝖗𝖓 belong to the element of E A R T H and follow each other’s pace 𝓅𝑒𝓇𝒻𝑒𝒸𝓉𝓁𝓎. Even if everything between them seems too slow for some other zodiac signs, they build RESPECT, TRUST and 𝓵𝓸𝓿𝓮, on the foundation of mutual analysis and detailed examination. The search for perfection can be ended in this relationship, for they give each other enough time, and 𝕝𝕚𝕤𝕥𝕖𝕟 to each other well enough to meet the expectations that need to be met. In most cases, they will give each other enough time to grow out of this and grow 𝑜𝓁𝒹 T O G E T H E R .
@lorcanturlach
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theredjoxn-blog · 6 years
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Merritt Patterson photographed by Julianne Kaye
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theredjoxn-blog · 6 years
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                      ❛ FURIOUSMIND —   A LOHANNA GIFSET.
                                            we were built to fall A P A R T                                                  then fall ᵇᵃᶜᵏ 𝓉𝑜𝑔𝑒𝓉𝒽𝑒𝓇                                     ooh your necklace ʰᵃⁿᵍⁱⁿᵍ from my neck                                     the N I G H T we couldn’t quite 𝕗𝕠𝕣𝕘𝕖𝕥                                                      when we decided                                   to move the furniture so we could 𝒹𝒶𝓃𝒸𝑒                                           𝓫𝓪𝓫𝔂, like we stood a chance                                                   two paper airplanes                                                                 flying, flying, flying
@bcstardprince
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theredjoxn-blog · 6 years
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                ((  ♟  )) Joan caminhava até o quarto do príncipe com passos incertos. Johanna não costumava vacilar em qualquer coisa que se propusesse a fazer, mas tinha que admitir que tinha ido longe demais. Ainda que o plano com Verena e Felícia estivesse engatilhado, ela julgava que seria melhor se desculpar pessoalmente antes que seu plano começasse. Depois da briga com Lorsan, não queria repetir o evento com o irlandês e por isso se aproximou do quarto com uma bandeja entre os dedos, as xícaras e o bule com chá, creme e bolachas como uma oferta de paz. Ela tocou a madeira da porta com os nós dos dedos e quando ninguém respondeu, Joan a empurrou, se deparando com o príncipe dormindo pesadamente no divan cumprido que ficava paralelo a uma poltrona macia. A baronesa estava ciente de que dormir sempre havia sido uma questão para o rapaz e por isso, não o acordou, apenas apoiou a bandeja na mesa de centro  e munida com um cobertor leve, disposto no pé da cama de casal, cobriu o príncipe lentamente. Joan sorriu debilmente, como uma mãe vendo seu bebê dormir pacificamente, quando seu salto esbarrou num papel jogado ao chão. A carta, com o selo da família real da Irlanda indicava ser uma carta pessoal de sua mãe. Joan então, com o coração palpitando pelo dilema moral de ler uma carta que não era dirigida a si, sentou-se na poltrona adjacente, devorando as palavras com rapidez.
 A carta era furiosa. E Joan sentiu-se mergulhada em vergonha. Era tudo sua culpa. Os boatos não seriam nada para Lorsan, que não tinha dificuldade alguma para comprovar sua masculinidade.... Mas Lorcan. A única pessoa, até onde sabia, que podia atestar pela virilidade dele ela era mesmo e tinha sido ela mesma a colocá-lo naquela posição... Não sabia quanto tempo estava encarando aquela carta, minutos, horas... Mas quando a respiração do loiro vacilou, tornando-se pesada e depois, calculadamente lenta, Joan sorriu delicadamente. --- Você sabe que eu sei que está acordado... --- Começou ela, o tom gentil ainda que acusatório. O pensamento de Lorsan a expulsando do quarto invadiu sua mente, em um rompante, e ela sentiu-se dolorida com a lembrança, mas não tanto quanto a ideia de Lorcan ser aquele a evitá-la.
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Quando sugeriu a @theredjoxn​ que desse um lance pelo herdeiro ranudense, não imaginava que as consequências para tal ato seriam tão exaustivas. A insistência da imprensa por informações, o questionamentos de colegas, o drama da família… Ah, esse era o pior, chegando ao ponto de fazer sua cabeça latejar. Na manhã seguinte ao leilão, recebera uma ligação constituída por gritos, choramingos e manipulação emocional de sua mãe — quem, também, havia enviado uma carta de cinco laudas descrevendo o tamanho de seu descontentamento. Cansado do drama materno, foi nocauteado pelo inicio de uma enxaqueca rapidamente, dormindo pesadamente em plena tarde. Mais incomum que isso, somente o fato de ter deixado a porta dos seus aposentos destrancada.
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theredjoxn-blog · 6 years
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                                          𝕗𝕝𝕒𝕤𝕙𝕓𝕒𝕔𝕜  — CHARITY EVENT’
lorcanturlach‌:
“ Saiba que a respeito profundamente, Johanna, mas nem por isso me sacrificaria dessa forma ” declarou com arrogância, embora as palavras de nada combinassem com o sorriso em seu rosto ou com sua mão discretamente erguida, sinalizando para que um garçom se aproximasse. Sabia que a brincadeira soara perigosamente rude, algo que evitava ser num geral, contudo sofria com os males de uma intimidade cultivada por anos. Com a baronesa se sentia livre para falar o que desejasse sem temer ser mal compreendido — até por que, como ela costumava se gabar, conhecia-o muito bem. Por isso pretendia continuar com a provocação ao voltar os olhos novamente para ela, tendo já visto a aproximação de um jovem trazendo uma bandeja de champanhe. O que viu, no entanto, fez com que segurasse suas palavras. As íris azuladas não estavam mais sobre ele e, se não estivesse enganado, também não era por sua causa que as pupilas da Hollord se dilataram com a última frase dita. A bem da verdade, suspeitava ser somente um desvio de atenção, uma forma de disfarçar o olhar fixo que mantinha em Lorsan. Por um momento, a boca do irlandês formou uma linha irônica enquanto observava um e o outro, ambos desconfortáveis, fosse por estar em cima do palco ou por ver seu objeto de afeição prestes a ser arrebatado. Ainda que qualquer detalhe mais profundo da relação entre o príncipe e a assistente estivesse além do seu conhecimento, não precisava da confirmação de Johanna para saber que existia entre eles algo mais que amizade — pelo menos da parte dela. Presenciara no decorrer dos anos a mudança na amiga, o olhar que ia se tornando cada vez mais triste ao observar o ranudense interagir com outras mulheres — mulheres que eram opções reais para o herdeiro de sua nação. No começo, testemunhar aquilo era mais incômodo para o Turlach do que gostaria de admitir, porém, agora lhe causava verdadeira indignação. A seu ver, Lorsan não merecia a vermelha, jamais o faria, mas se fosse pelo bem estar de Joan, ele daria o famigerado empurrãozinho. “ I see… ” murmurou, considerando uma das ideias mais estúpidas que tivera na noite. Com a chegada do garçom, a Hollord voltou sua atenção mais uma vez para si, de modo que se viu perguntando “ Por que não faz um lance? Lorsan pode acabar se sentindo humilhado caso ninguém levante uma placa para ele. ”
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                      ((  ♟  )) Joan riu do comentário que deveria irritar mais que a metade das mulheres do salão, no entanto, sabia que a frase tinha sido proferida no intuito de provocá-la, e apenas porque Lorcan não se dava o trabalho com a maioria, o fato normalmente mais a agradava do que a irritava. Ela sorriu para o garçom que lhe servia o champanhe na taça cristalina, agradeçendo-o antes de se afastar e lançar um olhar de gratidão também ao irlandês ainda que o ato não passasse de um ato de camaradagem mais do que qualquer outra coisa. A bem da verdade, é que eles eram amigos tempo o suficiente para saber que Lorcan não tinha segundas intenções em interações com ela ou outras mulheres, o fato um dia a tinha perturbado, agora ela havia se acostumado demais com a personalidade reservada do principe e apreciava profundamente qualquer gentileza que ele lhe dispensasse. Sabia que era gentileza que motivava o loiro a dizer aquelas palavras, mas dessa vez sua reação foi diferente. Ela arfou entre o gole da bebida borbulhante, maneando a cabeça antes de começar. --- Acredite em mim.... Falta de lances não é algo que ele tenha que se preocupar. --- O amargor em sua fala podia ser sentido há distância, mas os olhos azuis que não deixavam o príncipe ranudense ao palco indicava outra coisa. ---.... além disso. Eu não tenho dinheiro. --- Ela deu de ombros, sorrindo amarelo para o fato de que ela não era nem de longe tão rica quanto os nobres, quanto Lorcan e qualquer lance que ela pudesse dar seria apenas patético quando outra cobrisse seu lance e ela tivesse que sorrir quando alguém o comprasse, como se o fato não a incomodasse.
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theredjoxn-blog · 6 years
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                ― ♜ THE HOLY TRINITY  SLEEPOVER
                             MOODBOARD&PLAYLIST ❞
O1. oath ― cher lloyde  O2. hair ― little mix O3. we can’t stop ― miley cyrous O5. new rules ― dua lipa O5. primadonna - marina & the diamonds O6, boom clap ― chalie xcx O7. sua cara ― pablo vittar ft. anitta O8. run the world ― beyonce O9. cryin’ in the club ― camila cabello 1O. reggatéon lento ― CNCO 11. salute ― little mix 12. circus  ― britney spears 13. fancy ― iggy azalea 14. tik tok  ― kesha 15. worth it ― fifth harmony 16. last friday night  ― katy perry
@verenaotequerer & @felicixfelicious
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theredjoxn-blog · 6 years
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“did you think i forgot?”
                ((  ♟  ))A paisagem era verde demais, o ar cheirava a verde, o limo que envolvia as pedras, as águas dos riachos era tudo verde e até a neblina que envolvia as árvores, na maioria dos lugares fantasmagoricamente branca, ali adotava um tom de áloe vera, que era apenas outra palavra para verde. De todos os lugares do mundo, não surpreendia que fosse ali que se instalara a maior produção de energia verde do mundo. Apesar de estranhar, Joan não podia mentir que havia certa beleza no país, algo antigo e mágico parecia estreitar cada raiz, cada curva e até as pedras do Castelo dos Turlach parecia saído de um conto de fadas gaélico. O carro da comissão americana parou, assim que o automóvel da família real da RANU estacionou mais a frente. Joan esperou no carro, todas as apresentações e protocolos que ela não fazia parte. Não invejava isso de Hak ou de seus outros amigos que pertenciam à realeza, era apenas irônico que ela, dentre todas as pessoas, fosse tão boa em segui-los. Cronometradamente, Joan assumiu a posição ao lado dos outros assistentes e da comitiva de diplomacia de seu país para cumprimentar a família real da Irlanda, a família do seu amigo Lorcan. O sorriso travesso, invisível para todos, inclusive para as lentes das câmeras que capturaram cada momento da visita diplomática, foi habilmente registrados pelos olhos azuis da vermelha que ignorou-o até estar frente a frente com ele, apertando sua mão de maneira formal demais, se comparado com a intimidade que a amizade dos dois proporcionava. — Do que você está rindo? —  Ela perguntou, seus lábios quase não se mexiam, um talento que faria dela uma ótima ventríloquo, se não fosse muito mais útil em jantares e eventos formais, onde ela podia fazer seus comentários para seus amigos e não virar alvo de fofocas na manhã seguinte.
A visita pela residência foi rápida e, depois do almoço, eles puderam ter uma tarde de folga para desbravar o esplendor natural da Irlanda. As visitas às fábricas de energia e pontos turísticos seriam na manhã seguinte, o que queria dizer que Joan estava sem fazer nada por intermináveis seis horas. Ouviu que alguns dos meninos havia organizado uma caça a pássaros, já que o inverno rigoroso do país havia colocado os animais mais perigosos para dormir e assim permaneceriam por mais alguns meses até março, no começo da primavera. Joan fazia mais o tipo “in-door-girl” mas mesmo assim aproveitou para ir até a sacada do Palácio, a capa pesada cobrindo o vestido formal…. Foi inevitável pensar que ela parecia algum tipo de figura saída de livros, algum tipo de romance nacionalista. Com princesas, guerreiros, espadas e muito heroísmo. Era bobo pensar nisso, e ela culpou as páginas do livro que seus dedos prendiam. Era comum para ela ler obras clássicas dos países que visitava, uma experiência cultural completa ou só uma maneira de ocupar sua mente que nunca sossegava, não de verdade.
Foi a voz de Lorcan dizendo seu nome, o sotaque mais pronunciado do que quando estavam em Alcatraz, que lhe chamou a atenção. Lorcan-príncipe-irlandês era algo que Joan preferia estudar mais do que livros, any day of the week and twice on sundays, ainda mais na casa dele, perto dos pais e do irmão… Ela imaginava que seria mais fácil entendê-lo ali, talvez até desvendar o pequeno mistério que o rondava os traumas e pesadelos que Joan havia, tantas vezes, o acordado. Ela desistiu do livro, virando o rosto para fitá-lo com atenção. — Você me trouxe sua caça? Eu devo dizer que não aceito nada menos do que um cervo. — Ela brincou, fazendo alusão ao que homens primitivos davam a suas amadas quando voltavam da floresta. Claro, a relação deles não era assim,  e ela observou ele se sentar ao lado dela, a pequena caixinha preta em veludo entre os dígitos deixando-a sem reação. — Did you think i forgot? —  A fala dele não deveria ter sido tão chocante, mas a verdade é que ela havia se esquecido. Era seu aniversário, e ele havia se lembrado. A morena observou calada quando ele abria a caixinha e revelava um colar de prata, o estilo irlandês nas duas pequenas mãos segurando um coração coroado ao centro. — Lorcan, é lindo….— Ela disse, dessa vez, nenhum traço de implicância era visto na baronesa que hesitou até tocar no objeto, de tão maravilhada que estava com a joia.  — Você é inacreditável… Achei que estava brincando quando me perguntou do que estava rindo. Você realmente esqueceu o próprio aniversário. — A fala arrastada a deixou corada, o choque entre a pele pálida e o sangue vermelho que bombeava em suas bochechas era alarmante, e ela se preocuparia com isso se fosse alguém, que não Lorcan, a sua frente. — Eu tinha outras coisas em mente… — Defendeu-se ela, puxando os fios compridos para frente enquanto ele posicionava o colar em seu pescoço, fechando-a sem vacilar. O peso do metal em sua pele não era nada comparado ao fato de que Joan sabia exatamente o que era aquilo. Para crédito de Lorcan, era um colar, não um anel, mas a história de lealdade por detrás do Cladaghh tornava a coisa toda pesada. Joan não era do tipo que chorava, prezava sua imagem de forte e independente, mas estava verdadeiramente emocionada com o presente. — Obrigada! — Ela agradeceu o envolvendo em um abraço apertado e cheio de significado.
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theredjoxn-blog · 6 years
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lorcanturlach‌:
Ainda que tenha tentado ficar alheio aos detalhes do leilão, fora impossível escapar do assunto quando contava com Verena, Felícia, Joan e Bri como companhias frequentes. O montante de detalhes desnecessários que acabou por saber, foi o suficiente para ter certeza de que não faria parte ativa do evento. No dia fatídico, compareceria e ocuparia o lugar que lhe seria designado, assinaria um cheque polpudo e apreciaria um jantar requintado enquanto desviava de qualquer atenção indesejada. E foi isso o que fez. Por sinal, agora jazia relaxado em seu assento, degustando uma taça de vinho tinto ao passo que assistia o leilão dos jantares. “Por sorte escapei dessa”, pensava vez ou outra, notando o sorriso amarelo de alguns participantes. Uma grande dose de coragem deveria ser necessária para se prestar àquele papel, de modo que Lorcan admirava quem ocupava o palco, mas não se sentia inspirado a fazer o mesmo num futuro longínquo, imagine próximo. Sua doação deveria bastar para não ser importunado por Felícia. E ao pensar nela, fez uma nota mental para agradecer a distribuição de lugares, visto que o casal o ladeando participava do leilão, aliviando-o da obrigação social de manter uma conversa insignificante a favor das boas maneiras. Contudo, mal concluíra o pensamento quando a cadeira ao lado fora ocupada. Olhando de relance pra figura conhecida, murmurou: “ Logo quando estava convencido de que teria uma noite tranquila… ” O pequeno sorriso em seus lábios, escondido pela taça encostada a eles, não poderia ser mais evidente no brilho bem humorado das íris azuladas. Desde que passaram a ser amigos, Joan se tornou uma das poucas pessoas pelas quais nutria tanto afeto que se via incapaz de detestar em qualquer circunstância. Já haviam vivido situações consideráveis para assinalar tranquilamente tal fato, sendo algumas delas indizíveis, embora inesquecíveis. Essas situações, também, concederam-lhe certa sensibilidade em relação ao humor da baronesa. Desse modo, ao voltar-se propriamente para a nobre, bastou fitá-la por um segundo a mais para notar a tensão em seus lábios, a inquietude em seus olhos e o desconforto sutil em sua postura. “ Por que uma mulher tão bonita está parecendo precisar de uma bebida forte urgentemente? Você sabe que essa é uma combinação terrivelmente atraente para a maioria dos nobres, ainda mais em um evento como esse. Vai acabar atrapalhando os lances da noite. ” acrescentou em tom leve, com um quê divertido tingindo as palavras por vê-la em semelhante estado de espírito.
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                       ((  ♟  )) Não demorou muito para que Johanna recorresse a Lorcan naquela noite. A verdade é que a vermelha havia desenvolvido certo padrão: Toda vez que se sentia triste e aborrecida com Lorsan ela recorria ao loiro, que magicamente, transformava seu humor em algo menos desagradável. Não era justo que fosse ele a suportar seus piores momentos, ainda mais que ele nada fizesse para merecer sequer um suspiro descontente da baronesa, mas, por outro lado, que culpa ela tinha se ele funcionava como o seu trevo de quatro folhas pessoal? Certa vez, até havia verbalizado esse pequeno gracejo ao irlandês, implicando com as tradições de seu país junto a um sorriso travesso ------ ocasião que ela conseguiu, de uma só vez, um sorriso divertido e um revirar dos olhos claros de maneira exasperada. ------ As coisas eram assim com o Turlach, fáceis, descomplicadas… Talvez por isso Johanna sentia-se bem em procurá-lo, como uma garotinha que recorria ao rabo de saia da mãe todas as vezes que as coisas não funcionavam bem, tirando o fato de que, é claro, ela não via Lorcan de maneira nenhum pouco maternal, porém, um irmão mais velho não seria uma maneira de toda errada de descrevê-lo, se desconsiderassem certa noite no quarto do loiro. --- E qual seria a graça disso? --- Ela estreitou os olhos azuis, tentando parecer relaxada, engraçada, divertida… Nenhuma delas remotamente se assemelhando com o que ela sentia no momento. E, é claro, que Lorcan saberia disso. Podia sentir os olhos claros lhe analisando enquanto ela terminava de se ajeitar na cadeira e ele levava a taça aos lábios, como se o fato de encará-la não fosse quase ruidoso. Para o crédito do irlandês, elogiá-la, tinha, de fato, melhorado seu humor, ainda que um pouco, e ela sorriu, o movimento não saindo natural como normalmente acontecia. --- Porque não me oferece uma bebida e tiramos esse fardo da mão dos pobres homens? Não queremos arruinar o leilão, não é? --- Ela estremeceu com a ideia, vendo o uniforme de Lorsan brilhar assim que o refletor centralizou nele. --- Seria mesmo uma pena… --- Ela sentiu a língua estalar, de maneira mau humorada, ainda que não quisesse fazê-lo.
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theredjoxn-blog · 6 years
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@lorcanturlach liked for a starter!!!
                        ((  ♟  )) O momento do leilão chegou mais rápido do que ela poderia prever. Sua mesa estava surpreendentemente vazia, já que Verena, Felicía e Brianna estavam esperando para ocupar o lugar no meio do palco e Joan levou a taça de champanhe aos lábios ao mesmo tempo que as luzes se abaixaram, e um holofote focou no rosto do primeiro leiloado. Uma espécie de bolo se formou em seu estômago, e Joan percebeu tarde demais, que estava nervosa. Não nervosa porque não estava ajudando, como ela pensou se tratar toda a animosidade com que vagava pelas mesas, as meninas haviam provado precisar de sua ajuda tanto quanto um adolescente precisa dos pais para usar o banheiro. Um rápido vislumbre dos nobres dispostos em fila, foi o suficiente para que ela soubesse porque havia passado a noite tão desconfortável em sua própria pele. Puxando a saia do vestido com uma mão e a taça na outra, Joan tratou de se mudar para a mesa do príncipe Irlandês, já que ela normalmente sentia-se muito à vontade perto dele porque ele a deixava ajudar e ser útil, e focar nas necessidades de outras pessoas era sempre melhor do que focar nas suas. --- Esse lugar está vago? --- Ela perguntou, ainda que por mera educação, afinal ela já estava puxando a cadeira para se sentar antes mesmo de Lorcan ter tido a chance de respondê-la.
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theredjoxn-blog · 6 years
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                             ― ♜ JOHANNA HOLLORD ❞
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theredjoxn-blog · 6 years
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@lorcanturlach
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theredjoxn-blog · 6 years
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                 ― ♜ JOHANNA HOLLORD MOODBOARD ❞
                                       ❝ WHEN DID you get too comfortable?                                       'cause I'm too 𝔾𝕆𝕆𝔻 for that                                              נυѕт r e m e m b e r                                      I ain't gon' be cooking 𝒶𝓁𝓁 day                         I ain't gon' do your laundry I ain't your 𝓂𝒶𝓂𝒶
                                                       N O
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