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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Crítica: Livro infantil: “Menina bonita de laço de fita” de Ana Maria Machado.
A obra “Menina Bonita Do Laço De Fita”, age com maestria no processo de valorização da diversidade. Ana Maria Machado teve sua inspiração tirada da sua filha Luiza, branca, com descendência italiana. A menina era bem branquinha e seus irmãos que eram de outro casamento eram morenos. Quando as crianças brincavam, viviam perguntando como ela saiu tão branquela, e um deles sempre respondia na brincadeira: passou talco em mim, tomei muito leite ou passaram açúcar em mim. Por conta disso, a ideia se formou, mas ela não queria colocar uma menina branca como personagem, pois era a representatividade que as crianças já tinham. Mostrando a situação ao inverso da representação que temos quando jovens, muda totalmente o olhar de uma criança negra ao se ver representada. 
A escritora conta que quando lia o livro nas escolas, sempre gerava uma surpresa no rosto das crianças quando elas viam a ilustração da criança negra no livro, mesmo ouvindo a introdução dela na história, não assimilavam a cor de pele negra. Mas é uma falha de representatividade, enquanto elas circulam sua atenção em desenhos, filmes infantis e livros com personagens principais somente de pele branca. 
 Para uma criança se identificar e criar um sentimento de identidade para consigo mesma, é preciso estar em um meio em que ela é valorizada. O livro transmite a importância de conhecer e compreender quem são seus antepassados, sua família, por onde sua raiz corre. “Artes de uma avó preta que ela tinha”, é a resposta que o coelho tem da mãe da menina negra é o suficiente para ele entender como realizar seu sonho de ter uma criança pretinha. A raiz é a base de uma pessoa, e a compreendendo, o caráter é criado. 
O livro dá um toque para o entendimento que a beleza não está no ser uma coisa ou outra, ter pele branca ou preta, cabelo crespo ou liso, e sim na essência de casa pessoa. Respeitar independente das diferenças. Com uma linguagem simples o livro trás a representatividade que é necessária na vida de uma criança negra.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Documento: Livro infantil: “Menina bonita de laço de fita” de Ana Maria Machado
O livro “Menina Bonita Do Laço De Fita”, escrito por Ana Maria Machado que além de escritora trabalhou como editora, jornalista e professora. Com a educação muito rica, já deu aulas em faculdades como a UFRJ, PUC-Rio, Universidade de Berkeley na Califórnia e outras que somaram em sua profissão. Passou pela revista Elle em Paris, revista Recreio, no serviço brasileiro da BBC de Londres, O GLOBO, Jornal do Brasil, sempre se superando. Sua carreira rendeu diversos prêmios e consagrações. 
“Menina Bonita Do Laço De Fita”, conta a história de um coelho que se encanta com a beleza de uma menina negra. Intrigado por sua formosura, insisti em descobrir qual era o segredo para a menina ser tão pretinha, a menina sem uma resposta certa, sempre inventava uma, e o coelho sempre fazia o que ela respondia tentando ter a pele negra para conseguir ter uma filha tão linda quanto ela no futuro, mas nunca dava certo. 
Mesmo sem sucessos ele persistia em sua pergunta para a menina:” Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?”, até que a mãe da criança responde, dando sentido ao coelho. O que faz ele realizar seu sonho de ter uma filha coelha bem pretinha. 
 A obra lida com assuntos muito delicados e importante para uma criança negra, como a valorização da autoestima e a descendência familiar, suas raízes. Publicado em 1996, com o total de 24 páginas e 9 edições publicadas ao longo dos anos, mantendo hoje a edição com a editora Ática. A ilustração foi assinada por Claudius Sylvius que é arquiteto, designer, jornalista, desenhista, ilustrador e cartunista.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Crítica: Museu: Afro-Brasil.
O Museu afro aborda a cultura e influencias africanas na sociedade brasileira desde 2004 quando foi inaugurado no Parque do Ibirapuera. Tornando-se um destino muito recomendado para explorar e aprender na cidade de São Paulo. Pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas produzidos entre o século XVIII até os dias de hoje, enchem os espaços do Museu, cumprindo seu dever de transmitir um conhecimento de uma cultura que é tão abalada por preconceitos e falta de representatividade. 
 Quando realizei minha visita ao Museu, me senti indignada por já ter frequentado o Parque Ibirapuera um número considerável de vezes e nunca ter entrado em contato com o Museu antes do trabalho. Saber que passei tão perto de paredes que agregam tanto conhecimento e cultura que me gera uma frustração e arrependimento por não ter explorado melhor o que o parque oferece. 
O acervo aborda temas como religião, arte, escravidão, trabalho que registram a trajetória histórica e as influências africanas. As obras mostram as conquistas de espaço na sociedade por profissionais negros, como jogadores, artistas, personalidades negras que se destacaram em diversas áreas do saber, desde o período colonial até os dias atuais. 
 Encontramos um núcleo com histórias de escravos, contando coisas que eles descobriram como instrumentos e técnicas que ajudavam diariamente nos comprimentos de tarefas, ressaltando os saberes e tecnologias trazidas. Tanto no ambiente rural quanto no urbano, os conhecimentos dos africanos foram construídos focando no desenvolvimento dos ciclos econômicos. Exaltação das religiões e cultos brasileiros da cultura africana, Exú, Oxóssi e Ogum, exibindo roupas que caracterizam a religião, instrumentos musicais, gravuras, esculturas, fotografia e pinturas. 
Museu Afro Brasil é uma parada obrigatória que as escolas precisam levar aos seus alunos, e até mesmo as próprias famílias. Um lugar essencial para entender tanto sobre a cultura negra quanto sobre a cultura que também caracteriza o Brasil. Desmistificar certos preconceitos que circulam essa cultura tão rica. Passar essa aprendizagem para crianças e jovens em sua fase mais importante de construção de pilares.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Documento: Museu: Afro-Brasil.
O Museu Afro Brasil foi inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do Diretor Curador Emanoel Araújo. Construído para dar uma valorização maior do universo cultural brasileiro. Exibindo a ousadia e criatividade de artistas brasileiros e internacionais desde o século XVIII até a contemporaneidade. A implementação do Museu veio como proposta feita pela prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. Para a iniciativa se tornar realidade, foram utilizados recursos através do Ministério da Cultura pela da Lei Rouanet. 
É considerado uma instituição pública vinculada a secretaria de Estado da Cultura de São Paulo desde 2009, é administrada pela Associação Museu Afro Brasil. Encontra-se no Parque Ibirapuera, em um edifício projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em dezembro de 1953. Seus onze mil m2 tem um acervo de seis mil obras, com funcionamento de terça-feira a domingo, das 10h às 17h com permanência até às 18h. O ingresso tem o valor inteiro de seis reais e a meia três reais. 
Com uma loja do Museu que oferece produtos variados de itens de temática africana, itens relacionados às exposições temporárias e produtos com a marca do Museu Afro Brasil.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Crítica:Clássico: Gilberto Freyre, Sobrados e mucambos.
O capítulo “O pai e o filho” que se encontra na obra de Gilberto Freyre “Sobrados e mucambos”, livro que lida com a história patriarcal no Brasil, com uma linguagem simples e fácil de compreensão comparado com os livros da época que é necessário um dicionário fixo ao lado durante a leitura. O capítulo ressalta a enorme diferença hierárquica existente durante a época no livro, entre os adultos e as crianças, especialmente entre homem adulto e o jovem. 
Destaca a fase “anjo’’ da criança, idealizado de uma forma absurda: “andando nu em casa como um Meninozinho Deus”. Adorado pelas mães e familiares até começar a fase do menino-diabo, que durava entre seis e dez anos, onde era tratado como nada, era criado pela escrava convivendo com seus filhos também. Era duramente espancado, apanhava de todos da família, até do padre e professor, mas sempre depois do escravo claro. Com o término dessas duas fases, os meninos são cortados da infância para que sejam como os pais, descartando a importância da infância e buscar formas de serem respeitados pelos seus entornos, mas não era uma coisa fácil na época. 
 Quando Dom Pedro II passou a reinar, formou uma grande representatividade para essas crianças, assim sendo, o respeito começou a surgir para essas crianças que queriam passar logo para fase adulta e quando alcançada era comum um homem adulto novo compartilhar um cargo alto que seria posto para um homem adulto velho. O capítulo não é tecnicamente dedicado para crianças negras, ou melhor, meninos negros, por mais que tenha suas aparições de em alguns momentos, o enfoque esta na relação menino branco e homem branco, mas mesmo assim é possível pontuar que as crianças não tinham essas escolhas, se colocar na posição de querer se tornar adulto para ser respeitado, ainda que a escrava estava em declínio, o respeito que eles mereciam não estava tão perto. 
 As exigências submetidas pelos adultos nas crianças, gerava uma rivalidade entre eles. Serem obrigados a serem adultos enquanto são crianças, alimentadas pelo machismo e o racismo da época. “Nas sociedades patriarcais, que o menino, com vergonha da meninice, deixa-se amadurecer, morbidamente, antes do tempo.”, é a quebra de um ciclo necessário na vida de uma criança.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Documento: Clássico: Gilberto Freyre, Sobrados e mucambos.
“Sobrados e mucambos” é um livro nacional publicado em 1936 pela Companhia Editora Nacional, com total de 1008 páginas, escrito pelo sociólogo, antropólogo e escritor Gilberto de Mello Freyre conhecido também pela sua obra Casa Grande e Senzala sobre a formação da sociedade brasileira. A obra Sobrados e mucambos na edição atual de 2003 pela editora Global Editora, fala sobre a decadência do patriarcado rural no Brasil, que enfraquecida por conta do declínio da escravidão e pressionada pelas forças da modernidade que vinham do exterior, perde espaço, prestígio e poder. 
 O capítulo referência é o três, intitulado “O pai e o filho”, que desenvolve na pressão que o filho tem diante do pai, alimentando uma rivalidade entre o homem moço e o homem velho e como foi se modificando com o passar do tempo.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Crítica: Disco: África Brasil, Jorge Ben.
África Brasil pode ser compreendido como uma materialização expressiva das estratégias híbridas de criação de Jorge Ben Jor e de sua relação com o contexto social da época, bem como de seus modos particulares de interação com o mercado fonográfico nacional e internacional. 
O cantor estabeleceu uma conexão sincretista inédita com a África, incorporando os ritmos negros de raiz, o balanço da soul music e do funk norte-americanos. Buscou na alquimia, no misticismo e nas religiões afro inspiração para escrever. A cada nova geração, Jorge é revisto profundamente a ponto de seus novos e menos inspirados discos passarem despercebidos frente às centenas de músicas eternas que ele registrou. 
Em entrevista recente à revista Veja, o cantor assume que gosta de ver que possui um público mais jovem, de até 15 anos. “Minha geração não entendeu meu som. Eu misturava jazz, rock, coloquei baixo elétrico com uma bateria forte, mas os críticos reclamavam”. Jorge também é uma enorme referência como cantor e compositor negro para os mais jovens. Ele ressalta a importância de possuir referências fortes na época da infância. Afinal, a música é o lugar em que todos podem encontrar uma conexão, independente de onde vem ou para onde vai. 
Há duas músicas relevantes para serem citadas, são elas Xica da Silva e África Brasil (Zumbi), ambas apresentam uma temática deliberadamente afro-brasileira, abordando a trajetória de personagens de destaque na história do Brasil escravocrata. 
Partindo de um caráter afirmativo de uma negritude e de uma africanidade mítica, são canções que possuem estreita relação com o momento pelo qual o país vivia, nos anos 70, em meio à ditadura, a uma repressão política e à emergência dos movimentos negros. As músicas também elencam uma série de estratégias composicionais influenciadas por musicalidades afro-derivadas nacionais e internacionais. 
Em relação aos temas raciais abordados em África Brasil, mesmo que nem todas as faixas abordem diretamente a questão afro-brasileira, a ligação está fortemente representada através da seleção de instrumentos feitas por Jorge Bem Jor. Como por exemplo a utilização do atabaque, instrumento de percussão típico do candomblé brasileiro, e de congas e tumbas, oriundos da tradição afro-cubana, empregados de forma a conferir uma sonoridade mais acústica em contraposição aos outros instrumentos eletrificados. 
A proposta de obter uma ligação mais direta com outros sons afro-derivados também pode ser notada pela aproximação a técnicas e estilos de gravação e captação da voz da indústria fonográfica da black music norte-americana, ora aproximando-se de uma sonoridade mais agressiva e grave, influenciada pelo rock, ora privilegiando um ritmo mais suave e sincopado, advindo do desenvolvimento da música soul.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Documento: Disco: África Brasil, Jorge Ben.
África Brasil é o 14º álbum do cantor brasileiro Jorge Ben Jor, lançado em 1976 pela Philips Records. O disco representou um marco na carreira do cantor pelo fato de Jorge ter consolidado a mudança do violão acústico pela guitarra elétrica. Essa fusão de gêneros musicais e de técnicas composicionais entre a música afro-brasileira e a música pop negra estadunidense vinha sido trabalhada pelo cantor desde o início de sua carreira.
 O álbum é composto por 11 faixas, sendo elas: 
1. Ponta De Lança Africano 2. Hermes Trimegisto Escreveu 3. O Filósofo 4. Meus Filhos , Meu Tesouro 5. O Plebeu 6. Taj Mahal 7. Xica Da Silva 8. A História De Jorge 9. Camisa 10 Da Gávea 10. Cavaleiro Do Cavalo Imaculado 11. África Brasil. 
O resultado foi um álbum extraordinário, que abriu com o clássico “Umbabarauma” e no qual a swingada guitarra elétrica dá o tom. 
Sendo assim, não foi uma surpresa quando as músicas atraíram o sucesso comercial e de crítica, sendo eleito o 22º em lista dos 50 mais legais do mundo pela revista Rolling Stone e o número 67 em uma lista dos 100 maiores discos da música brasileira divulgada pela Rolling Stone Brasil. 
 Ficha técnica: 
· Arranjos de Base: Jorge Ben Jor · Arranjos de Orquestra: José Roberto Bertrami · Arranjos de Vocal: Mazzola · Direção de Produção e Estúdio: Mazzola · Técnicos de Gravação: Ary Carvalhaes, Luigi Hoffer, Paulo Sérgio "Chocô" e João Moreira · Auxiliar de Estúdio: Rafael Azulay · Técnico de Mixagem: Mazzola · Estúdio: Phonogram 16 canais · Capa: Aldo Luiz · Arte-final: Jorge Vianna · Fotos: Orlando Abrunhosa · Produção e Distribuição: Phonogram.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Crítica:" Quando me descobri negra", por Bianca Santana.
Um livro que demonstra uma realidade atual, o título do livro já fala por si só: “Quando me descobri negra”. Com a população negra predominante no Brasil, muitas delas ainda não se reconhecem de fato. Está cada vez maior as discussões sobre o conceito de ser negro, como se identificar, entender desde cedo quem você é, suas raízes e como o racismo está tão presente nesse processo. Diante de uma sociedade culturalmente branca é fácil esconder as raízes. 
Cabelos crespos, bocas carnudas, pele escura são estereótipos clássicos para descrever uma pessoa negra, mas para uma parte delas é muito mais profundo em si do que só se olhar no espelho e se apresentar como negra, e não é culpa delas. Bianca Santana, autora do livro, relata que antes de se descobrir negra, se considerava morena. Mesmo em uma sociedade que se posiciona contra qualquer tipo de ofensa, continuamos com uma cultura predominantemente branca. Ao ponto de uma pessoa preta duvidar da sua identidade e esquecer da sua raiz, como a autora que contou sobre sua infância, quando o questionamento era feito para a família sobre ser negra por ter descendência de escravos eles respondiam que também eram descendentes de índios e portugueses, e era o máximo que conseguia deles. Alisar o cabelo, não se envolver na cultura negra e até mesmo não consumir produtos midiáticos desenvolvidos por negros faz parte dessa cultura esbranquiçada, desde muito jovens pessoas negras são na maioria das vezes inspiradas por pessoas brancas e tem referências exclusivamente brancas, e que no fundo não se identificam. 
E o preconceito continua. Os relatos profundos que o livro mostra não é atoa, ele retrata a realidade de muitos. O racismo é silencioso, indireto ou direto, mas sempre cruel. 
O livro é um caminho para o encontro de uma identidade, por isso é uma obra importante para ser abordada com crianças negras, do mesmo jeito que a Bianca passou pelas dificuldades quando criança também há outros jovens que passam e que precisam de um livro como “Quando me descobri negra” para mostrar quão fortes são e podem ser. A infância é o ponto ideal para criação de raiz e entendimento de quem você é. Pelo livro passar os relatos de forma tão direta, simples e lúcida trás a facilidade da leitura para o público infantil. 
Segundo a pesquisa feita pela Pacific Press Publishing Association, o caráter de uma pessoa é construído entre um e sete anos de idade. Ou seja, por vivermos em uma sociedade com referências predominante negras, os referenciais construídos no imaginário das crianças desde o dia 1 são feitos por pessoas brancas. É desde uma série na televisão, um desenho, um brinquedo. A falta de representatividade também constrói raízes dentro de nós, mais profundas do que imaginamos.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Crítica: Doll Test - O efeito do racismo em crianças.
O “Doll test” mostra a infeliz e pobre representatividade que crianças negras tem quando procuram por um brinquedo, filme, personagem, herói, desenho animada ou qualquer outro tipo de referência que nutri a vida de uma pessoa durante sua infância. 
O teste de boneca não é um simples experimento, mas sim uma demonstração do quão fraca é a representatividade negra quando se fala de brinquedos. Quando entramos em uma loja, sempre nos deparamos com uma enorme quantidade de bonecas brancas de olhos azuis. A clássica boneca Barbie que reina nas prateleiras de produtos para meninas é o maior estereótipo branco da sociedade: uma boneca branca, loira e de olhos azuis. Quanto ao Ken, seu par romântico, é nada mais do que um homem branco, loiro e olhos azuis. Igualzinho ela. Essa é uma das maiores representações que crianças negras tem na infância. Um padrão que gera um instinto de rejeição na sociedade, causando uma falta de autoestima e autoconfiança. 
Qualquer um gosta de se imaginar em papéis de heróis, e não de violões. Não há quem goste de se ver representado por algo que não é bom, ou entendido como feio. O conflito que cria na cabeça de uma criança negra e que a leva para sua fase adulta aumentando o preconceito e o auto preconceito, mostrando que de fato o que é bonito é fenótipo que ela não é representada, como é representado no vídeo quando maioria aponta para a boneca que acha mais bonita. 
Infelizmente seguimos com esse conteúdo que circula a infância cheio de buracos de representatividade, principalmente no meio midiático que está sendo exposta ferozmente para crianças, gerando mais déficit de reconhecimento de si mesma em alguma figura que cria um afeto maior. 
O vídeo representa uma falha na estrutura que ainda está longe de ser arrumada e que cria mais infelicidade e problemas para uma criança que está tentando se identificar e gerar um sentimento de pertencimento em meio a uma sociedade predominantemente com uma cultura branca. 
As reações das crianças é o que torna o vídeo mais doloroso de se assistir. Quando respondem as perguntas, “Qual é a boneca má?” e logo em seguida:” Qual a boneca que se parece com você?”, e elas apontam para a mesma: a boneca negra. A expressão em seus rostos é de doer a alma. Eles são aquilo que consideram como feio e mau. E o mais cruel desse processo é que isso não é natural, é social. Ou seja, elas foram ensinadas a pensarem desse modo. 
Crianças negras são ensinadas diariamente que são feias, más e que jamais serão boas o suficiente. “É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”, dizia Einstein.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Documento: Doll Test - O efeito do racismo em crianças.
O Doll test, ou melhor “Teste da boneca” é um experimento psicológico sobre o racismo na infância que foi realizado nos anos 40 nos Estados Unidos e replicado em 2009 nos EUA também. Usaram o teste com o intuito de testar o grau de marginalização sentido por crianças afro-americanas, causado por preconceito, discriminação e segregação racial. 
Por conta do aumento das imigrações na Europa, principalmente por conta de zonas de guerra e conflitos, em busca de uma vida melhor e um refúgio, o canal Fanpage.it recriou o experimento em 2016 com crianças italianas. Vídeo de Luca Lavarone e Raffaello Durso com dois minutos e onze segundos, 8,6 mil likes e 242 dislike.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Crítica: TED da Taís Araújo, "Como criar crianças doces num país ácido?".
O evento Tedx de 2017 sediado em São Paulo teve como uma das participações o discurso intitulado “Como criar crianças doces em um país ácido” da atriz e apresentadora brasileira Taís Araújo. Seu tema tão delicado trás em seu discurso pensamentos e medos que tem sobre crianças negras, incluindo seus filhos, João Vicente de seis anos e Maria Antônia de dois anos e sete meses. Taís fala que há sim uma grande diferença de criar homem e mulher ainda mais quando a questão é criar eles em um país tão preconceituoso. “Liberdade não é uma coisa que ele vai poder usufruir!”. Ela expõe os problemas que seus filhos irão passar durante sua infância e juventude, e como um simples andar na rua para eles não será tão simples assim, podendo ser abordados já com os conceitos que a sociedade esbranquiçada cria em cima de um jovem negro. “A cor do meu filho é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada”. Ela aborda o fato de que a vida de sua filha só não vai ser igual do seu filho porque além de negra ela é mulher. Caindo em uma sociedade que desigualdade de gênero é profundamente presente também e como o machismo faz com que a mulher seja criada para servir. Destaca sua preocupação em questão ao índice alto de feminicídio de mulheres negras, como deixar sua filha em um país tão ácido. Onde o perigo e o medo aumentam para as crianças e famílias negras que não tem estrutura e se encontram na pobreza sendo alvos maiores da discriminação. 
O Brasil é um país tão grande, com tanta diversidade e pluralidade, mas tão desigual. Taís sonha para que um dia ricos trabalhem para acabar com a pobreza, homens se colocarem no lugar de mulheres, que as mulheres brancas entendam que há um abismo entre elas e as mulheres negras. 
 A fala dela tem poder e precisa ser ouvida. Enquanto a perda por conta da desigualdade só aumenta, o medo de viver no país aumenta também, sem permitir a voz por conta da sociedade. A ação que a população civil tem para melhorar esse quadro é grande tão quanto do governo, “transformar nossos pensamentos e falas em ação!”.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Documento: TED da Taís Araújo, "Como criar crianças doces num país ácido?".
O Tedx realizado em São Paulo no mês de agosto de 2017 teve a participação da atriz e apresentadora brasileira Taís Araújo, conhecida por papeis marcantes em canais de destaque de audiência e primeiro protagonismo negro na novela da Globo. Famosa internacionalmente e eleita um dos 50 rostos mais lindos do mundo pela revista People. Ela usa o poder da sua voz para o empoderamento negro e pela igualdade racial. 
 Seu discurso foi intitulado de “Como criar crianças doces em um país ácido”, nele ela trás a dificuldade da criação dos filhos negros hoje com a questão racial no Brasil. 
 O discurso durou o total de 10:24 e foi realizado no estádio Allianz parque, como todo o evento do Tedx realizado no dia. No Youtube o vídeo teve vinte e um mil like e dois mil dislike, gerando tanto elogios quanto críticas negativas e improdutivas.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Crítica: "Meu Crespo é de Rainha", por bell hooks
"Meu Crespo é de Rainha" é nada mais que um tesouro para a infância, adolescência e até mesmo para adultos. Por ser um livro infantil dedicado para crianças negras já fala por si só que é uma necessidade de reconhecimento que elas precisam ter desde cedo com seus cabelos naturais. Escova, chapinha, alisamento e todos os outros tipos de procedimento que tornem o cabelo liso se tornam um dos vilões. Em um meio que a falta de representativa negra faz com que ocorra o abandono da sua origem capilar e a falta de autoestima. Sem representação na mídia, livros, livros didáticos e brinquedos (especialmente bonecas), não é reconhecido como o bonito, belo ou carinhoso por conta do seu couro cabeludo. A construção da autoimagem é a principal ferramenta da obra, reverter o processo histórico de invisibilidade. Desmistificando o cabelo afro imposto por preconceitos, trás o cabelo afro perfeito, que é o natural de todos os tipos, estilos, formas e penteados.
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A Netflix entrou no assunto do livro lançando o filme “Felicidade por um fio”, onde trata os temas abordados no parágrafo anterior: fraqueza da autoestima, falta da estruturação da autoimagem, e a invisibilidade por não estar no padrão considerado bonito por ser negra e não ter cabelo liso. Mesmo vindo de uma família afrodescendente, sua própria mãe a obrigava a ter cabelo liso desde sempre, deixando claro que sem um cabelo bem cuidado e liso não teria sucesso e muito menos um marido. O filme não mente, o problema está enraizado a gerações, a própria pessoa negra expõe seu cabelo como sendo uma coisa ruim, pois desde sempre a sociedade tratava esse estilo. Por isso o livro de bell hooks é focado para uma idade essencial, fase de formação de opinião e identidade. Quando a personagem principal por um erro químico em seu cabelo acaba o raspando, se coloca na posição de se autodescobrir, descobrir sua negritude aceitando o seu cabelo, e é o que a obra faz com quem a lê.
Meu crespo é de rainha é um livro que se identifica com os problemas do ontem e hoje, e como eles afetam os afrodescendentes do amanhã. Sua expressividade trás o quão perturbador é para uma pessoa não ter seu cabelo chamado de cheiroso, lindo ou fofinho, não se achar bonita e não ter confiança em si. Bell hooks criou um livro para as pessoas negras se inspirarem e se sentirem representadas.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Documento: "Quando Me Descobri Negra", por Bianca Santana.
O livro nacional “Quando me descobri negra” foi publicado no ano de 2015, escrito por Bianca Santana. A obra chegou às prateleiras pela editora SESI-SP com total de 96 páginas. Aborda através de relatos tanto pessoais da própria autora quanto de outras mulheres e homens negros, casos de discriminação racial e como de fato passou a se identificar como uma mulher negra. É constituído de textos curtos, mas seu tamanho faz jus ao seu propósito, colocando desconforto por conta do racismo relatado e toda sua violência. A obra foi consagrada em 3º lugar na categoria ilustração no Prêmio Jabuti de 2016.
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A arte do livro foi concedida pelo artista Mateu Velasco. Nasceu em Nova York, mas desde pequeno mora no Rio de janeiro, reconhecido em galerias e muros das cidades de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Paris e Lisboa. Seu estilo próprio de grafite e ilustração estão repletos de referências do cotidiano urbano e sempre mantendo uma proposta de humanização da cidade. A autora da obra, Bianca Santana, além de escritora é pesquisadora, jornalista e professora. Lecionou na Faculdade Cásper Líbero onde estudou jornalismo e na pós-graduação em jornalismo multimídia da Faculdade FAAP. Bianca colaborou com a área de cultura digital no Ministério da Cultura, foi uma das fundadoras da Casa de Lua Organização Feminista e da Casa da Cultura Digital, no qual conduziu um projeto de recursos educacionais abertos e é colunista da revista cult. Militante feminista, Bianca é mestre em educação pela Universidade de São Paulo e considerada “mulher inspiradora” em 2015 e 2016, na área da literatura, pelo projeto feminista Think Olga.
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tiffany3rtvi-blog · 5 years
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Documento: “Meu Crespo é de Rainha", por bell hooks
O livro infantil “Meu Crespo é de Rainha” foi publicado nos Estados Unidos em 1999, escrito por bell hooks. Em 2018 chegou no Brasil pelo Boitatá, selo infantil da editora Boitempo. Com 32 páginas, a obra é uma leitura em forma de poema rimado focado na inspiração e aceitação do cabelo crespo voltado para o público infantil, apresentando diversos cortes e penteados de uma forma alegre e positivo. Enaltecendo a beleza do cabelo crespo, elevando os cabelos afros, serve para a pessoa que se sente representada e adorada. “Cachinhos, crespinhos, birotes, coquinhos.
 A arte ilustrativa do livro foi feia por Chris Raschka que é escritor e ilustrador, conhecido principalmente pelos diversos prêmios que ganhou pelo seu trabalho de ilustração para livros infantis. 
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 Gloria Jean Watkins é a escritora que deu vida ao livro “Meu Crespo é de Rainha”. Conhecida pelo nome artístico bell hooks, que foi criado a partir da sua bisavó que se chamava Bell Blair Hooks. A escrita em letra minúscula é proposital, tem o objetivo de dar destaque para suas obras, e deixar seu nome em segundo plano. Quando criança frequentou uma escola pública só para negros, pois na época a segregação racial mantinha-se forte. Além de autora, bell é educadora, ativista social nos Estados Unidos e feminista, ela acredita na prática pedagógica como espaço fundamental para política, antirracismo e anticapitalista.
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