Pequenas resenhas dos livros que ando lendo, desde 2018.
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"Com o fascínio lento do medo, ele se ergueu, apoiado em um braço, e voltou os olhos para a escuridão horripilante da janela."
Esse conto, publicado em 1941, conta a história de um planeta que possui vários sóis, portanto a noite nunca foi vista pela população. Um jornalista famoso está agora no observatório acompanhando o que parece ser um eclipse que irá envolver o planeta em uma escuridão total. Com a ameaça iminente, descobrimos que um grupo de cultistas seguem um livro que previa esse acontecimento, envolto de misticismos, os cientistas trabalham para compreender o evento astronômico ao mesmo tempo que discutem a terrível escuridão que poderá enlouquecer a população e destruir todo o planeta.
As reflexões são muitas para um livro tão curtinho - a loucura causada pelo desconhecido, a ignorância da população avisada sobre o evento e que mesmo assim decidiu zombar da ciência, os personagens originais e consistentes, tudo é maravilhoso nesse conto.
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"Foi dito aqui, neste tribunal, que só um humano pode ser livre. Parece-me que apenas aquele que deseja a liberdade pode ser livre. Eu desejo a liberdade."
Essa novela de ficção científica foi escrita em 1976 e conta a história de um robô em busca de sua humanidade. Há várias gerações na mesma família, o robô protagonista se mostra diferente dos demais, com uma certa tendência artística e um desenvolvimento especial nas suas vias positrônicas, encorajado pela família, o robô passa a fazer arte e a compreender certos sentimentos humanos. Depois de uma vida longa e de muitos direitos alcançados em conjunto com a sua família, o protagonista está obstinado ser considerado humano e vai a júri para isso. É incrível como o Asimov consegue criar um personagem que age como um robô, pensa como um robô, se faz perceber robô, mas ao mesmo tempo é tremendamente humano. Um história curta e muito bem escrita para refletir nossa condição existencial, nossa contribuição com o mundo e principalmente nossa própria humanidade.
Meu cachorrinho filhote comeu o box num momento de descuido, felizmente o texto não foi danificado, mas os marca páginas magnéticos ficaram bem feios.
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"Tratava-se apenas de uma casa grande e feia, antiquada mas conveniente, que incorporava algumas poucas características de uma construção ainda mais antiga, em parte degradada, em parte aproveitada, na qual tive a sensação de estarmos quase tão perdidos quanto em um punhado de passageiros num navio imenso à deriva. Bem, por inusitado que fosse, eu estava ao leme!"
Essa novela, publicada em 1898, é um suspense narrado em primeira pessoa a partir de um manuscrito, lido na véspera de natal ao redor de uma lareira em uma casa velha, dessas que dão medo. O enredo é meticuloso, uma mulher é contratada para ser preceptora de duas crianças, Miles e Flora, e ao se deparar com a situação do seu trabalho, percebe coisas estranhas acontecendo com os pequenos, aparições fantasmagóricas e uma influência maligna pairando no ar. Essa situação vai pressionando a narradora e a colocando numa posição muitíssimo delicada com as crianças. A impressão é de que todos sabem alguma coisa, mas ninguém fala nada concreto. A preceptora vê as figuras de dois antigos funcionários do local que, segundo ela, parecem querer se apossar da mente das crianças, influenciando-as de alguma forma. Mas toda essa teoria não passa de suposições para nós, afinal, apenas a preceptora vê os fantasmas e a conversa que ela tem com outra funcionária do local e com as crianças é sempre muito tensa e cheia de dúvidas, ela vai apertando cada vez mais esses três personagens para saber se sua teoria é real, até que tragédias acontecem. Por isso o título, uma expressão em inglês que para nós significaria o momento em que não aguentamos mais, aquilo que seria a gota d'água. A grande genialidade desse enredo é justamente a possibilidade de várias interpretações, desde a primeira linha da história o leitor já fica com um pé atrás sobre tudo que está sendo narrado. É um enigma tão bom quanto se Capitu traiu Bentinho.
Eu gostei muito, já conhecia a história desde adolescente e fiquei mais curiosa ainda quando assisti A maldição da Mansão Bly, do Mike Flanagan, pela Netflix. Tem outras produções cinematográficas baseadas nessa história que também quero assistir.
Pretendo comentar todos os textos do livro Contos de horror do século XIX, já que são de diferentes autores. Desse modo, esse foi o primeiro que li.
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"Por isso, resta-me agradecer-lhe, Sophie. Vou fazê-lo da melhor forma que sei, e certamente não será com palavras".
Essa história se passa na França do século XX, onde um velho pianista ranzinza, Julien, recebe em sua mansão uma jornalista estagiária, Adeline, que está determinada a conseguir uma entrevista com ele. O que se desenrola depois é absolutamente arrebatador, essa é uma das melhores histórias em quadrinhos que já li, cheias de detalhes, com personagens consistentes e ilustrações deslumbrantes. Com um pé no realismo fantástico e outro no seu coração, a história de Julien e Adeline se juntam para emocionar qualquer leitor, as cores melancólicas das memórias até a partitura da balada no final são detalhes estrategicamente pensados para manter a atenção e curiosidade de qualquer um apaixonado por boas histórias.
Balada para Sophie é uma história em quadrinhos portuguesa, levou algumas premiações regionais e foi indicada a 4 categorias no Eisner Awards. Juan Cavia é quem ilustrou os painéis maravilhosos e Filipe Melo, além de autor também é compositor e deixou Balada pada Sophie disponível no Spotify e Youtube.
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"As lembranças, gastas ao ponto do esquecimento, empilhavam-se no cérebro inchado, atropelando e tampando umas às outras, misturando-se entre si e entrelaçando-se com o calor branco e escaldante que dançava na frente dos olhos semicerrados."
Esse livro é uma ficção científica russa, publicada na década de 70, em meio a Guerra Fria, essa edição tem o prefácio da Ursula K. Le Guin e nos ambienta sobre o tipo de escrita dos autores e o meio no qual eles estavam inseridos. Já o posfácio é um relato do próprio Boris Strugátski contanto como a publicação desse livro levou 8 anos para acontecer devido a censura. Lembrando que esse livro deu origem ao filme Stalker, dirigido pelo Tarkovski, e que vale muito a pena assistir.
O plano de fundo da história é que houveram visitas extraterrestres em diversos locais do mundo, os visitantes pousaram e depois foram embora sem fazer contato, deixando uma grande quantidade de objetos, lixo espacial e efeitos estranhos na natureza desses locais, que são conhecidos como Zona e protegidos pelo governo. Alguns civis se aventuram a roubar os objetos deixados para vender no mercado negro, eles são conhecidos como stalkers e o protagonista é um deles. O que é apresentado sobre essas zonas é pouquíssimo, mas é exatamente o que os cientistas da história sabem, ficando claro que a visitação ainda é um enigma para todos - o enredo é repleto de debates e teorias sobre essas questões. No meio de tudo isso, a história gira ao redor da vida pessoal e financeira do protagonista, que usa a Zona como método de sobrevivência, gerando discussões sobre como a vida humana pode ser bela, mas também ordinária.
A verdade é que eu adorei toda ambientação e os personagens, mas não tenho certeza se gosto de como o final foi deixado. De todo modo, recomendo a leitura pra todos que gostam mesmo de ficção científica - a história é boa e trás questões importantes sobre nossa própria limitação em compreender o universo.
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"A estrada mais segura para o Inferno é gradativa — a ladeira é suave, o solo é macio, sem curvas acentuadas, sem marcos e sem postes indicadores."
Primeiro livro lido em 2024, terminei no começo de março.
Publicado durante a Segunda Guerra, essas cartas são orientações sobre como, quando e por quais meios se consegue a danação eterna a alguém. O aprendiz, Vermelindo, está começando o trabalho de campo agora e parece ter certas dificuldades de manter o seu humano longe da luz divina, o diabo, Maldanado, mais velho e experiente auxilia com seus ensinamentos, simples porém minuciosos. C. S. Lewis usa muita ironia, deboche e um diabo carismático para tratar de assuntos sérios e pertinentes, cuidado para não confundir seus propósitos. O leitor tem sua índole e atenção testadas a cada nova carta, sendo bem possível que se chegue ao final do livro com certa culpa por não estar andando na linha.
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Tiny review 2023
Carmilla por Sheridan Le Fanu Androides sonham com ovelhas elétricas? por Philip K. Dick Mo.pression por Paez Neto O que é um autor? por Michel Foucault
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Tiny review 2022
Crime e castigo por Fiódor Dostoiévski AZIA por Mar Cozta
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"A obra que tinha o dever de trazer a imortalidade recebeu agora o direito de ser assassina do seu autor."
Li esse ensaio para um aula online de introdução a teoria da literatura que ando assistindo por aí. Esse não é um resumo acadêmico do texto, é apenas uma tiny-review para me lembrar no futuro daquilo que já li no passado.
Transcrito de uma conferência em 1962, a fala feita por Foucault discute a função do autor em sua totalidade e busca compreender onde, quando e por quê essa função é exercida e até onde ela é importante para a obra, desde o nome do autor - com relação ao sujeito, suas relações de apropriação, atribuição e até mesmo sua posição no campo discursivo. Ou seja, as relações entre texto e autor.
Antes de mais nada, é um ensaio que gera mais questionamentos do que respostas, o próprio Foucault deixa isso claro durante sua fala. Ele também vai entrar em questões que parecem óbvias mas são difíceis de definir, como a noção de obra, noção de escrita e, por fim, a noção de discurso e dos fundadores da discursividade, além de definir os critérios que regem a crítica literária moderna e como isso está diretamente ligado a função do autor.
Foucault estabelece algumas conclusões a respeito da função do autor, determinando-as como ego, como uma série de operações complexas e até mesmo como um sistema institucional que articula os dircusos e determina suas atribuições, ele também entra no campo do anonimato e do desaparecimento ou morte do autor, como uma existência do sujeito que deixa de estar individualmente presente em sua própria obra.
A grande questão não respondida, ou respondida parcialmente, está na primeira linha do ensaio e o rodeia até a última. Afinal de contas, "que importa quem fala?".
Seguindo o ritmo de leitura, o próximo texto a ser lido é A morte do autor por Barthes.
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Mo.pression, de 2018, é um livreto de rimas ilustradas do artista visual Paez Neto, tem cerca de 14 poesias muito intimistas, com ilustrações tão oníricas quanto os versos, uma espécie de sonho narrado com cores sutis e rabiscos precisos. Fiquei muito contente de poder admirar um trabalho tão lindo e tão bem pensado.
Paez Neto é um artista independente e esse livreto foi adquirido diretamente com ele numa feira local.
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"Futuro e passado borrados; o que ele já havia experimentado e o que ele acabaria experimentando se misturaram para que nada permanecesse além do momento.”
Esse livro conta a história de Rick Deckard, um caçador de androides que vive numa Terra quase inabitável após uma guerra nuclear. Nesse universo, os humanos fizeram colônias em outros planetas e criaram androides, muito similares a eles, para serem seus empregados. O que sobrou na Terra foram todos aqueles considerados menores pela humanidade, desde o financeiro até condições físicas e mentais. O maior status social que se pode ter na Terra é possuir um animal de verdade, eles são raros e custam caro devido a condição do planeta. Deckard ganha a missão de caçar um grupo de androides rebeldes que fugiram de suas colônias e, com a remuneração desse serviço, vê a possibilidade de comprar um animal de verdade para satisfazer seu ego e seu status social.
O protagonista da história vive com sua esposa e leva uma vida muito miserável, não apenas por seu salário ser baixo, mas também porque seguem uma religião bastante duvidosa que controla as emoções das pessoas e as desconectam da própria autenticidade de ser e sentir. Para que os androides sejam descobertos e desligados, é preciso testar seus estímulos com relação a empatia, já que são aparentemente desprovidos desse sentimento, mas o enredo torna cada vez mais difícil decifrar quais personagens são androides ou não, até mesmo Deckard pode ser um.
A partir desse suspense e de muitas cenas de perseguição, podemos observar, do outro lado da história, os fugitivos tentando dar sentido as suas vidas quase humanas, expressando sentimentos que parecem muito mais palpáveis do que os de Deckard e sua esposa. Durante esses encontros e desencontros, o caçador se vê tomado por um único sentimento genuinamente verdadeiro: a empatia pelos androides.
Meu veredito, como uma fã do filme de 1982, é que as obras se complementam em muitos aspectos, mas o filme não chega nem aos pés do que é esse livro.
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"Seria inútil a tentativa de narrar a você o horror que, mesmo agora, ainda sinto ao lembrar daquela noite. Não se tratava do medo temporário que um sonho deixa sobre o sonhador."
A história dessa novela se passa em um remoto castelo, na Estíria, onde vivem Laura, seu pai e alguns funcionários. A narração é da própria Laura e, logo nas primeiras páginas, demonstra ser um relato muito íntimo e perturbador de quando fora visitada na infância por uma aparição muito sinistra e aterrorizante. Além disso, Laura nos conta como sua vida era solitária no castelo e como as jovens da região estavam sofrendo com uma doença avassaladora. Em meio a esses fatos e uma ambientação muito misteriosa, escura e cheia de enigmas, Carmilla chega ao castelo por meio de um acidente em sua carruagem e, aparentando estar com a saúde frágil, é acolhida por Laura e seu pai. A hóspede se revelava muito suspeita, com hábitos noturnos, irritabilidade, apresentando-se em situações muito difíceis de compreender. Por outro lado, também se mostrava afável e amorosa com a narradora, se declarando apaixonada e pedindo amor até após a morte.
São vários detalhes que vão revelando o que ou quem é a hóspede misteriosa, tudo são peças de um quebra-cabeça até o seu desfecho trágico. A história é cheia de situações de suspense, com elementos da literatura gótica e personagens intensos. Carmilla é espectro, quando se desliza por entre os vãos, é animal quando aparece durante a noite pelos quartos, é fantasma quando consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo e é vampiro quando suga as almas de suas vítimas. Certas passagens, como essas, não estão sob a ótica humana, é preciso recorrer ao sobrenatural para decifrar os seus mistérios.
Esse é, de longe, o livro mais bonito da minha estante. As ilustrações da Isabella Mazzanti são um suspiro de horror e beleza a cada nova página. Li que esse livro foi um clássico, tanto por seu teor de mistério envolvendo uma personagem mulher e seus desdobramentos, quanto por ter sido uma das obras a inspirar Drácula e, parando para reparar, realmente existem muitas semelhanças, e por isso recomendo as duas.
Não há nada que não tenha gostado, exceto por ser curto demais, gostaria de ler mais páginas sobre Carmilla, com esse tom sombrio e exótico da narrativa do autor.
Para trilhar meu caminho, o próximo conto sobre o tema será O Vampiro de J. W. Polidori (só não sei quando).
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“O sofrimento e a dor são sempre obrigatórios para uma consciência ampla e para um coração profundo.”
Crime e Castigo é uma história sobre um ex estudante de direito que comete um assassinato baseando-se na teoria de que algumas pessoas afortunadas tem o direito de cometer crimes em prol do bem comum, portanto ficariam isentas de culpa pelo ato cometido. Passando por dilemas que envolvem religião e filosofia, a verdade é que, mesmo com a tentativa de justificar seu crime, ele sofre por tê-lo cometido.
O enredo é cheio de entrelinhas e personagens secundários que ajudam a enriquecer os conceitos abordados e também nos permite compreender quem é, de fato, o criminoso: sua situação financeira, suas relações familiares, seu altruísmo com os desconhecidos e sua inteligência acima da média. A história abrange ações e reações extremamente humanas, desde o real motivo para o assassinato, até o castigo vigente que, tomado por arrependimento, encontra o amor.
A ambientação das cenas e descrições dos personagens são muito importantes para a compreensão do declínio do medo e da culpa, principalmente ao final da história. É uma leitura finíssima que requer toda a atenção possível para mergulhar no abismo junto com o protagonista, para sentir sua culpa e seu alívio.
Pelo que entendi das minhas pesquisas, ler uma tradução direto do russo é a melhor maneira de captar a essência da história, coisa que pretendo resolver em breve com uma releitura. Sei que a Editora 34 trouxe uma tradução direta, então fica a dica pra quem pretende ler e pra mim mesma do futuro: sempre observar como a tradução foi feita.
Essa minha edição custou alguns centavos na loja da Amazon para o Kindle, se você realmente não tiver condições vale a pena ler mesmo assim. Afinal de contas, o livro é tão rico que quando dei por mim já estava lendo artigos acadêmicos, revistas e outros textos de apoio sobre o romance.
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AZIA, de 2022, é uma zine escrita e ilustrada pela artista visual Mar Cozta, que gera uma série de reflexões sobre aquilo que deveríamos dizer e por pra fora, mas guardamos pra nós. Aquilo que fica guardado ocupando espaço e, fazendo uma analogia com nosso estômago, a artista consegue expressar exatamente a sensação de estar cheio e estufado de levar desaforo pra casa.
As ilustrações são lindas e complementam ao texto de um jeito único. Um trabalho absolutamente original e independente.
Foi minha última leitura de 2022 e desdobrando a zine tem um poster lindo de um dos sapos que a autora deixou escapulir.
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Tiny review 2020
Gatisserie por Pri Mizuh Uzumaki por Junji Ito O Senhor dos Anéis: a sociedade do anel por J. R. R. Tolkien
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"Não rebrilha tudo que é ouro, / Nem perdidos estão os que vagam; / Não fenece o antigo tesouro, / Nem geadas raízes apagam. / Das cinzas um fogo resnasce, / Uma luz das sombras virá; / A espada partida refaz-se, / O sem-coroa outra vez reinará."
Senhor dos Anéis é um romance único dividido em três partes, cada uma delas com dois livros. A Sociedade do Anel contém os livros I e II.
Essa edição da Harper Collins, que faz parte de um box com as três partes, é bastante completa, possui desde o mapa da Terra Média até os poemas originais (em inglês). Além disso, há notas sobre a tradução e sobre o próprio texto, com informações valiosas sobre as publicações anteriores e outros escritos que agregam a obra, coisas que gosto de saber quando vou ler um livro.
Acredito que o enredo não seja surpresa para ninguém, então aqui vai uma vaga descrição para rememorar mentes esquecidas: o livro I vai do Condado para Valfenda, passando pela Floresta Velha e por Bree. Já o livro II vai de Valfenda para Lóthlorien, passando por Caradhras e Khazad-Dûm para chegar a Moria. Depois de dar adeus a Lóthlorien, a sociedade se dissipa no Grande Rio, criando várias pautas abertas para a segunda parte.
Minha passagem favorita é o encontro com Tom Bombadil, um verdadeiro aconchego em meio ao caos. O aparecimento de Passolargo também é um momento memorável e cheio de suspeitas. Todas, repito, todas as cenas onde aparecem elfos, são grandiosas, enigmáticas e cheias de uma beleza visual que apenas o Tolkien poderia descrever.
Ao contrário do que muitos me disseram, não achei o livro denso e carregado. As descrições são essenciais para compreendermos o que é a Terra Média, os hobbits, elfos e toda a magia presente por trás de cada pequeno elemento. Sem essas descrições precisas do autor, certamente não teríamos esse vislumbre fantástico do que é o universo de O Senhor dos Anéis. Não achei chato, nem enfadonho e muito menos lento. Na verdade, gostei muito do que li e estou muito ansiosa para começar a ler a parte II (livro III e IV).
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Depois de ler Fragmentos do Horror busquei Uzumaki na esperança de gostar um pouco mais das narrativas do Junji Ito e, mesmo que elas não me agradem tanto, o desenho é um ponto forte que me faz continuar a buscar as obras dele.
Uzumaki é sobre um casal de namorados que moram numa cidade amaldiçoada por espirais, onde sutilmente casos isolados vão ocorrendo até percebermos que estamos bem no cerne do problema. Apesar de existir dois personagens centrais, ao meu ver, a grande protagonista da história é a própria cidade, tudo que se encontra nela é afetado, tanto as pessoas quanto a natureza. Os personagens centrais estão inseridos alí como uma maneira de interligar todos os casos até a reviravolta acontecer, são personagens pouco desenvolvidos, nada cativantes e que poderiam facilmente ser substituídos por um único narrador.
Meu veredito é que a obra vale a pena pelo seu deleite visual pra quem gosta do gênero de terror/horror (eu), mas a narrativa deixa a desejar em alguns pontos. Junji Ito é um autor fantástico que soluciona problemas visuais de uma maneira única, seu trabalho é absolutamente original e merece todo o mérito que recebe.
Uzumaki é grandioso, mas eu ainda fico com Fragmentos do Horror.
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