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entre a ânsia de ser o bastante

e o medo de ser um fardo,

me encontro perdida

nos meus próprios passos

queria ser a cura

pra cada dor tua,

mas a verdade é que, às vezes,

nem eu mesma sei

como juntar os meus pedaços

amo-te com uma força

que às vezes me derruba,

e me sinto tão pequena

por não saber te dar

o amor exato que merece

ainda assim,

aqui estou;

tentando ser tua calmaria

enquanto luto contra a tempestade

dentro de mim

se eu pudesse,

te guardaria num abraço eterno,

onde a insegurança

não tivesse espaço

e o meu medo de não ser suficiente

não conseguisse chegar perto

mas, mesmo que eu tropece

nas minhas próprias dúvidas,

eu continuo te amando,

querendo ser a tua paz,

mesmo quando a minha

parece estar tão longe

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às vezes penso que sou uma cidade grande: cheia de movimento, luzes, possibilidades

mas quando olho lá no fundo

vejo ruas

vazias,

placas gastas,

fachadas apagadas.

sem pontos turísticos daquelas que ninguém coloca no roteiro,

sou mais uma cidade pequena —

um lugar de passagem

que só existe entre o antes e o depois

e então pensei: ninguém vai ficar

ninguém vai querer permanecer

porque aqui não tem farol bonito

nem ponte famosa

só silêncio demais

e histórias que o tempo não quis ouvir

mas foi aí que você chegou

sem pressa

com os olhos curiosos

e os pés dispostos a caminhar

você olhou além da névoa

pegou um mapa imaginário e começou a me vasculhar

rua por rua

memória por memória

como quem busca tesouro em terreno esquecido

e desde então

tenho aprendido a ser cidade viva

com você ao lado, tentando encontrar beleza

em cada esquina do que sou

até nas partes em ruínas

e eu só queria te dar o mesmo

mas não como uma cidade vazia a ser desvendada

e sim como um lugar que transborda encantos

onde quanto mais eu ando entre as tuas ruas

mais me surpreendo

mais me apaixono

e quero ficar

sem mapa

sem pressa

só com o coração aberto pra morar em você

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qualquer coisa sobre você

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𝓥ocê tem uma beleza que não grita: ela sussurra com a calma de quem sabe que não precisa provar nada

é no jeito que seus olhos brilham quando ri;

no modo como suas mãos falam mais que palavras;

no silêncio que você deixa e que me acalma.

𝓥ocê tem uma beleza que não se mede em espelhos, ela se espalha na forma como o mundo parece mais bonito quando você está

e eu fico olhando pra ti tentando entender como alguém pode ser tantas coisas ao mesmo tempo —

força e doçura;

inteligência e leveza;

tempestade e abrigo.

𝓥ocê é o tipo de beleza que não passa, que fica, que marca, que ensina a amar com olhos inteiros.

e se um dia você esquecer disso eu repito com todo o amor que carrego: você é a poesia mais bonita que já li sem precisar virar a página.

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𝓜e olho no espelho e sinto que não sei habitar o corpo que me veste; meu rosto não conversa com o que eu queria ser, minha voz se cala antes de encontrar as palavras certas.

ℱico tentando entender se a minha presença pesa ou se sou só eu me pesando demais

𝓓iante de ti, eu me encolho em silêncio porque acho que qualquer coisa que eu diga não vai ser bonita o suficiente pra ficar na tua memória

ℱico querendo ser inesquecível mas tropeço nas minhas inseguranças como se beleza fosse algo que eu precise provar e não um afeto que já mora nos teus olhos

𝓔u sei, é confuso; eu também queria ser fácil de amar mas às vezes nem eu sei me querer direito.

e mesmo assim

te amo

na esperança de um dia me amar também

sem pedir desculpas por existir.

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eu te amo por completo

e não é exagero

é verdade na forma mais intensa que o amor pode vestir

te amo na alma

que é luz, abrigo, coragem

te amo no corpo

que é detalhe sagrado e beleza que me faz perder o fôlego

você é poesia em carne,

calma em dias de tempestade

é o suspiro que escapa quando penso no que há de mais bonito no mundo

não há pedaço seu que eu não ame

não há gesto seu que não me toque

não há distância que diminua o que sinto

te amar é saber que encontrei a mulher da minha vida

em cada riso, cada silêncio,

cada “fica” dito mesmo sem palavras

e se eu pudesse

escreveria teu nome no céu

só pra que o mundo soubesse

que amor de verdade tem teu rosto

e meu coração como casa

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fotografar é sobreviver ao mundo

é tentar dar forma ao que me atravessa

antes que me rasgue

não clico por acaso

clico porque dói —

porque se eu não capturar o instante

ele me engole

eu vejo o mundo com olhos machucados

e ainda assim,

insisto em achar beleza nas rachaduras

nos cantos esquecidos

nos olhares que ninguém notou

minha câmera não é um objeto

é o tradutor da minha alma inquieta

é com ela que eu grito

sem dizer uma palavra

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não é só tristeza

é o sumiço da cor

é o cor℘o presente

com a alma no escuro

é sorrir ℘or reflexo

e chorar sem motivo

é ℘edir socorro

sem conseguir abrir a boca

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às vezes o dia não vem bonito

mas você segue sendo luz

mesmo sem perceber

você é o tipo de pessoa que carrega poesia no olhar

mesmo quando o olhar tá cansado

é flor que insiste em brotar

mesmo em terra difícil

não precisa ser forte hoje

nem entender tudo agora

só deixa a dor sentar um pouquinho ao teu lado

e diz pra ela que você não vai sumir

você tá aqui.

e isso já é coragem.

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às vezes eu te amo tanto

que o peito vira prisão

e o coração se debate nas grades do querer

é estranho:

amar e sentir uma raiva que não é sua

mas nasce da falta,

da distância,

do medo de não bastar

é como se meu amor fosse tão grande

que não coubesse quieto em mim

e aí transborda,

desorganiza,

se confunde com dor

mas no fim eu sei

que até quando eu pareço brava,

tô só gritando "me vê"

num idioma que ainda tô aprendendo a traduzir

porque amar você

é bonito, sim

mas às vezes é demais

pra um coração que sente o mundo com os olhos fechados

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eu te amo tanto que qualquer coisa que pareça distante me faz arder por dentro.

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hoje foi meu aniversário

e eu queria que fosse mais fácil te querer

querer sem me esconder de mim

sem me doer no espelho

eu pensei em você

e senti saudade com medo

porque às vezes parece que te perco

antes mesmo de te ter de novo

não sei se é você que está longe

ou se sou eu que me perdi aqui dentro

na parte do peito que se olha pouco

e se cobra demais

mas se eu puder dizer algo em voz baixa:

eu ainda quero te amar

só preciso aprender a me amar junto

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você é como um livro.

um que ainda não alcancei,

mas para o qual rezo —

que não demore a ser achado,

aberto,

lido com os olhos da alma.

que minha língua aprenda a sua,

que eu sinta seu cheiro entre as páginas,

e descubra,

a cada linha,

o sabor que só você tem.

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parece que você tem gosto de suco de maracujá,

doce de leite

&

gosto de nenhuma dor

— me deixa experimentar um pouco?

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você é a única pessoa que eu gostaria de conhecer mil vezes pela primeira vez