tocarlospriest
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Todos, Todos, Todos
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tocarlospriest · 2 years ago
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Já passaram mais de vinte e quatro horas que a Missa de Envio no Campo da Graça/Parque Tejo terminou. Esperei este tempo propositadamente, de forma que o corpo e especialmente o cérebro pudessem descansar e proporcionar alguma perspetiva ao que pretendo aqui testemunhar.
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Estive, com o Afonso Henriques, meu companheiro de reportagem, em praticamente todos os eventos relevantes, em serviço de cobertura informativa para uma pequena Rádio. O que posso dizer de tudo o que vi? Faltam carateres para o descrever, não apenas o que vi, mas principalmente o que senti.
No entanto há algumas notas que sinto que devo partilhar com quem quiser perder tempo a ler o restante texto. Não o faço para ninguém em especial, faço principalmente para mim próprio, para quando as redes sociais me recordarem onde estava neste dia há x anos, eu possa de novo recordar e “re-sentir” o que sinto hoje.
PS: Atenção! Quem não fala “sarcasmo” não deverá ler o resto!
PRÉ JMJ LISBOA 2023
JMJ LISBOA 2023…mau! Dinheiro…muito e mal gasto, mal empregue! A multinacional…má! Os artistas e livres pensadores, alertam para o mal que tudo isto é! Os crimes hediondos de toda a multinacional patentes em cartazes, comentadores e redes sociais. Milhões de euros dos contribuintes para uma festa privada de meia dúzia…
Esta foi a realidade durante largas semanas que antecederam as JMJ. A Igreja Católica tem problemas? Tem crimes no passado e no presente? A resposta unânime: Sim!
Que pessoa ou instituição não tem? Qual a intocável pessoa, País ou organização que pode afirmar estar limpa de atos e consciência? Pois…
Estes tempos que vivemos são estranhos, onde quem mais afirma a liberdade, a tolerância e a inclusão demonstram ser na realidade os mais castradores, intolerante e exclusivos.
Uma postura de “de que lado estás?” que nos lembra as palavras de Obi Wan Kenobi: “Só um Sith lida em absolutos”.
JMJ VISTA DE FORA
Durante semana em que decorreram as jornadas, observamos as redes sociais e até a própria comunicação social a procurar com minúcia qualquer acontecimento que pudesse ser noticia tipo tabloide. Foi difícil.
As previsões de destruição, lixo, colapso dos serviços e de basicamente a destruição de toda a cidade não aconteceram. Também as previsões que seriam apenas duas ou três centenas de milhares de pessoas também falharam. Que maçada!
O QUE NÃO VI
Não vi lutas! Não vi agressões! Não vi garrafas atiradas no ar com o intuito de magoar! Não vi nada do que infelizmente se vê normalmente em outros ajuntamentos de grande dimensão, tais como os apelidados grandes jogos de futebol, os concertos ou festivais de verão.
Totós, só rezam! Dirão alguns. Jovens que estão em conjunto por amor e não por raiva alvitro eu!
O QUE VI
Neste ponto começa a dificuldade. Vi tanto e tudo tão bom que não caberá tudo neste pequeno texto.
Vou começar pelo mau que vi. Um calor digno do inferno de Dante! Sede constante (não, não faltou local para encher a garrafa reciclável)! Quilómetros, quilómetros e mais quilómetros. Amaldiçoo todos os dirigentes desde o Marquês de Pombal até ao Carlos Moedas por terem feito uma Lisboa com tanto quilómetro.
O que vi de bom? Bem…aqui vai:
Vi a minha cidade cheia de jovens de todos os cantos do mundo (expressão apenas, não sou flat earther) em que faltou apenas um país: as Maldivas.
Vi alegria, comércio cheio e quase na sua totalidade um evento sem (más) ocorrências dignas de relevo.
Vi algo inesquecível, um mar de um milhão e meio de jovens reunidos naquilo que era um pântano junto ao meu bairro de infância.
Vi a Policia ser aplaudida várias vezes (não uma nem duas).
Vi jovens a limpar os locais que abandonavam.
Vi caixas de partilha imediata de comida e água. Se aquela hora e meia em que me sentei a um metro de uma destas caixas e observei dezenas de pessoas a colocar e a retirar comida e água, não é simultaneamente os objetivos da Laudato Si e Greta Thunberg, então não sei nada. Vi uma pessoa a colocar uma garrafa de água 1,5l já meio bebida e outra a levar essas mesma garrafa para beber o resto.
Vi no fundo alegria, partilha, fraternidade e amor. Tudo isto encabeçado por aqueles que irão ser protagonistas quando eu já tiver partido (neste espaço colocar o local onde leitor acreditar que vão as pessoas que se finam).
O QUE OUVI
Ouvi dezenas de línguas diferentes!
Ouvi cânticos!
Ouvi policias, lisboetas, portugueses em geral a tentar ajudar peregrinos em dialetos que vão muito além da ternura.
Ouvi um Padre DJ a acordar jovens com música Trance!
Ouvi um líder espiritual (Papa Francisco para os Católicos) apelar apenas ao amor, ao respeito, à fraternidade e à inclusão!
Ouvi choro de comoção e palavras de conforto.
O QUE NÃO OUVI
Para o último ponto deixei o que não ouvi. Existiram muitas coisas que não ouvi, tais como insultos, tiros, gritos de dor e outras coisas más. Isso não ouvi.
Ao escutar o Papa Francisco pedir: “(…) guardem o momento que mais vos marcar no vosso coração e usem quando se sentirem tristes ou abatidos. Assim o fiz e continuarei a guardar esse momento, até porque o tenho gravado em mp3 caso a memória me falhe.
Aqui partilho este momento como final deste texto que já vai longo:
Campo da Graça, Lisboa, 5 de agosto de 2023, um milhão e meio de pessoas reuniu-se frente a um altar. Durante os minutos de adoração, o único som captado pelos nossos ouvidos e sensíveis microfones foi do estridular dos grilos ali presentes. Como é possível?
O silêncio de um grupo de um milhão e meio de pessoas só pode ser um grito.
Agora aproveitem a esteira deixada por estas JMJ e foquem-se mais no bom e menos no mau.
Fiquei com a sensação que ainda há esperança para a humanidade.
Texto de:
Luis Miranda Henriques
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tocarlospriest · 2 years ago
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Já estão a preparar-se para Roma 2025? Não é uma Jornada mundial da Juventude mas é parecido. Vamos lá ao Jubileu!
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tocarlospriest · 2 years ago
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Nem Roma, nem Paris, nem Colónia, nem o Rio de Janeiro, nem Madrid… é Lisboa a Capital mundial do sonho e da Esperança.
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tocarlospriest · 2 years ago
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Vamos lá “surfar” a onda do amor…
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