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TRÊS PEDRAS N’ÁGUA PARA UM CÍRCULO PERFEITO
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trespedrasnagua-blog · 5 years ago
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trespedrasnagua-blog · 5 years ago
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Três pedras n’água para um círculo perfeito
Um indivíduo senta em uma ponte ao lado de um amontoado de pedras de rio. De tempos em tempos ele pega três pedras da pilha e as arremessa todas de uma vez na água. Próximo a ele há outra pessoa com uma câmera fotográfica mirando as pedras no momento em que afundam. Essa cena acontece por horas e horas e aparentemente não se sabe o objetivo de tudo isso além de desenhar um círculo perfeito imaginário com as pedras n’água. Agora substitua pedras de rio por bolas laranjas, água por ar e um círculo perfeito por uma linha reta.
Em Jogando com três bolas no ar para obter uma linha reta (1973), o artista John Baldessari nomeia essa série fotográfica em razão da ação realizada para produzir tais imagens. Outros trabalhos como Andando de maneira exagerada ao redor do perímetro de um quadrado (1968), de Bruce Nauman, e Caminhando (1964) de Lygia Clark trazem títulos, processos e imagens que implicam em um fazer casualmente experimental, sem pretensões de serem geniais e muitas vezes percebidos como ações sem sentido. Nas décadas de 60 e 70 - aqui e lá fora - a arte é cada vez mais percebida e criada à sua maneira, sem precisar ser justificada por qualquer outro campo do conhecimento. Artistas inventam métodos sem qualquer desejo de obter uma conclusão ou provar algo.
Durante vários meses dez artistas, uma curadora e um arte-educador compartilharam e acompanharam processos criativos, desde as primeiras ideias até os trabalhos finalizados. Ao longo desses encontros e conversas foi possível perceber o fazer artístico a partir de devaneios, experiências e visualizações como iniciativas para uma prática sem um percurso dado, de maneira que criar é estar atento e em relação com o próprio processo - mesmo quando a vontade é de se ausentar dele. Em uma de várias conversas sobre arte[1], a artista e professora Carina Weidle fala sobre quando seus alunos “pedem uma mão” para criar um trabalho. Ela comenta que “se for para pegar na mãozinha será para levá-los para a piscina funda e deixá-los lá”.
Então o que seria essa piscina funda? Já que o processo artístico não se trata de uma linha reta que vai de A a B porque cada trabalho traça seu próprio percurso de existência, é possível assimilar o ato criativo como um mergulho - uma situação de constante prática para estar submerso. Requer mapeamento, fôlego, equipamentos e movimentação peculiar, pois a percepção torna-se instável embaixo d’água. Os trabalhos desses artistas carregam os percursos de cada um. Suas visualizações, escutas, diálogos, influências, pausas, escolhas e modos específicos buscam saciar e criar novas questões para gerar novos mergulhos - ciclos ininterruptos que não tem a intenção  de servir a qualquer finalidade.
Marina Ramos
[1]BURIGO, J. ; CORDOVA, D. Z. . Conversas Sobre Arte. Curitiba, Brasil [2009 - 2013]. 1. ed. Curitiba: Máquina de Escrever, 2015. v. 1. 340p .
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trespedrasnagua-blog · 5 years ago
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trespedrasnagua-blog · 5 years ago
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trespedrasnagua-blog · 5 years ago
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Diogo Duda
 I'd like to thanks Bruce and China
fitas LED, fontes, cabos, conectores e pregos.
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trespedrasnagua-blog · 5 years ago
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Mapear o mergulho
Fios embaraçados dentro de uma caixa, passos sem fim, órbitas. Um método não precisa ter intenção de obter uma conclusão ou chegar a algum lugar premeditado. É impossível cessar um mergulho.
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trespedrasnagua-blog · 5 years ago
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trespedrasnagua-blog · 5 years ago
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trespedrasnagua-blog · 5 years ago
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trespedrasnagua-blog · 5 years ago
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trespedrasnagua-blog · 5 years ago
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