umameninaadotada
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umameninaadotada · 2 years ago
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Uma menina adotada.
(É só uma história narrada)
Oi, sou uma menina adotada ainda tenho 0 anos e não entendo absolutamente nada disso, hoje com 3 de tanto ouvir essa palavra ainda sem entender o que é sei que deve ser importante. Sou bem diferente dos meus irmãos nunca perguntei o motivo mas nossas peles tem cores diferentes, nossos cabelos não são da mesma forma mas ninguém nunca falou nada, aqui falam que todo mundo é igual. Tenho uma cachorrinha que até então é minha amiga, alguns amigos imaginários que as pessoas não entendem que eles também são importantes para mim, não gosto muito de conversar, prefiro ficar quietinha no meu canto, as vezes minha mãe me atura mas acho que meu pai não gosta de mim não.  Aqui, ninguém conversa entre si, cada um no seu canto, se ajudam como da e eu ganho muitos brinquedos e muitos presentes todo dia, é bem legal! O pessoal da escola disse que sou muito esperta e muito inteligente eu ri e brinquei, era feliz. Agora no meu aniversário de 7 anos ganhei um computador só pra mim, que loucura não sei nem mexer. Aprendi a usar o photoshop e todos os programas que nele tinha e descobri a Internet. Como não tinha ninguém pra me ensinar a usar, aprendi sozinha também com isso conheci muitas pessoas, jogos, sites, aprendi a criar sites e fazer designs. Nos 12 as coisas eram estranha, falaram que eu deveria abrir um centro espírita (eu sei lá como se faz isso?), me pediram até pra assumir essa responsabilidade mas eu não sabia como fazer isso não, muito doido né?
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umameninaadotada · 2 years ago
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De tanto me colocarem medo e ninguém pra me explicar, estudei bruxaria haha eu nem sabia do que se tratava mas diziam que era ruim, do diabo e eu até hoje me pergunto se ele existe mesmo. Até que eu, pequenina mas brava disse que não iria e foi aí que tudo mudou. Do lado do centro onde minha mãe frequentava tinha um lugar que vendia bebida e um povo que ouvia rock, achava eles legais até que resolvi ir lá, sem graça, sem conhecer ninguém, mas eles pareciam ter gostado da ideia, me fizeram beber 1 garrafinha inteira de cachaça, riram, vomitei e comemoramos meu primeiro porre, ah, eles me chamavam de mascotinha e depois me levaram em casa. Cheguei, queria contar o feito do dia mesmo ainda passando mal mas a única pergunta que ouvi foi "já chegou?", fui direto pro meu quarto e fiquei por lá. Depois desse dia, toda sexta feira iria encontrar meus amigos, já sabia beber algumas coisas sem passar mal e aproveitar a sensação, achava engraçado ficar bêbada. Cheguei nos 13 e quis pintar o cabelo de roxo assim o fiz, era emo até então, já era modelo, adorava fazer minhas roupas e falava pra todo mundo que seria a melhor designer que poderiam conhecer. Meu pai gostava menos ainda de mim, minha mãe me dava todos os presentes, dinheiro, comidas do mundo o segredo era só não perguntar demais, ela estava muito ocupada salvando o mundo dos necessitados que ela dizia ter obrigação de ajudar. E quanto mais ela se preocupava com eles, menos eu aparecia em sua vida. Me achava um máximo, meus pais diziam que eu era louca, uma perdição, uma pessoa egoísta e voltavam com aquele assunto de centro espírita que eu não entendia mas tinha medo, me levaram até num psicólogo e ele disse que eu era autista, borderline, suicida por ter feito uma mexa roxa no cabelo e feito um piercing de pedrinha no nariz. Me sentia a pior pessoa do mundo e quando achava que não podia piorar, meu irmão uma das poucas pessoas que gostavam de mim se casou com uma mulher que proibiu a gente de conversar e todos concordam que eu sou o problema para tal feito, até pq pra ele eu podia contar tudo. Depois disso eu passei a né sentir sozinha, parecia que meus pais não se amavam mais e eu declarei que não casaria nunca pq homem não prestava. Continuei online, postava fotos até que descobri o mundo dos chats, não sabia que havia tanta gente online assim, como sempre falavam que as pessoas eram boas acreditei fielmente nisso, não tinha maldade, achava legal conversar até que um moço me chamou pra ir na casa dele, senti uma adrenalina, ninguém se importava onde eu iria ou não então me arrumei e fui, cheguei lá nervosa não sabia muito como reagir ele parecia ser muito mais velho do que eu mas como diziam que as pessoas são boas eu não via perigo nenhum nisso, ele me abraçou, disse que eu era muito bonita, me deu uma bebida estranha, e me deu um beijo, eu assustei nunca tinha beijado ninguém o que estava havendo? Continuei pensando que as pessoas são boas e tava tudo bem, ele tirou minha roupa, e eu parada sem entender deixei, eu não sentia nada mesmo. Depois dele ter feito tudo o que quis, me levou em casa e pediu para que eu não contasse a ninguém, até me deu um presente, nunca mais vi o moço. Continuei nos chats, conheci outros moços e comecei a achar que isso era normal até pq lá em casa ninguém falava sobre isso e muito menos queriam saber.
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umameninaadotada · 2 years ago
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Comecei a achar que os moços gostavam do meu corpo, eu continuava sem sentir nada eles faziam o que queriam e eu achava que eram boas pessoas. Isso durou um tempo, eu passei a acreditar que pessoas se aproximavam de mim justamente pq queriam isso, isso que eu não sei o nome. Teve um que me perseguiu até na escola mas parou depois mas eu não podia contar ninguém lá em casa tinha disposição, tempo, ou algo do tipo para ouvir. Tive que aprender sozinha a me "defender". Passei a achar que meu corpo era o que eles queriam então eu permitia, tipo uma boneca sabe? Até tentei perguntar se era certo mas ninguém lá em casa tocava no assunto e se tocasse era briga na certa. Era estranho eu ainda não sentia nada. Nos 15 eu declarei fim de comemorar aniversários, era triste, me sentia culpada, eu não tinha a quem pedir ajuda, ganhava mais dinheiro, mais comida, mais coisas, mais viagens, cabelos, passeios, cursos achava que tudo isso era certo então, não ficava em casa não, passei a beber mais do que só nos fins de semana, ouvia o tempo todo que se eu estava triste não tinha motivo pois eu tinha tudo. Dali, comecei a ter duas vidas, a que eu tinha dentro e fora de casa. Meus pais não entendiam e não tinham paciência de entender, o pessoal da família já me chamava de má influência, que eu só queria gastar o dinheiro dos meus pais e eu fui acreditando, já não fazia parte daquilo. Me afastei de todos, piorou a quantidade de álcool, experimentei um cigarro e não gostei não. Agora, estudava de mamha, eram outras pessoas, outros ares e eu tinha amigos onde éramos uma família. Vivíamos juntos, bebendo, todo mundo beijava todo mundo mas todo mundo ajudava todo mundo. Passei a gostar de meninas e nunca mais fiquei com homens, em casa, ninguém sabia de nada, eu era ótima em esconder tudo, tudo mesmo. Ganhava roupas, perfumes, presentes e coisas, não tinha como entenderem. Continuava a história de centro espírita, eu coloquei vários piercings, meu pai já era um estranho assim como meus irmãos. Minha mãe fazia de tudo, mas as vezes eu só queria que ela escutasse. Até que conheci uma menina na escola, ela era tão bonita, tinha uma aura tão pura que eu não entendia o que ela queria com alguém como eu. Ela fazia de tudo pra se aproximar e eu fazia de tudo pra me afastar, não fazia sentido alguém como ela gostar de mim assim até pq ninguém nunca gostou. Houve um dia em que descobri que me cortar era satisfatório, não doía, não ardia, mas era bom e eu sabia esconder tudo, tudo mesmo. Cheguei na escola mas estava mal, não queria conversar nem nada, essa mesma menina colocou a mão no meu ombro e eu assustei, me afastei, e logo perguntei se ela queria dormir comigo também, eu não fazia ideia do que era só carinho.
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umameninaadotada · 2 years ago
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Até que ela disse que não, que queria me ajudar e eu claramente fiquei assustada, ninguém nunca quis ajudar. Ainda não entendia o que uma pessoa como ela viu em mim. Eu tinha medo de machucar, eu era uma bagunça machucada e ela uma menina luz, de tanto ela insistir começamos a namorar, eu me sentia culpada, um peso, ela via algo que eu jamais vi. Até que no nosso aniversário de 1 ano de namoro, a mãe dela viu a gente juntas. Nunca ninguém havia me xingado da forma com ela fez, na rua, na frente de todo mundo. Fiquei ali parada enquanto ela levava a menina pra longe, eu me senti a pior pessoa do mundo, sabia que eu não era boa pessoa pra ela. Cheguei em casa apavorada, mas, mais uma vez ninguém se importou afinal eu sabia esconder tudo. De tanto pânico comecei a vomitar, de tanto vomitar passei a vomitar sangue mas eu sabia esconder tudo. Só pedi pra mudar de escola pois não queria prejudicar a vida da menina. Não foi fácil ter que fazer de tudo pra que ela pudesse viver com alguém que merecesse tudo aquilo que ela era. Mais uma vez tive que ser forte, não se podia falar sobre isso em casa. A bebedeira piorou, as festas aumentaram, o círculo mudou. Comecei a namorar de novo era o amor da minha vida a me ina que encontrei, tão linda, parecia que já nos conhecíamos. Aprendi o que era dar e receber amor, afinal duas pessoas machucadas tapam os buracos como da. Não vou entrar em detalhes, ficamos juntas por 6 anos. Pois é, achei que fosse durar, mas a vida mais uma vez me mostrou que não, em casa ninguém gostava dela, não se podia falar sobre isso e todos fingiam muito bem. Mas, quando terminamos, eu não sabia o que fazer, meus pais acharam ótimo, mas ninguém quis saber como eu estava. Eu não fui preparada pra isso.
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umameninaadotada · 2 years ago
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E se eu já não me encontrava depois disso me perdi de vez. Jurei a mim mesma que não sentiria mais nada e assim se fez, iludia as pessoas, beijava, transava até namorei sem sentir nada. As coisas pioraram, bebia mais, descobri todas as drogas, cheirei bastante pra ver se matava aquilo que já estava morto, não fiz faculdade de moda mesmo tendo passado em 3 pois não era o que meus pais queriam, fiz publicidade, adiantou de nada pois eu não gostava nem um pouco. Passei a frequentar raves, drogas, festas de outros níveis, continua ganhando presentes e dinheiro, eles só se preocuavam com isso. Até que pela primeira vez eu pensei em me matar, fiz uma lista dos pros e contras, jeitos silenciosos de sumir, assim eu não seria um peso e não teria uma responsabilidade que me colocaram sem eu saber do que se trata. Os cortes aumentaram, depois de anos, maus pais perceberam mas já era tarde demais pra se importarem afinal eu já não sentia nada. Os meus sonhos foram trocados por salvar pessoas, que ironia, pessoas que só aproveitaram de tudo. Até frequentei um centro pra ver se era isso mesmo, mas eu já estava tão cansada de tudo que só aflorou o lado ruim que existia em mim, e mais brigas, cansaço, energias sei lá o que. Agora que já formei na faculdade já era obrigação minha ter um ótimo emprego mas eu não gostava nem um pouco de publicidade claro que não iria dar certo. Deixei todos os meus sonhos, desenhos, músicas, animes, coisas que eu realmente gostava pra viver uma vida aleatória, sem propósito com poucas coisas que me faziam feliz.
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umameninaadotada · 2 years ago
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Mais uma vez pensei em suicídio, mas não se podia falar sobre isso, não se podia explicar sobre isso. A vida foi se fechando, eu fui me afastando, perdendo cada vez mais a vontade de viver. Parei de me arrumar, de sair, mas fumava muita maconha pois maconha ajudava a ficar bem. Passei a ir em mais raves, mais drogas, mais maconha e agora mais cigarro também, nesse meio tempo perdi o rim. Ninguém se importou muito, pra eles eu ainda era irresponsável e ingrata. Me recusei, sai da casa dos meus pais por 3 anos, até que eu ficava bem, mais uma vez pensava em suicídio. Salvei alguém, me ferrei de novo. Mais uma vez pensava em suicídio. Eu que nunca pedi ajuda quando resolvi pedir ouvi que era frescura, que eu tinha apenas que ser grata pois eu tinha tudo. Assim passei a viver ignorando meus sonhos, minhas vontades para viver como as outras pessoas que tem um emprego merda, com um chefe merda um salário merda pq isso era viver. Saí disso também, conheci a igreja por conta de algumas pessoas e desisti de ir pelo mesmo motivo. Era julgada da mesma forma, ninguém queria ajudar. Orei, clamei, minha mãe adoeceu, faleceu. Hoje com 27 anos, a minha vida se encerra aqui, pois eu salvei a todos, menos a mim e eu não tenho mais força.
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