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E(X)TERNALIZAR
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Vamos meditar um pouco sobre os detalhes da universidade industrial e da industrialização da verdade! Autor: Felipe Soares de Moraes - Universidade Federal do Sul da Bahia - Bases Filosóficas e Epistemológicas em Humanidades | Atualizado em: 31/08/2018
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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UM SABER MAIS QUE ARTESANAL
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Os saberes populares mais antigos, como dos indígenas, por exemplo, se aproximam muito do artesanato epistemológico, principalmente o fato de resolverem problemas da própria comunidade em seu próprio ritmo e de acordo com suas dificuldades e necessidades imediatas. A diferença é que esses saberes eram amplamente compartilhados entre seus iguais e sistematizados de geração para geração. Como era amplamente compartilhada, caso algum “investigador” morresse, o conhecimento não  iria se acabar ou parar por ali, as outras gerações dariam continuidade a ele podendo eles melhorarem ou não o que foi aprendido.
Chamo de ‘saber mais que artesanal’ pois não chegava a ser industrial, pois não havia universalidade ou método geral para adquirir esses conhecimentos, além de ser algo próprio e imediato de cada grupo, como os métodos de caça. Mas também não é totalmente artesanal, pois o conhecimento (ou solução) era sistematizada e compartilhada amplamente, não universal, mas, digamos, regional, como de tribo para tribo.
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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A TENTATIVA DA UFSB DE OPERAR NA UNIVERSIDADE INDUSTRIAL
Por um lado, a universidade a qual me encontro se contrapõe em alguns aspectos, como já dito aqui, da universidade industrial. Mas por outro, ela corrobora de maneira extraordinária, não como talvez deveria, mas corrobora. Um exemplo disso é quando ela obriga estudantes do primeiro quadrimestre, diga-se de passagem calouros, que em sua maioria jamais chegou a conhecer nenhum conceito básico de produção acadêmica, irem a campo pesquisar e produzir em cima dessa pesquisa.
Não acho que se deva, ao menos sem um preparo acadêmico para isso, submetê-los a esse regime de produção industrial. A qualidade dessas pesquisas dificilmente convencerá uma revista a publicá-los, sendo esse o menor dos problemas.
Essas pesquisas certamente são submetidas a um método, mas dificilmente a uma crítica, visto que a bagagem desses investigadores são consideravelmente pequenas para isso.
De que adianta uma universidade estimular e dar espaço para produção e não ensinar como fazê-las da maneira correta? Isso é reflexo das iniciativas individuais e sem planejamento de uma universidade remendada por várias experiências trazidas de outras universidades. É a tentativa de adaptar uma universidade nova usando de modelos antigos.
Em suma, a tentativa da Universidade Federal do Sul da Bahia em inserir o discente na industria do conhecimento é bastante estimulada, entretanto, não parece ser o melhor caminho para se chegar lá, principalmente pela falta de qualidade da produção, mas isso é discussão para outro post. O foco aqui é que a produção na UFSB é amplamente estimulada e obrigatória, inserindo o estudante a todo momento na atividade industrial, desde o primeiro quadrimestre até o fim do primeiro ciclo. Por um lado, como sempre, é ótimo para quem pretende ingressar na indústria da produção do conhecimento, por outro, é uma atitude cruel para quem quer apenas uma formação geral, e não um TCC a cada quadrimestre.
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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Todo o conhecimento adquirido no componente não ficará somente neste diário, a prova disso são as inúmeras discussões, em diferentes contextos, conversas e redes, em que abordo temas sobre a universidade industrial e a industrialização da verdade, conceitos os quais mais me aproximei nesse tempo. É impossível hoje falar sobre a universidade e produção de conhecimento sem citar ao mesmo uma reflexão provinda desses conceitos.
Observação: Nota-se que em algumas conversas contém a data, provando que não forcei diálogos somente para por aqui no diário, algumas são do início do mês passado. Não é objetivo focar nas discussões presentes na imagem, somente mostrar que o conhecimento aprendido está sendo utilizado e difundido. Em amarelo está sublinhado quantas vezes falei a palavra Ronie (me referindo aos textos do componente).
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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ANDEI, ANDEI E CHEGUEI!
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Sabe aquele dito popular que fala “andou, andou e não chegou a lugar nenhum”, aqui eu uso esse dito porém com algumas alterações: andei, andei e cheguei em vários lugares diferentes.
Um dos principais saberes que irei levar desse componente será a ampliação da minha capacidade crítica para refletir os problemas e dificuldades da universidade. Levarei também a compreensão de como se estrutura e de como funciona o sistema de produção industrial que lidamos diariamente, além da sua história desde a produção artesanal, os métodos de validação da verdade de Descartes, Aristóteles e outros, até os processos de industrialização e universalidade.
Absorver todo esse conhecimento é interessante pois ao mesmo tempo em que estamos conhecendo o campo onde estamos adentrando ao frequentar a universidade, também estamos desenvolvendo nossa capacidade crítica para lidar, lutar e/ou resistir dentro desse sistema.
Antes me via como um herói, hoje me vejo como um simples jovem aprendiz dentro de um sistema de produção de conhecimento que extrapola as fronteiras da própria universidade e do país.
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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EVOLUÇÃO CRÍTICA
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A nossa evolução é constante e isso é certeiro. Pego a minha primeira postagem deste site e comparo com a última e já observo a diferença que tive, tanto em redação, como estética, cores, e minha criticidade dentro das postagens. Evoluir é bom, abre margens para críticas e novos horizontes, e como vai dizendo Maria Gadú na sua música Quando fui chuva: nada do que fui me veste agora.
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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A VOLTA DO SALVADOR!
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Enquanto alguns aguardam pela volta do Cristo salvador, a UFSB aguarda ansiosamente por um novo Descartes. Um Descartes que desconstrua as barreiras medievais da sua favela e a reconstrua seguindo um método já estabelecido em seu Plano Diretor, digo, Orientador.
As barreiras medievais da UFSB vão desde seus improvisos para resolver problemas temporariamente, como o escalonamento, até a acomodação das iniciativas individuais, como criação de diversos novos cursos para satisfazer interesses pessoais dos docentes.
Em meio aos reboliços políticos e universitários, pra voltarmos a idade média só falta mesmo a volta da Santa Inquisição.
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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“Essa cidade cresceu sem planejamento como uma junção de complementos e artifícios de toda ordem. Ela se expandiu para além dos muros construídos originalmente para defesa, suas casas foram erguidas sem plano, sem linhas retas e sem a delimitação do que era ou não era possível fazer – sem um plano diretor, diríamos hoje. Cada um construiu da forma que lhe pareceu mais conveniente, segundo seu interesse particular, e a expansão se deu mais por acomodação de iniciativas individuais do que por um planejamento válido para o ambiente coletivo. Esses improvisos agregados uns aos outros não demonstram a existência de uma ordem ou de um padrão que organize a vida de toda a cidade”. (SILVEIRA, 2013)
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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A ATIVIDADE DE PESQUISA
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A atividade de pesquisa se baseia, em poucas palavras, em procurar um problema para resolver. E em troca dessa resolução, ganhamos alguns títulos e reconhecimento. Achar a solução de um problema ficou muito mais fácil, isso é fato, principalmente em virtude da industrialização do conhecimento e da globalização, mas mesmo assim me parece irracional que uma espécie busque problemas pra sua vida em troca de reconhecimento. Problemas estas que, às vezes, depois de solucionados, não geram retorno nenhum para a sociedade.
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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A RESISTÊNCIA DA UFSB NA UNIVERSIDADE INDUSTRIAL
A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) se contrapõe em alguns aspectos da Universidade Industrial ao estimular e obrigar os estudantes a se submeterem a uma grade ampliada de conhecimento, indo contra a tendência prevista por ALVES (1983) de que os investigadores deveriam “conhecer cada vez mais de cada vez menos”. Nesse contexto os estudantes deixa de ser coadjuvantes da divisão do trabalho intelectual de Kant e passam a ser protagonistas desse mesmo trabalho, pois no sistema quadrimestral criado pela instituição os estudantes são estimulados a adotarem uma nova perspectiva nas suas pesquisas e a introduzirem diferentes saberes das mais variadas áreas do conhecimento a cada novo quadrimestre. Em uma universidade tradicional, uma pesquisa da área das ciências, por exemplo, dificilmente ganharia uma versão ou perspectiva artística vinda do mesmo autor, pois dentro da divisão do trabalho, cada autor é responsável por pesquisar somente dentro da sua área, cabendo então aos pesquisadores das outras áreas fazerem suas criações e avaliações críticas dentro desse trabalho, e não o próprio autor. Por um lado, essa atitude é bastante louvável e com certeza refletirá no mercado de trabalho, que ao contrário da indústria do conhecimento, quem sabe mais tem mais chances de prosperar. Por outro, é uma atitude pouco aprovada e reconhecida pela indústria epistemológica, podendo esse pesquisador dentro da universidade ser bastante invisibilizado e mal visto. A escolha de qual desses caminhos seguir dependerá muito de onde o indivíduo quer chegar, e em ambos os lados terá de ponderar os prós e contras.
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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Podemos resumir o pensamento de Descartes, de forma simplória, em apenas três linhas:
“O uso da razão deve ser precedido por uma crítica. Nada pode ser considerado verdadeiro por obra de qualquer autoridade ou tradição de forma independente dessa análise”. (SILVEIRA, 2013, Adaptado)
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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SUGESTÃO DO DIA!
Podíamos adotar o método baconiano de preparar o investigador para produzir conhecimento como pretexto obrigatório para cargos públicos eletivos. Só pode assumir quem se purificar e deixar de se levar por seus preconceitos e hábitos mentais. Rumo ao progresso!
“Dessa forma, a etapa inicial do processo de investigação é a purificação do investigador ou, se quisermos, a geração de um ser inocente e puro no sentido epistemológico: alguém que seja capaz de interpretar o mundo sem se deixar levar por seus preconceitos e hábitos mentais”. (SILVEIRA, 2013).
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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As atividades de pesquisas contemporâneas estão cada vez mais se mostrando industrializadas, aproximando-se do trabalho taylorista, contrapondo a ideia de trabalho intelectual visto anteriormente e reafirmando a característica mais manual e segmentada da atividade de pesquisa. 
Com efeito, as universidades estão se tornando cada vez mais complexos industrializados de produção de conhecimento, de forma manual e segmentada, como em uma indústria de trabalho nos moldes taylorista.
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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Segundo Descartes (1637/1979), a acumulação de conhecimentos sem que fossem dados como certezas, confiando apenas na razão, fez com que a modernidade passasse a questionar todo o conhecimento e a separar o que é verdade absoluta e o que não é através de um método. 
Podemos exemplificar essa separação de conhecimento pensando em uma cooperativa de reciclagem, onde todo o conhecimento é dado como lixo e os métodos, ou pessoas, separam aquilo, ou aquele conhecimento, que pode ser reaproveitado ou não.
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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A cidade medieval descrita por Descartes em sua metáfora, referindo-se ao acúmulo de conhecimento sem direção e de forma desordenada, que no final ele sugere seu “desmoronamento” e depois sua “reconstrução” através de um método, pode-se remeter, na contemporaneidade, a favela.
“A cidade medieval representa uma entidade que cresceu espontaneamente ao longo do tempo, sem um plano geral, sem que se fosse previsto seu desenvolvimento ou analisadas as suas bases fundamentais. Assim, foram se agregando lentamente um edifício ao outro sem que houvesse um traçado geral para a sua expansão. Havia uma crença implícita de que essa expansão levaria naturalmente a um mundo de bem-estar e justiça. Mas, ao contrário do que essa crença previa, o resultado se mostrou um produto desordenado e fruto do acaso, seguindo necessidades particulares e imediatas sem que a totalidade tivesse sido considerada, sem direção e intencionalidade. A confiança ingênua conduziu à desordem e à falta de adequação entre meios e fins, à falta de razão”. (SILVEIRA, 2013).
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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O trecho abaixo, em um primeiro momento, não faz sentido algum, mas ao analisarmos com mais cuidado, percebemos que um indivíduo que conhece muito bem apenas um aspecto em particular do mundo que ele investiga, terá muito mais oportunidade de produzir conhecimento do que um indivíduo que investiga diversas áreas, pois este último perderá muito tempo pesquisando conhecimentos irrelevantes que no final talvez não traga resultados positivos para sua investigação, enquanto o outro investigador só aprofundará e conhecerá ainda mais o seu objeto de  pesquisa, sem perder o foco ou tempo, produzindo, consequentemente, mais conhecimento em cima da sua investigação.
“O trabalho intelectual alterou-se profundamente em função da consolidação da indústria epistemológica. Hoje se requer que um indivíduo conheça muito bem um aspecto extremamente particular do mundo que é investigado. Trata-se de uma tendência a conhecer cada vez mais de cada vez menos”. (ALVES, 1983 apud SILVEIRA, 2013).
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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Por ser universal, o objetivo do sistema industrial do conhecimento não é só produzir soluções, mas sim soluções válidas para todos os casos e em qualquer parte do universo, por isso a necessidade de métodos universais para a criação do conhecimento.
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umaquartaqualquer · 7 years ago
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Exemplificando!
Um exemplo de luz que iluminou toda a escuridão (ignorância) e ofuscou todas as pequenas estrelas (teorias que foram refutadas) que já brilhavam no céu da ciência, como o Apolo que leva luz à noite sombria, foi a Teoria da Evolução, de Charles Darwin, que ofuscou todas as estrelas de Buffon e Lamarck.
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