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Corpus Christi
Acordo sem querer viver, Vivo desejando me perder, Pra ver se encontro o querer, Querer ser relevante.
Querer fazer diferença, Ser o primeiro, ser a certeza, Um brado retumbante.
Ninguém ouviu, Ninguém jamais retornou, No tempo que uma vez passou, Eu só queria ser importante.
Ah, se o tempo é curto, Porque não passa? Ah, se a vida é um filme, Onde é que pausa?
Já cansei destas assombrações, Terror que vivi entre emoções, Só eu sei a dor que causa.
Peço aos céus a direção, Que Deus seja vossa proteção, Pra suportar o peso do coração, Acorrentado em sua própria cruz.
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Orgulho
Avante sob os dias sombrios, O orgulho de ter se sacrificado, De nada serve agora pra saciar, A melancolia que tenho passado.
A noite é fria, a cama está vazia, O tempo não para, ele avisa, Que existem outros caminhos.
O orgulho volta a ser protagonista, Pois sei que não errei, O pagamento da dor é a vista, Porém a longo prazo me encontrei.
Sei o bastante o que posso merecer, Tão quanto o que não posso esquecer, A esperança é também a maldição, Como arrancar o peso do coração?
A resposta vem como a tempestade, Arrastando meios e verdades, Às vezes a luz pode se apagar, Cabe a nós, nossa alma iluminar.
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Nada vai valer
Se for pra engasgar com os prelúdios, Nem farei questão de acontecer, Se não for pra ter o que mais quero, Nada vai valer.
Anos e anos obrigado a aceitar, A mente perturbada a me dizer, Que vai passar, não vai mais doer, Esperando lágrimas pararem de chover.
Até que um dia a bomba explode, E aceitar não é mais opção, A vida adulta ensina a maior lição.
Se for para guardar os meus desejos, Se for pra silenciar meus sonhos, Se for pra esperar uma nova explosão, Nada vai valer.
Que os dogmas guiem o princípios, Jamais serei refém destes litígios, Desde que passei a seguir o que acredito, A fim de fazer tudo valer.
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Xadrez
Enquanto tudo passa sem passar, O ar que entra, o veneno que sai, De álcool rego a flor que se vai, A esperança outra vez me trai.
Eu não queria ser como você, E hoje entendo muito bem, Tudo havia de acontecer, Até o viver sem ninguém.
Aprendi a suportar o peso, Levantar de meus tropeços, Ao esperar pelo que vem.
O amor veio e iluminou, A paz no coração chegou, Hoje eu sei que sou alguém.
Mas quando olho pra trás e vejo, O menino que tanto sonhou, A luz do Sol nunca mudou, O passado é um jogo de xadrez.
Movi as peças do interior, Até que enfim o jogo virou, Chegou a minha vez.
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Exalte-se
No peito o orgulho de lutar, Sem perder a própria essência, Altos e baixos a testar, O que aprendi com excelência.
Encontrar os limites dos passos, Pra nunca tropeçar, E perder o amor próprio, Nunca mais poder andar.
Andei até encontrar, Uma razão pra acreditar, Que o simples é tão mágico, Quanto um eclipse lunar.
Sou o meu céu, sou a minha lua, E as estrelas vêm para compor, E iluminar este universo, Com luz de paz e de amor.
Exalte-se, priorize-se, Gostaria de gritar ao passado, O presente trouxe as lições, Pra escolher quem quero ao lado.
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Real ou fantasia
Portas da incompreensão abertas, Dias difíceis viram rotina, Se vale a pena questionei, Se era real ou fantasia.
Presencio o fim da energia, Por falta de conexão, E quando a noite vira dia, Na luz enxergo o que não havia.
A insistência vem do apego, O sentir que ainda existe, Todo caos é passageiro, Assim caminha o trem da vida.
Abracei seu corpo inteiro, Dizendo ainda estou aqui, Você me salva de mim mesmo, Eu te seguro pra não partir.
Só o tempo vai provar, As respostas do coração, Que a mente passa a duvidar.
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Cura que adoece
A mente cria contradições, Quando a melhor saída dessa dor, Faz o medo dela ser maior, Como a dor que o cegou.
Mal finjo que estou pronto, Quanto menos engano a todos, Quando o olhar entrega o caos, Do pesadelo ele acordou.
Nada será como antes. Isto é benção ou maldição? É a cura ou a doença? Liberdade ou a sentença?
Enquanto preparo o coração, Pra caminhar na sombra do medo, Lembro das vezes que recuei, Pra lembrar ele de onde veio.
O que carregou por tanto tempo, Que transformou tudo por dentro, Até dizer cansei.
A mente cria contradições, Nunca houve medo de recomeçar, Hoje sob calafrios na pele, Jaz a cura que adoece.
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Libertas
Precisei de espaço, saí de órbita, Precisei do que não tem volta, Dei a volta, dei tudo que pude, Esperando que o tempo mude.
Esperei uma vida pra viver, Um lado bom que não consigo ver, Dizem que tudo tem um motivo, Não aprendi o sentido de sofrer.
A estrada é longa e perigosa, Mudei de faixa, troquei as rodas, Ligo o farol para enxergar, Se há luz na escuridão.
A vida é injusta e desastrosa, Cabe a nós poder acreditar, Ouvir o que vem do coração.
Precisei mudar para entender, Saber nadar para sair do chão, Precisei aceitar para crescer, Me libertar da solidão.
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Passos sem fim
Profundo torna o respirar, Ao ser dado mais um passo, Enquanto perco lentamente o ar, Ao enxergar o que ainda resta.
Falho em alcançar, Do quebra-cabeça faltam peças, Que a mente não sabe montar.
Atraso o sonho a realizar, Pois o pesadelo não cessa, Insiste em me sufocar.
E todo o suor em vão, Caindo todos os dias, Pra ver se assim escaparão, Da mesma triste rotina.
Cada vez mais sem sentido, Tento manter a mente sã, Acordo todo dia de manhã, Desejando estar em outra cama.
Profundo torna o respirar, Ao se acostumar com o fracasso, Enquanto o mundo gira devagar, Tento dar o próximo passo.
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Sombras da noite
Os ventos estavam certos, Ao me impedir de dar o passo, Meus olhos não acreditaram, As sombras da noite voltaram.
Parti sem olhar pra trás, Lição que o tempo foi capaz, De ensinar a quem já viveu, O pior dos pesadelos.
Seguir em frente é acreditar, Que a vida tende a prosperar, A idade diz pra vencer os medos.
Perto dos trinta devo confessar, A distorção de ninguém me amar, Sem demonstrar ser verdadeiro.
Depois de tanto ser trocado, Provocado, humilhado, Depois de todos os fracassos, Ainda estou aqui.
Em meu leito respiro fundo, Amanhã é mais um dia, Sombras da noite cessarão, O melhor está por vir.
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Era verdade
Era verdade, As vezes que disse que te amei, Era verdade, Que achei em ti tudo que procurei.
Era verdade, Que chorei quando tu me deixaste, Era verdade, Quando te olhei e vi felicidade.
E agora? Pra onde vão os poemas de amor? Se toda vez que escrevo dor, Você volta…
E agora? Que abracei a solidão da noite, Em minha cama abraço a mágoa, Ela não me solta.
Era verdade, As vezes que te beijei dormindo, E te olhando sorrindo, Desejei um mundo pra nós.
Era verdade, Que vi estrelas em seu olhar, Na imensidão tento gritar, Sob o silêncio sem sua voz.
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Febre IV
Um dia longo pra uma vida curta, Incapaz de ser o meu melhor, Sudorese invade o corpo, Febre que torna o dia pior.
Quando o amor não compreende, O outro lado da história, A fraqueza que senti, A dor batendo em minha porta.
Os pesadelos escuros, Despertam o corpo na madrugada, A febre fica então mais alta, Um novo dia então me aguarda.
A ansiedade é tão silenciosa, Inconsciente é bomba nuclear, A mente é uma estrada perigosa, E o coração capaz de detonar.
E eu não sei mais, Se posso suportar, Se nasci pra ser alguém.
E eu não vou mais, Viver somente a esperar, A cura que com o tempo vem.
A febre aumenta ainda mais, Enquanto penso se chegou a hora, Se fico feliz por me libertar, Se fico triste por não te ter agora.
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Beijo que afoga
Beijo que afoga, Alma que não sabe nadar, E renasce no coração, Sem medo de outra vez mergulhar.
Beijos que retornam, Na memória no luar da meia noite, Madrugada que não passa, Saudade que despedaça.
Troca de olhares perigosa, A mente inventa novas formas, De lhe oferecer prazer.
Você aceita e me provoca, Com o teu corpo me sufoca, Tudo que eu sempre quis fazer.
Percorro seu corpo inteiro, Suas curvas, seus cabelos, E um sorriso então espreita, Com o olhar me diz seu desejo.
Fazer amor a noite inteira, Beijo que sempre instiga, A te querer todos os dias.
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Mundo
Eu já cansei de cair, O destino deu a chance, Apenas eu não vi.
E eu já nem sei, Se ainda encontro a paz, O mundo gira ao redor, Sozinho como nós.
Sozinho no universo em expansão, Cada vez com mais escuridão, Mais distante da mesma direção.
Eu já cansei de contar, Quantas vezes eu caí, Tentando apenas caminhar, Nesta vida que escolhi.
E eu já nem sei, Se vale a pena mais, Se quando olho pra trás, Sinto falta do que não fiz.
Por um segundo tudo para, Escuto as batidas em meu peito, Me abraço em minhas mágoas, Triste mundo imperfeito.
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O respirar do tempo
Os dias leves se vão, O vento leva a respiração, Que não sai da mente.
Noites em claro ou não, Divindo a mesma cama, Fazendo amor no chão.
O tempo passa rápido, As cicatrizes desaparecem, Sobram as manchas da idade, Os arrepios sob a pele.
O tempo ensina o que é verdade, O que é amor, o que é vontade, Diferenciações nos olhares, Harmonia preenche metades.
O amor constrói a base, No arranha-céu da vida, Onde enxergamos no seu topo, Sua verdadeira obra de arte.
Sentir teu toque agora, Estando ausente ao meu lado, Tão presente em alma e espírito.
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Goth
Venham dormir comigo, Espíritos que um dia assustavam, E hoje são melhores amigos.
Brindai ao ódio e a ansiedade, Frutos que brotaram das lágrimas, Nesta árvore de coragem.
Parceira das horas vagas, Insônia que parte os sonhos, Envenena os pensamentos, Uma luz que não se apaga.
Visto minha sombra pra viver, Já é tarde para aprender, A sanidade outra vez acaba.
Vida, deixe-me beber, A dose que preparei ao entregar, O que prometi não mais fazer.
Minha alma cansada de lutar, Sem nada ter, Além da lua a inspirar, Clamando um novo amanhecer.
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Cobranças interiores
Um velho conhecido bateu, O frio no estômago que vinha, Hoje vira um soco forte, Hoje vira o dia do avesso.
Rasgando como papel, Os sonhos que encontrei lá fora, Esta é a realidade cruel, Lágrima que sai quando se acorda.
Queria um dia ser aceito, Valer o esforço de alguém, Queria um dia ser perfeito, Consertar os trilhos deste trem.
Era tristeza, agora é rotina, Como é difícil acreditar, Que um dia serei feliz.
Conquistas não preenchem, Onde achei que caberiam em mim, E o vazio interior se expande, Já não temo mais o fim.
Dói demais toda cobrança, Em ser melhor do que sou, Sem saber se valerá, Ficar com o que de mim restou.
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