Projeto artístico, venha ler sobre a vida e todas suas mazelas.ig@medeirinhos_mabouia
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Arrependimento
Tu me esfaqueou antes de eu poder falar A facada tirou meu fôlego, calou minha boca A ferida mal sangrou, a lâmina ainda em meu peito
Então me recolhi e deixei sangrar Tive uma hemorragia de tristeza, pedi ajuda E, deitado na poça de sangue, gritei que te amo. -Matheus Portella Medeiros
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A Luz
A luz no fim do túnel?
Pode ser um trem, correndo para te atropelar Ou o sol, guardando seu brilho para te cegar Ou talvez o sorriso dela, esperando para quebrar seu coração
Meu conselho?
Suba no trem, segure-se com todas as forças Aprecie o sol, e deixe-se guiar pela sua luz E vá até ela, sem medo – apaixone-se mais uma vez
E espere tudo dar errado.
-Matheus Portella Medeiros
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Doce
A luz da lua entrou na minha sala Pela janela, ou talvez por uma porta Que esqueci de trancar E então dançamos lentamente pela casa
Depois, mais rápido, com passos feios, Quebramos os enfeites das paredes E, satisfeito, assassinei a música Ela voltou para o céu, iluminando a noite
Eu, então, voltei para o meu canto do sofá Lembrei-me, dessa vez, de trancar a casa Refleti sobre nossa dança e ali mesmo adormeci Esperando a melancolia me tirar para dançar
-Matheus Portella Medeiros
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Incompetência
Eu nunca perdoarei Tamanha incompetência Daquele que, acima de tudo, Tinha a responsabilidade De guardar de todo o mal Aquela que mais amo neste mundo
O problema é que, hoje em dia, Não sei mais dizer se isso é sobre outro Ou sobre mim
-Matheus Portella Medeiros
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Insaciável
Devorei um banquete Continuo com fome Bebi do elixir Continuo com sede Hibernei no inverno Continuo sonolento Amei as pessoas Continuo Sozinho Quebrei as correntes Continuo Preso Encarei o abismo Continuo sano Eu vivi minha vida Continuo Insaciável Me resta morrer. -Matheus Portella Medeiros
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Eu mesmo
Eu sou a saudade daquilo que já não é Sou um pedido de socorro ambulante Sou a perfeição ofuscante de um eclipse Sou o grito de vitória de um maratonista
Eu sou o filho adotivo da desgraça Eu sou aquilo que sempre fui Hoje já não quero ser mais ninguém E me vejo obrigado a ser O retrato de minhas escolhas.
-Matheus Portella Medeiros
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Família adotiva
Eu sou filho do amor e do ódio Sou neto do abandono e da impotência Mas também da força e da luta Sou sobrinho da ignorância, da preguiça E também de tantas conquistas Meus irmãos são o rancor, a estupidez e o desconhecido Sou primo da indiferença, da beleza e outras mazelas Sou apaixonado pela morte e pela inteligência Fui adotado pela boêmia e abandonado pelo respeito Tenho grau de parentesco com todos os medos E já tive um caso romântico com cada possível defeito
-Matheus Portella Medeiros
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Natureza
Imagine uma situação pior que essa: Você se ajoelha perto do chão Curioso para sentir o aroma de uma flor E descobre que era uma planta carnívora
Agora, veja o que restou de mim Dissolvendo-se lentamente nos braços dela Seu abraço mortal, sua crueldade natural Têm o mesmo resplendor de seu perfume
-Matheus Portella Medeiros
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Eco
Se eu soubesse imitar sua voz Eu teria um quarto vazio E passaria minhas tardes Conversando com as paredes Se eu soubesse amar Eu nunca iria precisar dizer Nem mesmo uma palavra -Matheus Portella Medeiros
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Passou
De passo em falso no passe eu falto, De madrugada, a passagem falsa. Na passada de quem, tranquilo, Já não passa mais por aquilo. Qual homem já passado, Que na rua já rodou rodado, Já não sente mais passagem Da brisa que por aí passa. Circula em círculos tortos E se entorna na passada curta. -Matheus Medeiros (?)
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Inverta
Todos meus poemas são:
Uma lembrança, Uma pergunta, Uma tristeza.
Se você ainda não me entende:
Inverta os fatores, Revise o texto E olhe no espelho.
-Matheus Portella Medeiros
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Vingança
Eu me lembro como se fosse ontem, Minha primeira vingança. Desde que quebraram meu coração, Ainda criança, me profissionalizei. Ser vingativo é prazeroso, poderoso: Uma mentira bem colocada, O abraço mais falso do mundo, Beijos de mentira em pessoas de verdade. Eu virei profissional da justiça selvagem, Adorei os momentos de dor alheia, Gozei das mágoas que causei aos outros. E agora, aqui sentado, percebo que falhei. Meses pensando em como me vingar de você, Mesmo sabendo que a culpa é toda minha. Quero tanto me vingar de você, Mas percebo que já se vingou de mim. Se vingança é causar dor a alguém, No momento, nada dói mais que viver sem você. Aqui, com a caneta e a faca na mão, Eu nunca entendi o que era vingança. Você me ensinou: A verdadeira dor não vem da maldade, Vem da esperança De que a dor vai passar.
-Matheus Portella Medeiros
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O basilisco
Venha então, meu basilisco cor de jade, Morda meu coração, perfure meu peito, Para que seu veneno corra em minhas veias E destrua minhas terminações nervosas. Assim, não sentirei mais dor. Teu veneno é ódio, é saboroso. Venha então, sua víbora monstruosa, Amarre-se em meu corpo, aperte meus músculos E esmague até que eu não possa mais reagir, Para que eu não lute mais contra o inevitável. Tua força é falsa, é inutilizável. Venha então, com seus olhos de rubi, Encare os profundos confins da minha alma E assim me transforme em pedra. Crie uma efígie de minha face, sem expressão, E que seja a lápide do meu túmulo, Onde as rosas que ofertei fiquem seguras. A pedra é forte, é fria, inquebrável. Meu basilisco, durma comigo, acorde ao meu lado, Acabe com minha solidão, exista não só em memória. Te vejo nos espelhos, na boca de outros, Esgueirando-se nos cantos do meu quarto. Eu te amo, meu basilisco, Meu basilisco coberto de sangue, Meu basilisco, minha ideia, eu mesmo. Meu.
-Matheus Portella Medeiros
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Afinal o final.
Nenhuma canção é para sempre, Um dia feita para não acabar. A beleza da música é ser lembrada.
Não existe uma tela tão grande Ou infinita quantidade de tinta. Quem dirá um pintor para tamanha empreitada?
Não há poema de tantas palavras Nem todas as rimas que podem rimar Que descrevam tudo que se existe a amar.
Nem toda pessoa, quem dirá suas casas; O mais duro cimento e vergalhões de aço: Tudo um dia vem a desabar.
Nem as estrelas em sua divindade, Mais velhas do que é possível entender, Estão livres de um dia caírem do firmamento.
A beleza da vida está no final. -Matheus Portella Medeiros
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Avalanche
Me refiro à indiferença, Pecado que não tem cor, Um eco sem voz, Avalanche de rancor.
Meu sol perdeu sua órbita, O luar agora é dor, Profunda solidão, Silêncio da ilusão.
A festa sem amor, O olhar sem paixão, Não irrita simplesmente Minha falta de razão.
Mas o silêncio do Senhor Machucou a esperança; Virei amigo Pedro, Quebrei só meio copo, Restos de um brinde que nunca foi.
-Matheus Portella Medeiros
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Desses dias
A memoria desses dias, outros dias, amador A vida e morte, o saltimbanco A vaca magra e a besta do rancor A beleza da tristeza, o rato, roedor A Morte não liberta coração acorrentado pela dor
-Matheus Portella Medeiros
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Euforia
Se tudo que é bom mata, me diga como tal milagre da minha contínua existência se perpetua por tantos anos?
Se tudo que é bom mata, me assusta pensar que talvez uma pequena chance exista que eu tenha confundido maldade com euforia.
Se tudo que é bom mata, permita-me então morrer.
-Matheus Portella Medeiros
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