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Chegue mais perto, me ouça atentamente, fixe seus olhos carregados de ódio e rancor sem justificativa e ouça o que vou lhe dizer, porque não vou gritar, muito menos repetir: 'não sou responsável pela sua felicidade quando a única coisa que se passa na sua cabeça é manipular e destruir'. Passei por dores tridimensionais, senti meu corpo inflar com a vontade de tirar minha própria vida, olhando em volta e vendo risadas, olhares e expressões diversas de indiferenças, sendo encarado como só mais um que estava perdendo a cabeça, minha coragem e empatia parece atrair cânceres afetivos. Tudo é permitido, todos podem agir como quiserem, dizer o que quiserem, serem gratuitos das mais perversas maneiras, mas quando você que esteve calado e passivo por todo esse tempo resolve dizer o que nunca disse de um jeito que nunca virão; se prepare porque você, sim, você é o mais novo vilão, você é o monstro que todos estavam esperando, você é o drama que todos precisavam para tirar o corpo fora, você é o louco que fala coisa com coisa e não tem justificativa para sentir o que sente e se expressar com a intensidade que se expressa. Não me diga que ninguém me deve nada, não há nada que me convença do contrário, a diferença é que não vou viver tentando provar isso, mas você sabe que ama aquilo que é recíproco, você sabe que ama quando alguém te enxerga além e vê mais do que um pedaço de carne ou um saco ambulante com órgãos, sangue, merda e urina. Você sabe que é bem melhor quando se pode esperar algo de alguém e ter a incrível segurança de estar cercado de pessoas com responsabilidade emocional, e caso elas não entreguem o que você esperava, elas não vão te deixar cabisbaixo e banalizar sua frustração. Você sabe que cria mentiras máximas e coerentes o suficiente para te confortar em relação ao que você sabe que não tem, ao que você sabe que não alcança, ao que você sabe que não pode ser seu ou pra você, você sabe muitas coisas mas não admite nenhuma delas, eu não faço isso. Estou em época de inverno, encarando minha carne nua, contemplando o meu tédio, almejando enriquecer meu vazio para que ele não fique mais profundo do que já é, estou abraçando as chamas de um passado traumático que fervilha na minha memória, tentando dar uma nova interpretação a tudo isso que rói os meus ossos e seus grunhidos ecoam dolorosamente até meu consciente, digerindo palavras mal ditas que ouvi e nem se contrastavam com quem eu era, suportando atitudes maldosas com uma gentileza sem tamanho, mas que me custou caro. Isso traz consigo uma intensidade que reside apenas dentro de uma única gota dentre muitas outras que fazem parte do quanto eu transbordo e ninguém está pronto o suficiente para ver. Estou me responsabilizando por mim, pelo o que me pertence por mais que não tenha sido eu quem causei, mas agora faz parte de mim; estou me responsabilizando pela aberração que não tive controle e acabei me tornando, estou me responsabilizando pelo cultivo de cada razão que ainda vou ter para permanecer vivo, estou me responsabilizando e azar é de quem cruzar esse caminho, porque não vou abrir mão de sorrir, mesmo que minhas lágrimas se sobrepujam ao meu sorriso.
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talvez agora eu esteja entendendo o motivo do silêncio
da solidão
do preferir lidar com meu caos sozinha.
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Esse tempo que prometeu me curar parece tão distante.
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