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𝐓𝐇𝐄 𝒃𝒂𝒓𝒐𝒏𝒆𝒔𝒔
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voutebahar · 14 days ago
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O coração de Bahar ainda batia tão alto que ela mal ouviu o estalo da metamorfose até ser tarde demais. Estava recuando de um galho baixo, tentando seguir pela trilha mais discreta possível de volta ao jardim, quando deu de cara com o príncipe ranudense — ou, melhor dizendo, com a versão nua e recém-humana do mesmo. Seus olhos se arregalaram antes que qualquer outro instinto pudesse reagir, e, por reflexo, ela se virou de costas, cobrindo o rosto com a mão livre, mesmo que já tivesse visto mais do que deveria. O pensamento caiu como uma pedra no fundo do estômago dela, ao considerar que poderia ser a culpada pelo incidente, devido sua habilidade de anulação. ❛ Pelos santos, príncipe Hakon! ❜ Sua voz saiu num sussurro abafado e tenso, mais exausta do que surpresa. Não que aquele tipo de situação fosse inédita, ela já havia estado com homens… mas o momento não poderia ser mais inoportuno. ❛ Acho que lhe devo desculpas. Deve ter sido eu. ❜ A frase saiu engasgada como se confidenciasse um crime, e ela fechou os olhos, forçando a respiração a não travar na garganta. Claro que tinha sido ela. Era sempre ela, não era? Seu dom — aquela habilidade que muitos viam como uma maldição — anulava magia. E ele havia se transformado de volta no exato segundo em que ela se aproximou, sem querer. ❛ Aqui, vista isso, por favor! ❜ Havia um tremor discreto em sua voz, que ela disfarçou endireitando a postura. Com um movimento automático, retirou o casaco de moletom que usava e o retirou dos ombros com cuidado. Caminhou dois passos para o lado, ainda de costas, e estendeu o casaco para trás, sem olhar. ❛ Prometo não espiar. ❜ Prometeu, mais por achar que poderia causar desconforto e descontentamento à ele do que qualquer outra coisa. O tecido ainda guardava o calor do corpo dela, mas era melhor do que deixá-lo ali, exposto à própria sorte — ou pior, à graça da situação. ❛ Eu posso buscar suas roupas também, se quiser. Ou… ficar aqui de guarda, caso prefira que ninguém mais o veja assim. ❜ E embora ainda sentisse o rosto arder, Bahar agora se esforçava para focar na urgência daquilo, como se resolver o problema dele pudesse silenciar o caos dentro de si.
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Como bom apoiador das tradições azuis, desde que se entendia por gente que Hakon acompanhava a Althara e, por conseguinte, a Caçada. Com o tempo, tinha chegado à conclusão que a forma lupina seria a melhor quando se tratava de encontrar objetos perdidos, considerando os sentidos aguçados próprios do lobo gigante. Podia ser considerado golpe baixo, mas assim o príncipe poderia identificar mais facilmente a quem pertenciam os medalhões. Acabava de se embrenhar por uma trilha para seguir um rastro quando ouviu um ruído às suas costas e, antes que deixasse os sentidos assumirem e atacasse alguém, voltou rápida e imprudentemente para a forma humana, praguejando ao constatar que estava bem distante de sua pilha de roupas.  ' Eu meio que vou precisar de um favor... '
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voutebahar · 14 days ago
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O toque no ombro fez Bahar girar o rosto num instante, como se tivesse acabado de ser flagrada em algo proibido. Os dentes ainda roçavam discretamente a lateral da cutícula do polegar quando os olhos encontraram os de Devine — e, por um segundo, ficaram ali, estáticos, como se avaliar a loira fosse a única coisa capaz de interromper o nó que se formava em sua garganta. Ela não gostava daquilo. Não gostava de estar vulnerável. De deixar ver. Mas Devine já tinha visto. Inspirou lentamente, conforme a sugestão dada, ainda que com alguma hesitação, como se fosse contra a própria natureza aceitar consolo de alguém — mesmo de alguém tão... celestial. O ar entrou fundo demais, quase como se tivesse esquecido como fazer isso com calma. E quando expirou, a postura retificou-se quase de imediato, como uma boneca voltando à posição perfeita na vitrine. ❛ Eu não estou nervosa. ❜ Respondeu por fim, num tom controlado, neutro, mas um pouco menos seco do que de costume. Sabia que Devine não acreditaria, mas era o tipo de mentira que contava a si mesma há anos. Tinha virado hábito. Desviou o olhar de novo para a entrada da floresta. Um nome novo acabava de ser anunciado, e o coração acelerou com um impulso instintivo — como se pudesse ser o dela. ❛ Só não gosto de jogos que não posso manipular. Não fui feita para esperar ser escolhida. ❜ Disse então, com mais sinceridade do que pretendia, a voz baixa, firme, mas com uma franqueza que raramente deixava escapar. Ficou em silêncio por alguns segundos, observando a movimentação no jardim, antes de completar: ❛ Eu ouvi que uma das princesas da Manfredonha cortou a mão, tentando esconder seu medalhão no tronco de uma árvore. Você deveria ajudá-la... ❜ Não estava expulsando Devine, não realmente. Só não achava que merecia a atenção alheia.
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starter for @voutebahar Um coração que está nervoso de ser encontrado pela pessoa errada e precisa se acalmar.
Em todos seus anos de vida, era a primeira vez em que via Bahar levemente...agitada. Eram próximas pelo mesmo âmbito de estar sempre ao lado de um herdeiro e querendo que ele prosperasse. Mesmo que Devine suspeitasse que os motivos da turca eram um tanto.... diferentes. Nada que ameaçasse falar alto. Era seu dever, no entanto, ajudar qualquer pessoa que estivesse necessitada. Não era chamada de anjo por acaso.
Se aproximou em passos mais suaves, e colocou a mão no ombro dela por trás, chamando sua atenção. "— Respire fundo, conte até três." As instruções eram tão programadas em seu cérebro que às vezes paravam de fazer sentido. Mas era genuíno. "— Pode fingir o quanto tiver vontade, eu sei que está precisando de ajuda."
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voutebahar · 14 days ago
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Bahar demorou um segundo a mais do que o normal para responder. Seu olhar deteve-se no rosto de Kalliope como se tentasse avaliar não só a pergunta, mas o que poderia vir depois dela. Era curioso como a caçula da Grécia sempre falava com o tipo de entusiasmo que soava quase estrangeiro, como se não pertencesse àquele mundo de fios invisíveis puxando intenções. Ela respirou fundo, suficiente para firmar de novo a postura, e respondeu num tom neutro, polido. ❛ Bahar, por favor. ❜ Corrigiu suavemente, sem dureza, mas com uma clareza que não deixava espaço para familiaridade. Seus dedos alisaram uma dobra imaginária na barra da camiseta, movimento automático, antes que seus olhos voltassem à trilha de mesas mais à frente. O ambiente era ruidoso demais. As conversas eram travadas com risos arrastados e palavras doces demais para serem reais. O alvoroço sobre quem encontraria qual medalhão estava quase lhe causando dores de cabeça. E certamente trariam rumores, como sua breve conversa com a Phaidonos havia rendido um, semanas antes, e responsável pelo ligeiro afastamento que a Kavur agora implantava entre elas. Ainda assim, ela a fazia se lembrar tanto de Asli... ❛ Me conte, escondeu bem seu medalhão? ❜ Mordiscou o interior da bochecha, ciente de que estava se aproximando novamente, dando espaço para suposições infundadas e que ela própria teria de lidar depois. Mas tinha plena certeza de que as estripulias de Kalliope seriam uma ótima distração. ❛ E o batom vermelho? Foi útil? ❜
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As instruções para a caçada pareceram-lhe simples: esconder o medalhão de maneira que apenas seu amor verdadeiro fosse capaz de encontrar - bom, essa parte final fora um pequeno adendo feito pela própria princesa, mas parecia certo, não? Afinal, aquele era todo o propósito da Althara: encontrar seu felizes para sempre. Assim, Kalliope viu-se perambulando pela floresta com um vinco formado na testa, determinada a encontrar o esconderijo perfeito. E de maneira inconsciente, ou não tão inconsciente assim, ela posicionou a joia em meio a um arbusto repleto das mesmas flores rosadas que haviam adornado o corsage que James lhe dera no último baile. Aquilo teria que ser suficiente para que o destino voltasse a uni-los, Lili estava segura. E se o príncipe encontrasse o colar, nada mais importaria: os términos, o desenrolar do último desafio, nada. Poderiam ficar juntos até envelhecer! E era essa a razão da confiança da grega tão logo chegou ao brunch onde os demais corações se reuniram. "Ba, você também está aqui!" Anunciou com a empolgação de quem acreditava que tudo correria exatamente como ela havia sempre sonhado. Para sua surpresa, porém, essa não parecia ser a mesma sensação da turca. "Ba, você está bem?"
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voutebahar · 14 days ago
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A resposta de Camille arrancou de Bahar um daqueles sorrisos que não chegavam aos lábios, só aos olhos — breves, quase imperceptíveis, mas sinceros. A garota tinha um jeito peculiar de ir direto ao ponto com aquela franqueza desajeitada, que em qualquer outro momento a teria deixado na defensiva. Mas ali, até os comentários mais crus pareciam ter espaço. Ela olhou de lado, observando novamente a roupa alheia. Era como se a Durand ainda carregasse uma certa esperança raivosa, uma energia crua de quem ainda não tinha sido totalmente moldada pelos bastidores — ou não deixava que a moldassem. Poderia sentir inveja, se fosse uma pessoa diferente. ❛ Constrangedor não. ❜ Murmurou, finalmente, voltando os olhos para a trilha. ❛ Mas… é simbólico. E isso às vezes pesa mais. ❜ Ela não dizia, mas aquele medalhão trazia uma imagem que só alguém muito atento entenderia: uma chave. Não que fosse um grande segredo que ela mantinha segredos, e era uma pessoa fechada. Mas era complicado ter aquilo exposto. ❛ E não se desculpe. Você tem razão. Não é pra gente, isso aqui. Nunca foi. ❜ A voz de Bahar saiu baixa, sem amargura, só uma constatação fria. Ela ainda não havia entendido o motivo de terem selecionado pessoas como elas para participarem da dinâmica. Não era como se pudesse fornecer um casamento vantajoso para qualquer um...❛ Se acharem o seu e fizerem cara de decepção… o problema é deles. ❜ Se surpreendeu com sua fala, mas não deixava de ser sincera. Tinha o bom hábito de enxergar, e mostrar, o melhor nos outros. Desinteressada, contudo, em uma conversa mais profunda, crendo não ser Camille responsável por ouvir suas lamentações, ela suspirou profundamente uma última vez antes de retornar à postura. ❛ Eu vi as notícias, sobre o vosso príncipe. Precisa de alguma ajuda? ❜
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Em sua concepção parte de aprender com Bahar era andar junto dela e tentar absorver seus conhecimentos e energia, bom a diferença de modo de vestir já era o sinal de que estava falhando. Ainda que no caso da Durand, era mais o medo de ser deserdada pela mãe se fosse vestindo algo muito basic, o que era uma probabilidade. Camille não tinha gostado de ter que participar daquela atividade e imaginava que alguém discreta como a turca também não havia gostado, toda a situação de estar sendo exposta e coisas fora do controle eram complicadas, pra Manon a primeira era muito mais preocupante. ❝O seu tem algo constrangedor? Acho que o meu é meio tosco, não é nada muito profundo.❞ Deu de ombros, não achava que um medalhão com um desenho de controle de vídeo game fosse muito profundo, era o indicativo de seu vício em jogos? Significava que ela era brincalhona? Não sabia dizer. ❝Por que?❞ Indagou rápido sem dar conta de que poderia estar sendo muito enxerida, mas logo se corrigiu. ❝Desculpa, eu não devia ficar te questionando... Se bem que é mais complicado pra gente, né? Tipo, é feio recusar um príncipe, né? Mas ao mesmo tempo não pega bem pra gente. Sinceramente acho que gente como a gente nem devia participar, sabe? Não somos como eles e acho que também não to muito afim de ver a decepção na cara de quem encontrar o meu... Acho que o que quero dizer é que também não quero que encontrem o meu... Você não tá sozinha.❞
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voutebahar · 16 days ago
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this is a starter for @serrvtore !!
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O jardim estava abarrotado, mas havia uma única presença que Bahar reconheceria mesmo de olhos vendados — o corte do uniforme impecável, os cabelos escuros ligeiramente desalinhados pelo vento, e a postura sempre impecável que ela admirava. Tiziano. Chefe de segurança. Capitão recém-nomeado. Ela se aproximou rápido, o coração disparado com aquele ritmo que ele sempre conseguia provocar, mesmo antes de abrir a boca. E, como se sentisse sua aproximação no ar, ele falou antes que ela dissesse qualquer coisa "Não, eu não vou ajudar o Sarp a achar o seu medalhão…" Bahar parou, bufando com um meio sorriso incrédulo. Ele sempre acertava demais para ser confortável. Mas ainda assim, se sentia incomodada com a acusação e a conclusão. Não era como se procurasse ele apenas para lhe pedir favores. Mas naquele momento, ela queria... ❛ Esquece o Sarp. ❜ Rebateu, ignorando o frio no barriga que sentia ao perceber que o Serratore a conhecia bem demais. Era perigoso, considerando a posição em que se encontravam — socialmente e, bem, fisicamente, principalmente nas madrugadas. ❛ Eu… preciso de outra ajuda. Para sair daqui. ❜ Ela disse de uma vez, em voz baixa, como se estivesse cometendo uma infração. E ela tinha quase certeza de que estava, o que fazia a pele de sua clavícula formigar. Estava acostumada a cometer indiscrições, mas nunca a benefício próprio, e isso era incômodo para ela. ❛ Preciso sair do brunch. De toda essa encenação ridícula de que precisarei me encontrar com quem encontrar meu medalhão. Você conhece algum lugar onde ninguém me encontre por umas horas? ❜ Ela nem tentou esconder o desconforto. Estava apavorada com a ideia de que havia se tornado uma espécie de prêmio. Pelos sete santos! O quão frustrante o nobre que a encontrasse se sentiria, ao descobrir que era ela... que era apenas Bahar. ❛ Você é capitão agora, Serratore. Deve conhecer os lugares mais escondidos desse lugar. ❜ Ela falou isso sem encará-lo, como se pedir isso para ele fosse um tipo íntimo demais de vulnerabilidade. Mas ali estava ela, arriscando. De novo. ❛ Me ajuda a desaparecer, só um pouco. ❜ Completou, mais baixo. ❛ Você deve saber como sumir... ❜ Era um pedido que vinha com entrelinhas que só ele saberia ler. E, claro, com o perigo que ela fingia não enxergar sempre que se aproximava dele. Afinal, ela sabia, que por baixo daquele uniforme, existia um vermelho.
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voutebahar · 19 days ago
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this is a starter for @courtscent !!
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Os passos apressados de Bahar estalaram discretos sobre o solo seco da trilha de terra, enquanto ela se afastava do esconderijo improvisado. Ela desviava dos ramos baixos com distração, tão envolta nos próprios pensamentos que só sentiu o corpo colidir com o de outra pessoa quando já era tarde demais. ❛ Me desculpa! ❜ Exclamou, instintivamente, recuando um passo. Levantou o olhar e encontrou Ravzî. A vermelha. Bahar piscou, surpresa. Ravzî não era exatamente do tipo que se trombava sem querer — tinha aquela presença quase líquida, de quem sempre parecia saber exatamente onde estava. Mas agora, ali diante dela, oferecia algo mais que um susto. Oferecia oportunidade. E Bahar não era burra, já havia percebido a movimentação dos vermelhos. Mordeu levemente o lábio inferior, como se calculasse rápido demais algo que não deveria estar considerando. Então se aproximou um pouco, baixando o tom de voz, e disse, com uma seriedade que tentava mascarar com leveza: ❛ Você tem mais liberdade aqui do que eu, agora. ❜ Começou, sem rodeios. ❛ E eu posso conseguir algo em troca. ❜ Os olhos dela buscaram os de Ravzî, sinceros, um pouco ansiosos. ❛ Se eu te der uma coisa… você consegue fazer sumir com o meu medalhão? ❜ Não explicou o motivo, nem tentou bancar a inocente. Era um pedido sutilmente desesperado, mas sem perder a compostura.
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voutebahar · 19 days ago
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this is a starter for @karvdag !!
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Bahar seguiu com determinação pela trilha de terra úmida, desviando dos galhos com movimentos rápidos, quase impacientes. O medalhão já havia sido escondido — bem à vista, como uma provocação. Mas o desconforto não diminuía. Na verdade, crescia. Ela precisava resolver isso antes que alguém... inadequado o encontrasse. Foi quando avistou Sarp. Um alívio desconcertante percorreu seu peito. Sem pensar duas vezes, apressou os passos e o alcançou, tocando seu pulso para puxá-lo discretamente em direção aos arbustos mais altos, longe dos olhares curiosos e das câmeras ocasionais. ❛ Vem comigo, rápido. ❜ Disse num sussurro firme, os olhos atentos ao redor, como se até as folhas pudessem escutar. Ali, cercados de verde e silêncio, ela parou de frente para ele. Por um instante, hesitou. Mas então soltou num só fôlego, ansiosa, como se segurasse aquilo havia tempo demais: ❛ Preciso que você encontre o meu. ❜ Preciso. Não era que ela quisesse, ou desejasse, ela apenas precisava. De forma prática. Uma calculada escolha de palavras. Os dedos estabeleceram na camisa dele, puxando-o de leve para perto. ❛ Assim que entrar na clareira, verá uma árvore com o tronco esbranquiçado. Vire à esquerda nela, e dê, hun, sete passos. Você vai encontrar ele sobre os arbustos. ❜ Seu olhar era direto, mas inquieto, como se esperasse uma recusa, como se a urgência escapasse pelos gestos. Não explicou o motivo, nem tentou justificar. Mas por dentro, um nó apertava o estômago. Se fosse outro nobre... um desconhecido qualquer... ela não saberia lidar. Mas Sarp... com ele, podia respirar.
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voutebahar · 19 days ago
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this is a starter for @princissadadisney !!
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Bahar deslizou o dedo pela tela do celular com delicadeza. O brilho do Instagram refletia nos olhos inquietos, ainda que o conteúdo passasse sem deixar rastro — stories de nobres em jardins ensolarados, close-ups de porcelanas caras, e um mar de legendas cuidadosamente curadas, todas parecendo muito mais à vontade naquele mundo do que ela jamais se sentiu. Era uma distração. Um refúgio tolo, mas funcional. Cada toque na tela afastava o incômodo crescente no estômago, a ansiedade dos olhos que talvez estivessem observando. Estava acostumada a ser invisível, e agora, com uma câmera em cada canto, a luz parecia queimar sobre a pele. Estava tão imersa nos movimentos repetitivos que quase não notou a presença ao lado. Só quando uma voz — melodiosa, marcada por um sotaque impecável — disse algo próximo a ela, Bahar piscou, voltando ao presente com um leve sobressalto. Levantou o olhar e encontrou os olhos de Carissa, a princesa da Grécia, fixos nela. ❛ Me desculpe... ❜ Disse depressa, o celular sendo travado e escondido como se fosse um segredo indevido. ❛ Eu... poderia repetir, alteza? ❜ Um leve calor subiu pelo pescoço. Mesmo que Carissa não parecesse repreendê-la, Bahar sentia como se estivesse sendo pega fazendo algo errado. Como sempre.
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voutebahar · 19 days ago
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this is a starter for @czirina !!
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O sol filtrava-se preguiçoso pelas copas das árvores, onde o brunch continuava, elegante e silencioso, como se o tempo houvesse sido reduzido a pequenas mordidas em pães amanteigados e goles lentos de champagne. Bahar mantinha a taça entre os dedos como quem segura um objeto frágil demais para si. Já havia decidido que seria a última. Ou a penúltima, talvez. Não conseguia se sentar por muito tempo. Andava entre as mesas, ajustava guardanapos que não precisavam de ajuste, sorria quando cruzava o olhar de alguém — sempre rápida demais, antes que interpretassem errado. Sentia-se um ímã desalinhado, um pedaço de engrenagem tentando se encaixar onde não era feita para estar. Viu Irina Yusupova sentada ao canto do jardim envidraçado, envolta em uma paz que Bahar nunca soube onde comprar. Ela hesitou. Aproximar-se da herdeira da Rússia parecia o tipo de coisa que uma assistente jamais deveria fazer sem ser chamada. Mas estar parada parecia ainda mais errado. ❛ Com licença, alteza... ❜ Sua voz saiu baixa, polida demais. ❛ Posso? ❜ Esperou um aceno ou um olhar, qualquer gesto de permissão para se sentar. Quando enfim o fez, cruzou as mãos no colo e respirou fundo, antes de deixar escapar a pergunta que a estava sufocando desde que escondeu o próprio medalhão. ❛ Tem alguém que... ❜ Ela mordeu o lábio inferior, depois concluiu mais baixo: ❛ alguém que você espera que encontre o seu? ❜ Não era curiosidade. Era uma tentativa desesperada de desviar de si mesma. De ocupar o espaço que parecia sempre prestes a engoli-la.
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voutebahar · 19 days ago
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this is a starter for @camikcze !!
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As árvores se fechavam adiante como se quisessem engolir o resto do mundo — e, sinceramente, Bahar não se importaria se isso acontecesse. Estar ali, longe das câmeras e dos olhares pesados da cerimônia, já era um alívio. Ela caminhava em silêncio, os dedos apertando o medalhão no bolso do casaco escuro. Tinha escolhido um lugar específico, visível o suficiente para evitar caçadas longas, mas simbólico à sua própria maneira. Algo discreto. Quase submisso. Do lado dela, Camille parecia o completo oposto. A jovem assistente do príncipe Laurent desfilava pela trilha de terra com o moletom mais absurdamente chamativo que Bahar já tinha visto — fundo preto, estampado com labaredas laranjas e vermelhas que subiam pelas mangas como se ela mesma estivesse em combustão. ❛ Eu acho que não é sobre o medalhão. É sobre o que vão pensar quando acharem. ❜ Talvez ela fosse séria demais e não conseguisse relaxar, mas talvez fosse aquilo que levou-a até onde se encontrava hoje. ❛ Eu preferia que ninguém achasse o meu. ❜ Suspirou, a ideia de atirá-lo no lago retomando à mente. Mas não podia. Porque mesmo quando não queria ser escolhida, ainda achava que deveria fazer tudo direito. Porque havia algo em ser encontrada — ainda que não fosse o que ela queria — que se misturava com aquela voz incômoda na cabeça dizendo que ela só valia quando servia a um propósito.
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voutebahar · 19 days ago
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this is a starter for @alealejandrc !!
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O nome dela ecoou com solenidade, e Bahar sentiu o sangue esvair das pontas dos dedos. O Sumo Sacerdote não precisava dizer muito — seu tom solene já bastava para que os olhos de todos se voltassem na direção dela. Como se, por um breve instante, o mundo se reduzisse a seus passos lentos da área do brunch até a entrada da floresta. Ela não gostava de ser vista. E ali estava, na frente de todos, sob os olhos de nobres, câmeras e deuses. O Sumo Sacerdote esperou que a figura de Alejandro se aproximasse antes de limpar a garganta e anunciar: "O medalhão da srta. Bahar foi encontrado por… Sua Alteza Alejandro Bourbon." O nome caiu como um golpe. Bahar sequer conseguiu esconder o estalo baixo que soltou com a respiração, nem o modo como seus joelhos fraquejaram sob o peso súbito do espanto. Por um momento, ela realmente pensou que iria desmaiar. Alejandro. Dos príncipes possíveis, ele era o pior resultado. Popular, carismático, filmado o tempo todo, um nome com o qual as pessoas sonhavam. E ela? Assistente pessoal. Prática. Invisível por escolha. Tê-lo como “par” no jogo era um tipo de exposição que fazia sua pele queimar. Por que não um duque? Um conde excêntrico? Ou, com alguma sorte, ninguém? As câmeras focalizavam seu rosto. A tensão estava gravada em cada músculo — as mãos frias, os ombros ainda inclinados em deferência, como se pedissem para sumir dali. O Sumo Sacerdote inclinou levemente a cabeça, em voz grave: "Srta. Bahar… aceita ou recusa o seu Caçador?" Era uma pergunta cerimonial, mas que continha o poder de uma sentença pública. Recusar o herdeiro favorito de Castilla, diante de todos, com as lentes apontadas para ela… seria uma humilhação que mancharia ambos, mas sobretudo ele. Ela sabia disso. Sabia o que se esperava dela. ❛ Alteza... ❜ Cumprimentou Alejandro, com breve reverência, tencionando postergar sua resposta.
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voutebahar · 19 days ago
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Bahar ergueu os olhos do seu cálice com lentidão, como se estivesse considerando cada palavra da princesa antes mesmo de respondê-la. A luz atravessava o vidro e tingia o champanhe com um dourado pálido, quase delicado demais para a amargura que ela sentia nos dentes. Não costumava beber em eventos como aquele — manter a mente clara fazia parte de sua função — mas aquele dia já vinha lhe exigindo mais do que gostaria de admitir. E o champanhe, embora doce, ajudava a disfarçar o gosto metálico da ansiedade. ❛ Um brinde curioso para alguém que parece acostumada a mover as peças também. ❜ Disse com suavidade, sem tom de acusação — apenas uma observação embalada com polidez. Tocou levemente a borda da taça, mas não bebeu ainda. ❛ Onde vossa Alteza escondeu seu medalhão? ❜ Então, finalmente, virou-se levemente para encarar Nora — com curiosidade genuína. Ela então ergueu a taça com uma elegância contida — quase como se estivesse quebrando uma regra. ❛ À espera, princesa. ❜ E desta vez, bebeu.
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𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 𝐟𝐨𝐫 𝐭𝐡𝐞 𝐥𝐨𝐧𝐞𝐥𝐲 𝐻 𝐸 𝐴 𝑅 𝑇 𝑆
esperar para ser escolhida. ou encontrada. ou clamada. história da minha vida. pensou a princesa de eläris enquanto colocava uma cereja em seu champanhe. --- um brinde. --- ela propôs para alguém proximo a ela. --- a todos nós, peças bonitas no tabuleiro de alguém. À espera de sermos movidos, escolhidos… ou sacrificados.
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voutebahar · 19 days ago
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❛ Você matou e agora está tentando convencer o júri de que foi um acidente. ❜ Bahar respondeu sem olhar para trás, apenas arqueando uma sobrancelha com elegância, ainda que sua voz tivesse aquele tom calmo demais, que sempre indicava que ela estava pouco impressionada. ❛ Mas eu vou mentir por você se alguém perguntar. Por piedade. ❜ Ela parou diante de um arbusto florido, suas mãos movendo as folhas com cuidado. O medalhão estava ali, suspenso por um fio dourado fino demais para ser notado de longe, pendurado bem no centro de uma flor aberta — visível, bonito, e absolutamente fácil de encontrar. A escolha não tinha nada de romântica. Era uma decisão prática, e até teimosa. ❛ Já escondi. ❜ Disse como quem conclui uma tarefa trivial, dando um passo para o lado para permitir que ele visse, caso quisesse. ❛ Antes que diga algo espirituoso, sim. Está fácil. Isso é intencional. ❜ Ela se virou para encará-lo por um segundo, o olhar firme. ❛ Não acho que ninguém deveria desperdiçar tempo procurando por mim. Especialmente não aqui. ❜ Havia algo na forma como disse aquilo — como se estivesse apenas explicando uma regra não escrita. E talvez, para ela, fosse mesmo. Depois, como se descartasse o próprio incômodo com um movimento de ombros, suspirou. ❛ Mas suponho que alguém precise manter um padrão de dignidade neste evento. E esse alguém claramente deve ser você. Onde irá esconder? ❜ Jihoon era visado, ela sabia, e tinha certeza absoluta de que mais de uma pessoa se empenharia em procurar pelo medalhão dele. ❛ …Ah, por favor, se for espalhar alguma mentira sobre isso, ao menos use algo mais criativo do que “ela me convidou para o arbusto”. ❜ Gracejou, brincando sobre o fato de que, bem, ela tinha quase certeza de que ele repassou algumas notícias falsas para ela.
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𝐰𝐢𝐭𝐡: @voutebahar
"why have you killed these beautiful flowers?"
Pode ser que estivesse fazendo seu trabalho de muita má vontade, o que tinha a ver com o fato de ter tido de acordar cedo para esconder a porra de um medalhão - ele queria saber quem tinha tido a brilhante ideia. Além disso, estava mais curioso em saber onde os outros esconderiam os seus do que em encontrar um esconderijo super inovador, sendo este o motivo para que tenha grudado em Bahar, caminhando apenas alguns passos atrás dela na floresta. "Eu matei?" olhou para baixo, só então percebendo que havia pisado em algumas plantas, depois de ter atravessado o canteiro em linha reta - isso porque estava insuportavelmente incomodado e querendo que sua tortura acabasse de uma vez. "Não foi intencional. Assim faz parecer que eu pisoteei nelas... Você não devia estar procurando um esconderijo para o seu treco?"
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voutebahar · 19 days ago
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Bahar opta pelo conforto com intenção — e nada grita mais discrição do que um conjunto preto, minimalista, funcional e absolutamente sem esforço. A blusa cropped com capuz e as calças de cós alto seguem o corte atlético clássico, com as icônicas três listras nas mangas e o logo discreto no centro. Nos pés, meias cinza básicas e tênis branco de sola baixa, ideais para passar despercebida, mesmo quando se está sempre um passo à frente.
Era um jogo, diziam. Um evento leve, simbólico, feito para despertar sorrisos e talvez sussurros românticos entre taças de cristal. Mas, para Bahar, o medalhão em sua mão parecia um erro de organização. Ela não devia estar ali. Não como isso. Havia sido criada para servir, não para ser procurada. Era nas bordas dos salões que se sentia segura — anotando pedidos, controlando agendas, antecipando vontades. Não no centro de qualquer busca. Não com nobres se perguntando onde estava seu medalhão, como se a presença dela tivesse algum valor que não fosse funcional.
O desconforto vinha manso, mas firme, como uma costura malfeita puxando a pele. Ela recusava convites com um sorriso gentil, desviava olhares com uma elegância que muitos confundiam com timidez. Mas não era timidez. Era convicção. Ela sabia o lugar dela. Ou, pelo menos, foi ensinada a saber. E cada gesto de atenção quebrava um pouco das paredes que construiu para se proteger — o que, paradoxalmente, só a fazia reconstruí-las mais altas, mais frias, mais firmes. Porque no fundo, Bahar não tinha medo de ser invisível. Tinha medo de que, sendo vista, ninguém gostasse do que encontrasse.
Era por isso que não havia se empenhado muito em esconder seu medalhão. Para que fosse encontrado logo, e também rapidamente recusasse quem quer que fosse o caçador. Não poderia pertencer àquele papel! Preso entre os galhos ornamentais de um dos arranjos florais do jardim — discreto, mas não muito. Escondido bem à vista. Fácil de encontrar.
Quem o abrisse, veria a imagem flutuante de uma chave antiga — o tipo que pertencia a cofres e passagens secretas — acompanhada de uma única palavra em um brilho tênue: secret. Era uma referência sutil, quase íntima. Um lembrete de que tudo nela era trancado. Que aquilo que Bahar oferecia aos outros era só o necessário, o útil, o apropriado. O resto, ela mantinha trancado.
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voutebahar · 19 days ago
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O medalhão havia sido camuflado muito porcamente entre alguns arbustos baixos, e Bahar utilizou o tempo restante auxiliando algumas outras pessoas, que igualmente haviam sorteado coração, a esconder os seus. Mentalmente, fazia uma lista de onde os pares mais vantajosos para Sarp escondiam, bolando alguma forma de dar instruções para ele. Depois do tempo para esconder os medalhões acabar, Bahar retornou para o local indicado. A inversão de papéis a desconcertava mais do que gostaria de admitir. Ela, que sempre estivera no controle da busca — pelas alianças certas, pelos acordos velados, pelas palavras exatas — agora era o prêmio. O alvo. O objeto da procura. Incomodava. Não por vaidade — essa ela sabia esconder com perfeição — mas por instinto. Estar no centro de uma caçada, mesmo simbólica, fazia seu corpo manter uma tensão sutil nos ombros, como se o traje de academia — composto por uma calça legging e uma camiseta mais longa — fosse uma armadura fina demais para protegê-la. Estava tão absorta nesses pensamentos que não percebeu a aproximação da figura até ouvir a voz ao seu lado. ❛ Me perdoe. ❜ Ela virou-se com um pequeno sobressalto, erguendo os olhos. ❛ Eu… me distraí. Pode repetir, por favor? ❜ O sorriso que ofereceu depois era educado, sereno. Mas o olhar — sempre tão atento — permanecia ligeiramente em alerta. Afinal, o jogo havia começado, e ela, por uma vez, era o prêmio. E em uma corte como aquela, não sabia o quão bem aquilo era visto.
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voutebahar · 25 days ago
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Bahar inclinou levemente a cabeça, o sorriso se mantendo, mas suavizando, como quem aprecia a compostura impecável de quem acabara de ser provocada e ainda assim reagiu com graça. Observou a tela apagada, percebendo, pelo mínimo estremecimento no olhar de Annalise, que o conteúdo enviado por Ludwig não era dos mais fraternais. Não comentou. Não precisava. Sabia que cada família real tinha suas próprias formas de afeto e ferocidade. ❛ O chamado divino costuma ser uma sentença difícil para os que ficam… ❜ Comentou com aquele tom ponderado, como quem já vira outros serem enviados para conventos, abadias ou exílios disfarçados de missão espiritual. Ajeitou suavemente o tecido do próprio casaco, mais por elegância do que necessidade, e voltou a olhar para Annalise, com a curiosidade que, naquele caso, não se esforçava tanto para disfarçar. ❛ Mas eu admiro quando alguém transforma isso em fortaleza e não em rancor. ❜ Acrescentou, inclinando-se levemente para a frente, como quem partilha uma confidência: ❛ É uma virtude rara… e essencial. ❜ Estudou mais uma vez os traços da princesa, como quem avalia não apenas a beleza — que era óbvia —, mas a estrutura de caráter, a fundação sobre a qual se erguia. Depois, permitiu-se um sorriso um pouco mais cúmplice. ❛ Os santos ficam felizes que esse tempo tenha te aproximado da fé. ❜ Fazia outra pequena anotação mental sobre isso, alocando Annalise na posição de primeira opção para se tornar a noiva da Casa Karadag. Então se levantou com a mesma leveza com que se sentou, alisando a saia com um gesto discreto. ❛ Se precisar de ajuda com… tecnologia, ou política, sabe onde me encontrar, vossa graça. ❜ E com um aceno breve, seguiu seu caminho, porque não era muito apropriado que ficasse tão perto da princesa, dada seu histórico com a família alheia.
𝒆𝒏𝒄𝒆𝒓𝒓𝒂𝒅𝒐
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Sorriu levemente com a brincadeira alheia, era bom encontrar alguém que estava disposta a auxiliar sem debochar de sua falta de conhecimento. Annalise detestava não saber algo, mas a mãe havia feito o possível para a manter completamente longe daquele mundo, uma forma de evitar que alguém lembrasse de sua existência fora da devida hora. Assentiu a cabeça com o que ela disse, mesmo que não entendesse muito bem o que todas aquelas palavras significavam, mas achava que fazia sentido não abrir algo se não tinha o aplicativo... O aplicativo deveria ser como a maçaneta de uma porta ou algo assim. ❝Acho que é a maneira dele de demonstrar que sentiu falta da irmã caçula, acho que me ter de volta traz nostalgia da nossa infância.❞ E ainda que ela não lembrasse muito, se recordava que estavam sempre discutindo um com o outro e pregando peças um no outro. Claro, nada que qualquer pessoa de fora soubesse, os Liechtenstein eram bem cuidadosos com o que o público sabia. ❝Sim, no reino vizinho, na Suíça. Era um lugar incrível.❞ Respondeu com sinceridade, as pessoas de lá não tanto, mas esse era um pensamento derivado de quem tinha o desprazer de saber o que se passava na mente dos outros. Pegou o celular de volta e teve de conter o tique no olho depois de rolar para baixo as páginas em branco e ler um "uhul! Parabéns, você ganhou o prêmio de irmã mais otária! Venha retirar seu prêmio! 🫵🏻🌟" respirou fundo e desligou a tela do celular, se esforçando a manter uma expressão agradável ao se voltar para Bahar outra vez. ❝Obrigada pela ajuda. E não foi bem um retiro, foi algo como um chamado divino... Foi o que os clérigos disseram e compreenderam quando nos visitaram. E mesmo sendo difícil ficar distante de minha família, acredito que isso tenha me aproximado muito mais da minha fé e a fé que molda uma mente mais forte.❞
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voutebahar · 25 days ago
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Bahar soltou um meio sorriso, quase imperceptível, ao ouvir o comentário dele — aquele tom blasé tão típico, como se nada jamais o afetasse, nem mesmo ela, ali, no meio da cama dele, vestindo a camisa dele, tão absurdamente deslocada da compostura habitual. ❛ Ainda bem… ❜ Respondeu de forma simplista, ajeitando as mangas longas e dobrando-as com meticulosidade, como quem buscava, na precisão do movimento, alguma defesa contra o constrangimento tênue que insistia em ameaçá-la. Esticou as pernas sob o lençol, cruzando os tornozelos, e inclinou-se um pouco para pegar o relógio deixado sobre a mesinha de cabeceira. ❛ Não estamos atrasados. Pelo menos, não oficialmente. ❜ A voz saiu controlada, mas a mente dela não. A câmera continuava ali, silenciosa. O registro. A evidência. Bahar apertou os lábios por um segundo, como quem ponderava o custo de apagar, de omitir. Concluiu, por fim, que buscaria Callahan mais tarde — o técnico de imagem, e não o psicólogo, embora o segundo também estivesse em falta. ❛ Posso descer e solicitar que sirvam seu café aqui. ❜ E antes mesmo que concluísse a fala, já puxava o lençol e se colocava em pé ao lado da cama. A brisa suave em suas pernas lembrou-a que estava, definitivamente, vestida de forma inadequada para se pôr aos olhos de Karadag, mas optou por não demonstrar incômodo com aquilo ao que atravessava o quarto, buscando o vestido que repousava no sofá dele antes de ir para a suíte do aposento real. Talvez, imaginou ela, devesse ter dormido ali. Pouparia o conforto outrora sentido por dividir a cama com ele, além, é claro, do trabalho extra que teria. Quando retornou às vistas de Sarp, tinha a camisa devidamente dobrada entre as mãos, e usava o mesmo vestido da noite anterior. ❛ Irei pegar uma de suas capas. É preferível que eu sinta um pouco de calor do que concluam inadequações à seu respeito, por eu estar com o vestido de ontem. Acredito que nenhuma nobre fique feliz com a situação. ❜ Ao mesmo tempo em que praticamente assumia a culpa, já se propunha a corrigir a situação. E foi por isso que abriu, sem cerimônia, o armário dele, retirando a capa acinzentada dali. Sarp estava ali para arrumar uma noiva, e ela tinha certeza de que rumores sobre ela ter dormido em seu quarto não favoreceriam a situação. Fez uma nota mental para evitar aquelas situações. ❛ Deixarei a camisa na lavanderia. ❜ Comunicou ao que terminava de se arrumar. Caso ele recebesse visitas, também não seria apropriado que aquela camisa, com o perfume dela, fosse parar no corpo de outra mulher. Seria um escândalo, e a mera ideia trazia aquela pontada dolorida em sua cabeça. Virou-se um pouco na direção dele, com aquela expressão sóbria que aprendeu a usar para esconder tudo que não podia ser dito, mas concedeu-lhe um breve sorriso ao questionar: ❛ Gözleme de espinafre com queijo, chá preto, e mais alguma coisa? ❜
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Havia   despertado,   automaticamente,   pouco   antes   do   nascer   do   sol,   como   fazia   quando   estava   em   Bizâncio   e   sua   agenda   era   mais   carregada   do   que   a   que   teria   na   Althara.   Ele   devia   estar   mesmo   exausto   –   ou   com   a   cabeça   cheia   de   vinho   –   para   que   não   tivesse   percebido   o   momento   em   que   tinha   desabado,   ou   que   Bahar   tinha   ficado   ali.    A   visão   da   mulher,   sempre   tão   rígida   e   elegante,   naquelas   condições,   vestindo   as   roupas   dele,   sem   defesas,   tinha   despertado   em   Sarp   certa   possessividade   que   ele   não   era   capaz   de   explicar.   Ao   mesmo   tempo,   ver   que   ela   ficava   tão   à   vontade   em   sua   presença   não   só   fazia   maravilhas   pelo   ego,   como   também   o   colocava    relaxado,   tanto   que   ele   tinha   voltado   a   cochilar,   depois   de   colocar   o   lençol   sobre   o   corpo   alheio   –   não   sem   antes   admirar   as   pernas   desnudas   por   alguns   segundos.   Havia   algo   de   proibido   na   sensação   que   o   compelia   a   continuar,   mas   a   culpa   o   corroeria   mais   tarde.   Foi   com   a   agitação    da   assistente   que   acordou   mais   tarde,   sem   saber    o   porquê   de   ela   estar   acelerada   logo   após   o   despertar.   Pode   ser   que   nunca   saísse   de   seu   estado   natural   de   alerta,   o   poupando   de   preocupações   que   ele   nem   sabia   que   existia.   "Não.   Mas   me   acordou."   comentou,   com   um   rolar   de   olhos,   como   se   isso   fosse   absolutamente   mais   grave.   Ele   duvidava   que   alguém   como   Bahar   tivesse   defeitos   tão   mundanos   quanto   roncar.   Até   então,   não   havia   descoberto   nada   que   o   desagradasse,   e   isso   era,   em   algum   medida,   preocupante.   Todos   lhe   desagradavam.   "Estamos   atrasados   para   algo   importante?   Um   compromisso   inadiável?"    perguntou   calmamente,   como   se   o   fato   de   ela   ter   dormido   ali   não   causasse   alterações   em   seu   humor.   Era   comum   que   o   Karadag   mantivesse   essa   postura   de   neutralidade   na   maior   parte   do   tempo,   geralmente,   para   confundir   inimigos.   Não   sabia   por   que   fazia   isso,   também,   com   as   pessoas   por   quem   se   sentia   atraído.   "Eu   não   pretendia   descer   antes   das    dez.   Olhar   para   a   cara   de   esnobe   do   Franz   ou   do   Laurent   antes   desse   horário   azedaria   meu   café"
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