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Morrendo

O sentimento de estar morrendo é terrível apenas quando nos ressentimos da vida. Sem ar, ontem ou hoje acordei assustado. Estava morrendo, tinha certeza disto. Quando todas as oportunidades acabam, e as cortinas começam a fechar, quando todas as alternativas que poderiam existir já não existem mais, a única coisa que resta é desespero. É terrível a agonia da morte, mas apenas nos primeiros instantes. É realmente linda essa imagem que os filmes nos passam, de uma pessoa convalescendo enquanto toca Wagner ao fundo. Mas a realidade é bem diferente. Só pensamos em lutar para continuar agarrados a esta realidade, enquanto o caos toma conta de nossa consciência. Queria estar em paz comigo mesmo, sem arrependimentos, mas isso já não é possível. Talvez então fazer as pazes com aqueles que me perseguem, para estar livre quando o véu cobrir-me.

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Loucura

E então ao tentar dormir cedo, entro em um loop de pensamentos que já não tenho mais controle. O conhecimento de que a qualquer momento posso morrer arruinou minha vida. E perdido entre imagens do que não fui, passam as horas sorrateiras. É madrugada agora, mas não vejo diferença.

Sinto meu coração bater, fraco, com medo. Quanto tempo me resta, de vida ou de sanidade? Que diferença faz o passar dos dias? Minha vida escorre e perco o controle. Movido por fatores externos eu ando pelos dias, arrastado pelo cotidiano. E agora?

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Ajudar

Então é por isso que eu tenho dificuldades. Eu sempre soube disso, mas presenciar isso é diferente. Como as pessoas conseguem ajudar as outras e agir como se isso fosse nada? Essa talvez seja a tarefa mais difícil para mim.

Todas as estratégias de ajuda que eu tento fracassam. É como se eu nem sequer conseguisse imaginar o que se passa na cabeça de outra pessoa. Obviamente não consigo me conectar, mesmo tentando, e não importa o quanto eu ame ou me importe, ainda sim é uma tarefa impossível.

Mas não importa o quanto seja dificil, eu quero tentar. Eu realmente quero. É que a cada passo é como se fosse em areia movediça. Sinto literalmente um pânico. Deve ter alguma coisa muito quebrada dentro da minha cabeça...

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Não serei lembrado

Isso me lembra que um dia não serei lembrado Não estarei mais aqui Consegue sentir a dor em meus olhos? A agonia da mortalidade Transpirando através da minha pele?

...essa dor agora me esmaga

Luto para permanecer sedado Ignorando a vida, busco a dor A luz que me cega

Continuo tão vivo Sobrevivendo ao tempo A cada segundo um desafio

Da carne não tiro nada alem de dor Qual a ultima vez que senti felicidade? Talvez isso tenha me feito mais forte Preparado para desaparecer

A vida que temos escorre pelos dedos A marcha do tempo inevitável não tem piedade

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Verão

De novo isso? Acho que acontece todo ano não é? Já deveria ter me acostumado.

Entenda que é difícil se acostumar com algo que você não lembra de existir. Sempre que uma estação acaba eu esqueço de como ela foi. Quando estou no inverno, eu não sei como é o verão. Mesmo que eu tente lembrar, não consigo sequer imaginar como é o calor do verão. Eu olho para bermudas e regatas e não consigo me ver usando elas. Também não lembro como é a gritaria, as crianças ranhentas e todo o barulho que vem junto com essa época do ano. Acho que essa é a melhor parte de se ter problemas com a memória.

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Medo de ser adulto

O fato de envelhecer sempre me assustou. São decisões que nao podem ser desfeitas. O medo do arrependimento me sufoca, me tira o sono e me paralisa.

É algo inevitável. Não tenho escolha, e até mesmo não escolher acaba por ser minha escolha. Estou preso entre o futuro e o passado. Entre o que aconteceu e ainda está para acontecer.

Preciso escolher um personagem, mas não quero ser ninguém. Está na hora de entrar no palco, mas não decorei minhas falas. Tudo será de improviso, não há tempo para o tempo.

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Eu sou o Carlos

Quando voltando do banheiro um NPC qualquer me cumprimentou, percebi então que sou eu mesmo. É fácil esquecer disso, quando se vive uma rotina repetida até a exaustão. Facilmente me esqueço que sou eu mesmo e me perco dentro do rebanho.

Sou o Carlos ou William. As vezes até mesmo os dois.

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Untitled

(Esse texto era para ter sido postado a muito tempo atrás)

Eu até tenho vontade de conhecer pessoas novas. Mas não tenho oportunidade e talvez a falta de oportunidade seja só uma desculpa mesmo.

Essas pessoas aqui na calcada que passam sem parar levando seus cachorrinhos deformados debaixo do braço, me fazem pensar que ninguém vale a pena e eu nem deveria ter saído do meu quarto. Claro que isso não é verdade.

Mas de uma coisa eu sei: essas pessoas que valem a pena não vão passar nessa calçada.

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Eu não sou um super-homem

"O homem é algo que deve ser superado". "Se alguém está caindo não ajude". "Se queres morrer, mata-te". Essas frases ecoam dentro de mim.

Se isto é ser um super-homem para Nietzsche, então não quero o ser. Tudo bem. Acho que nem ele, em seu auge de otimismo falso, seria capaz de acreditar que minha geração seria capaz de atingir tal objetivo. "Não deves procriar apenas para frente, mas também para cima". Um super-homem em nossa época seria um psicopata. Sinto que estou no grande meio dia, na transição, mas não quero abandonar minhas fraquezas. Isso me prende e me impede de cair ao abismo, embora eu o admire tanto.

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Nota sem título

Rindo como porcos miseráveis eles levam suas vidas vazias. É tamanha a necessidade de mostrar alegria que perderam a noção do ridículo. Eu sinto nojo, dos seus narizes, das suas vozes, dos dentes tortos na boca, dos seus corpos gordos e sujos.

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Indiezin

Não conta pra ninguem, mas eu ouço muito essa playlist no spotfy. Não, você não vai achar lá, foi eu quem criou. E isso só piora as coisas.

Nessa seleção eu solto todo meu lado alegre. Isso mesmo. O problema é o last.fm me denunciando no meu perfil as horas que eu tenho de Blossoms, Kodaline (essa aqui nunca foi segredo), Circa Waves, The Kook, Current Joys, etc.

Acho que de certa forma a balança tem que equilibrar, visto o peso que eu tenho ouvido desde que conheci o Doom.

Só sei que esse som me deixa alegre para caminhar no meio de pessoas. É quase como se eu quisesse estar lá.

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Doom Metal

Guitarras lentas, graves e pesadas. Um vocal gutural beirando o sussurro. Letras sobre depressão e sofrimento. Quem diria que um dia eu viria a ouvir isso. Lembro perfeitamente de ouvir Epica e não gostar tanto assim da banda justamente por causa do vocal gutural que os integrantes insistiam em fazer. Ainda não gosto, não sei dizer o motivo.

Mas veja bem, não é qualquer Doom Metal que me apetece. A coisa toda é subdividida em várias sub seções. Dentro do Underground tem dessas besteiras. Eu prefiro um vocal grave, extremamente grave. Mais especificamente o raspar de duas rochas, o som de uma arvore caindo, uma marreta derrubando uma parede... me entende? é ESSE grave que eu gosto. Poucos conseguem fazê-lo, poucos. (Uaral - Chile)

Aliado a isso, o vocal feminino lirico. Quem me conhece sabe (((Ninguém sabe)Olha como ele é diferentão!)Até fala de si mesmo na terceira pessoa só para ser diferente) como eu gosto daquela voz de quebrar copos.

Agora adicionemos uma guitarra com uma distorção do sétimo inferno, afinada dois tons abaixo, com as cordas tão soltas que é possível fazer um bend de uma oitava! Ela toca a um compasso mais lento, mais caído, sem vontade. Preguiçosa vai tecendo a melodia repetida e pesada como blocos de concreto.

A verdade é que o estilo me pegou de jeito, e estou caminhando para um som cada vez mais profundo e pesado. Talvez isso seria reflexo da minha personalidade ou do momento em que vivo.

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Explicações

Ninguém lê isso aqui, mas quero deixar registrado o motivo do afastamento.

Eu não sei. Ando ocupado jogando meu tempo fora com outras coisas (Jogos, como de costume). *Burzum ambient music playing*

Tantas coisas aconteceram que já não me lembro mais oque foram. Pessoas vieram e foram, não lembro mais seus nomes (maybe...). Não sei oque dizer de mim, se mudei ou sei lá oque. Novos hobbies, como marcenaria e eletrônica. Nenhuma garota. Parece que isso aqui tá virando um diário. Luto para que não.

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Vergonha da minha burrice

Então, faz tempos que não venho aqui derramar algumas palavras. (Incrível como eu tento ser poético quando não precisa, melhor, não se deve)

Isso me faz lembrar do motivo que estou escrevendo. Vergonha. Uma das coisas que mais me humilha é minha própria ignorância. Seja em qualquer área, não importando se eu deveria saber ou não.

Acho que era isso. Quem disse que os textos precisam ser grandes? Estou com vergonha!

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Estóico

Sim, eu gosto desses olhares que me dão ao me verem lendo ou carregando um dos meus enormes livros na mão. Sim, eu gosto quando fico parado na fila com as mãos para trás cruzadas, em posição de espera, com o olhar perdido e cara de bravo. As vezes faço uma expressão de descaso, tédio ou nojo. Com a visão periférica noto aquela menina me olhando sem parar. Sim(Risos), eu vejo! Veja que tomo cuidado para usar a visão periférica sem mover o globo ocular. Cada detalhe é importante. Cada dedo ou músculo que movo tem um motivo. Geralmente penso muito antes de falar ou me mover.

Sim, eu gosto de ser admirado. Nunca neguei isso, não que me lembre. Não me importo se as pessoas me acham orgulhoso. Se o sou, então tenho motivos para isso.

Eu não paro a exatos noventa graus paralelos a pessoa que quero me vendo a toa. Ela deve ter uma visão geral do meu corpo, para que assim possa admirar meu rosto, minha mandíbula movimentando-se.

Gosto muito mais de me exibir do que olhar. Gosto mais de cozinhar do que comer. Gosto de falar mais do que ouvir.

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De novo?

Eu já vi esse filme. Ele quase sempre(sempre) termina mal.

Eu cuido, observo de longe. Onde apontam seus olhos? Não são para mim. Uma pena. Mas isso acrescenta valor. Outras pessoas me olham, mas busco um olhar específico. Este sou eu, sempre indo pelo caminho mais difícil.

Que procura?

Eu deveria ir até lá e convida-la para sair? Não sei, as pessoas dizem que isso é antiquado, mas eu não entendo o motivo. Além do mais, sair para onde? Eu nem sei onde estou, para onde vou ou onde deveria estar.

São as feições certas. O orgulho está presente. A praticidade do dia a dia. Que passado está soterrado atrás destes olhos distantes?

Claro, outras pessoas também me chamaram atenção aqui. Todos esses meus interesses foram correspondidos, mas...algo falta. Deveria ser mais difícil, como sustentar o olhar à aquele que te fala. Deveria ser vívido como uma pintura a óleo. No momento certo me falta a vontade de dar o próximo passo.

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Uma confissão

Sempre me perguntei porque as coisas vistas de longe parecem ser menores. Sempre que leio a mítica frase de Nietzsche (quanto mais longe vôo, menor pareço aos olhos dos que não sabem voar), lembro disso. Claro que agora depois de velho, uma simples pesquisa resolveria a dúvida. Acho que não quero descobrir. As coisas que estão longe de mim devem ter um motivo para serem pequenas.