wtfael - Tumblr blog

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Olhos de terceiros

Vida bem vinda

Devida a tudo, menos a nós.

Uma dívida

Que de vida,

Não tem nada.

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Criador

Da carne aos ossos, juiz de santo 

Escravo da má consciência

Enquanto amplo,

É o sentido que difere a existência.

Não caça mais,

Pois devora a si mesmo.

Tornou-se incapaz 

De reconhecer o desespero.

Foge de suas marés 

Em um ultimo apelo

Esconde a chave de quem tu és

Por ter medo de conhecê-lo.

Tudo o que o destino lhe deu 

Fez parte do seu próprio plano

Há quem chame insano

Eu lhe digo, humano.

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Retrato de vida

Dos olhos ao coração,

Não há caminho entre os cacos

Ou o que sobrou dos laços,

Que sempre se vão.

Frágil ser, ser humano

Que é de tudo um pouco

E de pouco em pouco torna-se nada,

Nada mais do que sempre foi.

Senão consciência,

Há apenas ciência

Dentre um vago vácuo, inocência

De uma vida, um corpo e carbono.

Recipiente que não posso odiar

Pois vivo entre esse teatro

Shakespeare viria a amar

A vida, e seu vazio retrato.

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Uma conversa com o relógio

Infelizmente é só semente

Palavras vagando pela mente 

Pela boca, entre dentes,

Estridentes.

Sussurrar de um suspeito amor 

Heroísmo sem verbo

História sem vigor,

Alimento de lobo.

Despedaça-te ponteiro

Nos faça queridos

Em desespero, 

Esperamos teus últimos ruídos.

Único som de certeza

Comprometimento e abrigo

O badalar da tua leveza 

Abraça-me como amigo.

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Todos os demônios são mortos por lágrimas

O nada 

Vazio em seu verso

Descreve um terço

De tudo o que sinto.

Palavras com absolutamente nenhum sentido

Pois quem sente, é o coração

Que bate tão rápido 

E ao mesmo tempo sangra em nossas mãos.

Estrelas distantes

Me fizeram poeira que sou

Conjunto de instantes

No estalar dos relógios, me vou, voo.

O vento aponta à um só norte

A vida torna-se turva

Nunca vi sol tão forte,

Em um dia triste de chuva.

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Amanhecer

Caminho de onde venho

Caminho pra onde vou

Dentre todas as estrofes da vida

Nessa lembro-me de quem sou.

Felicidade,

Dentre o desespero nessa ilusão.

Perante a tempestade,

Resplandece a majestade no coração.

A tirania pútrida 

Mãe de um saber destronado 

Filho único da ira

Pai de um novo estrago.

O cair da noite,

Abrirá asas pro amanhecer.

No zênite de toda lágrima,

Nascerá um novo ser.

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O velho causador do “eu”

Não é enlouquecedor

Atormentador, 

Nada exato,

Como nossas palavras perderam contato?

Distantes como aviões em nosso céu

Nossas aventuras pouco faladas

Marcaram meu pedaço de papel

Meu coração, minhas risadas.

Não te é estranho

Como cresci e floresci feito primavera?

Teu jeito farto e insensato

Fez meu herói cair por terra.

Eu te amo minha causa

Se um dia a ti for interessado

Abrace-me feito gente, sem pausa

Deixe tua ciência soberana de lado.

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Dos campos que contemplo

O Girassol do campo

Sutil e calmo, agrada o amanhecer

Pinta meus dias brancos

Com cada pétala de seu florescer.

Amarela flor

Em ti deixei minha atenção

Deitada em todos os lírios

Que abrigam meu coração. 

Admirei Sanzio e da Vinci,

Mas não os julgo a sua altura,

Tens os detalhes de uma mulher

Dentre as mais lindas pinturas.

Silhueta clara

Magnífica como Paris

Estudei toda a lírica,

Mas só teu nome rima com ser feliz.

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Obra que tomou forma

Seu rosto, um esboço

Enquanto ainda não o encosto

Escrevo um pouco do que posso

E aprendo a apreciá-lo com um verso composto.

Seus olhos de tom distante 

Um instante, onde deixei meu coração

Intensidade fora da realidade

Como a luz clara de uma paixão.

Não poderia esquecer da tua boca

Afinal nem o universo se esqueceu

Com traço airoso, desenhou gracioso

Todo primor que lhe concedeu.

Poderia escrever muito sobre a tua beleza

Mas não saberia como distinguir 

Os detalhes da sua fineza 

De tudo aquilo que o teu ser me faz sentir.

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Para uma flor

Vá coração que voa

Cante pra ela dançar

Dança que sara a alma

Faz o corpo se cansar.

Chore, coração em dúvida

Mas chore de tanto amar

Viva essa vida querida

Pois já cansei de testemunhar.

De palavra em palavra

Faço um jardim

Planto todo meu amor

À uma flor de jasmim

Pois teu sorriso é poesia

Tão lindo quanto se diz

Feito traços de harmonia

De Machado de Assis.

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Além de tudo, somos nada também

Os olhos tocam os céus

Buscando os seus 

Enquanto o dia pinta em tom cruel

O apogeu das vidas, dos réus.

Tão grandes, poucos cômodos

Para um universo

Nem incômodo somos,

Senão pela ignorância que dispomos.

Nossas vozes são uma orquestra

As estrelas que a apreciam,

Até mesmo pelas frestas

Amanhã, de nada se lembram.

O universo tende ao caos

E eu o respeito profundamente

Por que tentar laçar os ventos,

Se eles são tão belos, livremente?

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Pequena Estrela

Confesso que me senti diferente

De onde vem esse brilho?

Os olhos de luz, literalmente

Tão sorridente.

A dúvida tomou meu coração

Uma curiosidade

Atração

Vulnerabilidade.

O universo a fez na palma da mão

Acariciou teus cabelos

Como um fio de algodão,

Te encheu de segredos.

“Anjo” deveria ser teu nome

Apesar que “felicidade” cai bem

Já conheceu o horizonte desse castelo?

Gostaria de ir além?

Tua existência amarela

É uma música em bemol

Pequena estrela

Do sorriso de girassol.

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A Contemplação de Hugin e Munin

Existência de Plástico

Uma tragédia vista de fora

É coincidência da vida 

Que agora se fora.

Uma plateia de sorrisos ingratos

Festejam em cima de um monte, fartos

Um monte de mortos,

Nefastos.

O bico do corvo 

Cessará a tua dívida 

As vezes encontra milho

Mas sempre encontra a vida.

Uma dança frágil tende a recomeçar

Manchada pelo vermelho carmesim

Logo será a sua vez de dançar,

Logo chegará o teu fim.

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Luz de uma noite não tão distante

Na luz da noite

Vi ela passar

Passou longe como uma estrela

Em uma bela noite de luar.

Incendiou nosso universo

Céu de uma paixão

Tu és verso na minha boca,

Eu sou réu do teu coração.

Pois seus traços são um caso meu 

Acaso, que meu ser nunca se esqueceu

E nunca se esquecerá

Por onde quer que o teu brilho passe, irei te procurar.

Na luz da noite

Ela veio me encontrar

Percebi que eramos iguais

E a convidei pra voar.

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Por onde voa o meu ser

Sentido é pra quem?

Se o vento é livre 

E todos os pássaros vivem bem?

Bato asas em direção ao desconhecido

Pois do que conheço, vou acabar refém

Antes que o tempo tenha me esquecido

Ou que endurecidos, nossos corações se calem.

Salvação, pra quem quer se gabar dela

Estou é condenado, a uma vida bela

Livre do destino, mergulho em um tom profundo

Tom de vida, tom de um novo mundo.

Sentido é pra alguém?

Se o vento sopra em todas as direções,

Por que eu não posso voar também?

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As quatro estações

Os sonhos de uma criança

Com a primavera, querem florescer

Trazendo botões de esperança

Sorrindo em cada amanhecer.

Verão de um todo incerto

Aqueceu aquela paixão

Entre lágrimas veio o outono,

Dizendo, que só de amor vive o coração.

Então, chegou o inverno

E com ele, a vida adulta

Por onde cair o gelo moderno,

O tempo, por fim, sepulta.

Por todas as estações meu trem passou,

Pois tudo tende a passar

Esqueci de sorrir aquele dia,

Mas não há passagem pra voltar.

[wtfael]

Tinteiro de Sentimentos

Os céus que vejo hoje

São segundos de felicidade,

Que passam bem distante

E só reencontro na meia-idade.

Fizeram da vida corrida

Criaram a chegada dos tolos

Definitivamente não sabiam

Que lá é lugar de todos.

Mais dúvidas do que respostas

Não há tempo de explicar

Amanhã cairão as pétalas

Da existência que sorria uma vez a desabrochar.

A vida entre os nossos dedos 

O tom da melodia

No tinteiro de sentimentos

Tragédia é poesia.