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Minyoung se encontrava numa situação onde não sabia como rebater as falas do outro, mas também não queria demonstrar o quão afetada as palavras a deixavam. De certo, segurava o choro para não externalizar os sentimentos e muito menos a frustração que sentia, até porque as expectativas para aquela noite eram altas e tudo deu errado, além do fato de que nem tinha certeza se valeria a pena levar a diante toda aquela discussão. Minyoung sempre chorava durante suas discussões e detestava isso. Queria parecer alguém brava, digna de respeito e não um bebê chorão que começava a soluçar enquanto falava, mas Warren parecia pegar pesado nas palavras e apesar da tentativa de autocontrole para não sair gritando, chorando ou xingando-o, os sentimentos foram mais fortes. Engoliu o choro e começou a dizer tudo o que vinha a mente, mesmo sentindo aquele nó na garganta, como se fosse chorar a qualquer momento. — Eu acho que você não percebeu, não entendeu nada ou tá se fazendo de burro. A questão de ser sim algo importante, é porque hoje era meu dia de folga. Na verdade, hoje só era meu dia de folga porque eu fui trabalhar em outros dias para transferir a minha folga para hoje, e simplesmente passei o meu dia inteiro arrumando a casa e comprando tudo bonitinho, além de ficar cozinhando para que essa noite fosse de fato tão especial quanto ela é, para você simplesmente chegar e dizer que esquecer a data de hoje não é nada demais. Aparentemente é como se você estivesse dizendo que a nossa relação não é nada demais… — Durante aquela confusão toda desde a chegada do rapaz, até a coreana indo se arrumar, acabara esquecendo-se de desligar o fogão e rapidamente o fez, para que os vizinhos não chamassem nenhum bombeiro achando que o apartamento estava em chamas. Foi por realmente pouco que ela ouviu a última frase alheia e se já estava brava e chateada o suficiente, aquilo piorou ainda mais e não conseguiu conter as lágrimas. Sentia o nó na garganta desfazendo-se aos poucos à medida que ia chorando. Conforme Warren deixou o ambiente, seguiu-o, e manteve-se de longe para continuar proferindo tudo o que pensava. — É sério que você tá dizendo isso? Depois de todos esses anos? Morando juntos? Se eu tô com você até agora, é porque sempre achei que você fosse esse alguém melhor. Então eu tava certa. Você dizer isso só me fez ter certeza que nós dois juntos não somos nada demais para você… — A coreana mal terminou de falar e rapidamente o deixou sozinho no cômodo, sem esperar qualquer resposta ou pedido de desculpas. Trancou-se no quarto que compartilhavam e deitou-se na cama aos prantos, e dessa vez sem nem se importar se parecia ou não um bebê chorão.
Ele a conhecia como a palma da sua mão. Conhecia cada um dos motivos que a faziam rir, se envergonhar, se irritar e também sabia dizer quando ela estava prestes a chorar. Um Warren de um ano atrás largaria tudo o que estava fazendo para pedir desculpas e se assumir culpado, porque ele era mesmo, mas o de agora estava com o julgamento tão nublado que era como se ele fosse uma outra pessoa. O ano ruim havia, finalmente, o convencido de que ele tinha uma vida ruim. Estava na segunda metade dos vinte anos e não tinha um emprego decente, aceitando migalhas desde a faculdade. Estava, há tempos, entregue à ideia de que nem Minyoung era para ele. A verdade é que aquele ano agira como um ponto de virada da sua vida; nada dava certo para si, e qualquer coisa que tinha chance de ficar ruim, ficava. As palavras que a Jeon proferia, no auge da mágoa, soavam como verdadeiras facadas, e o pior de tudo é que era tudo verdade. Ele já não achava que a relação deles era algo que valia a pena. Talvez, lá no fundo, ele quisesse insistir, mas ele já não tinha força restante para resgatar aquela parte de si mesmo, a parte que era de verdade. Já estava submerso no mar de mentiras e covardia, sem chance de salvação. Estava já no enésimo gole de vinho quando olhou pra água caindo do chuveiro e demorou uns instantes antes de entrar ali, à tempo de escutar a última palavra da mulher. Sempre achei que você fosse esse alguém melhor, ela disse. Porra, em que espécie de buraco ele tinha se enfiado?! Seria mais fácil que ela o estapeasse logo, gritasse na sua cara em plenos pulmões dizendo que o odiava. Não merecia qualquer explicação da parte dela, do tamanho do empenho que investira naquela noite perdida, do quanto ela apostou e continuava apostando nele. Sentiu-se o maior dos covardes, mas poderia ser ainda mais, pois quando saiu do banho, o espelho embaçado pelo vapor, ele vestiu a roupa de dormir sem olhá-la direito. E mesmo que ela ainda estivesse chorando e ele estivesse presente, disse, “Eu não pedi pra você fazer nada disso, você quem quis fazer uma coisa maior do que realmente é. Não pedi para transferir sua folga, não pedi para arrumar a casa como se você tivesse quinze anos e não pediria se soubesse que você daria chilique se eu agisse como o humano que sou e esquecesse." Riu de sarcasmo, fechando as portas do armário. Então deu a volta na cama para deitar do lado que ela não estava. "Você está sendo ridícula, Minyoung," a voz deu uma vacilada, mas esperava que o choro dela abafasse sua falha. Por via das dúvidas, acrescentou, "Mas você pode estar certa sobre o que disse. A gente durou bem, não foi? Mais do que muitos casais por aí. Tá na hora de conhecer gente nova, expandir os horizontes."
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A mulher desenrolava-se da toalha, ainda de costas para a direção ao qual o ouvia. Não sabia definir se estava com raiva ou chateada com aquilo tudo, embora parecesse algo bobo. Provavelmente, o nome do que sentia era frustração, já que havia depositado muitas expectativas sobre aquela noite, sem nem saber ao certo o motivo disso. Ia enxugando o corpo, sem dizer mais nenhuma palavra, até porque naquele momento, nada lhe vinha em mente de qualquer maneira e não era nem como se estivesse evitando o atrito que pudesse explodir, mas porque foi pega tão desprevenida naquela situação que não havia repertório do que ser dito ali. Na verdade, era como se Warren nem sequer estivesse no ambiente e a coreana ia seguindo o “passo à passo” se vestindo. Já que a noite provavelmente tinha ido por água abaixo, colocou um pijama bem confortável - afinal, merecia relaxar mais um pouco depois de toda a correria e agora, depois dos planos darem errado. Enrolava o cabelo molhado na toalha quando ouviu os últimos dizeres do namorado, que foi a gota d'água para o eterno silêncio de Minyoung. Necessitou dar as caras ao rapaz e fitá-lo nos olhos para poder responder tudo o que queria, até porque ficou calada por tempo suficiente. — Warren, apesar das outras datas terem bastante importância, eu não me lembro de termos comemorado alguma delas, e fora o fato de que você se lembrou de todos os outros dias importantes que tivemos nesses seis anos e só esqueceu esse, só que eu me lembrei de todos, contando com hoje também, então sua justificativa não é lá tão grande coisa na minha opinião. — Já nem sabia aonde ficar, se ficava no quarto e discutiam à distância, se mantinha-se próximo para não ter que gritar, ou se de fato encerrava o desentendimento e fingia que o rapaz não estava ali por um breve momento. Esse era um dos grandes problemas de se morar com o namorado, porque a coreana realmente ficava desnorteada quando tinham problemas e além do frio, ainda chovia o suficiente para impedi-la de dar uma volta por aí.
Para ele, sua desculpa era totalmente justificável e lhe doía perceber que a namorada não enxergava o seu lado. "Vai se calar mesmo?" Ele admitia quando estava errado, mas nunca assumia uma culpa que não era sua. Um de seus piores defeitos era acreditar que estava certo a todo momento. Claro, não fora sempre assim, a vida toda, mas de uns meses para cá ele só sentia um grande aumento do sentimento de insatisfação e desagrado com a própria vida. Tudo o que sabia fazer era reproduzir esse acúmulo de pessimismo e auto piedade, sem a sensibilidade para ver a quem estava direcionando a raiva. Então, quando o tratamento de silêncio de Minyoung acabou, ele já estava irritado por ter de aturar um dia estressante no trabalho e não ter o sossego merecido dentro de casa. "Então estamos na mesma, gata, porque a sua justificativa também não é grande coisa para mim." Soltou, com algum escárnio impresso em sua voz, e este era sincero. "Esqueci de hoje, big deal, você espera que eu tenha memória de elefante? Namora um, então." Não era hora pra fazer piada, certamente, mas quem ligava? Ele não ligava de ser infantil com alguém que também estava sendo. E também, uma parte de si, inconsciente, o impedia de apaziguar a situação como costumava fazer — além dele se achar o certo da discussão. Apenas há algumas semanas havia feito algo que traía não só Minyoung, mas como a família dela e a história dos dois, e também a família dele mesmo, que nunca o ensinara a agir da forma que agiu. Para ser honesto, nem lembrava direito de como era o rosto da mulher com quem ficou mais de uma vez no bar do outro lado da cidade, e acreditava que isso só tornava a culpa pior. Além de ter traído a namorada, podia se chamar de um... quase alcoólatra, por aí. Não foi o primeiro episódio de bebedeira, estava longe de ser, mas foi o primeiro e último de traição. E ele sempre bebia quando lembrava do próprio crime, como fazia agora, acompanhado de uma nuvem de ansiedade sobre sua cabeça para entrar em contato com o álcool. "Ou arruma alguém melhor." Saiu dali resmungando alto o bastante para ela ouvir. Não falou aquilo deliberadamente, apenas escapou. Não que ele tivesse se arrependido depois de se escutar, porém. Não ligava mais. Abriu a geladeira à procura de qualquer coisa que o distanciasse da realidade e pegou uma garrafa de vinho, que foi a primeira coisa que notou. E sem falar nada, entrou no banheiro com a garrafa e tudo, encostando a porta e abrindo o registro do chuveiro em seguida.
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Foi colocando a chave para destrancar a porta desesperadamente com a pressa que tinha e por sorte, aquele processo não saíra um completo desastre igual costuma ocorrer em qualquer situação onde se requer rapidez e agilidade sob pressão. — Eu sei baby, é só que tiveram umas coisinhas… — E a mulher nem sequer se atreveu a estragar a própria surpresa depois de tanto esforço. Sua intensão era de que o namorado simplesmente adentrasse e percebesse todo o capricho que teve ao preparar tudo aquilo. Os olhos mantinham-se bastante focados nas reações alheias, na expectativa de um sorriso terno e um comentário amoroso e aquilo parecia demorar a acontecer, conforme o observava se livrando das peças de roupas molhadas. — Nossa… — Minyoung não teve muita reação com a resposta alheia, que não foi nem de longe o que esperava. A palavra saiu de modo um tanto quanto tristonho e desapontado, mas ao mesmo tempo, não queria demonstrar a frustração, com receio de qualquer discussão ou clima tenso que poderia gerar entre os dois numa noite onde suas expectativas não eram menores do que algo perfeito. — Tudo bem, a gente deixa os problemas do trab… — Foi então que enquanto a coreana falava, fora interrompida - não propositalmente - pelo rapaz, que para sua surpresa, ousou fazer a pior pergunta que poderia ter sido feita durante todo o tempo que se conheciam. A morena realmente não sabia como se portar diante daquele diálogo. Nem sequer sabia dizer se estava sendo capaz de esconder toda e qualquer tipo de frustração que sentia naquele momento, porém seus atos provavelmente responderam por si só. Sem dizer qualquer palavra, deu as costas ao rapaz em direção ao quarto que dividiam, prontamente para terminar de se enxugar e vestir alguma roupa, mantendo aquele silêncio ensurdecedor. Não era proposital, mas em sua mente, borbulhavam questões que a distraíram suficientemente para que esquecesse de falar qualquer coisa.
Acompanhar os traços da mulher esmorecerem conforme falava fazia ele acreditar que ela entendia o seu lado. Nesse mesmo sentido, nem passava pela sua cabeça quais foram os momentos-chave em que deixara sua relação com ela cair naquele buraco, em que tudo o que sabia fazer, de repente, era falar sobre si mesmo e de como estava bem mesmo quando não estava. Sem contar as eventuais mini-explosões como essa que ocorriam quando estava até o pescoço de cansaço, que deviam ser confusas por si só. Não era nem um pouco justo com a história que tinham, com a lealdade que jurara ter para com a Jeon, e se estivesse com o julgamento claro e percebesse como isso os afetava — principalmente a ela —, teria cortado mal pela raiz, mas, não, Warren acreditou que pudesse dar conta de todos os seus problemas sem ajuda e que não deveria incomodá-la, porque era forte demais para desabafar. Sequer lembrava-se da última vez que contara a ela como havia sido o seu dia sem ter sido evasivo e desviado rapidamente de assunto, ou então sem ter que mentir e dizer que estava tudo certo. Mas isso não importava quando o estrago já estava feito, e, para complementar, tudo no que acreditava, mais uma vez, caía por terra. Vê-la sair andando sem mais nem menos foi o estalo que tivera para entender que tinha dito todas as palavras erradas. Um lampejo de confusão novamente cruzou sua face enquanto tentava entender o que fizera, demorando, até, para entender que aquela data era bem mais importante, e nem se lembrou. Começou uma breve série de xingamentos contra si mesmo na cabeça, em coreano e em inglês, sabendo que, agora sim, tinha fodido tudo. Não deixou de notar, entretanto, nos detalhes da decoração espalhados pela casa, enquanto andava até o banheiro para pegar uma toalha e se secar. De certa forma os adereços pareciam debochar da sua cara. Por onde começaria o pedido de desculpas? Deveria mentir e dizer que já sabia? Não, imbecil, isso só pioraria! “Minyoung? Meu amor, eu sabia que hoje é o nosso aniversário, foi uma... piada de mau gosto”, mentiu, escorado no batente, com a mais arrependida das vozes, porque era um burro. Custava dizer a verdade? Na opinião dele, sim, porque a verdade implicaria numa lista de explicações bem mais extensa do que sua mentirinha implicaria. “Tá bom, tá bom, eu esqueci mesmo, mas é só porque eu realmente estava focado nas coisas do escritório.” Confessou, de uma vez. Mentir não era o seu forte e fazia seu estômago revirar. “Você não está brava comigo, está? Eu me lembrei dessa data, não, de várias datas por seis anos, esqueci só de hoje. Você está sendo injusta.” Soprou, veemente desacreditado. Onde estava seu crédito por mais de meia década lembrando de todas aquelas datas? Primeiro beijo, primeiro encontro, pedido de namoro?
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je0n-minyoung
Minyoung vinha contando os dias para que aquela data finalmente chegasse. Foi comprando e organizando tudo aos poucos para que não promovesse nenhum alarde e o namorado não percebesse - apesar de que ele parecia cansado o suficiente para de fato não reparar nenhuma das sutis mudanças que vinha fazendo dentro de casa nos últimos dias. Organizou tudo na mais perfeita ordem, a ponto de ter marcado sua folga naquele dia para que tudo saísse conforme havia planejado. Chegou até a montar uma listagem de tudo o que deveria fazer, de maneira detalhada, especificando até a hora em que cada tarefa deveria ser realizada. Tudo parecia de fato sob controle: o jantar quase finalizado, a mesa posta, as louças já limpas, o resto da casa arrumada com as decorações que havia comprado, na mais perfeita harmonia apesar da leve sensação de ansiedade que vez ou outra pairava em sua mente, mas sabia que o resultado provavelmente seria do jeito que imaginava. Foi então que, com tudo pronto, decidiu relaxar um pouco para a grande noite, tomando um belo banho para tirar qualquer tipo de tensão que pudesse estar ali presente. Estava imersa na sensação da água caindo sob sua pele e como aquele momento parecia relaxar ainda mais os músculos de seu corpo. O sorriso se curvava aos lábios rosados sem que a mulher percebesse e assim ficou facilmente distraída, até que rapidamente saiu desse “estado de transe” ao ouvir a voz masculina um tanto quanto distante. — Já vou! — Gritou, logo desligando o chuveiro e correndo para pegar a toalha, a qual usou para cobrir o próprio corpo, correndo ainda pingando na direção da porta de entrada. — Desculpa! Eu esqueci completamente do horário, me distraí no banho.
O chinês tentava se convencer de que amava Minyoung um pouco menos naquele período de demora — qual é? Ele estava molhado e tremendo de frio. Sua sorte foi não ter economizado e comprado pastas impermeabilizadas, ou então teria mais outro problema se tivesse molhado os documentos lá dentro. Enquanto esperava a porta ser aberta, tentava aquela técnica de soprar com as mãos em concha perto da boca para se aquecer, só que era difícil se concentrar na breve quentura quando o resto do corpo estava ininterruptamente gelado. Não sabia se tirar o casaco faria o frio diminuir ou aumentar, mas preferiu ficar com ele, ou faria bagunça no corredor (mais do que já tinha feito). Não durou muito o seu dilema, porém, daí ele recomeçou a bateção seguida de um tom de voz mais alto para que o ouvissem, até a porta finalmente abrir. Ele nem olhou direito para a namorada antes de entrar no apartamento, num ato de desespero, resmungando um “A gente não combinou que quando fico depois do horário, você me espera?” no processo, enquanto tirava os sapatos e empurrava-os para o canto, assim como o casaco de frio. Tampouco notou em quaisquer mudanças no ambiente. Só depois percebeu, de repente, que pudesse ter sido muito ignorante com ela, porque não era sua culpa que havia chovido, afinal. Tirando esse agravante, ele não teria se estressado. “Você bem que merecia um abraço meu nesse estado por demorar tanto,” ameaçou, com um sorriso que beirava a maldade, mas no fundo não teria coragem de fazer isso com ela. “Mas tá tudo bem, não foi pior que meu chefe sendo o canalha de sempre e colocando todas as frustrações da vida dele nas costas do assistente.” Ah, bem, que ironia, nem parecia que ele fazia o mesmo com sua melhor amiga por meses. Foi no momento em que pendurou a alça da maleta no cabideiro que começou a reparar em certas decorações, espalhadas pela sala de estar e pela casa, que não estavam ali quando ele saiu. A confusão só não demorou muito tempo em seu rosto porque ele desviou o olhar para Minyoung, com o cenho franzido. “É o meu aniversário?”, perguntou, enquanto apontava com o queixo para o lado, indicando a parafernalha. Não seria uma surpresa se fosse, estava tão focado no trabalho que só pensava nele ultimamente.
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@je0n-minyoung
Já não bastava estar no segundo pior emprego da sua vida além do horário (de novo) — perdendo só para o de engraxate na estação King's Cross de Londres —, Warren ainda era capaz de ver nuvens carregadas da janela do escritório do editor-chefe, o enviado do submundo Sr. Tao. Achava que, mesmo assim, conseguia sair do prédio da editora à tempo de chegar em casa sem se molhar. Ledo engano. Depois de duas viagens de metrô intacto, ele provou da fúria de Zeus quando iniciou a subida no morro que precisava pegar para chegar até o prédio onde morava com a namorada. As gotas vinham grossas e agressivas, tornando as lentes dos óculos do Zhao praticamente inúteis. Inconvenientemente, o temporal não podia combinar mais com o estado atual de sua vida, então ele só interpretou como uma piada de mau gosto do universo. Quando passou pela portaria e pegou o elevador do prédio residencial, já deixava algum rastro da água da chuva, mas não tinha o que fazer, além de ter pressa para se enfiar logo debaixo do chuveiro para se esquentar — o que faria assim que passasse pela porta de entrada, que estava incomumente fechada, arrancando confusão de sua parte, e uma série de batidas logo na sequência. "Babe, pelo amor de Deus, tô congelando aqui fora, abre logo essa porta"
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