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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ sedated — O7 DE DEZEMBRO.
— GRUPO: Morgana. — GATILHOS: Drogas. — PLOT DROP: Sins of Lust.
Comumente, Phelix se descrevia como gay porque era mais fácil assim e ele não tinha muita paciência com pessoas normalmente, imagine quando resolviam se enfiar em seus assuntos íntimos. A bem da verdade, a única pessoa por quem já havia sentido alguma espécie de sentimento fora Kasper, mas sua sexualidade variava largamente.
Talvez por isso fosse tão fácil atrair sua atenção, isso e sua falta de bloqueio mental e emocional, especialmente naquele dia. Sentia uma enorme vontade de fazer o que não desejava há muito tempo: se render ao vício em narcóticos. Estava suscetível às influências, facilmente cedendo ao feitiço de Morgana sem perceber.
A aliança de ferro estígio em seu dedo era pesada, mas não parecia existir ou importar àquela altura, jazendo esquecida junto do nome de seu marido. Tudo que lhe importava eram os cabelos dourados de Morgana, a melodia de sua voz e o brilho de seu sorriso. Aos poucos, porém, seus interesses se tornaram mais íntimos. Subitamente, as curvas de suas coxas, o formato estreito da cintura e a delicadeza de seus lábios o chamavam a investir com maior veemência.
Seu encanto pela sereia era tanto que mal percebera sua chateação, ficando desapontado e confuso quando ele o ignorou e deixou falando sozinho. Ele a procurou pelo instituto por mais alguns minutos, mas eventualmente sua mente foi tomada por um desejo acachapante que em nada tinha a ver com o sexual.
Voltou ao seu quarto e abriu o compartimento secreto em uma das paredes, oculto sob um ladrilho falso no banheiro. Heroína era uma das drogas mais potentes e avassaladoras, assim como o principal alvo do vício de Phelix. O romeno já não sentia vontade de utilizá-la há meses, pelo menos desde o evento da chuva de estrelas cadentes e sua promessa à Kasper, mas naquele momento... Kasper não estava ali para segurá-lo e lembrá-lo de seu compromisso. Uma dose não faria mal, faria?
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ stupid country — 29 DE NOVEMBRO.
— GRUPO: Kasper. — GATILHOS: Nenhum. — PLOT DROP: Perfect Illusion.
Gostava mais da Noruega do que a Romênia, mas nunca deixaria Kasper saber disso. O fato é que não difícil se sentir em casa na tranquila e brilhante joia escandinava quando a comparava com seu país de origem, com uma economia arruinada e ainda se recuperando do mandato de um ditador agressivo. Phelix acreditava que o marido não era burro e já deveria ter percebido sua preferência, mas se enganava e seguia a demência alheia, fingindo que estava bravo simplesmente por sair de casa. Mas não. Estava bravo por ter que ir para outro país fodido, aquela merda da Grécia que já deveria ter afundado há anos.
Não reclamou durante a viagem, meramente manteve a expressão fechada com um cigarro pendurado no canto dos lábios franzidos em um bico mau humorado. Devido ao prévio conhecimento sobre o comportamento do marido, Kasper ficou responsável por lidar com quaisquer pessoas que encontrassem pelo caminho, provavelmente temendo que o cigarro de Phelix acabasse apagado contra o rosto de alguém se não fosse rápido o suficiente.
Quando se acomodou no quarto e acendeu seu incenso, sentiu um bocado da tensão se esvair de seus ombros. Pelo menos não estava mais em ambiente social, a ansiedade poderia deixá-lo sabendo que a única pessoa com quem deveria interagir agora era Kaz. E, apesar de suas provocações rotineiras, isso não era nenhum sacrifício.
Encontrou o marido fazendo menção de sair do quarto. Antes que o filho de Hades atingisse a porta, porém, envolveu sua cintura com ambos os braços e o puxou contra o próprio corpo. "Tenho uma ideia para fazer com que eu me sinta em casa..." Ofereceu, apoiando o queixo no ombro do norueguês. "E tenho certeza que vai deixar o senhor muito feliz também."
Não foi necessário muito convencimento depois disso, e certamente o humor de Phelix melhorou em 100%. Pelo menos agora ele sentia-se um animal minimamente sociável, sem oferecer grandes perigos ao convívio civilizado.
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· 𝐃𝐄𝐕𝐄𝐋𝐎𝐏𝐌𝐄𝐍𝐓 ≀ dirty business — 15 DE NOVEMBRO.
— GRUPO: Nenhum. — GATILHOS: Sangue, ferimentos, agulhas, sutura (?).
Procurou um local para descanso após a luta, acabando em um quarto que parecia retirado de uma casa de bonecas. O vermelho excessivo machucava seus olhos, mas Phelix não estava em condições de exigir muito. Trancou a porta e se deu por satisfeito pelo pouco barulho.
Desligou as luzes e se dirigiu à cama de dossel. Primeiro retirou um isqueiro do bolso e, por reflexo, procurou um cigarro. Lembrou-se que já não carregava a carteira consigo há algum tempo, sentiu o rosto esquentar e suspirou profundamente. De um dos bolsos internos da jaqueta saiu um estojo preto, simples, que abriu para mostrar uma coleção de agulhas e uma linha prateada estranhamente fulgurante.
Estendeu o corpo de Edinho no colchão, os olhos adaptando-se sem problemas à escuridão para encontrar o ferimento no pescoço. Em seguida enfiou a linha na agulha e puxou as bordas da ferida para juntá-las. Começou, então, a costurá-las juntas de um modo não muito habilidoso. Aquela era a parte ruim de ser um feiticeiro e não um guerreiro, algo que sua mãe não tinha lhe contado.
Apesar de sua pouca capacitação para a tarefa, pareceu dar certo. A pele no pescoço do demônio rapidamente se curou, sem nem ao menos deixar cicatrizes para trás, como se um ferimento nunca houvesse existido ali. Era a primeira vez que Phelix fazia aquilo, de acordo com o que sua mãe havia explicado, e não esperava resultados tão imediatos.
Arrematou seu trabalho porco e cortou a linha com os dentes, buscando o lavabo onde poderia lavar o sangue da agulha utilizada no processo. Secou com cuidado e guardou-a em seguida, fechando o estojo e voltando a escondê-lo em algum bolso interno da jaqueta.
Levou o isqueiro aceso à face do pequeno ser, abrindo sua boca e esperando um minuto, como Nix havia lhe dito. Uma chama para a alma... Parecia coisa fantasiosa, mas ele já havia aprendido a não questionar as instruções dadas pela deusa. Finalmente, ajoelhou-se ao lado da cama e observou, ansioso.
A vida começou a dar sinais no demônio com pequenos tremores que poderiam facilmente ser confundidos com espasmos pós mortem. Eventualmente o peito começou a se mover, aumentar e diminuir, com o ar voltando a habitá-lo. E, então, num período de minutos, Edinho saltou, liberando uma risada costumeira e iluminando o quarto parcialmente com chamas esverdeadas que saíam de trás das orelhas.
Phelix sorriu, batendo na cabeça do demônio com dois dedos como uma forma de demonstrar afeto, e permitiu-se guardar suas coisas. Jogou-se na cama, deixando escapar um suspiro cansado, e aninhou o demônio junto ao peito. Depois de usar seus poderes e perder um bocado de sangue, precisava urgentemente de descanso. O escuro faria o trabalho de curá-lo, mas a barra de energia do romeno estava em zero, especialmente depois de ter se apresentado para uma plateia. Odiava pessoas.
O pensamento que o consolava era saber que Kasper gostaria de seu presente. Enquanto Phelix achava armas mágicas uma baboseira, seu marido as adorava. O filho de Nix se deixou embalar pela imagem mental de um sorridente norueguês, esperando que ele também aparecesse em seus sonhos para alegrá-lo.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ i go red hot like a demon — 15 DE NOVEMBRO.
— GRUPO: Nenhum. — GATILHOS: Sangue, assassinato, gore. — PLOT DROP: Party Monsters.
Phelix poderia estar sorridente e confiante, mas quando anunciaram que era sua vez, ele simplesmente suspirou profundamente com a expressão entediada de sempre. Levou seu tempo para entrar no ringue, nem ao menos se dando ao trabalho de olhar ao redor para se ajustar ao ambiente.
Aprumou a jaqueta de couro sobre os ombros. Tinha pedido pela luta contra monstros, assim não teria problemas de se soltar. Utilizava o polegar para estralar as falanges dos dedos sobressalentes, aguardando que o adversário se mostrasse.
Olhos vermelhos surgiram na escuridão, um par de orbes rubras e afiadas. Uma criatura felina saltou na outra ponta do ringue, com mais cabeças do que deveria. Abriu a boca e rugiu, lançando uma língua de chamas ao céu, e Phelix limitou-se a soltar um assovio.
O pequeno demônio esverdeado tentava equilibrar-se em seu ombro esquerdo e rapidamente pulou ao seu pulso quando o filho de Nix o estendeu para ele, cravando os dentes na pele de seu mestre fundo o suficiente para liberar sangue. O vermelho rapidamente adquiriu um tom negro e uma textura viscosa, condensando-se em estado sólido. Expandiu, tornando-se uma parede entre Phelix e seu adversário, sugando as chamas para si como um buraco negro e exterminando seu fogo e calor no vazio escuro.
Em seguida foi a vez do feiticeiro puxar uma adaga do bolso traseiro e abrir a garganta de seu demônio de estimação. Edinho era um familiar e, quando Phelix fazia aquilo, ele voltava à vida algumas horas depois. Seu sangue, contudo, era valioso. Molhando o indicador e o médio no ferimento recém feito, o romeno pintou o chão rapidamente com prática e habilidade: um círculo de invocação.
Quando estava pronto, empurrou o corpo do demônio para o centro e concentrou sua energia nos símbolos no chão, sentindo o corpo formigar. Quando abriu os olhos novamente, estavam totalmente negros e o círculo brilhava em tom vermelho vivo.
Dois cães infernais saltaram de seu círculo, seis cabeças de pelos negros e marcas cor de rubi no torso, indicando a quem pertenciam. Não tinham o tamanho do Cérbero original, mas eram grandes como um lobo, avançando em direção à quimera enquanto a parede de sombras se dissipava.
Em pouco tempo existiam dois cachorros infernais brincando com as entranhas de uma quimera no ringue. Phelix recolheu o corpo de Edinho do chão com cuidado, a expressão indiferente à toda a carniça ao seu redor e a selvageria de seus dois cães infernais. Estava um bocado mais pálido que o normal e seu braço parecia tentar conter o próprio sangramento, já que a substância negra havia parado de jorrar.
O apresentador se aproximou com cautela, tomando cuidado para não tocar nos cães infernais. Os animais rosnaram ao percebê-lo, prontos a atacá-lo, mas sumiram no minuto seguinte. Phelix o sentiu trêmulo quando pegou seu pulso, erguendo-o para anunciar sua vitória. Apenas então o filho de Nix se permitiu um sorrisinho de canto. Seu cansaço tinha valido à pena, afinal, pois a audiência parecia assustada pela encenação satânica.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ looks like a flashback — O8 DE NOVEMBRO.
— GRUPO: Nenhum. — GATILHOS: Nenhum. — PLOT DROP: Animal Feelings.
Tomar um longo banho quente era relaxante, especialmente após chegar de viagem. Phelix sentia-se verdadeiramente calmo nos últimos dias, diferente do constante estado de contenção no qual se mantinha para não despertar seu lobo em momentos inoportunos. Não era costumeiro manter seu bom humor por tanto tempo, mas quem poderia culpá-lo? Tinha recém casado.
Quando se olhou no espelho, porém, o filho de Nix imediatamente lembrou de onde estava. No alto dos cabelos molhado agora estavam duas orelhas de origem obviamente lupina, com o pelo cinzento alternando cores e apontando em todas as direções.
Inicialmente pensou que era algum tipo bizarro de efeito colateral de sua maldição. Já vivia com ela por alguns anos, mas todos os dias descobria coisas novas sobre. Por isso não deu nenhuma importância ao fato e rumou à biblioteca, onde poderia procurar algum livro que o ajudasse.
Conforme desbravava corredores, constatou que outros homens pareciam sofrer de algo parecido: orelhas de animais surgiam aqui e ali, assim como caudas, tufos de pelos aleatórios e outras características animalescas. Como se não bastasse, seus sentidos tornaram-se extremamente aguçados, muito parecido com o que acontecia alguns dias antes da chegada da lua cheia, e agora o desespero dos corredores machucava sua audição sensível.
Um sorriso amargo surgiu em seu rosto. Ah, a boa e velha Olympus...
Phelix resolveu voltar ao quarto, onde pôde constatar que agora tinha um longo rabo canino, dentes extremamente afiados e unhas duras como pedra. Suspirou, contendo a vontade de rosnar todas as vezes que sentia alguém se aproximando da porta do lado de fora. Seria um longo dia, mas ele se manteria longe de contato social enquanto esperava o antídoto.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ under cover of darkness — 18 DE OUTUBRO.
DIA CINCO. — GRUPO: Nix. — GATILHOS: Sangue, ferimentos. — PLOT DROP: The Substitutes II.
"PATROCLINHO, MEU BEBÊ!"
"Ah, não, mãe, em público não..." Phelix identificou a voz imediatamente e cobriu o rosto com as mãos, rindo. Seu protesto de nada serviu, pois a divindade correu em sua direção e o abraçou sem perder tempo.
O romeno respirou fundo. Não poderia negar a saudade que sentia da genitora.
"Meu benzinho, como está? Quase morri de saudade..." Nix puxou o rosto da prole com ambas as mãos e Phelix teve de lidar com as afiadas unhas maternas fincando suas bochechas enquanto a deusa as apertava.
"Estou bem... Quer dizer, não tanto..." Fez uma careta, massageando o rosto vermelho.
A expressão de Nix imediatamente se tornou circunspecta. "Não diga que você..."
"Não, não, isso não." Acenou negativamente, anulando as suspeitas da mãe. "Estou indo na terapia e tomando a porra dos remédios. O problema é que acho que tem algo errado com minha magia... Parece que alguém me envenenou e não conseguem encontrar um antídoto que sirva."
Nix novamente sorriu, um sorriso tão brilhante que só poderia ser feito de poeira estelar.
"Só isso? Resolvo em um minuto."
Puxou um dos pulsos do rapaz, utilizando a unha do indicador para abrir um corte próximo ao pulso. Embora visse o sangue jorrar, Phelix não sentiu nenhuma dor. Então Nix levou a boca ao ferimento, tornando tudo mais estranho ainda.
O Verned riu amarelo e acenou para quem passava encarando a estranha cena. Continuava um processo indolor, talvez apenas com uma pequena sucção e fraqueza, como quando tirava muito sangue. E, finalmente, estava liberado do processo. Com uma das palmas abertas sobre o corte, Nix o curou instantaneamente.
"Prontinho, não há mais nada ruim no seu sangue... Inclusive, você enfiou muita coisa ruim nele ultimamente, hein?" A deusa da noite fez uma careta, jogando os longos cabelos negros sobre um dos ombros extremamente pálidos.
"Foram tempos estressantes..." Suspirou, estreitando os ombros.
"Não é desculpa, Patroclus." Pontuou, firme. "Mas por que não me conta mais sobre o que aconteceu nos últimos dias? Eu sei que você não gosta de psicólogos, mas talvez a mamãe possa te ajudar."
Nix se apressou em envolver os ombros do filho, levando-o rumo ao café, como se há algum tempo não estivesse surrando uma outra deusa no pátio do Olympus e tudo não estivesse um caos.
Phelix a seguiu, sentindo-se confortável com a presença da mãe e aliviado por ter finalmente encontrado uma cura.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ dear father — 17 DE OUTUBRO.
DIA QUATRO (parte dois). — GRUPO: Tisífone. — GATILHOS: Suicídio, morte. — PLOT DROP: The Substitutes II.
Após seu pequeno surto durante o começo da tarde, Kasper tinha insistido para que visitassem a enfermaria. Ele até mesmo se ofereceu para acompanhar Phelix, sabendo de seu medo de ambientes hospitalares e médicos num geral. O filho de Nix estava decididamente fora de seu elemento ali, e extremamente desconfortável em ter que interagir com um profissional da saúde.
Poucos exames foram necessários para chegarem à conclusão de que ele tinha sido envenenado e precisaria ficar sob observação enquanto não encontravam um antídoto. Phelix afundou na cadeira do consultório, deixando um som de desagrado fugir da garganta. Ao menos poderia ficar em seu quarto, já que a enfermaria se encontrava cheia de feridos da guerra e pelos substitutos.
O romeno se enfiou na cama como prometeu à Kasper. Não estava mau humorado por querer sair, mas pelo simples fato de ser obrigado a não sair. Valorizava sua liberdade acima de qualquer coisa, e a observação parecia ter a forma de grilhões em seus pulsos.
Os poderes de Tisífone começaram a se manifestar de maneira bastante discreta a princípio. Ele já tinha se encontrado com as Erínias e nutria um especial desagrado pelo que haviam se tornado, mas não pôde identificar que seus súbitos pensamentos sobre culpa deveriam ser obra de uma delas.
O fato é que era difícil punir alguém que dificilmente se culpava por algo. Phelix não sentia culpa sobre as tentativas de suicídio, apenas sentia culpa por não ter conseguido conduzi-las até o final. Não sentia culpa pelas vidas que tirou e pessoas que traumatizou em luas cheias, pois aquilo era culpa de seu lobo e da maldição lhe dada por Licãao e não sua.
Mas sentia-se culpado por nunca ter dado uma chance de seu pai se aproximar novamente e reatar o laço perdido. Eles eram tão iguais, era uma surpresa que não tivessem sido melhores amigos desde o início. Agora que ele tinha a fazenda sob seu comando, percebia o quão difícil era manter o lugar funcionando e imaginava que o negócio familiar certamente iria falir em menos de um ano. Phelix não havia sido criado para ser um fazendeiro ou administrador. Não tinha sido criado para ser muita coisa, na verdade.
Quando olhou para o lado, viu o corpo de seu pai na cama desocupada. Por um momento se chocou, mas rapidamente recordou que ele estava morto, e por mais que quisesse não o veria novamente. A bem da verdade, sabia muito bem que aquela não tinha sido a forma de seu pai em seus últimos momentos.
Nigel era extremamente parecido com Phelix, apenas um bocado mais envelhecido, com cabelos grisalhos e os mesmos pômulos afiados. O romeno não se atreveu a se aproximar da ilusão de seu pai. Ele nem ao menos se mexeu na cama ou chorou ao vê-lo. Simplesmente permaneceu parado, olhando para a parede, esperando que a ilusão se desfizesse.
Não tinha sido o suficiente para desencadear um episódio depressivo em Phelix, mas ainda o deixou pensativo e cabisbaixo. Ele se encolheu por baixo dos cobertores e chorou aquela noite.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ unusual behavior — 17 DE OUTUBRO.
DIA QUATRO (parte um). — GRUPO: Bia. — GATILHOS: Sangue, ferimentos. — PLOT DROP: The Substitutes II.
Mesmo que sua magia estivesse falhando constantemente, Phelix não desistia de usá-la. Durante o dia, era basicamente a única habilidade que tinha, visto que sua escuridão se disipasse ao entrar em contato com luz solar, portanto não poderia esquecê-la tão facilmente. A bem da verdade, também era acostumado a ter muitas coisas facilitadas através das habilidades mágicas e não queria perder esse pequeno luxo.
Ali estava então, tentando desenvolver alguma poção para auxiliá-lo. A mala de alquimia disposta à sua frente exibia todos os ingredientes necessários para um novo experimento, assim como uma amostra de seu sangue. A fórmula tratava-se de uma base panaceia, necessitando apenas de alguns itens escolhidos à dedo para funcionar. Era sua última esperança antes que Kasper resolvesse forçá-lo a ir no médico.
O frasco com o líquido amarronzado não parecia muito atraente, mas ele cobriu o nariz e tomou em um só gole mesmo assim. O gosto, como esperado, não era dos melhores. Agora faltava apenas um teste.
Phelix movimentou as mãos rapidamente em símbolos, recitando um encantamento em grego antigo para liberar o feitiço. Um feixe de energia vermelha irrompeu das palmas abertas, atingindo o espaço acima da cama... Por cerca de um segundo, tempo suficiente para alimentar a felicidade do romeno antes de cortá-la abruptamente.
Uma explosão e então Phelix foi lançado para trás. Ele sentiu o peito dolorido e retirou a camiseta com dificuldade para revelar uma marca de queimadura no esterno. andou até as cortinas para fechá-las, já que o escuro acelerava sua regeneração, e em seguida apoiou-se na mesa.
Era uma pessoa consideravelmente calma. Mesmo quando brigava, não perdia o controle. No máximo ficava nervoso e não chegava à irritação. Mas a aura de Bia espalhada pelo instituto e a frustração pela tentativa mau sucedida de sua cura o fizeram varrer a mala com todos seus recipientes, fórmulas e instrumentos.
Não satisfeito, rosnou enquanto pisava em cima do material perdido, como se pudesse encontrar sossego apenas naquela ação desenfreada. Sua mente não parecia estar em seu estado mais racional, e quando se irritava não era bom... Sentia o lobo pedindo por liberdade em seu interior, para que pudessem propriamente se vingar dos que o rodeavam.
Foram necessárias longas honras e mais algumas coisas quebradas para que Phelix conseguisse se acalmar. Por sorte não saiu do quarto ou chamou atenção de mais ninguém, se limitando a encolher-se contra a porta e lutar contra sua fera interior.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ put the fun in funeral — 16 DE OUTUBRO.
DIA TRÊS. — GRUPO: Érebos. — GATILHOS: Nenhum. — PLOT DROP: The Substitutes II.
Sua maior curiosidade residia em Érebos, deus primordial da escuridão. Inicialmente pensou em ficar afastado, mas em alguma noite percebeu que a divindade era o mais próximo de uma família que poderia ter e resolveu se aproximar... Forçadamente, se necessário.
Érebos parecia mais ou menos irritado com sua presença e seu falatório, mas não fazia muito mais do que manipular a sombra de Phelix e levá-lo para longe vez ou outra. Ele ainda tinha as redes sociais para marcar Érebos em qualquer coisa a cada cinco minutos e até mesmo mostrou seus desenhos ao primordial. Estava mais do que confortável com sua presença, ignorando sua hostilidade.
Mas em alguma noite Érebos resolveu espalhar um pouco de sua presença amaldiçoada pelo instituto. Phelix estava ocupado numa partida de League of Legends, tomando seu refrigerante de laranja misturado à poção de boost de energia, e não percebeu a neblina espalhando-se pelo quarto.
Batidas na porta o tiraram de sua concentração. Era um barulho tão forte que balançava as dobradiças e formou veios no umbral ao redor. "PORRA, CALMA AÍ! EU ESTAVA TERMINANDO A PARTIDA!" Bufou, se obrigando a levantar da cadeira.
Há alguns passos da porta, paralisou. Era estranho, mas um medo ancestral corria por sua espinha. Phelix não costumava ter uma reação de paralisar ao medo, mas não conseguiu evitar naquele momento. A sensação acachapante, quase afogando-o em uma sensação inevitável de quase morte... Não era a sua. Era a de pessoa com quem dividia o coração.
Por minutos, Phelix parou ali. As janelas eram igualmente alvejadas com alguém, ou alguma coisa, tentando entrar no quarto. O filho de Nix não poderia dizer quem eram, ou se ao menos eram humanas, mas sabia que estavam ali para lhe fazer mal. E ele não conseguia se mover para se proteger...
Então tudo parou. Phelix sentia o coração rápido demais no peito, mas se deixou cair sentado na cadeira com um suspiro profundo. Fechou os olhos...
Ok, estava pronto para outra!
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ come fight me, death! — 15 DE OUTUBRO.
DIA DOIS (parte dois). — GRUPO: Lissa. — GATILHOS: Nenhum. — PLOT DROP: The Substitutes II.
Tinha adquirido conhecimento sobre o minotauro tomando o corpo de Joe na noite anterior e o prospecto de executar um novo exorcismo, dessa vez sem acompanhamento de outras pessoas, o deixou interessado. Quem sabe poderia surgir uma nova profissão ali?
Ele abriu sua mala de alquimismo, que funcionava como laboratório portátil e juntou os itens necessários. Em meio a toda tralha esotérica que preenchia suas gavetas, não foi difícil montar um kit mais ou menos útil para um exorcismo... E então ele percebeu que não estava sozinho.
As íris esmeraldinas focaram-se nas sombras que percorriam as paredes com rapidez, claramente não desejando ficarem ocultas e não parecendo natural. Ao menos, não pertenciam a nenhum objeto no quarto. Ele não havia derramado sangue no local, muito menos sentia aquela escuridão sob seu poderio, então o que poderia ser?
Uma das sombras prendeu-se à um canto da parede e parecia incapaz de sair dali. Phelix semicerrou os olhos, ligando a lanterna do celular e se aproximando com passos lentos. Não era hesitante, porém. Ele não tinha medo. A bem da verdade, estava indignado porque aquela merda lhe parecia conhecida.
"Filho da puta, 'tá aqui por quê?" Rosnou, dirigindo-se à Tânatos. A luz não dissipava a sombra quando incidia sobre ela, exatamente como acontecera em sua casa na Romênia. Agora estava sozinho, sem Kasper para lidar com um deus da morte furioso, então teria de resolver sem ajuda.
Mas por mais que tentasse extrair alguma reação de seus arredores, a sombra o respondia apenas crescendo mais, veios negros tomando a parede e quase alcançando a janela coberta por cortinas igualmente escuras. Sua paranoia crescia e a estadia no quarto tornou-se impossível.
Se não era Tânatos tentando amedrontá-lo, aquilo deveria ser obra de algum dos deuses substitutos. Talvez Lissa, quem sabe. Mas independente das conclusões as quais sua mente lógica pudesse chegar, as sombras agora o seguiam. Estava acostumado a lidar com a escuridão, mas sempre a tinha sob controle... Daquele modo era no mínimo enervante.
Phelix fechou a mala com um baque e decidiu que sairia dali mesmo assim. Acendeu um cigarro e deixou o quarto rumo à floresta, com sombras bruxuleantes em seu encalço.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ forced paradox — 15 DE OUTUBRO.
DIA DOIS (parte um). — GRUPO: Deimos. — GATILHOS: Nenhum. — PLOT DROP: The Substitutes II.
Após tomar sua poção, levantou-se para tomar os primeiros passos do dia. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, porém, o corpo foi violentamente lançado em estado de alerta quando as janelas explodiram.
Vidro voou para todos os lados, mas o filho de Nix foi rápido o suficiente para erguer as mãos e formar um escudo arcano, materializado na forma de pura energia rubra à sua frente. Assim que o invocou, porém, o universo richoceteou contra si e o impacto de algo invisível o enviou alguns centímetros longe, o suficiente para bater com as costas na parede.
Estranhou o efeito do Paradoxo. Não existia mais ninguém consigo no quarto e estava no instituto, onde sua magia não costumava cobrar preços tão altos pela presença constante do sobrenatural e o costume de seus telespectadores. Não havia ofensa à descrença humana ali, então por que aquilo acontecia?
Ele rapidamente esqueceu o fato para se focar na limpeza do quarto, porém. Mal fazia ideia de que aquilo tinha sido ideia de Deimos, mas conseguia imaginar ser culpa de algum deus, considerando a quantidade de reclamações que começavam a encher corredores e redes sociais. Aquela seria uma longa semana...
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ venomous magic — 14 DE OUTUBRO.
DIA UM. — GRUPO: Ícelo. — GATILHOS: Nenhum. — PLOT DROP: The Substitutes II.
Não saberia dizer se sentia nervoso ou com expectativa diante de tantos novos deuses ctônicos em seu entorno, mas definitivamente havia algum sentimento ligado à ansiedade. Ele não acreditava ainda deter tanto tenso de autopreservação, portanto deveria ser a expectativa responsável pelo frio em sua barriga.
Os recém chegados pareciam não estar tendo seus melhores dias, porém. Embora Phelix estivesse indiferente à sua chegada, o número de alunos que se arriscavam a antagonizá-los crescia um pouco mais a cada instante. O filho de Nix permaneceu neutro, mas admitia a curiosidade acerca das divindades, especialmente Érebos.
Inicialmente sua ideia era fugir deles, como Kasper certamente lhe encorajaria a fazer. No primeiro dia, então, Phelix foi dormir unusualmente cedo. Foi estranha a maneira com a qual pegou no sono rapidamente, já que costumava se debater um bocado antes de conseguir fazê-lo, mas não pensou muito sobre.
Seu sono foi tão pesado que Phelix não percebeu o intruso em seu quarto, o corvo de fumaça negra, um dos servos de Ícelo, que trocou sua usual poção de cabeceira por outra coisa inteiramente diferente: veneno, que atingia sua magia e a virava contra o bruxo.
Quando acordou, entornou sua poção em um único gole: era o que fazia para ter o mínimo de ânimo durante a manhã naqueles últimos dias. Naquele, porém, o que ingeria era bem diferente, mas não havia cor ou sabor para discernir.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ wreak havoc and let slip the dogs of war — 13 DE OUTUBRO.
11. — GRUPO: Kasper. — GATILHOS: Sangue, gore. — PLOT DROP: It’s Time to Fight.
Depois de horas inutilizadas devido seus ferimentos, Phelix acreditou que o plano de contingência de Nêmesis estivesse em vigor e encarou a situação como um consolo. Sentia-se esgotado pelo estado febril no qual havia passado o dia, encerrado em seu quarto, no escuro e no calor, tentando curar seu próprio corpo dos danos causados pela luz solar.
Acreditando estar seguro nas cercanias do instituto, deixou o prédio principal rumo à floresta, um de seus lugares favoritos. Não possuía dificuldade em enxergar na penumbra, desbravando a escuridão densa como se nada fosse. Estava confortável na solidão noturna quando ouviu outra presença consigo.
Virou-se para encontrar a silhueta de Kasper, trazendo um sorriso ao seu rosto cansado. "Corvinho, você quase me assustou... É bom que eu já esteja acostumado com fantasmas, não?" Riu, não perdendo tempo em se aproximar. Uma palma sobre o peito do filho de Hades indicou que estava tudo bem, aquele era de fato seu noivo e não alguma criatura tentando se passar por ele. Poderia relaxar.
Os rostos se aproximaram em seguida, as testas juntas e os lábios rapidamente iniciando um beijo que indicava o quanto sentiam falta um do outro. Phelix abraçou o norueguês contra uma árvore, os braços impedindo que Kasper saísse da posição. Não que ele parecesse disposto a fazê-lo se considerasse o jeito com que envolvia sua cintura.
Eles não estavam nem ao menos perto do sexual quando Kasper o empurrou para longe. O filho de Nix estava pronto para xingá-lo quando percebeu do que se tratava: a floresta não estava tão segura assim, fato respaldado pela enorme anfisbena parcialmente ocultada pelas sombras.
Phelix rosnou em indignação pela interrupção de seu tão esperado reencontro. Não poderia utilizar suas sombras para acabar com aquilo rápido, já tinha sofrido hemorragias suficientes por um dia inteiro. Já sua magia... Estava igualmente esgotada. Nem mesmo Kulshedra conseguia lhe emprestar sua energia para um mínimo feitiço de transmogrificação, que costumava vir com tanta facilidade ao feiticeiro.
Kasper estava obviamente tão ou mais cansado que Phelix. Ele ainda tinha habilidades como espadachim e tentava repelir a criatura, mas o romeno sabia que não adiantaria por muito tempo. E cacete, se ao menos soubesse como lutar eles ainda teriam uma chance de sair daquela situação...
Mas, como sempre, Phelix se recusava a desistir. Não quando se tratava de Kasper. Ele sentiu a raiva crescendo em seu interior. Em uma situação comum tentaria contê-la, respirar fundo e engolir a ira. Sabia muito bem o que aquele tipo de sentimento fazia com seu monstro interior. Mas ali... Ali deixou que a fúria tomasse conta de si, a impulsionou com os próprios pensamentos, se permitiu preencher pelo sentimento. Aquele era seu último recurso. "Isso vai doer pra caralho, Kasper..."
Não demorou para que o corpo se movesse em um arco inumano no chão, um berro doloroso deixando os lábios de Phelix enquanto os primeiros ossos se quebravam. A transformação pareceu acontecer mais rapidamente movida pela raiva do que pela lua cheia, mas ainda doeu extraordinariamente. Kasper poderia sentir o eco dos sintomas da maldição, mas o fato apenas servia como combustível para sua indignação. Não conseguia nem ao menos interromper a dor de Kaz... O quão inútil poderia ser?
A anfisbena estava perigosamente perto, mas o humanoide lupino de quase três metros foi mais rápido que o monstro, atacando-o com garras e presas afiadas. Independente de suas duas cabeças, a serpente não teve chance alguma contra o lobisomem. Quando tentou levantar voo e fugir, a criatura violentamente arrancou-lhe as asas emplumadas. O mesmo tratamento foi dado à cada uma das cabeças, arrancadas e jogadas ao lado do cadáver ofídico.
Após a batalha com a besta mitológica, o lobisomem virou-se na direção de Kasper. E talvez ele tenha pensado sobre aquele ser seu fim, pelas mãos do próprio amor. Enquanto a criatura se aproximava, ele se afastava, até o momento em que não havia para onde ir. Estava encurralado.
Mas ao invés de atacá-lo irracionalmente, a criatura se pôs em quatro apoios para melhor manejar a diferença atroz de altura entre ambos e cutucou-o no abdômen com o focinho, de um jeito estranhamente singelo, como esperado de um mascote doméstico e não de um lobisomem de trezentos quilos. Na boca carregava algo, que largou defronte Kasper como uma espécie de oferenda.
Uma das asas decepadas da anfisbena que acabara de matar.
Ele olhou para o filho de Hades como um cachorro orgulhoso, pedindo por uma recompensa, e praticamente desabou quando Kasper pousou uma das mãos entre suas orelhas, um som satisfeito deixando a garganta animalesca. Phelix permanecia adormecido dentro de sua forma monstruosa, mas alguma pequena parcela instintiva parecia reconhecer o filho de Hades como alguém especial, aparentemente.
Contanto que Kasper continuasse afagando-o, o lobisomem parecia feliz. Ele continuou em sua forma por mais algumas horas, até que sentisse que não existia mais nenhuma ameaça por perto, e eventualmente retornou ao normal.
Quando Phelix acordou, sentia o gosto ferroso em sua língua. Sangue. Conhecia como ninguém. Um frio incômodo surgiu em sua barriga, temendo ter cometido um erro do qual se arrependeria para sempre. Mas...
Kasper estava bem, ao seu lado. Deixou escapar um suspiro aliviado, abraçando o próprio corpo. Era a primeira vez que acordava e não sentia culpa se apoderar de si. Era a primeira vez que agradecia pelo gosto de sangue na boca e pelas dores corporais. Até aquele momento, não sabia que era algo possível, mas o noivo parecia capaz de domar seu estado mais primitivo.
Phelix abraçou Kasper com ternura e um tácito agradecimento. Ele não poderia esperar para passar a eternidade ao lado do filho de Hades.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ when there’s blood on the water — 12 DE OUTUBRO.
1O. — GRUPO: Barbara. — GATILHOS: Sangue, ferimentos e cobras. — PLOT DROP: It’s Time to Fight.
Em sua busca por algum local seguro, Phelix acabou na praia. Tinha de confessar que era um dos lugares que menos gostava no instituto, por isso mal o conhecia. Talvez fosse uma sorte ter avistado uma figura conhecida por ali, correndo em direção à Barbara assim que a reconheceu.
Ela também o avistou e reconheceu, acenando para que o romeno se aproximasse. Assim ele o fez, saltitando para perto da moça com um sorriso. Ele ficava genuinamente feliz ao encontrar alguém que gostava no meio daquela balbúrdia toda, já que se preocupava que uma pessoa amada acabasse se machucando.
Entretanto, enquanto se aproximava notou que a água no mar parecia mais agitada. Barbara pareceu ter a mesma sensação, visto que se levantou e afastou alguns passos das ondas. Phelix se juntou à semideusa e observou, com olhos arregalados, o aparecimento de uma criatura colossal.
Em fato, não era tão grande, mas parecia ter muitos corpos grudados em apenas um. O dorso de uma mulher humana emergia de um emaranhado de uma dúzia de cabeças caninas de labradores e seis cabeças de serpente.
"Ok... Kulshedra, vou precisar da sua ajuda nisso." Murmurou, e a familiar em forma de cobra imediatamente deslizou por suas mãos. Pelo tamanho do oponente, certamente teria de dar tudo de si, mesmo que fosse noite e possuísse uma companheira igualmente poderosa ao seu lado.
"Barbie, eu fico com o lado esquerdo, você fica com o direito. Confia na call que dá bom!" Ordenou, formando cortes em si mesmo para que a escuridão fluísse ao seu redor. Enquanto o elemento servia como distração para os cães e as serpentes, Phelix manifestava energia nos sigilos mágicos tatuados nas costas de suas mãos, fazendo-os brilhar em tom escarlate vivo ao recitar palavras em latim.
O feitiço invocado pelo filho de Nix serviu como uma espécie de combustível para o aumento de tamanho de Kulshedra, e o que era uma pequena serpente doméstica transformou-se em um monstro ofídico de três metros. O próprio Phelix permaneceu para trás na luta enquanto a familiar avançava como linha de frente, envenenando os cães e arrancando as cabeças das outras cobras no processo.
Sua escuridão cegava os inimigos e tornava os ataques descoordenados. O romeno observou com seriedade, não se deixando abalar pelos gritos dolorosos advindos da Cila, e eventualmente dispôs suas habilidades para auxiliar Barbara também.
A luta exigiu grandes quantidades de energia de Phelix e ele já não aguentava ficar de pé ao término desta. Sua resposta à fadiga extrema de seu corpo fora puxar um frasco do cinto, bebendo o conteúdo inteiramente. Suas pupilas dilataram imediatamente e conseguiu se levantar, energizado pela poção consumida.
Se aproximou de Barbara com outro frasco nas mãos, colocando entre os dedos da filha de Poseidon. "Vicia, eu tomaria com cuidado se fosse você." Avisou. "Tenho que ir agora. Se quiser, meu destino é a biblioteca." E abriu o portal com o sangue da Cila morta.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ hunting feast — 12 DE OUTUBRO.
O9. — GRUPO: Henry e Leon. — GATILHOS: Nenhum. — PLOT DROP: It’s Time to Fight.
Quando criança, sua mãe o tirava de sua cama para caçar. Nix comumente lhe fornecia treinamento mágico, sobre pocionologia, feitiçaria e outras matérias do tipo, além de trabalhar suas habilidades naturais e explicar a natureza das que viriam quando estivesse mais desenvolvido. Aquele era o único momento no qual ela se importava em fazê-lo praticar algum tipo de esporte.
Desde pequeno ficava óbvio qual seria o objetivo de Phelix nos planos de sua mãe. Ele era silencioso, perspicaz e adaptável. Poderia ser um assassino ou um espião perfeito, ocupar quaisquer papéis que exigissem habilidades ladinas. Infelizmente para a mulher, porém, o romeno se desenvolvera como alguém preguiçoso demais para utilizar seus reflexos para algo além de pegar comida arremessada no ar pelos amigos.
Até aquele momento, é óbvio.
Daisy estava basicamente no comando do refeitório e coordenava também as porções de comida distribuídas igualmente entre os estudantes, visto que o comboio de abastecimento da cozinha havia sofrido um ataque. Fora ideia de Leon caçar algo para incrementar a ceia, e Phelix resolveu ajudar, relembrando memórias de infância. Henry se juntou à dupla também, visto que seus poderes seriam de grande valia naquele cenário.
Com o cair da noite, suas mãos estavam completamente curadas, restando apenas as cicatrizes dos sigilos mágicos em alto relevo. Conseguia manejar armas com maior eficiência, além de contar com a escuridão e a invisibilidade melhorada durante o período noturno.
O inimigo parecia ter tido uma ideia parecida, já que a floresta estava mais vazia do que o normal. Encontraram poucos animais e pouca caça, e decidiram que avançar um pouco mais em suas buscas seria o melhor. O romeno seguiu Leon e Henry por algum tempo, mas eventualmente se perdeu.
Maravilha, estava sozinho e sem rumo.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ wrong heart — 12 DE OUTUBRO.
O8. — GRUPO: Kasper. — GATILHOS: Ferimentos, sangue, gore (?). — PLOT DROP: It’s Time to Fight.
Phelix poderia ser muitas coisas, mas não era um mentiroso. Tinha que contar à Kasper sobre ter utilizado drogas e não estava disposto a dormir sobre o assunto. Por isso mandou uma mensagem ao noivo, marcando um encontro nas estufas. Já tinha visitado o lugar mais cedo com Sike, mas uma segunda viagem poderia servir para encher seu armário de ingredientes.
As tatuagens em suas mãos estavam cobertas por esparadrapos ensanguentados, apenas para evitar danos mais sérios. Não conseguia movimentá-las direito, mas ignorava seus limites, mesmo com caretas e lamentos.
Aprumou a jaqueta de couro sobre os ombros magros e adentrou o lugar com sua invisibilidade ativada. As íris esmeraldinas vasculharam o perímetro em busca de alguma ameaça, qualquer presença que não fosse a de Kasper, mas a figura calmante do norueguês parecia ser a única alma naquele cômodo, trazendo um sorriso ao rosto de Phelix.
“Eu senti tanto sua falta, meu bem…” Tornou-se visível novamente enquanto falava, alegre.
O romeno correu para os braços do amado sem hesitação, agarrando seus cabelos com vigor e aspirando o perfume que tanto gostava. Parecia um bocado diferente, meio salgado, mas Phelix também ignorou este detalhe em prol da boa convivência. Kasper era extremamente asseado, mas ninguém poderia culpá-lo de pular um banho em meio à uma guerra. Não estragaria o clima com comentários jocosos sobre aquele estranho cheiro de maresia emanando do filho de Hades.
Sua felicidade ao reencontrá-lo foi tanta que também o impediu de discernir óbvias estranhezas no comportamento alheio, mas julgou ser apenas coisa de gente traumatizada… Afinal, que tipo de pessoa poderia passar por tudo aquilo sem nenhuma sequela? Phelix, provavelmente, mas isso era porque já carregava sequelas demais. Aquele sorrisinho de canto na face do noivo era uma novidade, no entanto.
“Está se sentindo bem, Corvinho?” Arqueou uma sobrancelha, desconfiado, e levou uma das mãos ao peito dele, sobre o coração. O coração que compartilhavam, cujas batidas sempre seguiam o ritmo das suas.
O coração de Phelix acelerou quando percebeu que o ritmo alheio não combinava com o seu. “Inferno do caralho!” Resmungou, antes de desvencilhar-se dos braços alheios, a destra voando até o coldre e sacando a semiautomática.
Mas ele hesitou, porque a criatura era parecida demais com Kasper e a ideia de machucá-lo também doía em Phelix — literal e simbolicamente. O ser aproveitou o momento de dúvida para investir contra o romeno, agarrando-o pelo pescoço e o derrubando no chão em um único movimento veloz e fluído. Arqueou-se completamente, abrindo os lábios em um grito mudo. Pela segunda vez naquele escarcéu, estava debaixo de algum monstro disposto a matá-lo.
Uma pontada de dor lancinante tomou sua sestra quando o falso Kasper pisou em sua mão machucada, dessa vez realmente liberando um berro. Estava prestes a chorar, não sabia se de dor ou pelo fato de não conseguir lidar com a imagem mental de Kasper querendo machucá-lo.
Longas garras escuras surgiram nas mãos do ser, e ele pressionou o indicador contra a bochecha de Phelix. Outro grito deixou-o enquanto a garra rasgava seu rosto até os lábios, mas o filho de Nix decidiu que não aceitaria morrer para a figura do amor de sua vida. Era cruel demais, depois de tantas coisas que haviam conquistado juntos.
Reuniu o resto de sua força nos membros inferiores e atingiu o estômago da criatura com o joelho, afastando-a de si. Phelix não se importou em levantar, erguendo a Beretta e não precisando de muito para mirar na testa do ser, disparando duas vezes seguidas. Em seguida se permitiu relaxar, tentando lidar com o pensamento de que havia atirado na imagem de sua alma gêmea.
Deitou de lado e se encolheu em posição fetal, tentando não chorar, mas falhando miseravelmente. Não levou mais de um minuto para que a voz de Kasper soasse perto da porta, e de repente o noivo, o verdadeiro desta vez, o segurava enquanto soluçava. O romeno o abraçou com toda força que havia sobrado em si, deixando que o outro inundasse seus sentidos.
Estava em casa de novo. Apenas não sabia por quanto tempo.
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· 𝐏𝐋𝐎𝐓 𝐃𝐑𝐎𝐏 ≀ a new tattoo — 12 DE OUTUBRO.
O7. — GRUPO: Aaron. — GATILHOS: Drogas, sangue, ferimentos e injeções. — PLOT DROP: It’s Time to Fight.
A cabeça de Phelix era um labirinto regido por apenas uma lei: todas as suas ideias eram geniais e deveriam ser levadas em conta. Ele comumente não pensava duas vezes antes de colocá-las em prática, confiando em sua criatividade e capacidade de adaptação para salvá-lo de quaisquer enrascadas nas quais se metesse.
Desta maneira, é claro que adquirir uma tatuagem no meio de uma guerra não era uma boa ideia, mas Phelix estava disposto a fazer o que tivesse de ser feito para colocá-la em prática. Além do mais, acreditava que ter os sigilos mágicos tatuados nas costas de suas mãos faria o processo de invocar um feitiço diminuir em consideráveis e preciosos minutos.
Depois de ter os desenhos prontos, seu próximo passo foi roubar um frasco de morfina e uma seringa na farmácia da enfermaria, utilizando-se de sua invisibilidade. Ele teve de pensar um bocado para algum surgir em sua mente em seguida, mas logo veio: Aaron. O filho de Zeus possuía grande quantidade de desenhos em seu corpo, deveria ser capaz de fazer um em alguém, certo? Errado, mas Phelix não enxergou nenhuma falha em sua lógica irracional e seguiu em frente com seu plano, teimoso como sempre.
“Preciso da sua ajuda para uma coisa!” Avisou rápido, e antes que Aaron pudesse negar ou recusar, já estava puxando o mais alto para a dispensa do refeitório. “Não importe isso de maneira errada, hein, eu sou um homem quase casado.” Brincou, antes de acender a luz entre os dois.
Estendeu as mãos. Tinha desenhado com caneta os sigilos necessários nas costas de cada uma. “Quero que você me ajude a transformar esses desenhos em tatuagens.” Pediu, levantando o olhar esperançoso. “Sim, não temos kit de tatuagem, mas…” O filho de Nix desengatou a lâmina sobressalente de seu bracelete metálico e entregou ao mais velho. A expressão de Aaron diante do pedido foi tão incrível que Phelix queria ter guardado em uma foto para depois.
Não foi necessário muito convencimento, e logo Phelix tinha o braço devidamente preparado e uma dose de morfina nas veias. Ele utilizava a droga como um profissional, visto que possuía experiência naquilo. A sensação de alívio e bem estar rapidamente o inundou, substituindo aquela agitação que o tomara nos últimos dias. Estava pronto.
A dor em sua mão parecia distante agora, e ele mal pensou que Kasper poderia estar sofrendo um eco parecido do outro lado do instituto, sem saber o que diabos havia ocasionado aquilo. Sua mente estava afastada, e permaneceu assim ao longo de todo processo. Aaron nem ao menos precisaria cortar muito fundo, já que a luz solar dificultaria a cura de Phelix naturalmente.
Phelix acreditava ter adormecido em alguma etapa, pois quando voltou à si, quatro horas depois, tinha as costas de ambas as mãos em carne viva e elas ardiam como o diabo. Ainda assim, agradeceu ao filho de Zeus por ingressar naquela loucura, e ao sair da dispensa procurou a janela mais próxima.
Seria um processo doloroso, mas ao menos asseguraria facilidade em sua vida.
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