Tumgik
xiloscope · 3 years
Text
De onde vem as coisas?
Tenho um professor que diz que se não soubermos minimamente como as coisas são feitas, acreditaremos que os objetos do mundo são feitos por meio de mágica. E se não pensarmos nas coisas que nos circundam e entendê-las minimamente dentro de um processo de fabricação, usar a imaginação e o raciocínio para conceber como as coisas são feitas, vamos criar estudantes alheios à realidade. Encheremos eles de sonhos e abstrações fantasiosas. Fantasiosas demais, ao ponto de não conceber fatos corriqueiros do dia a dia. Quem gosta de política fala que os alunos deveriam saber sobre a função do vereador e do deputado para votarmos melhor. E que o problema político do Brasil surge daí ou é uma das fontes dos problemas. Como podemos ensinar política para o aluno, se ele não sabe como a porta da casa dele foi criada, transportada e instalada? e por que não falar da xícara, do controle remoto, do wi-fi, da linguagem de programação, do rádio, da imagem gerada na tela de LCD. O conceito da linha de montagem, de tecnologia, de processo de produção, dentro da cabeça da maioria das pessoas é uma animação nosense. As etapas do ensino devem ser respeitadas metodologicamente. Tem que haver um método que vise o a construção da inteligência verdadeira que dará suporte para uma vida adulta. Precisamos auxiliar os alunos no exercício da reflexão, da observação da sua realidade (e depois de observar): conceber como ela é processualmente construída, esse para mim é uma parte fundamental do ensino.
Sou Professor de Audiovisual. O ensino que eu acredito e pratico, é um misto de conscientização que o aluno tem de si,conscientizando ele sobre seus temas favoritos (pois a partir disso iniciamos os estudos sobre a escrita do roteiro) e o aprendizado técnico (e aqui são vários: da formatação do roteiro, práticas de Set, iluminação, fotografia e edição... tem mais, muito mais). Essa é a mistura intensa de informações no ensino/aprendizagem audiovisual.
Se não compreendermos como as coisas no mundo funcionam, minimante, como são e como acontecem, como poderemos falar sobre as coisas que neste mundo estão? Educação fora disso é um exercício de alheamento.
5 notes · View notes
xiloscope · 3 years
Text
Minha opinião, minha Doxa
Dar uma opinião, em uma coluna opinativa, em tempos opinativos, que será lido por outros opinadores, é um prazer inenarrável. Vamos juntos falar sobre aquilo que mal conhecemos, mas temos uma certa sensação, intuição, uma percepção sutilmente construída a partir de uma observação ‘X’ da realidade. Mas que contraditório... No livro Quincas Borba, Machado de Assis nos apresenta uma bela contradição: onde a guerra é vida e a paz é a morte. Por isso que os vencedores herdarão o plantio das batatas e alimentarão o seu povo por inteiro por espólio de Guerra; não passarão fome, na paz, juntos aos seus inimigos. Essa contradição maravilhosa de guerra e paz comprova essa opinião? Não! Mas, e se, (o bom e velho ‘e se...’) minha vaga opinião estiver certa? Um aluno que chuta numa prova e acerta; ou consegue resolvê-la usando as respostas dadas na questão e retroativamente consegue escolher um dos itens e acerta, constrói toda a sua linha de raciocínio numa Doxa. Um conhecimento incerto, que acerta, mais por aleatoriedade do que por conhecimento investigativo (Episteme). Em que lugar eu quero chegar? Onde a minha opinião alcança! A nossa opinião é composta pela nossa intuição, mas tudo isso é passível de um erro. Sanar isso seria investigar mais o assunto, ampliando a bibliografia, área de abordagem, as contradições, conceber aquilo que nós não sabemos. Acho que a nossa sociedade humana será salva no dia que o “não sei” for dito pela boca dos especialistas genuínos, que não compreenderam totalmente os fatos do seu estudo e não sabe muito bem o que está acontecendo. E quando esses especialistas vierem à público dizer que não sabem, as pessoas do mundo não sentirão vergonha também de não saber. E aí, como mágica, teremos um mundo melhor, pois ninguém vai fazer nenhuma besteira, se metendo onde não é chamado, fazendo aquilo que sabe honestamente e aprendendo aquilo que não sabe antes de vir aqui nessas páginas, como eu estou fazendo agora, e mandando na vida de um monte de gente. Logo eu que não sei de nada... quer dizer, mais não sei, do que sei.
1 note · View note
xiloscope · 4 years
Text
Quando decidi escrever esse livro, foi depois da morte de minha avó. Fazia tempo que eu não chorava, que ficava triste, apenas vivi sentimentos positivos por um intervalo grande de tempo. Agora começo, também, a voltar a este estado de felicidade. Os pensamentos sobre a morte têm passado por mim repetidamente. Faz dois dias da morte da velha avó. 98 anos. 98 anos. Como pode? eu tenho 30. 98! Eu nasci ela tinha 68. Lembro no aniversário dela de 77 anos, o número da sua casa era 77.
Começo acreditar que o mundo tem suas estratégias para explicar o seu funcionamento. E que, ao invés de acreditar na vida como algo hermético, mudo, misturado, difuso: eu vejo ele como uma avó. Falastrona. Direta. Explícita. Nada mais tão contundente como perder vários filhos. De várias idades e várias causas. Foi o que aconteceu com ela. A morte dos seus filhos fez dela uma colecionadora de amargas memórias. Não sei bem o que foi que de fato aconteceu. Mas as vastas memórias que tanto ostentava há algus poucos anos declinou para um esquecimento abrupto. Total. Dos vários números de telefones, aniversários dos vários netos e sobrinhos, endereços, tudoisso ela sabia de cor. Também sabia das árvores genealógicas de várias familias amigas. Tudo caiu num limbo senil. Idoso. Coitada. Assim como Rebeca do Cem anos de solidão, com os caramujos grudados aos corpos. O tempo e a umidade fez da velha Rebeca e a minha avó seres completamente isolados do restante do mundo. Sei bem que havia lampejos de razão e desrazão. Quão cansativo deve ser isso? Deus me livre.
Hoje a noite comecei essas memórias. Lá fora tá no breu. O resto de vela e lápis faz destas memórias uma possibilidade de me reconectar com o que está lá fora. Cansei. Está todo mundo numa enorme passeata. Vários brigando. Já estamos há 20 anos do governo trabalhista, com várias denuncias de corrupção e a nossa população dividida e inimiga. Estou pensando em ir à igreja. Passei a minha vida sem fé e acho que queria ter. A possibilidade de um deus cristão, judeu, islã... um deus sábio e experiente da vida, conhecedor de mim e de todos nós, me conforta. Pois eu acho que escrevo esse livro à ele. Assim como Agostinho se confessou à Ele, eu me confesso à Você.Você quem?
Hoje a noite eu tive um sonho. Sonhei que uma chuva forte lavava toda a cidade. Em vários bairros que percorri, com medo de perder minha esposa, pois sabia que ela estava se refugiando perto de uma igreja bizantina no centro da cidade de fortaleza. Numa avenida da cidade, quase chegando à praia, ficava essa igreja. O que me espantava no sonho era que na frente desta igreja ficava um cemitério velho. O mais velho da cidade. Seu cheiro de defunto molhado dava pra sentir há muitos metros de distância. E lá estava minha companheira. Sozinha, perto da igreja, e ilhada. A chuva inundava a rua e alimentava os rios próximos, que antes vagvaam meio mórbidos nos canais, represados e tristes. Agora lavavam com suas ondas as fossas das casas, empurrava carros grandes, que estacionavam suas latas em vagas qualquer, os desavisados carros foram rebocados como brinquedos pelas águas dos rios, que junta à força de suas ondas em várias esquinas da cidade e alterava sua rota de brutalidade, derrubando árvores, afogando velhos e crianças, derrubando postes... Dentro do caos seguia eu para a greja. Atravessei a cidade pelas ruas caóticas e alagadas. Os seres humanos eram baratas molhadas, apinhadas em ônibus que mal conseguiam trafegar. O caos estava instaurado. E a minha esposa? E os meus filhos?
2 notes · View notes
xiloscope · 4 years
Text
Olá. Mais uma outra vida se apaga. Tudo bem. Eu aceito. Eu aceito por que eu não tenho mais o que fazer. Aceito por que fico com medo das inciativas divinas serem trocadas. Não quero que Deus mude A Sua ideia. Não O vejo, não tenho fé. Sou o pior dos tipos. Queria eu, que no quarto escuro e na solidão profunda, saiba que tem comigo um Deus. Aquele mesmo que criou o sol. Aquele que é o parametro. Será que ele está presente em meus pensamentos profundos? Só o pensar é suficiente? O rezar, o clamar silencioso: conta? Essa poesia pagã, equivale a uma súplica verdadeira? Minha súplica sem ver nada. Descrente. Esperançoso, que essa ordem universal e que os corações daqueles que tanto sofrem tenham um fio dourado divino. Eu, que não sofro de nada. Que teme o temeroso destino. Que deseja a velhice, a família e a harmonia. Tem o corpo na enarmonia e nos vícios da arte demoníaca. A arte ativa os que estão tão baixos. inertes em si mesmo. Não tenho outro material que não o externo. Para ser honesto.
1 note · View note
xiloscope · 4 years
Text
Adesão ao mundo do jornalismo. Por quê no alto desses anos escolhi iniciar a carreira de jornalista? Tenho uma resposta à essa questão rondando na minha cabeça desde por volta de 2004, ou 2005 ANTES DE TUDO! Uma pausa para uma divagação fortuita: (o que quero muito compreender e dominar, é a apreensão da atenção do leitor, comunicar a ideia e não ficar travando o texto com coisas que passam na cabeça [e eu insisto em dar algum significado à isso]). Tá vendo? As ideias vêm em mim assim. Vamos seguir pra frente com o texto? Anos finais da escola. 2005. Achei por bem escolher algo que me desse experiência científica. Sabe-se lá o que eu achava o que era isso. Mas escolhi história, para prestar vestibular, na UFC e geografia na UECE. Queria aprender a pesquisar e escrever; para sei lá o quê. Não tinha na minha mente claro o que eu queria ‘ser quando crescer’; ‘quando ficasse grande’. Entrei na história na UFC em 2008/2. 3 anos depois que terminei o ensino médio. Abonei o curso 3 vezes. A última vez em 2013.1. Em 2013.2 comecei a dar aula no ensino fundamental ii e médio: de história!! (6ª à 8º série) e filosofia??? (6ª série ao 3º ano). Abandonei a faculdade e comecei a dar aula. Dava aulas, fiz curta-metragem, um monte de coisa, mas não queria fazer o curso de comunicação. Por quê? Várias vezes desisti do jornalismo, por que várias vezes eu pensei em fazê-lo. Mas por verdade dos fatos: sempre concordei com quem negava comigo a ideia de formar-me em jornalismo. Ser um pretenso, não sei, um dia chamar-se de jornalista. De forma estranha. É óbvio fazê-lo agora. Já tarde. Ou pelo menos no limite aceitável de orçamento.
Me veio à cabeça: eu tenho uma admiração profunda por excelentes contadores de história, de ouvintes e entrevistadores. A oralidade. Bate-papo. Mídias Sociais. Escrever para mim era coisa morta. Falar sozinho de forma registrada. Mas passando por isso, sinto que o estudo da escrita, da comunicação, do jornalismo, trabalhar nos canais de comunicação profissionais, que lhe colocam disponível para várias centenas de leitores, ouvintes e telespectadores. Acho que posso melhorar e fazer bem essa função. Tenho várias ambições e nenhuma delas precisam ser ditas aqui. Fica na curiosidade do leitor, mas uma que posso contar é a de roteirista. Contar histórias (escrever histórias). Não tenho, nem tive, muita capacidade de tecer sobre o que é ser jovem, com algum tipo de talento de narrador. Dedicaria isso ao meu amigo André, quem melhor faria histórias sobre ser jovem. Eu sou confuso nessa narração oral, como se fala, aliás, como se pensa sobre o fato. Tenho algum tipo de habilidade oral na prática e consigo por aqui nessa página algo parecido com o que eu falo. Mas acredito que a atenção focada no texto, no seu corpo na sua forma, nas suas entrelinhas possam fazer com que o pobre coitado do leitor não desista até o fim. Ou desista pela metade com ou sem razão. Tem excelentes textos não lido pelas pessoas. Mas tudo bem. Esse aqui não é nem melhor nem pior que muitos. Mas é apenas uma tentativa de deixar registrado esse momento único da vida dessa pessoa aqui. Eu. Escrevendo pra você que lê e gostou. Tá em dúvidas também. Fala com a gente. Pensar sobre as coisas é outra característica que me aproxima do jornalismo. Tenho certa admiração pela função. Vi alguns de perto e acompanho o trabalho de muitos. Eu sempre quis fazer esse curso e me imaginei estando aqui, mas escolhi dar uma volta longe, viver coisas e aprender da minha forma a querer ser estudante de jornalismo.
3 notes · View notes
xiloscope · 4 years
Text
Ah, foi ontem a noite que eu te disse isso. Foi mesmo. Não sei onde eu estava com a cabeça. Mas contei um sonho? ou dia normal? Via diante de mim um monte em chamas. Era fogo lambendo fogo. Olhos vidrados. Fogo piromaníaco. Não sabia de onde vinha tanto gênio ruim. Imaginava que vinha dessas coisas que eu tinha lido. Não tinha mais interesse. Não queria sequer ter ido. Mas, conforme bem me disseram. Conforme me disseram num sonho ruim. Ia ser assim: sangue lavando sangue. Fogo queimando fogo. E por cima disso tudo, uma frieza imensurável. Um olhar perdido na escuridão do próprio medo. E lá fora a chuva caía, que antes eu pensava ser fogo. Outra coisa no Céu. Nada mais que uma arrevoada. Um andar lento de asas. Pássaros e pesadelos. Um imenso nada. E o Monstro que me visitava dia sim e dia não: Desanuviava. O sol tocava de respão a madrugada. E sabia que ia ser mais outro dia. Montes em chama. Labaredas lambendo labaredas.
1 note · View note
xiloscope · 4 years
Text
eu tive um trabalho para fazer. Não disse que queria, mas precisava. a precisão é a entrada para a vida. Precisei, por que precisei. E preciso. indeciso de tanto querer saber de mim: se ia ou não aceitar o trabalho, mas aceitei. em caso de dúvidas: sim. Não dá pra duvidar do - não! Não sei muito mais sobre o que ia fazer. Eram umas fotos, um texto e esperar o aniversário infantil.
Já faço isso há 10 anos. uma década que eu não lembro muito detalhadamente, mas sei que sou outra pessoa. 10 anos. É muito tempo para uma pessoa.
Uma estrela não conta 10 anos O nosso sol enxerga os pequenos corpos fixos e alguns outros ambulantes, como se fosse um professor do jardim da infancia.
A luz do sol demora 8 minutos para atravessar o vazio frio do espaço e acertar o campo magnético na terra. Esse campo magnético provoca as auroras, boreais e austrais. Norte e Sul do mundo. é frio e melancólico. Deus pôs estas auroras para acalentar seu povo, que aquece-se do frio e deleita-se com as pinturas borradas,verdes e incadescentes. No norte do planeta também o sol mostra-se diferente. não acintura a terra. fica boiando no horizonte, quase parado.
O sol aqui no ceará torra a minha paciencia, os meus sonhos e a minha vontade de pensar. Não sou burro, mas vamos com calma na vaidade. Sei que ela existe, mantenho-na banhada e limpa, com um espelho na fente, enquanto eu trabalho. As vezes passam dias sem vê-la. QUando a vejo, me espanto e peço para ela voltar de onde veio. Por debaixo da porta passo vários espelhos, cameras fotograficas
Isso foi o que eu pensei para te dizer. não sou nada daquilo que digo ser. Eu menti. Menti por que não quero te abandonar. Errei. Pequei e te magoei, mas o plano estava muito bem decidido.
amanhã rumo à estação da cidade. Espero o trem fantasma passar de madrugada e ir com ele não sei para onde. Minhas mãos tremiam de nervoso. Aquilo tudo que se pasava com a cidade não fazia sentido. Todas as pessoas estavam indo embora. Desesperançada. Magoadas com não sei o quê. Desculpe. tenho que votar ao trabalho. Depois passo aqui e trago algumas flores, algumas ideias e cigarros. Se a senha do Netflix é a mesma? é! e amanhã eu venho com as suas roupas limpas. Já está pago essa semana as pizzas, é só ligar, passar o número de documentação e endereço. a senha tá aqui, tome, para não esquecer! pode voltar de onde veio. Vai dar certo. Ficarei aqui vigiando pelo lado de fora. tenho tudo que preciso. água, maçã e espada. nada mais. A fome é uma prova que o corpo precisa de luz divina e não um mero cópo de água.
0 notes
xiloscope · 4 years
Text
Perdi-me nas imaginações e fiz dela meu mundo. e agora, transtornado, quero fazer do meu mundo O mundo.
Mais solilóquios. Converso comigo em prosa e verso. Não sei como melhor escolher. Como o som alexandrino, que não sei fazer nem a rima prisca sei deitar Tomo-lhe tempo, ó amigo. Pra dizer: O silêncio é como um prego na parede do destino A resposta amiga, que não tenho, sobre àquele corpo que tive. O que quer dizer, sonsa ideia, bêbada? O que tanto sussurra, endemoniado inimigo?
O som da tecla quebra. a ideia cessa. O dia da morte cai.
0 notes
xiloscope · 4 years
Text
Milena acorda ainda febril. É a segunda vez que tenta retomar sua sobriedade. O véu que cobria sua visão espessava-se, dipessava-se, de momentos em momentos. Não sabia se iria recuperar-se, ou desmaiar mais uma vez. Fernando, namorado de Milena, pagava a enfermeira que dera os remédios abortivos. Disse a ele que a namorada ia bem, "é por conta da potência do remédio que atuava no organismo" da jovem. Depois de pagar a enfermeira, rapidamente Fernando se aproxima de sua namorada. Ela olhava-o, catatônica, muda e começou a buscar o contato visual com o seu parceiro. Os dois se olhavam fixamente e Fernando esboçou um sorriso gelado, com medo de mostrar os dentes. Percebendo o impasse de seu namorado, Milena sorri. Sorri como quem sai correndo atrás de um carro. Cansada. Resfolegante. E do momento seguinte ao sorriso, o rosto dela petrifica. Seus movimentos congelam.
Não sei bem os motivos que eu estou escrevendo essa carta. A história acima é sobre mim. Me chamo Ismael. El; é Deus, em não sei qual lingua. Quando a milena morreu naquela sala de aborto, minha vida congelou por cinco anos. Não consegui me movimentar durante esse tempo. Não sentia fome, frio, calor, nada. Queria uma forma de parar com aquela culpa, aquela tristeza que me invadiu a alma e que hoje, agora que escrevo, me ronda e me apunhala. não sei se chegarei ao fim disso aqui.
Saber que por conta de uma vida feliz, e que a vida não esperou por mim, nem me avisou que eu estava passando por uma aula importantissima e que tomasse nota de tudo. Não sabia da prova, da nota e nem da reprovassão. Um filho que não vi crescer no ventre e a mulher que o levava, a minha mulher, se foram na mesma noite. Não tive filho, não vi meu filho e isso me dilacera. Não era pra eu estar assim! como eu pude não acreditar que eu iria me sentir um lixo. Remediado e cuidado. Ah, durmo aqui na sala da casa dos meus pais. Eles estão cuidando de mim esse tempo todo. Um dia falo sobre eles e eu. Todas as pessoas tem alguma história secreta, que não pode ser dito para ninguém. E eu escondi de Milena muitas histórias. Não só a história de que amei uma outra pessoa durante o nosso relacionamento. Amei verdadeiramente duas mulheeres, mas escolhi uma só. Por que a vida faz isso? Cada um consegue escolher quantas mulheres consegue viver sua vida. Tenho inveja de quem consegue viver, conviver e erra com mais de duas mulheres ao mesmo tempo. Nâo entendo como conseguem decorar tantos nomes. Será que nem as chamam pelo nome... Sempre tive inveja de pessoas que conseguiam as coisas mais fáceis que eu. A segunda pessoa que amei trabalhara comigo. ela insistiu relação durante dois anos. Disse-me o quanto seria discreta, pois ela me desejava muito. Me dava todas as condições que eu jamais iria me preocupar. Como a vida sempre foi uma mistura de um azar completo e uma total sorte, numa viajem de Milena, pessei com essa mulher uma semana dentro da minha casa. Aliás, na casa e no carro de Milena. Como terminei com essa amante? digo mais a frente.
Conheci Milena no ônibus. Ela vinha da faculdade. Andava com a camisa do seu curso de jornalismo. Via nela uma pessoa orgulhosa com as escolhas. Logo que a vi, saquei que era uma pessoa que não estava muito tempo na faculdade. Errei , ela já escrevia uma tese de conclusão do curso. Ela me disse isso quando inventei de sentar e puxar assunto com ela. Ela, muito tempo depois, disse-me que havia me visto antes de entrar no ônibus e que me acompanhou com a vista até ficar em pé alguns metros dela. Ela havia me dito que os meus movimentos foram premeditados por ela. Ela quis muito que eu fizesse exatamente aquilo que eu havia feito. Como se ela tivesse manipulado a minha mente. Ela tinha poderes. Eu tenho certeza disso. Percebi que ela me olhava e fui falar com ela. Descemos na parada final, conversamos longamente. Sabia que dalí sairia alguma coisa. Sabia. Me apaixonei por ela. Continuo mais pra frente sobre esse dia.
Vários motivos me fazem escrever isso aqui agora. Passei cinco anos sem me alimentar sozinho. Eu queria morrer e não sabia como fazer isso. Não tinha forças nem para o suicídio. Se não botassem comida na minha boca e água, digo que morreria de inanição total. Não queria beber água, não queria comer. Queria definhar pouco à pouco, até que de tanto sentir dores merecidas, morreria à mingua. esse era o meu sonho. E por cinco anos só olhei para as pessoas. Encarava as pessoas. Queria mostrar que eu estava vivo. Mas não consegui pronunciar uma palavra sequer...
não consigo ir mais adiante.
0 notes
xiloscope · 4 years
Text
Um filme, uma piada, uma trepada, um poema, um anti poema, filosofia, literatura, história do brasil, tudo pela metade, cinema, atrapalho, fumo, mil telas me topam. um cigarro ou sono. Cachaça quente. que bosta... carlos ebert, vc teria saco de trabalhar com filmes de temas religiosos? Religião em geral, ou depende?
0 notes
xiloscope · 5 years
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
Poranga, Ceará. Aldeia Cajueiro, 2017.
canonphotography #Adelco #lightroom #IndiosCearenses #JovensIndígenas #Caatinga
8 notes · View notes
xiloscope · 5 years
Photo
Tumblr media Tumblr media
Poranga, Ceará. Aldeia Cajueiro, 2017.
12 notes · View notes
xiloscope · 5 years
Photo
Tumblr media
Poranga, Ceará. Aldeia do Cajueiro.
1 note · View note
xiloscope · 5 years
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media Tumblr media
Poranga, Ceará. Aldeia Cajueiro, 2017.
7 notes · View notes
xiloscope · 6 years
Photo
Tumblr media Tumblr media
Messejana 5 horas
5 notes · View notes
xiloscope · 6 years
Photo
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
Messejana 5 horas
3 notes · View notes
xiloscope · 6 years
Photo
Tumblr media Tumblr media
Messejana 5 horas
1 note · View note