Tumgik
youmakemewannadieff · 3 years
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Cap. 34- Ao invés de bater, naquela noite acabei apanhando...
Lee Ji Yeon
-Você está pronto pra me dizer tudo? – a pergunta que ela evitara fazer durante toda a noite escapa de seus lábios no instante em que se vê deitada ao lado de SanHa na cama, a cabeça usando seu peitoral como travesseiro.
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-Ok.- ele começa enquanto acaricia os cabelos dela com a ponta dos dedos. – eu sou o irmão mais novo do Wang Yibo, a gente tem quase a mesma idade, a diferença é de menos de um ano. Como isso aconteceu? Acho que já te disse, o nosso pai traiu a mãe do Yibo com a minha mãe, os detalhes dessa parte eu infelizmente não tenho como saber, ninguém nunca me disse. Depois que minha mãe ficou grávida de mim, era claro que seria um escândalo caso ela dissesse algo, então o meu “pai” mandou ela pra longe, na verdade ele a prendeu em uma casa no litoral para esconder a gravidez dela, enquanto minha mãe estava presa por lá, ele desfilava com a mãe do Yibo para cima e para baixo celebrando a família perfeita. Quando eu nasci eu passei algum tempo no litoral com a minha mãe, até que um dia ela disse que eu precisava conhecer meu pai, me lembro de ter ficado muito feliz com a notícia, mas então tudo acabou.
-O que aconteceu?
-Fomos até Seul falar com meu pai e foi quando descobriram ao meu respeito. A mãe do Yibo já sabia sobre a minha mãe, mas pensava que ela tinha sido um caso sem importância do meu pai, ela não sabia que eu existia. Meu pai pediu para a minha mãe voltar ao litoral, mas ela se negou, disse que queria uma vida pra mim em Seul e que eu tinha os mesmos direitos que o Yibo, foi quando eu fui obrigado a ir morar na casa do meu pai. Minha mãe ia me visitar sempre, mas eu sabia que isso incomodava tanto o Yibo quanto a mãe dele. Nunca fomos próximos, eu tentei ainda ser amigo dele, mas o Yibo nunca quis se aproximar de mim, primeiro pensei que era algo da mãe dele, algo que ela tinha dito pra ele, mas não, depois reparei que ele realmente nunca gostou de mim, ele me via como algo sujo, algo que não deveria ter nascido por ter sido fruto de uma traição.
Ji Yeon ergue os olhos para encarar SanHa, os pequenos olhos castanhos estão perdidos em lembranças.
-No meu aniversário de treze anos a minha mãe foi até a casa do meu pai para comemorarmos. Foi um dia maravilhoso, conversamos, brincamos, mas quando ela foi embora...
Ji Yeon percebe que SanHa engasga e ergue uma das mãos para tocar o rosto dele, ele abre um pequeno sorriso e mais uma vez deposita um beijo delicado na mão dela.
-Se eu soubesse que aquele era nosso ultimo dia juntos talvez eu tivesse aproveitado mais, talvez eu tivesse me despedido direito.
-Você não tinha como saber.
-Não mesmo. Ela morreu no dia do meu aniversário. Estava voltando para casa quando aconteceu o acidente. Naquele dia ela me deu meu primeiro violão.
-Então você toca violão por causa dela?
-Mais ou menos, eu sempre gostei de música e quando ela disse que via um futuro assim para mim, eu abracei. Enfim, continuei morando com o meu pai, enquanto minha mãe era viva eu e Yibo frequentávamos escolas distintas, mas depois que ela morreu, nosso pai nos colocou na mesma escola e foi aí que as coisas ficaram bem ruins. Você conhece o Yibo, ele é introvertido, mas as pessoas de alguma forma o veneram, não era diferente na escola. Quando eu cheguei, foi como se o reinado dele tivesse acabado. As pessoas começaram a reparar em mim, me pedir para tocar algumas músicas, cantar nas horas do intervalo e coisas do tipo. Um olheiro de uma agência me viu e um desses dias e me chamou para ir fazer um teste lá e eu passei, foi quando a minha carreira como cantor deslanchou e também foi quando o Yibo piorou.
-Piorou?
-O Yibo é sociopata diagnosticado Ji Yeon. Quando éramos menores lembro de uma cena que até hoje me dá arrepios. Ele estava no quintal e quando me aproximei notei que ele estava enterrando um passarinho vivo, eu fiquei em choque e perguntei por que ele estava fazendo isso e ele disse que dessa forma a mãe dele não poderia mais desfrutar do canto do passarinho porque nada na vida dela deveria ser mais importante do que ele. Daquele dia em diante as pequenas “covas” no quintal se tornaram mais frequentes.
-Nossa.
-Pois é, quando eu comecei a fazer sucesso como cantor, as coisas na escola ficaram ainda piores. Eu estava recebendo muita atenção e eu sabia que isso incomodava o Yibo, mas mesmo que eu pedisse para que as pessoas parassem, elas não paravam e foi quando tudo aconteceu.
-A sua mão?
-Uhum. Foi tudo muito bem planejado, o Yibo sempre foi bom nisso. Ele começou a se aproximar de um pessoal estranho na escola, um pessoal que todo mundo sabia ser barra pesada, mas que não mexia com as pessoas que eram influentes porque eles gostavam de receber favores, sabe? O Yibo começou a andar com eles e um dia eles marcaram de invadir a escola a noite para beber e usar alguns outros tipos de drogas. Eu escutei quando estavam combinando e disse ao Yibo que seria burrice caso ele fosse. É claro que ele me ignorou.
-O Yibo metido com essas coisas? Eu não consigo imaginar.
-Ninguém consegue, por isso quando os caras invadiram a escola, ele não apareceu, ao invés disso ele foi até a delegacia e avisou a policia, os caras foram pegos e ficaram irados. Após os dois da suspensão e detenção na delegacia, eles voltaram para a escola. No dia que eles retornaram eu fiquei apreensivo porque o Yibo os havia entregue e bem, eles podiam fazer algo contra ele, certo? Errado. A pessoa que eles pegaram fui eu.
-O que? Como assim?
-O Yibo tinha dito pra eles que eu tinha sido contra a ida dele e que com certeza EU tinha entregado eles para a policia para evitar que o Yibo fosse.
-Meu Deus SanHa.
-Então eles me pegaram na saída do colégio, me levaram até um beco e me espancaram. Enquanto eu apanhava eu só conseguia pensar que o Yibo estava envolvido, mas que ele nunca assumiria, até que quando eu já tinha passado mais de meia hora apanhando ele apareceu. Eu pedi ajuda, pedi que ele dissesse que a culpa não era minha, mas ao invés de me ajudar, ele pegou um taco de baseball e com um golpe firme, aproveitando que eu estava caído ao chão, quebrou minha mão. A pancada foi tão forte que ela quebrou em três lugares diferentes.
-SanHa...
-Pois, no fim das contas toda a armação foi para acabar com a carreira que eu tinha conseguido construir porque de alguma forma eu estava recebendo mais atenção do que ele o que na cabeça dele é inaceitável. Quando a notícia se espalhou, quando a empresa a qual eu pertencia ficou sabendo dos valentões que quebraram minha mão e minha cara consequentemente, ela foi atrás, mas para que o o Yibo não fosse afetado por tudo isso, meu pai me pediu para mentir e ocultar o nome dele.
-E você não fez isso, né?
-Não, eu não podia. Ele era a mente por trás de tudo, além de ter sido a pessoa que quebrou a minha mão. Quando eu disse que não faria o que meu pai me mandou fazer, ele conseguiu influenciar a empresa a rescindir meu contrato, assim como ele não tinha mais nada que me prendesse na Coréia, me mandou para os Estados Unidos. Voltei no dia em que nos conhecemos.
-O do restaurante?
-O da bolsada na cara.
-Ah... eu nunca soube o que você estava fazendo na faculdade àquela hora.
-Eu fui procurar o Yibo.
-Sério?
-Uhum.
-Pra que?
-Pra enfiar a porrada nele claro.
-SanHa!
-É verdade. Depois de tudo pelo que passei nos Estados Unidos, o medo de nunca mais conseguir tocar ou cantar, eu precisava descontar nele, mas ao invés de bater, naquela noite acabei apanhando.
-Desculpe.
-Não se preocupe, na verdade foi melhor assim, não sei o que teria feito caso tivesse realmente encontrado com ele lá, talvez hoje ao invés de estar aqui com você, eu estivesse preso.
-Por que você voltou?
-Quando descobri que a Fundação estava no nome da minha mãe e ela tinha deixado pra mim, eu fiquei cuidando de longe, mas quando meu pai começou a usar o dinheiro pra alavancar a empresa dele, eu tive que voltar.
-Entendi.
-Ainda bem que voltei, é engraçado enquanto estava nos Estados Unidos nunca me imaginei na posição em que estou agora.
-Como assim? A frente da Fundação?
-Não, com você. Na verdade com mulher alguma. Eu nunca pensei que seria capaz de gostar de alguém da forma que gosto de você, acho que com tudo o que aconteceu, eu meio que não me abria pra sentir, acabei me abrindo pra pessoa que mais me tratou mal no mundo.
-EI!
Ele ri abraçando-a com firmeza e depositando um beijo delicado em seus lábios.
-Eu amo você. – ele dispara.
-É bom mesmo!
Yoon SanHa
Vê-la ficar de pé e seguir quarto adentro faz com que seu coração dê um salto. Ela é linda, de todas as formas possíveis da palavra e poder ser sincero com ela, poder lhe dizer o que sente, poder contra sua história é a melhor sensação do mundo.
-Ok. – ela começa no instante em que sai do banho. Os cabelos estão molhados e ela veste a roupa que vestia na noite anterior. – o senhor poderia me dizer como diabos eu vou sair daqui sem que ninguém me veja?
-Por que ninguém pode te ver? – ele pergunta enquanto ainda permanece deitado.
-estou com a mesma roupa de ontem a noite.
-E?
-E o que as pessoas vão pensar?
-Que você dormiu aqui?
-Isso.
-E daí? Você tem vergonha do que elas vão dizer?
-Não é por mim.  – ela se dá por vencida. – eu escutei sua conversa com o seu pai ontem no corredor sobre estar correndo atrás de mim.
-Se você escutou mesmo então sabe que eu não me importo com o que ele diz, certo?
-Eu só pensei que...
-Você pensa demais. Vamos fazer o seguinte, eu vou tomar um banho e me aprontar, nós saímos juntos e eu passo no seu quarto para que você troque de roupa antes de descermos juntos para o café, ok?
-Uhum.
-Então me espera.
SanHa fica de pé para seguir em direção ao banheiro e no instante em que o faz, ele consegue ver Ji Yeon pender a cabeça um pouco para o lado com um sorriso no rosto, como se o analisasse.
-O que...? – ele começa e só então lembra que não veste roupa alguma. – hey!
-O que foi? Eu gosto dessa vista. – é o que ela diz ainda sorrindo.
-Você...
No instante em que ele passa por ela, consegue ver Ji Yeon dar um giro de trezentos e sessenta para continuar olhando-o.
-JI YEON!
-Eu sempre gostei da sua bunda.
-SUA TARADA! – ele dispara enquanto corre banheiro adentro fechando a porta atrás de si.          
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youmakemewannadieff · 3 years
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Cap. 33- O que eu disse é engraçado pra você?
Lee Ji Yeon
No instante em que SanHa sai pela porta do restaurante ela nota o que fizera. Por mais que esteja brava com ele, por mais que esteja magoada a respeito da mentira, ela não tinha o direito de compará-lo a Wang Yibo, eles não são parecidos em absolutamente NADA.
Fica de pé e literalmente corre atrás dele. O encontra de pé em um corredor, mas ele não está sozinho. Ela respira fundo e se vira para seguir caminho, mas para ao escutar seu nome.
-O que você PENSA que está fazendo? Correndo atrás de uma garota qualquer no dia do evento principal da fundação? Você enlouqueceu?
-Primeiro de tudo, ela não é uma garota qualquer, ela tem nome é Lee Ji Yeon e segundo, por que você está me dizendo isso? Você não deveria se importar com nada disso. De quem eu corro atrás ou não é problema apenas meu.
-Não é quando envolve a imprensa e o nome da fundação.
-O nome da Fundação? Como se você também se importasse com isso, ou vai dizer que esse nome não é da mulher que você engravidou e depois jogou na sarjeta?
-Você olha bem como fala comigo moleque.
-Eu já te disse e vou repetir PAPAI, não se meta na minha vida, não se meta nas minhas coisas e principalmente nas coisas relacionadas a fundação. Vá ficar de olho no seu filho sociopata e me deixa em paz.
-Não fale assim do Wang Yibo.
-Por que? Eu posso ser o marginal a quem você enviou para o outro lado do mundo pra evitar escândalos. Posso ser o filho bastardo de uma meretriz, mas o seu amado herdeiro não pode ser quem os médicos afirmaram que ele é? Um SO-CI-O-PA-TA!
Ji Yeon vê o instante em que a mão do pai de SanHa se ergue, mas antes que ele o atinja, SanHa a segura firme.
-Você não é meu pai, você não tem o direito de tocar em mim. – é o que ela escuta ele dizer. – faça um favor a si mesmo e fique longe. Não se meta com a fundação e principalmente não se meta com a mulher que eu amo porque eu juro que se você ou seu sociopatazinho fizerem qualquer coisa para machucá-la, eu não respondo por mim.
Não há brechas para discussão, SanHa simplesmente dá as costas ao pai e segue corredor afora.
Por um segundo Ji Yeon não sabe o que fazer. Todas as coisas que escutara SanHa falar, a cena a sua frente, tudo aquilo simplesmente a deixara confusa.
Respira fundo e decide que precisa saber a verdade, não pode simplesmente deduzir coisas e deixar por isso mesmo, ela nunca fora esse tipo de garota.
Por isso vai até a recepção do hotel e mente dizendo que jantara com SanHa e que ele esquecera algo no restaurante e ela gostaria de saber se alguém poderia entregar no quarto dele. A recepção liga para o quarto 208 e após a ligação responde com um sorriso que o senhor Yoon SanHa não está com vontade de receber ninguém, mas que no dia seguinte ele pegará o que quer que seja que tenha esquecido no restaurante.
Ela faz um gesto positivo com a cabeça e segue em direção ao elevador, mas ao invés de seguir para seu quarto, acaba batendo na porta do quarto 208.
-Eu disse que amanhã eu pegaria. – é o que ela escuta no instante em que ele abre a porta. – ah, Ji Yeon?
-Eu vim trazer o que você esqueceu no restaurante mais cedo.
-O que eu esqueci? – ele pergunta visivelmente confuso.
-Eu. – ela responde simplesmente.
Por um segundo ela nota que SanHa apenas a encara, mas então ele se afasta da porta, deixando que ela entre no quarto.
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-Me desculpa. – é o que ela diz no instante em que entra. – eu não deveria ter te falado aquelas coisas mais cedo, é claro que eu não te acho nada parecido com o Wang Yibo, a verdade é que me senti frustrada e acuada, me senti impotente e pequena comparada ao Yoon SanHa sócio majoritário da fundação que me deu uma bolsa de estudos. Me senti ressentida e assustada, não consegui pensar direito, a única coisa que eu tinha em mente era o medo, o medo de não ser suficiente, o medo de que você abrisse os olhos e percebesse que essa garota aqui não é nada demais e que...
Então SanHa começa a rir, Ji Yeon para de falar e o encara firme. Ok, está sendo engraçado?
-Tudo o que eu disse é engraçado pra você?
-Sim.
-Sério?
-É engraçado e absurdo, tudo ao mesmo tempo. – é o que ele diz começando a caminhar em sua direção. – nada mudou. Por mais que eu seja o sócio majoritário da fundação, eu também sou o cara que te perseguia nas ruas escuras, o cara que você pensou ser um tarado e quase afundou a cabeça com um laptop, o cara que arranjou confusão com um cara de tainha em um restaurante porque achou que ele não era um cara digno da sua companhia, o mesmo cara que perdeu pra você em uma corrida e teve que comprar um guarda-chuvas, o mesmo cara que dormiu no chão da sua casa e quase sofreu outro traumatismo craniado, o cara que confessou estar apaixonado por você em uma lojinha de conveniência de um posto de gasolina... Eu ainda sou esse cara e eu esperava que depois de tudo isso, você ainda me visse como ele e não como um mentiroso, rico e mimado, eu só queria que você voltasse a me enxergar como o marginal de rua que você conheceu, como o cara com quem você podia contar, como o...
Não há mais razão para protelar. Ele está ali, ele é o cara que descrevera. Por mais que ela saiba a verdade, por mais que ele tenha mentido, não tem como apagar as coisas que viveram juntos, ela não tem como esquecer cada segundo que passara ao lado dele, segundos esses que fizeram com que ela se encontrasse na posição em que se encontra hoje... completamente apaixonada.
Por isso ela se aproxima e sem dizer uma palavra sequer o puxa pelo colarinho da camisa que ele veste e o beija.
Dessa vez nenhum dos dois recua,  ela sente quando SanHa a segura ao redor da cintura, erguendo-a no ar. O beijo se torna mais intenso e Ji Yeon o sente começar a caminhar cada segundo mais em direção ao interior do quarto.
Não se surpreende ao sentir as costas irem de encontro aos lençóis da cama, mas também não reclama, na verdade a ultima coisa que se passa em sua mente é a ideia de reclamar.
Ela quer. Quer estar ali com ele. Quer sentir os toques e os beijos dele, não quer pensar em nada além disso.
Ele se afasta, olhando-a fundo nos olhos, o rosto dele está corado, os lábios mais vermelhos do que de costume e os pequenos olhos castanho estão ansiosos.
Ji Yeon sabe a razão de ele encará-la daquela maneira, de certa forma sabe o que ele pergunta, mesmo sem dizer nada.
Ela respira fundo e faz um pequeno gesto positivo com a cabeça. SanHa também respira fundo antes de puxá-la com firmeza para mais perto e beijá-la novamente.
Os dois se afastam novamente apenas para que Ji Yeon comece a desabotoar a camisa que SanHa veste, enquanto o faz ela não consegue desviar os olhos do rosto dele. O momento não é constrangedor e muito menos engraçado, há algo ali que faz com que ela se encontre completamente imersa, como se pertencesse a ele e a ninguém mais.
Ele a encara, também não tem mais aquele sorriso infantil nos lábios, seu olhar é firme, adulto, um olhar que Ji Yeon vira poucas vezes.
Quando termina de abrir o último botão ele abre um pequeno sorriso antes de puxar a camisa, se livrando dela. Ji Yeon faz o mesmo, puxando a blusa que veste por cima da cabeça e arremessando-a do outro lado do quarto.
Por alguns instantes ela nota que SanHa apenas a observa, os pequenos olhos castanhos passeando pela parte nua de seu corpo. Ela faz o mesmo, os olhos desviando do rosto dele para caminhar por seu corpo e o que ela vê ali não a surpreende, de alguma forma ela já imaginava que por baixo daqueles casacos imbecis que ele costumava usar, havia uma obra de arte escondida.
Então ele se aproxima novamente, se debruçando por cima dela enquanto a beija mais uma vez, Ji Yeon desiste de se apoiar nos cotovelos e cede, despencando lentamente de costas contra o colchão, o peso de SanHa bem vindo sobre seu corpo.
Ela respira fundo no instante em que ele desgruda os lábios dos dela e começa a percorrer seu corpo, começando pelo pescoço e seguindo caminho lentamente.
Ela consegue sentir o cheiro do perfume dele e deixa que um sorriso escape. Enquanto ele puxa de forma delicada as alças do sutiã dela, fazendo que elas deslizem por cima dos ombros, ela ergue a mão para tocar seu rosto e em um gesto mais do que doce, SanHa vira o rosto e beija sua mão, Ji Yeon mais uma vez sorri ao sentir o toque quente dos lábios dele.
Após conseguir com algum esforço se livrar da parte de cima da lingerie que ela veste, SanHa volta a percorrer seu caminho, voltando a beijá-la.
Ji Yeon não consegue controlar a respiração e ofega no instante em que sente as mãos dele tocarem sua pele por baixo da saia que ela veste, SanHa parece notar e ergue os olhos para encará-la, mas mais uma vez ela faz um gesto positivo com a cabeça, não queria ter reagido como reagira, mas a verdade é que está ansiosa.
Sua barriga parece ter sido mergulhada em um mar de água glacial, ela nem sequer se atreve a pensar em borboletas no estômago, porque a sensação vai bem além disso, está mais para uma montanha russa.
Então ele a toca e no instante em que ele o faz, mais uma vez ela ofega, só que dessa vez SanHa não se surpreende, não mais, afinal ele sabe que aquela é a única reação possível para o momento.
Os lábios dele mais uma vez se grudam aos dela e enquanto ela o beija precisa se conter para não gritar e isso faz com que além de rir durante o beijo, ele se empenhe um pouco mais nos toques.
Ela deixa escapar um pequeno grito e ele ri ainda mais. Ji Yeon o encara, aquilo é engraçado? Vamos ver o quanto ele ainda vai conseguir rir.
Ela ergue os braços, começando a percorrer o abdome dele com ambas as mãos até chegar ao cós da calça que ele veste. Por um segundo ele congela, mas ela não está afim de saber a razão, por isso em um movimento rápido desabotoa a calça, deslizando uma das mãos através do tecido fino até tocar a pele por baixo dele.
É quando ela nota que agora tem o controle da situação. Ele literalmente desaba em cima dela, pressionando o rosto contra seu pescoço e naquele instante, os pequenos gemidos que ele deixa escapar são o som mais lindo do mundo.
Com a mão restante ela toca o rosto dele, fazendo com que ele o erga por alguns centímetros e ao encará-lo ela não consegue pensar em nada mais perfeito do que aquela imagem, aquele rosto, aquele cara.
Ele está ofegante e suado, mas mesmo assim é a mais bela das visões.
Ele respira fundo e mais uma vez esmaga os lábios contra os dela.
Se desfazer das roupas restantes é a parte fácil, uma vez livres delas todo o nervosismo se esvai e Ji Yeon só consegue sentir como é ter o corpo quente dele contra o dela, sentir a delicadeza de seus toques, a forma com que a pele dele é macia, o som envolvente de sua voz e nada mais.
Senti-lo dentro de si mais uma vez faz com que o coração dela dispare e a montanha russa em seu peito descarrilhe de vez.
Então é essa a sensação de pertencer totalmente a alguém?
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youmakemewannadieff · 4 years
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Cap. 32- Você e Wang Yibo não são iguais?
Lee Ji Yeon
Pedira para que ele não mentisse. Perguntara várias vezes se podia confiar na sinceridade dele e na primeira oportunidade que ele tivera...
Tenta focar em qualquer coisa menos na raiva e na frustração que está sentindo. Desligara o celular, pois não consegue sequer ler as mensagens que ele insiste em mandar.
Mas dormir também é algo que não consegue fazer. Não depois de todas as perguntas, de todas aquelas pessoas querendo saber se ela já sabia que SanHa era o herdeiro da fundação.
Era mais do que claro que ela não sabia. Se ela soubesse não teria se aproximado dele, não teria olhado pra ele, não teria...
Por um instante ela se pega pensando a esse respeito. Será se esse fora o motivo para SanHa não ter dito nada? Será se ele sabia que ela o desprezaria caso soubesse quem ele era de verdade?
Isso não importa. No momento o que importa é que ele mentiu e nada além disso.
Fecha os olhos e respira fundo, é melhor dormir logo, amanhã o dia será cheio.
Na manhã seguinte quando encontra Bo-ra ela está sozinha na mesa do café.
-E o Bin?
Ela dá de ombros.
-Não sei, ele não disse nada, mandei mensagem pra ele mais cedo e ele não respondeu, então vim tomar café sozinha.
-Estranho isso. Vou mandar mensagem também.
Retira o celular do bolso e quando o liga percebe que ele está inundado de mensagens. Dentre todas as mensagens de SanHa, uma chama a atenção de Ji Yeon... Wang Yibo.
É exatamente essa que ela abre.
“Eu te disse para ter certeza se ele mentia ou não.”
Odeia ter lido aquelas palavras. Odeia o gostinho que a briga dela com SanHa está dando para Yibo.
Passa os olhos ao redor e o encontra em uma das mesas, ele olha diretamente para ela com um sorriso no rosto.
Ao desviar os olhos de Yibo ela encontra SanHa. Ele caminha restaurante adentro e um pouco atrás dele, Moonbin.
As pessoas se acotovelam ao ver SanHa entrar, ele passa os olhos por todos ao redor e encontra os dela. Por alguns segundos eles apenas se encaram sem nada dizer. Ela quer ir até ele, quer abraça-lo, quer beijá-lo. Está ciente do quanto está apaixonada por ele e do quanto sente sua falta, mas no momento ela não pode fazer nada disso, não quando sua cabeça está confusa e seu coração, magoado.
Moonbin passa por ele e lhe faz um pequeno gesto com a cabeça, seguindo em direção a mesa em que as meninas se encontram. Por um instante Ji Yeon deseja que SanHa se aproxime também, mas ele desvia e segue até uma mesa afastada, sentando sozinho.
-Você estava com o SanHa? – Bo-ra pergunta no instante em que Moonbin senta ao seu lado na mesa do café.
-Uhum.
-Uhum?
-Sim, uhum. Eu estava com ele oras.
-Fazendo o que?
-Estávamos conversando sobre algumas coisas, na maior parte trabalho.
-Trabalho? – quando dá por si Ji Yeon já perguntara, Moonbin dá de ombros.
-Uhum. Falamos de música e bem, vocês sabem que eu sempre me interessei pelo assunto e bem, se estiver tudo bem pra você Ji Yeon, eu gostaria de continuar conversando com ele a respeito.
-Eu não me importo Bin-ah, de verdade.
-Obrigado.
Enquanto tomam café, Ji Yeon consegue ver algumas garotas se aproximarem da mesa de SanHa e ele dispensá-las de forma educada, por alguma razão aquela cena não lhe deixa com ciúmes, mas triste.
Quando terminam o café e levantam para seguir caminho, ela nota que SanHa já se fora.
-O que vocês vão fazer agora? – ela pergunta encarando Bo-ra e Moonbin.
-Eu pensei em piscina ou praia. O que vocês acham? Estamos de férias. – Bo-ra começa.
-Por mim ótimo. – Ji Yeon fala forçando um sorriso. – Bin-ah?
-Por mim também. Nos encontramos aqui em meia hora?
-Ok.
Os três se separam para seguir até seus quartos, quando entra no elevador Ji Yeon respira fundo, precisa se distrair e sair com os amigos parece ser a melhor forma.
Antes que a porta do elevador feche, uma mão a segura. Por um segundo Ji Yeon apenas encara a porta de maneira despreocupada, mas então sente o coração dar um salto quando vê SanHa irromper por ela, os olhos ainda tristes fixos nela.
-SanHa...
-Eu sei que você não quer falar comigo porque eu menti. – ele começa ainda segurando a porta. – mas, por favor janta comigo hoje.
-Eu não...
-Você ainda me deve um jantar, eram três lembra?
Então ela lembra de quando se conheceram. Ele dissera que ela lhe devia três jantares. Um por acertá-lo com o notebook, um segundo pra compensar por tê-lo chamado de tarado e o outro por ele ter guardado seu celular.
-Eu lembro.
-E então?
-Eu janto com você.
Naquela noite quando chega ao restaurante Ji Yeon nota que ele está vazio, apenas uma mesa ao canto está ocupada e é até lá que ela segue, o coração aos pulos.
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Ao vê-la se aproximar ele fica de pé em um gesto claro de educação. Por um instante ela se sente mal, aquele não é o SanHa com quem está acostumada.
-Você veio. – é o que ele diz.
-Eu disse que viria.
Por alguns segundos nenhum dos dois diz nada, mas então ela escuta SanHa respirar fundo e ergue os olhos para encará-lo.
-Eu menti. – ele começa. – mesmo quando você me pediu para ser sincero, eu continuei mentindo. Eu não tenho justificativa pra isso.
Ela não responde, quer saber onde ele quer chegar.
-Eu me aproximei de você no começo sem saber que terminaríamos assim. – ele continua. – quer dizer, eu tinha ido até a faculdade para ver como estava o departamento de música e então eu te vi. Como te falei, eu só pensei em te ajudar na primeira noite, mas a forma que você me tratou me deixou curioso.
Ele respira fundo, brincando com os próprios dedos, Ji Yeon nota o quanto ele parece estar se esforçando para se manter firme, ela também está.
-A curiosidade se transformou em cuidado, depois em carinho e depois em amor. Eu não esperava me apaixonar por você, mas aconteceu e quando dei por mim eu já estava tão envolvido que as outras coisas pareceram pequenas, bobas, a única coisa na qual eu conseguia pensar era em ficar com você.
Ela ainda o encara sem nada dizer.
-As coisas foram saindo do controle e quando dei por mim eu já não sabia mais por onde começar. No dia em que você me perguntou se eu estava mentindo, se eu mentiria pra você...
-Você me disse que não mesmo estando mentindo.
-Sim eu sei, mas eu não conseguiria dizer outra coisa porque pra mim eu não estava mentindo, não em como você significa pra mim, não em como eu me sinto a seu respeito. Nada do que eu falei era mentira, nada.
-Sua vida inteira, tudo o que e sei a seu respeito é uma grande mentira.
-Você não pode levar em consideração a maneira com que eu te amo? O tempo em que passamos juntos? Desde o primeiro dia? Desde aquele restaurante? Nada do que eu te falei a partir daquele momento era mentira, nada. Eu sinto e vivo tudo o que demonstrei, quando se diz respeito a nós, ao que sinto por você, eu nunca menti.
Por um segundo ela apenas respira fundo, quer dizer pra ele que acredita, mas não sabe se consegue.
-Você deveria ter me falado quem você era. Se você mentiu a respeito disso, como espera que eu acredite no que está me dizendo agora?
-Eu menti. Fui um idiota, eu deveria ter te dito quem eu era no começo, mas eu fiquei com medo. Depois de tudo o que houve com o Yibo, depois das coisas que ele fez, eu fiquei com medo de que você pensasse que éramos iguais.
-E não são? – é o que ela consegue dizer.
Ele enfim desvia os olhos das próprias mãos e a encara visivelmente magoado.
-O que você disse?
-Você e Wang Yibo não são iguais?
-Somos?
-Vocês dois mentiram pra mim.
-Isso eu não posso negar, mas eu e Wang Yibo somos MESMO iguais na sua opinião?
Ela titubeia sem saber o que dizer. SanHa faz um gesto negativo com a cabeça e fica de pé.
-Me desculpe Ji Yeon, mas se depois de tudo o que passamos, depois de tudo o que aconteceu entre nós você acha MESMO que eu e o Yibo somos iguais, eu não tenho mais motivos para ficar. Tenha um bom jantar e uma boa noite.
E assim, ele segue restaurante afora.
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youmakemewannadieff · 4 years
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Cap. 31- Quem é você?
Lee Ji Yeon
Não consegue contato com SanHa, então simplesmente embarca em direção as Filipinas, quando voltar, espera que ele não esteja chateado.
O hotel em que os bolsistas se hospedam é simplesmente de outro mundo. Ela e Bo-ra estão dividindo um quarto, por isso ela não se sente assim tão desconfortável, a verdade é que nunca estivera em um lugar assim antes e se sente intimidada.
-Disseram que vamos conhecer o acionista máster da fundação após o jantar. – Bo-ra fala com um sorriso no rosto. – estou ansiosa.
-Por que?
-Porque ele é rico, provavelmente jovem e deve ser lindo.
-Ele é irmão do Wang Yibo.
-Por isso que eu disse que deve ser lindo.
-Ele deve ser um sociopata como o irmão.
-Sociopatas não distribuem bolsas de estudos da maneira com que ele distribuiu.
-Distribuem quando estão tentando não parecer um.
-Teimosa.
Seguem para o jantar. Encontram com Moonbin no hall em frente ao restaurante e tomam uma mesa ao canto. Tudo parece estar indo bem, Bo-ra e Moonbin não param de falar em como o hotel é deslumbrante, mas Ji Yeon não consegue se concentrar. Encara o visor do celular de cinco e cinco minutos esperando uma mensagem de SanHa, mensagem essa que não chega.
Após o jantar, os bolsistas se reúnem no auditório do hotel à espera do acionista majoritário da fundação.
Por alguma razão o coração de Ji Yeon está disparado. Ela olha ao redor. Seu olhar encontra Wang Yibo, ele a encara de forma firme, um pequeno sorriso nos lábios. Ela volta a encarar o palco a sua frente, o  sorriso nos lábios dele lhe está causando arrepios.
Então a cerimônia começa. Há muitos agradecimentos de vários sócios da fundação antes de chamarem a estrela da noite, o sócio majoritário que ofertara todas aquelas bolsas.
-Gostaríamos de chamar ao palco o sócio majoritário da fundação. Pode tomar seu lugar entre nós...Yoon SanHa.
Ji Yeon desvia os olhos do celular para encarar o palco no instante em que escuta o nome. Por alguma razão seus ouvidos começam a apitar e a cabeça começa a doer de imediato quando ela o vê se aproximar do púlpito com um sorriso forçado nos lábios.
Por um segundo ela não acredita no que está vendo. É ele. Yoon SanHa. o Yoon SanHa que ela conhece. O Yoon SanHa por quem está completamente apaixonada.
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Em um movimento impensado ela desvia o olhar do palco para encarar Wang Yibo que tem aquele sorriso horrível nos lábios. Por um segundo ela só quer desaparecer.
SanHa mentira e aquela não era uma mentira pequena. A relação dele com Yibo não era uma amizade que deu errado, os dois eram IRMÃOS. SanHa mentira não apenas a respeito daquilo, mas a respeito de quem era de verdade.
Por um segundo ela não sabe como reagir. Está dormente. A única coisa que consegue sentir é raiva. Por isso fica de pé em um movimento súbito, precisa sair daquele lugar, precisa se afastar o máximo que pode de SanHa e de todo aquele circo que o cerca.
O gesto dela chama a atenção, não apenas das pessoas ao seu redor, mas de quase todos no auditório, incluindo o próprio SanHa.
Ao encarar a movimentação seus olhares se cruzam e por alguns segundos nenhum dos dois se move.
Ele parece estarrecido, confuso e assustado. Ela ainda está irritada, com raiva, frustrada.
-Senhor Yoon SanHa? – a voz de um dos acionistas da fundação chama SanHa, mas ele não desvia os olhos dela. –Yoon SanHa?
Quem desperta primeiro do transe é ela, se livrando das amarraras que o olhar dele se tornou, ela lhe dá as costas e segue auditório afora.
-JI YEON! – ela ainda escuta a voz dele chama-la, mas não volta.
Yoon SanHa
O que está havendo? No instante em que encara a multidão a sua frente e dá de cara com ela, ele não sabe o que fazer, não sabe como agir. Prometera a si mesmo que seria honesto com ela quando toda aquela loucura acabasse, mas pelo visto, ele não teria tempo para isso.
No instante em que ela dá as costas e segue auditório afora ele não consegue evitar gritar seu nome.
Todos ao redor parecem confusos, mas ele não se importa, não pode deixar que ela saia dessa forma.
Quando dá um passo para sair do palco, sente uma mão firme segurá-lo pelo ombro.
-Você precisa apresentar as bolsas.
Respira fundo, segura o microfone entre os lábios e dispara:
-Parabéns a todos por terem ganho a bolsa da fundação, espero que aproveitem a viagem.
E antes que mais alguém o segure, ele dispara palco abaixo, correndo em direção a porta de saída.
Lee Ji Yeon
O toque da mão dele em seu ombro faz com que ela pare de caminhar de imediato. A respiração entrecortada, a raiva se apossando a cada segundo mais.
-Ji Yeon por favor... – ele começa e ela respira fundo de virando para encará-lo.
-Quem é você?
-Me desculpa eu não queria...
-QUEM É VOCÊ? – o grito sai sem que ela consiga ter o mínimo controle.
Ele respira fundo, baixando os olhos. Parece estar tomando coragem para começar a falar.
-Eu...
-Senhor Yoon SanHa, nós precisamos de você lá dentro. – a voz faz com que ele respire fundo e desviei os olhos para encarar quem se aproxima.
-Eu vou em um segundo. – ele dispara.
-Precisamos de você lá agora, o seu pai...
-EU JÁ DISSE QUE VOU EM UM SEGUNDO! – ele grita visivelmente alterado, Ji Yeon dá um passo para trás, se afastando dele.
-Seu pai está te esperando. – é o que ela diz. – você tem responsabilidade com aquelas pessoas, com cada uma delas que está dentro daquele auditório.
-Você me perguntou quem eu sou, me deixa te explicar.
-Explicar o que? Que você mentiu esse tempo todo? Que você e seu irmão são iguais? Que você adorou me fazer de idiota quando repetia o quão mentiroso seu irmão era, mesmo que você também estivesse mentindo?
-Ji Yeon não é isso...
-Acho que vocês acharam engraçado, não é? O joguinho com a idiota aqui?
-Eu não estava jogando com você.
-Não? E quando você ia me contar a verdade?
-Assim que eu voltasse, eu já tinha planejado te contar tudo, eu não quis continuar mentindo, eu...
-Algo que você me disse era verdade? As vezes que disse que gostava de mim, as vezes que esteve ao meu lado, alguma coisa ali foi verdadeira?
-Foi! Ji Yeon por favor, tudo o que eu te falei é verdade, eu sou louco por você, por favor vamos conversar a esse respeito, me deixa explicar a razão de não ter dito quem eu era de inicio, não faz isso comigo, eu te amo, eu...
-Você me ama? – ela corta antes que ele continue a falar. - Meu Deus eu não sei nem quem diabos você é. Eu nem ao menos sei se o nome que você me deu é real e você diz que me ama? O que você espera escutar em resposta? Que eu te amo também?
Ele não responde, ela respira fundo fazendo um gesto negativo com a cabeça. Naquele instante não consegue pensar, não consegue olhar para ele, não consegue ficar no mesmo ambiente em que ele se encontra. Sua vontade é erguer a mão e lhe acertar um tapa certeiro na cara. Ele não é melhor do que Wang Yibo, ele a fizera de idiota da mesma forma que o irmão.
Meu Deus, irmão. Até pensar a esse respeito faz com que ela se sinta impotente, faz com que seu estômago revire. Os dois são IRMÃOS.
-Você não ama? – a forma magoada com que ele pergunta aquilo faz com que ela erga os olhos para encará-lo.
É claro que ama, mas no momento não consegue dizer.
Por um segundo ela quer enxugar as lágrimas que começam a escorrer pelo rosto dele. Por um segundo ela quer esquecer de tudo e abraça-lo, mas sabe que não pode. Ele mentiu. Aquelas lágrimas podem ainda ser mentirosas, ela não sabe no que acreditar.
-Eu não sei o que sinto. – ela dispara. – a única coisa que sei é que no momento eu não quero e não posso olhar para você.
E antes que ele consiga impedi-la, ela segue caminho.
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youmakemewannadieff · 4 years
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Cap. 30- Estou começando a ficar preocupada.
Lee Ji Yeon
Ele estava chorando. Era claro que estava, mas no momento em que ela o encontra, em frente a sua casa, ele sorri.
-Você veio. – é o que ele diz. – desculpe por te fazer sair tão tarde.
-Não se preocupe. Você está bem?
-Uhum, eu só queria passar mais um tempinho com você.
Por um instante ela pensa em perguntar a razão das lágrimas, mas se ele não quer dizer, ela o respeita.
-Ficou com tanta saudade assim?
Ele não responde, apenas se aproxima e a envolve em um abraço apertado. Ela corresponde, apertando-o entre os braços esperando que aquele gesto lhe diga que ela está ali e que ele pode contar sempre com a sua presença e o seu apoio.
Yoon SanHa
Os momentos que passa ao lado dela faz com que as coisas ruins desapareçam. Parece algo mágico, mas por mais que ele esteja destruído por dentro, quando a abraça, quando está perto dela, ele esquece quem é e a vida miserável que leva.
Ela foi até ele. Ele a chamara em um grito visível de desespero e ela apareceu. Ninguém nunca fizera isso antes, ninguém nunca estava lá quando ele precisava.
No instante em que a deixa em casa sabe que não pode continuar com aquilo. Precisa ser direto com ela, precisa lhe contar a verdade. Precisa dizer quem é, precisa falar de sua relação com Yibo, precisa contar tudo.
Respira fundo e se atira de costas na cama pegando o celular e encarando a tela. Há uma foto dela ali, uma foto que ele tirara nos momentos que passaram juntos naquela noite.
Lembra de ter ido com ela até a praça do bairro e sentado em um banco, por mais simples que aquilo fosse, por mais bobo que pudesse parecer para outras pessoas, para ele fora uma noite e tanto.
-Por que você está me olhando assim? – ela pergunta no instante em que percebe que ele não pisca.
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SanHa abre um pequeno sorriso, estivera encarando-a por tempo demais, mas não pôde evitar, estava completamente enfeitiçado por tudo o que se dizia respeito a ela.
-Eu queria fazer uma coisa. –ele começa e ela o encara visivelmente confusa.
-Einh?
-Eu queria fazer uma coisa, mas preciso da sua permissão.
Por alguns segundos ela apenas o encara sem nada dizer, mas então abre um pequeno sorriso.
-Permissão concedida.
Ele se aproxima de forma delicada e a beija, mas após alguns poucos segundos, ele se afasta, respirando fundo.
-Pensando bem. – ela fala encarando-o com um pequeno sorriso. – você sempre tem permissão. Posso ter também?
A pergunta faz com que ele sorria, um pequeno sorriso.
-Faça como quiser.
Ele sente ela segurar a frente do suéter que ele veste e puxá-lo em sua direção. Ele se deixa puxar, se inclinando e tocando os lábios dela com os seus.
Dessa vez o beijo não acaba tão rápido quanto o primeiro e quando acaba, é durante apenas alguns segundos para que mais um venha.
-Preciso ser sincero com ela. – é o que diz quando consegue se recuperar das lembranças de alguns minutos antes. – não posso arriscar que ela descubra de outra forma.
No instante em que decide colocar o celular de lado, nota uma mensagem, no instante em que a abre percebe que são detalhes de sua passagem para as Filipinas enviadas por uma das secretárias do seu pai. As passagens são para a manhã seguinte, as cinco.
-Droga! – é o que diz ao encarar o relógio, são duas e meia. – preciso fazer a droga das malas!
Por causa do horário das passagens não pudera falar com ela no dia seguinte, mas fizera uma promessa mental, assim que toda a palhaçada nas Filipinas acabasse, aquela seria a primeira coisa que faria.
Lee Ji Yeon
-Ei, cadê o gato? – Bo-ra pergunta no instante em que a vê chegar sozinha na faculdade.
-Ele me mandou uma mensagem hoje de manhã dizendo que adiantaram a viagem dele.
-Viagem pra onde?
Quando Bo-ra pergunta Ji Yeon a encara. Ela não perguntou. A verdade era que as coisas tendiam a ser tão caóticas, em todos os sentidos da palavra, quando ela estava com SanHa que ela simplesmente esquecera de perguntar para onde diabos ele ia.
-Você não sabe para onde seu namorado foi?
-Ah Bo-ra não enche o saco.
Nota mental: mandar uma mensagem para SanHa perguntando onde diabos ele está.
-Vocês já foram até a reitoria pegar as passagens de vocês? – a voz de Moonbin faz com que Ji Yeon encare o amigo que se aproxima.
-Passagens?
-Pras Filipinas Ji Yeon, você está bem?
Então ela começa a rir do nada assustando Moonbin e Bo-ra que dão um passo para trás.
-O que deu nela? – Bo-ra pergunta e Moonbin dá de ombros.
-Eu é que sei?
Ela não lembrara de dizer a SanHa que também tinha uma viagem para fazer. Se ela estava se sentindo uma péssima namorada por não perguntar para onde ele estava indo, agora se sente ainda pior por não dizer a ele que ela também está indo viajar e pior ainda, que Wang Yibo vai junto.
Yoon SanHa
-O que você está fazendo? – ele revira os olhos ao escutar a pergunta.
-Estou mandando uma mensagem.
-Estamos em pleno vôo.
-O avião não vai cair por minha causa.
Em um gesto rápido o preciso o celular é retirado de sua mão. SanHa fica em pé para ver quem diabos o fizera e dá de cara com o pai.
-Péssima maneira de começar. – ele fala encarando-o.
-Me devolve o celular.
-É o seguinte. –ele começa. – durante as primeiras horas você vai ficar sem essa droga. Precisa se concentrar nas coisas que vai fazer e nas reuniões das quais vai participar, se caso você conseguir agir feito um ser humano normal, eu te devolvo, caso contrário, ele vai parar dentro do oceano. Entendido?
SanHa não discute. Sente vontade de partir para cima do pai e pegar o aparelho a força, mas não pode fazê-lo, todos os executivos estão lá e ele sabe que seu pai não perderá a oportunidade de irritá-lo para fazê-lo perder a cabeça e assim “mostrar” aos executivos que ele é um garoto mimado e nada além disso.
Por isso respira fundo e fecha os olhos. Assim que recuperar o celular mandará uma mensagem para Ji Yeon dizendo que tivera que embarcar de imediato.
Wang Yibo
Ela está lá. Com aquela dupla de amigos idiotas. Ela encara o celular de um em um segundo como se esperasse por algo, Yibo sabe o que é, a ouvira comentar com Bo-ra que não recebera nenhuma mensagem de SanHa.
Os dois estão juntos, estão namorando. Nunca pensara que garota alguma preferiria o idiota do irmão a ele, mas ali estava ela, toda derretida por aquele perdedor e nem sequer olhando para Yibo direito.
Não gosta dela. Não é que seja apaixonado por ela ao algo assim, mas acha inaceitável ela preferir SanHa, acha inaceitável ele ter ganho algo, é inaceitável que ele venha em primeiro em qualquer coisa que seja.
SanHa é um bastardo. Sempre fora e sempre será.
Por um segundo se pega segurando o bolso da mochila no qual colocara a lista dos selecionados para a bolsa de estudos. A lista que dissera que iria entregar a SanHa.
Mal pode esperar para ver a cara dele quando der de cara com ela. Mal pode esperar para ver a cara dela quando descobrir que ele mentira.
Ela tinha lhe acusado de ser um mentiroso tantas vezes e acabara namorando o pior mentiroso que ele conhecia.
Ela perdoaria SanHa pelas mentiras? Por alguma razão se sente excitado. Quer chegar logo as Filipinas. Quer que ela veja SanHa receber os selecionados. Quer ver os olhos dela quando ela descobrir que ele mentiu. Quer ver a cara de SanHa ao vê-la entre as pessoas que receberão a bolsa. Quer que ela o despreze. Quer que ele sofra.
Nenhum tipo de sofrimento é o bastante para alguém como SanHa. Nem o físico e pior ainda o emocional. Ele não deveria sequer ter nascido. Pessoas como ele, que nascem do lixo, do adultério, das coisas erradas não merecem NADA. Nem um tipo de amor, nenhum tipo de consideração. São como gatos de rua. Ratos de esgoto. Nada além disso.
-Talvez o local em que ele está não tenha área. – ele escuta Bo-ra falar e vê Ji Yeon respirar fundo.
-Espero que seja isso. – ela dispara ainda encarando a tela do celular na qual uma foto de SanHa se encontra. – porque estou começando a ficar preocupada.
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youmakemewannadieff · 4 years
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Cap. 29-Eu não suporto olhar pra sua cara.
Yoon SanHa
A encara enquanto ela mais uma vez pega um lençol. Dissera que a cama era sua, mas estava brincando, nunca deixaria que ela dormisse no chão.
Por algum tempo apenas a observa. Por que se interessou por ela? Por que de repente uma garota que surgiu do nada chamou tanto assim a sua atenção ao ponto de ele sentir que seu peito vai explodir toda vez que está perto dela?
-O que foi? – a pergunta faz com que ele abra um pequeno sorriso, passara tempo demais olhando-a que nem se dera conta de que provavelmente estava parecendo um imbecil.
-Nada não, estava só esperando meu lençol.
Ela atira o lençol em seu rosto e SanHa ri. Gosta da forma despreocupada com que ela o trata, gosta da maneira com que se comportam um com o outro. Sem dedos. Sem frescura.
-Então boa noite. – ele fala ficando de pé e começando a estender o lençol no chão.
-Você vai dormir no chão? – ela pergunta simplesmente.
-Uhum. Por que? Não posso?
-Pensei que ia dormir na cama.
-Você vai dormir no chão?
-Eu não.
-Então está me chamando pra dormir com você?
-Eu vou precisar desenhar? – ela pergunta já deitando na cama.
Por algum tempo ele não se move. Mas então abre um sorriso e sobe de volta na cama, deitando ao lado dela.
Ela abre um sorriso no instante em que ele a puxa para perto, trazendo-a para que ela use seu braço como travesseiro. Ela respira fundo, o rosto apoiado em seu peito e fecha os olhos.
O momento é doce. SanHa diria que até inocente. A maneira com que ela parece se encaixar entre seus braços faz com que ele se sinta bem, faz com que queira mantê-la ali e protege-la do mundo.
Fecha os olhos, apoiando o rosto nos cabelos dela e não consegue não sorrir. Ali é o lugar no qual sempre quis estar.
-SanHa? – ela chama antes que ele adormeça.
-Uhm?
-Boa noite.
-Boa noite irritadinha.
Lee Ji Yeon
Quando abre os olhos percebe que ele ainda dorme. Por alguns segundos ela apenas o encara. Como uma pessoa pode ser tão irritante e tão fofa ao mesmo tempo? Por alguma razão ela não consegue desviar os olhos dele, SanHa é lindo e enquanto dorme parece uma pintura.
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Ela se afasta lentamente, tentando não acordá-lo e salta da cama. Naquela manhã não irá até a cafeteria, motivo? No dia anterior fora atacada por um tarado em um beco e bem, seu psicológico não estava lá muito bem. Pelo menos foi isso o que disse na mensagem que enviara ao seu chefe.
Prepara o café o mais silencioso que consegue. No instante em que termina de se aprontar, segue até a cama para chamar SanHa.
Ele ainda dorme, abraçado ao travesseiro feito um bebê gigante.
-SanHa? – ela chama se aproximando. – a gente precisa ir.
Ele abre os pequenos olhos castanhos e os fixa nela. Mais uma vez ela sente uma vontade quase que incontrolável de mordê-lo.
-Que horas? – ele pergunta sentando na cama e passando a mão pelos cabelos.
-Seis e meia.
-Eita, a cafeteria...
-Não vou hoje, vamos direto para a faculdade.
-Ah...Vamos?
-Uhum, você não tem ensaio?
Ele para um segundo, visivelmente confuso.
-Que dia é hoje?
-Terça.
-Merda, tenho.
Ele salta da cama, seguindo em direção ao banheiro. Após alguns minutos lá dentro ele sai, não veste mais o pijama de Moonbin, veste as roupas da noite anterior.
-Você passa em casa comigo pra eu tomar um banho?
-Uhum.
-Obrigado.
Os dois tomam café e seguem caminho. Ao chegar na casa de SanHa, Ji Yeon se surpreende ao ver que o quartinho que ele mora é só um pouco maior que o dela.
-Entra, vou tomar um banho, saio em um minuto.
Ela senta na cama olhando ao redor. Não há muita coisa ali. Na verdade, o quarto tem apenas um pequeno guarda-roupas e a cama, nada mais.
Quando sai do banho, SanHa a encara.
-Meio vazio, né? – ele pergunta e ela se vira para olhá-lo.
-Uhum.
-Pois é, não tem muita coisa que eu queira guardar, enfim, vamos?
-Claro.
Eles seguem caminhando lado a lado. Enquanto caminham Ji Yeon sente SanHa segurar sua mão, entrelaçando os dedos nos seus.
-O que é isso? – ela pergunta.
-Namorados não andam de mãos dadas?
-Estamos namorando?
-Não estamos? Você terminou comigo em algum momento da noite e eu estava dormindo e não percebi?
-Você não me pediu em namoro e eu não disse que aceitava.
Ele para, a maneira brusca com que ele o faz, faz com que ela pare também.
-Se você não quer namorar comigo pode soltar minha mão, caso contrário...
Ela o encara, o olhar dele é firme. Por alguma razão ela sente vontade de rir. Sabe que com SanHa as coisas não funcionam como com a maioria das pessoas. A maneira com que ele age, a maneira com que se comporta, sua maneira de ser é no mínimo peculiar.
Ela segura sua mão ainda mais firme e recomeça a andar, SanHa sorri e a acompanha.
Chegam a faculdade de mãos dadas e é claro que isso desperta os olhares das pessoas ao redor, mas eles não se importam. Avistam Bo-Ra e Moonbin de longe e seguem até lá.
-Hey, bom... – Bo-ra começa, mas ao ver as mãos dos dois unidas abre um sorriso. – muuuuito bom dia.
-Bom dia Bo-ra. – é o que Ji Yeon fala. – acho que vocês nunca foram propriamente apresentados. SanHa, esses são Bo-ra e Moonbin, meus melhores amigos, gente esse é Yoon SanHa meu... – então ela se detém, virando o rosto para encará-lo, SanHa ri.
-Namorado. – é o que ele diz. – prazer.
-Nosso. – é o que Bo-ra diz enquanto Moonbin apenas encara SanHa.
-Bin-ah? O que foi? – Ji Yeon pergunta ao ver que o amigo não se move.
-Você é um pouco maior que eu. – ele começa. – mas não é dois, eu juro por Deus que se você machucar ela eu parto a sua cara.
-Moonbin! – Bo-ra o adverte, mas SanHa faz um gesto positivo com a cabeça encarando-o.
-Certo. – é o que ele diz.
-Ok então. Bem-vindo. – Moonbin dispara estendendo a mão na direção de SanHa que a aperta com um sorriso.
-Obrigado.
-Então preciso ir pra sala. – Ji Yeon fala. – a gente se vê na saída?
-Uhum. Claro. – SanHa fala sorrindo em sua direção.
-Ok então, até mais tarde.
Antes que ela possa reagir, ele se debruça e deposita um beijo breve em seus lábios, disparando universidade afora em seguida.
-San... idiota.
Yoon SanHa
No instante em que chega em casa naquela noite ele nota que tem um carro preto estacionado na porta. Merda.
-O que diabos você está pensando? – a voz faz com que ele revire os olhos.
Não se detém, abre o pequeno portão e segue casa adentro. Sabe que ele o seguirá, por isso deixa o portão aberto.
-Foi pra isso que você voltou? Pra morar nessa espelunca?
-Foi pra isso que você veio? Reclamar da minha casa?
-Você não deveria sequer chamar isso de casa.
-Se você quiser chamar de outra coisa, fique a vontade.
-Fiquei sabendo que você vai para as Filipinas.
-E?
-Vim te pedir para não ir.
-Por que eu não iria?
-Porque você vai acabar fazendo besteira e isso é mais do que óbvio.
-Por que você se importa tanto? A fundação nem é sua, é da minha mãe.
-A fundação carrega o nome da minha empresa.
-E? Eu estou com cara de que me importo com a sua droga de empresa?
-Olha bem como fala comigo moleque!
-Por que? Se eu não olhar como falo com você vai fazer o que? Me enfiar em um avião e me despachar pro outro lado do mundo de novo?
-Por que diabos você voltou?
-Porque AQUI é minha casa, não nos Estados Unidos, aqui! E você tirou isso de mim quando me mandou pra lá por causa do seu precioso filho sociopata!
-Não fala assim do Yibo, se eu te mandei para os Estados Unidos foi para te dar um pouco de responsabilidade.
-Mentira. Me mandou para os Estados Unidos para me esconder da minha empresa e da imprensa, pra ninguém saber o que seu precioso filho tinha feito comigo.
-Você mereceu!
-Você nem sabe o que aconteceu. Nem estava lá para saber. Um dos empregados me encontrou, um dos empregados me levou ao hospital, você nem sequer foi me visitar.
-Por que eu iria? Você é igual sua mãe, você destrói tudo o que toca.
-Tem certeza que não está falando de si próprio, papai?
-Não me chame assim.
-Por que não? Não foi você que traiu sua excelentíssima esposa, transou com a minha mãe e engravidou ela?
O tapa é firme e faz com que SanHa vire o rosto com o impacto. Por alguns segundos ele fica ali, tentando digerir o acontecido. Ele tivera MESMO coragem para bater nele? Aquele homem parado ali tivera MESMO a audácia de levantar a mão pra ele?
-Você me bateu? – é o que ele consegue dizer, a raiva começando a invadi-lo.
-Sim fui eu, eu transei com aquela vadia que você chamava de mãe e em um descuido você nasceu.
-Olha bem como fala dela.
-Você não passou de um erro, um deslize. Se eu soubesse no que daria, eu não teria entrado naquele quarto naquela noite, se eu soubesse que o fruto do meu deslize seria você, eu nunca teria dormido com a sua mãe. Agora por que você não faz um favor a todos nós e morre assim como ela morreu? Nos pouparia tempo, dinheiro e acima de tudo constrangimento.
Por um segundo SanHa não sabe como agir. Não se importa com aquele homem, mas as palavras dele são cruéis e de alguma forma o atingem mais do que ele pensou que atingiriam.
-Vá para as Filipinas, faça o que quiser com a maldita fundação da sua mãe, eu não me importo.
SanHa continua imóvel enquanto o pai segue em direção a porta.
-Só nunca mais apareça na minha frente. Eu não suporto olhar pra sua cara.
No instante em que ele segue casa afora a única reação de SanHa é começar a chorar.
O que está havendo? Desde quando as palavras daquele homem o machucam tanto?
Lee Ji Yeon
O telefone toca  e ela coloca o livro que lê de lado para atender.
-SanHa?
-Eu posso te ver agora?
-Aconteceu alguma coisa?
-Por favor, eu só preciso te ver.
-Você está chorando?
-Ji Yeon por favor...
-Eu estou indo.
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youmakemewannadieff · 4 years
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Cap.28- Você não gosta de mim?
Lee Ji Yeon
Quando se afastam ela está sem ar. A primeira coisa que faz ao abrir os olhos é encarar SanHa. Ele permanece ali, parado, os olhos ainda cerrados.
Por um segundo ela pensa que errara em beijá-lo. Ele visivelmente não estava esperando por isso e bem, e se o beijo estragou tudo? E se com o beijo ele descobrira que o que sentia por ela era apenas um deslumbramento e nada além disso?
Mas a maneira com que ele correspondera ao beijo, a maneira com que ambos quase não conseguiram se afastar...
-O... – a atenção dela é tomada pela voz dele, SanHa enfim se manifesta, abrindo os olhos lentamente. – o que..?
-Eu não, eu.... Eu... – então ela nota, que agora não é apenas água da chuva que escorre pela testa de SanHa, mas sangue. – eu sabia que isso ia acontecer.
-O... O que? – ele pergunta visivelmente confuso.
Ela se aproxima novamente, tocando o curativo da testa dele.
-Está sangrando. Vem.
De forma automática ela o puxa pela mão, arrastando-o em direção ao cortiço. SanHa a segue sem resistir. No instante em que ela abre a porta ele entra, é engraçado a forma com que ele já está confortável com aquilo.
-Senta. – é o que ela diz puxando uma cadeira para que ele se sente, no instante em que ele o faz, ela abre a bolsa ainda ensopada e retira a sacola de medicamentos de lá.
SanHa não se move enquanto ela retira o curativo que ele tem na testa e começa a limpar o ferimento. Quando termina ela o encara, os pequenos olhos castanhos dançam de um lado para o outro, visivelmente confusos.
-Eu te falei para não ficar na chuva. – é o que ela consegue dizer.
Agora que o beijara, por alguma razão aquilo é tudo o que quer fazer sempre que olha pra ele.
-Desculpe. – é o que ele diz.
-Está doendo?
-Não.
-Tem certeza?
-Uhum. Eu nem senti que.... atchim!
-Olha aí, vai ficar gripado! – ela dispara. – é isso o que dá ficar na chuva, daqui a pouco além da testa machucada, você vai ficar gripado e...
Antes que ela termine de falar, SanHa se debruça e deposita um beijo delicado em seus lábios, fazendo com que ela pare de reclamar de imediato.
-O que...? O que foi isso? – é o que ela consegue perguntar.
-Pelo visto uma maneira eficiente de te fazer parar de resmungar.
Ela se recompõe, acertando um tapa na cabeça dele e se afastando.
-Ai! –ele resmunga.
-Para de falar bobagem, eu vou me secar. – ela fala passando por ele e seguindo em direção ao pequeno quarto pra pegar algumas roupas. – quando eu terminar, você vai, tem um secador, você pode secar os cabelos e sua roupa...
-Eu posso tirar. – ele dispara e ela o encara firme. – foi uma piada, eu me viro.
-Eu acho que eu tenho alguma roupa do Bin aqui.
-De quem?
-Moonbin, meu amigo, a gente costumava dormir aqui, eu, ele e a Bo-ra, talvez eu tenha algo dele em algum lugar que você pode vestir até as suas roupas pararem de pingar.
-Ok.
Ela retira algumas roupas das prateleiras que chama de guarda roupas, em seguida encontra um dos pijamas de Moonbin, SanHa é um pouco mais alto, mas servirá.
Ao entrar no banheiro ela respira fundo. Ok, ela o beijara e depois ele a beijara, por mais que tivesse sido apenas um selinho, foi um beijo, certo? Droga. Droga. Droga. E agora?
No instante em que termina de se aprontar ela sai, ao seguir banheiro afora nota que SanHa stá exatamente na posição em que ela o deixara. Sentado na cadeira, o pijama de Moonbin na mão.
-Pode ir se secar. – ela dispara segurando o riso. – eu vou fazer uma sopa pra evitar que você acabe ficando doente.
-Sim senhora.
SanHa segue banheiro adentro e Ji Yeon segue em direção a pequena cozinha. Enquanto prepara a sopa se pega pensando. Mais uma vez SanHa estava lá. Por mais que ela fosse grata por isso, por que ele estava lá? Como a encontrara?
Termina a sopa e repara que SanHa ainda está no banheiro. Ok, ele passou mal?
-SanHa? – ela chama batendo na porta de leve. – está tudo bem?
A porta se escancara de imediato e ela precisa segurar a respiração. SanHa está lá. Ele veste o pijama de Moonbin e os cabelos já estão completamente secos.
-O que foi? Te assustei? – ele pergunta ao ver que ela apenas o encara.
-Sim, geralmente a pessoa que bate é quem abre a porta, você abriu de imediato e me assustou.
-Que resposta estranha.
-Foi honesta.
-Não gostei dela.
-Então saia da minha casa. – ela dispara e ele dá de ombros.
-Quero a minha sopa.
Os dois seguem caminho. Ji Yeon arma uma pequena mesa montável próxima a cama e coloca dois bancos ao redor. SanHa senta em um e ela segue para a cozinha para pegar a sopa e os talheres. Quando volta, ele está olhando ao redor.
-O que foi? – ela pergunta enquanto coloca a sopa em cima da mesa.
-Nada. – ele fala dando de ombros. –é só que eu gosto daqui.
-Desse buraco?
-Uhum. Eu realmente gosto daqui. Não sei, me faz sentir confortável.
-Você é doido.
Ele ri.
-SanHa? – ela começa e ele a encara.
-Uhm?
-Não me leve a mal, mas... Hoje mais cedo, no beco... Como você me achou?
-Você não estava em casa, então pensei que estaria na loja de conveniência.
-Você veio aqui?
-Uhum.
-Por que?
-Eu não queria viajar sem ter deixado as coisas claras com você, então eu vim pra te falar que eu gosto de você de verdade e que pra mim ficar apenas ao seu lado, sendo expectador do que sinto, sem poder fazer parte, bem, estava sendo complicado.
-Estava?
-Uhum.
-Não está mais?
-Você não gosta de mim?
-Quem disse que gosto?
-Então você sai beijando as pessoas a torto e a direito assim?
-É uma forma eficiente de fazer as pessoas pararem de resmungar.
Ele estreita os olhos novamente e mais uma vez ela sente vontade de largar tudo e beijá-lo.
-Espertinha.
O resto da refeição se dá em silêncio. Quando terminam, SanHa segue Ji Yeon até a minúscula cozinha para ajuda-la com os pratos. Os dois se esbarram mais do que lavam, mas no fim das contas dá tudo certo.
A chuva lá fora apenas aumenta. Ela percebe que SanHa olha através da janela.
-O que foi?
-A chuva não está diminuindo. Você tem guarda-chuvas?
-Uhum, mas você não vai sair enquanto o mundo está desabando lá fora, ainda mais agora que acabou de tomar sopa quente. Além de uma gripe e um traumatismo quer uma trombose também?
Ele não responde, mas Ji Yeon consegue ver ele fazer um pequeno gesto negativo com a cabeça.
-Você pode esperar um pouco mais, certo?
-Uhum.
-Ok.
Ji Yeon segue em direção a cama e senta, ambas as pernas cruzadas. SanHa senta de frente a ela, exatamente na mesma posição. Enquanto ela pega um travesseiro para abraçar, ele olha ao redor.
-O que foi?
-As fotos. – ele começa. – não tem nenhuma sua.
-Não sou fotogênica. – ela dispara. – meus pais também não são fãs de fotografias, minha irmã é a única que gosta, na verdade ela não pode ver uma câmera.
-Faz tempo que não os visita?
-Uhum. Algum tempo.
-Não sente saudades?
-Da minha mãe sim, das brigas não.
-Brigas?
-Eu e meu pai não nos damos muito bem, na verdade ele não se dá bem com ninguém. Antes de me mudar eu meio que assumia o papel de pacificadora, sabe? Quando ele brigava com a minha mãe, com a minha irmã e com quem quer que fosse. A personalidade dele é bem difícil e a gente vivia pisando em ovos, até que um dia eu cansei. Por mais que eu saiba que eu devo muito a eles por terem me criado e por serem meus pais, não é responsabilidade minha resolver os conflitos de todo mundo. O peso foi ficando grande demais, por isso fui embora.
-Entendi.
-Mas por que estou te contando essas coisas?
-Não queria contar?
-Elas não são da sua conta.
-Ah ok então... Que seja.
A maneira com que SanHa pega um travesseiro e o abraça, visivelmente chateado faz com que Ji Yeon abra um sorriso.
-Ficou chateado?
-Não.
-Ficou sim.
-Não fiquei.
-Claro que ficou.
-Claro que fiquei.
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-Seria desgastante ser bombardeado por informações. – ela fala com um pequeno sorriso. – vou te contando as coisas com calma.
-Isso é uma resposta a minha declaração? – ele dispara.
-Einh? Declaração?
-Eu me declarei pra você. Três vezes.
Por um segundo ela não sabe o que dizer, por isso não diz nada.
-Parou de chover. –ele dispara ao ver que ela não se move.
-parece que você não precisa mais do guarda chuvas.
-Não. – ele fala soltando o travesseiro e ficando de pé, ela faz o mesmo. – vai pra onde? – ele pergunta ao ver que ela o segue em direção a porta.
-Te acompanhar até lá fora.
-Por que?
-Porque se você sair assim, vou sentir que fui abandonada.
-Isso é besteira. Fique aí, de que adianta eu te acompanhar até em casa se você vai sair sozinha de novo?
-Está certo.
Por alguns segundos ela apenas o encara enquanto ele calça os sapatos. Sim, ele aparentemente vai sair vestindo o pijama de Moonbin e não se importa com isso.
Mas ela se importa. Ela se importa em deixa-lo sair sem ter acabado a conversa que começaram.
-O que vai acontecer com a gente agora? – ela pergunta e ele desvia os olhos dos sapatos para encará-la. – não terminamos a conversa.
-Você disse para irmos com calma. – ele começa. – não foi sua maneira de dizer “não”?
Mesmo após o beijo que ela dera nele, SanHa ainda pensa que ela não gosta dele, é isso?
-Não. – ela dispara rapidamente. – não foi, eu também gosto de você.
Os olhos dele se fixam nos dela e Ji Yeon consegue notar que ele está lutando para não abrir um sorriso.
-Gosta?
-Uhum.
-E o que vem depois disso?
Ela dá de ombros.
-Eu não sei. Diga você.
-Namoro. – ele dispara com um meio sorriso se virando para seguir caminho.
Ela fica ali, sem saber como agir. Ok, o que aquilo significa? Ele a pedira em namoro? Estão juntos? O que diabos...
-Hey! – ela chama antes que ele saia porta afora.
-O que foi?
-Que diabos de resposta foi essa? Você não pode dizer coisas sem sentido, se virar e ir embora assim me deixando confusa e...
SanHa abre um sorriso, retirando os sapatos rapidamente, disparando em direção a ela e a pegando nos braços, em um beijo no mínimo sedutor.
-Ya! – ela reclama quando se afastam e ela enfim consegue recuperar o fôlego. – isso é golpe baixo, você não pode fazer isso toda vez que eu começar a reclamar de alguma coi... – mais um beijo. – Yoon SanHa! Isso é sério, se toda vez que eu for dizer alguma coisa você... – outro beijo. – hey, para com isso!
Então ele ri alto ao notar a forma com que ela parece perdida.
-Você tem que me deixar falar.
-Fala.
Agora que ela tem espaço para falar, simplesmente não sabe o que dizer, na verdade sabe, mas não sabe se deve.
-Você quer que eu fique? – ele pergunta como se lesse seus pensamentos.
-Uhum.
-Ok, mas dessa vez, a cama é minha!
E feito uma criança de um metro e oitenta e sete de altura ele dispara quarto adentro.
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Cap. 27-Garoto eu realmente não gosto de você.
Lee Ji Yeon
-Hey. Ji Yeon! – ela ergue os olhos, estivera imersa em pensamentos desde que SanHa dissera que ela teria que passar uma semana sem ele. A verdade é que ela ficara tão distraída com o fato de ele querer saber um pouco mais sobre sua família e seu passado que nem ao menos perguntara o dia que ele ia viajar e pior ainda, nem dissera a ele que também ficaria fora por uma semana.
Quando ergue os olhos acaba dando de cara com alguém que não esperava e não queria ver naquela noite. Saíra para ir até a lojinha de conveniência para comprar café e agora no instante em que volta para casa se dá conte de que não o deveria ter feito.
-Até que enfim eu consigo te encontrar sem seu guarda-costas.
Sabe que ele fala de SanHa.
Ela não responde, apenas acelera o passo, quer correr, mas teme que se o fizer, ele a persiga. Por isso se move de maneia cautelosa, como alguém fugindo de um cachorro com raiva.
-Hey, onde você pensa que vai? Nós precisamos conversar!
Então ao notar que a estratégia não dera certo, ela corre. Consegue correr por apenas alguns segundos antes de sentir a mão dele segurar firme seu braço.
-Hyungjin por favor, me deixa ir embora. – é o que diz enquanto o encara.
Ele não se move, a encara, os olhos fixos nos dela e uma raiva acima do normal emanando deles.
-Você sabia que por causa das coisas que você andou falando de mim na faculdade, nenhuma garota deixa que eu me aproxime? Todas elas acham que eu sou um maníaco perseguidor e eu não sou.
-Se você não é, por que está aqui?
Ok, algumas vezes é melhor ficar calada.
-Eu exijo que você se retrate, que fale para todo mundo que eu não fiz nada.
-Você fez! Passou um ano inteiro me perseguindo e agora está aqui! Se você não me soltar eu vou gritar.
-Pode gritar o quanto quiser, ninguém vai aparecer para te ajudar.
-Hyungjin por favor....
Então ela sente, ele puxá-la em direção a um beco escuro. Ela se debate, tentando se livras das mãos dele, mas Hyungjin é mais forte do que ela. Então ela grita, a plenos pulmões, Hyungjin tapa sua boca com uma das mãos enquanto ainda a arrasta com a outra.
Ok. Agora ela está perdida. Hyungjin a empurra contra a parede do beco, o rosto dela bate violentamente contra o concreto e mais uma vez ela grita.
Sente ambas as mãos de Hyungjin apertarem sua cintura enquanto ele pressiona o corpo contra o dela. Ela se debate, mas não consegue se livrar dele.
-Se você ficar quietinha eu prometo que será rápido.
E é quando ela sente, um puxão na cintura que faz com que ela caia sentada ao chão. Atordoada ela olha ao redor a tempo de ver Hyungjin caído próximo a si... O que...?
-Hey, você está bem? – o toque da mão dele no rosto dela faz com que ela respire fundo. SanHa.
-Você não ia...? Você? – é o que ela consegue dizer.
-Ele te machucou? Seu rosto, espera. – no instante em que SanHa toca sua testa, Ji Yeon segura a mão dele. – está doendo?
Não está. Hyungjin não tivera tempo de machucá-la, SanHa mais uma vez estava lá, mais uma vez ele chegara na hora certa, no momento exato.
A maneira preocupada com que ele a encara faz com que o coração de Ji Yeon dê um salto. Mas o momento é retirado deles por uma pancada forte na cabeça de SanHa que faz com que ele caia de lado.
-SanHa!
Ele fica de pé, um pequeno sorriso no rosto.
-Ai. – é o que ele diz tocando a testa que Ji Yeon nota estar sangrando. – eu achei que tinha derrubado você.
Mais uma vez Hyungjin parte para cima dele, Ji Yeon vê o instante em que SanHa desvia da tora de madeira que Hyungjin tem em mãos, segurando-a firme e puxando-a, atirando-a em seguida do outro lado do beco.
-Garoto eu realmente não gosto de você.
O soco vem, arremessando novamente Hyungjin ao chão. SanHa se aproxima, encarando o garoto que parece desacordado.
-Acho melhor nós ligarmos para a polícia. –é o que ela dispara. – eu acho que  matei ele.
Então Hyungjin tosse e SanHa encara Ji Yeon.
-Matei não. Liga pra policia irritadinha, vamos entregar esse idiota.
Enquanto Ji Yeon liga para a policia ela consegue ouvir Hyungjin resmungar e SanHa cantar, tentando abafar as palavras dele.
A policia não demora muito para chegar e quando dão por si estão os três na delegacia. Ji Yeon conta a história do ano anterior, a forma com que Hyungjin a perseguira e conta a maneira com que ele a atacara naquela noite e que se não fosse por SanHa... Quando termina de dar o depoimento e sai delegacia afora encontra SanHa de pé na porta.
-Como foi lá?
-Não sei. – ela fala simplesmente. – eu falei o que vinha acontecendo e bem, eles disseram que me chamaram novamente pra depor.
-Eu também.
-Você está bem? – ela pergunta e SanHa a encara.
-Estou, quer dizer, não fui eu que fui atacado em um beco.
-Foi sim.
-Você entendeu. Você está bem?
-Foi mais o susto do que o ato em si, sabe? Enfim estou bem.
-Vamos embora.
Os dois seguem caminho, mas enquanto caminham em direção ao ponto de ônibus, Ji Yeon se detém, entrando em uma farmácia.
-Você disse que não se machucou. – ela escuta SanHa falar ao se juntar a ela no balcão.
-Isso não é pra mim.
-Einh?
-Shhiu!
Quando ela termina de pagar, o arrasta pela mão, colocando-o sentado em uma cadeira próxima a porta. SanHa ergue os olhos para encará-la enquanto ela retira algumas coisas de dentro da sacola que tem em mãos.
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-O que está fazendo?
-Sua testa está machucada.
-Nem está doendo.
-Não?
-Não... Ai!
Ji Yeon ri.
-O inferno está cheio de pessoas como você.
Mais uma vez ela ri. Após limpar o ferimento, Ji Yeon coloca um curativo, enquanto o faz SanHa a encara, os travessos olhos castanhos estão mais inocentes do que ela jamais os vira, por um instante SanHa parece mais uma vez um bebê gigante e Ji Yeon precisa resistir a tentação de dar uma mordida na bochecha dele.
-O que foi? – ele pergunta ao ver que ela o encara.
-Nada. – ela fala voltando a realidade.
-Garota estranha...
-Sua bunda. – ela dispara se afastando dele. – pronto, terminei. Agora vamos embora.
Os dois seguem farmácia afora lado a lado. enquanto caminham ela estende a sacola em direção a ele.
-Toma.
-O que é isso?
-Remédio para dor de cabeça. Caso você sinta alguma coisa por causa da pancada.
-Leva pra mim, coloca na sua bolsa senão vou acabar perdendo, quando chegar na sua casa você me dá.
-Você deveria ir direto pra casa! – ela fala segurando a mão dele e colocando a sacola lá. – eu posso ir sozinha, o Hyungjin está na delegacia de qualquer forma.
SanHa não responde. No instante em que chegam ao ponto de ônibus ela sente um pequeno cutucão no ombro e vira o rosto para encará-lo, SanHa tem a sacola de medicamentos estendida em sua direção.
-Está pesada. – ele resmunga fazendo beicinho.
Ji Yeon deixa escapar um sorriso, não consegue ficar brava com SanHa, não conseguiria nem se quisesse.
Pega a sacola de medicamentos e a coloca na própria bolsa. Quando entram no ônibus não demora muito para que ele comece a cutucar o curativo.
-Está tudo bem? – ela pergunta.
-Einh?
-Com a sua cabeça. – ela fala tocando o curativo de leve para recoloca-lo no lugar.
-É grudento. – é o que ele diz. – e fica puxando minha testa pra cima.
Quando dá por si Ji Yeon está rindo alto, todos no ônibus se viram para encará-la.
-O que foi? O que eu disse?
-Puxando sua testa pra cima?
-Fica. – ele resmunga. – eu não gosto disso.
Antes que Ji Yeon possa responder, SanHa se debruça, encostando a cabeça no ombro dela e fechando os olhos.
-Você não pode dormir. – ela dispara.
-Não vou dormir. – ele responde. – só vou ficar aqui.
-SanHa você não pode dormir.
Ele abre os olhos e segura a mão dela, brincando com os dedos dela entre os seus.
-Não vou dormir. – é o que ele diz enquanto fecha os olhos.
O percurso inteiro até o ponto em que precisam descer ele permanece daquela forma, a cabeça encostada no ombro dela, os olhos fechados e os dedos brincando com os dela.
Quando descem e começam a caminhar em direção ao cortiço, Ji Yeon sente os primeiros pingos de chuva começarem a cair.
-Está chovendo. – é o que ela diz. – é engraçado, quase sempre chove quando estamos juntos.
SanHa não responde, ela abre um sorriso e se precipita, correndo ladeira acima, mas para no instante em que nota que SanHa não a segue.
-SanHa? Vamos saia da chuva.
Mas mesmo assim ele não se move. Ji Yeon o encara e se aproxima, ele tem os olhos fixos nela enquanto a água escorre por seu rosto.
-Você vai acabar pegando um resfriado se não sair da chuva. – é o que ela diz ao se aproximar.
Mas mesmo assim ele não se move, os olhos continuam fixos nela.
-Eu não sabia se eu devia dizer alguma coisa. – ele começa.
-Einh? Dizer o que? A respeito de que?
-Quando eu decidi dizer que gostava de você. – ele continua. – passei algum tempo pensando se deveria dizer algo ou não, porque tive medo.
-Medo?
-De que você fosse embora.
-Por que está me dizendo isso agora?
-Porque a chuva me faz lembrar você. E no dia que decidi te contar, eu parecia bem confiante, mas a verdade é que eu não ia saber o que fazer caso você se afastasse de mim. Acho que nem os dias de chuva seriam os mesmos e...
-SanHa? – ela o interrompe antes que ele termine de falar.
-Hum?
Sem pensar ela se aproxima, ficando na ponta dos pés e segurando a frente do casaco que ele veste, puxando-o para baixo.
Por um segundo SanHa apenas a encara, os pequenos olhos castanhos mais do que confusos. Ji Yeon respira fundo, tomando coragem para enfim se aproximar e fazer o que sabe que deveria ter feito desde o dia em que ele dissera estar apaixonado por ela... Beijá-lo.
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youmakemewannadieff · 4 years
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Cap. 26- Eu sinto muito.
Yoon SanHa
Se declarar para ela, assumir que está apaixonado fez com que ele se sentisse aliviado. A maneira com que ela reagiu o deixou assustado e inseguro. E se ela se afastar? E se ela continuar evitando-o?
Respira fundo. Jogara a bola nas mãos dela, agora ela precisava tomar a decisão.
-Yoon SanHa? – ele revira os olhos, isso é sério? Ele não pode nem sequer trabalhar sem que algum idiota da empresa de seu pai apareça?
-O que foi?
-Precisamos conversar sobre as bolsas da fundação.
-O que tem elas?
-Estaremos oferecendo a viagem que você solicitou e bem, precisamos acertar alguns detalhes.
-Como?
-A sua ida para as Filipinas?
-Eu? Por que diabos eu tenho que ir?
-Porque se você não for, seu pai irá te representar.
SanHa respira fundo. Merda. Não quer viajar, não agora quando está tenso a respeito do que Ji Yeon fará com sua declaração, mas ao mesmo tempo, talvez seja melhor ficar esses dias longe dela, dar espaço para que ela consiga digerir a informação e volte a trata-lo como tratava antes.
-Ok, eu vou.
-Te mandaremos a lista dos selecionados pela bolsa.
-Certo.
-Obrigado.
Quando o cara se afasta SanHa faz um gesto negativo com a cabeça. Droga.
Wang Yibo
-Falei com seu filho. –a voz faz com que ele erga os olhos, está na sala de reuniões da empresa do pai. – ele disse que irá até as Filipinas.
-Yoon SanHa disse que irá? – quando dá por si já perguntou.
-Sim, ele disse que irá.
Não contava com aquilo, na verdade pensava que SanHa se negaria a ir e que isso seria uma ótima oportunidade para se reaproximar de Ji Yeon, já que ele estaria a um oceano de distância.  Mas ao mesmo tempo...
-Eu fiquei de levar a lista dos selecionados para ele.
-Eu entrego. – Yibo se manifesta, todos os que estão ao redor o encaram. – a gente se esbarra na faculdade quase todos os dias, então acho que eu posso fazer isso.
Perfeito. Já que não pode impedir que SanHa vá, pelo menos pode evitar que ele veja o nome de Ji Yeon de antemão e consiga se safar de alguma forma. No instante em que Ji Yeon o vir nas Filipinas ela saberá quem SanHa é de verdade, um mentiroso.
Lee Ji Yeon
Ainda não sabe o que dizer e nem como agir a respeito de SanHa, conversara com Bo-ra a respeito e a amiga ajudara bem pouco, afinal dizer que queria que ele se declarasse para ELA, não era bem uma forma de fazer com que Ji Yeon se sentisse melhor.
-Ei. – a voz dele faz com que ela erga os olhos, o estivera esperando para irem juntos até o cursinho como acontecia todos os dias. Decidira que iria agir da forma que sempre agiu, não trataria SanHa diferente até entender o que estava se passando. – você acha que sobrevive sem mim durante uma semana?
A pergunta dele faz com que ela o encare. Como assim?
-O que você aprontou?
-Eu não aprontei nada credo, mas vou precisar de um tempo.
Ela apenas o encara, ele abre um sorriso lhe dando um pequeno escorão com o ombro direito.
-Deixa de ser assim, não tem nada a ver com você, ok? Eu só preciso resolver umas coisas de família e volto, não precisa ficar com essa cara, eu sei que você vai sentir saudades, mas uma semana é pouco tempo.
Ela não responde, apenas se aconchega melhor no casaco que veste, SanHa mais uma vez sorri.
-Ei?
-Hum?
-Obrigado.
-Pelo que?
Ele dá de ombros.
-Por não estar mais fugindo. Isso vai passar, eu só preciso trabalhar um pouco a respeito, ok? Agora vai, se apressa senão você vai se atrasar pra aula. Me espera pra gente ir embora?
-Uhum.
-Ok então, até mais tarde.
Quando SanHa se afasta ela o acompanha com o olhar. “isso vai passar.” Por um segundo ela se pega pensando se é isso o que realmente quer. Ela quer que isso passe?
Quando anoitece os dois seguem juntos até em casa. Ji Yeon nota que o clima está um pouco menos estranho, SanHa continua fazendo suas brincadeiras irritantes e comentários de mau gosto e ela é claro, continua se irritando e rindo feito uma imbecil.
Quando chegam a porta do cortiço ela o encara, SanHa dissera que passaria uma semana fora, por mais que uma semana seja pouco tempo, ela sabe que de alguma forma sentirá falta dele.
-Entra. – é o que ela diz quando abre a porta. – vamos tomar um café pra encerrar a noite.
Ele a encara desconfiado, mais uma vez estreitando ainda mais os olhos que já são estreitos.
-O que você vai fazer comigo?
-Não seja idiota. – ela dispara perdendo a paciência. – tenho uns cadernos e umas anotações que quero que você leve nessa sua viagem, pra não desviar a atenção dos estudos.
-Pra não desviar a atenção dos estudos ou de você?
A pergunta sai em tom de brincadeira, mas por alguma razão ela irrita Ji Yeon.
-Se não quiser as anotações...
Mas antes que ela termine de falar, SanHa já passou por ela e entrou quarto adentro.
Quando entra ele já está sentado em sua cama, os olhos fixos nela.
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-Por que está me olhando assim?
-Assim como?
-Assim.
-Com os olhos?
-Não, com a bunda.
-Lá vem você e sua obsessão pela minha bunda de novo.
-Eu não sou obcecada pela sua bunda. Você que está me encarando com cara de idiota. 
-Eu sou idiota, você queria que eu tivesse cara de que?
-Isso é sério?
Ele ri.
- Você me ofereceu um café, estou esperando.
-Eu vou fazer, não mexa em nada.
-Sim senhora.
Ela segue em direção a pequena cozinha, enquanto faz o café lembra das palavras dele, ela está mesmo tentando evitar que ele desvie a atenção dela? Isso seria no mínimo egoísta, certo?
-Você não mudou muito. – ela o encara no instante em que entra no quarto, SanHa tem um álbum de fotos em mãos.
-Onde você pegou isso?
-Estava ali, ao lado daquele livro. – ele fala dando de ombros. – você era MUITO bonitinha.
-Eu era? – ela pergunta e ele desvia os olhos das fotos para encará-la.
-Era. – ele dispara estendendo a mão para pegar a caneca de café que ela lhe oferece. – hoje em dia você é outra coisa.
-O que?
-Acho melhor não entrarmos nesses detalhes. Eita, você tinha um cachorro.
A maneira com que ele diz aquilo com um sorriso faz com que ela sorria junto.
-Você tem uma irmã? – ele pergunta enquanto encara as fotos.
Ji Yeon se aproxima, sentando ao lado dele na cama.
-Uhum.
-E onde ela está?
-Ela mora com os meus pais.
-Mais velha?
-Uhum.
-Vocês se dão bem?
-Não tenho muita coisa pra falar a respeito da nossa relação, não nos damos bem, mas não nos damos mau, é mais um tipo de indiferença, sabe? Ela é a favorita dos meus pais, mandaram ela para uma faculdade particular e tudo e bem, eu... Você conhece minha história.
-Isso é injusto.
-Pois é, ninguém mandou eu ser a mais nova. Enfim, e você? Tem irmãos?
-Um, mais velho.
-Vocês se dão bem?
Ele dá de ombros.
-Não. A nossa história é um pouco complicada, somos filhos de mães diferentes e temos quase a mesma idade, então você já pode entender o que aconteceu.
-Seu pai...
-Sim, ele traiu a mãe do meu irmão com a minha mãe. Então meu irmão meio que cresceu me odiando e no começo era difícil pra mim, crianças não entendem essas coisas, certo? Mas quando nos tornamos adolescentes, eu percebi que não era apenas um ódio que a mãe dele plantara na cabeça dele quando ele era pequeno, era algo mais.
-Eu sinto muito.
-Não sinta, nós nem nos falamos direito hoje em dia e nem é por causa disso, meu irmão não é uma pessoa boa.
-Entendo. E sua mãe?
SanHa respira fundo abrindo um sorriso, mas mesmo enquanto sorri, seus olhos estão marejados.
-Minha mãe morreu quando eu era mais novo. – ele fala simplesmente. – eu tinha uns treze ou quatorze anos.
-Eu sinto muito.
-Não sinta, enquanto estava viva ela foi a melhor mãe do mundo.
-Ela morreu de que?
-Acidente de carro.
-Eu sinto muito.
-Você já pode parar de ter pena de mim, gostava mais de você quando estava envergonhada.
Ji Yeon não responde a provocação, apenas o encara. SanHa tem os olhos fixos no álbum de fotos, passando página por página, dando atenção a cada detalhe das fotografias.
Em um gesto delicado ela se aproxima mais e segura a mão que ele tem livre, SanHa não desvia os olhos do álbum, mas ela consegue ver ele abrir um pequeno sorriso enquanto entrelaça os dedos aos dela e por algum tempo, nada mais é dito.
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Cap. 25- Então você está mesmo me evitando.
Lee Ji Yeon
É claro que está frustrada, não sabe o que está acontecendo. Desde que SanHa literalmente correra biblioteca afora que ela se sente mal. Por que ele agiu daquela forma? Ele não está mesmo bem? Será que o fato de ela ter incentivado que ele volte a tocar violão o tinha deixado estressado e por isso ele estava estranho?
-O que diabos aquele idiota tem!? – quando dá por si disparara.
Bo-ra a encara visivelmente confusa.
-O que? Que idiota?
-Einh?
-Você tá aí falando sozinha feito besta. Quem é idiota?
-Yoon SanHa.
-E por que?
Ela respira fundo, não tem razões plausíveis para chama-lo assim, mas no momento está irritada demais para não desabafar.
-A gente está estudando junto, quer dizer, ele pediu minha ajuda para estudar porque quer fazer as provas para entrar na faculdade.
-E isso te deixou irritada?
-Não.
-E o que foi então?
-É que eu acho que ele está doente ou algo assim.
-Como assim?
Ji Yeon respira fundo.
-É a segunda vez que acontece já.
-Que acontece o que?
Ji Yeon respira fundo recriando a cena em mente.
-Está tudo bem e de repente ele fica estranho. Começa a titubear, a tremer e o pescoço dele vai ficando vermelho até que passa para o rosto e...
Bo-ra começa a rir, Ji Yeon se detém na história e encara a amiga. O que é tão engraçado?
-Por que você está rindo? Ele pode estar doente.
-Ele não está doente. – Bo-ra dispara ainda rindo.
-Não está?
-Não, quer dizer, algumas pessoas consideram isso uma doença, mas geralmente não é.
-Como assim? Você sabe o que ele tem?
-Sei sim.
-É grave?
-Em algumas pessoas pode até matar.
Ji Yeon a encara, Bo-ra fala tudo aquilo com um sorriso nos lábios. Ok, o que está havendo?
-Bo-ra para de palhaçada. Se você sabe o que ele tem, me diz.
-Ele não está doente Ji Yeon, ele está gostando de você.
-Einh?
-Isso mesmo que você ouviu. A suadeira, o titubear, o pescoço que fica vermelho de repente, ele está nervoso por estar perto de você, eu acho que ele está apaixonado.
-Você só pode estar pirando de vez.
-Por que?
-Porque somos amigos. Ele não se apaixonaria por mim.
-Por que não? O que há em você para não gostar? A forma com que o ajuda? A maneira com que é inteligente? Que se preocupa com ele ou quem sabe seu companheirismo? Não seja besta, eu já vi vocês dois juntos e são simplesmente a meta de qualquer casal.
-Somos amigos.
-Por isso mesmo.                
Por um instante ela apenas analisa os fatos. SanHa está MESMO apaixonado por ela? Quer dizer, ele vem agindo de maneira estranha ultimamente e... Droga e agora? Ela não quer perder a amizade dele, mas não sabe se sente o mesmo. Gosta de SanHa, gosta MUITO, mas estar apaixonada é outra coisa, certo?
-O que você vai fazer? – Bo-ra pergunta.
-Eu não sei, quer dizer, eu não faço a mínima ideia.
Após o almoço com Bo-ra ela se sente péssima. SanHa gosta dela? Está apaixonado por ela? Bo-ra pode estar errada, certo? Ele pode estar doente ou algo assim. Droga.
Naquela tarde quando a aula no cursinho termina ela corre literalmente em direção de casa. Não quer ver SanHa, não quer falar com ele. Talvez evita-lo seja a melhor forma de fazer com que ele esqueça o que sente por ela, mas... E se não sentir?
Enquanto segue seu caminho ela escuta SanHa chama-la, mas não para pra falar com ele, respira fundo e acelera o passo, se enfiando no cortiço de imediato.
Quando se apronta para dormir, percebe que seu celular está cheio de mensagens.
Isso é sério? Você me ouviu chamar e simplesmente saiu correndo?
Vai me ignorar até por mensagem?
Não quer nem saber se eu estou vivo?
Hey! LEE JI YEON!
Você vai me fazer ir até aí?
Ya! LEE JI YEON!
-Eu não vou te perdoar por me fazer vir até aqui. – é o que ela escuta na manhã seguinte no instante em que chega a universidade. – por que você não me respondeu ontem? E por que diabos saiu correndo feito uma doida ao sair do cursinho?
Ji Yeon respira fundo. Não esperava encontrar com SanHa na faculdade, a verdade é que fora um pouco mais tarde do que costuma ir para não esbarrar com ele, mas SanHa a esperara.
-Ah, bom dia. –é o que ela diz baixando os olhos e passando por ele.
-HEY, LEE JI YEON! – o grito dele faz com que as pessoas ao redor os encarem. Ela continua caminhando, fingindo que ele não está falando com ela.
Mas então ela é obrigada a parar. SanHa a segura ao redor da cintura, puxando-a com força para que ela o encare. Por um segundo ela engasga, erguendo os olhos para encará-lo, SanHa tem os pequenos olhos castanhos fixos nela.
-Do que você está brincando? – ele pergunta ainda com a mão ao redor de sua cintura. – por que está fugindo de mim?
-Quem disse que eu estou fugindo de você?
-Se não está fugindo ficou surda do nada?
-Você pode me soltar?
-Não.
A maneira com que ele diz aquilo faz com que Ji Yeon engula em seco.
-SanHa...
-Eu só te solto quando você admitir que está fugindo de mim.
Ok, a situação é no mínimo constrangedora já que todos os encaram visivelmente curiosos.
-Você que começou! – ela dispara e ele dá um passo para trás, soltando-a.
-Einh?
-Você que começou fugindo de mim na biblioteca, na sala de música...
-Você distorceu os fatos.
-Se você me disser a razão de ter fugido de mim naquelas duas ocasiões, talvez eu te diga a razão de estar te evitando.
-Então você está mesmo me evitando.
Merda. Como ele faz isso? Como ele consegue que ela diga as coisas mais idiotas nas horas mais inconvenientes?
-Era só isso o que eu precisava saber. – ele dispara se afastando dela e seguindo caminho.
-Hey, YOON SANHA!
-Por que vocês dois precisam ser tão escandalosos? – Moonbin pergunta ao se aproximar seguido de perto por Bo-ra.
-Porque ele é um imbecil.
-Toma. – Moonbin fala lhe estendendo um papel, Ji Yeon o pega de forma automática.
-O que é isso?
-Leia.
Ela encara o papel e o lê por alguns segundos, em seguida ergue os olhos e encara o amigo.
-Cebu?
-Nas Filipinas.
-como? Por que?
-Não sei. É coisa da fundação. Ela vai levar todos os selecionados das bolsas desse ano para uma semana em um resort na praia de Cebu, nas Filipinas, o que quer dizer que...
-ENFIM VAMOS PODER VIAJAR JUNTOS! – Bo-ra grita começando a saltitar de um lado para o outro.
Moonbin e Bo-ra sempre chamaram Ji Yeon para viajar nas férias, mas mesmo que eles dissessem que bancariam os gastos dela, ela nunca quis ir, mas dessa vez, dessa vez vão poder passar uma semana juntos em uma praia paradisíaca e bem, de graça.
A felicidade de Ji Yeon acaba no instante em que ela vê Wang Yibo passar seguido pelas suas já tão conhecidas admiradoras. Yibo também ganhou uma bolsa da fundação, ele estará em Cebu.
-O que foi? – Bo-ra pergunta ao ver o sorriso desaparecer dos lábios de Ji Yeon.
-Nada não, vai ser uma semana para eu colocar as coisas em ordem. – ela fala simplesmente. – uma semana longe do SanHa.
Naquela tarde no cursinho eles não se falam. Na hora de ir embora Ji Yeon decide que prefere ir até a lojinha de conveniência para comer alguma coisa, sua geladeira está mais vazia do que nunca.
Pega o lámen, o kimchi e senta no balcão próximo a parede de vidro onde é acostumada a fazer suas refeições. Enquanto come pensa na viagem para as Filipinas e então seus pensamentos são desviados até SanHa.
Por que a possibilidade de ficar uma semana sem vê-lo a está deixando tão ansiosa? É  o fato de Yibo estar na viagem? Ela está com medo?
-Você é tão previsível. – a voz dele faz com que ela erga os olhos. SanHa senta no banco ao seu lado, com um copo de café em mãos. – eu sabia que estaria aqui.
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-Está me seguindo?
-Estou com sede. – é o que ele responde.
-Ok.
Ok? O clima poderia estar pior?
-Eu gosto de você. – ele dispara e ela engasga com o lámem que come.
-O que?
-Eu gosto de você, ok? É essa a razão para eu ter fugido mais cedo. Eu realmente gosto de você, quer dizer, eu não sei quando começou, mas me apaixonei por você, é isso o que queria ouvir?
-Eu não...
-Porque é essa a verdade. Vai parar de me ignorar agora ou vai mudar de bairro e de universidade pra não me ver nunca mais só porque eu disse isso?
Ela não responde, ele abre um sorriso.
-Irritadinha, o que eu sinto ou não sinto é problema meu, você não tem nada a ver com isso. Eu só quero que você pare de me evitar, pare de tentar me afastar por uma coisa que EU sinto. Eu já entendi, você não sente o mesmo e eu estou bem com isso, você também deveria ficar. Não acho justo o que você está fazendo, me evitar não é a maneira correta de fazer com que eu deixe de gostar de você. O que eu sinto é meu e mesmo estando longe, é algo que eu quero sentir, não estou te cobrando nada, a única coisa que eu espero de você é que não me afaste.
Ji Yeon apenas o encara, SanHa mais uma vez abre um sorriso e toca sua cabeça de leve.
-Eu estou aprendendo a lidar com isso. – ele dispara enquanto ainda sorri. – então aprenda também porque sinceramente, essa sua cara de idiota me encarando não é algo que eu quero ver todo dia, pode voltar a ser como era antes.
E com um sorriso, ele segue loja afora.
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youmakemewannadieff · 4 years
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Cap. 24- Você é bonito.
Lee Ji Yeon
A maneira com que SanHa sai correndo da sala de música deixa Ji Yeon intrigada. Será que o medo dele de formiga é tão grande ao ponto de deixa-lo assim tão nervoso?
Dá de ombros, é melhor se concentrar nas aulas que tem pela frente, SanHa já é adulto, ele sabe se cuidar.
Enquanto está na aula consegue sentir o olhar de Yibo em cima de si, mas não apenas o dele, algumas das garotas que o veneram também a olham feio. Ok, o que diabos?
Quando as aulas acabam, retira o celular do bolso e disca o número.
-Hey, onde você está?
-Você é minha dona por acaso?
-Não seja idiota, onde você está?
-Adivinha.
-Para de ser idiota. Se não falar logo eu não vou te ajudar a estud..
-BOO! – a maneira com que ele literalmente pula de frente a ela faz com que Ji Yeon reaja da única forma que sabe, com violência.
O tapa que ela acerta nele faz com que ele grite de imediato.
-AI! SUA DOIDA PSICOPATA!
-Por que diabos? O que diabos? O que você está fazendo? – ela pergunta ainda se recuperando do susto.
-Desculpe. – é o que ele diz ainda passando a mão no braço que ela acertou.
-Você é um idiota. – ela fala desligando o celular e colocando- o no bolso.
-Você desligou na minha cara? – ele pergunta visivelmente ofendido.
-Imbecil. Vai, para de fazer cena, vamos!
-Pra onde?
-Vem logo!
Ela o puxa pelo braço e o arrasta em direção a biblioteca sobre os olhares curiosos de alguns universitários. Quando chegam lá, ela abre alguns livros e os coloca em cima da mesa.
-O que você está fazendo? – ele pergunta visivelmente aborrecido.
-Eu disse que ia te ajudar a estudar.
-Eu só não sabia que seria hoje, eu preciso de preparação psicológica.
-Cala a boca.
-Ok senhora!
Yoon SanHa
Enquanto ela espalha os livros por cima da mesa ele se pega pensando no que acontecera na sala de música. O que foi aquilo? Por que de repente ele se sentira tímido e acuado?
A sensação desaparecera, pelo menos até o momento ele não sentira nada de diferente, as batidas de seu coração que estavam aceleradas na sala de música estão no ritmo normal e o fogo que havia subido pela sua garganta e deixado seu rosto e seu pescoço vermelho não estava mais lá.
-Ok, presta atenção. – ela começa enquanto abre os livros. – se você for prestar os testes a gente precisa fazer um schedule de estudos, o que significa que vamos dividir as matérias que você precisa se sair bem. Eu pensei em coreano, literatura, história e artes para começar.
-Como você sabe que essas serão as matérias que eu vou precisar?
-Pelo seu curso. Você vai cursar música, certo?
Enquanto ela fala ele a encara. Sim, é claro que ele vai cursar música, mas de alguma forma, a convicção com a qual ela diz isso faz com que ele abra um sorriso.
-Vou cursar engenharia. – ele dispara.
-Einh?
-To brincando. – ele fala abrindo um sorriso. – vai, a gente começa por onde?
-LEE JI YEON! – o grito faz com que SanHa desvie os olhos dela e encare a garota que se aproxima. – o que você está pensando?
-Oi?- Ji Yeon pergunta visivelmente confusa.
-Como você pode?
-Como eu posso o que?
-Estar para cima e para baixo com esse idiota depois do que ele fez com o Wang Yibo sunbae?
Então SanHa nota que a garota fala dele.
-Einh? – é o que ele consegue dizer.
-Ele bateu no Wang Yibo, provavelmente a culpa foi sua e você ainda está com ele?
SanHa desvia os olhos da garota louca e encara Ji Yeon que continua a organizar os livros em cima da mesa como se não fizesse parte da cena.
-Você não vai dizer nada? – a garota dispara, pegando um dos livros da mesa e atirando-o ao chção.
-Hey garota, você é doida? – SanHa pergunta encarando a garota descontrolada.
Ji Yeon se abaixa e pega o livro do chão, recolocando-o em cima da mesa, antes que SanHa possa dizer algo, ela se vira para encarar a garota louca.
-Primeiro de tudo: por que você está aqui? Com quem eu ando ou deixo de andar não é da sua conta e não é da conta do Yibo. Segundo: você não sabe o que aconteceu, então não se meta e terceiro: você está nos atrapalhando.
A garota ainda a encara durante alguns segundos, mas ela a ignora completamente sentando em uma cadeira e puxando SanHa para que ele sente a seu lado, ele literalmente despenca na cadeira.
-Vamos começar com literatura. – ela fala, os dentes cerrados, SanHa pode ver o quão irritada ela está. – a gente pode começar pelo barroco e...
SanHa encara a mão que ela tem depositada em cima da mesa e em um movimento delicado a segura. Ji Yeon não resiste, ele consegue ver ela respirar fundo.
-Você é uma ridícula. – é o que a garota dispara. – fique longe do Yibo.
Ji Yeon não se move enquanto a garota doida segue biblioteca afora.
Lee Ji Yeon
Por um instante ela quis mandara  garota ir para o inferno, dizer que se ela quiser ficar com Yibo que fique, ela não se importa, ela nem ao menos gosta dele, mas a mão de SanHa segurando a sua lhe disse tudo o que ela precisava saber naquele instante. Que aquilo não importava mais, que Wang Yibo era passado e que agora ela tinha um porto seguro.
-Obrigada. – é o que consegue dizer.
SanHa lhe lança um breve sorriso, apertando os dedos contra os seus antes de soltar sua mão.
-Você falou barroco. – ele começa encarando o livro que ela tem de frente a si.
-Sim, podemos começar por aqui.
-Ótimo.
SanHa se debruça para encarar a página do livro e Ji Yeon percebe algo que não percebera até o momento. Ela percebera o quanto ele é bonito, percebera no dia em que ele dormira no chão ao lado de sua cama, mas não percebera que ele era TÃO bonito.
Agora que ele está próximo, próximo até demais ela consegue ver perfeitamente os detalhes de seu rosto. A pele é branca, mais branca do que a maioria das pessoas, é lisa, sem marca alguma, parece ser de porcelana. Do lado esquerdo do queixo, um pouco abaixo do lábio inferior ele tem um sinal escuro, um pequeno sinal de nascença que é simplesmente mais do que charmoso. Apesar da boca ser pequena, é farta, os pequenos lábios vermelhos são carnudos e muito bem desenhados, o nariz é pequeno e empinado e os olhos, um pouco maiores do que o da grande maioria dos coreanos.
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-Então aqui no... – ele começa e só então ela percebe que estivera tempo demais encarando-o e esquecera de acompanhar o texto. – hey, o que você está fazendo?
-Eu? – ela pergunta atordoada.
-Você estava me encarando.
-Não estava nada.
-Estava sim.
-Não estava não.
-Se não estava, me diz em que parte do texto eu parei.
-Como eu vou saber? Você não estava lendo em voz alta.
-Mas eu estava passando o dedo nas linhas exatamente para que você me acompanhasse, mas você não estava olhando pra minha mão, você estava olhando pro meu rosto.
-Você é bonito. – ela dispara e é a vez dele de parecer embaraçado.
-O... O que?
-Você, é bonito. Eu ainda não tinha reparado o quanto.
-Que tipo de papo é esse? – SanHa pergunta se afastando, ela dá de ombros.
-Não seja assim, você já recebeu esse tipo de elogios.
-Não de você.
-Está recebendo agora. Enfim, vamos, onde você parou? – ela pergunta para aliviar o clima estranho. – SanHa?
Ele não se move, ainda a encara completamente paralisado.
-Hey, foca. – ela fala tocando o rosto dele com a mão, empurrando-o de leve para que ele encare o livro.
SanHa limpa a garganta e começa a ler em uma voz audível para que ela possa escutar também. Ela tenta se concentrar no texto, mas algo chama sua atenção, o pescoço de SanHa está começando a ficar vermelho novamente.
-SanHa? – ela chama e ele para de ler para encará-la, a respiração está ofegante, como se ele  tivesse corrido uma maratona. – você está bem?
-Não. – ele dispara ficando de pé de repente e atirando a mochila nas costas. – eu preciso ir embora.
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youmakemewannadieff · 4 years
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Cap. 23- Por que você mentiu?
Lee Ji Yeon
Não quer saber a razão de SanHa estar se culpando, aquilo é um assunto entre ela e Yibo e ela está disposta a resolver com ele e apenas com ele.
Por isso quando sai da delegacia apenas informa a SanHa que encontrará com Yibo naquela tarde, aproveitando que é sábado e não tem aula.
-“Você me encontra depois? Quero ter certeza de que está tudo bem com você. Caso ele faça qualquer coisa por favor me ligue que eu vou correndo. Você não acha que é melhor eu ir com você? Se eu ficar escondido ele não vai nem perceber que eu estou lá.”
Claro que ela recusa, mas ao mesmo tempo as palavras de SanHa fazem com que ela abra um sorriso, ele está MESMO preocupado e aquilo é no mínimo fofo.
Quando chega a cafeteria constata que Yibo já está lá, ótimo ela não precisará esperar por ele.
-Oi. –é o que ele diz com um sorriso ao vê-la se aproximar. – pedi um suco pra você.
-Eu quero um café. – ela fala erguendo a mão para que a garçonete se aproxime.
Por um segundo Yibo apenas a encara e então faz um gesto positivo com a cabeça. Após pedir o café ela o encara.
-Por que você mentiu?
-O que?
-Não vamos jogar, ok? Talvez esse seja o seu território, o local em que se sente bem, mas eu não, eu odeio jogos então pode parar por aí.
-Você decidiu em quem acreditar? E pelo visto não foi em mim.
-Eu não sei o que você fez ou como fez para que sua cara tenha ficado desse jeito, mas agora eu sei com toda certeza do mundo que não foi o SanHa.
-A palavra dele contra a minha e você decidiu acreditar nele. Wow, estou realmente magoado.
-Acho que decidi acreditar em quem não mente pra mim.
-Quem não mente?
-Você estava lá naquela noite, me usou como isca para pegar o maníaco. Sim ou não? Eu só preciso de uma palavra.
-Foi o SanHa quem te disse isso?
-Por incrível que possa parecer não, não foi o SanHa. Uma palavra apenas Wang Yibo. Sim ou não?
-Sim.
A resposta dele é direta, fria. Por um instante Ji Yeon sente o corpo se arrepiar por inteiro. Quem é aquele cara e o que ele quer dela?
-Por que?
-Porque na minha mente era a única forma de pegá-lo.
-Me expondo?
-Talvez.
-E se o SanHa não tivesse aparecido?
-Ele ia aparecer, ele SEMPRE aparece.
O assunto não é SanHa, por isso JI Yeon desvia a atenção da maneira com que Yibo fala e se concentra no que está acontecendo, a razão de ele ter mentido e de ter agido como agiu.
-Você poderia ter me avisado, poderia ter me falado do seu plano e nós poderíamos ter feito isso juntos.
Por um segundo o olhar de Yibo parece confuso.
-Por que você aceitaria fazer algo do tipo? – ele dispara.
-O... – e então ela repara, Yibo não sabe, ele não consegue conviver com outras pessoas, é como se ele precisasse fazer tudo sozinho porque aquela é a única maneira que ele conhece.
-Por que não? Você já pediu ajuda alguma vez na sua vida?
Ele não responde, mas pela confusão em seu olhar, Ji Yeon entende que não.
-Você mentiu. – ela continua. – independentemente de qual seria a sua intenção, você mentiu quando disse que não foi me encontrar e mentiu quando apareceu com esse rosto machucado e culpou o SanHa. Por que você fez isso?
-Eu já te falei que não te quero perto dele.
-Por que?  Por que você acha que tem o direito de me dizer com quem eu posso ou não me relacionar? Que direito você ACHA que possui pra tentar afastar o SanHa de mim?
Ele não responde, Ji Yeon respira fundo ficando de pé.
-Eu não sei o que pensar a seu respeito. – é o que ela consegue dizer. – não sei se isso é uma condição médica, se pra você essas coisas fazem sentido, mas por favor, não tente mais me ajudar, se essa é sua forma de ajuda, eu a estou recusando.
-Você disse que acredita na pessoa que não mente pra você. – ele começa quando ela se afasta, obrigando Ji Yeon a parar de caminhar. – então acreditar em Yoon SanHa não é a resposta.
-Do que você está falando? – ela pergunta e Yibo dá de ombros.
-Só estou aqui pensando com meus botões... Yoon SanHa não mente MESMO pra você?
Por um segundo ela pensa em perguntar mais a respeito, mas então faz um gesto negativo com a cabeça, Yibo está tentando confundi-la, nada além disso.
-Tenha uma boa tarde Sunbae. – é o que ela diz antes de seguir cafeteria afora.
O olhar dele, a maneira fria com que ele age a deixa abalada. Por alguma razão ela está nervosa, assustada, com medo. Pega o celular e disca o número.
-Onde você está? Aconteceu alguma coisa?
-Onde você está?
-No restaurante perto de casa.
-Eu estou indo prai.
Ji Yeon literalmente corre ladeira acima. Precisa estar perto dele, a conversa com Yibo a deixara encurralada, após deixar a cafeteria a sensação que ela tem é que ele a está seguindo, que os olhos frios a acompanham para todos os lugares que ela vai.
Quando chega no meio vê que SanHa corre em sua direção, ele parece preocupado.
-Eu vim te encontrar aqui fora, sua voz estava estranha, o que ele...?
Ela o abraça. Sem deixar que ele termine a frase ela o abraça. Por um segundo ela percebe que SanHa está confuso, mas então ele retribui ao abraço, lhe dando pequenos tapas nas costas, aquele gesto faz com que ela abra um sorriso, ele parece constrangido, mas ela não está pronta para soltá-lo.
-Você está bem? – ele pergunta.
Ela respira fundo e se afasta dele, recuperando a sanidade que lhe fora momentaneamente retirada.
-Estou. – é o que ela diz, se sentindo de certa forma desconfortável por ter simplesmente pulado em cima dele. – me desculpe por não ter acreditado quando você disse que não tinha batido no Wang Yibo.
-Ele confessou?
-Não precisou, enfim eu só queria te dizer que sinto muito não ter acreditado de primeira.
SanHa abre um sorriso e lhe dá um tapa de leve no braço.
-Aish, isso é pra você aprender a acreditar em mim quando te falo as coisas.
-Você não mentiria pra mim, né? – ela pergunta, a frase de Yibo começando a mexer com sua cabeça.
-Por que eu mentiria?
-Por nada, foi apenas uma pergunta retórica.
-Entendi, mas vem, vamos voltar lá pra dentro, aqui fora está frio e a comida está esfriando.
Ji Yeon o segue restaurante adentro. No instante em que senta de frente a ele, SanHa começa a lhe servir a comida que pedira, ela o encara, ele não mentiria mesmo pra ela, certo?
Quanto jantam SanHa parece de certa forma inquieto, a maneira com que ele age faz com que Ji Yeon se irrite.
-O que foi?
-O que foi o que? – ele pergunta confuso.
-Por que você está aí se retorcendo parecendo que quer ir ao banheiro?
-Eu posso te pedir um favor? – ele começa e ela o encara. Favor?
-Favor?
-Uhum.
-Sim, pode pedir.
-Eu estou pensando em voltar a estudar. – ele começa enquanto brinca com a comida na ponta do hashi. – e pensei em prestar as provas de seleção da universidade... Eu gostaria de saber se você poderia me ajudar a estudar. Quer dizer, isso caso você tenha tempo, porque eu sei que sua vida é muito corrida e eu nem ao menos sei porque estou te pedindo isso, quer saber? Esquece. Deixa pra lá, finge que eu não disse nada.
-SanHa?
-Uhm?
-É claro que eu te ajudo a estudar, não seja bobo.
-Sério?
-Uhum.
Ele abre um sorriso que faz com que Ji Yeon sinta vontade de rir junto. Não sabe a razão de SanHa ter largado os estudos ou de ter parado de tocar, mas sabe que decidir voltar a estudar é um passo e tanto para ele.
Na segunda feira ao chegar a faculdade ela encontra Moonbin e Bo-ra conversando, na verdade, eles estão discutindo como TODOS OS DIAS.
-O que foi agora? – ela pergunta ao se aproximar e sentar ao lado do amigo.
-A Bo-ra que está me ignorando.
-Por que você está ignorando ele?
-Porque ele fez cena.
-Eu fiz cena?
-Sim, você me envergonhou na frente dele.
-Na frente de quem?
-Do seu amigo famoso. – Moonbin dispara dando de ombros.
-O nome dele é Yoon SanHa! – Bo-ra dispara.
-O SanHa veio aqui?
-Esbarrei com ele no departamento de música. – Moonbin fala dando de ombros. – ele estava...
Antes que Moonbin termine de falar, Ji Yeon segue caminho, correndo, literalmente, em direção ao prédio de música.
Passa pelos corredores olhando dentro de várias salas, alguns sunbaes lhe fazem reverências e alguns outros fazem piadinhas, mas ela não liga, está mais interessada em encontrar SanHa.
E o encontra. Dentro de uma pequena sala. Por um tempo ela apenas o observa. Ele está sentado em uma cadeira, uma espécie de pedestal segurando algumas folhas de frente a si e o violão em mãos.
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Ji Yeon apura os ouvidos. Ele toca algo que ela não consegue identificar, mas que percebe que lhe agrada. Então ela ouve. Não quer atrapalhar, por isso fica de pé na porta, observando-o através do vidro. SanHa parece se deixar levar pela melodia e fecha ambos os olhos. No instante em que seus lábios se separar e ele começa a cantar, Ji Yeon sente algo que nunca sentira na vida.
O tom da voz dele é calmo e doce o que faz com que Ji Yeon abra um sorriso de imediato. Ela nunca imaginaria que uma peste como SanHa teria uma voz tão reconfortante, tão quente, tão acolhedora.
Yoon SanHa
No instante em que termina a música abre um sorriso. Esquecera do quanto ama cantar, esquecera do quanto a música é importante em sua vida. Como ele deixara que alguém como Yibo roubasse essa sensação dele?
O sorriso desaparece no instante em que ele encara a porta e dá de cara com ela. De primeira ele se assusta. O que ela está fazendo ali e por que ela nem ao menos pisca?
No momento em que ele pensa em perguntar se ela está bem, ele consegue ver ela sorrir, um dos sorrisos mais bonitos que ele já vira na vida e em seguida ela o aplaude.
Ok. Ela o vira cantar, é isso? Por algum tempo ele se sente mal, se sente envergonhado. Já subira em palcos ao redor do país e até do continente. Já tocara e cantara para multidões. Por que está se sentindo envergonhado de repente?
-Ya! Yoon SanHa! – é o que ela escuta no momento em que ela abre a porta. – por que você não me disse que era tão bom?
Ele não responde, ela ainda tem aquele sorriso estranho nos lábios.
-SanHa! Você está aí?
Então ele faz um gesto negativo com a cabeça, voltando a realidade. O que acabara de acontecer? Por que por alguns breves momentos ele se sentira constrangido? Envergonhado?
-Claro que estou, quem você acha que estava tocando agora a pouco?
Ela ignora sua falta de educação e senta em uma cadeira vazia de frente a ele na minúscula sala de música.
-O que você está fazendo aqui? – ele pergunta. – não deveria estar assistindo aula?
Ela dá de ombros.
-Tenho créditos suficientes para passar na disciplina do primeiro horário. – ela dispara.
-E como sabia que eu estava aqui? Você colocou um rastreador em mim?
-O Bin-ah falou que te viu aqui então eu resolvi vir. – ela fala ignorando completamente a piada sem graça que ele fizera. – você é realmente muito bom.
-Einh?
-Com o violão. – ela fala apontando o instrumento que SanHa tem no colo. – e sua voz também é muito bonita, na verdade eu meio que fiquei chocada que uma pessoa irritante como você tenha uma voz tão reconfortante e doce.
-Eu sou uma pessoa doce!
-Claro que é. – ela fala lhe fazendo uma careta.
-Na verdade eu sou tão doce. – SanHa continua. – que as formigas costumam subir em mim.
-Como essa aí no seu braço?
-FORMIGA? – ele grita sacudindo o braço de imediato, o desespero faz com que ele bata nas partituras que estão no suporte e as folhas rapidamente se espalham pelo chão. –ONDE? ONDE?
-Calma, para de dançar que eu tiro ela pra você! – Ji Yeon dispara ficando de pé e se aproximando dele. – aqui, fica parado!
Ele para de saltitar, virando o rosto para o lado contrário para não encarar a formiga.
-Desse tamanho. – é o que ele escuta Ji Yeon dizer. – e tem medo de formiga.
-Você tirou?
-Tirei seu bebezão.
-Matou?
-Matei.
-Certeza?
-SanHa!
Ele se vira para encara-la, Ji Yeon o encara, ela não sorri mais.
-Você é um bebê com quase dois metros de altura.
-Um e oitenta e sete. – ele dispara dando de ombros.
-Olha a bagunça que você fez por causa de uma formiga. – é o que ela dispara.
SanHa olha ao redor, sim as partituras estão todas jogadas ao chão. Antes que ela continue resmungando, ele se abaixa para começar a recolher os papéis e é quando algo estranho acontece.
Ela faz o mesmo. No mesmo momento e por um segundo suas cabeças se batem. Não é uma pancada forte, mas o ocorrido faz com que ambos ergam os olhos para encarar um ao outro e ao fazê-lo SanHa percebe o quão próximos estão um do outro.
Eles já estiveram próximos assim, certo? Na casa dela, na primeira vez em que ele fora dormir lá e mais uma infinidade de vezes, por que dessa vez ele se sente estranho? Por que dessa vez ele sente como se não conseguisse respirar direito?
-SanHa? – a voz dela faz com que ele desperte do devaneio momentâneo.
-Uhm?
-Solta a folha! – é o que ela dispara e então ele nota que os dois seguram a mesma folha.
-Ah, desculpe.
-O que você tem? – ela pergunta visivelmente confusa. – tá mais estranho do que o normal. Você está bem?
Então ele sente o toque da mão dela sobre a sua e por alguns instantes ele consegue sentir as batidas de seu coração subirem por sua garganta até atingirem seus ouvidos.
-SanHa? – ela o chama novamente. – você está bem? Você está ficando doente? Seu pescoço está ficando vermelho.
Merda. Isso sempre acontece quando ele fica envergonhado.
-Não, eu estou bem. – é o que ele consegue dizer tentando desviar a atenção dela. – eu só... Desculpe.
Ele solta a folha da partitura e fica de pé, se afastando e sentando na cadeira na qual estava mais cedo antes do ataque da formiga assassina.
-Eu acho que você está com febre. – ela fala se aproximando.
SanHa não consegue desviar antes que ela toque sua testa com as costas da mão.
-Sai, o que você está fazendo? – ele pergunta levantando mais depressa do que levantara por causa da formiga.
-Seu pescoço está vermelho e seu rosto está começando a ficar vermelho também. Eu acho que você está ficando gripado.
-Não estou nada, é essa sala que é muito pequena e muito abafada. – ele fala seguindo em direção a porta. – tchau.
E sem deixar que ela diga nada, ele segue literalmente correndo corredor afora.
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youmakemewannadieff · 4 years
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Cap. 22-A culpa de tudo isso é minha... Eu sinto muito.
Lee Ji Yeon
É claro que naquela tarde no curso SanHa não fala com ela, mas de certa forma que culpa ela tem? Ele mentira, dissera que não tinha ido atrás de Yibo e...
“Você decide em quem vai acreditar”.
Como se aquilo fosse algo fácil, como se apenas olhando de um para o outro ela conseguisse descobrir quem está mentindo.
Por que Yibo faria algo assim? As marcas estavam lá, era mais fácil acreditar nele, certo? Ele tinha as provas físicas de que sanha estava mentindo, mas por outro lado...
A maneira com que SanHa a encarara quando a pedira para decidir em quem acreditar. A forma com que os olhos dele pareciam assustados e confusos no instante em que viu o estado em que Yibo se encontrava. Ele não seria tão idiota ao ponto de bater em Yibo daquela maneira e mentir, sabendo que Ji Yeon veria Yibo no dia seguinte, sabendo que ela descobriria toda a verdade.
Quando anoitece por mais ridícula que a situação pareça, SanHa caminha atrás dela, seguindo-a longe o suficiente para não estabelecer nenhum tipo de diálogo e perto o bastante para protege-la caso algum outro maníaco a ataque.
Quando entra em casa e se apronta para dormir, Ji Yeon se sente uma idiota. Não sabe o que fazer.
Deita encarando o teto e no instante em que fecha os olhos revive o dia do ataque. A maneira com que SanHa aparecera na hora certa para ajuda-la. Tenta ignorar a decisão que precisa tomar e tenta pensar em qualquer coisa que não seja aquela noite, mas não consegue. Lembra da maneira com que SanHa parecia desesperado enquanto a pedia para abrir os olhos, lembra de ter visto o rosto dele borrado, mas ter reconhecido a voz, lembra também da sensação de ter sido atirada as costas e então lembra de algo mais.
A voz. Aquela voz fria. Ela lembra de ter ouvido SanHa perguntar se a outra pessoa tinha algo a ver com o que aconteceu. Lembra das silhuetas. Uma ao chão e outra de pé. A maneira com que se comportavam, a frase “você ousou mesmo tocar nela com essa mão?” e então o restante da cena, o pé em cima da mão da figura que estava ao chão... Aquela voz... Aquele era Yibo?
“Eu tive uma emergência de família e não pude ir.” A voz dele toma sua cabeça. Ele disse que não tinha ido encontrar com ela naquela noite porque tinha tido uma emergência familiar, mas se ele não foi, por que ela tem a sensação de que o viu? De que ouviu sua voz?
“Eu não toquei em você.” “Se eu soubesse o que houve, eu não estaria te perguntando” “você se superou dessa vez”
As frases ditas por SanHa ao encontrar com Yibo na universidade não saem da cabeça de Ji Yeon. Por que Yibo mentiria? Ele teria coragem de se machucar apenas para acusar SanHa? E se isso for verdade, que tipo de pessoa é Wang Yibo?
Recebe uma intimação para ir até a delegacia no dia seguinte, precisa fazer o reconhecimento do cara que a atacara naquela noite, ele fora preso, mas a policia precisa que ela o reconheça.
Não quer ir sozinha, mas não tem coragem de pedir a SanHa que vá com ela ou a Bo-ra e Moonbin, não quer envolver os amigos nesse assunto.
Por isso vai sozinha. É melhor acabar logo com isso.
-Hey. – a voz faz com que ela pare de caminhar e se vire para encará-lo, ele encara o chão, parece estar de certa forma lutando para estar ali. – está indo para a delegacia?
-Como você sabe?
Ele dá de ombros, ela decide não insistir na pergunta.
-Eu achei que você não ia mais querer falar comigo. – ela dispara e ele dá de ombros mais uma vez.
-Eu também achei, mas no fim das contas, acho que meus dias ficariam chatos sem a sua cara feia.
Ji Yeon não responde, sabe que SanHa a está provocando para aliviar um pouco o clima ruim.
-Vamos. – é o que ele diz e ambos seguem em direção ao ponto de ônibus.
No instante em que entram no ônibus, Ji Yeon senta em um banco próximo a janela, SanHa senta ao seu lado. A rua lá fora ainda está um tanto escura e nublada, o clima frio faz com que Ji Yeon mais uma vez se encolha dentro do casaco que veste.
Ela sopra o vidro, fazendo com que a fumaça de seu hálito embace a janela, usando o dedo indicador ela escreve o próprio nome.
Em um movimento delicado, SanHa se debruça por cima dela e antes que a fumaça se dissipe, ele escreve o próprio nome também.
-Uma forma de dizer que estivemos aqui, mas não vandalizamos os ônibus. – é o que ele diz com um sorriso infantil ao voltar ao seu lugar.
Ji Yeon desvia os olhos dele e encara ambos os nomes escritos lado a lado na janela do ônibus. Lee Ji Yeon. Yoon SanHa.
Há muito tempo ela faz isso, há muito tempo em sua janela não havia nada além do próprio nome, sozinho, solitário, mas agora não, agora de alguma forma ela não está mais só.
Desvia os olhos dos nomes que já começam a desaparecer e o encara. SanHa tem os pequenos olhos fechados e sua respiração está calma, ele parece cochilar.
Eu quero acreditar em você. –é o que ela se pega pensando. - eu acredito, não faça com que eu me arrependa.
Quando o ônibus para no ponto próximo a delegacia, ela acorda SanHa e ambos seguem caminho. No instante em que ela desce do ônibus uma corrente de ar gelado faz com que ela se encolha novamente, maldito frio.
-Você achava mesmo que esse casaquinho ia te proteger do frio que tá fazendo? – ela escuta SanHa falar e em seguida sente o casaco pesado ser atirado em seus ombros. – parece besta!
-Não pre... – mas antes que ela se manifeste, ele já está atravessando a rua.
Quando chegam a delegacia são informados que precisarão esperar um pouco até que o delegado apareça, mais uma vez os dois sentam lado a lado, aparentemente aquele dia será um chá de cadeira atrás do outro.
-Você não acredita em mim, não é? – ele simplesmente. Ji Yeon o encara, sanha não olha em sua direção, ele olha em frente.
-É um pouco difícil. – ela fala tentando não soar feito uma imbecil. – ele está machucado e eu meio que conheço o seu temperamento...
-Eu não bati nele. – SanHa continua, mas o tom de sua voz é brando, ele não está se defendendo, está apenas relatando fatos. – queria e deveria, mas não bati.
-Ele estava lá, não estava? –ela pergunta.
-Einh?
-No nosso bairro, na noite em que tudo aconteceu.
-Como você sabe disso?
-Então eu não delirei. – ela fala– eu lembro vagamente de tê-lo visto, eu o vi ou estou enganada?
-Você o viu.
-E o que...?
-Lee Ji Yeon? O delegado chegou.
Ela encara SanHa que lhe faz um pequeno gesto positivo com a cabeça, ela respira fundo e segue o policial delegacia adentro. 
-Vai lá. - é o que SanHa diz acenando em sua direção. - eu vou te esperar aqui.
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Gostaria que SanHa pudesse acompanha-la, mas infelizmente ele não pode. No instante em que é colocada em uma sala e o suspeito aparece do outro lado do vidro, ela sente o corpo inteiro congelar. É ele.
-É ele?
-Uhum.
-A GAROTA ESTÁ AÍ, NÃO ESTÁ? EI GAROTINHA VOCÊ ARMOU PRA MIM, NÃO ARMOU? VOCÊ E AQUELE SEU AMIGO RIQUINHO DO OLHAR ESQUISITO!
-Do que ele está falando? – ela pergunta encarando o policial.
-Eu não faço a menor ideia.
-FOI BEM ARMADO VIU? PARABÉNS! EU NUNCA IMAGINARIA QUE VOCÊ ERA UMA ISCA, VOCÊ ESTÁ MESMO DE PARABÉNS, SUA ATUAÇÃO FOI MAJESTOSA, VOCÊ DEVERIA FAZER NOVELAS NA TELEVISÃO.
-Eu não sei do que ele está falando. – o policial fala encarando Ji Yeon. – mas, como é mesmo ele, você já pode ir embora.
No instante em que sai da sala e se aproxima de SanHa ela recomeça a tremer.
-Hey, irritadinha o que aconteceu? – ele fala ficando de pé de imediato e se aproximando dela. – você está tremendo, o que aconteceu lá dentro?
-Ele me usou como isca? – ela dispara erguendo os olhos para encarar SanHa. – o Wang Yibo me usou como isca?
Por um segundo SanHa não se manifesta, ela lhe acerta um tapa forte no braço.
-ME RESPONDE! ELE ME USOU COMO ISCA, NÃO USOU? FOI POR ISSO QUE VOCÊ FOI ATRÁS DELE NA CAFETERIA, NÃO FOI? VOCÊ SACOU TUDO NO INSTANTE EM QUE EU TE FALEI QUE ELE TINHA COMBINADO DE ME ENCONTRAR E NÃO APARECEU. É POR ISSO QUE VOCÊ DISSE QUE NÃO BATEU NELE, MAS QUERIA?
-Ji Yeon...
-YOON SANHA!
-Sim. – ele responde se dando por vencido. – ele te usou como isca para pegar o maníaco e a culpa de tudo isso é minha... Eu sinto muito.
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Cap. 21- Você decide em quem vai acreditar.
Lee Ji Yeon
Quando acorda no dia seguinte constata que SanHa não foi embora, ele está sentado ao chão, as costas encostadas na cama e ele dorme.
Ele não dissera que iria embora no instante em que ela caísse no sono? Talvez ele tivesse adormecido primeiro do que ela ou algo do tipo.
Por alguns segundos ela fica sentada na cama encarando-o. Os detalhes de seu rosto fazem com que ela abra um sorriso. Ele passara tanto tempo irritando-a que ela nunca parara para reparar que Bo-ra estava certa, ele é sim um cara bonito, na verdade ele é bem mais do que bonito. As orelhas são pequenas, assim como o nariz e a boca, as bochechas são redondas o que lhe confere um ar infantil não apenas enquanto dorme, mas também quando está acordado, as únicas coisas que não são infantis nele é a língua que é mais do que afiada e a altura, SanHa é enorme.
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Por algum tempo ela apenas o encara. Por que? O que ela fez para ter alguém assim tão de repente cuidando dela da forma que SanHa cuida? Ela passara tanto tempo sendo excluída em casa, vivendo a sombra da irmã mais velha, se virando sozinha desde cedo, sendo intitulada de responsável quando na verdade os pais não ligavam para ela. Nunca fora cuidada. Aprendera desde cedo a se virar sozinha, mesmo estando na casa dos pais. Sair de lá para um quartinho caindo aos pedaços foi seu grito de liberdade, quando o fez e se encontrou verdadeiramente sozinha notou o quanto queria que alguém se importasse e de repente ali estava ele. Um desconhecido. Uma pessoa que poderia muito bem ter a ignorado como tantas outras já fizeram na vida, mas não, ele estava ali e por mais que ela tentasse entender a razão não conseguia encontrar uma.
Respira fundo e tenta descer da cama sem acordá-lo, mas seu esforço é em vão, já que no momento em que desce da cama, ao invés de pisar no chão, ela pisa nele.
-Au! – é o que ele diz se encolhendo.
-Oh meu Deus, desculpe. – é o que ela consegue dizer. – mas a culpa é sua por ter dormido no caminho. – ok, ela não estava toda tocada com o fato de ele estar cuidando dela? Pois é, não durou muito.
-Ok, da próxima vez durmo do seu lado na cama.
No instante em que ele dispara a frase JI Yeon sente o corpo inteiro começar a formigar.
-O...O que?
-Não precisa se empolgar irritadinha, foi uma piada. – ele fala enquanto levanta do chão. – seu pisão vai ficar roxo.
-Desculpe. – é o que ela consegue dizer. – você não disse que ia embora quando eu dormisse?
-Disse, mas acabei pegando no sono. O que foi? É proibido dormir agora?
-Você amanheceu mais afiado do que de costume. – ela dispara e ele dá de ombros.
-É um dom, sou mais simpático pela manhã como você pode notar.
Ela faz um gesto negativo com a cabeça e segue em direção ao banheiro, quando se apronta e volta ao quarto constata que SanHa está sentado na cama, os olhos fixos no nada a sua frente.
-SanHa?
-Einh? – ele pergunta desviando os olhos para encará-la. – desculpe eu viajei, vamos?
-Uhum.
Naquela manhã quando chega a faculdade Ji Yeon está cansada, não sabe se é por causa do trabalho na cafeteria ou se é efeito do remédio que está tomando por causa do acidente da noite anterior.
-Hey, o que você está fazendo aqui? – a pergunta de Moonbin faz com que ela revire os olhos.
-Bin não começa.
-Você deveria ter ficado em casa dormindo.
-Sério? Por que você não diz essas coisas para o meu chefe na cafeteria?
-Você está mesmo bem? Como passou a noite?
Ela dá de ombros.
-O SanHa dormiu lá em casa novamente.
-Por que você não assume logo que está namorando esse cara? – Moonbin dispara.
-Porque não estou.
-E por que não está?
Ji Yeon o encara. O que diabos Moonbin tem na cabeça? Ela e SanHa são amigos e nada além disso.
-Porque somos amigos.
-Não, eu e você somos amigos, esse cara é algo mais.
-Ele...
-Vocês já viram o Wang Yibo sunbae hoje? – Bo-ra interrompe a conversa se aproximando visivelmente chocada.
-Não. – Ji Yeon responde, grata por alguém ter mudado de assunto. – aconteceu alguma coisa com ele?
-Veja você mesma.
No instante em que o olhar de Ji Yeon segue a direção em que Bo-ra aponta seu corpo é mergulhado em um balde de água fria. O que é aquilo?
-WANG YIBO! – ela grita correndo em direção a ele. – o que aconteceu?
Ele a encara. O olho está machucado e um lado da testa está inchado e parece estar cortado. Por alguns segundos ele apenas a encara sem nada dizer, Ji Yeon o analisa. Yibo apanhou, é isso?
-Você realmente não sabe o que aconteceu? – ele pergunta de forma fria.
SanHa!
-Não, eu não entendo, ele disse que não tinha ido atrás de você ontem, ele me falou que foi tomar um café e então foi tomar um banho e...
-E você acreditou? É claro que você acreditou, ele é o cavalheiro de armadura reluzente enquanto eu sou o cara que te deixou esperando e que quase fez com que você... – ele para de falar, os olhos magoados.
-Eu não te culpo pelo que houve ontem. – ela fala ainda encarando-o. – você apenas se atrasou ou mudou de ideia, não sei.
-Meu celular descarregou e eu tive uma emergência em casa, eu queria ter te ligado de outro número, mas não decorei o seu ainda e...
-Não precisa se justificar está tudo bem.
Yibo puxa o casaco para cima da cabeça e quando a ponta do capuz atinge seu olho machucado ele faz uma careta.
-Eu preciso ir. – é o que ele diz. – estou feliz que você esteja bem Ji Yeon.
No instante em que ele caminha para longe Ji Yeon sente a cabeça começar a doer. Sanha dissera que não encontrara com Yibo, mas ao ver o estado em que ele está... SanHa mentiu.
Quando as aulas acabam ela fica ali, na entrada da faculdade, o coração aos saltos. Sabe que SanHa virá para acompanha-la até o cursinho e isso a deixa nervosa, não sabe o que está sentindo, não sabe o que dirá quando encontrar com ele.
-Hey, irritadinha! – a voz dele faz com que ela o encare.
Ele corre em sua direção, um sorriso bobo no rosto. Por alguns segundos Ji Yeon se pergunta a razão de ele ter mentido, quer dizer, ele sabia que ela encontraria com Yibo no dia seguinte, ele espera MESMO que ela não notasse os machucados?
-Por que você mentiu pra mim? – a pergunta e direta. O rosto sorridente de SanHa se torna confuso de repente.
-Oi?
-Por que você mentiu pra mim?
-Menti sobre o que? Ok irritadinha, você precisa ser mais específica.
-Yibo! Por que você me disse que não tinha encontrado com ele ontem?
SanHa respira fundo e pela reação dele ela nota que ele realmente mentira.
-Desculpe. – é o que ele diz. – eu não queria te chatear, eu encontrei o Yibo em uma cafeteria e meio que disse algumas coisas pra ele e...
-E encheu ele de porrada na frente de todo mundo?
-Einh?
-Você bateu no Yibo ontem.
-Eu não toquei naquele imbecil, o máximo que eu fiz foi dar um tapa na xícara de café que ele tinha em mãos.
-SanHa por favor para de mentir.
-Eu não estou mentindo, eu não toquei nele, queria, mas não toquei. Ele te disse isso? Ele disse que bati nele? Aquele filho de uma cadela mentiroso.
-Ele não me disse nada, eu vi o rosto dele.
-Você viu o que?
-A maneira com que você deixou o rosto dele.
-O Yibo está machucado? Isso é impossível, eu não toquei nele, eu...
Então ele para de falar, como se estivesse enfim entendendo o que Ji Yeon está falando.
-Não, ele não fez isso, fez? Ele jogaria tão baixo? Ele...
-Vem ver! – é o que Ji Yeon diz segurando a mão de SanHa e o arrastando faculdade adentro.
Yibo está lá, em um dos bancos, cercado por garotas que parecem bem dispostas a cuidar dele.
Ao avista Ji Yeon e SanHa ele fica de pé e retira o capuz da cabeça, mostrando os machucados que agora parecem ainda mais feios do que estavam pela manhã.
-O que diabos...? – é o que Ji Yeon escuta SanHa dizer.
-Vai continuar me dizendo que você não tocou nele?
Ela sente SanHa soltar sua mão e no instante seguinte vê que ele caminha em direção a Yibo, pé ante pé como se Yibo fosse uma colmeia de abelhas raivosas ou um animal muito perigoso.
-Dessa vez eu posso dizer que você se superou. – é o que ela ouve SanHa falar. –como você fez isso? Tacou a cara na parede? Pediu pra algum dos seus seguranças te bater?
-É engraçado que você esteja me fazendo esse tipo de pergunta já que você mais do que ninguém sabe o que aconteceu. – Yibo dispara.
Ji Yeon olha de um para o outro. O olhar de SanHa é confuso e assustado, enquanto Yibo parece firme.
-Se eu soubesse o que houve eu não estaria te perguntando, mas eu admito, dessa vez você se superou, de verdade.
-Por que você não para com o teatro e assume o que você fez?
-Assumir o que eu fiz? Eu nem toquei em você seu idiota!
-Todo mundo conhece seu temperamento Ddana.
-Não me chama assim. – SanHa adverte.
-Por que não? Esse não era seu apelido na época em que você usava aquele aparelho ridículo e não conseguia nem ao menos pronunciar o próprio nome?
SanHa não responde, mas Ji Yeon consegue ver que ele cerra os punhos, Yibo desvia os olhos do rosto de SanHa e encara os punhos cerrados, abrindo um pequeno sorriso em seguida.
-O que foi? Quer me bater de novo? Bate.
-Eu não toquei em você! –é o que sanha dispara, a respiração entrecortada pelo ódio.
-Os machucados no meu rosto dizem o contrário. – Yibo responde.
-Quando eu pensei que você não poderia piorar... – é o SanHa diz se afastando de Yibo. – você é doente! Você precisa de tratamento urgente.
-Acho que é você quem precisa Ddana, você realmente precisa aprender a controlar esse seu temperamento.
Ji Yeon olha de um para o outro sem saber como reagir, SanHa se aproxima dela e a encara firme, os olhos infantis estão tomados de raiva e resignação.
-Eu não toquei nele. – é o que ele diz. – mas, não vou perder o meu tempo tentando me explicar porque não preciso, eu não fiz nada.
-SanHa...
-Você decide em quem vai acreditar.
E sem esperar que ela responda, SanHa segue caminho.
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Cap. 20- Eu também gosto de você.
Yoon SanHa
-O que diabos você fez? – a pergunta é direta, de alguma forma SanHa sabe que ele teve algo a ver com o que aconteceu, desconfiara no instante em que o encontrara no local, mas depois do que Ji Yeon dissera, ele tinha certeza.
Procurara por ele durante horas até conseguir encontra-lo em uma cafeteria, tomando café como se nada tivesse acontecido.
-Você pode parar de gritar no meio das pessoas, irmãozinho? – é o que ele dispara no instante em que SanHa se aproxima.
-Você armou tudo aquilo não foi? – SanHa dispara ao encarar Yibo.
-Armei o que?
-Para de se fazer de idiota, eu sei que você armou tudo aquilo. – SanHa dispara novamente. – você combinou de encontrar com ela e a deixou sozinha de propósito, não foi?
Yibo não responde, a maneira com que ele apenas dá pequenos goles em sua xícara de café faz com que SanHa fique ainda mais irritado.
-RESPONDE! – o tapa vem, arremessando a xicara para longe e espalhando café por toda a mesa. Yibo não se move, apenas o encara de maneira firme.
-Quer saber a verdade? – Yibo dispara de forma suave. – a culpa do que aconteceu com ela é sua.
-Minha?
-Sim, por que você demorou tanto para aparecer? Se você tivesse chegado na hora certa, ela talvez nem tivesse se machucado.
As palavras de Yibo fazem com que SanHa se irrite ainda mais. Ele estava lá. Ele viu tudo e não fez nada? Ele a viu sendo atacada e não fizera nada para ajudar? Simplesmente ficara observando a cena? E se SanHa não tivesse aparecido? Até onde Yibo teria ido? Até quando ele teria ignorado o que estava acontecendo?
-Você estava lá? Você a estava observando? Você viu aquele cara ataca-la e não fez NADA?
Yibo sorri, aquele sorriso estranho que o acompanha desde a infância, o sorriso que sempre fizera com que SanHa se sentisse mal, encurralado, assustado.
-Eu peguei o cara. – é o que Yibo dispara. – não peguei? Ele foi preso, eu duvido que vá incomodá-la novamente.
-Você pegou o cara? Espera um segundo, você a usou como isca, foi isso?
Yibo dá de ombros como se aquilo não fosse nada de mais.
-Agora você não tem mais desculpas para dormir na casa dela.
A frase faz com que SanHa dê um passo para trás, se afastando de Yibo.
-O que você disse?
-Eu disse que se esse maníaco era o motivo para você a estar rondando e a seguindo feito um cachorrinho até em casa, você não precisa mais fazer isso.
-Você a usou como isca, arriscando a vida dela porque estava com ciúmes?
-Eu a estava fazendo um favor.
-Que tipo de favor faz a pessoa ir parar no hospital seu sociopata desgraçado? Você não mudou nada, sua cabeça continua tão fudida quanto era quando éramos crianças. Ela poderia ter morrido. Você não parou para pensar o que poderia ter acontecido com ela se eu não tivesse aparecido?
-Mas você apareceu, não apareceu? Como sempre aparece.
-O que você quer dizer com isso?
Yibo dá de ombros ficando de pé e encarando SanHa de perto.
-Você pode se afastar dela agora, não precisa mais bancar a babá, não tem mais ameaça para ela nas ruas a noite.
-Eu já acho o contrário. – SanHa dispara encarando o irmão. – você se tornou uma ameaça.
-Eu não machucaria ela, você ao contrário...
-O que é? Está me ameaçando? Você sabe que eu não tenho medo de você.
Yibo não se move, por alguns segundos fica apenas encarando SanHa, aquele olhar frio, distante, doente.
-Você está mesmo disposto a arriscar tudo por causa dela? Desde quando a sua vontade de me enfrentar cresceu tanto, irmãozinho? Que eu saiba, você sempre foi do tipo de evitar conflitos ao invés de mergulhar de cabeça neles.
-As pessoas mudam. – SanHa dispara.
-Mudam, mas não sei se é bem esse o caso.
-Do que você está falando?
-Eu acho que você gosta dela.
-É claro que gosto dela, não seja imbecil.
-Não, não estou falando em apenas gostar... – Yibo começa e então ri alto, a risada dele atrai a atenção de todos ao redor. – você está apaixonado por ela, não está?
-O QUE?
A maneira com que Yibo dispara aquilo faz com que SanHa mais uma vez de um passo para trás. Ele está jogando novamente, confundindo a cabeça de SanHa para que ele esqueça a real razão de estar ali.
Yibo costumava fazer isso quando eram menores, usar seus jogos psicológicos de sociopata manipulador para virar a mesa, para sempre acabar como vítima. Mas os dois não eram mais crianças e SanHa não está disposto a deixar que ele jogue..
-Fique longe dela. – é o que ele dispara da forma mais segura que consegue. – se você a machucar novamente, sua xícara de café não é a única coisa que você vai perder, você me entendeu?
-Isso é uma ameaça? Você sabe que só ela pode me mandar me afastar, você não tem poder nenhum quanto a isso.
SanHa respira fundo, ele está certo, Ji Yeon é a única que pode decidir se o quer ou não por perto e isso é frustrante.
-Se você a machucar novamente, eu te mato.
-Uma ameaça dessas em plena a luz do dia e com testemunhas irmão? Você já foi bem mais esperto do que isso.
-Está avisado!
Lee Ji Yeon
-Ele está lá fora. – Bo-ra fala no instante em que volta para o quarto, o desaparecimento de SanHa durante a metade do dia deixara Ji Yeon preocupada, ele desaparecera no instante em que ela mencionara o jantar com Yibo. – aconteceu alguma coisa?
-Não, eu só preciso... – ela começa levantando da cama. – você me ajuda?
-Não seria mais fácil pedir pra ele entrar?
-Bo-ra me ajuda.
A amiga se aproxima e ajuda Ji Yeon a ficar de pé, ela segue caminhando lentamente para não desmanchar os curativos que foram feitos em sua cabeça. No instante em que chega na porta do quarto, avista SanHa. Ele está sentado em uma das cadeiras do corredor.
-SanHa? – ele ergue os olhos de imediato para encará-la.
-O que você está fazendo fora da cama?
Ela se aproxima, sentando na cadeira ao lado dele no corredor, Bo-ra parece entender a deixa e se afasta, seguindo corredor afora.
-Volta pra cama. – é o que ele diz.
-Obrigada. – ela dispara fingindo não ouvir a ordem que ele acabara de lhe dar. – mais uma vez você estava lá e bem, eu não sei o que teria acontecido caso você não tivesse aparecido, então obrigada.
Por alguns segundos ele apenas a encara, os olhos castanhos infantis fixos nos seus como se procurasse algo, como se tentasse encontrar alguma coisa.
-SanHa?
-Ah desculpe. – é o que ele diz ficando de pé de repente e se afastando dela. – você precisa voltar pra cama, vamos eu te ajudo.
Ela não discute, caminha lentamente em direção a cama, ele vem em seu encalço.
-Onde você foi? – ela pergunta no instante em que deita.
-Eu fui tomar um café e um banho.
-A tarde toda?
-O que foi? Sentiu saudades? – ele pergunta e ela lhe faz uma careta.
-Eu só fiquei preocupada, quer dizer....
-Você ficou preocupada achando que eu ia atrás do Yibo?
Ela não responde, mas sabe que SanHa já entendeu o que ela quer dizer.
-Ele só se atrasou, só isso. – é o que ela diz.
Não está defendendo Yibo, na verdade está chateada por ele não ter aparecido, mas também não pode culpa-lo pelo que aconteceu. Ela que fora burra o bastante para esperar até tarde em uma praça escura sabendo que tinha um maníaco a solta.
-Não se preocupe. – é o que SanHa fala forçando um sorriso. – eu não fui atrás dele.
De alguma forma ela sabe que ele está mentindo, mas não quer discutir com ele, por isso faz apenas um gesto positivo com a cabeça.
-Boa tarde. – a voz do médico faz com que ela desvie os olhos de SanHa e o encare, ele tem um sorriso no rosto. – estamos prontos para te dar alta, te mantivemos em observação porque você bateu a cabeça, mas como você não apresentou nenhum outro sintoma, você já está liberada.
Sai com SanHa e Bo-ra do hospital, a amiga os deixa em frente ao cortiço em que Ji Yeon mora e segue caminho.
-Mais uma vez obrigada. – é o que ela diz.
-Você está mesmo bem?
-Uhum.
Por algum instante ela nota que SanHa está relutante, ele olha dela para a rua como se procurasse por alguém ou por alguma coisa.
-Ele ainda está por aí? – ela pergunta ao ver a inquietude dele.
-Ele quem?
-O maníaco de ontem a noite.
-Não, ele foi preso.
-Assim me sinto melhor.
-Eu também.
-Então eu vou entrar. –é o que ela diz. – nos vemos depois?
-Você está mesmo bem? Deveria ter pedido pra sua amiga ficar com você.
-A Bo-ra tem os compromissos dela, ela toca a loja da família sozinha e é complicado pra ela sair assim no meio da tarde. Eu estou bem de verdade, acho que vou entrar e dormir um pouco.
-E se você sentir alguma coisa?
-Eu te mando uma mensagem.
-E se não conseguir digitar?
-SanHa?
-Uhm?
-Você quer entrar?
Por um segundo ele não responde, então respira fundo e faz um gesto positivo com a cabeça.
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-Eu fico até você dormir.
-Tá certo.
Os dois seguem casa adentro, enquanto caminha Ji Yeon nota que SanHa olha ao redor como se procurasse por alguém, mas decide não dizer nada a respeito.
Já dentro de casa ela decide ir tomar um banho, quando sai do banheiro encontra SanHa sentado na cama, encarando os dedos da mão.
-Ei. – ela chama e ele a encara.
-Uhm?
-O que aconteceu?
-Você foi tomar banho...
-Não seja idiota, eu estou perguntando o que aconteceu com você.
-Comigo?
-Sim, você está estranho.
-Estranho como?
-Calado. Não fez nenhuma piada idiota o caminho todo e...
-Desculpa. –ele dispara e ela o encara firme.
-Oi?
-Desculpa pelo que aconteceu com você, desculpa por ter demorado para aparecer, desculpa por você ter se machucado por minha causa, desculpa por...
-Hey! – Ji Yeon o interrompe, se aproximando e sentando ao lado dele na cama. – para com isso, a culpa não foi sua. Eu não sei a razão de você estar se desculpando e se culpando pelo que aconteceu, mas você me salvou, na verdade você vem me salvando desde que nos conhecemos e eu não estou falando apenas das ameaças físicas, mas também de todo o resto.
-Como assim?
-Te ver é um dos pontos altos do meu dia. – ela fala dando de ombros como se aquilo não fosse nada de mais, talvez não seja mesmo, a verdade é que ela acorda feliz só por saber que encontrará com SanHa mais tarde, que ele falará alguma bobagem que a fará rir ou que simplesmente estará lá.
-O que?
-Não se finja de besta. – ela dispara. – você me anima e é bom estar perto de você, eu posso até dizer que gosto de você Yoon SanHa.
-O que?
-Ninguém nunca disse que gostava de você antes? – ela pergunta e então lembra que Yibo lhe fizera a mesma pergunta há algum tempo.
É triste saber que como ela, SanHa também nunca ouvira aquele tipo de “declaração”.
-Não. – é o que ele responde. – geralmente as pessoas dizem que eu irrito elas e me mandam pro outro lado do mundo.
-Como assim?
Ele ri tocando a cabeça dela de leve.
-Esquece, vá dormir irritadinha.
Ela dá de ombros e deita na cama, SanHa permanece sentado ao seu lado.
-Ei. – ele fala antes que ela caia no sono.
-Uhm?
-Eu também gosto de você.
Ela abre um sorriso e fecha os olhos, está exausta.
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Cap. 19- Cuida do jeito que você cuida de tudo?
Lee Ji Yeon
-Sabe o que eu não entendo? – ela fala no instante em que o alcança no corredor de música e o puxa pelo braço para que ele a encare. – é que você sempre se mete em tudo! Se meteu no meu almoço no dia em que nos conhecemos, se meteu na minha relação com o Yibo sunbae...
-Sua relação...?
-Ainda não terminei de falar, não me interrompa enquanto eu estiver falando. – ela dispara e SanHa fecha a boca de imediato. – você simplesmente se meteu em TUDO desde que nos conhecemos e eu não posso querer retribuir? Não posso simplesmente vir até o departamento de música e ter a ideia de tentar te fazer voltar a tocar? Eu vi a sua cara enquanto estava feito um idiota na chuva olhando aquele garoto tocar naquela noite depois do curso, eu vi que você sente falta, eu só quis fazer algo por você para tentar compensar pelo menos um pouco tudo o que você tem feito por mim desde que nos conhecemos e você me manda não me meter nas suas coisas? É claro que eu vou me meter, eu vou me meter até...
O abraço a pega de surpresa. Ji Yeon engasga no instante em que SanHa a puxa para perto e a envolve entre os braços em um abraço apertado. Por um segundo ela pensa em tentar se livrar dele, mas não consegue, por isso fica ali, ambas as mãos soltas ao lado do corpo, a respiração entrecortada.
-Me desculpe. – é o que ela escuta ele falar enquanto ainda a abraça. – eu não deveria ter dito pra você não se meter nas minhas coisas, é só que voltar a tocar envolve coisas que eu não sei se estou pronto para enfrentar no momento.
-Entendi. – é o que ela consegue dizer.
Ela sente SanHa respirar fundo e no instante em que ele ameaça se afastar, ela o envolve com ambos os braços, impedindo-o.
-Prometo perguntar antes de fazer mais alguma coisa. – ela dispara enquanto ainda o abraça.
-Você pode perguntar, mas não espere a mesma coisa de mim.
-Hey! – ela se afasta dele e o encara, ele tem um sorriso estampado no rosto.
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-O que foi? Eu nunca fui muito bom em perguntar as coisas mesmo.
Ela faz um gesto negativo com a cabeça.
-Obrigado. – é o que ele diz. – eu vou pensar a respeito.
-Hey! - ela chama no instante em que ele começa a caminhar na frente. - nós estamos bem?
Ele abre um sorriso em sua direção e lhe faz um gesto com os dedos que indica que está tudo bem novamente entre os dois.
Enquanto caminham juntos em direção ao cursinho Ji Yeon não consegue esconder a animação, SanHa vai pensar a respeito.
Enquanto assiste a aula daquela tarde ela se pega pensando nas duas situações as quais enfrentara naquela manhã.
Wang Yibo e a bolsa de estudos. A maneira com que ele simplesmente esfregou os fatos na cara dela e lhe deu as costas. E então SanHa e as aulas de música. Por que conversar com SanHa é tão mais simples? Por que com ele ela consegue dizer o que pensa e no final as coisas acabam sempre bem? O que tem de tão pesado em Wang Yibo que transforma todos os momentos em que ela passa com ele em algo dramático?
O toque de seu celular chama sua atenção e ela consegue ler a mensagem pela barra de notificações.
Encontra comigo hoje depois do cursinho para jantarmos e conversarmos?
Por um segundo ela pensa em negar o pedido dele, mas quando dá por si já respondera de maneira positiva. Ok, agora ela só precisa de uma desculpa para não ir com SanHa para casa, mas qual?
Não gosta de mentir para ele, por isso meio que foge antes da aula acabar, quando chegar ao onde Yibo combinara de encontra-la, ela manda uma mensagem pra ele dizendo que viera mais cedo para casa.
No instante em que chega na praça perto do restaurante, onde combinara de encontrar Yibo nota que a rua está mais escura do que o normal. Ok, ela só precisa esperar alguns minutos, eles combinaram de se encontrar as nove e meia e já são nove e vinte e sete.
Senta no banco olhando ao redor e se sentindo estranha de repente, um medo incomum tomando conta de si.
Nove e meia. Nove e quarenta. Dez horas. Dez e meia. Uma mensagem de SanHa perguntando onde diabos ela está. Ficara tão imersa esperando por Yibo que não se lembrara de mandar a mensagem dizendo que já estava em casa.
Retira o celular do bolso e no instante em que começa a digitar sente um puxão firme no braço. O celular se espatifa no chão a sua frente e ela ergue os olhos para dar de cara com uma pessoa que ela não conhece, mas que sabe que deve temer.
Ele está vestido completamente de preto. Ela conhece aquelas roupas, ela as vira na noite anterior enquanto ele saltava a janela do quarto vizinho ao seu no cortiço.
-Você não deveria estar sozinha a essa hora da noite. – é o que ele diz antes de segurá-la firme pela mão e puxá-la com força para que ela levante do banco.
Ela começa a gritar, mas os gritos parecem apenas atiça-lo ainda mais. Ji Yeon sente o instante em que as mãos dele começam a passar pelo corpo dela de forma desesperada, tocando todos os locais possíveis. Ela começa a acertá-lo com vários tapas, mas isso não faz com que ele se afaste, apenas o deixa irritado e ainda mais violento.
-HEY, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?! – o grito faz com que ele empurre Ji Yeon para trás, ela é arremessada em cima do banco de madeira e bate a cabeça com força.
A pancada faz com que seus olhos escureçam de imediato e ela sinta algo morno começar a escorrer por entre seus cabelos. Está sangrando.
O cara dispara praça afora, Ji Yeon ainda consegue ver o vulto negro desaparecer na rua.
-Hey, Ji Yeon, ei olha pra mim. SEU DESGRAÇADO!  Hey abre os olhos, olha pra mim.
Ela tenta focar no rosto dele, mas não consegue, seus olhos pesam e quando dá por si, tudo começa a escurecer.
-Não, você não vai fazer isso comigo, hey, abre os olhos, eu preciso que você fique com os olhos abertos. Merda!
Ela sente ele segurá-la firme e atirá-la nas costas, disparando rua afora. A cada passo que ele dá, a cabeça dela lateja ainda mais, por alguns segundos ela tenta se manter acordada, afinal sabe que se desmaiar, talvez as consequências sejam ruins.
-Você ousou MESMO tocar nela com essa mão suja?
Ela escuta a voz distante e tenta se concentrar no timbre, ela conhece aquela voz, certo?
-O que diabos você está fazendo aqui?
O diálogo parece distante, abafado como se estivesse acontecendo dentro d’água ou algo do tipo.
-Você tem alguma coisa a ver com isso?  Por que se você tiver eu juro por Deus....
-Você não deveria estar levando ela ao hospital? Eu cuido desse imbecil.
-Cuida? Do jeito que você cuida de tudo?
Por um segundo ela consegue erguer a cabeça e abrir os olhos o suficiente para notar duas silhuetas a sua frente, uma delas está completamente vestida de preto e caída ao chão, enquanto a outra está de pé.
-Ai! - o cara do chão reclama e Ji Yeon consegue notar que o que está de pé pisa em sua mão de maneira violenta, a cena de certa forma lhe causa arrepios.
-Leva ela daqui! Eu cuido disso.
E aquilo é tudo o que ela escuta antes de apagar.
Quando abre os olhos os rostos que vê ao seu redor fazem com que abra um sorriso.
-Oi. – a voz de Moonbin parece preocupada. – você está se sentindo melhor? Como está a cabeça? O que aconteceu? Quem eu tenho que matar?
-Calma Bin eu estou bem. – é o que diz na tentativa de acalmar o amigo. –o que aconteceu?
-E a gente é que sabe? – Bo-ra dispara. – a gente só recebeu a ligação dizendo que você estava aqui.
-Quem ligou?
-A mesma pessoa que te trouxe.
-E quem me trouxe?
Bo-ra faz um gesto com o queixo indicando uma silhueta sentada em uma poltrona próxima a cama do hospital.
-Ele, e ele parecia bem preocupado com você.
-Ah, você acordou. – é o que ele diz se aproximando da cama.
Ao encará-lo de perto Ji Yeon consegue notar que o pescoço dele está sujo de sangue.
-Oh meu Deus, você se machucou?
-Eu? Não.
-E esse sangue no seu pescoço e no colarinho da sua blusa?
-Esse sangue é seu.
Ela afunda na cama se sentindo ainda pior.
-Desculpe.
-Pelo que? Por tomar uma pancada na cabeça, quase morrer e quase me matar de susto? É você deveria se desculpar mesmo!
-Ei não briga com ela, ela acabou de acordar. – Moonbin dispara.
-Ela está aqui porque é teimosa. O que diabos? Por que você não me esperou como espera todos os dias? O que deu na sua cabeça de ir sozinha, einh? E se eu não tivesse aparecido? O que aquele cara ia ter feito com você?
-Não fala assim comigo, estou sentindo dor. – é o que ela consegue dizer fazendo beicinho, é melhor bancar a vítima para não ouvir mais verdades.
-Nem vem que você sabe que isso de bancar a vítima não funciona comigo, eu criei esse truque!
-Droga.
-Acho melhor a gente deixar vocês conversarem. – Bo-ra fala puxando Moonbin pelo braço. – eu vou buscar um café pra você Yoon SanHa e um suco pra você Ji Yeon.
Quando os dois seguem quarto afora, Ji Yeon encara SanHa, o olhar dele é firme.
-Por que você não me esperou? Eu pensei que estávamos bem, você ainda estava chateada por causa do professor de música?
-Não, não foi isso.
-E o que aconteceu então? Você poderia ter se machucado de verdade sua idiota.
Ela respira fundo, é injusto deixar SanHa se culpando pelo que acontecera, ela que fora idiota, ele não tem nada a ver com isso.
-O Wang Yibo, ele me chamou pra jantar e eu meio que aceitei.
-O que?
-Wang Yibo sunbae, ele me chamou pra jantar e eu aceitei, aí combinamos de nos encontrar na praça e ele não apareceu, então foi quando...
Antes que ela termine de falar SanHa dispara quarto afora sem nada dizer.
-O que...? SANHA! YOON SANHA!- ela ainda chama, mas ele não volta.
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youmakemewannadieff · 4 years
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Cap. 18- Não se meta nas minhas coisas.
Ji Yeon
Acorda e constata que SanHa ainda dorme, por um instante abre um sorriso lembrando de quantas vezes acordara de madrugada com o som de algum tipo de pancada. O quarto é pequeno e SanHa enorme, então, faça as contas.
Mas apesar de a noite com certeza ter sido um pesadelo pra ele, ele ficou. Está ali, permaneceu até amanhecer ao lado dela e um favor assim ela nunca será capaz de pagar ou esquecer.
Para chegar ao outro lado ela precisa literalmente pular por cima dele, quando o faz, acaba tropeçando em uma cadeira.
-Merda.
-Ei vai com calma. – a voz dele faz com que ela o encare. Por um segundo ela sente vontade de rir.
Os cabelos dele estão arrepiados, o rosto rosado e os olhos menores do que o normal, por um segundo ele parece um bebê gigante bem irritado por sinal.
Tumblr media
-Que horas são? – ele pergunta ao ver que ela não diz nada.
-São quatro, é o horário que eu acordo geralmente pra poder chegar cedo na cafeteria.
-Entendi. – ele fala se espreguiçando.
No instante em que o faz, acaba batendo o braço na cama.
-Ai, merda!
Ela ri se afastando em seguindo em direção ao banheiro. Quando sai já está pronta, SanHa está sentado na cama, abraçado a um travesseiro, os cabelos já estão no lugar certo, mas ele ainda parece um bebê gigante.
-Você já está pronta? – ele pergunta e ela faz um gesto positivo com a cabeça. – ok então, vamos.
Ji Yeon sai primeiro e SanHa vem em seu encalço, esbarrando em um vaso de plantas.
-Au, é sério, por que sua casa é cheia de armadilhas?
-Eu te ouvi batendo em todos os lugares durante a noite.
-Desculpe ter te acordado, mas é que eu não pensei que quando eu deitasse eu deixaria de caber no chão.
Os dois riem.
-Você vai ficar bem? – ele pergunta e ela faz um gesto positivo com a cabeça. – porque eu meio que tenho que passar em casa.
Ela mais uma vez o encara, sim ele AINDA parece um bebê gigante.
-Sem problemas, te vejo mais tarde.
-Ok.
Wang Yibo.
-Ele estava pulando a janela. – é o que ele escuta ao se aproximar de Ji Yeon, Bo-ra e Moonbin naquela manhã.
-E o que você fez? quer dizer, ele não te viu, viu?
-Não, quando a gente estava chegando lá, a gente se escondeu antes que ele pudesse nos ver.
-A gente? – Bo-ra pergunta e Yibo agradece por isso. – a gente quem?
-Sim o SanHa estava comigo, na verdade ele passou a noite lá em casa.
-O QUE?- a maneira com que Bo-ra e Moonbin perguntam isso transparece a urgência nos pensamentos de Yibo.
-Não é o que vocês estão pensando, ele passou a noite lá em casa porque não queria me deixar sozinho caso o maníaco voltasse.
-Own que fofo. – é o que ele escuta Bo-ra dizer.
-Bom dia. – no instante em que o vê , Ji Yeon abre um sorriso.
-Ah oi Sunbae.
-A gente poderia conversar um minuto?
-Claro.
Ji Yeon o segue, ambos se afastam das pessoas, seguindo até um canto isolado da faculdade.
-E então? Você está bem?
-Por que a pergunta? – ela estranha.
-Por nada, apenas fiquei preocupado com o lance do maníaco lá e bem, já que o Hyungjin voltou...
-Ah isso? Não se preocupe, enquanto estou dentro da faculdade ele meio que não se aproxima por causa do Bin e quando eu saio, bem... – então ela para de falar de imediato.
-O SanHa te acompanha?
-Uhum.
-Ele faz bem, foi isso o que ele veio fazer aqui ontem?
-Uhum.
-E atraiu toda aquela atenção como de costume, né?
-Você sabia que ele era um músico famoso?        
Yibo dá de ombros, não quer falar de SanHa, mas parece que o assunto é inevitável toda vez que estão juntos.
-SanHa era um músico promissor, mas por escolhas idiotas acabou acabando com a própria carreira.
-Eu pensei que o acidente com a mão dele tivesse acabado com a carreira.
-Vai bem além disso.
-Entendo.
-Então, na verdade eu vim te chamar para almoçar pra comemorar.
-Comemorar?
-A sua bolsa?
-Bolsa?
-Você ainda não viu os resultados? A bolsa da fundação, você foi selecionada.
Então sem pensar muito ela começa a saltitar no lugar, visivelmente mais feliz do que Yibo jamais a vira.
-Eu fui mesmo? Quer dizer, eu fui?
-Achei que já soubesse, os resultados estão pendurados no mural de avisos.
-Eu não vi, mas vou lá checar agora mesmo. Obrigada Sunbae!
Ela dispara correndo universidade afora, Yibo faz um gesto negativo com a cabeça, ela é no mínimo estranha.
Ji Yeon
No instante em que vê o próprio nome lá não consegue não começar a gritar feito uma doida. Tem bolsa, tem uma bolsa integral que garantirá que ela consiga se formar.
-Por que parece tão feliz? – uma das garotas que estivera lendo os nomes ao seu lado se manifesta. – como se você não soubesse que ia conseguir a bolsa.
-O que? Como assim?
-Wang Yibo.
-O que tem o Yibo sunbae?
-A empresa do pai dele é responsável pela fundação que oferece as bolsas, então pode parar de teatro agora, você já sabia que ia ganhar uma de qualquer forma.
Quando a garota se afasta Ji Yeon mais uma vez se sente mal. O que diabos? Yibo novamente? Mais uma vez ele se meteu em assuntos que não lhe diziam respeito? Mais uma vez ele fez com que todos os esforços dela não valessem nada?
-Não acredito!
Sem pensar muito ela segue em direção a sala de aula, quer falar com ele, quer dizer pra ele que não precisa de sua ajuda, que consegue muito bem se virar sozinha.
No instante em que o encontra ele sorri em sua direção, ela faz um gesto negativo com a cabeça e desvia o caminho. Não quer gritar com ele, não na frente de todo mundo.
-Hey, Ji Yeon. – ele se aproxima correndo e a segura pelo braço. – aconteceu alguma coisa?
-Por que você tem que sempre se meter em tudo? – ela dispara.
-Eu? O que foi que eu fiz?
-A bolsa! Ela não é da fundação que pertence a empresa do seu pai? Mais uma vez você se meteu nas minhas coisas, não foi? Eu já te falei que não preciso da sua ajuda, que consigo fazer as coisas do meu jeito e sozinha.
-Eu votei contra. – ele dispara e ela o encara visivelmente confusa. – as bolsas que são ofertadas pela fundação todo ano, eu votei contra, por mim elas nem sequer seriam oferecidas, agora por que diabos você está me acusando de ter te ajudado novamente?
Ela o encara por algum momento, as pessoas ao redor parecem estarrecidas com a conversa.
-Não adianta você tentar...
-Não estou tentando nada. – ele fala dando de ombros. – hey, Kang Tae! – um dos sunbaes que ia passando no corredor para pra encará-lo. – seu pai estava na reunião da fundação, você pode dizer pra essa senhorita qual foi o meu voto a respeito das bolsas?
-Ele me disse que você votou contra, ele ficou bem decepcionado e...
-Obrigado era só isso. – ele dispara ignorando completamente o outro sunbae e se virando para encarar Ji Yeon. – viu? Eu não tenho nada a ver com a sua bolsa, agora se quer mesmo acusar alguém, acuse o sócio majoritário da fundação, foi o voto dele que te deu essa bolsa e não o meu!
Antes que Ji Yeon possa discutir ele se vira e segue caminho. Ok e agora? Por um lado está aliviado por Yibo não ter nada a ver com a bolsa que ganhara, mas por outro lado, ele sabia que essa bolsa literalmente salvaria a vida acadêmica dela e votou contra?
Quando as aulas se encerram ela segue com Moonbin e Bo-ra para esperar SanHa, afinal ela sabe que de alguma forma ele aparecerá para acompanha-la até o cursinho.
No instante em que senta para espera-lo uma ideia brota em sua mente, ela fica em pé com um sorriso no rosto e encara os amigos.
-Ei vocês precisam me fazer um favor. – ela começa e Moonbin e Bo-ra a encaram.
-Fala.
-Quando o SanHa chegar, digam pra ele que eu estou naquele prédio branco ali esperando por ele.
-No departamento de música? – Moonbin pergunta confuso.
-Uhum, mas não digam pra ele que é departamento de música, só digam que estou lá, ok?
-Mas por que você não espera ele aqui? – Moonbin pergunta fazendo uma careta. – na verdade por que você não deixa eu e a Bo-ra te acompanharmos até o cursinho?
-Porque o SanHa já está fazendo isso.
-Para de ser assim Bin. – Bo-ra fala dando um tapa no braço de Moonbin. – deixa ele vir.
-Você está toda animada desde ontem. – Moonbin fala fazendo uma careta na direção de Bo-ra. – só porque o cara é bonito.
-Bonito? Você olhou direito? Eu quase não consegui respirar quando ele se aproximou.
-Sério? – Ji Yeon pergunta encarando a amiga. – o SanHa?
-Quer dizer que você não reparou no quanto ele é bonito?
-Eu... – Ji Yeon puxa pela memória, sim SanHa não é um cara feio, mas a ser assim tão lindo que Bo-ra não conseguiu respirar? Assim também não.
-O Bin é mais bonito. – Ji Yeon dispara e Moonbin sorri em sua direção.
-Você é cega? – Bo-ra pergunta e Moonbin lhe dá um tapa leve no braço.
-Aish!
-Vocês avisam? – Ji Yeon pergunta encarando os amigos.
-Tá a gente avisa sim!
-Obrigada.
Yoon SanHa
No instante em que entra na faculdade tenta agir da forma mais discreta possível, não quer chamar atenção da maneira que chamara no dia anterior. Olha ao redor, mas não consegue avistá-la. Ok, ela só sabe dar trabalho, é isso?
-Yoon SanHa? – a voz faz com que ele se vire para encarar quem fala e ao fazê-lo ele força a mente, o rosto não lhe é estranho, mas também não é familiar. – desculpe incomodar, eu sou amiga da Ji Yeon, ela disse que está te esperando naquele prédio branco ali.
SanHa segue com o olhar a direção em que a garota aponta e lhe faz uma reverência acompanhada de um sorriso.
-Obrigado.
-De nada.
Ele segue caminho o mais rápido que consegue. Por que ela não o esperara na portaria? Seria tão mais fácil.
-Hey! Irritadinha! – ele chama no instante em que a avista de longe.
Ela se vira para encará-lo, um sorriso no rosto.
-Por que não me esperou lá na portaria? – ele pergunta encarando-a firme. – me fez caminhar uns vinte quilômetros até aqui.
-Não seja exagerado. Vem aqui!
Sem pensar muito ela segura a mão dele e o arrasta prédio adentro, SanHa a segue tropeçando e resmungando o caminho todo.
-O que estamos fazendo aqui? – ele pergunta no instante em que ela abre a porta de uma sala e se enfia lá dentro, deixando-o do lado de fora. – irritadinha, o que você está aprontando?
-Vem, entra aqui! – ele escuta ela chamar.
SanHa abre a porta de forma cuidadosa e ao fazê-lo ele nota que estão em uma espécie de auditório, lá tem um palco e vários instrumentos espalhados.
-O que...?
-Eu pensei que você pudesse querer voltar a tocar violão. – ela começa encarando-o em expectativa. – quer dizer, eu falei com o coordenador do departamento de música e ele me deu isso.
Ela se aproxima e lhe entrega um cartão, SanHa o pega entre os dedos e lê: “professor Kim, departamento de música”.
-Ele disse que você podia procurar ele caso queira retomar o violão e...
-Vamos embora! – é o que ele fala amassando o cartão e o colocando no bolso da jaqueta. – meus dias de músico ficaram para trás e por mais que eu saiba que sua intenção em me trazer aqui foi boa... Por favor Ji Yeon, não se meta nas minhas coisas!
E sem esperar que ela responda, ele segue sala afora.
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