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Olhos negros.
Ela surgiu como uma brisa que atravessa o bambuzal em Kyoto — suave, mas capaz de mudar a direção do vento.
Carregava nos olhos a noite do Japão ancestral, escuros como o sumi em pergaminhos antigos, profundos como o silêncio do templo ao amanhecer. Seu olhar não apenas observava, ele atravessava — decifrava mundos, mas escondia os próprios.
Vestia preto como quem conhece o luto e a beleza do vazio. Seus cabelos — cor de fogo — lembravam as folhas vermelhas do outono em Nara, que caem em silêncio, mas deixam o chão tingido por dias. Era arte viva: uma mistura de harajuku e haiku. Punk e poética. Sombra e flor.
Ela falava pouco, como os mestres zen, mas cada gesto era um koan — um enigma que me fazia questionar minha própria existência. E sem dizer, ela me ensinou tudo: que coragem não é grito, é decisão. Que liberdade não é ausência de raízes, mas a escolha de voar mesmo com os pés no chão.
Foi embora como uma gueixa no fim da apresentação — sem fazer alarde, mas deixando o mundo menos silencioso. Desde então, toda conquista minha carrega o selo invisível dela. Todo risco que corro, todo salto que dou, carrega seu nome secreto.
Obrigado, olhos negros, por ser tempestade e calmaria. Por me lembrar que até na ausência, há presença.
ありがとう、くろい目のひと。
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The progress of a solar eclipse. This Changing World. 1933. Internet Archive
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