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Recolha-se a sua insignificância, sem alarde
Desfaça-se em meu próprio silêncio
E suma leve, feito sombra que não arde
Veja-se como um adeus discreto, sem peso
Sem lamento, nem afeto
Nada além de ecos do incompleto
Vejo-te como figurante da própria juventude
Uma presença em vulto sem magnitude
O mundo segue indiferente e apressado
Assim como eu, não da falta do que foi deixado
Não há tragédia alguma em ser passageiro
Vergonha há em ser cenário e nunca protagonista
Em não ter legado e nem roteiro
Não ser metade e nem inteiro
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não escrevo em fevereiro e em novembro
nem quando março surge pelas manhãs
ou quando junho me cobre em minha cama
não escrevo porque me lembro
dos dias em que minha caneta virou pá
dias em que escrever seria gritar com as mãos
dias em que todas as palavras eram covas rasas
onde não cabiam todos os nomes que perdi
e hoje levo risos nos bolsos como fósforos molhados
carrego ausências como quem carrega sombras
só tenho versos e gestos exaustivos e cansados
de quem aprendeu a conversar atrás das portas
e a colher silêncio como colher flores mortas
não escrevo,
porque escrever é convocar fantasmas
que já aprenderam a dormir.
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Flor de chá que se abre em água morna
Estação mansa, vento brando
Um pomar quieto, mas repleto de vontade
Chuva miúda que cai sem alarde
Aprende a se dobrar com as podas do tempo
A florescer sem régua, sem pressa
Sem ansiar tempestades que quebram
Sem adversas, queixas, sem clamor
Passos dentre folhas secas
Estalos de um passado
Entre o gesto e o eco
Entre o broto e a enxada
E ali ficou: no silêncio
No instante entre a dúvida e o desejo
Entre o querer e o deixar ir
Uma flor que não pede para ser escolhida
Espalha-se sem exigir calor
Sem saber por onde corre
Com a certeza de que sempre floresce no tempo certo
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Uma brisa que respira, agasalhos entre as árvores
Silêncio cortante e o pavor não compreender
O medo me desperta ao erguer o olhar aflito
Entro em pânico, apesar de não saber o que temer
Você da passos leves sob a terra fria
E as sombras se entrelaçam em alegria
O vento me sussurra promessas, expectativas
Vem-me a angústia de me perder em narrativas
Agora volto as árvores, tentando enterrar-te com graça
A terra é fina e o céu se divide entre a noite e o dia
Tento, tento, tento e em horas te esqueço
Presa entre grades de conexão, reação e vibração
Agora rainha da mudança e arquiteta do tempo
Um eco do passado ainda sussurra, acalento
Coberta de névoa e de silêncio, apesar, me pergunto
Será sempre esse o meu tormento?
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por ti, ainda não tenho
todo o sentimento do mundo.
mas aqui dentro, em algum
lugar, há algo querendo
nascer, ir um pouco além,
sabe?
ele existe na sua forma
mais pura e ansiosa.
ele cresce um pouquinho
mais sempre que te vejo.
tem ânsia de crescer,
ânsia de ter por perto,
ânsia de conversar.
é um pouco egoísta,
te quer todo e inteiramente
para ele, mais ninguém.
ele tem ânsia de você.
Elly.
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Triste, a desesperança me atinge. Quando penso em relações e suas complicações tudo sempre volta pra mim. Entre pensamentos e monólogos, me vejo presa a momentos que não existem mais. Presa a uma vida diferente sem muita clareza, sem tanta morte e sem tanto luto. Uma vida onde olhar para as fotos na parede tenham mais gosto de lembrança e menos gosto de sangue. Onde os erros de quem se ama são apenas erros, sem algo para concertar, superar, evoluir. Nunca vou admitir, mas até hoje penso que deveria ter sido você e que se o mundo não fosse tão amargo teria sido você. Talvez sejam apenas pensamentos insinceros desenvolvidos pelo tempo, mas isso me mata lentamente. Ainda sim, lembrar dos que vieram depois me decepciona mais. Nunca tive medo do amor, mas ultimamente a negação me abraça. Dúvida, incerteza, medo, insegurança. O que uma vez foram meus maiores atos de coragem, hoje já adormecem em coma debaixo d'água. Positivo ou negativo? Não sou mais a mesma, fato. O último, apesar de tranquilo, foi o único que me mandou embora com uma maleta cheia de incógnitas. Aterrorizada de realmente ser insensível, de não ter tato, de fazer muito drama, de ser o problema e o motivo e todos os erros. Aterrorizada de não ser tão evoluída como penso, de ainda ser uma lagarta tentando em um mundo de borboletas.
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talvez pare de chover, talvez o cinza ganhe cor, talvez o mundo gire, E quem sabe as estrelas não caiam... talvez a noite não seja tão escura E quem sabe seu brilho esteja em meus olhos, quem sabe, E quem sabe?
Fernando Oliveira
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estive fundo
dentro da minha consciência
arquitetando fugas
escrevendo demências
pro que poderia ser feito
pra que meu peito
embora
poeril
pudesse
ser
refeito
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lirismo.
o lirismo de cunho bárbaro
balançar dentre o conflito
limite entre a poesia e a prosa
dentre o barroco e renascentismo
do amor, da paixão, da arte, do ódio, da percepção de ser
do que será, do que virá, nada apesar das características
da física, da matemática, dos números e aritméticas
mais que isso, sobretudo o sentimento e o lirismo
dos versos livres, da liberdade, dos passos
insipiência da satisfação com o fato social
dentre linhas pautadas, lamento dentre os destroços
arruinada a métrica, esteja feito o festival
dentre as luzes, poderia prosear sobre paixão
sobre amor, sobre gostar e sobre amar
dentre os versos, poderia namorar a dificuldade de tradução entre os sinônimos
e derramar-te em ternura, carinho e emoção
dentre as sombras, poderia recitar sobre rancor e repulsa
sobre ira e ganância, antipatia e desafeto
versos e mais versos dentre paganini e chopin
afinidade pela aflição, com classe e qualidade
mas como valse sentimentale, compreende a transição
dentre a dualidade, de dois para um, simples e singelo
único.
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(sem título).
eu sou esse sabor de capim-limão e mel,
a visão obscurecida pelos óculos que te escondem,
o mar em tempo que enfeita o céu,
a lua que anda lentamente para não te perder.
a pressa dos dias que correm,
sou a rede que dança e canta pela casa,
um abraço de fim de noite após o contato
com o corpo de desconhecidos no trem lotado.
você me alisa as pernas,
quer saber de onde vim.
te demoro, onde é tão limitante.
eu sou um monte que anda o bastante.
desespero esse teu ar de desejo
de calcular o açúcar do café,
de duvidar se é o único em mim.
sou mel que escorrega rapidamente.
eu te respondo em linhas confusas,
deixo cartas em seu rosto marcadas
com vermelho que contorna minha boca.
te prefiro, chá que refresca.
lisonjeado, se pergunta o porquê
do asfalto nascer algo
e ainda assim, alguém desejar colher.
te digo, tenho verdade em vez de olhos.
o que somos, amor,
tudo isso é pouco e imensurável.
nos deitamos com nossas mentiras
e as sujeiras dos pés revelam o passado.
esquente água, coe o café, sirva-me,
na bandeja que me leva à cama
revele o frio e o vazio de ser tanto
e não ser nada além de amante.
23 de junho de 2023.
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Você é como uma cidade que nunca conheci.
Andando por aí, a sua fama não passou despercebida por ser tão interessante quanto sedutor. Me encantei pelas histórias, pelas fábulas e pelo sotaque característico que só tua voz sabia entonar. Alguns poderiam chamar de ilusão, porém, eu não. Gosto de chamar de fantasia. Você me contou dos caminhos, das madrugadas e das taças brindando, eu te contei dos meus céus cinzentos, noites sem lua e falta de mar. Éramos como um oposto complementar, morando em corações de signos gêmeos. Era de grande sutileza nosso desencontro, pois enquanto minha verdade era fixa e racional, a sua sempre foi vaidosa. Te mimei e envaideci para criar raízes na terra, mas só te impulsionei a voar cada vez mais longe. Meu amor te inflou até cruzar mais quilômetros do que os que já separavam nossos caminhos. Nada disso foi suficiente para que não me prendesse em suas narrativas mirabolantes, cheias de vilões e vilãs, mas nenhum jamais seria você. Sempre foi o príncipe das próprias histórias, eu sempre fui vilã das minhas, éramos uma dupla sintomática irrecuperável. O problema é que sua prepotência não previu o momento em que o sintoma não me bastaria mais, em que meu lugar de vilã seria questionado e, por consequência, você também. Me distanciei da sua certeza esmagadora e percebi que meus prédios eram de areia, minhas ruas eram de brisa e as histórias eram apenas versões, não verdades. Foi então que te percebi como uma cidade que nunca conheci. Uma cidade que sempre ouvi falar dos bares, das ruas e das luzes, mas nunca pude tocar com os meus pés e respirar o ar com meus pulmões. A distância era mais que física, era total. Você não me deu dicas sobre como me encontrar diante de suas encruzilhadas, ainda que me convencesse que sim. Foi pensando nisso que pisei em sua cidade, caminhei pelas suas areias, senti tua maresia. Foi lembrando de nós que contemplei o belo horizonte pela janela, sorrindo melancólica da ironia de estar no mesmo lugar que sua vaidade pela primeira vez em tanto tempo, porém sem a chance de te olhar no olho. Olhei pelas janelas da sua capital, tão longe da minha, pensando em como nosso mundo ruiu a ponto do nosso possível momento mágico ter se tornado a sepultura de tudo que construímos e destruímos ao longo dos anos. Nossa ligação é uma cidade fantasma que em nada reflete sua metrópole litorânea, destruída lenta e apressadamente até não restar nada além de pedras soltas, onde antes havia fortaleza, hoje existem apenas destroços.
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Naquela linha de trem eu seguia meio na corda bamba pelos trilhos. A paisagem desértica de vegetação morta não agradava as vistas trazendo uma energia de tristeza e angústia mas sabia que mais adiante encontraria uma exuberante mata verde repleta de vida. Carregava somente uma bolsa em mãos com o essencial e no coração a perseverança necessária junto a pessoas que seguiam ao meu lado porém, pouco a pouco, diante daquele caminho sem respostas ou previsão final, desistiam pelo cansaço e descrença. Em determinada altura daquela ferrovia peguei-me andando solitária ao longo da via férrea, já não havia ninguém a compartilhar os novos aprendizados e descobertas, consolar-me em meio a tantas dúvidas que pairavam no ar ou sequer amenizar a dolorosa solidão que a cada dia pesava mais; e sob as estrelas clamava silenciosamente para chegar a próxima estação o mais depressa possível. Havia uma fome e urgência dentro de mim que eu não sabia explicar. A exaustão e desânimo começaram a despontar do peito que outrora cheio de fé mostrava-me que eu era ainda apenas um ser humano falho. Sentei-me para um merecido descanso enquanto observava o céu noturno e notei que naquela noite não havia um manto estrelado sob mim somente o breu a fazer-me companhia. E ali eu pude compreender que mesmo que não haja perspectiva, sinais ou uma luz que fosse, era a forma que o divino tinha de dizer-me “eu sempre estive aqui ao seu lado, mas você nunca me ouviu até eu remover tudo que impedia que você voltasse para casa.”
@cartasparaviolet
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Não consigo dizer isso com o peito leve, o egoísmo, a possessividade, a obsessão jorram com meu sangue. Eu não quero ser seu amor, ser a esposa que aquece sua cama, a amante que você visita toda quinta-feira à noite. Eu quero ser a memória que dança em você, eu quero ser aquele que te assombra. aquele que você grita o nome quando goza dentro de outro alguém. eu quero ser a memória cruel que queima. aquela que você queria que fosse a mãe dos seus filhos. eu quero ser seu maior arrependimento.
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Maré
deixa a maré te carregar até mim
escuta
as ondas e a brisa do mar
e deixa guiar-te até o silêncio
deixa te resguardar do passado
arquitetar o futuro
e estruturar um esboço do que seria
embrulhar-te em ternura
quando quiseres enterrar corpos debaixo d’água
espia por cima das ondas
luz azul, atenderei seu pedido
te inundo, transbordo como atlântida
e por vezes, segura a respiração
não tenha certeza sobre nada vermelho e flamejante
por vezes, saiba que o verdadeiro é azul
e volta a superfície sem se afogar
compreende que facilidade não é o substantivo mais adequado
que o medo existe, a preocupação do volátil ser mais fascinante, mais cativante
e assim te peço: escuta, sente, vê
percebe como o mar abraça até quando destrói?
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Incandescente, arrebatador, fumegante, tropical. Congelado, indiferente, álgico, cruel. Ausência com um toque de personalidade, caráter. Simultaneamente lilás e vermelho neon, daqueles que iluminam o bar inteiro. Um domingo seguido de uma sexta-feira à noite. E eu ainda não sei o por quê de tanta ira misturada com desejo e apatia. A vontade de sangue, suor e lágrimas. Do literal, do verdadeiro, da carne, da dor. Sentimento de querer fugir depois de colocar a máscara de novo, com suas exceções (poucas? você). Autodestruição com carinho. Me sinto como antônimos completos, perfeitos. Sonho em largar a racionalidade no meio da rua pra que ache seu próprio caminho. Não faço. Perigoso, continuo de mãos dadas, olhando para os dois lados. Mas confesso que um machucado não me faria tão mal assim. Confesso, confesso. Gosto do sentimento de não pertencer, do torpor que acompanha. Gosto quando a noite vira um borrão de luzes bonitas e também gosto do seu rosto, o que me confunde um pouco. Odeio a responsabilidade do cuidado, dos outros e de meu próprio. Confuso porque posso citar muitas coisas que gosto em você mesmo odiando o mundo. Tenho medo de machucar, porque posso e tenho a certeza de que consigo, sem merecimento. Encontro outros corpos pra jogar fora. Quero manter o seu na geladeira, apesar de não ter certeza da possibilidade porque no sábado me vem a incerteza e na segunda o borrão continua. Mas no domingo é bonito, ô se é. Necessário, talvez.
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O tempo passa e eu ainda sinto o amargor da saudade gritando no peito, e eu sou gente, disso sou sabido antes mesmo de saber o que “gente” significava, sou de carne e osso já deveria saber que saudade é humano. Mas ainda assim, me privo do que é feito o homem, me privo das memórias, dos seus calos nos dedos, da sua boca carnuda, as palavras que de alguma forma ainda residem em algum lugar no vento. Me privo da saudade como se me privasse de comer, sentir o álcool descendo a garganta e da queimadura dos cigarros na ponta de meus dedos. Me privo de viver a dor, a perda, o luto. Cortei meu cabelo curto porque a memória da sua pele ainda assombra os fios negros dele, as memórias me doem e delas não quero mais ser feita.
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Você pode ficar se quiser, a escuridão já caiu. Fique à vontade. Clareie o ambiente ou deixe a meia luz, coloque um som de sua preferência e sirva-se do que você quiser inclusive de mim. Podemos conversar até altas horas, assistir um filme qualquer na televisão ou simplesmente curtir a presença um do outro com um bom drinque a meia noite. Sabe o quanto eu aprecio o silêncio e as madrugadas; em meio a sua quietude eu consigo sentir no ar a atmosfera ambiente e ler o que o momento está por dizer. Não há pressa nem tempo entre nós, talvez uma urgência em entregar-se a esse sentimento que grita abafado o quanto pertencemos um ao outro. Deixe-o extravasar. Mesmo com toques de delicadeza eu não sou de porcelana, pode acreditar. Então não tenha receio de agarrar-se a mim como se o fim do mundo estivesse diante de nós. O único apocalipse que eu me interesso é o da revelação de sua alma que anseia por abrir esse coração que pulsa sem voz. Deixe-o falar. Preciso saber o que se passa aí nesse interior. E não falo de sua mente, ela é bem nítida para mim. Quero ouvir o som da melodia do seu coração a tocar ressonante ao meu, unindo versos e estrofes distintas para criar a mais bela canção de amor que somente nós dois podemos escutar.
@cartasparaviolet
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