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bentiedemann:
“Eu não vou desmaiar” protestou. Já era um grande avanço para Benjamin aceitar que havia ficado inconsciente duas vezes, ainda assim, não iria assumir que aquilo poderia acontecer de novo. Benjamin era orgulhoso quanto à própria resistência, estava pronto para arregaçar as mangas e aceitar o desafio de Hector quando percebeu que, de fato, não teria como vencer alguém que não estava machucado. “Deixa quieto então. Foi meio que os dois, eu cai de cabeça e caiu coisa na minha cabeça e eu caí” tentou explicar, com sua didática impressionante. Honestamente, não se lembrava da exata ordem da cascata de eventos, apenas de sentir o terremoto e acordar entre destroços do templo de Júpiter. “É sua irmã?” perguntou, indicando a garotinha inconsciente. Se Hector não estava ferido, a semideusa na cama ao lado era a ��nica explicação em que Benjamin conseguia pensar para encontrá-lo ali.
Fazendo um leve beiço, Héctor balançou a cabeça para cima e para baixo de maneira suave com a explicação do outro, sem saber realmente o que dizer. Apenas que ele parecia confuso. “Talvez essas duas... Três coisas tenham te afetado um pouco. Não me surpreende que não te deixam ir embora.” E então olhou para Maria. Uma melancolia tomou seu olhar de maneira instantânea. “É sim.” disse, a mão alcançando seus cabelos, com muito cuidado para não machuca-la (embora estivesse desacordada) ou prejudicar os pontos que ela havia levado no topo de sua cabeça e também na testa. “Ela, uhm, também caiu. E teve coisas caídas na cabeça.” explicou, voltando a olhar para Ben então. Um sorriso desconfortável tomou seus lábios. “Então acho que poderíamos dizer que você levou sorte, Ben.”

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applejack-rp:
Olhando a lâmina ruim da espada, Aidan deu um sorriso. “Me deram uma espada ruim já. Ninguém daria uma espada boa para alguém que não sabe nem empunhar uma. Pelo menos eu não daria.” Ele sempre teve um pé atrás com todos os caras com quem tinha algum tipo de relação, fosse amigo, fosse vizinho, fosse colega de trabalho. Ele nunca conseguiu confiar em nenhum homem, talvez nem no próprio pai, então Aidan também teria um pé atrás com o cara, mas sempre foi muito bom em não deixar tal desconfiança transparecer. “Claro!” disse ele entregando um cigarro ao outro logo antes de se apresentar. “Meu nome é Aidan. Sou novo por aqui, ainda não peguei o jeito da coisa.”
“I feel you, bro.” disse com a boca torta. Héctor sempre ganhava estúpidas espadas de madeira para treinar. Como se ele fosse matar alguém durante o treino... ‘Bem, eu acertei Beatrice no rosto’, considerou. Quando recebeu o cigarro, Héctor sorriu, pegando-o. “Bem vindo a bordo, Aidan. Esse lugar é uma merda.” E apesar das palavras, disse tudo com um ótimo humor, oferecendo a mão para o outro. Ele colocou o cigarro entre os dentes: “Tem um isqueiro?” E depois disso: “Meu nome é Héctor. Filho de Trívia. Estou de volta depois de muito, muito, tempo, então estou bem enferrujado quanto a normas sociais do acampamento.” Se apresentou apropriadamente. “Para se ter uma ideia, da última vez que eu estive aqui, ainda vivíamos em coortes.” disse de sobrancelhas erguidas. “Então, tendo tempos difíceis por aqui?” perguntou se referindo à espada ruim que agora estava pior ainda. “Se me permitir perguntar o porquê de você estar assim, é claro.”

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s-darkholme:
É… Se tem uma coisa pior do que ficar sem refeitório é ficar sem um teto para dormir, não que dividir chalé com os filhos de Hermes fosse ruim, mas sente falta do seu canto, de uma cama pra chamar só de sua e de um lugar com espaço suficiente. Scott encara onde antes era o chalé de Hécate, onde antes estavam suas coisas e que agora repousam apenas entulhos e estuda uma forma de limpar aquilo tudo em mais um dia de organização do acampamento. - Héctor… - O loiro se volta para o outro com ar de preocupação. Não o via desde o dia do terremoto, o qual ajudou a irmãzinha do rapaz e ele, só então percebeu que não foi atrás deles para saber como estavam, pois estava preocupado demais em querer sair do chalé atrás de seja já o que fosse aquilo. - Isso, enfermaria. Como a Maria está? Ela está bem? E você? Eu fiquei preocupado.
Ele soltou o ar de seus pulmões longamente, inflando as próprias bochechas. “É, bem, ela está bem. O tanto quanto poderia estar.” Ficou em silêncio por um segundo, olhando para o chão. “Sabe, eu apenas estou grato que ela continua respirando. Ela... Ela não acordou ainda.” Por quanto tempo? Não saberia. Cada dia a mais estava colocando na conta de Belona. “E eu já estive melhor.” Sorriu de maneira desconfortável. “Apenas preocupado.” Talvez “perdido” ou “desesperado” também fosse uma boa palavra para descrever seu estado de espírito, pensava ele enquanto adentrava o chalé para começar o trabalho (aquilo estava uma bagunça). Com as mãos na cintura, analisou os escombros do chalé, com mais facilidade agora que a luz entrava pelas janelas. Ao ver que havia alguns pedaços que seria capaz de carregar sozinho lá para fora, colocou as mãos na massa. “E você?” voltou-se ao meio-irmão. “Gastou bastante energia naquela noite. Já se recuperou?”

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“Não exatamente. Quer dizer, você acabou de ferrar completamente com essa espada aí.” ele encolheu de ombros. É claro, Héctor não era o melhor guerreiro do mundo - muito longe disso. Mas os seus quatro anos de acampamento muito tempo atrás o ensinaram uma coisa ou duas sobre o cuidado básico com as armas. E, quanto a espadas, havia escutado um tópico bem específico de como era proibido ficar golpeando árvores ou outras coisas não cortáveis com elas e os efeitos negativos que isso trazia na arma, e também nos braços e ombros de quem a empunhava. Aparentemente aquilo acontecia bastante para terem criado um tópico só para aquilo. “Na verdade eu ia perguntar se não tem mais um.” Ele estava, digamos, “sóbrio” de cigarro há uns dois anos, quando sua vida começou a perder cor e ele parou para pensar “que porra eu to fazendo comigo mesmo?”. Mas, ultimamente, estava precisando.

Aidan tinha terminado de ler mais um livro debaixo da arvore que já tinha se tornado um tipo de amiga. A única amiga de Aidan naquele lugar. Filho da discórdia, seguir asiáticos de amarelo, maçãs amaldiçoadas, terremotos e ameaças vindas do chão. Era um mundo novo e ele não estava lidando cem porcento bem com tudo aquilo ainda. Era tão confuso ver que sua vida toda era uma mentira e ao mesmo tempo ter que lidar com um fardo divino que ele não entendia ainda. Sua cabeça estava prestes a explodir. Ele precisava fazer alguma coisa, então pegou sua espada e foi fingir que treinava alguma coisa já que ele não sabia nem como empunhar aquele pedaço de ferro pesado. Dava golpes e mais golpes na madeira e fingia que seu alvo eram todos os seus problemas enquanto descontava todas as noites mal dormidas e dores ali; até que se cansou. Suor começava a escorrer por sua testa e seu braço doía de segurar a espada errado. Ele não costumava fazer aquilo, nem sabia se era permitido isso naquele acampamento, mas ousou tirar da bolsa um maço de cigarros e acender um. Ele não gostava de ser fumante, mas ele sempre recorria a nicotina nos momentos mais difíceis e aquela transição estava sendo horrível. Ao ver alguém se aproximar ele pensou em esconder o cigarro, mas chegou a conclusão que não ligava para isso e que se quisessem delata-lo ou algo assim ele estava pouco se fodendo. “Se vai me falar pra apagar, quero lembrar que estou armado.” Disse claramente cansado.
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@s-darkholme
Ok, Héctor não fazia a mínima ideia de como fazia para reconstruir um chalé. Normalmente só teria contratado alguns pedreiros e estava feito. Mas agora tinha que fazer isso com as próprias mãos, o que era muito mais difícil. Bem, mas não era hora de pensar nisso agora. Iriam por passos. A primeira coisa que deveriam fazer era tirar os destroços de lá de dentro, limpar tudo, ver o que era e não era reaproveitável. E depois reconstruiriam. Ainda bem que tinha um meio-irmão... ‘Mais, um no caso. Mas dessa vez é da parte olimpiana.’, pensou ele. E falando nele... “Hey, Scott.” disse com um sorriso simples, um pouco cansado. Mas não por conta da presença do loiro. Na verdade, até ficava contente que ele estava ali. Salvou a vida de Maria. Conhecê-lo melhor era o mínimo que deveria fazer. “Pronto? Temos bastante coisa para limpar. Eu pelo menos sinto falta da minha cama, a enfermaria não é muito confortável.”

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“Bem, talvez você tenha razão.” O chalé de Poseidon não ficava assim tão perto do chalé de Trívia para Héctor ir lá se meter no que a garota estava fazendo. Mas já que estava sem teto por enquanto, havia parado para olhar um pouco de cada chalé. E ele analisando o material de que a maioria era feito, inclusive o de Trívia, ele conseguia imaginar o porquê de ter desabado tão facilmente - embora, sim, tivesse sido um terremoto fortíssimo. “Mas, sabe, eu acho que se tiver outro terremoto daquele, não tenha organização que vá impedir essas coisas de caírem. Quer dizer, o meu chalé inteiro caiu, imagine então algumas pecinhas?”

Primeira coisa que Nerissa fizera na manhã fora ir à frente do chalé de Netuno e Poseidon e reorganizar tudo. A garota apenas desviou a atenção da tarefa em suas mãos quando viu alguém se aproximando. ❛ —— Não sei você, mas eu estou reorganizando todas as coisas para que não estraguem novamente.—— ❜ Já estava prevendo que alguns a julgariam, mas continuou a mover cada uma das peças - e o chalé possuía muitos, nunca havia notado antes -, para que não houvesse risco de nenhuma cair. ❛ —— Se uma coisa acontece uma vez, é muito provável que acontecerá novamente e eu não vou arriscar.—— ❜
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“Eu topo!” respondeu ao outro. “Vamos ver quantos ‘pedala, Robinho!’ você consegue levar sem desmaiar.” e então soltou a risada, balançado a cabeça de um lado para o outro. Pelo menos teria um pouco de humor ali. Apenas ficar sentado ao lado de sua irmã inconsciente era depressivo demais. E agora Maria havia ganhado o seu próprio eletrocardiógrafo. Como tecnologia não era algo muito bem aceita pelo mundo semideus, aquilo era um verdadeiro privilégio. Mas com a garotinha se mantendo inconsciente por dois dias... Bem, eles realmente iam precisar de algo que os indicasse quando algo começasse a sair do eixo. Ou melhor, sair mais do eixo. “Mas seria meio injusto, você nunca ia conseguir ganhar de mim.” ele encolheu os ombros. Não estava machucado, afinal. “Caiu de cabeça, foi? Ou algo caiu em você?”

“Vocês conseguiram, eu vou ficar aqui” resmungou, sentado em uma das macas da enfermaria. Um filho de Febo havia o orientado a ficar deitado, entretanto, Benjamin sempre manifestava explicitamente o traço da hiperatividade, não podia simplesmente ficar parado se recuperando quando possuía tanta energia. “E agora? Ainda não sei o que querem observar, querem ver se eu desmaio de novo ou o que? Minha cabeça ‘tá boa, ‘tá doendo, mas ‘tá boa. Eu tenho mesmo que ficar aqui?” Àquela altura, os semideuses que lá trabalhavam sequer o respondiam. “Beleza, eu faço o que então? Não tem nada pra fazer aqui, lugar chato demais. Acho que a gente podia fazer um jogo, cada um leva um tapa no lugar que foi machucado e quem gritar primeiro perde, quem topa?”
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mrrienet:
“Olá.” Marienette fez um pequeno sorriso e assentia com a cabeça, enquanto ouvia o garoto “A sua irmã não teve nenhum melhoramento… Ela está num coma que ainda não conseguimos descobrir o que lhe causou. Você tem alguma informação sobre a sua irmã que nos possa ajudar?”
“Oh.” soltou apenas, decepcionado. Dois dias dormindo? Aquilo não parecia normal. Ou melhor, aquilo não parecia muito mortal. Será que Belona realmente faria de sua irmã refém para mantê-lo na linha? Ou aquilo era puramente fruto do acidente e, na verdade, seu tempo estava se esgotando? “Ela estava dormindo no meu chalé quando tudo aconteceu. O chão começou a tremer, e... O teto caiu em cima dela. Eu acho que algo a acertou na cabeça, estava sangrando. É tudo o que eu sei.” Mentia, é claro. Mas não sabia muito bem se devia compartilhar o seu segredo. Invés disso, ele umedeceu os lábios, ansiosos. “Existe algo de incomum com ela?” perguntou, um tanto incerto. “Tipo, eu não sei... Coisas que pessoas em coma normalmente apresentam, mas ela não?”

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warchildxbea:
“Não se preocupe, eu tenho quase certeza que foi, mas uma dorzinha não faz mal. É até excitante.” deu uma piscadela na direção do garoto, então riu em seguida. A mulher não se incomodava com acidentes de percurso durante um treino, até porque depois de tantos anos havia conseguido ter uma boa tolerância a dor e, portanto, era fácil fazer piada com aquilo. O que poderia não acontecer quando ela socasse alguém já que nem todo mundo está preparado para um soco realmente forte. “Enfim, acho que podemos fazer isso outra hora, talvez eu tenha te irritado um pouco. Quer apostar uma corrida até o lago?”
Teve de rir junto com ela, sem saber realmente o que dizer. Cansado, apoiou as mãos nos joelhos, ofegando, quase com a língua para fora como um cachorro exaurido. “Bem, você realmente sabe como entrar na minha pele, filha de Ares. Primeiro me vez beber, agora me vez te socar? Quase não me reconheço perto de você.”, brincou Héctor. Caramba, ele estava exausto. Há quanto tempo não fazia atividades físicas? Ao menos, daquele porte? Muito tempo. Imaginava que a mágica não poderia o salvar agora. Mas invés disso, simplesmente disse: “Claro.” e recompôs sua postura, limpando o suor de seu rosto com o ombro. Deveria ir além de seus limites. Deveria fazer Belona feliz. Por Maria. Não poderia continuar em sua zona de conforto. “Vamos lá.” disse, se posicionando ao lado dela para correr. ‘Eu vou perder tão feio...’. “Um...” será que uma pequena e amigável trapaça o mataria? Ele não esperou o três. “Já!”

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“Uhm... Hey! Com licença.” se aproximou da outra semideusa um tanto envergonhado. “Você é filha de Apolo, certo?” Para ser honesto, ele não fazia a mínima ideia. Passou várias horas naquela enfermaria, e com tanto entra e sai de gente, não sabia dizer o que cada um era realmente. “Sabe me dizer se tiveram algum progresso com a minha irmã? Sabe, a menininha.” Pelo que sabia, Maria era a única criança de 5 anos daquele lugar.

- Você está otimo! Agora é só descansar um bocado e não mexer o braço- Assentiu com a cabeça, falando com o semideus que estava a acabar de tratar os ferimentos por causa do incidente da noite passada -Mais alguém para tratar?-
#resumo da ópera: o telhado do chalé de Trívia caiu na guria e ela ta desacordada desde então#porém viva#e belona disse q ela vai continuar apagada até q o hector prove o valor dele pra ela ou something like that#mrrienet
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Ah, malditos deuses da guerra. Tudo bem, treinar com uma filha de Marte com certeza era a melhor maneira de conseguir os resultados que precisava, mas ela tinha que ficar falando o tempo todo? Héctor estava ficando irritado. Uma coisa era estar dez anos sem pegar em uma espada, o que ele admitia que o deixava um tanto desajeitado, mas ele estava começando a se sentir uma ameba. Talvez fosse a raiva que tivesse o dado um empurrãozinho para acertar em cheio o rosto de sua oponente.
“OH! Meus.. deuses...”

“Perdão Bea, não era pra ter acertar de verdade. Você ta legal?” Não pode dar um sorriso, no entanto, junto com uma pequena risada. Mas apenas porque ela ria. Deuses, lutar era muito mais difícil quando não podia usar seus poderes.
Os passos de Beatrice, por mais calculados que fossem, não podiam prever os passos alheios, logo, era difícil manter a mesma estratégia por muito tempo, por mais que estivesse sendo bem sucedida por enquanto. “Ergue a guarda!” expressou no momento em que fingiu acertar o rosto do outro. “Mexe mais esses pés, isso tá uma droga.” franziu os lábios, desviando de um golpe. “Espada erguida, golpes redondos. Não estoque porque você não está usando uma lança e não coloca o braço na frente, você tá sem escudo. Passo para trás, volta para frente e…”
“Okay, eu gostei disso.” a semideusa riu, massageando o maxilar.
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Héctor estava sentado em frente a maca, aflito. Os pés estavam apoiados nas barras de sustento de seu banquinho, os cotovelos nos joelhos, e as mãos escondendo a boca. Suas sobrancelhas, contraídas, o mostravam pensativo, e os olhos, vermelhos, mostravam que, ao menos uma vez naquela noite, havia chorado. Ou seria apenas o sono? A noite se estendia madrugada a dentro e o uruguaio não abandonava a sua vigília. Mantinha o olhar atento sobre a garotinha desacordada, não perdendo nenhum detalhe, principalmente no movimento de seu peito – era sutil, fraco. Não estava respirando muito bem. Mas se parasse de respirar, Héctor saberia.
E por mais imóvel que estivesse, por mais quieto e rijo se mostrasse naquela enfermaria, sua cabeça estava a mil. Héctor permanecia escutando, milhões e milhões de vezes, uma pequena frase se rebatendo em ecos: como isso tudo havia acontecido? Afinal, ele sempre fora tão precavido. Sempre esteve um passo à frente de todos, prevendo movimentos. Muitos poderiam não concordar, mas a esperteza simples de Héctor poderia derrubar o semideus mais bem treinado daquele lugar, afinal, ter tudo sob controle era mais do que meramente uma característica – era seu trabalho. Ganhava a vida com aquilo. Não havia margens para erros. E mesmo assim, sentiu que havia falhado com Maria. Talvez devesse ter seguido seus instintos, como sempre sentiu, e tivesse cuidado da menina no mundo mortal. Mas... Caramba. No primeiro dia de acampamento?
Havia falado com Sonam Paraiya, a oráculo, para se precaver. Não bebeu. Esteve do lado da irmã o tempo inteiro durante a fogueira, e quando não esteve, foi para coloca-la para dormir na proteção de seu chalé. O seu chalé, não o dela, afinal, Maria de Fátima Hernanda Gonzalez não havia ainda sido reivindicada por sua mãe divina. Ele suspirou, cansado. As mãos esfregaram seus olhos. E o que faria agora? Aquele não era um problema do qual poderia simplesmente fugir. Afinal, seu plano era que se algo desse errado, fugiria com Maria para o mundo mortal. Mas não poderia leva-la. Tinha medo de sequer tocá-la! ‘Dioses...’ pensou derrotado. Mas, subitamente, viu naquele pensamento uma possível resposta. ‘Dioses?’.
Ele voltou a olhar Maria, e então levantou os olhos para a janela, para a lua. Talvez os deuses salvassem a vida da menina se Héctor mostrasse sua devoção? Estes sempre gostaram de serem acariciados, ainda mais agora que estava tão frágeis. Héctor olhou para sua irmãzinha novamente: seu corpinho pequeno estava coberto por cobertores para a manter quente. A poeira dos escombros do chalé de Trívia ainda se viam aqui e ali, apesar de Héctor ter feito seu melhor para limpar, assim como o sangue seco que trilhara um caminho desde sua têmpora até sua mandíbula. Ele não via, pois apenas do pescoço para cima da menina estava exposto, mas sabia que haviam hematomas em seus braços e em suas costas. Nem ele e nem os filhos de Febo sabiam dizer se os goles de néctar que ela havia tomado seriam o suficientes. Talvez ela acordasse no dia seguinte, ou talvez ela tivesse uma parada cardíaca dali algumas horas. Era difícil dizer. Héctor entortou os lábios levemente – talvez fosse uma boa ideia começar pelo deus da medicina.
Reposicionou suas mãos sobre seu rosto, entrelaçando seus dedos, e apoiando sua testa sobre eles. Depois, olhou para a lua. Sabia que aquilo não era bem Febo e estava mais para Diana, porém, era melhor do que nada. Respirou fundo, e então suspirou:
“Oh, Febo, magnífico deus do sol, das artes e da medicina, entre tantos mais! Venho humildemente aos pés de sua grandeza para pedir sua ajuda. Por favor, salve a vida de Maria de Fátima Hernanda Gonzalez! Ela é apenas uma garotinha, com tanto para viver, com tanto para te orgulhar, assim como ao resto dos deuses! Por favor, oh, grande, a salve, e terá de mim minha eterna gratidão.”
Héctor não sabia muito bem o que esperar assim que terminou seus pedidos. Nunca havia feito aquilo antes. Deveria esperar que Maria acordasse? Que Febo aparecesse na sua frente? Que um vento repentino farfalhasse as árvores lá fora e trouxessem à menina vitalidade? Ele esperou por alguns minutos, mas nada aconteceu. Pareceram-se horas... Ou ao menos o suficiente para que tentasse de novo, mas dessa vez com um deus diferente. Aquela ideia, na verdade, lhe dava um frio no estômago. Engoliu um pouco de saliva, nervoso, antes de começar novamente.
“Mãe...”. Ele tremia. “Trívia. Eu imagino que você tenha muito o que fazer. É uma deusa importante. Se temos magia no mundo... Se eu tenho a minha capacidade de trazer alegria aos outros, é por sua causa, e por isso lhe sou grato. Sei que nunca conversamos e que nunca te busquei, mas estou te buscando agora. Preciso de sua ajuda. Então, se você quiser aparecer para mim agora, bem, isso seria útil.” Héctor olhou para os lados, esperando alguns segundos. Nada. Ele suspirou. “Trívia, não sei como foi seu relacionamento com o meu pai. Se o amou ou se apenas o achou interessante por um momento. Mas, além de mim, ele teve outra filha. Maria de Fátima. Ela precisa de sua ajuda agora. Eu preciso. Meu pai precisa. Então, se houver algo que você possa fazer, eu peço que, por favor, por favor, o faça, para salvar a vida de Maria. Ela é apenas uma garotinha, é muito bondosa e divertida. Ela merece viver mais, merece conhecer sua verdadeira mãe um dia, e deixa-la orgulhosa. Por favor, Trívia, salve a vida dela, e eu farei o meu máximo para te orgulhar como filho.”
E de novo, nada aconteceu. Maria respirava tão fracamente quanto antes; a noite continuava silenciosa; e a enfermaria continuava parcialmente vazia. Aquilo estava começando a se mostrar frustrante. ‘Mais uma tentativa’, pensou ele. ‘S�� mais uma’. Afinal, havia ainda uma última divindade a qual poderia recorrer.
“Esta oração, bem, eu não sei exatamente a quem dirigir.” Disse ele, os olhos fechados bem apertados, apenas torcendo para que aquilo desse certo. “Mas se todos os deuses estiverem escutando, ela saberá com quem eu estou falando. Eu sei que a mãe de Maria está aí entre vocês, em algum lugar. Eu imagino que deva ser uma deusa grandiosa para combinar com o espírito inquieto de minha irmã. E não te julgo por não tê-la reivindicado ainda. Muitas coisas estão acontecendo. Ela é tão nova... E quem a trouxe para Nova Roma fui eu. Apenas eu. Meus instintos me disseram que ela era uma semideusa e isso se provou verdade quando ela passou pela barreira. Mas, senhora, não venho aqui para me vangloriar de trazer sua filha – muito pelo contrário, talvez, se ela ainda estivesse no mundo mortal, nada disso teria acontecido. Senhora, eu venho aqui para fazer um apelo. Maria está morrendo. Ela está...” continuar se mostrou uma tarefa muito difícil dali pra frente. Um nó se formou em sua garganta, o impedindo de continuar. Sentiu os olhos se encherem de água. Apenas conseguiu expulsar aquele nó desconfortante com um soluço. “Ela está morrendo, senhora, e eu não sei mais o que fazer para impedir esse inevitável fim. Já direcionei minhas orações para Febo, mas acredito que apenas o amor de uma mãe possa salvá-la neste momento. Então eu peço, mãe de Maria, que, por favor, a salve. Traga-a de volta a vida. Eu imploro. Nem que eu tenha que fazer tudo o que a senhora exigir. Eu farei. Eu aceito qualquer termo. Mas, por favor, salve a vida de minha irmãzinha.”
Novamente, nenhuma resposta. Héctor deitou o rosto na maca, derrotado, as lágrimas rolando seu rosto. Seu peito dava leves pulos com seus soluços. As mãos estavam bem fechadas como se fosse socar a cara daqueles deuses com tamanha raiva e frustração. ‘Que droga!’. Se eles não poderiam ajuda-lo nos momentos de necessidade, então do que serviam eles? Temia estar cada vez mais do lado daquele que derrubara o templo de Júpiter ao chão.
E então, entre suas lágrimas e soluços, Héctor escutou uma música.
Uma trombeta.
Tocava triste e muito distante, mas ele era capaz de ouvi-la. Devagar, levantou a cabeça de suas lamentações. Buscou de onde vinha aquele som. Vinha lá de fora, na direção da estrada. Héctor não sabia muito bem como, mas sabia que aquele som o chamava. Ele olhou para a garotinha, preocupado. A música parecia quase como uma marcha fúnebre, mas ela continuava da mesma maneira que estava quinze minutos atrás. O filho de Apolo que havia se voluntariado para passar a noite com os feridos estava sentado em um canto, lendo. Confuso, Héctor lhe dirigiu a palavra:
“Está escutando isso?”
“Suas rezas?” devolveu o outro, lhe lançando um olhar por cima do livro.
“Não.” Disse, sem se mostrar envergonhado. “A música.”
“Que música?”
‘Ele não está escutando?’ Pensou confuso, olhando na direção do som. Por um instante, pensou nos próprios poderes ilusórios. Talvez Héctor estivesse escutando por alguém queria que ele escutasse. E talvez o filho de Apolo não escutasse porque era algo particular. Para o filho de Trívia. Ele devia ver o que era.
Devagar, levantou-se de seu lugar.
“Você pode olha-la para mim? Eu preciso... Eu preciso sair um pouco.”
“Claro.”
E Héctor saiu da enfermaria.
Confuso, seguiu o som, os passos lentos para que não tomasse o caminho errado. Olhava por todos os lados. A música era triste e fúnebre. Talvez já tivesse escutado algo semelhante quando um semideus morreu, ou quando, em um filme, um militar tinha seu funeral. Os tons médios se prolongavam como os choros das viúvas, descendo o tom, e descendo, e descendo... Quase como se a morte tivesse sido superada. E depois voltava, alta. Era o choro do filho órfão, ainda não entendendo que não tinha mais pai. Se Héctor não estivesse anestesiado com a própria dor, poderia sentir um aperto no peito ao ouvi-la.
A estrada de terra e a música o guiaram até a ponte que atravessa o Pequeno Tibre e o levava para os templos. Olhando de baixo, ele sentia falta de Júpiter Otimus Maximus – antes uma construção tão imponente e poderosa, agora deixando um buraco na paisagem. Quando ela ruiu ele estava demasiado preocupado com Maria para ligar, mas agora, as ruínas se revelando a cada degrau que subia, não podia negar que sentia-se atingido. Ele parou em frente aos escombros, desconsolável.
A música parou assim que chegou no mais alto degrau. E olhando os escombros, Héctor encontrou quem o havia chamado.
“Ousado, não?” disse. “Aposto que este adversário nos daria uma guerra à altura.”
Sua voz era mais grave do que sua face sugeria. Era forte, presente, firme. A voz de um general. E a dona daquela voz também se impunha em aparência. Era alta e robusta. Longos cabelos loiros desciam por suas costas, estando trançados na lateral de sua cabeça para que não lhe atrapalhassem a visão em batalha. A armadura que a envolvia a protegia por inteiro, a envolvendo em metal e couro de cores de terra. O bronze, principalmente se via presente, mais concentrado em seu escudo (que trazia no braço esquerdo) e elmo. O elmo parecia ter vindo do mais alto general romano: todo em bronze, possuía longas plumas azuis em seu ápice. Em sua mão direita, ela trazia uma grande lança, com ponta de ouro celestial. A tira colo, trazia uma espada. Aparentemente muito pesada para ser de única mão, mas que, para aquela deusa, essa característica não se mostrava obstáculo nenhum. Afinal, era a mais forte entre elas.
O rosto de Héctor se tornou pura surpresa e admiração.
“Belona...”
A deusa se virou, mostrando seu rosto. A expressão era séria. Sua face estava contornada por pinturas de guerra, principalmente marcando seus olhos com duas faixas pretas, o que apenas realçava suas íris azuis naqueles olhos esguios e sempre contraídos. O elmo protegia toda a latera de sua face, tendo levantada a parte de metal que cobriria seu nariz, boca e queixo. O semideus mal sabia como reagir. Por que ela estava ali? Será que...? Com o silêncio prolongando-se e tornando-se constrangedor, Héctor fez a única coisa sensata a se fazer: ajoelhou-se em referência.
E assim permaneceu, sem ouvir alguma permissão para que se levantasse. As únicas palavras que escutou foram as seguintes:
“Ouvi dizer que a minha filha está morrendo. Isso é verdade? Ouvimos muito de seu desespero esta noite.”
“S-sim.” Respondeu olhando para o chão. “Maria... Durante o terremoto, o chalé de Trívia desmoronou em cima de Maria. Ela estava dormindo. Quando consegui tirá-la de lá, ela estava semi-consciente. Conseguiu tomar um pouco de néctar, mas está apagada desde então.” Ainda era um choque descobrir que Maria era filha de alguém tão poderoso e importante. “Temo que ela não irá resistir por muito tempo, mesmo com o néctar. Os ferimentos... Os ferimentos são bem graves.”
Por um instante, Héctor não escutou mais nenhuma palavra. Escutava apenas sua pesadíssima armadura tilintar a cada passo que ela dava. Espiou um pouquinho – ela andava em círculos.
“Ferdinando disse que, quando fosse a hora, a mandaria para a Casa dos Lobos. Que ela era muito pequena para isso ainda. Bem, você fez a menina não passar por Lupa. Simplesmente a trouxe. Ainda mais nesta época em que está tudo tão... Conturbado. Fica difícil reivindicar minha filha desta maneira.”
“Perdão. Não foi a intensão. Ela era minha irmã e eu só queria o melhor para ela. Não achava justo simplesmente deixa-la morando nas ruas, ainda mais sabendo que ela era uma semideusa. Ela poderia não ter as mesmas capacidades de se esconder como eu... Poderia estar em perigo com tantos monstros a solta.”
“Ela só estaria em perigo se ela fosse fraca. O que não é. Meus filhos não se escondem, Héctor.” Aquilo soava como uma bronca. “Não há maior desonra do que fugir e se esconder de uma batalha. Verdadeiros guerreiros como são de minha prole enfrentam seus inimigos ou morrem tentando. Se não são capazes de enfrenta-los então eu não os quero.”
Héctor levantou o olhar para ela, desolado, para encontrar os dela, um tanto zangados. Isso significava que ela não o ajudaria então? Como ela poderia? Maria era apenas uma criança! Tinha apenas cinco anos. Não sabia nem segurar copos direito, quem diria espadas e lanças. Belona desviou o olhar, por fim.
“Mas Maria é apenas uma criança sem treinamento apropriado, que estava dormindo durante o atentado. Além disso, aprendeu a confiar em você – não saberia o que fazer sozinha. Ela ainda não teve tempo de provar o seu valor.” Uma pausa. “Mas você sim.”
O semideus se levantou imediatamente.
“Eu posso provar meu valor!” defendeu-se. “Eu faria qualquer coisa para salvar a vida de Maria.”
“Provar seu valor?” repetiu ela, em tom de deboche. Depois, riu. “Ora, filho de Trívia, não se engane. Um semideus covarde como você poderia de súbito honrar-se? Não sente vergonha?”
Ele não fazia a menor ideia do que ela estava falando.
“Abandonar seus compatriotas quando estes mais precisavam de você? Por quê? Por medo. Medo, egoísmo e ganância! Tudo o que soube fazer foi fugir, se esconder, ignorar problemas que achava que não eram seus.”
“Isso não é justo!” tentou se defender. “Eu era apenas uma criança arrancada de sua família! Eu tinha saudades de casa. Meu pai prometeu para mim que nos veríamos novamente. Por isso...”
“Por isso decidiu usar os poderes de Trívia para ganhar dinheiro?”
Aquilo era um golpe baixo.
“Eu não tive escolha.”
“Claro, foi tudo culpa daquele fauno, James.” Ela ironizou. “Continue culpando a todos, Gonzalez. A todos menos você mesmo por seus erros. Mas saiba que um verdadeiro herói não pensa em si mesmo, pensa apenas no coletivo. São valores que eu, Trívia e Febo compactuamos.”
Héctor manteve-se calado por um momento. Sentia-se encurralado. Talvez, a melhor maneira de sair daquela situação fosse dizendo a verdade.
“Eu tive medo.” Respondeu, sem encara-la. Tinha vergonha. “Tive medo de morrer. De morrer e de nunca mais ver meu pai e meu tio. Se acontecesse com o Júpiter o mesmo que aconteceu com o Meio-Sangue eu não saberia se sairia vivo. Nunca fui o melhor guerreiro. Nunca gostei de lutar. Fugir... Fugir e confiar em meus poderes era mais fácil do que aprender a guerrear. E agora que o que eu mais temia está acontecendo... Bem, eu admito. Eu queria fugir com Maria. Mesmo não tendo mais dinheiro, eu queria leva-la ao mundo mortal e começar do zero, mas eu seria capaz de escondê-la com os meus poderes. Se o chalé não tivesse caído em cima dela e ela estivesse bem, eu estaria no mundo mortal agora, sem pensar duas vezes. Sem olhar para trás. Mas...” Finalmente, criou coragem para olha-la nos olhos. “Mas eu não vou a lugar nenhum sem Maria. Ela é o que me mantém aqui. O que me obriga a lutar, e a não pensar em mim. O que me fez estar tendo esta conversa com você.”
A deusa simplesmente lançou seu olhar para a ruína de Júpiter.
“Maria não tem culpa de seus erros.” Começou ela. “Foi sua mãe, na verdade, quem me chamou até aqui. Trívia acredita que sua irmã seja o início de sua redenção. E Febo... Bem, você sabe como ele é. Ele não fará um favor por alguém que não esteja disposto a lutar por ele. O reino dos céus está ameaçado, você sabe.”
“Eu faria qualquer coisa por Maria. Qualquer coisa.”
Belona lhe lançou um olhar que seria capaz de fazer seu coração parar. Não sabia muito bem se isso aconteceria por medo de seu poder, ou por admiração de seu poder. Apesar de tudo, a deusa era quem era.
“Você terá que provar seu valor para nós primeiro, semideus. Limpe seu nome. Prove-se merecedor, e terá o que quer. Não antes.”
Héctor não entendia muito bem o que ela queria dizer com aquilo. O que ela esperava de si. Mas ela começara a andar na direção de seu próprio templo sem lhe explicar.
“Espere!” suplicou, “O que eu deverei fazer?”
Ela parou por um instante, olhando-o por cima do ombro direito. O elmo apenas permitia Héctor ver a ponta de seu nariz.
“Você saberá.”
Ela continuou seu caminho então, adentrando no próprio templo. Belona desapareceu nas suas sombras sem lhe dar uma resposta. E Héctor permaneceu ali, sem entender o que deveria sentir naquele momento.
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s-darkholme:
Scott podia dizer que as fogueiras, no seu tempo, eram melhores e talvez fosse por isso a desistência de permanecer às margens do rio com toda aquela galera que não conhece – uma vez que seus amigos ou morreram em batalha e missões ou, assim como ele, foram tentar a sorte no mundo real.
Já havia desistido de manter os olhos abertos e apenas curtia o chiado suave da brisa por entre as frestas das janela entreabertas. Do lado de fora a música chegava ali quase tão baixa quanto o farfalhar das folhas das árvores, mas um estrondo sussurrado o intriga. O loiro se levanta e apoia o corpo nos cotovelos. Sua atenção é focada no barulho mínimo que pensou ter ouvido, mas não capta nada. De cenho franzino ele senta, confuso por jurar ter ouvido alguma coisa e continua a procurar e, como quem procura acha…
O tremor logo começou tão subitamente sem nenhum recado de que estava chegando. Mal conseguiu colocar-se de pé quanto o teto começou a ceder sobre ele e quem mais estava ali, já que ouviu alguns gritos e gemidos. - Vem… Vamos. - O braço passa em volta de uma criança abaixada entre uma cômoda e a parede. - Aqui, pule e corra o mais longe que conseguir. Procure alguém. - A pintura começa a falhar, as paredes rachar e ele pode ver pedaços de concreto desprendendo-se do teto. - Corram… Saiam agora… - Mas o teto começa a desabar, primeiro fechando a entrada depois acima dos que ainda restaram ali. - Droga. - Scott brandiu os braços e seu poder se fez presente.
Uma teia de energia roxa sustenta os escombros dois metros acima de todos. O peso o incomoda, mas consegue sustentar pelos anos de treino que teve no Meio-Sangue – quando ainda existia um. A experiência e intimidade com os poderes o permite a execução e extensão sem que o drene por completo, entretanto, é difícil segurar tanto peso. - Anda… Venham para cá. - Diz com ambas as mãos estendidas, uma para cima e outra para frente a força estampada em seu rosto. As mexas loiras presas na testa pelo suor que começa a se fazer presente e só então nota que há apenas uma garota. - Certo… Segura em mim, tá bem? - Os passos são lentos devido o peso que sustenta às costas - Vamos sair daqui. - Diz com dificuldade.
A luz que falta ali é suprida pela claridade da energia provinda de um dos dons de sua mãe. - Eu quer que você corra para lá. Eu vou contar até três… - Ela assente. - Um… - Ela completa com o dois e o três dito mentalmente por ambos faz ela correr em direção de onde deveria ser a porta. Scott libera os escombros atrás de ambos que desencadeia uma demolição em uma espécie de efeito dominó, mas não até conseguir alcançar a garota e envolvê-los, novamente, em sua magia de proteção. - Vou tirar a gente daqui. - Então, o rapaz começa a brandir um dos braços e retirar os escombros à frente de ambos até que, finalmente, chegaram do lado de fora.
Aquela que esteve em sua custódia logo correu para um rapaz não tão a frente enquanto deixava para trás um cara ofegante sentindo o corpo levitar pela sensação de ter que segurar um teto inteiro em suas costas. As pernas tremem, mas não prosta os joelhos sobre o chão.
Aparentemente o seu olhar de desespero podia convencer um homem a fazer qualquer coisa, pois o outro semideus passar a ajudar Héctor. Pensaram que a melhor maneira seria entrar e sair pela janela, e eles correram para a lateral da construção. Uma luz roxa que saía pelo vidro chamava sua atenção, e quando olhou para dentro da construção viu seu meio-irmão lutando para manter aquela construção de pé. Podia ver seu sofrimento em ter que carregar tanto peso. E seu coração se encheu de esperança ao ver Maria passando correndo, viva e bem. “Por aqui!” gritou para os dois lá dentro. Porém, quando deu a cotovelada no vidro para que fizessem uma saída, os escombros a tamparam, devido ao movimento de ambos lá dentro. “Droga!” Héctor xingou, retornando para a porta. “Vai ter que ser por aqui” disse ao outro semideus, que concordou, e ambos começaram a tentar mover os escombros que bloqueavam seu caminho. Héctor nunca foi muito forte fisicamente, o que tornou aquele trabalho um sofrimento, até que, de repente, todas as peças se tornaram muito mais leves. E quando viu, não era um pedaço de madeira que segurava, mas sim, sua irmãzinha. “Maria!” disse chorando, porém rindo. Não eram emoções fáceis de se lidar. A garotinha, em contra partida, apenas chorava, muito alto e com muita força, enquanto seu irmão a abraçava. “Esta todo bien, esta todo bien...” dizia, tentando acalmá-la, a segurando no colo. Foi quando levantou o olhar para o outro: “Muito obrigado, Scott.” E então voltou a ter o semblante de preocupação. “Você está bem?”
#o canon infelizmente é q a menininha se machuca mas o scott foi tão heroico q fiquei com dó de pedir pra vc mudar kkkk#hector will remember#e desculpa por nos deixar sem teto rs#s-darkholme
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fb.
millege:
“Eu devo admitir, é bom encontrar um rosto conhecido.” Camille tinha diversos conhecidos do antigo acampamento meio-sangue, mas eram imagens tão distantes que poderiam facilmente pertencer a outra vida. Por outro lado, Héctor? Sim, fazia mais de um ano desde que ele a ajudou em Vegas. Ainda assim, ele fazia parte da nova vida que criou após a destruição do único lugar que a interessava como residência fixa. “Não? Ainda bem, o mundo estaria de cabeça para baixo se você estivesse preocupado com o acampamento.” Brincou. Seus olhos baixaram ao ouvir o que ele disse. Sua antiga vida, toda em volta de passagens quando nunca tirava o tênis que havia sido presente de seu amado pai, tinha ficado para trás. “Eu não desisti, eu e Hades fizemos um acordo onde ele decide que eu devo parar de me meter e eu não preciso passar o resto da minha vida no submundo. É benéfico para os dois lados, ele consegue o que quer e eu… Aqui tem marshmallow.”
“É, sim.” teve que concordar, com um leve sorriso. Dez anos fora e Héctor já não se lembrava, ou ao menos era lembrado, por ninguém. Era um tanto solitário as vezes, afinal, sua única amiga ali era uma menininha de 5 anos com sérios questionamentos de autoridades e problemas de insubordinação. Não podia culpá-la: também acharia estranho se, quando criança, tivesse que se despedir de todos que conhece para partir com um homem que conheceu há alguns dias dizendo ser seu irmão mais velho. Héctor se viu confuso. Um acordo com Hades? Aquilo parecia grande. Grande demais para uma mera campista buscando paz ao redor da fogueira. “E você...?” ele ergueu uma sobrancelha em sua direção, não apenas curioso, mas intrigado. Não a deixaria simplesmente mudar de assunto.
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( fb. the magic ):
profitiis:
Chegava a ser engraçado como o cantinho de Sonam no chalé destoava dos outros que eram ocupados por seus irmãos. O acolchoado da cama era igual a todos os outros, certamente, mas nas prateleiras haviam coisas demais e completamente desorganizadas. Havia um tecido pertencente a um antigo lehenga que Sonam não usava mais, enfeitando o local, para lembrar-lhe de suas origens e das de sua mãe, sem jamais deixá-la esquecer. Ainda que estivessem não tão longe, havia a impossibilidade da menina de a visitar devido a periculosidade que a presença de um semideus trazia aos mortais, ainda que ela não pudesse enxergar o pedaço de pano colorido, mas os cheiros de cravo e canela, apesar de anos ainda eram sentidos pela filha de Apolo, renovados com algumas especiarias que ela não deixava de ter junto com suas coisas.
Sonam encontrava-se sentada em sua cama, as pernas cruzadas e o arco dourado, Sunstorm, em seu colo. Era mais uma das manhãs onde Sonam não sentia-se pertencente aquele local, uma daquelas às quais não conseguia encontrar a si mesma, como se fosse um eco de um eco. Ela suspirou, pois não havia nada fixo no próprio futuro. Os dedos esguios da morena acariciavam a arma, recordava-se de quando fora presenteada com a mesma em seu aniversário dez anos, pouco após perder a sua visão. Talvez Apolo tivesse sentido remorso e decidira dar-lhe a lira e o arco como forma de se redimir, pois não se sentia merecedora daquelas armas. A morena por sua vez retornou o arco em sua forma de pingente, adicionando-o a pulseira que sempre carregava em seu pulso. Antes que pudesse respirar, sua mente foi tomada pela imagem de um rapaz com feições atordoadas procurando-lhe. Como se estivesse presente na frente do próprio chalé e não sentada em sua cama, ela o via proferir seu nome, retornando ao escuro não muito tempo depois.
Ela revirou os olhos. Não de mau gosto, mas não sentia-se realmente como uma profetisa ou vidente, exatamente. Utilizara-se dessas alcunhas quando vivia na rua, mas era exatamente para angariar dinheiro e não para realmente ajudar as pessoas. A morena que não havia ainda nem ao menos colocado roupas decentes caminhou em direção da porta, vestindo um shorts de pijama e uma blusa de flanela, esperando pelo rapaz. Ela exibiu um sorriso completamente estranho na face ao escutar o próprio nome. ❝ Eu estava à sua espera. ❞ Sonam piscou com um único olho, enquanto saía da porta. ❝ Por favor, me siga. É o seu futuro que deseja conhecer? ❞ Ela disse caminhando em direção à própria cama. ❝ Pois saiba que são cinco dracmas de ouro à cada pergunta. Sem dracmas, sem negócio. ❞ Era uma clara brincadeira com o rapaz, mas a lidar pela face alheia, Sonam decidiu recompor seu senso humor inconvencional. ❝ É brincadeira. Mas assim, eu não sou um oráculo, não saio por aí distribuindo profecias e nem coisa do tipo. A maioria das coisas que eu vejo são baseadas em decisões, que podem mudar com o tempo. Os futuros fixos eles… eles não aparecem conforme minha vontade. ❞ Ela procurara entender os próprios poderes, haviam pouquíssimos filhos de Apolo com essa habilidade, nenhum vivo. Incapaz de responder suas perguntas, o pouco que conhecia eram de escritas antigas que foram trazidas do CHB por pura sorte após o massacre. ❝ Eu vejo o futuro, mas não sei seu nome, então se puder se apresentar… Ah, pode se sentar. ❞ Ela disse indicando a beirada da cama, após chegar até o seu cantinho no chalé, e sentou-se na própria cama. ❝ Isso é estranho pra mim também, sério. Apesar de anos ainda é estranho quando pessoas me procuram pra buscar respostas. ❞ Se fosse tão fácil assim, eu já teria tudo respondido sobre mim mesma.
Héctor se mostrou visivelmente surpreso (embora não soubesse que a outra não pudesse ver isso). Quando estava ansioso e inseguro, se mostrava muito expressivo quanto ao que sentia, e, apesar de saber que ela era uma vidente, não esperava que seus poderes fossem tão... imediatos. Que ela saberia que ele estaria ali. ‘Ou será que ela só está zoando com a minha cara?’ Seu semblante tornou-se confuso com os preços, mas estão apenas suspirou. Focou-se em manter a calma e se concentrar. A situação já era humilhante demais sem se aparentar nervoso.
“Oh.” respondeu simplesmente. Quase deu meia volta e foi embora. Mas agora que já estava ali...
Sentou-se na beira da cama como lhe foi indicado: “Meu nome é Héctor.” ele estendeu a mão, “Filho de Trívia.”. Demorou um pouco a perceber que ela não o cumprimentaria de volta. ‘Oh’, pensou consigo mesmo, ‘Ela é cega?’. Claro que isso apenas o deixava mais fascinado. Era como se ela tivesse trocado seus olhos por este grande poder. ‘Isso não é de outra mitologia?’. Héctor não fez mais perguntas a respeito. Não pode deixar de soltar um riso envergonhado: “Me desculpe, eu não queria te colocar nesta posição, não mesmo.” disse com certo arrependimento. “Mas... Eu não sei, eu precisava fazer algo a respeito. Simplesmente sentar e esperar... Bem, é um pouco frustrante.” desabafou. Entenda, Héctor era um mágico, o que significa que estava sempre no controle da situação. De repente não estar, ficar a mercê do acaso, do mágico e do fantástico... Era uma ironia torturante. Suspirou por fim.
“Ok, eu não vou me enrolar muito.” começou. “Sabe, desde que o Meio-Sangue foi atacado, eu fugi daqui.” Sabia que era delicado tocar no assunto, uma vez que falava com uma grega, mas precisava ser sincero. “O mundo mortal é mais seguro. Nunca tive nenhum problema por lá, e acredite, eu não teria voltado para cá se eu pudesse escolher. Mas...”, se abrir era uma tarefa difícil, “Eu tenho que cuidar de alguém. E esse é o melhor lugar para ela ficar. Eu poderia levá-la para o mundo mortal, mas, o futuro seria muito incerto por lá, quero evitar isso ao máximo. Ela não teria a vida que merece. Mas estaria viva. Entende?” Ele respirou fundo, limpando o suor de suas mãos em suas calças. ‘Vamos, fale logo’. “Então... Bem, eu preciso saber se esse lugar é seguro. E se ficará assim por bastante tempo.”
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fb.
cndicewindsor:
@magic-hector
Em seus treinos que era necessário utilizar alguma arma, Candice sempre preferiu utilizar as lâminas. Ainda na Inglaterra ela aprendera a lutar esgrima, e fora campeã em diversas campeonatos que participou. Quando finalmente entrou no acampamento, a garota passou a treinar com os mais diversos tipos de espadas e facas e se tornou perita no assunto. Sempre levou o seu treino muito a sério, sabendo que a qualquer momento algo poderia acontecer e ela precisaria estar pronta. Durante aquele, em específico, a garota jogava diversas facas nos alvos espalhados pelo espaço conseguindo acertar todos com facilidade. Abriu um sorriso satisfeito com o resultado e andou até os alvos para retirar as facas de lá e recomeçar o processo. Foi nesse momento que reparou em Héctor parado no canto. “Está tudo bem?” Questionou ao mais velho, franzindo o cenho. “Não deveria estar treinando também?” Apontou para todas os outros semideuses ao redor que também treinavam.
Pff, treinos. Pra quê? “Você pode ser convocado para uma missão a qualquer segundo”, diziam uns. Bem, isso nunca aconteceu antes e Héctor também não estava disposto a lutar por deuses que não haviam feito nada por ele. “Você viu o que aconteceu com o Meio-Sangue?” Bem, é claro que viu, mas há 10 anos nada acontecia. Parecia improvável que algo fosse acontecer justo agora. Estava ali por uma única razão: Maria de Fátima. Deveria cuidar dela e criá-la, e assim que estivesse bem grandinha e pudesse tomar conta de si mesma, partiria novamente para o mundo mortal (quem sabe com ela junto). Lá era bem mais divertido e não tinha ninguém para encher seu saco. Mas até que sua irmã fosse crescida, seria de seu interesse não contrariar as autoridades do local, então se Lupa o mandava treinar com Candice Windsor às 8 da manhã, lá estaria ele. Apenas presente, é claro, porque treinar ele não iria. Espadas e flechas sempre foram inúteis frente a suas ilusões, de qualquer maneira. E por esse motivo, enquanto todos treinavam, Héctor estava sentado nos bancos, meio deitado, embaralhando e desembaralhando suas cartas de diversas formas. ‘Credo, quanto tempo falta ainda?’, pensava entediado, quando a filha de Júpiter chamou sua atenção. “Mais ou menos.” disse ele, abrindo um sorriso esperto. “Lupa me mandou estar aqui das 8 até às 10, e, bem, aqui estou. Yay.”
“Mas relaxa aí, princesa. Eu não preciso de espadas, facas, flechas e tudo mais, me dou bem só com os meus poderes. Uma pena só a loba não ver isso.”
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nxghttriumphant:
Já estava de joelhos para ajudar o garoto que havia conhecido aquele dia, quando ouviu o pedido do outro. Hesitou por um instante, pensando se deveria ajudar ele primeiro, mas pela expressão do outro percebeu o quão importante era para ele que a irmã fosse salva, então ela levantou-se e correu, respirou fundo enquanto retirava força e energia da noite, iria precisar para levantar tudo aquilo. Deu um murro na porta, porém esta estava emperrada pelos pedaços do telhado, então Winter deu um passo para trás, puxando seu colar, que imediatamente transformou-se em sua foice de 1,8m, a arma geralmente a dava mais força quando estava a empunhando, e a morena não hesitou em golpear a porta o mais forte que podia. Esta quebrou com o primeiro golpe, e Winter conseguiu entrar no chalé, felizmente possuía visão noturna, mas não estava preparada para o que viu ali. Conseguiu ver apenas um braço pequenino embaixo de vários escombros, e sentiu o sangue esvaindo de sua própria face, sentia que sua pressão estava prestes a baixar, então respirou fundo algumas vezes tentando pensar em alguma saída, tinha medo de levantar alguma coisa de cima da garotinha e não aguentar o peso, se algo caísse novamente em cima dela, poderia piorar tudo. Enquanto analisava a situação, fez a única coisa que podia, projetou sua aura negra como a noite para tranquilizar a mais nova, então apoiou a base de sua foice em um escombro, usando-a para empurrar para longe da pequena, estava funcionando, mas seria muito devagar se fizesse aquilo sozinha, então levantou sua cabeça e gritou por ajuda o mais alto que podia.
Héctor, é claro, a ajudaria a abrir caminho pela porta, mas pelo que via, aquela garota com uma foice conseguia dar um jeito naquilo sozinha. Assim que o caminho se via livre, entrou correndo no chalé. “Maria!” chamou, desesperado, “Habla conmigo, chica!” e tossiu logo em seguida, por conta da poeira levantada pelos escombros. O rapaz não ouvia nenhum choro de criança, o que para ele, era preocupante. O ambiente escuro tornava difícil sua visão, e infelizmente, seus poderes não poderiam salvá-lo agora, ainda mais naquele estado de choque em que se encontrava. “Você consegue ver algo?” perguntou a semideusa que o ajudava. E ao escutar o seu pedido de ajuda, presumiu que sim. Mas ele ainda não enxergava nada. E se...? Ele respirou fundo e fechou os olhos, se concentrando por um segundo. E quando os abriu, tinha a visão noturna de Winter. Olhava com os olhos dela, como se aplicasse uma ilusão em ambos, mas apenas Héctor soubesse, pois estava projetando o que Winter via em seus próprios olhos. E ele não gostou do que viu. “Não...” Lançou-se ao lado da semideusa, e, de mãos nuas, lutou para levantar aquela viga. A força que ele fazia tremia seus braços e pernas, fazia suor escorrer de seu rosto vermelho, e os músculos de seu pescoço se contraírem. “Vamos lá!” disse a si mesmo, com dor, mas não desistindo. Agora, o caminho parecia livre, mas faltavam mãos para puxar Maria dali debaixo. “Consegue vê-la?” perguntou de modo sofrido. Héctor nunca havia sido muito forte fisicamente, e não sabia por quanto tempo mais conseguiria segurar aquele enorme pedaço de madeira.
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