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Carlos A J Molinari - La Evolución de las Ideas en Marketing: Una Revisión Crítica (2021)
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Sobre o amor – Ferreira Gullar
Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Era uma defesa intolerante contra os levianos e que refletia sem dúvida uma enorme insegurança de seu inventor. Insegurança e inexperiência. Com o passar dos anos a idéia foi abandonada, a vida revelou-me sua complexidade, suas nuanças. Aprendi que não é tão fácil dizer eu te amo sem pelo menos achar que ama e, quando a pessoa mente, a outra percebe, e se não percebe é porque não quer perceber, isto é: quer acreditar na mentira. Claro, tem gente que quer ouvir essa expressão mesmo sabendo que é mentira. O mentiroso, nesses casos, não merece punição alguma.
Por aí já se vê como esse negócio de amor é complicado e de contornos imprecisos. Pode-se dizer, no entanto, que o amor é um sentimento radical — falo do amor-paixão — e é isso que aumenta a complicação. Como pode uma coisa ambígua e duvidosa ganhar a fúria das tempestades? Mas essa é a natureza do amor, comparável à do vento: fluido e arrasador. É como o vento, também às vezes doce, brando, claro, bailando alegre em torno de seu oculto núcleo de fogo.
O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição, anti-burguês. O próprio da vida burguesa não é o amor, é o casamento, que é o amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade. O casamento é um contrato: duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem a traídas uma pela outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma COisa simples, mas não é, pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal. Mas, não radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável esperança.
Conheci uma mulher que costumava dizer: não há amor que resista ao tanque de lavar (ou à máquina, mesmo), ao espanador e ao bife com fritas. Ela possivelmente exagerava, mas com razão, porque tinha uns olhos ávidos e brilhantes e um coração ansioso. Ouvia o vento rumorejar nas árvores do parque, à tarde incendiando as nuvens e imaginava quanta vida, quanta aventura estaria se desenrolando naquele momento nos bares, nos cafés, nos bairros distantes. À sua volta certamente não acontecia nada: as pessoas em suas respectivas casas estavam apenas morando, sofrendo uma vida igual à sua. Essa inquietação bovariana prepara o caminho da aventura, que nem sempre acontece. Mas dificilmente deixa de acontecer. Pode não acontecer a aventUra sonhada, o amor louco, o sonho que arrebata e funda o paraíso na terra. Acontece o vulgar adultério – o assim chamado -, que é quase sempre decepcionante, condenado, amargo e que se transforma numa espécie de vingança contra a mediocridade da vida. É como uma droga que se toma para curar a ansiedade e reajustar-se ao status quo. Estou curada, ela então se diz — e volta ao bife com fritas.
Mas às vezes não é assim. Às vezes o sonho vem, baixa das nuvens em fogo e pousa aos teus pés um candelabro cintilante. Dura uma tarde? Uma semana? Um mês? Pode durar um ano, dois até, desde que as dificuldades sejam de proporção suficiente para manter vivo o desafio e não tão duras que acovardem os amantes. Para isso, o fundamental é saber que tudo vai acabar. O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.
A barra é pesada. Quem conheceu o delírio dificilmente se habitua à antiga banalidade. Foi Gogol, no Inspetor Geral quem captou a decepção desse despertar. O falso inspetor mergulhara na fascinante impostura que lhe possibilitou uma vida de sonho: homenagens, bajulações, dinheiro e até o amor da mulher e da filha do prefeito. Eis senão quando chega o criado, trazendo-lhe o chapéu e o capote ordinário, signos da sua vida real, e lhe diz que está na hora de ir-se pois o verdadeiro inspetor está para chegar. Ele se assusta: mas então está tUdo acabado? Não era verdade o sonho? E assim é: a mais delirante paixão, terminada, deixa esse sabor de impostura na boca, como se a felicidade não pudesse ser verdade. E no entanto o foi, e tanto que é impossível continuar vivendo agora, sem ela, normalmente. Ou, como diz Chico Buarque: sofrendo normalmente.
Evaporado o fantasma, reaparece em sua banal realidade o guardaroupa, a cômoda, a camisa usada na cadeira, os chinelos. E tUdo impregnado da ausência do sonho, que é agora uma agulha escondida em cada objeto, e te fere, inesperadamente, quando abres a gaveta, o livro. E te fere não porque ali esteja o sonho ainda, mas exatamente porque já não está: esteve. Sais para o trabalho, que é preciso esquecer, afundar no dia-a-dia, na rotina do dia, tolerar o passar das horas, a conversa burra, o cafezinho, as notícias do jornal. Edifícios, ruas, avenidas, lojas, cinema, aeroportos, ônibus, carrocinhas de sorvete: o mundo é um incomensurável amontoado de inutilidades. E de repente o táxi que te leva por uma rua onde a memória do sonho paira como um perfume. Que fazer? Desviar-se dessas ruas, ocultar os objetos ou, pelo contrário, expor-se a tudo, sofrer tudo de uma vez e habituarse? Mais dia menos dia toda a lembrança se apaga e te surpreendes gargalhando, a vida vibrando outra vez, nova, na garganta, sem culpa nem desculpa. E chegas a pensar: quantas manhãs como esta perdi burramente! O amor é uma doença como outra qualquer.
E é verdade. Uma doença ou pelo menos uma anormalidade. Como pode acontecer que, subitamente, num mundo cheio de pessoas, alguém meta na cabeça que só existe fulano ou fulana, que é impossível viver sem essa pessoa? E reparando bem, tirando o rosto que era lindo, o corpo não era lá essas coisas… Na cama era regular, mas no papo um saco, e mentia, dizia tolices, e pensar que quase morro!…
Isso dizes agora, comendo um bife com fritas diante do espetáculo vesperal dos cúmulos e nimbos. Em paz com a vida. Ou não.
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La función productora de la historia en la renovación del fascismo
Por Nicolas Lebourg
Traducción de Juan Gabriel Caro Rivera
Primera publicación: Nicolas Lebourg, «La Fonction productrice de l'histoire dans le renouvellement du fascisme à partir des années 1960», en Sylvain Crépon y Sébastien Mosbah-Natanson (dir.), Les Sciences sociales au prisme de l'extrême droite. Enjeux et usages d'une récupération idéologique, L'Harmattan, colección Les Cahiers politiques de l'IRISES / Paris Dauphine (UMR 7170), París, 2008, pp. 213-243.
En 1962 la extrema derecha francesa se encontraba, por segunda vez en veinte años, ideológicamente destrozada. En julio su rumbo se reorientó con la publicación de Pour une critique positive. Este opúsculo, redactado por Dominique Venner, es uno de los orígenes tanto de la Nueva Derecha como del nacionalismo revolucionario [1]. Si la primera de estas corrientes se define como cultural y no fascista, la segunda sueña con forjar una falange fascista de revolucionarios profesionales. Sin embargo, para perdurar después de mayo de 1068 el neofascismo se vio obligado por la izquierda a modernizar su lenguaje, lo que, según un gusto cultural común en el «entre-dos-mayos», le lleva a reinvertir en su historia [2]. La referencia histórica es sin duda el abecé de toda estrategia cultural, definida como prioridad por la Nueva Derecha, pero es sobre todo uno de los pocos ámbitos de actividad del marginalismo político.
Este último es también un margen social. Los grupúsculos que se definen como nacionalistas revolucionarios, llamados «N.R.», fueron la Organización Lucha del Pueblo (O.L.P., 1972-1974), los Groupes Nationalistes-Révolutionnaires de base (G.N.R., 1976-1978), el Mouvement Nationaliste Révolutionnaire (M.N.R., 1979-1985), Troisième Voie (T.V., 1985-1992), Nouvelle Résistance (1991-1996), Unité Radicale (U.R., 1998-2002) y Réseau Radical (2002-2006). Su apogeo numérico se sitúa a finales de 1980, cuando Troisième Voie contaba con unos 230 afiliados. Sociológicamente, bajo los efectos de la atomización social de las clases populares y del monopolio del Frente Nacional en cuanto al ascenso social por la extrema derecha, el nacionalismo revolucionario no ha dejado de proletarizarse. En cuanto a su origen, la mayoría procede de la pequeña burguesía, que dispone de un capital cultural significativo, pero no de la clasificación social a la que aspira. Sin embargo, al participar en un movimiento marginado históricamente, el neofascismo, los N.R. intentan unir este con la modernidad política. Para ellos, la experiencia fascista fue un fracaso empírico criticable, pero que se situó en condiciones espaciales y temporales específicas. Por lo tanto, el fenómeno de los años 1920-1940 no puede impedir posteriormente la continuidad de los conceptos de etnia, pueblo, nación, construcción europea, socialismo y Estado.
Desde esta perspectiva, los trabajos relacionados con su ámbito político son elementos que contribuyen a la elaboración de su «crítica positiva de la acción llevada a cabo». Si bien el término «neofascismo» surge en 1934, los neofascistas solo se reivindican del programa de 1919 y del de Verona (1943). Es decir, el neofascismo: a) reivindica del primer fascismo-movimiento, pero en cuanto a un programa con respecto al cual Mussolini e Il Fascio eran ellos mismos muy prudentes; b) se reconoce en el fascismo-régimen cuando Mussolini se negó a calificar a la República de Saló de «fascista», considerando el término «superado» [3]. En el primer caso, el neofascismo se inspira libremente en los trabajos históricos que, desde hace treinta años, han insistido en las raíces sociales y revolucionarias del fenómeno fascista; en el segundo, se inspira en la memoria nostálgica de sus antecesores [4]. Ya sea historia o memorias, lo importante es destacar las «ideas» y no los actos.
Este oportunismo no es ilógico: al ver en el fascismo una estética romántica más que un conjunto de hechos históricos, los militantes desarrollan más una visión del mundo que un corpus doctrinal monolítico. En este contexto, utilizar la historia para renovar ideológicamente el fascismo no es en absoluto heterodoxo: aquí no hay un dogma que construya la acción, sino la búsqueda de una acción política que saque a la gente de la impotencia. No se trata en absoluto, como antaño la Action Française, de oponer una historia de derechas a una historia de izquierdas. Ante el desastre de la historia del fascismo, lo importante es encontrar y luego reunir renovaciones ideológicas derivadas de la apropiación de los estudios históricos. A riesgo de usar Clio, hay que insuflar el espíritu fascista en la arcilla del material historiográfico, para que este golem tambaleante sostenga y salve la visión fascista del mundo.
De hecho, dado que autodenominarse fascista es ahora un suicidio político, este movimiento ha buscado otras representaciones. Su objetivo es sustituir la historia política por una leyenda legitimadora. Durante los años 1920-1940 la disciplina histórica fue para los fascistas un modo de producción de mitos. Se convierte en un instrumento encargado de sacarlos de la sombra de los regímenes fascistas mediante una relectura de la historia política del siglo XX. Los neofascistas se inspiran en los estudios de los márgenes ideológicos de su corriente. Gracias, en particular, a los análisis históricos de la «Revolución Conservadora», esperan imitar a sus antecesores en el doble juego de captar las dinámicas revolucionarias y contrarrevolucionarias. Así es como el fascismo encuentra su nuevo nombre: nacionalismo revolucionario (1). Las invenciones taxonómicas que permiten trazar nuevas genealogías van necesariamente acompañadas de una revisión de la historia. En su intento por integrarse en el sistema político y eliminar a sus competidores contrarrevolucionarios del campo de la extrema derecha, el movimiento neofascista debe, mediante la síntesis de referencias históricas dispersas e incluso antagónicas, refundar su «visión del mundo» y reinvertir los lugares de la memoria socialmente establecidos, para finalmente adaptarse a los retos políticos contemporáneos, por ejemplo, definiéndose como «resistentes» al orden liberal. El revisionismo histórico se convierte entonces en la tarea militante esencial (2). Sin embargo, al renovarse mediante el uso de la historia de las ideas, ¿se transforma el fascismo en su esencia o solo produce un disfraz mimético? La dialéctica entre los estudios y la evolución del fascismo resulta profunda. Los análisis sobre el posicionamiento más o menos «izquierdista» del fascismo, o sobre la existencia de un fascismo genérico que desafía los límites del tiempo y el espacio, se convierten en el motor mismo del hecho neofascista (3).
De la Revolución Conservadora al neofascismo
Con el fin de renovarse ideológicamente, los neofascistas recurren a los trabajos históricos para extraer el vocabulario y los métodos de la Revolución Conservadora. Intentan encontrar en ellos: a) una ascendencia recalificativa; b) una renovación léxico-ideológica; c) un modus operandi.
Fuentes históricas e historiográficas
Armin Mohler, que fue rechazado como candidato de las SS cuando era asistente de ciencias políticas y secretario de Ernst Jünger, defendió en 1949 su tesis sobre lo que él denominó «la Revolución Conservadora», demostrando que el nacionalismo alemán bajo Weimar no se limitaba, ni mucho menos, al solo caso nazi. Esta galaxia político-cultural alemana, tan influyente durante Weimar, describía una Alemania «colonizada» por el Occidente liberal imperialista. Para salir de esta situación, los revolucionarios conservadores abogaban por lo que los historiadores de las religiones denominan palingenesia, un renacimiento cosmogónico que se expresaba políticamente mediante la construcción orgánica del pueblo contra el «sistema», la unión con otros pueblos «colonizados» y, luego, gracias a la guerra, percibida como medio y como estética, la construcción de grandes espacios. Se trata de un discurso con nuevas posibilidades de implantación. A principios de la década de 1970, Mohler se encontró con Alain de Benoist y le hizo descubrir a los grandes pensadores de esta corriente: Moeller van den Bruck, Spengler, los hermanos Jünger y Carl Schmitt [5]. Este fue el impulso necesario para una profunda renovación del neofascismo, que se construiría ampliamente gracias a los trabajos sobre lo que los historiadores denominaron «prefascismos». El estudio de la Revolución Conservadora permitió a los neofascistas lograr mejor de lo que hubieran podido por sí mismos la producción de la «oscilación ideológica», según la expresión de Jean-Pierre Faye. Este último popularizó en Francia la idea de Mohler de representar la política no mediante una línea, sino mediante la metáfora de una herradura en la que la extrema derecha y la extrema izquierda convergen entre sí, sin que el politólogo alemán dudara en evocar a los «trotskistas de la revolución alemana». Esta figura fascinó a los N.R. y les permitió modelarse.
Jean-Pierre Faye insiste en la figura de Otto Strasser (1897-1974) y la integra en la perspectiva nacional-bolchevique, punto de vista rechazado posteriormente por el historiador Louis Dupeux, pero que los N.R. hacen suyo [6]. Strasser, figura destacada del partido nazi, se escindió de él para crear su propia formación (1931); el programa de «liberación nacional y social del pueblo alemán» del partido comunista germánico le llevó a participar en uno de sus mítines, pero finalmente provocó la hemorragia de militantes de su estructura. El descubrimiento de un personaje así llevó inmediatamente a los jóvenes nacionalistas franceses a reivindicarse como seguidores suyos y a adoptar una posición ideológica que remite a lo que se conoce como el «nazismo de izquierda» strasseriano. Strasser representa una referencia esencial porque a) la idea de una «izquierda nazi» es de lo más inquietante, b) él y su hermano ocuparon altos cargos dentro del partido nazi, antes de que uno fuera exiliado y el otro asesinado por orden de Hitler (por lo que no participaron en el genocidio judío). La plasticidad del caso es tal que cuando el politólogo Patrick Moreau expone en un artículo los fundamentos ideológicos de Strasser y establece una analogía con los Jemeres Rojos [7], una de las principales revistas neofascistas recomienda su lectura y se convierte ipso facto las referencias a los Jemeres, a la China maoísta y a Albania como ejemplos modernos interpretados según la óptica de la Revolución Conservadora. Ahora bine, los N.R. alaban por igual el «nacionalcomunismo» de Strasser y el comunismo asiático... Un analista proporcionó así, en contra de su voluntad, conceptos ideológicos, un modo de eufemización propagandística, una oscilación ideológica y grandes y antiguos fundadores de «tradiciones históricas» inventadas según las necesidades del momento. Este método es la base misma de la fundación de los grupos y corrientes N.R.
Fundación de los nacionalismos revolucionarios
Así, por primera vez, la extrema derecha francesa retoma el discurso presentado en Langages totalitaires y se descubre a los «N.R.», a los «nacional-bolcheviques», a los «antiimperialistas», etc. En 1972, expulsado de Ordre Nouveau (1970-1973), Yves Bataille crea su propio grupo, la Organisation Lutte du Peuple (Organización Lucha del Pueblo). Se inspira en dos modelos: la organización italiana denominada «nazimaoísta» Lotta di Popolo y el libro del filósofo francés, cuya influencia se refleja en toda la prosa de la O.L.P. Precisa: «El libro de Faye es interesante por su vocabulario y porque estudia un tema poco conocido (...) había un discurso que me parecía coherente y susceptible de atraer adeptos» [8]. Christian Bouchet, uno de los principales impulsores del fascismo europeo desde 1980, también reconoce su deuda: «Cuando aún era estudiante de secundaria, me influyó mucho la lectura del libro de Jean-Pierre Faye, Langages totalitaires, que me descubrió la Revolución Conservadora alemana. Zeev Sternhell, con su Droite révolutionnaire, también tuvo una gran influencia en mi evolución» [9].
La apropiación del nacionalbolchevismo, teorizado por Ernst Niekisch (1889-1967) y promovido durante la República de Weimar por la corriente más radical de la Revolución Conservadora, se sacó, por un lado, de los jóvenes nacionalistas alemanes a sus amigos franceses y, por otro lado, de la publicación de las obras de Jean-Pierre Faye y Louis Dupeux. A raíz del grupo francés Nouvelle Résistance, la etiqueta se extendió por toda Europa... tras la caída del Muro. La representación que la extrema derecha (y no solo ella) tiene de Ernst Niekisch lo convierte en la encarnación histórica de la explosión del eje derecha-izquierda. Partidario de la «Resistencia» «nacionalista-revolucionario» alemán contra todo lo que correspondía al Occidente liberal, en beneficio de una revolución nacional de la sangre y el suelo cuyo modelo sería la Volksgemeinschaft que habría realizado la Rusia estalinista, Niekisch deseaba una revolución alemana que condujera a un Imperio unido a Rusia, para culminar en la Revolución mundial. Si en Francia el primer redescubrimiento de la Revolución Conservadora no se produjo integrando a Niekisch, sin duda se debió a causas endógenas, ya que es cierto que Niekisch solo podía ser delicadamente manejable para una Nueva Derecha que ofrecía sus servicios a las derechas. No obstante, la integración de Jünger en las referencias neoderechistas puede considerarse una preparación cultural, ya que el nacionalbolchevismo era, en parte, la contrapartida radicalizada del neonacionalismo, siendo este último ya una vertiente ultra de la Revolución Conservadora.
En la microinternacional nazi-maoísta, el equivalente alemán de la OLP francesa e italiana es la Nationalrevolutionäre Aufbauorganisation–Sache des Volkes (N.A.R.O.-S.d.V.), que agrupa a unos 450 militantes sobre la base doctrinal del Manifiesto de la Causa del Pueblo de Henning Eichberg [10]. La consigna de su renovación ideológica es Niekisch, a quien la N.A.R.O.-S.d.V. promueve como principal opositor al hitlerismo. También recupera la proclamación del Partido Comunista Alemán sobre la «liberación nacional y social del pueblo alemán» y una frase de Lenin: «Haced de la causa del pueblo la causa de la nación y la causa de la nación será la causa del pueblo», ya muy común en Weimar en el movimiento nacional-bolchevique. Estas innovaciones que importa la O.L.P. a Francia, junto con su uso de Jean-Pierre Faye, son popularizadas por François Duprat, ideólogo, militante e historiador fascista, este último fue quien convirtió el neofascismo francés en una praxis historiográfica [11].
Usos políticos
Duprat, historiador y militante, buscó en el análisis histórico las formas de resolver los principales defectos de la extrema derecha de su época: la ausencia de un fundamento ideológico y de una estrategia. Le obsesiona la idea de manipular a la pequeña burguesía anticomunista en beneficio de la vanguardia neofascista; parece lamentar no disponer de los medios para ser, según la terminología del análisis marxista, «las bandas armadas del Capital», ya que eso le facilitaría la financiación de su partido. Aquí se manifiesta claramente la influencia de los esquemas históricos inspirados en León Trotsky, que explican la llegada al poder de los fascismos por la degradación de una pequeña burguesía hostil al comunismo: Duprat reutiliza aquí directamente la disciplina histórica con fines de estrategia práctica [12]. Ante el fracaso permanente de la extrema derecha, defiende una estrategia inspirada en la historia de las redes de la extrema derecha bajo Weimar (partido electoral y estructuras activistas con un lenguaje «de izquierdas»), proponiendo la unión de todos los militantes en un partido nacional-populista, el F.N., y en una estructura radical, las G.N.R., con funciones respectivas definidas: «debemos saber cómo hacer coexistir una organización de combate y una organización de formación y supervisión. Sin las S.A., el N.S.D.A.P. nunca habría podido tomar el poder, pero sin la Politische Organisation, las S.A. no habrían tenido más éxito que los Corps Francs de Kapp y Luttwitz durante el golpe de Estado de 1920» [13].
Gracias a este nuevo lenguaje y método, Duprat intenta unificar en su beneficio los elementos radicales de la extrema derecha francesa. En este sentido, es un éxito. En pocos años, impone las fórmulas heredadas de los «nazi-maoístas». Estas se convierten en un marcador indispensable de la postura de los N.R., hasta tal punto que se puede considerar que es un N.R. quien cita estas palabras de la izquierda «vista desde la derecha». Sin embargo, en Duprat, el nacionalismo revolucionario no es más que una modernización del nacionalismo radical mediante un préstamo léxico-ideológico. La historia le permite reformular su práctica lingüística, pero nunca cede en el sustrato ideológico, poniendo el lenguaje nacional-bolchevique al servicio del «viejo nacionalismo» francés [14]. Sin embargo, se inscribe así en una realidad permanente del fascismo, que siempre fue más una «ortoestética» que una ortodoxia. A partir de ahora, los grupos neofascistas pueden presentar otra genealogía distinta a la que históricamente les corresponde, y todos los que se autodenominan N.R. se atribuyen ser los descendientes de la Revolución Conservadora. Otros líderes de la corriente N.R. quisieron utilizar la Revolución Conservadora para ofrecer un dogma totalmente renovado. El antiguo colaborador valón Jean Thiriart (1922-1992) vio cómo sus tesis se difundían en los círculos neofascistas desde Lisboa hasta Moscú [15]. En el seno de su movimiento Jeune Europe, ya en la década de 1960, planteó un «comunitarismo» nacido del acercamiento entre los neofascistas y las dictaduras «nacional-comunistas» de Europa del Este o los populistas árabes. Durante la década de 1980, se radicalizó considerablemente y, citando a Niekisch, abogó por una invasión de Europa por parte de la URSS con el fin de crear una nación jacobina euroasiática.
Sin embargo, ¿puede entenderse la renovación ideológica utilizando únicamente la «historia de las ideas» como marco interpretativo? Buscar nuevas filiaciones e inspiraciones es también querer desvincularse de la linealidad con el nazismo, con el régimen de Vichy o con los colaboracionistas. Los «años negros» borran cualquier florecimiento de las referencias fascistas, combinando, en el imaginario social, la contrarrevolución, la traición nacional y el crimen de genocidio. Los fascistas franceses han trabajado, por lo tanto, en una revisión integral de los hechos, con el fin de deshacerse de esta triple marca de infamia y hacerlos entrar en el Bien político. Dado que el culto a la memoria se ha convertido en la sombra de la nueva religión cívica de los derechos humanos, los neofascistas deben saber utilizar el primer fenómeno si quieren atacar el segundo.
Inventar la historia
«Inventar» es el acto del mistificador, pero también del arqueólogo que descubre un objeto. Como invento histórico la praxis neofascista puede: a) apoderarse de materiales que le permitan forjar de la nada una tradición histórica valorizante; b) inmiscuirse en los temas de la memoria de la sociedad para posicionarse en contraposición al lugar que le otorga la historia política; c) descubrir así una nueva visión política histórica sin por ello substraerse de la problemática social de la memoria.
Engaño taxonómico e invención histórica
Para deshacerse del peso histórico del fascismo, ¿no es tentador para sus adeptos forjarse una genealogía completamente nueva? Se trata de un procedimiento que tiene la virtud de hacer tabula rasa de las acusaciones y permite fundar ex nihilo una ascendencia que se afirma progresista. Además del nacionalismo revolucionario, los historiadores de la extrema derecha insisten con frecuencia en el nacimiento, desde 1970, de otra corriente neofascista: el solidarismo. Los eternos enfrentamientos, amalgamas y uniones entre estas dos corrientes son objeto de atención por parte de los analistas, que los tratan como fenómenos históricos en sí mismos, con sus propias doctrinas y ascendencias, cuando en realidad se trata de productos nacidos de una práctica de la historia.
Antes de experimentar un nuevo auge en la extrema derecha a partir de la década de 1960, el término «solidarismo» fue acuñado por Pierre Leroux (1797-1871), mientras que su teorización como doctrina socioeconómica del radicalismo es obra de Léon Bourgeois (1896) [16]. Aunque el término ha desaparecido del vocabulario político, el solidarismo fue importante para el arraigo del sistema republicano y su espíritu siguió siendo influyente hasta el periodo de entreguerras, época en la que, fuera de Francia, el ideólogo revolucionario-conservador Moeller van den Bruck o el nacionalista flamenco Joris van Severen utilizaban el término desde la óptica de la extrema derecha. Su transmutación fue bastante fortuita, según Jean-Gilles Malliarakis, quien cuenta que asistió a una conferencia sobre el solidarismo: «Y dos días después ceno con un viejo amigo que va a dar una conferencia en Jeune Révolution. En el fondo, nunca hemos utilizado [la palabra] solidarismo, además es el nombre de nuestros amigos rusos del N.T.S.», y él dijo «ahí está la buena idea» ... y lo lanzó en el entorno de Jeune Révolution. Y ese entorno imagina una palabra que significa lo que tenemos en mente, una derecha idealista, y surge la palabra «solidarista», que se utiliza para todo» [17]. Partiendo de Bourgeois para llegar a Mussolini, Les Cahiers du CDPU se atreven con la fórmula «puede haber varios caminos para alcanzar el solidarismo. El fascismo pretende ser uno de ellos» [18]. Les Cahiers du Solidarisme precisan que Bourgeois no tiene importancia en cuanto a la designación: «solo tenemos que asumir el contenido que le damos y los actos que se le atribuyen». En una transposición del esquema histórico marxista, argumentan que la instauración del totalitarismo fascista es una transición hacia la «sociedad solidarista» [19]. El juego permitido es hábil: cuando el Movimiento Nacionalista Revolucionario es sospechoso, totalmente por error, de atentados antisemitas, su líder Jean-Gilles Malliarakis puede responder a la prensa que «la ideología del M.N.R. es el solidarismo. El fundador fue un humanista masón francés, Léon Bourgeois» [20].
La palabra «solidarismo» pasó así a abarcar ideas confusas, aunque todas ellas relacionadas con la voluntad de modernizar el fascismo y desplazar su léxico hacia la izquierda. Por lo tanto, no es de extrañar, en términos de capital humano, que esta corriente haya experimentado un doble fenómeno de amalgama: por un lado, en el movimiento N.R. y, por otro, en la dirección del F.N. Posteriormente, el interés suscitado por el éxito del F.N. el hecho de que su número dos en la década de 1980 fuera un antiguo «solidarista» (Jean-Pierre Stirbois), mientras que el anterior al auge electoral era un «N.R.» (François Duprat), llevó a muchos analistas a querer dar una singularidad ideológica a un engaño taxinómico. En definitiva, el solidarismo de extrema derecha como tal puede considerarse, al igual que el «nacionalbolchevismo» o el «nazimaoísmo», como una actitud (no una ideología) que representa una subcorriente de efervescencia neofascista que es el nacionalismo revolucionario.
Sin embargo, para los neofascistas deseosos de influir en la historia, no basta con manejar las referencias. Se trata de influir en la acción y, para ello, su propia historia se presenta a la opinión pública como un «bloque». Por lo tanto, deben saber manejar la historia contemporánea para poder finalmente liberarse de la imagen de la «Bestia inmunda».
Deshacer la cadena del tiempo
Por consiguiente, se impone una relectura de la Segunda Guerra Mundial y la necesidad de vincularla a la legitimación del motor de la oferta de extrema derecha: la demanda racista. Maurice Bardèche (1907-1998) publicó en 1948 la primera obra negacionista, pero varios de sus escritos muestran que no creía en su invención, lo que no le impidió denunciar en una obra fundacional del neofascismo europeo «el verdadero genocidio moderno» que supondría el mestizaje de la raza europea a través de la inmigración [21]. Dentro del F.N., fue Duprat, entonces número dos, quien impuso el tema antiinmigración. Lo elabora, entre otras cosas, a partir de la observación del aumento del rechazo a los inmigrantes en Suiza, de lo que deduce que «en el renacimiento de una especie de «neofascismo» a escala europea, incluso mundial, las acciones mercantilistas de un capitalismo que vuelve más o menos a sus tradiciones esclavistas del siglo XVIII pueden tener un peso muy importante» [22]. La época actual es tanto un modelo como la más contemporánea. Los neofascistas están ahí, en estrecha relación dialéctica con el régimen de la memoria seguido por la sociedad francesa.
Cuando, en 1962, los opositores a la guerra de Argelia invocaron la imagen del judeocidio, y la OEA la de la Resistencia, Duprat firmó su primer texto negacionista [23]. En 1967, cuando el tema de la unicidad del judeocidio se estableció como dogma en un simposio en Nueva York y la Guerra de los Seis Días estaba en marcha, Duprat publicó un documento que fusionaba antisionismo, antisemitismo y negación del Holocausto y que, al igual que la propaganda soviética, equiparaba el sionismo con el nazismo [24]. Se está forjando un mito histórico en el sentido soreliano del término: la lucha, en todas partes, entre un deseo globalizador de uniformidad y un deseo de «identidad», «mundialismo», este nuevo Kulturbolchevismus, siendo una palabra que apareció en la prensa neofascista ya en 1968. Esta es la fuerza motriz de la historia.
Inspirándose en el lenguaje de la Revolución Conservadora (y en menor medida en la propaganda maoísta), los activistas se veían a sí mismos como la «Nueva Resistencia» en «Resistencia» contra el «Sistema» “totalitario” que pretendía imponer su paradigma materialista cosmopolita a través de sus «colaboradores» pro-inmigracionistas, un campo discursivo plenamente retomado por el F.N. en la década de 1990. La recuperación del tema del «genocidio» cultural y físico de los palestinos sirve de punto de partida para la descripción de un mundo convertido en una gran Palestina ocupada donde los «indoeuropeos» serían presa del genocidio cultural (americanización, globalización) y biológico (inmigración y mestizaje). Este «Mundo Único» se impondría según un plan posibilitado por el «mito de la Shoah», que inhibiría la reacción racista popular y permitiría a los «sionistas» imponer su orden. La reivindicación de la filiación con Niekisch o Valois, fascistas internados por los nazis, permite en última instancia presentarse como enemigo inmutable del hitlerismo, al mismo tiempo que se esgrime la mixofobia y el antisemitismo. El resultado es una autorrepresentación que consigue combinar proclamas que pertenecen al fascismo y a la Resistencia [25]. En cuanto a la cuestión polémica del «socialismo fascista», reavivada por el coloquio del Club de l'Horloge de 1983 Socialisme, fascisme: une même famille? [26], los Nuevos Radicales la utilizaron, por supuesto, en sentido contrario a la extrema derecha parlamentaria: como se decía que el fascismo tenía sus orígenes en la izquierda, los N.R. exigían ser reconocidos como progresistas que no podían depender de la historia de Vichy o del Tercer Reich.
En resumen, al igual que el trotskismo consideraba que la URSS era un Estado obrero degenerado que no cuestionaba la teoría marxista, los N.R. creen que la historia de los regímenes fascistas no devalúa el fascismo. Los trabajos que han permitido comprender cómo el fascismo podía depender en parte de la historia de la Ilustración (George Mosse) y de la Izquierda (Zeev Sternhell) permiten un verdadero juego de manos en el que la historia de las ideas elimina incluso la existencia de hechos históricos en beneficio exclusivo de la modelización historiográfica y de la propaganda política. Sin embargo, una vez liberados de las contingencias de los hechos históricos, a los neofascistas les resulta más fácil buscar un nuevo fin político que desvincularse de su contexto sociocultural.
Eterno retorno
Gracias a los estudios sobre el prefascismo, la cuestión de la utopía liberadora que podrían preconizar los neofascistas encuentra su solución: el orden indoeuropeo se convierte en el pasado referencial cuyo retorno relativo debe garantizar la revolución nacionalista. Si se trata de un retorno que, aunque eterno por el uso de la obra histórica de Mircea Eliade, no deja de ser relativo, se debe por el uso de los análisis de la revolución conservadora [27]. Los neofascistas no quieren una contrarrevolución, percibida como una reacción no creíble, porque, al igual que los revolucionarios conservadores, rechazan la linealidad temporal. El tiempo sería una esfera que, si se moviera hacia atrás, nunca podría volver a su punto inicial [28]. Es una concepción que rompe completamente con las representaciones actuales, una soledad cultural que no desagrada a los marginales. Por todo ello, ¿se sustraen los neofascistas al modelo socialmente establecido de representaciones históricas? No, porque este discurso se inscribe en la extensión exponencial de las calificaciones de «genocidio» y «crímenes contra la humanidad», y su competencia («genocidios» supuestamente vividos por los armenios, los africanos, los palestinos, los vendeanos, en fin, cualquier comunidad cuya existencia histórica se quiera afirmar, como si el plebiscito de cada día se construyera sólo sobre el suelo y la sangre) en la permanente asimilación polémica de personas y hechos a Hitler y al judeocidio, en el efecto contrario de la voluntad política de hacer de este último un pilar cultural de la construcción de la Unión Europea [29]. La mitología histórica creada por este margen arroja luz sobre la relación de la sociedad francesa con su historia: una «cliodicea» que rechaza la historicidad de los hechos en favor de una confusión encantadora entre la memoria (un imaginario social en evolución) y la historia (una verdad científica y, por lo tanto, temporal, producida por el análisis multicausal de un fenómeno que no puede reproducirse en un espacio-tiempo determinado). En efecto, la contrahistoria producida está sometida a la dictadura imperante de los recuerdos y a su «victimo-centrismo».
En este sentido, la elección del campo lexical de la Segunda Guerra Mundial debido a las represalias muestra hasta qué punto ya no hay lugar social para nadie que no encaje en la representación del antinazismo. Demuestra el fracaso de la lucha contra el paradigma de la Resistencia y la hegemonía de la representación republicana. La utilización de Niekisch ha llevado incluso a algunos miembros N.R. a acercarse a una posición antifascista, en nombre de la lucha por la libertad... lo que pone de manifiesto los riesgos de la oscilación ideológica: es fácil acabar creyéndose lo que uno dice y sacar las consecuencias políticas de sus posiciones metapolíticas. Christian Bouchet, antiguo secretario general de Troisième Voie, Nouvelle Résistance y Unité Radicale, considera que lo único que le separa de la izquierda son sus referencias históricas fascistas y que si fuera sudamericano lo considerarían de izquierdas [30]. Pero, en su tiempo y lugar, donde las divisiones ideológicas son menos una cuestión de sistema económico que de cultura política, ¿no representa esta referencia lo esencial de la acción política? En este contexto, ¿esta oscilación de izquierdas no está condenada a expresarse únicamente en el ámbito cultural, metapolítico?
También hay algo que no se ha dicho: ¿no tendemos a menudo, historiadores políticos inclinados a considerar el fascismo de «izquierda» como intelectualmente más sofisticado y emocionalmente más simpático que el fascismo de «derecha»? Por supuesto, el fascismo no es ni bueno ni malo: es fascista. No sólo su renovación ideológica es incapaz de desvincularlo de la extrema derecha, sino que, menos aún, con Unité Radicale, el N.R. se pasó al fascismo de «derechas» a finales de 1990, cuando la palabra «derechas» ya no era vergonzosa en el ámbito público. En los folletos que anunciaban su fundación, el movimiento precisaba que su objetivo era unir a los «nacionalistas-revolucionarios y a los revolucionarios conservadores», a la «izquierda nacionalista y/o a la derecha revolucionaria», ilustrando perfectamente cómo etiquetas nacidas de un modelo histórico se han convertido en corrientes contemporáneas [31].
Ida y vuelta entre ciencia y activismo
Siguiendo el ejemplo del experimento del gato de Schrödinger, la presencia del observador contribuye a la realidad del fenómeno estudiado: a) el análisis del fenómeno pasado se convierte en el motor de la renovación del fenómeno y los analistas se posicionan en consecuencia; b) se hace evidente el riesgo de producir un modelo conforme a las visiones ideológicas del objeto, preformadas a su vez por la interiorización del trabajo histórico y no a su propio ser; c) la pregunta historiográfica y militante clásica “¿qué es el fascismo?” se reposiciona radicalmente.
Uróboro
Una gran cantidad de obras sobre la extrema derecha tratan sobre las corrientes solidaristas, N.R., etc., como si no fueran corrientes producidas por la práctica de la historia, sino que correspondieran a una «historia de las ideas». Al legitimar de este modo las autorrepresentaciones, al servirse de las autodenominaciones producidas, el analista corre el riesgo de convertirse en el vector inconsciente de la propaganda y de arrastrar a un campo de extrema derecha hacia corrientes pseudomonolíticas y filiaciones imaginarias. El historiador corre el peligro de preferir el hecho del análisis al análisis del hecho, de analizar y genealogizar una doxa cuando se enfrenta a una praxis. En otras palabras, existe una compleja interacción entre el análisis histórico y la acción militante, cada uno estudiando al otro.
¿Estuvo Thiriart influido por la obra histórica sobre la Revolución Conservadora? Según su discípulo Luc Michel, líder de un grupo que afirma estar emparentado con Niekisch: “Thiriart no se dejó influir ni por Jean-Pierre Faye ni por las tesis de Dupeux. De hecho, fui yo quien se las presenté a principios de 1980. Vio en ellas, con interés, ideologías similares a su comunitarismo. (...) Yo mismo me vi influido muy joven por la lectura del libro de Faye, a mediados de 1970, cuando buscaba una salida política para un activismo cuyos límites ya veía. (...) Tuve una larga conversación con Jean-Pierre Faye en 1997. [Me contó lo sorprendido que se quedó al descubrir que una corriente política coincidía con sus investigaciones de entonces. Para que conste, y esto puede ser un caso de un pez que se muerde la cola, me dijo que empezó a escribir [Les Langages totalitaires] a mediados de 1960, tras descubrir textos que probablemente eran los de Thiriart en la época de Jeune Europe” [32]. Jean-Pierre Faye sería así a la vez, y a pesar suyo, una fuente esencial del nacimiento de la corriente N.R. posterior a 1960 y un tributario de la misma. Este dista mucho de ser su análisis: “Desde luego, las pretensiones de estos “nacional-bolcheviques” son risibles. (...) Conocí a un ideólogo que había descubierto en mi libro, decía, el “pensamiento” loco de Niekisch (...). En cuanto a Jean Thiriart, cuyo nombre se me había borrado de la mente, leí un pésimo libro sobre él (...) ¡que había comprado por casualidad en una tienda vegetariana! Por supuesto, no fue este libro el que me condujo a una exploración crítica de la historia más trágica del siglo pasado. [Fue, en los albores de la década de 1960, el análisis crítico de Arendt, Ernst Jünger, Heidegger y Rauschning]. Pero durante nuestra breve conversación, los amigos de Luc Michel me hicieron un retrato de él y no pude soportarlo. [Esto] me dio la oportunidad de observar in vivo cómo podía ser un “nacional-bolchevique”, en su paranoia en acción. Mi entrevista con Niekisch (...) proporciona una aproximación al pasado, como la de una Nekuia homérica: un descenso a los infiernos de la historia” [33]. El uso del historiador concierne, pues, tanto a las obras como a las personas. La renovación ideológica tiene lugar a través del uso de la historia y evidentemente no se limita a los historiadores en sentido estricto. Se recurre a las filas mucho más amplias de los practicantes de la «historia de las ideas»: historiadores, periodistas, filósofos, sociólogos y, sobre todo, politólogos.
Los distintos tipos de autores son conscientes de los retos y dificultades que entraña escribir una historia de los nacionalistas. René Monzat, periodista cuyos artículos dedicó a la Nouvelle Droite parecen haber sido tenidos en cuenta, considera que el principal escollo de los trabajos sobre estos círculos es la actitud de los corresponsales que el investigador encuentra en ellos, que proporcionan informaciones auténticas mezcladas con otras falsas para perjudicar a sus competidores [34]. El politólogo Jean-Yves Camus es uno de los analistas de la extrema derecha más citados. De esta utilización de su prosa, concluye que “la única actitud posible, me parece, para un investigador, es abstenerse completamente, al escribir, de las posibles utilizaciones de su trabajo por parte de su objeto de estudio. Esto implica, evidentemente, el riesgo de ser utilizado [entre otras cosas] en las polémicas internas de la extrema derecha (...). En segundo lugar, no me importa realmente si alguien tiene un interés táctico en utilizar mi trabajo (...). En 20 años, he tenido muchas menos decepciones con la extrema derecha que con ciertos pensadores autoproclamados de la comunidad judía a la que pertenezco” [35]. Como historiador, puedo atestiguar que los dirigentes políticos saben utilizar una perspectiva crítica sobre la acción llevada a cabo para extraer de ella lecciones políticas prácticas, gracias a la fortuna de un texto que publiqué y que fue reproducido y distribuido con fines de formación en unos 150 ejemplares por Christian Bouchet, además de ser utilizado para la reflexión estratégica por la dirección de Nation, el equivalente belga de Unité Radicale, cuyo dirigente me dijo que se trataba de alimentar sus debates sobre la línea ideológica y propagandística a seguir [36]. Las publicaciones de análisis político producen así lecciones prácticas e ideológicas, llevando un fenómeno al otro. Un antiguo cuadro N.R., que había presentado una tesina universitaria sobre la historia de su movimiento, señalaba el problema que suponía para los N.R. ese juego: a la mayoría de los militantes de conciencia les gustaba situarse en la línea de un nacional-bolchevismo que conocían por los estudios de Louis Dupeux... que nunca ocultó su aversión por su objeto de estudio, y lo trató como un a priori exógeno [37]. A la muerte de Armin Mohler, los N.R. le rindieron homenaje, afirmando que sus trabajos habían tenido “una influencia fundamental (junto con los de Louis Dupeux y Jean-Pierre Faye) en la redefinición de la doxa de los N.R. En este sentido, estamos colectivamente en deuda con el profesor Mohler” [38]. Metódicamente, en todos los sentidos de la palabra, se reprocha a los analistas de la política que lleven a cabo una tarea que normalmente corresponde a los ideólogos.
Parece un caso extremadamente raro el de una corriente que primero se nombra a sí misma, luego se busca a sí misma, se encuentra entre los historiadores de la política y retoma ideas de un fenómeno del pasado al tiempo que pretende descender de él. Los N.R. crean un icono, una especie de ilusión histórica: el nacionalismo revolucionario de los años 1970-2000 es fundamentalmente revolucionario-conservador, pero no procede directamente de la Revolución Conservadora como ellos pretenden.
Ilusiones peligrosas
Los neofascistas buscan la modernidad y la encuentran injertando en lo que son una Revolución Conservadora que descubren primero a través de su modelización histórica. ¿Cómo podría ser de otro modo, ya que esta última, aunque el término fuera utilizado por Dostoievski y Moller van den Bruck, sólo existe (también) porque los analistas han sintetizado en un objeto histórico una nebulosa en cuyas estructuras se reconocían puntos comunes, pero que nunca se había declarado que constituyera un todo en sí misma? La nebulosa y su unidad cultural son hechos históricos, pero la teorización meticulosa de su unidad ideológica fue obra de la metodología histórica. Si los neofascistas crean ilusiones históricas, esto permite subrayar mejor cómo la función de las estructuras militantes no es resueltamente la emisión de «ideas» sino de discursos, la producción de una enunciación políticamente operativa, y cómo este discurso emitido genera quizás más la ideología de lo que es producido por ella. El estudio de la ideología no puede hacerse en sí mismo, sin recordar que es una mercancía producida con vistas a ser vendida en un mercado competitivo.
Robert Steuckers, teórico de la Nueva Derecha influenciado por Thiriart, desempeñó un papel esencial en la apropiación de Niekisch por parte de la Nueva Derecha y los N.R. Sin embargo, hace una observación que puede considerarse un balance: «En cuanto al movimiento de Niekisch, creo que nunca existió. Se intentó redescubrir a este autor, pero luego la situación internacional cambió y su utilidad ideológica se desvaneció» [39]. Esto lo dice todo sobre la parte práctica del mensaje transmitido, sobre la relación entre las referencias y el posicionamiento, sobre la utopía que se propugna de este modo y el carácter propagandístico, y no simplemente ideológico, de este discurso nacional-bolchevique. Es decir, que detrás del discurso hay ante todo una voluntad no de linealidad ideológica, sino de supervivencia de la militancia, asegurada por una renovación léxico-ideológica que no es nueva, sino que se nutre de la historia. Detrás de las preocupaciones por la modernización, el sustrato sigue siendo el mismo, al menos internamente. Tras el fracaso del intento de reclutamiento entre los decepcionados de Lutte Ouvrière y del P.C.F., Nouvelle Résistance considera: «Que quede claro que aunque nos llamemos roji-pardos, nacional-bolcheviques, NR, strasserianos, etc.,... somos ante todo fascistas en el sentido del fascismo anterior a los acuerdos de Letrán y a la república de Saló» [40]. La reivindicación de la organización en el nacional-bolchevismo, considerado enemigo de la extrema derecha, no debía tomarse al pie de la letra, ya que provenía en primer lugar de la negativa del F.N. a integrar a los dirigentes N.R., de ahí la necesidad de legitimar su autonomía.
Cuando esta preocupación por despejar las representaciones desaparece en beneficio de la linealidad de las «ideas», los análisis de la Revolución Conservadora o de sus epígonos de los años 1960-2000 concluyen con frecuencia en la existencia de la «herradura» o en la fragilidad de la representación política a través del dibujo de un eje derecha-izquierda. El uso de la historia permite aquí a los neofascistas que el mundo académico avale su propio deseo de posicionamiento ideológico. De hecho, los neofascistas pueden moverse hasta el extremo exterior de este eje, en los partidos y clubes de la derecha y la extrema derecha. En la metáfora del eje derecha-izquierda, este punto extremo de la derecha puede denominarse «B», el eje del sistema político, «S», que llega hasta el punto extremo de la izquierda, «A». Los fascistas nunca oscilan cultural y filosóficamente hacia la izquierda, sino únicamente en cuestiones políticas en el sentido estricto del término (elecciones económicas, elección de apoyo a tal o cual beligerante en un conflicto, modo de aprehender las modalidades técnicas de la acción partidista, etc.). En un plano tridimensional (política, cultura y filosofía), la imagen de la herradura no es operativa: la extrema derecha no consigue avanzar hacia la izquierda. Cuando lo intenta, transforma su posicionamiento político (hasta su utopía), pero no sus fundamentos filosóficos y culturales (lo que se ajusta a su idea de que la «visión del mundo» sustituye a la ideología). Es decir, se ha desplazado en su propio espacio, sin interactuar en absoluto con todo lo que está más allá del punto B. Sin embargo, puede seguir evolucionando y reposicionándose, logrando adaptarse perfectamente a suficientes formas como para que se produzca una sobreproducción taxonómica (solidarismo, nacional-bolchevismo, etc.). Por lo tanto, es un punto situado a la derecha de B que se desplaza de forma circular para no volver nunca exactamente al mismo lugar, ni separarse del todo de él. Este movimiento recuerda al que la Revolución Conservadora, la Nueva Derecha y los N.R. ven en el tiempo: una esfera que se puede mover, pero que nunca vuelve exactamente al mismo punto. El extremismo político se ajusta muy bien a esta imagen de esfera en la que el punto que representa el fascismo circula del «comunitarismo» al «solidarismo», etc. La oscilación ideológica es el desplazamiento de este punto sobre esta esfera, no el desplazamiento del nacionalismo hacia el socialismo.
Ni herradura, ni línea recta, la representación del espacio político, enfrentada a la realidad de movimientos ricos en oscilaciones ideológicas, muestra otra forma. Si se supone que este esquema puede encontrarse después del punto A, entonces, para mantenernos en la estilística de una imagen tan trivial y, por lo tanto, evocadora, como la de la herradura, un eje con esferas en sus extremos puede referirse a una imagen simple: un bastón de majorette... Con tal dinámica, la flexibilidad ideológica es extrema, las utopías, como los discursos y las reivindicaciones de filiación histórica varían en beneficio de una perpetuación rígida de la «visión del mundo». El uso de la historia puede permitir dar la ilusión de otros ascendientes que no sean fascistas, puede producir un efecto óptico de oscilación ideológica e incluso ofrecer dogmas y autorrepresentaciones. Partiendo de la ilusión histórica de la existencia de una herradura ideológica, los neofascistas pueden intentar ajustarse a este esquema y dar la impresión de su existencia real a los historiadores.
Sin embargo, ¿podría este uso cambiar el fascismo en su morfología como lo hace en su discurso? Ahí radica precisamente el último reto de la relación entre la función productora de la historia en lo que respecta a los neofascismos y la forma en que los analistas del fascismo pueden percibir su renovación ideológica.
Espacios-tiempos
Considerando lo que debe ser el neofascismo, Duprat argumenta que «el nacionalismo revolucionario representa un valor universal que cada pueblo descubre según sus propias modalidades, al tiempo que se une a un frente común» [41]. Los espacios-tiempos plurales se convierten en fuentes de inspiración, en modelos menos estigmatizantes que los de los regímenes fascistas declarados, en demostraciones de que se pertenece a una corriente política dinámica y no desaparecida. Esta perspectiva, que remite a un ideal-tipo del fascismo, se ha convertido en común a todos los neofascistas y no podemos sino constatar la concomitancia de este fenómeno con la publicación de tesis sociológicas e históricas anglosajonas que pretenden comparar y agrupar los fenómenos fascistas y populistas. El interés práctico de esta cuestión es indudable, ya que, según Duprat, si el fascismo tiene tan mala prensa es porque se define por sus encarnaciones alemana e italiana, cuando se trata de un fenómeno mundial [42]. En relación con este problema de definición del espacio-tiempo fascista, planteado también por Zeev Sternhell, es interminable el vaivén entre la invención de lo «neo» y el estudio de lo antiguo. Duprat, en nombre de Ordre Nouveau y de su G.N.R., define la utopía geopolítica neofascista retomando directamente las concepciones definidas en 1933 por Szálazi, el líder de las Cruces Flechadas húngaras, que había estudiado como historiador [43]. El conocimiento histórico desemboca aquí en un programa y una utopía que permiten significar que los nacionalistas no son mitómanos, sino que saben adónde van y cómo van, incluso en un ámbito tan serio como la organización geopolítica y, sobre todo, les permite decirlo. El análisis que Duprat hace del fascismo en Europa del Este le permite afirmar que el verdadero fascismo está al servicio del pueblo y de la nación y no es liberticida. Según él, el movimiento rumano de Carol «es la prueba de que el fascismo no reside en absoluto en sus aspectos externos (dictadura, principio del líder, partido único, uniformes, saludo, formaciones paramilitares, control de la juventud) (...) el fascismo es revolucionario y no puede, en modo alguno, ser contrarrevolucionario» [44]. A través de la problemática histórica del fascismo genérico, puede así devolver la legitimidad a su corriente y convencer a sus simpatizantes de que deben abandonar todo tipo de ideas y prejuicios: esta modernización no sería una traición, sino, por el contrario, una purificación legítima.
En resumen, lo que dice Duprat es que el fascismo no tiene nada que ver con su encarnación histórica en los Estados alemán e italiano. El debate metodológico clásico entre historiadores sobre si el fascismo debe analizarse «en acciones» (por retomar la fórmula de Robert Paxton) o en definiciones encuentra aquí una forma de conclusión militante científicamente inválida: el tema del fascismo genérico elimina hasta la realidad empírica del fascismo. Sin embargo, la misma preocupación por el empirismo no puede sino llevar a constatar que esta concepción de un fascismo ideal se ha inscrito en los hechos. Después de la Segunda Guerra Mundial, el fascismo se refugió en la transmisión de su «visión del mundo»: una revuelta moderna contra el mundo moderno, una «revolución conservadora» cuya filosofía política es un «naturismo radical» [45] y cuyo objetivo ideal-típico es una palingenesia comunitarista [46]. Por mucho que las referencias y guiños sean constantes en la prensa neofascista, lo que buscan los N.R. es siempre más la eterna Esparta que un sucedáneo de la Roma o el Berlín fascistas: Umberto Eco hablaría de Ur-fascismo. Sin duda, es este entierro ideológico en un underground social lo que da lugar a la importancia de la historia de las ideas sobre la renovación ideológica del fascismo, así como a la capacidad de reforma permanente del fenómeno neofascista, asimilándolo a un fénix del espacio político [47]. A principios del siglo XXI, el fascismo como sustrato ideológico ha sobrevivido, pero ha perdido todos sus signos evidentes, que en última instancia no eran más que conceptos adyacentes, una forma relativa a la época industrial. El fascismo etéreo cuya existencia histórica pasada soñaba Duprat, memoria comunitaria nacida de una falsificación histórica, se ha convertido en una realidad histórica factual. De ahí, quizás, en una última paradoja, el fracaso mismo de la renovación del fascismo mediante la adopción de las costumbres e ideas de un nacional-bolchevismo que era ante todo «un romanticismo político para la sociedad industrial» [48].
Conclusión
La renovación «izquierdista» del discurso y la autorrepresentación del fascismo es paralela a la reevaluación del carácter revolucionario del fascismo por parte de la historiografía. La plasticidad y el sincretismo caracterizan tanto la ideología neofascista como su uso de las ciencias humanas y sociales. Sin embargo, mientras que muchos cuadros neofascistas tienen formación histórica universitaria, apenas hay historiadores neofascistas. En realidad, esto no tiene nada de ilógico, ya que la profesionalización universitaria de la escritura histórica ha ido acompañada de a) la reivindicación de una necesaria distancia del historiador respecto a las polémicas públicas y b) la derrota de los valores y métodos de la historia de derechas [49]. El gusto por la confrontación, la creencia en la importancia del papel de las minorías activas —indispensable para legitimar el compromiso marginal— y el énfasis en la energía vital en detrimento del análisis estructural parecen consustanciales al militante fascista y antinómicos con las representaciones de la comunidad historiadora. Por lo tanto, quedan sobre todo historiadores militantes, que no dominan toda la metodología de la disciplina y siempre persiguen fines estratégicos con sus investigaciones o militantes apasionados por la historia, pero cuyo capital cultural sirve más para la autolegitimación que para la producción intelectual original. En definitiva, es el utilitarismo, rasgo permanente de los fascismos, el que perjudica la posibilidad de realizar una historia conforme a las prácticas científicas [50]. Sin embargo, es también esta actitud la que permite la audacia conceptual. Abre al neofascismo el camino hacia la designación de un fascismo eterno y cosmopolita. Así, son los defectos científicos de las prácticas y la formación historiográficas neofascistas los que ofrecen al fascismo lo que probablemente sea la más importante de sus renovaciones ideológicas. No obstante, el enfoque es el del posmodernismo político (donde el eclecticismo y el sincretismo predominan en la confección de un credo ideológico individualizado) y no el de la ciencia histórica.
La renovación ideológica del fascismo mediante el uso de la historia es tanto una cuestión de cultura y sus materiales como de política y sus acciones. La cultura política neofascista es una cultura rizomática, capaz de apropiarse de elementos politológicos e históricos de diversas naciones. La utopía de un horizonte palingenésico y la representación esférica del tiempo, conceptos clave de la Revolución Conservadora, están presentes: el fascismo debe renacer, siendo él mismo, pero diferente de su primera encarnación histórica. No obstante, más allá de la reflexión sobre el carácter cíclico del tiempo fascista, esta relación con la historia no deja de evocar una frase de Benjamin: «La historia es objeto de una construcción cuyo lugar no es el tiempo homogéneo y vacío, sino el tiempo saturado de «ahora mismo». Así, para Robespierre, la antigua Roma era un pasado cargado de «ahora» que él arrancaba del continuo de la historia» [51]. Para dar vida a su cultura política, los neofascistas buscan en sus lecturas históricas algo con lo que saturar su tiempo comunitario de «presente», resucitando Esparta o la República de Saló al margen de la sociedad de consumo y en contra del presentismo establecido. Algunos objetarán que, filosófica e históricamente, estas perspectivas son tendenciosas... Efectivamente: el objetivo de los militantes no es complacer al análisis académico, sino establecer un sistema político-cultural que rompa con el paradigma liberal, justificando la existencia de su corriente y dándole sentido.
Esta actitud no se limita a la época posterior a 1960. Ya Déat, Doriot o Valois se legitimaban produciendo un conjunto de signos en los que se entremezclaban elementos extranacionales y la afirmación de una tradición nacional específica, con una trayectoria más larga que la de los modelos italiano o alemán. Valois afirmaba al mismo tiempo que el fascismo tiene su origen en los jacobinos, que es ideológicamente íntegro en la Francia anterior a 1914 y que fue la experiencia de la Gran Guerra la que convirtió a los fascistas en lo que son... Es decir, dado que el fascismo es empirismo, sus adeptos franceses son totalmente libres de componer sus discursos recurriendo a signos según sus deseos, en una línea que es más estética que programática. Así, sobre la base del «nacionalismo de los nacionalistas», el fascismo francés se produce, a lo largo del siglo XX, mediante esta hibridación de signos, en general extranacionales, que pueden extraerse de una oferta cultural que ha experimentado una explosión desde 1960 [52].
Si bien no hay discontinuidad, la ideología N.R. representa, sin embargo, un caso extremo, ya que surge del encuentro entre el campo léxico propagandístico de un bando político configurado por la disciplina histórica (la Revolución Conservadora) y la negación como ideología político-histórica. Aprovechar la historia del fascismo genérico, el lenguaje y los lugares de memoria del adversario son tres actos indisociables para transformar la historia en un palimpsesto [53]. En definitiva, al transcribir en los hechos la teoría historiográfica del «fascismo genérico», los neofascistas no solo se han renovado, sino que han interactuado con el debate histórico sobre la naturaleza del fascismo. Por su parte, el analista se convierte, sin apenas posibilidad de escapar de esta situación, en un «depósito de pensamiento» que permite renovar un bando y un corpus políticos desmonetizados. En este sentido, la renovación ideológica del fascismo inducida por su uso de la historia demuestra que definitivamente no hay lecciones de la historia, solo lecciones sobre la historia.
Notas:
[1] Pour une critique positive, Ars Magna, Nantes, 1997 (1962). Este documento establece la división de la extrema derecha entre «nacionales», «conservadores», y «nacionalistas», «revolucionarios». Esta distinción existía en Alemania desde 1928, promovida por el revolucionario conservador Hartmut Plaas, quien publicó ese mismo año la recopilación Nationalrevolutionäre, con contribuciones de Von Salomon, Ehrhardt, Goebbels y Bormann. (Jean-Pierre FAYE, Langages totalitaires, Hermann, Paris, 1972, p. 70-79). La disputa entre nacionalistas y patriotas es, en realidad, una especie de eterna polémica entre los disidentes fascistas de la Action Française y Maurras, entre los colaboracionistas y Vichy. Actualmente, Dominique Venner dirige la Nouvelle Revue d’Histoire, una revista que se vende en quioscos y que tiene un marcado carácter político en sus temas y en el tratamiento que les da.
[2] Pascal ORY, L’Entre-deux-mai: historie culturelle de la France mai 1968-mai 1981, Le Seuil, Paris, 1983.
[3] Maurice TOURNIER, «Les Mots fascistes, du populisme à la dénazification», Mots, n°55, junio 1998, p. 162; Pierre MILZA, Mussolini, Fayard, Paris, 1999, p. 841-845. De marzo a diciembre de 1919, el programa fascista se vio marcado por la influencia del sindicalismo revolucionario. En 1943, Mussolini quiso retomar ese espíritu «revolucionario», «anticapitalista» y «antiburgués» del que se había alejado tanto el régimen fascista.
[4] Es cierto que los historiadores destacan el carácter de Estado títere de la República de Saló y se refieren más a la violencia de las Waffen SS y los fascistas que al verbalismo socializante...
[5] Cf. Anne-Marie DURANTON-CRABOL, Visages de la nouvelle droite. Le GRECE et son histoire, Presses de la FNSP, Paris, 1988, p. 155.
[6] Jean-Pierre FAYE, op. cit., y Louis DUPEUX, National-bolchevisme. Stratégie communiste et dynamique conservatrice, Honoré Champion, Paris, 1979.
[7] Patrick MOREAU, «‘Socialisme’ national contre hitlérisme. Le Cas Otto Strasser», Revue d’Allemagne, vol. 16, n°3, julio-septiembre 1984, p. 485-498.
[8] Yves BATAILLE (titular de una maestría en Historia), entrevista con el autor, 21 de junio de 2004.
[9] Philippe RANDA, «Entretien avec C. Bouchet», realizado en 2001 para la revista Dualpha y no publicado. El politólogo israelí Zeev Sternhell provocó un acalorado debate en la comunidad historiadora cuando publicó su tesis en 1978. Según él, el fascismo es una ideología internacional que tiene su origen principalmente en la «derecha revolucionaria», el prefascismo de la Francia anterior a 1914. Sus trabajos han sido muy utilizados por la extrema derecha francesa para demostrar que no son intrínsecamente antisocialistas. Este uso ha llevado a los nacionalistas a apaciguar su reflejo reaccionario en nombre de la fidelidad a sus «raíces sociales» así redescubiertas.
[10] El título de esta carta y sus orientaciones se encuentran en Nouvelle Résistance. La trayectoria de Eichberg es en sí misma reveladora. Comenzó a militar en 1956 en la Deutsche Soziale Union de Strasser, al mismo tiempo que descubría la Revolución Conservadora. Se convirtió en un enlace esencial entre los nacionalistas alemanes y la Nueva Derecha francesa y, tras obtener su doctorado en Historia (1970), se convirtió en profesor universitario y se alejó de la extrema derecha. Cf. Patrick MOREAU, Les Héritiers du IIIe Reich. L’Extrême droite allemande de 1945 à nos jours, Le Seuil, Paris, 1994, p. 197-198 et p. 396-397.
[11] Nacido en 1940, se unió a la extrema derecha en 1957 (Jeune Nation) y fue asesinado misteriosamente el 18 de marzo de 1978. Duprat participó en la fundación y dirección de la mayoría de los movimientos neofascistas franceses. Pieza clave en la creación por parte de Ordre Nouveau del Frente Nacional (1972) y posteriormente hizo parte de su dirección, animando Grupos Nacionalistas Revolucionarios al margen del partido. Aunque se inventaba títulos universitarios, era profesor titulado de historia y geografía; durante un tiempo, se planteó cursar una maestría en Historia relacionada con el fascismo y refutar las tesis de Ernst Nolte. Tras años como profesor interino, no se decidió a presentarse al CAPES hasta que la asignatura de Historia Contemporánea incluyó por fin a Vichy y los colaboracionistas, tema sobre el que ya había escrito en numerosas ocasiones.
[12] Cf. François DUPRAT, La Construction du parti révolutionnaire. Principes et méthodes, Dossiers Nationalistes, supplément aux Cahiers Européens-Notre Europe, juillet 1975.
[13] François DUPRAT, Le Manifeste nationaliste-révolutionnaire, Dossiers Nationalistes, Supplément numéro deux aux Cahiers Européens Notre Europe, noviembre 1976, p. 14.
[14] Define la revolución nacionalista como «una revolución conservadora [que] restablecerá el ORDEN IMPERIAL de los tiempos gloriosos de nuestra nación. [Es el retorno a la] Tradición Histórica [por lo que se trata de una contrarrevolución, ya que el Régimen se remonta] a los filósofos del siglo XVIII [y se encarna en 1789]» (Le Salut public, enero-febrero de 1978).
[15] Su influencia suele reivindicarse junto con la de Strasser y Niekisch, por ejemplo, por parte de la OLP y Nouvelle Résistance.
[16] El solidarismo de los radicales no rechaza las desigualdades, sino el individualismo, para considerar a los ciudadanos como socios, lo que conlleva una misión estatal de corrección del mercado. La doctrina pretende ser específicamente francesa y basarse en observaciones científicas (con una perspectiva sociobiológica).
[17] Jean-Gilles MALLIARAKIS, entrevista con el autor, 30 septiembre 2002. Jean-Gilles Malliarakis fue el líder del «movimiento solidarista» durante 1970, antes de pasar a serlo del M.N.R. y luego de T.V. Desde la década de 1930, el grupo ruso-blanco Narodno Trudovoï Soyouz se autodenomina solidarista para encubrir una retórica confusa que toma prestados elementos del personalismo y reclama un régimen parafascista. Después de 1945, el N.T.S. se puso en contacto con diversos grupos de Europa occidental, que decidieron adoptar el calificativo de solidaristas.
[18] Cahiers du CDPU, Principes de l’action fasciste, Ars Magna, Nantes, 1997 (1974), s.p. El redactor jefe de esta revista adaptó en forma de folleto militante la tesis de ciencias políticas dedicada al fascismo que defendió en 1969.
[19] Cahiers du Solidarisme, octubre 1976.
[20] Le Quotidien de Paris, 18 agosto 1980.
[21] Maurice BARDECHE, Qu’est ce que le fascisme?, Pythéas, Sassetot-le-Mauconduit, 1995 (1961), p. 178. Se definía a sí mismo como «escritor fascista» y se le conocía con el sobrenombre de «el más fascista de los franceses». Era cuñado de Brasillach y mentor de Duprat.
[22] François DUPRAT dir., Le Fascisme dans le monde, Défense de l’Occident, número especial, octubre-noviembre 1970, p. 35.
[23] Jean-Yves CAMUS y René MONZAT, Les Droites nationales et radicales en France, P.U.L., Lyon, 1992, p. 80.
[24] François DUPRAT dir., L’Agression israélienne et ses conséquences, Défense de l’Occident, número especial, julio-agosto 1967, p. 8-80; Jean-Michel CHAUMONT, La Concurrence des victimes: génocide, identité, reconnaissance, La Découverte, Paris, 1997, p. 104. La propaganda soviética también es retomada por los nacionalistas árabes y los izquierdistas europeos.
[25] Cf. Nicolas LEBOURG, «La Dialectique néo-fasciste, de l’entre-deux-guerres à l’entre-soi», Vocabulaire du Politique: Fascisme, néo-fascisme, Cahiers pour l’Analyse concrète, n°57-58, junio 2006, p. 39-57 y «L’Invention d’une doxa néo-fasciste», Domitia, n°1, octubre 2001, p. 99-132. Señal de que los giros pueden ser infinitos: durante la invasión de Irak, este último escrito fue retomado por sitios web de la extrema derecha anglosajona, con el fin de demostrar que la oposición a los Estados Unidos asimilaba la actitud de los franceses a la de los nazis...
[26] El Club de l'Horloge (1974, dirigido por el triunvirato Blot-Le Gallou-Mégret) tuvo inicialmente una función de laboratorio de ideas para los partidos de derecha, pero también acogió a miembros de N.R. (Christian Bouchet fue miembro, mientras que Jean-Gilles Malliarakis lo frecuentaba).
[27] Antes de convertirse en un especialista de renombre mundial en historia de las religiones, y en particular de sus mitos palingenésicos, Eliade había apoyado activamente el fascismo rumano de la Guardia de Hierro y había trabajado para la dictadura de Antonescu.
[28] Hacer rodar un objeto hacia atrás, tal es la raíz etimológica de la palabra «revolución». [29] No faltan muestras de esta voluntad europea. El presidente Romano Prodi afirmó durante los debates sobre una constitución para Europa que, tras «los horrores de la Segunda Guerra Mundial y el Holocausto, la búsqueda de la paz fue la razón principal y esencial del proyecto de una Europa unida» (12 de noviembre de 2003). En 2005, la Unión Europea instituyó el 27 de enero como «Día Europeo de Conmemoración del Holocausto» y, junto con sus Estados miembros, contribuyó a que la ONU adoptara una resolución que convertía esta fecha en el «Día Internacional de Conmemoración del Holocausto».
[30] Christian BOUCHET, entrevista con el autor, 11 agosto 2002.
[31] Además de Christian Bouchet, doctor en etnología y autor de obras históricas, la dirección de U.R. contaba con Fabrice Robert, que tenía un máster en Historia, y André-Yves Beck, que había aprobado el concurso CAPES de Historia y Geografía.
[32] Luc Michel, correo con el autor, 14 octubre 2004.
[33] Jean-Pierre FAYE, e-mail con el autor, 31 mayo 2006.
[34] René MONZAT, entrevista con el autor, 2 abril 2006.
[35] Jean-Yves CAMUS, e-mail con el autor, 7 marzo 2006.
[36] Christian BOUCHET, Entrevista con el autor, 1 de septiembre de 2005; Hervé VAN LAETHEM, correo electrónico al autor, 6 de septiembre de 2005. Este artículo («Stratégies et pratiques du mouvement nationaliste-révolutionnaire français», Le Banquet, n°19-20, febrero 2004, p. 381-400) Además, destacaba cómo la documentación interna de Unité Radicale demuestra que esta organización definió su acción tras leer los estudios politológicos de Nonna Mayer sobre el Frente Nacional y de Christophe Bourseiller sobre el lambertismo. Su reprografía iba acompañada de la de Jeffrey BALE, «‘National revolutionary’ groupuscules and the resurgence of ‘left-wing’ fascism: the case of France’s Nouvelle Résistance», en Roger GRIFFIN ed., The ‘Groupouscular right’: a neglected political genius, Patterns of prejudice, julio 2002, p. 24-49, con esta advertencia: «Redactados por personas ajenas a nuestra corriente, estos documentos nos ofrecen una visión neutral y, por lo tanto, nos permiten comprendernos mejor».
[37] Además, precisa que, en la formación de su propio credo ideológico, fue importante la lectura de Christophe BOURSEILLER, Les Ennemis du système, Robert Laffont, Paris, 1989, Y, en cuanto a su trabajo «autocrítico», el de varios de mis artículos (correo electrónico al autor, 23 de octubre de 2006).
[38] Résistance, septiembre 2003.
[39] Robert STEUCKERS, e-mail con el autor, 22 octubre 2001.
[40] 3.º Congreso de Nouvelle Résistance. Moción presentada por la secretaría general de la organización, 1996, p. 4 (documento interno). Christian Bouchet explica que encontró la idea del posicionamiento de Nouvelle Résistance al leer un artículo dedicado al concepto de Periferia en la Revolución Conservadora (entrevista con el autor, 11 de agosto de 2002).
[41] François DUPRAT, Le Manifeste nationaliste-révolutionnaire, op. cit., p. 1. Aquí se encuentra la influencia fundamental de Maurice Bardèche. Este considera que el fascismo es eterno, desde Esparta hasta el Egipto de Nasser, pasando por Alemania e Italia. Tras una confusa comparación entre el castrismo y el fascismo, concede a los historiadores marxistas el carácter de pequeñoburgués y reaccionarios frente al fascismo. (Maurice BARDECHE, op. cit., p. 116-164).
[42] Revue d’Histoire du fascisme, cuarto trimestre 1977, p. 3. Hasta 1975, se multiplicaron los estudios sobre el fascismo genérico, luego se realizaron estudios de casos particulares, hasta que la cuestión del fascismo genérico reapareció a finales de la década de 1990 (cf. Roger GRIFFIN, «The Primacy of culture: the current growth (or manufacture) of consensus within fascist studies», Journal of contemporary history, vol. 37, n°1, 2002, p. 21-43).
[43] Cf. François DUPRAT, «Naissance et développement du fascisme hongrois», La Revue d’Histoire du fascisme, septiembre-octubre 1972, p. 185; id., «Un Programme de politique étrangère : nationalisme et Occident», dentro Ordre Nouveau, supplément à Pour un Ordre nouveau, junio 1972, p. 226-261; id., Le Salut public, enero-febrero 1978.
[44] François DUPRAT, «Naissance, développement et échec d’un fascisme roumain», Revue d’Histoire du fascisme, septiembre-octubre 1972, p. 152.
[45] Cf. Pascal ORY, Du Fascisme, Perrin, Paris, 2003.
[46] Cf. Roger GRIFFIN, «Interregnum or Endgame Radical Right Thought in the ‘Post-fascist’ Era», The Journal of Political Ideologies, vol 5. n°2, 2000, p. 163-178.
[47] Tomo prestada esta metáfora del historiador de las representaciones Michel Cadé.
[48] Louis DUPEUX, 1979, p.542.
[49] Olivier DUMOULIN, «Histoire et historiens de droite», en Jean-François SIRINELLI dir., Histoire des droites en France 2. Cultures, Gallimard, Paris, 1992, p. 327-395. La hegemonía del discurso negacionista entre los militantes neofascistas también explica ampliamente el bloqueo al que se enfrentan por parte de los académicos.
[50] Al referirse a su profesor de historia, Hitler ya escribía: «Este profesor no solo sabía iluminar el pasado con el presente, sino también extraer lecciones del pasado para el presente. Mejor que nadie, explicaba los problemas de actualidad que nos mantenían en vilo. (...) Un profesor así convirtió la historia en mi asignatura favorita. Es cierto que también me convirtió, sin quererlo, en un joven revolucionario» (Adolf HITLER, Mein Kampf, Nouvelles Editions Latines, Paris, s.d., p .25-26).
[51] Walter BENJAMIN, Œuvres III, Gallimard, Paris, 2000 (1919), p. 439.
[52] Este proceso de rizoma cultural se corresponde con su estructura de rizoma de organizaciones de baja densidad y sin una figura real de guía, insertada en el ámbito de la extrema derecha. La posguerra vio cómo se acentuaba esta estructuración bajo el efecto de las repercusiones de la depuración, las formas horizontales y de base del combate de la OAS (cf. Olivier DARD, Voyage au cœur de l’OAS, Perrin, Paris, 2005), y la globalización. Pour une Critique positive extraía claramente de la experiencia de la OAS la necesidad de una lucha en forma de rizoma, del mismo modo que, tras 1918, la experiencia de la guerra llevó a los fascistas a concebir el partido político como un ejército. El uso del concepto de rizoma para estudiar el fascismo apenas se ha introducido en Francia, mientras que los historiadores ingleses, estadounidenses y alemanes lo debaten acaloradamente, a raíz de los trabajos de Roger Griffin: cf. Erwägen, Wissen, Ethik, vol. 15, n°3, 2004.
[53] «Toda la historia era un palimpsesto que se borraba y se reescribía tantas veces como fuera necesario. Una vez realizado el cambio, era imposible demostrar que se había producido una falsificación» (George ORWELL, 1984, Gallimard, Paris, 1972 (1949), p. 104).
Fuente: https://tempspresents.com/2009/03/29/nicolas-lebourg-histoire-et-memoires-du-neo-fascisme/
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Buenas y Malas prácticas del liberalismo económico en Guatemala
El liberalismo económico dominante actual es hija directa de la escuela fisiocrática del siglo XVIII. Esta sostenía que la economía tenía que ser una copia las leyes de la naturaleza (physis) sin regulaciones gubernamentales sino solo las de la dinámica privada. Gobierno entendido como un agente artificial, como si la economía no lo fuera también. Su doctrina quedaba resumida en la expresión laissez faire para los principales factores de producción, principalmente la tierra.
Presidente Justo Rufino Barrios, administración en la cual se implementaron reformas liberales en Guatemala.
En esta doctrina, el gobierno solo podía ser neutral, pero defensora de la propiedad privada. Aunque fue el liberalismo tardío de finales del siglo XIX, del marginalismo microeconómico, el que eliminó de la ecuación de la generación de riqueza a los factores objetivos dejando en su lugar exclusivamente los intereses subjetivos individuales.
Herederos de esta corriente son la Escuela Austriaca de Economía (EAE) y la Escuela de Chicago, ambas se pueden ubicar dentro de la etiqueta “neoliberal”. Siendo idénticas en sus premisas y conclusiones, solo difieren en el método de análisis. La escuela de Chicago, se decanta por la macroeconomía al aceptar una noción de agregados en la sociedad.
En cambio, la corriente Austriaca no puede ni quiere ver el conjunto, dado que se concentra en las preferencias individuales por muy irracionales que sean. De hecho, pienso que la EAE no debería ser considerada una escuela económica en el sentido de contar con un programa económico medible, sino más bien sería una rama de la Psicología, de la psicología conductista para ser más exactos.
Si bien el reino de plutonomía con la que sueñan, la convierte en la utopía burguesa por excelencia.
Con todo, ambas corrientes están detrás de la implementación neoliberal en las economías de varios países, si bien ha sido la Escuela de Chicago la que ganó carta de credibilidad en los organismos financieros internacionales desde el “Consenso de Washington”. No así la AEA que ha estado confinada a las aulas y ciertos medios de comunicación.
En Guatemala hay una combinación de ambas perspectivas dentro de la ideología elitista. Pero es más dura y predominante la EAE debido a tener su centro de gravedad en la Universidad Francisco Marroquín (UFM), y entre algunos medios de comunicación, donde sus adeptos blanden un anticomunismo feroz y fantasmal.
Sin embargo, la otra, la de Chicago, se sitúa con facilidad en entidades como Fundesa, el CIEN o la Escuela de Gobierno. De hecho, detrás de las leyes de inversión que se discuten ahora en el Congreso de la República, están “los chicagos” quienes reclaman de los “austriacos”, empresarios y librecambistas de corazón, más compromiso con tales leyes (CF. Hugo Maúl R., El Periódico, 15/07), dado que asumen que sí hay una guerra de posiciones contra quienes reclaman del Estado una promoción del equilibrio social.
Y en efecto, si la desbocada implementación del modelo neoliberal no se detiene o matiza o sustituye, lo que vendrá en el futuro cercano será una plutonomía, o sea el reino de los ricos y de las grandes corporaciones nacionales y extranjeras, en donde el Estado constitucional guatemalteco será decorativo y mero policía frente a las crecientes tensiones sociales locales y regionales.
Velásquez, A. (2014). Liberalismo económico en Guatemala. Albedrío. Recuperado de: http://www.albedrio.org/htm/articulos/a/av-211.html
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Celebriamo Karletto (1 di 2 - di Massimo Fontana)
Oggi parliamo di lui, il fantasma che si è aggirato per un secolo e mezzo per l'europa e per il mondo, squassandolo ovunque. Sto parlando di Karl Marx, il filosofo, sociologo ed economista comunista nato a Treviri esattamente due secoli fa. Siamo dunque al bicentenario dalla sua nascita. E dopo un arco di tempo così ampio possiamo trarre qualche conclusione sulla sua vicenda intellettuale. Ovviamente la biografia poco ci interessa. Quello che conta sono le idee. Quindi mettetevi comodi che inizia un lungo discorso. Come abbiamo accennato Marx è stato un filosofo, un sociologo e un economista. E proprio sull'economista ci concentreremo. Perchè? Perchè la sua principale opera, “il capitale”, è un libro di critica economica e perchè la sua teoria, anche nella parte sociologica, è essenzialmente una teoria economica. Tra le migliaia di pagine della sua opera possiamo trovare almeno tre grandi punti cardinali che orientano l'intera critica economica: 1) il concetto di valore-lavoro 2) la legge sulla caduta tendenziale del saggio di profitto 3) la progressiva concentrazione monopolistica Partiamo dal primo punto, ovvero il concetto di valore-lavoro. Questa visione nasce in realtà da Ricardo, il quale l'aveva rielaborata a sua volta da Smith, e vede il valore di un bene come direttamente proporzionale alla quantità di lavoro in esso contenuto. Marx è chiaro su questo:” Come misurare la grandezza del suo valore? Per mezzo della quantità della sostanza che crea valore, cioè del lavoro, che è contenuta in esso”, dice subito all'inizio del "capitale". Va da se che se il valore di un qualsiasi bene è dovuto alla quantità di lavoro in esso contenuta, l'eventuale guadagno che un imprenditore capitalista ottenga dallo scambio di questo valore-lavoro cristallizzato nel prodotto, sarà semplicemente una appropriazione indebita di una parte del valore-lavoro che spetta invece a chi ha fornito quel valore, ovvero il lavoratore salariato. Da qui si evince come nel marxismo non solo il lavoratore sia sfruttato essendo espropriato di parte del suo lavoro, ma come il profitto capitalista sia in realtà, anche se non in via esclusiva, quella parte di plusvalore che spetta al suo legittimo proprietario, ovvero il lavoratore. Ora, fin qui abbiamo usato il termine generico di valore. Ma Marx distingue in valore d'uso e valore di scambio. Il valore d'uso è quello derivante dall'utilità di un bene. Il valore di scambio è quello che si forma nei rapporti di scambio con gli altri beni. Per Marx, così come gli altri economisti classici, i due valori sono diversi e ben separati. E soprattutto, il valore d'uso è una quantità data. Ma le cose stanno così? No. Il valore d'uso cambia. E il come lo spiegano i marginalisti a partire dal 1870. Più aumenta la quantità del bene consumato, più il suo valore d'uso scende. Quindi non solo il valore d'uso cambia, ma può diventare anche molto diverso dal valore dato dalla quantità di lavoro in esso contenuto. Senza poi considerare che ogni singolo prodotto ha anche altre componenti nella sua produzione oltre il semplice fattore lavoro. A livello teorico quindi non esiste giustificazione alcuna per parlare di valore-lavoro. Cosa ci dicono gli esperimenti pratici e i dati empirici? Niente di più e niente di meno di quanto previsto dal marginalismo. Tanto è vero che non solo tutti e sottolineo tutti, i paesi che hanno provato ad usare il concetto di valore-lavoro per formare i prezzi dei beni, hanno avuto problemi insormontabili per la loro determinazione, portando a periodici riallineamenti verso quelli stabiliti nei mercati capitalisti. Ma come non bastasse, l'unico grande e serio tentativo concepito dagli economisti marxisti per risolvere il problema dei prezzi dato dal concetto di valore-lavoro, sfociato nelle opere dell'economista sovietico Kantorovich, vede la riformulazione del sistema marxista in senso …....marginalista. Ma guarda un po'. Il secondo concetto, ovvero la legge sulla caduta tendenziale del saggio di profitto, nasce dal concetto di rendimento decrescente, anch'esso mutuato da Ricardo. Cosa dice tale concetto? Semplicemente che all'aumentare della quantità utilizzata di un bene produttivo, l'output cresce ad un tasso inferiore a quello dell'apporto del bene. Se consideriamo il bene come capitale, la legge di Marx ci dice che all'aumentare del capitale immesso in una azienda, il tasso di crescita del prodotto sarà via via minore, determinando così un saggio di rendimento del capitale sempre minore e tendente a zero. Nella visione marxista, questa dinamica evolve nel terzo punto, ovvero la progressiva concentrazione monopolistica. La dinamica è la seguente: se il saggio di profitto cala, le aziende risponderanno in due modi. Da un lato aumentando il tasso di sfruttamento dei lavoratori in modo da aumentare l'appropriazione di plus-valore. Dall'altro concentrando le imprese in grandi conglomerati per diminuire la concorrenza, e questo perchè la concorrenza riduce i profitti. Il processo sfocerà secondo Marx infine in una società dove ci saranno pochissime mega-imprese che controlleranno l'intera economia, e la stragrande maggioranza della popolazione ipersfruttata dai pochi capitalisti. A questo punto la moltitudine ipersfruttata potrà fare una rivoluzione nella quale banalmente si sostituiranno i capitalisti con i lavoratori nella proprietà delle mega-imprese, evolvendo così verso un sistema economico socialista (non comunista), che dovrebbe essere, ma qui Marx non è chiaro, il primo passo verso una successiva società comunista. Problema: Marx non ha letteralmente capito le forze che cambiano e in quale modo la legge sui rendimenti decrescenti, e questo non ha potuto farlo perchè l'eventuale soluzione va in contrasto con il primo assunto della sua teoria, ovvero il concetto di valore-lavoro e quindi plus-valore. Se infatti il profitto e quindi plus-valore è di fatto lavoro cristallizzato, un aumento del saggio di profitto deve derivare da un aumento dello sfruttamento dei lavoratori. Quindi tecnicamente o più lavoratori impiegati nella produzione o più ore di lavoro utilizzate. Ma qui interviene la tecnologia. Tecnologia che non solo aumenta la produzione impiegando lo stesso livello di capitale variabile ( i lavoratori), ma anzi e spesso lo fa, aumenta la produzione impiegando meno capitale variabile (di nuovo i lavoratori). Questo comporta che grazie all'innovazione tecnologica il saggio di profitto può rimanere costante o addirittura aumentare senza intensificare lo sfruttamento dei lavoratori. Anzi, se l'innovazione è particolarmente rapida, si può non solo tenere costante il saggio di profitto, ma anche aumentare i salari allo stesso livello del tasso di innovazione tecnologica determinando così un aumento reale del livello dei salari.
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rt#74 but it’s an essay i made for an online class
“Kalayaan Pasa sa Kasalukuyang Nakabilanggong Bayan”
Ika-12 ng Hunyo, taong 1898; ang ating kalayaan sa mga Kastila'y idineklara sa Kawit. Ang ating mga pahayag ay narinig, ang ating mga ninanais ay naihatid, at ang ating mga karapatan ay naibalik.
Ngunit bawat panahon na lumilipas, mayroong taong aalpas, muling babangon na manlulupig, at ang kapangyarihan ay aabusuhin, taumbayan ay mamanipulahin, hanggang sa ikaw ay mapapaisip; naranasan ba talaga natin ang maging malaya at magsarili?
Maraming salik ang salitang “kalayaan”; kalayaan sa pagpapatunay, sa pagpapahayag, kalayaan sa kapitalismo, sa marginalismo, sa pasismo, kalayaan sa pang-aapi, sa pagkukunwari, kalayaan sa manipulasyon, sa pagkakaroon ng opinyon, at ang kasalukuyang sitwasyon-ang “lockdown” dahil sa isang impeksyon.
Maaring magkakaiba man ang analohiya at magkakaiba ang sitwasyon, sa ibang paraan, magkahalintulad ang epekto sa ating nasyon; ang kawalan ng kalayaan na katulad noon.
Kung ako ang tatanungin, hindi ang “lockdown” ang aking nakikitang problema, kundi ang sitwasyon na sinasamantala ng kaitaas-taasan. Ang nasa ilalim ng lockdown ay ang mga Pilipino, ngunit hindi ang kapangyarihan ng gobyerno.
Nakakalungkot lamang na mas binibigyang-atensyon ang puwersang militar kaysa sa pagkakaroon ng mga bagong ospital at mga pasilidad, nakakalungkot na mas binibigyang-atensyon ang mga may pribilehiyo kaysa sa mga nangangailangang Pilipino, nakakalungkot na mas binibigyang atensyon ang pagpapatahimik sa media kaysa sa pagkakaroon ng mass testing para sa bawat pamilya.
Paano na tayo ngayon?
Isang siglo na ang lumipas nung pinunit ng mga rebolusyonaryo ang kanilang mga sedula, ngunit ngayon ay dire-deretso nang pinupunit ng mga nakakataas ang ating mga karapatan sa harap ng ating mga mata, ngunit tayo ay walang magawa, dahil sa takot na maging panibagong tudlaan.
Kahit maging moderno ang ating mga paraan sa pagkakaroon ng protesta, mayroon ding modernong paraan ang mga nasa itaas para patahimikin ang madla.
Hahayaan nalang ba natin ito?
Dahil ba tayo ay nabubulag sa pagiging pribilehiyo?
Dapat bang tanggapin nalang natin ito at sumuko?
Sabi nga, “kung sira ang sistema, ano pa ang punto?”
Paano tayo makaka-angat kung nagsisimula pa lamang ang pagbabagong-ganap ngunit tayo ay tinatakpan agad ng marka na pula? Paano tayo matututo kung tayo ay nagpapa-manipula sa impormasyong hindi totoo? Pano tayo magbabago kung ang nasabing pag-asa ng bayan ay hindi binibigyang pagkakataon?
Siguro, hindi talaga tayo nagkaroon ng pagkakataong maging malaya at makabago.
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Mises y Hayek diferenciados, por Mises Hispano.
[Review of Austrian Economics, 6(2), 1993, pp. 113-146]
[A Man of Principle: Essays in Honor of Hans F. Sennholz · John W. Robbins y Mark Spangler, eds. · Grove City, Pennsylvania: Grove City College Press, 1992]
Un importante factor contribuyente en el resurgimiento de la economía austriaca en la década de 1970 fue la aparición de un puñado de artículos que dirigieron la atención de la profesión económica hacia las características distintivas de la tradición de la teorización económica fundada por Carl Menger.[1] Probablemente el más influyente de estos artículos fue escrito por el eminente investigador de Walras, William Jaffé, y titulado “Menger, Jevons and Walras dehomogenized”.[2] En este artículo, Jaffé argumentaba convincentemente que los tres fundadores del marginalismo, cuyas contribuciones hasta ese momento habían tendido a confundirse debido a un foco exclusivo en sus descubrimientos contemporáneos del principio marginal, iniciaron cada uno una tradición independiente y distinta del método y el análisis económicos. Tomadas en conjunción con la concesión en 1974 del premio Nobel de economía a F. A. Hayek y las conferencias de investigadores sobre economía austriaca realizadas anualmente entre 1974 y 1976, este artículo y los otros mencionados antes ampliaron y reforzaron el reconocimiento de un interés por la economía austriaca contemporánea como alternativa al paradigma neoclásico prevaleciente.
Pero la tradición mengeriana se desarrolló en direcciones muy distintas por sus brillantes seguidores Eugen von Böhm-Bawerk y Friedrich von Wieser y por sus propios alumnos y seguidores. Sin necesidad de explicar este desarrollo doctrinal con detalle, baste con decir que hoy el término “economía austriaca” se usa para designar dos paradigmas muy diferentes. Uno deriva de Wieser y puede llamarse el paradigma “hayekiano”, porque representa un desarrollo y sistematización de las opiniones sostenidas por F. A. Hayek, un alumno de Wieser en la Universidad de Viena. Aunque todavía no se ha reconocido de forma general por parte los austriacos, la influencia de Wieser sobre Hayek fue considerable y se revela especialmente en los primeros trabajos de este último sobre la teoría de la imputación, que buscan reivindicar la postura de Wieser (frente a la de Böhm-Bawerk-Mises) de que el problema de la imputación debe resolverse dentro del contexto de una economía sin intercambios sometida al control de una única voluntad capaz de alguna manera de calcular utilizando el valor (subjetivo) como la “forma aritmética de la utilidad”.[3] El paradigma hayekiano destaca la fragmentación del conocimiento y su dispersión entre la multitud de consumidores y productores individuales como el problema principal de la cooperación social y económica y considera el sistema de precios del mercado como el medio por el cual se descubre y comunica dicho conocimiento disperso a los que toman las decisiones relevantes en el proceso de producción.[4]
El otro paradigma es el paradigma “misesiano”, llamado así porque Ludwig von Mises fue el primero en exponerlo sistemáticamente. Este paradigma representa un desarrollo del pensamiento de Böhm-Bawerk y se centra en el cálculo monetario utilizando precios reales de mercado como condición previa necesaria para la asignación racional de recursos dentro de un sistema económico que muestra especialización y división del trabajo.[5]
Por desgracia, la mayoría de quienes actualmente se consideran a sí mismos como “economistas austriacos” no han percibido las diferencias considerables entre estos dos paradigmas, y como Mises fue la principal influencia sobre los primeros escritos de Hayek sobre la teoría del ciclo económico y el cálculo socialista, la manifestación más importante de este defecto es la tendencia a atribuir a Mises posturas originadas por Hayek o desarrolladas independientemente por quienes trabajan dentro del paradigma hayekiano. Esta tendencia se refuerza por lo que podría llamarse la “presunción whig”, que inexplicablemente sigue prevaleciendo entre muchos austriacos, a pesar de la publicación del libro de Thomas Kuhn hace tres décadas, de que como Hayek “vino después” de Mises debe haber incorporado en su propia obra todo lo valioso de su predecesor.[6] El resultado es que la atención se ha desviado del paradigma misesiano y quienes tratan de profundizar en él y extenderlo han encontrado cada vez más difícil obtener reconocimiento para sus propios esfuerzos o canalizar los intereses y esfuerzos de investigadores austriacos más jóvenes hacia este trabajo. Por eso actualmente existe una necesidad acuciante, especialmente para los misesianos, de asumir la tarea de una diferenciación doctrinal valiente y completa entre Hayek y Mises.
La evidencia de esta necesidad se presenta en algunas de las contribuciones a este Festschrift en honor de Hans Sennholz (paradójicamente, un alumno de Mises cuyos escritos sobre la mayoría de los temas entran completamente dentro del paradigma misesiano). Aunque este libro contiene en muchos trabajos informativos, instructivos o inspirador es de personas que han estado ligadas al Dr. Sennholz en diversos ámbitos o que se han visto profundamente influidos por sus prodigiosos y profundos escritos sobre un amplio rango de temas político-económicos, me interesan principalmente un puñado de contribuciones de economistas austriacos académicos. En lugar de ofrecer un análisis crítico de estos trabajos, me limitaré a demostrar que, en cada caso, el autor imputa a Mises un apoyo implícito o explícito o la autoría de una o más posturas originadas por Hayek o basadas en una visión hayekiana del proceso de precios del mercado.
Empezaré con la contribución de Israel M. Kirzner titulada “Human Action, Freedom and Economic Science” (pp. 241-49), que trata sobre la evolución de su propia comprensión del concepto misesiano de la acción humana desde la publicación de su primer libro en 1960[7] a 1991, el año en que se completó el ensayo que revisamos. En este ensayo, Kirzner rechaza explícitamente la posición que adoptaba en el último capítulo de su libro de 1960 en la que el elemento definitorio de la acción humana es el “propósito” considerado estrechamente como expresado en la economización y la decisión y que toda la estructura de la economía misesiana, incluyendo su esbozo del proceso dinámico del mercado, puede deducirse lógicamente de la idea del “poder de la razón para guiar el comportamiento con un propósito” (p. 224). Kirzner nos informa ahora que ha llegado entender que su anterior comprensión de la postura de mises es “inadecuada”, porque solo puede generar conclusiones acerca de “decisiones tomadas en situaciones concretas” y por tanto es incapaz de analizar “esos procesos sistemáticos del mercado que son tan esenciales para la economía misesiana” (p. 224).
Aunque Kirzner sigue atribuyendo un papel central al concepto de propósito en su reinterpretación de Mises, es un concepto privado de referencias explícitas a la economización y la decisión y completamente redefinido en términos de alerta y descubrimiento. Así, para Kirzner, “el propósito o de la acción humana (…) es la clave esencial para el descubrimiento por los agentes de que en realidad no están en las ‘situaciones concretas’ que habían asumido hasta ahora que eran relevantes” y es el “propósito el que define e identifica la acción humana consciente” que motiva “la alerta ante el mundo dinámico en el que vivimos” (pp. 245, 247). Estos atributos esenciales de propósito se resumen en otro lugar por parte de Kirzner en la declaración de que “la acción humana con un propósito implica una postura alerta hacia el descubrimiento de oportunidades hasta ahora no percibidas y su explotación”.[8] Es verdad que, al proponer esta definición, no es intención de Kirzner ignorar completamente en el aspecto de propósito que se expresa en la decisión humana.[9] Sin embargo no ofrece ningún argumento que establezca una relación lógica entre estos dos aspectos de propósito y se limita a afirmar una “propensión” predominante propia de la acción humana “para olfatear oportunidades que estén a la vuelta de la esquina”, “para descubrir lo que es útil”, “para estar alerta ante las oportunidades”, “para advertir lo que puede ser útil”, etc. Con este procedimiento, Kirzner espera proporcionar una base praxeológica para la tendencia empírica del proceso de mercado hacia el equilibrio que alega Hayek.[10] Así que Kirzner rechaza lo que llama “cualquier patrón de maximización asignativa” o “toma estática de decisiones”, es decir, decisión, como una expresión trivial de propósito que es incapaz de ilustrar las tendencias equilibradoras del proceso dinámico del mercado. En su lugar propone “descubrimiento”, es decir, “la propensión emprendedora del hombre para descubrir cambios que puedan redundar en su beneficio”, como el distintivo de la acción humana con un propósito (p. 245).
Es importante reiterar en este punto que Kirzner no está criticando la concepción de Mises de comportamiento con un propósito, sino su propio error anterior en comprender completamente esta concepción, imputando así a Mises el origen de la perspectiva de descubrimiento que Kirzner ha desarrollado tan elegantemente en sus trabajos posteriores. Así que cuando se enfrenta a la pregunta de por qué Mises apoyaba aparentemente su interpretación anterior errónea de su postura escribiendo un prólogo laudatorio a su libro de 1960, Kirzner responde que Mises no “articula explícitamente” las ideas generadas por esta perspectiva y por tanto es posible que hubiera creído que lo que estaba implícito en su propia postura estaba también implícito en la “exposición superficial” de Kirzner de esa postura. O, alternativamente e incluso menos probablemente, Kirzner especula que el propio Mises puede no haber sido consciente de estas implicaciones trascendentales de su propio pensamiento (p. 249, n. 1).
Sin embargo, me gustaría sugerir que la explicación más sencilla y plausible para el prólogo sin censuras de Mises es la correcta: El último capítulo de Kirzner daba una explicación completa y adecuada de lo que Mises sabía que era su propio “punto de vista económica”, cuyo elemento central Mises caracterizaba repetida y explícitamente como la acción humana con un propósito y describible en términos de decisión y de asignación eficiente de recursos escasos. Además, contrariamente a la idea de Kirzner, Mises sí tuvo realmente éxito en deducir de esta noción restringida de comportamiento con un propósito teoremas catalácticos relevantes para el análisis del proceso dinámico del mercado. Antes de argumentar este punto, demostraré que el énfasis de Kirzner en el descubrimiento como la esencia del propósito le hace incapaz de contar con el proceso de decisión y, en último término, con la misma existencia del hombre que actúa.
Para Mises, la acción humana, ya sea aislada o incluyendo intercambio monetario, está siempre motivada por el deseo del actor de mejorar su bienestar y consiste en elegir entre empleos alternativos de recursos cuyos resultados futuros necesariamente no se conocen con seguridad. Como el proceso de elección implica necesariamente incertidumbre (elección y acción serían evidentemente inútiles en un mundo en el que los seres humanos estuvieran predestinados a resistir una secuencia rígidamente intercambiable de eventos futuros conocidos con perfecta certidumbre), el requisito previo para cualquier acción concreta de elección es la adquisición de conocimiento, a través de experiencia directa o de otras fuentes de información, acerca de los acontecimientos y las circunstancias prevalecientes del pasado reciente que puedan ser relevantes para formular una “comprensión” de las condiciones futuras que puedan impactar las acciones bajo consideración. Por ejemplo, si el actor está eligiendo entre inversiones alternativas de recursos para producir bienes destinados a venderse en el mercado., la información sobre procesos “actuales”, es decir, los precios conocidos del pasado cercano, además del conocimiento cualitativo con respecto a las condiciones técnicas de producción más recientes y las condiciones que subyacen en las demandas de los consumidores, es una guía casi indispensable para prever condiciones futuras del mercado. Solo sobre la base de ese conocimiento y previsiones el actor es capaz de evaluar y estimar los precios futuros de los diversos productos que entran en sus cálculos de beneficio monetario. Estos cálculos permiten su clasificación de las inversiones alternativas bajo consideración, lo que a su vez le permite asignar deliberada y eficientemente sus recursos en el momento de la decisión.
Así que, para Mises, el momento de la decisión coincide con la aparición de una escala de valor que es la razón de ser y la consumación de las actividades previas de “descubrimiento” del actor y que proporciona el marco para un comportamiento deliberado. Elección y acción solo pueden concebirse ocurriendo dentro de esa “situación concreta”. Contrariamente a la interpretación posterior de Mises por Kirzner, el descubrimiento no puede servir como núcleo del axioma central en un sistema praxeológico, precisamente porque no hay posibilidad de inferir de él el requisito previo de la “situación concreta” en el momento de la decisión. Quien está buscando siempre “descubrir cambios que se han producido” en esta situación no pueden actuar nunca sobre esos descubrimientos, porque es incapaz de crear el marco para una elección. En la nueva interpretación de Kirzner, por tanto, el homo agens misesiano se ha transformado en homo quarens, un buscador perpetuo y desorientado de nuevo conocimiento que siempre es incapaz tenerlo en cuenta para mejorar su bienestar: una sombra que se ha despegado del tiempo (prexológico), sin tener existencia en lo que Mises llama el “presente real”, esa secuencia interminable de “situaciones concretas” que crea la evaluación emprendedora deliberada de la experiencia pasada y la previsión del futuro y en la que se inicia toda acción y se vive toda vida humana.[11]
Hemos establecido así que, según Mises, el “descubrimiento” está lógicamente implícito en el mismo concepto de elección y no tiene que plantearse como una faceta independiente del propósito humano y, además, que la propensión a descubrir nuevas oportunidades, cuando se analiza aisladamente como la característica esencial o predominante del propósito es incapaz de generar ninguna proposición con sentido acerca de la acción humana, por no mencionar el proceso del mercado. O, en otras palabras, desde la perspectiva de la praxeología misesiana, la recogida de información empresarial y la previsión no son nunca actividades autónomas y de flujo libre que expresen directamente un propósito, sino que están rígidamente gobernadas por las exigencias de elegir bajo incertidumbre. En mi interpretación, por tanto, es una distorsión importante de la opinión de Mises decir con Kirzner que es el elemento del descubrimiento en la acción humana en lugar de la “racionalidad maximizadora” el que “dirige el mercado” (p. 247). Para Mises, es el hecho de que el empresario desea asignar eficientemente sus recursos al servicio de su objetivo de maximizar el beneficio (y, en último término, la utilidad) que dirige tanto su búsqueda de la comprensión de las condiciones futuras del mercado como cuando esta búsqueda culmina en la elección deliberada de procesos de producción, el proceso dinámico del mercado.
¿Pero qué pasa con la afirmación de Kirzner de que un sistema teórico derivado de un concepto de propósito al que le falta una dimensión descubridora independiente es incapaz de dilucidar “aquellos procesos dinámicos a través de los cuales el mercado absorbe y responde a cambios exógenos” y que es esencial para la economía misesiana (p. 245)? De hecho, la cataláctica misesiana es exactamente la extensión de las implicaciones del comportamiento intencionado llevado a cabo por personas que perciben los beneficios de la especialización y el intercambio descritos por la ley de la ventaja comparativa y cuyas actividades productivas están dirigidas por el cálculo económico a satisfacer demandas previstas de los consumidores de la manera más barata posible. Para Mises, una de las funciones más importantes del proceso del mercado es proporcionar los datos numéricos con sentido, los precios monetarios, que se usan para esos cálculos económicos. Estos cálculos de beneficio monetario permiten a cada productor discernir y elegir intencionadamente ese patrón de uso para sus recursos que le permita maximizar su satisfacción en la participación en el proceso de intercambio. Debido a la complejidad de las interrelaciones técnicas entre los factores de producción y las innumerables posibilidades de su uso y combinación dentro de una economía que usa capital, sin la capacidad de calcular, los productores, no importa cuánto conocimiento cualitativo de los datos económicos descubran o dispongan, nunca serían capaces de usar dicho conocimiento en busca de sus propósitos y abandonarían la cooperación social bajo la división del trabajo como medio para mejorar su bienestar.[12] Así que separar elección de descubrimiento, lejos de dilucidar la naturaleza y funcionamiento del proceso dinámico del mercado, genera la condición bajo la cual deja de funcionar.
Tras haber relacionado el comportamiento individual intencionado con el proceso del mercado a través de la teoría del cálculo monetario, Mises formulaba a continuación su teoría cataláctica, basada en la teoría de precios de Böhm-Bawerk y su propia teoría del promotor-emprendedor para analizar el funcionamiento de este proceso. Para argumentar que la visión de Kirzner del proceso de mercado tiene mucho más en común con Hayek que con Mises, permitidme que enumere brevemente las características más destacadas de la comprensión de Mises del proceso dinámico del mercado como resultado de acciones calculables.
Me centro primero en las características de los precios que genera el proceso del mercado y sirven como datos para el cálculo económico. Son precios obtenidos o, en otras palabras, son el resultado real del proceso histórico del mercado en cada momento del tiempo y están determinados por las escalas de valor de los pares marginales en cada mercado. Por tanto, son también precios de liquidación del mercado cuyo establecimiento coincide con una situación momentánea, a la que Mises llama “estado natural de reposo” (ENR),[13] en el que ningún participante en el mercado, a partir de su clasificación de utilidad marginal de bienes y dinero y su conocimiento de los precios prevalecientes, puede mejorar su bienestar participando en más intercambios. Sin embargo, a pesar de su carácter como precios de liquidación del mercado, también son precios de desequilibrio. Así que, como consecuencia de errores inevitables de previsión empresarial y estimación de precios bajo incertidumbre, la mayoría de los bienes se venden a precios que no se adecúan a sus costes monetarios de producción, generando así beneficios y pérdidas generalizados a los productores. Tampoco la ley de precio único para materias primas y la ley asociada pero más amplia de la igualdad espacial absoluta del poder adquisitivo del dinero se cumplen en el ENR, porque las condiciones del mercado están cambiando continuamente, mientras que la información de cada negociador acerca de las condiciones está necesariamente incompleta y los procesos de arbitraje no funcionan instantáneamente.[14]
Segundo, para Mises el proceso de mercado está abierto y es emprendedor. Es abierto porque los continuos cambios exógenos en los datos económicos le impiden llegar a un equilibrio a largo plazo o lo que Mises llama un “estado final de reposo” (EFR), en el que todos los precios de las materias primas y el poder adquisitivo del dinero sufren un arbitraje perfecto, está ausente la tenencia especulativa de derechos sobre materias primas y se han erradicado completamente las pérdidas y ganancias.[15] El EFR es un constructo imaginario que permite al economista aislar y describir toda la secuencia de ajuste, incluyendo la reorientación consumidora de tiempo de la estructura de producción, que deriva de un cambio concreto en los datos económicos. En el análisis del EFR, el economista empieza con un EFR inicial, introduce una alteración en los datos, es decir, en gustos, tecnología, oferta monetaria, etc. y luego sigue los pasos con los que el mercado se ajusta a un nuevo EFR, manteniendo entretanto un rígido supuesto ceteris paribus. A partir de este análisis puede deducirse que la reasignación de recursos de procesos de producción menos rentables a más rentables coincide con una mejora en la satisfacción de los deseos de los consumidores.
O el economista puede emplear el análisis EFR para demostrar que, si en algún momento cesaran todos los cambios adicionales en los datos económicos, los procesos de ajuste que funcionan actualmente en respuesta a cambios pasados acabarían culminando en un EFR y, si no aparecieran otros cambios, en un estado de actividad robótica repetida o “economía de rotación constante” (ERC), en el que la incertidumbre, el emprendimiento y la demanda de un medio de intercambio son eliminados y la mismas condiciones de decisión y acción desparecen. Este último modo de emplear el análisis el análisis es eficaz para ilustrar que en cualquier momento todo comportamiento intencionado a alcanzar un estado óptimo de satisfacción tiende a establecer un estado de inacción. Lo que impide la aparición de ese estado en el interminable cambio en medios y fines de la acción. Así, desde el punto de vista de la cataláctica misesiana, declarar que el mercado se “equilibra” nunca puede querer decir que el proceso del mercado progrese realmente hacia un equilibrio concreto a largo plazo en tiempo histórico o de calendario. Puede significar que las reasignaciones de recursos productivos asumidas por empresarios tratando de explotar oportunidades previstas de beneficio (siempre y cuando se aprecien esos beneficios) generen un estado relativamente mejorado de satisfacción de deseos de consumidores. O puede significar que el complejo de decisiones y acciones autónomas pero coordinadas que constituyen el proceso del mercado, en cualquier momento histórico, se dirige a establecer un estado óptimo de satisfacción del consumidor y acabaría en ese estado en ausencia de más cambios en los datos.
Pero, a pesar de su utilidad, el análisis EFR nunca fue entendido por Mises como una forma de proporcionar una comprensión de la función del emprendedor o “promotor” cuyas actividades hacen que el proceso abierto del mercado se desarrolle realmente en el tiempo. Para Mises, el concepto de promotor va más allá de la categoría del emprendedor puro derivado del axioma de la acción y su constructo implica conocimiento de un dato fundamental del análisis cataláctico: el que algunas personas están más dotadas que otras para anticiparse y ajustarse al cambio.[16] Dentro del contexto del proceso misesiano del mercado, los promotores-emprendedores son quienes buscan lucrarse promoviendo activamente el cambio. No se contentan con ajustar pasivamente sus actividades catalácticas a cambios previsibles o a cambios que ya se han producido en otras circunstancias. Por el contrario, consideran el propio cambio como una oportunidad para mejorar sus propias condiciones y tratar de anticiparlas y explotarlas agresivamente. El proceso real del mercado es por tanto emprendedor en el sentido de que está dirigido por una clase de personas identificables, aunque siempre cambiantes, cuyas actividades productivas están dirigidas por el cálculo monetario basado en una previsión intencionada y perpetua de un futuro incierto y cambiante.[17] Como se ha señalado antes, los precios usados en dicho cálculo son los precios previstos en el futuro, es decir, los precios anticipados a producirse en momentos futuros de un proceso abierto del mercado que nunca dejarán de estar sacudidos por cambios en los datos económicos. Debería destacarse que estos precios no son los mismos precios que aparecen en el curso de proceso ceteris paribus o “sistemático” (como lo llama Kirzner) del mercado pregresando suavemente hacia el EFR.
Tercero y finalmente, Mises concibe el proceso del mercado como coordinativo, “la esencia de la coordinación de todos los elementos de oferta y demanda”.[18] Esto significa que la estructura de los precios advertidos (en desequilibrio), que aparece constantemente en curso del proceso del mercado y cuyos elementos se emplean para el cálculo monetario, lleva a cabo la indispensable función de liquidar todos los mercados y, en el proceso, coordinar los empleos y combinaciones productivos de todos los recursos entre sí y con las preferencias anticipadas de los consumidores. Esa “coordinación de precios”, al asegurar que los recursos escasos están garantizados para los empresarios que ofrezcan precios más altos también asegura que prevalece en cada momento la “ley de los costes” de Böhm-Bawerk, es decir, que la constelación de los precios de recursos que aparece en un mercado sin restricciones legales siempre refleja la circunstancia de que los recursos existentes se dedican a sus usos más valiosos determinados por la evaluación empresarial de futuros precios de producción.[19] Debería advertirse que, como concepto aplicable al mundo real de incertidumbre y cambio, la coordinación misesiana de precios es congruente con la retención especulativa de mano de obra y otros recursos en la producción actual e previsión de la posterior aparición o descubrimiento usos más valiosos.[20] Aunque esas actividades especulativas pueden modificar la forma de las curvas momentáneas de oferta y demanda y las valoraciones de los pares marginales en los mercados afectados, no quieren en modo alguno alterar la cualidad coordinadora del proceso de mercado.[21]
Desde la perspectiva misesiana, la coordinación de precios es por tanto la misma esencia del mercado y un atributo necesario para su existencia real. Como tal, es un concepto ex post. En ausencia de coordinación de precios,, por ejemplo, en un régimen de control total de precios, la asignación de recursos escasos dentro del sistema social de satisfacción de deseos se convierte en privado de sentido y caótico. El concepto de equilibrado, por otro lado, es un concepto ex ante que expresa un reconocimiento de que los emprendedores, respondiendo al atractivo de los beneficios monetarios, tratan de prever y eliminar los desajustes que aparecen constantemente entre medios y fines y que su éxito en hacerlo culminaría en un estado de satisfacción óptima, es decir, de inacción. Por tanto, el equilibrado supone una coordinación de precios de la misma manera que, en un proceso no social de satisfacción del deseo individual, la asignación intencionada de recursos supone la existencia de una escala unitaria de valor por medio de la cual pueden evaluarse y clasificarse los recursos de una manera sensata.[22]
Dejadme comparar esta interpretación de la visión de Mises del proceso del mercado que se deduce del axioma del comportamiento intencionado con la interpretación kirzneriana que atribuye la postura axiomática en el sistema praxeológico de Mises a la proposición de que los individuos tienen una propensión a descubrir cambios que ya se han producido en sus situaciones concretas. En esta última interpretación, Mises no ve y mercado como un proceso abierto, como un complejo entrelazado de procesos históricos de ajuste en diversos estados de desarrollo que se influyen mutuamente, un proceso que está constantemente cambiando de dirección en respuesta a nuevos cambios en los datos y en realidad nunca se aproxima temporalmente a un estado de descanso de inactividad finales. Más bien, la interpretación kirzneriana destaca el mercado como un proceso “sistemático”, que realmente progresa hacia el equilibrio mediante una creciente coordinación de los planes de los participantes del mercado. El objetivo último de este proceso, la coordinación perfecta de los planes individuales, es un atributo del estado final de equilibrio. Pero esa “coordinación de planes” está a un mundo del concepto de coordinación de precios esbozado antes. Este último concepto, como he argumentado, se refiere a una coordinación apreciada de todos los planes de compra y venta de personas dispares y contingentes subyaciendo las curvas de oferta y demanda del mercado, que realmente existen en cualquier momento dado en un mundo cambiante e incierto. La coordinación de planes, por otro lado, describe una situación imaginaria en la que autómatas repiten interminablemente un patrón constante y perfecto, una situación que equivale a la adaptación perfecta de los elementos entre sí en una fábrica completamente robotizada.
En realidad, la perspectiva de descubrimiento de Kirzner no se origina en el concepto de Mises de la acción humana, sino en la concepción de Hayek del mercado como un medio para diseminar el conocimiento que guía sistemáticamente a quienes, descentralizada e inicialmente ignorantes, toman las decisiones para una completa coordinación ex ante de sus diversos planes de producción y consumo.[23] Pero como la coordinación de planes ex ante solo puede lograrse en el equilibrio a largo plazo (es una condición que define dicho equilibrio), como tanto Hayek como Kirzner reconocen, este último se ve obligado a cambiar su enfoque analítico del proceso abierto del mercado del mundo real a un hipotético proceso de mercado que se genera por una ignorancia inicial entre los participantes del mercado del rango completo de oportunidades de intercambio que permite la configuración prevaleciente y fija de los datos económicos y que por tanto debe acabar en un EFR.
Con la posibilidad de cambio exógeno y verdadera incertidumbre eliminada así de su ámbito, el análisis de Kirzner del proceso del mercado no tiene ningún uso para el concepto del promotor-emprendedor dinámico que está perpetuamente previendo y evaluando el futuro en búsqueda de oportunidades anticipadas de beneficio. El proceso del mercado se caracteriza ahora como dirigido hacia su objetivo fijo y final de una coordinación perfecta de planes por parte de descubridores-emprendedores alerta ante “cambios que se han producido en sus propias situaciones de mercado”, es decir, ante discrepancias que aparecen contemporáneamente entre los precios del mismo bien disponible en distintos lugares o en distintas formas (productos virtuales, es decir, recursos y productos reales). En estas condiciones casi estáticas, la producción pierde su dimensión temporal y puede concebirse como un asunto de puro arbitraje, es decir, de compra y venta simultánea del mismo bien en mercados espacialmente dispersos. Solo bajo estas circunstancias, en las que los productores pueden ser calificados como arbitrajistas, puede ser verdad la proposición hayekiana de que la información acerca de los precios del pasado inmediato sustituye al conocimiento cualitativo detallado de condiciones pasadas y futuras del mercado a la hora de dirigir el proceso de producción. Al actuar los productores-arbitrajistas para explotar discrepancias recién descubiertas entre los precios que prevalecen en entradas y salidas, disminuye apreciablemente la ignorancia de oportunidades mutuamente beneficiosas de intercambio entre los participantes del mercado, se coordinan progresivamente los planes de compra y venta de las personas (en el sentido ex ante) y los precios se dirigen sistemáticamente hacia sus valores finales de equilibrio.
Una vez eliminamos la suposición de una ausencia de cambio exógeno al analizar el proceso del mercado, las caracterizaciones de Kirzner del emprendedor como un descubridor alerta de oportunidades existentes, del proceso del mercado como un medio para la coordinación de planes y de los precios percibidos como un sustitutivo del conocimiento cualitativo acerca de los datos económicos, caen todos por tierra. Y esto es lo que deberíamos hacer también interpretando a Mises, porque este no emplea esos supuestos para analizar la función del emprendedor o deducir conclusiones acerca del proceso dinámico del mercado. Como he señalado antes, para Mises el análisis del EFR, que utiliza este supuesto, es principalmente útil para demostrar que las consecuencias de un cambio en los datos económicos no se limitan al ajuste inicial del precio al mercado, sino que también implican ajustes a más largo plazo en la asignación de recursos y la estructura de producción.
Hayek, por el contrario, incluso en sus primeros escritos sobre teoría del ciclo económico, en los que estaba mucho más bajo la influencia de Mises, concebía la economía realmente alejándose y volviendo rápidamente hacia un “estado estático” bajo el impacto de los cambios en los datos. Así, en Teoría monetaria y ciclo económico, por ejemplo, Hayek escribía que “Pues hasta aquí, al menos mientras no están funcionando las influencias monetarias, tenemos que asumir que el precio que los empresarios esperan que resulte de un cambio en la demanda o de un cambio en las condiciones de producción coincidirá más o menos con el precio de equilibrio. Pues el empresario (…) generalmente estará en disposición de estimar el precio que se producirá después de que hayan tenido lugar los cambios [es decir, en el nuevo EFR].[24]
Aunque en escritos posteriores Hayek destacaba que el estado de equilibrio y la coordinación ex ante de planes es “una construcción que hay que admitir como ficticia” que nunca se observará en el mundo real, seguía insistiendo en que la eficiencia del proceso económico se mediría por su proximidad observada a dicho estado. Consecuentemente, en La teoría pura del capital argumentaba que la “justificación” del concepto de equilibrio “no es que nos permita explicar por qué las condiciones reales deberían en algún grado aproximarse a un estado de equilibrio, pero esa observación demuestra que lo hacen hasta un cierto punto muy aproximado y que el funcionamiento del sistema económica existente dependerá del grado en que se aproxime a esa condición”.[25] Al afirmar la “tendencia” de los precios del mercado a ajustarse a sus niveles de equilibrio, Hayek indica claramente que considera que el mercado histórico opera normalmente muy cerca del estado de equilibrio. Así que define “tendencia” en los siguientes términos: “Un fenómeno concreto puede tender a [aproximarse a] una cierta magnitud si en un gran número de casos puede esperarse que esté bastante cerca de esa magnitud, aunque no haya ninguna razón para esperar que realmente la alcance, por muy largo que sea el tiempo permitido para el ajuste”.[26]
De hecho, como señala Hayek, para que los precios cumplan con sus funciones de diseminación de conocimiento y coordinación de planes, la economía debe subsistir en un estado de lo que yo llamaría “equilibrio próximo”, en el que los precios percibidos son siempre indicadores bastante buenos de precios futuros. Hayek escribe:
La acción económica de éxito [o el cumplimiento de las expectativas que la impulsan] depende en buena parte de la aproximación correcta de los precios futuros. Estas predicciones se basarán en los precios actuales y sus tendencias. (…) De hecho, la función de los precios es precisamente comunicar tan rápidamente como sea posible las señales de los cambios que las personas no pueden conocer, pero a los que deben ajustar sus planes. Este sistema funciona porque la totalidad de los precios actuales es una indicación bastante fiable de cuáles serán probablemente los precios en el futuro.[27]
Kirzner evidentemente rechaza el concepto hayekiano del equilibrio próximo como una descripción realista del funcionamiento de la economía de mercado, argumentando que “el mercado está en un estado continuo de flujo y nunca está en estado de equilibrio ni cerca de él”. Continúa argumentando que “la capa [endógena] de cambio, que consiste en tendencias equilibradoras sistemáticas (que nunca consiguen completarse completamente antes de verse interrumpidas por nuevos cambios exógenos) es responsable del grado de eficiencia asignativa y el potencial crecimiento que muestran las economías de mercado”.[28] Pero si es así, Kirzner debe concluir lógicamente, algo que no hace, que las economías de mercado no son muy eficientes en absoluto, porque él ya ha argumentado que el proceso del mercado nunca avanzada demasiado hacia el estado idealmente eficiente de la coordinación perfecta del planes.[29] Aparte de esto, en la teoría de Kirzner del descubridor-emprendedor cuyas actividades dirigen sistemáticamente los precios del mercado hacia su configuración de equilibrio, puede considerarse como un intento de liberar a la noción de Hayek de eficiencia cataláctica como la coordinación ex ante de planes descentralizados de su dependencia del supuesto vago e insostenible del equilibrio próximo como estado normal de la economía histórica del mercado. Sin embargo, el propio intento de Kirzner invoca implícitamente las ideas de periodos durmientes, que separan sucesivas sacudidas exógenas y durante los cuales los cambios equilibradores endógenos tienen tiempo para desarrollarse en cierto grado.
Pero no hay más justificación en la obra de Mises para la idea de Kirzner del equilibrio en tiempo real que para el equilibrio próximo hayekiano. Como destacaba Mises, es imposible determinar y sugerir con algún sentido que la economía real esté más cerca del EFR y que por tanto se manifieste una coordinación superior de planes y una mayor eficacia asignativa en un momento del tiempo que en un momento anterior. Para Mises cada momento que pasa introduce nuevos cambios exógenos en el sistema que afectan y reorientan el proceso presente del mercado hacia un nuevo EFR. Como consecuencia, puede decirse muy poco acerca del progreso de cualquiera de un grupo de procesos de ajustes individuales que componen el proceso del mercado. De hecho, la misma idea de un único proceso compartimentalizado de ajuste no es más que una ficción analítica útil que permite al economista dar sentido a los fenómenos abrumadoramente complejos del proceso unitario del mercado. En palabras de Mises: “Los diversos procesos de ajuste en realidad no están aislados. Sincronizadamente, un número indefinido de ellos sigue su camino, sus rutas se entrelazan y se influyen mutuamente entre sí. Desenredar esta intrincada trama y observar la cadena de acciones y reacciones puesta en marcha por un cambio concreto de los datos es una tarea difícil para la comprensión del historiador y los resultados son en su mayor parte magros y cuestionables”.[30]
En la interpretación alternativa de la opinión de Mises sobre el proceso del mercado que he estado exponiendo, la noción de eficiencia asignativa no tiene nada que ver con el criterio hayekiano de coordinación de planes. Más bien deriva del análisis de los principios de un comportamiento intencionado. Así, desde el punto de vista ex ante, la economía de mercado es perfectamente eficiente, porque las decisiones empresariales basadas en el cálculo monetario siempre generan evaluaciones y asignaciones de recursos en estricta concordancia con las preferencias anticipadas del consumidor, de la misma manera en que las decisiones de un actor individual producen un patrón de uso de recursos que refleja su clasificación de valoración de satisfacciones esperadas. Así la ley de costes de Böhm-Bawerk, según la cual el precio monetario de todos y cada uno de los recursos siempre se corresponde con el menos valorado de sus empleos para el cual su cantidad disponible basta, es decir, su producto ingreso marginal esperado, es el equivalente cataláctico perfecto de la ley de la utilidad marginal que gobierna el intercambio autista. Lejos de ser trivial, este concepto de eficiencia ex ante es indispensable para distinguir la economía no intervenida de mercado de otros métodos concebibles de organizar la cooperación social bajo una división del trabajo. Así que una economía industrial completamente planificada centralizadamente es imposible de llevarse a cabo, porque, en ausencia de intercambio real de factores productivos y precios genuinos de los factores, los planificadores son incapaces de evaluar el coste y por tanto de asignar intencionada o eficientemente los recursos existentes bajo su control de acuerdo con al menos su propia escala conocida de valoración de fines.
El criterio del bienestar social que está implícito en la cataláctica misesiana es por tanto el de “eficiencia de Böhm-Bawerk”, que destaca el papel del cálculo monetario en permitir a los individuos evaluar y asignar racionalmente los medios a su disposición cuando persiguen sus objetivos a través de la acción social, es decir, la acción que hace uso del intercambio voluntario y la división social del trabajo para alcanzar sus objetivos. Mientras que la eficiencia de Pareto y su variante de coordinación de planes de Hayek-Kirzner presenta patrones inalcanzables (porque se basan en información y previsión perfectas) para evaluar los resultados sociales del proceso de decisión, la eficiencia de Böhm-Bawerk invoca un patrón ideal asequible, es decir, la asignación eficiente ex ante de recursos por una persona que elige bajo incertidumbre e indica el funcionamiento coordinado cotidiano de la economía que se produce cuando se cumplen las condiciones previas institucionales del cálculo monetario y, por tanto, de la acción social racional. Jugadas bajo este criterio, las previsiones erróneas y malas inversiones que a veces caracterizan las decisiones empresariales no son una prueba en contra de la eficiencia del mercado del mundo real: el mercado es eficiente porque permite a las personas calcular y por tanto tomar decisiones con sentido para apropiarse de los grandes beneficios descritos por la ley de la ventaja comparativa y no porque generen una certidumbre absoluta o aproximada acerca de los resultados de estas decisiones (que, en todo caso, es algo que también niegan los que eligen la autarquía). En resumen, el mercado no intervenido es socialmente eficiente porque proporciona el incentivo para la acción social estableciendo un nexo fuerte entre productor y consumidor y que da una influencia completa a la decisión del consumidor a la hora de determinar la asignación de los recursos.[31] Por otro lado, cualquier intervención coactiva en el mercado, que necesariamente distorsiona o anula su intrincado nexo calculador que coordina las preferencias del consumidor y las decisiones de los empresarios, genera de inmediato una asignación menos eficiente los recursos, es decir, una que no refleja completa y exclusivamente las preferencias anticipadas de los participantes en la división social del trabajo y rebaja el bienestar social. Podemos concluir por tanto que todo acto de intervención rebaja sin ambages el bienestar social.[32]
Con respecto a la eficiencia ex post, la economía de mercado está de nuevo en completa armonía con la economía autárquica, con los errores y las ineficiencias empresariales en la producción, producto inevitable de la incertidumbre y el cambio. Sin embargo, la economía de mercado sí encarna un proceso que funciona para minimizar esos errores de ineficiencias. Este es el que Mises llamaba el “proceso selectivo”, que está funcionando continua y presentemente en todo momento a través de los beneficios y pérdidas monetarias, erradicando del mercado a los empresarios relativamente menos astutos y menos eficientes, al tiempo que transfiere el poder para elegir los mejores usos y combinaciones técnicas de recursos productivos a los empresarios más previsores y técnicamente eficientes.[33]
En la interpretación kirzneriana no hay una distinción clara ni con sentido establecida entre la eficiencia ex ante y ex post, porque el emprendedor como homo quaerens nunca se enfrenta al momento de la decisión, que le implicaría en la asignación intencionada de recursos o “economización robbinsiana”. Tampoco, por la misma razón, el proceso histórico del mercado puede en esta interpretación poseer un medio para eliminar sistemáticamente a los empresarios con menos éxito y pasar el control de los procesos productivos a los de más éxito. Sin sufrir nunca la carga de la necesidad de elegir, los descubridores-empresarios nunca necesitan poner en riesgo de pérdida ningún recurso al decidir aprovechar una oportunidad de beneficio. Al criticar la expresión “toma de decisiones” que se había puesto de moda junto con otra jerga tecnocrática en la década de 1950, Mises señalaba que la expresión está “pensada para desviar la atención del hecho de que lo que importa no es sencillamente tomar una decisión sino tomar la mejor decisión posible. Esto significa: actuar de tal manera que ningún fin menos urgentemente deseado deba ser satisfecho si su satisfacción impide el logro del fin más urgentemente deseado”.[34] Dada la evidente importancia que mises atribuye a la decisión intencionada en su praxeología y cataláctica, es difícil entender que hubiera aceptado una interpretación de su visión del proceso de mercado que asigna el papel central a un empresario que no elige.
Tal vez una de las consecuencias más desafortunadas de la igualación del pensamiento de Mises y de Hayek se manifiesta en la tendencia común de los actuales economistas austriacos a reformular todo su programa de investigación siguiendo una frase dicha por Hayek, atribuyendo sin crítica un apoyo de Mises a ese programa. La frase a la que me refiero es al comentario a menudo citado de Hayek de que “probablemente no sea una exageración decir que todo avance importante en teoría económica durante los últimos cien años fue un paso adelante en la aplicación coherente del subjetivismo”.[35] Sin embargo, para Mises, el objetivo de la investigación teórica en la economía no era sencillamente “extender el subjetivismo”, sino descubrir el enlace esencial entre el ámbito subjetivo del propósito y la valoración individuales y el proceso social de precios que proporciona los datos objetivos para el cálculo económico. Según Mises, ese empeño debe empezar con “ese brillante logro de los economistas clásicos (…) esencialmente una teoría de la acción calculadora” y luego ampliarse hasta “un sistema que trate todas las decisiones humanas, una teoría general de la acción”.[36] En otro lugar, Mises escribía que “oferta y demanda son solo los eslabones de una cadena de fenómenos, en uno de cuyos extremos hay (…) una manifestación visible en el mercado, mientras que el otro está enraizado profundamente en la mente humana”.[37] Una indicación adicional de que Mises creía que la tarea de la economía moderna era la de explicar la relación entre el propósito individual y los fundamentos catalácticos subjetivos de la sociedad es la carta de Mises a Hayek en la que le explica a que no estaba inicialmente decidido si titular a su obra maestra como La acción humana o Cooperación social.
La contribución de Richard M. Ebeling al libro Variations on the Demand for Money Theme: Ludwig von Mises and Some Twentieth-Century Views (pp. 127-138) sirve como ejemplo de esta confusión de programas de investigación. Ebeling da una muy buena explicación de las diferencias esenciales entre la aproximación del balance de caja de Mises para la demanda de dinero, que deriva de Carl Menger, y la aproximación del balance de caja de Cambridge formulado en los escritos de A. C. Pigou y tomado de la “tradición oral” que había iniciado Alfred Marshall. Ebeling procede luego analizar las aproximaciones macroeconómicas neokeynesianas y monetaristas desde la perspectiva de la aproximación metodológicamente individualista de Mises, criticando la tendencia tanto de los monetaristas como de los keynesianos a argumentar en términos de estabilidad o inestabilidad de la demanda agregada de dinero. Por desgracia, en su crítica, Ebeling tira al niño de la demanda de dinero con el agua sucia de la estabilidad, argumentando que “desde la perspectiva de Mises, es inapropiado hablar acerca de la demanda de dinero y su estabilidad” y que “hablar de la ‘demanda agregada de dinero de la comunidad’ no solo es metodológicamente incoherente, sino incompleto analíticamente” (pp. 135, 137).
Sin embargo, contrariamente a la afirmación de Ebeling, Mises sí sostenía que las demandas individuales de balances de caja podían y debían agregarse en un plan general de demanda de dinero en el mercado. Así, mientras advertía que la investigación sobre la demanda de dinero no podría “empezar con la demanda de dinero de la comunidad”, aceptaba íntegramente la legitimidad de agregar las demandas individuales en una demanda social, declarando que “La demanda de dinero de la comunidad económica no es sino la suma de las demandas de dinero de los agentes económicos individuales que la componen”.[38] Aunque ese agregado aparentemente inocuo de cantidades homogéneas pueda muy bien violar algún canon no escrito en del paradigma “objetivista” hayekiano, Mises claramente apreciaba que sin referencia a la demanda y la oferta de dinero sería imposible llevar a cabo el núcleo de su propio programa de investigación: integrar la teoría del valor y la teoría monetaria para conseguir la explicación de la estructura unificada de los precios monetarios cuya existencia es el sine qua non para el cálculo económico y la asignación intencionada de recursos dentro del marco de una economía basada en la división del trabajo.
En apoyo de la interpretación contraria a la agregación, Ebeling aduce sobre las ideas de Mises que: (1) el poder adquisitivo del dinero no es un precio único, sino una matriz de cantidades alternativas de los diversos bienes que la unidad monetaria reclama a cambio y (2) los cambios en la oferta de dinero nunca afectan a los elementos de esta matriz de poder adquisitivo de forma simultánea y equiproporcional y por tanto generan invariablemente redistribuciones permanentes de renta y riqueza real (p. 136). Pero, como apreciaba claramente Mises, estas ideas importantes que establecían la no neutralidad del dinero no son relevantes para la cuestión de si los planes de demanda de dinero pueden de agregarse apropiadamente o no entre individuos; más bien hablan del tema de la forma de la curva de demanda agregada del dinero, llegando a la conclusión de que dicha curva nunca puede ser rectangularmente hiperbólica.[39]
Mientras que la reticencia a ampliar el concepto de una demanda social para el dinero no puede atribuirse propiamente a Mises, puede detectarse en los primeros trabajos de Hayek sobre la teoría del ciclo económico. Así, en Teoría monetaria y ciclo económico, Hayek critica a Menger y Mises por “ incluir en la teoría del valor del dinero todas las influencias del dinero sobre los precios”.[40] En la práctica, Hayek está reprochando a Mises en particular por tratar de proporcionar un análisis integrado de las variaciones en la oferta de dinero en términos tanto de sus efectos sistemáticos sobre los precios relativos como de sus efectos sobre el nivel de los precios generales, en lugar de concentrarse solo en el otro tipo de análisis al que Hayek consideraba “la tarea mucho más importante” de la teoría monetaria.[41] En Precios y producción, Hayek va incluso más allá hasta animar a la apreciación por parte los teóricos monetarios de “lo superfluo del concepto de un valor general del dinero, concebido como el aspecto inverso de cierto nivel de precios”. Continúa escribiendo que el tipo de teoría monetaria cuyo desarrollo estaba buscando “ya no sería una teoría del valor del dinero en general, sino una teoría del influencia del dinero sobre los diferentes tipos de cambio entre bienes de todo tipo”.[42] Tampoco debe pensarse que Hayek está aquí criticando solo el concepto de un nivel estadístico de precios, debería señalarse que su crítica de Menger y Mises se realizaba a pesar de su reconocimiento explícito que su noción del valor general del dinero “no tiene nada que ver con ningún valor medible, en el sentido de algún nivel de precios”.[43] Al oponerse a la misma noción del poder adquisitivo general del dinero, Hayek, por supuesto, está deduciendo la inutilidad del concepto de una demanda agregada de dinero.[44]
Sin embargo, frente a la postura de Wieser-Hayek,[45] Mises sostenía que la evaluación social de los factores productivos a través de la competencia emprendedora en los mercados de recursos, que es la misma base del cálculo económico y de la acción intencionada, solo puede producirse en términos monetarios.[46] Así, en el curso de la estimación del ingreso marginal esperado de los productos de las diversas entradas en sus procesos planeados de producción y la determinación de los precios para ellos, el emprendedor no puede sino estimar el nivel absoluto de los precios, es decir, el poder adquisitivo general del dinero, porque los tipos de intercambio entre los diversos bienes presentes y entre los bienes presentes y futuros, es decir, los “precios relativos” más importantes para Hayek, están y deben estar incluidos en la estructura de los precios monetarios. O, dicho de otra manera, los efectos no neutrales del dinero sobre la economía funcionan solo a través del medio de los precios monetarios.
Estas consideraciones tienen a perderse de vista cuando nos centramos en el equilibrio próximo hayekiano, porque, fuera de un mundo incierto y cambiante, no hay necesidad de un proceso de evaluación monetaria para revolucionar y recrear continuamente la estructura de precios: en el equilibrio próximo, el dinero desempeña el papel de un oscuro numeraire, y la acción eficiente depende solo de que los empresarios conozcan la configuración actualmente prevaleciente de los precios relativos, que sirve como un indicador bueno, aunque no perfecto, de su probable configuración futura. Para Hayek, solo cuando la corriente del gasto monetario se expande o disminuye tiene un impacto no neutral sobre la economía, al causar cambios reversibles en los tipos de cambio propios del trueque al ir alejando temporalmente a la economía de su equilibrio próximo. Para Mises, por el contrario, solo la existencia de un medio de intercambio real y tangible con un mercado y, por tanto, una fuerza motriz por sí misma, permite el funcionamiento de los procesos de mercado. Así que, desde el punto de vista de Mises, no es el hecho inevitable de la inconsistencia del dinero con un estado imaginario que se aproxima al equilibrio, sino la intervención monetaria que dirige erróneamente los procesos devaluación dinámica la que falsifica los cálculos empresariales, perjudica la asignación eficiente de recursos y descoordina la economía.
La contribución de Sanford Ikeda, titulada “The Dynamics of Government Intervention: Theory and Implications” (pp. 201-212), es un intento interesante y original de formular “una teoría más sistemática de lo que podría llamarse el ‘proceso intervencionista’” y que toma la crítica de Mises del intervencionismo como punto de partida (p. 202). Lo que Ikeda busca es integrar la crítica misesiana con la teoría de la elección pública como medio para explicar el “flujo y reflujo del crecimiento [observado] del gobierno”, mostrando periodos prolongados de progresiva desregulación que alternan con periodos de creciente intervencionismo, sin que la fase desregulatoria ni la fase intervencionista acaben de culminar en un completo de laissez faire o en un socialismo integral, respectivamente (pp. 203-204).
Sin embargo, al analizar la “dinámica intervencionista misesiana” que dirige el proceso, Ikeda recurre a la visión kirzneriana del descubrimiento en el emprendimiento, en la que el emprendedor “sirve una función social resolviendo [inintencionadamente] el problema del conocimiento” (pp. 204-205). Descubriendo y arbitrando discrepancias entre precios simultáneamente existentes de bienes iguales o virtualmente iguales, el emprendedor repara los defectos de conocimiento de los participantes del mercado descentralizado y coordina mejor sus planes individuales de compra y venta. Sin embargo, como he argumentado antes, esta visión no está de acuerdo con la teoría del emprendimiento de Mises, que se centra en la función del emprendedor de calcular los usos más valiosos de las entradas actualmente disponibles sobre la base de precios anticipados de producción.
Ikeda también usa el concepto hayekiano de las “consecuencias no pretendidas” para describir el resultado de acciones concretas de intervención y califica al proceso intervencionista como un “proceso no pretendido” (p. 205). Sin embargo, desde la perspectiva misesiana, las motivaciones para las diversas facciones de intervención son precisamente aquellos beneficios inmediatos que buscan sus proponentes. Y aunque Mises admite que puede haber consecuencias “no previstas” a largo plazo en cualquier intervención, las atribuye, no a una condición inevitable e irremediable asociada con el “problema del conocimiento” de Hayek, sino a ideologías antisociales y deliberadamente oscurantistas que ciegan a las masas ante las conclusiones de la teoría económica.
Además, el análisis de Mises del proceso intervencionista no excluye la posibilidad de que los defensores de una intervención reconozcan y busquen sus consecuencias generalmente no previstas. Así, los sindicatos apoyan leyes de salario mínimo precisamente porque estas leyes hacen que el precio de los trabajadores no cualificados les expulse del mercado laboral y aumente la demanda de trabajadores cualificados sindicados, mientras que los funcionarios que pueblan los consejos municipales de control de alquileres pueden agradecer la creciente escasez de vivienda resultante de dicho control porque aumenta su poder, prestigio y el valor de los favores que pueden otorgar. De hecho, este es precisamente el objetivo de muchos ecologistas radicales al perjudicar la formación de capital y la productividad y producir un declive de la renta real y la población a través de regulaciones medioambientales. Las mismas crisis que se repiten regularmente al irse llevando a cabo los procesos intervencionistas también pueden ser deseadas por aquellos que están ideológicamente comprometidos con la extensión del control político sobre la economía.
Finalmente, creo que Ikeda sencillamente se equivoca cuando afirma que “el razonamiento subyacente de las críticas [de Mises] tanto del socialismo como del intervencionismo [es] el mismo: la existencia del problema del conocimiento hace desagradables e inesperadas las consecuencias de la intervención pública” (p. 208). Primero, como destaca Mises una y otra vez a lo largo de sus escritos, “el cálculo económico”, y no el conocimiento, es el “problema esencial y único del socialismo”.[47] Así, según Mises, ni siquiera si el consejo planificador central estuviera dotado de un conocimiento completo y perfecto de los datos económicos relevantes sería capaz de determinar lo óptimo de entre la infinitud de posibles usos y combinaciones técnicas de los factores disponibles de producción, sin recurrir al cálculo monetario utilizando precios genuinos del mercado.[48] Segundo, como acabo de señalar, desde la perspectiva misesiana, las consecuencias de una intervención no son necesariamente “inesperadas” para sus promotores y beneficiarios activos y no tiene que continuar siendo así para las masas a las que perjudica.
En su ensayo “Mises on Free Banking and Fractional Reserves” (pp. 517-533), Lawrence H. White interpreta la defensa de la banca libre de Mises basada en reservas fraccionarias de oro como un programa para economizan los costes de recursos de suministrar un medio de intercambio al tiempo que se asegura que la emisión de medios fiduciarios está regulada de acuerdo con el deseo de un dinero neutral, es decir, un dinero que no perjudica ni distorsiona los procesos reales subyacentes de la economía. Fue Adam Smith, el padre reconocido de la banca libre, el que introdujo en la teoría monetaria la idea de que un dinero material puro suponía un desperdicio de recursos escasos, mientras que fue Hayek el que originó el concepto, si no la expresión, de “dinero neutral”. Según Hayek en sus escritos de madurez, la “aproximación más cercana la práctica” hacía un ideal así, al que reconoce como “ficticio”, es un sistema monetario en el que “una creciente demanda de liquidez” es atendida por aumentos en la oferta monetaria dirigidos al mantenimiento de la estabilidad de un índice de precios de materias primas que serviría como indicador de los precios medios de los factores originales de producción, tierra y trabajo.[49] Asumiendo que no hay ningún aumento en las existencias de los factores originales, el principal logro del ideal monetario de Hayek generaría “constancia en el flujo del dinero”,[50] lo que, no casualmente, también resulta ser el objetivo deseado por los partidarios modernos de la banca libre.[51]
En su trabajo, White califica a Mises como el prototipo de los partidarios modernos de la banca libre, que se oponían a cualquier prohibición a los bancos privados en competencia que emitían medios fiduciarios vendibles en oro a la vista bajo la justificación de que “esa prohibición (1) haría a la economía más vulnerable a las sacudidas la demanda de dinero y (2) aumentaría innecesariamente el coste de suministrar a la economía medios de intercambio” (p. 528). Como señala White, esta interpretación de la justificación de Mises de la banca libre choca frontalmente con el argumento de Murray Rothbard de que Mises estaba a favor de la banca libre como un medio mejor de suprimir la emisión de medios fiduciarios, porque eludía los peligros asociados con ceder el control virtual sobre sistema bancario gobierno, un resultado que Mises creía que podría producir una prohibición legal directa de las reservas fraccionarias.
De hecho, la interpretación de White de las opiniones de Mises sobre las reservas fraccionarias y la banca libre se basa en su injustificada, aunque no intencionada, equiparación de Mises con Smith sobre la cuestión de los criterios para un sistema monetario ideal. White cae en el error porque olvida importantes pasajes en las mismas obras de Mises que cita y porque ignora evoluciones importantes en la teoría del dinero de Mises que se produjeron entre la publicación de la primera edición en alemán de La teoría del dinero y del crédito en 1912 y la publicación de Nationalokomie (el antecesor en idioma alemán de La acción humana) en 1940. En su trabajo de 1940, Mises nos dice que su “teoría monetaria se completó”, con la mezcla de “la teoría del intercambio indirecto con la del intercambio directo en un sistema coherente de acción humana”.[52] Estos desarrollos generaron una modificación importante de la evaluación anterior de Mises de los beneficios y costos relativos de los medios fiduciarios que no reconoce White.
Como señala correctamente White (pp. 520-522), en La teoría del dinero y del crédito Mises identifica tres beneficios importantes de la emisión de medios fiduciarios. El primer beneficio se refiere a la prevención de “convulsiones” en la actividad económica que se habrían producido en ausencia de una expansión de la oferta monetaria causada por la creación de medios fiduciarios como consecuencia de “una enorme ampliación de la demanda de dinero” y el consecuente aumento en su poder adquisitivo que se produciría por la extensión histórica de la economía monetaria. El segundo beneficio sería el smithiano con el que estamos familiarizados de reducir el “coste del aparato monetario”. Y el último beneficio de los medios fiduciarios sería que su emisión mejoraría suficientemente la rentabilidad las actividades de crédito del sistema bancario al principio de su historia para permitir su supervivencia y crecimiento. La única desventaja de los medios fiduciarios que reconocía Mises en este libro, según White, es relativamente menor: el riesgo de impago por parte del banco emisor debido a la mala gestión o las corridas bancarias. Así que White concluye que Mises “veía a la banca de reserva fraccionaria como una evolución natural y deseable en una sociedad libre” (p. 522).
Pero la conclusión de White es errónea, algo atribuible a su no aceptación completa de una de las contribuciones más famosas de Mises a la teoría económica: Su demostración de la relación causal entre medios fiduciarios y ciclo económico. White (pp. 524-525) evidentemente sostiene que según Mises los ciclos económicos se generan por el exceso de expansión de los medios fiduciarios por bancos centrales no limitados por las fuerzas competitivas del mercado. Sin embargo, el capítulo de Mises sobre el ciclo económico, que sigue directamente al capítulo que enumera los beneficios de los medios fiduciarios y que cita White en apoyo de su propia interpretación,[53] deja meridianamente claro que la causa necesaria y suficiente del ciclo es la divergencia insostenible entre los tipos de interés de “préstamos” y “naturales” generados por la creación de medios fiduciarios. Así que, para Mises, la descoordinación cíclica de la economía es en realidad una desventaja a considerar contra los medios fiduciarios por sí mismos. Consecuentemente, solo después de explicar completamente tanto las ventajas como las desventajas de los medios fiduciarios Mises, en una sección que comprende las últimas cinco páginas del libro (a la que no se refiere White) trata las “cuestiones básicas de una futura política monetaria”.[54] Aquí, Mises reimprime la conclusión de la primera edición en alemán (la edición en inglés es una traducción de la segunda edición alemana publicada en 1934), en la cual reclama enfáticamente la supresión de toda creación adicional de medios fiduciarios, si no la prohibición directa de la banca de reserva fraccionaria. Contrariamente a la afirmación de White, Mises estaba evidentemente convencido de que las desventajas de la emisión de medios fiduciarios, incluyendo ahora su propiedad de generación de títulos, superaba con mucho las ventajas que había enumerado anteriormente.
Mises concluye:
[Los medios fiduciarios] deberían lógicamente estar sometidos a los mismos principios que se han establecido con respecto al propio dinero: deberían tomarse las mismas medidas también en su caso para eliminar en lo posible la influencia humana sobre la tasa de cambio entre el dinero y otros bienes económicos. La posibilidad de causar fluctuaciones temporales en los tipos de cambio entre bienes de órdenes superiores o inferiores por la emisión de medios fiduciarios y las consecuencias perniciosas relacionadas con una divergencia entre los tipos de interés natural y monetario son circunstancias que llevan a la misma conclusión. Es evidente que la única manera de eliminar la influencia humana sobre sistema del crédito es suprimir toda posterior dimisión de medios fiduciarios. El concepto básico de la ley de Peel tendría que restablecerse e implantarse más completamente de lo que se hizo en la Inglaterra de su tiempo, incluyendo dentro de la prohibición legislativa la emisión de crédito en forma de cuentas bancarias.
Sería un error suponer que la organización moderna del intercambio esté predestinada a continuar existiendo. Lleva en sí misma el germen de su propia destrucción: el desarrollo de los medios fiduciarios debe llevar necesariamente a su quiebra. (…) Será una tarea para el futuro erigir salvaguardas contra el uso inflacionista incorrecto del sistema monetario por parte del gobierno y en contra de la extensión de la circulación de medios fiduciarios por parte de los bancos.[55]
Es difícil concluir la parte del pasaje que acabo de destacar en la cita anterior que Mises viera con ecuanimidad, ya no digamos con favor, la creación adicional de medios fiduciarios por bancos, sean “libres” o no.
White (p. 520) cita una parte de un párrafo de una obra posterior de Mises de 1928,[56] En la que Mises reitera que una supresión de la emisión de medios fiduciarios hubiera dado lugar a situaciones históricas en las que la aparición de una demanda excesiva de dinero habría generado un aumento en el poder adquisitivo de este, lo que habría sido temporalmente desventajoso para la economía. Sin embargo, White no cita la última frase de este mismo párrafo, que identifica un beneficio importante que se habría obtenido de la prohibición de más emisiones de medios fiduciarios: “la economía indudablemente no habría experimentado los tormentosos vaivenes seguidos por inversiones dramáticas de dichos vaivenes en forma de crisis y declives”.[57]
Mises también deja claro posteriormente el mismo trabajo que los beneficios de los medios fiduciarios son muy inferiores a sus costes en términos de descoordinación cíclica de la actividad económica. Por tanto, reclama la implantación de un programa formativo revisado sobre la divisa en los siguientes términos:
El requisito más importante de cualquier política cíclica, no importa lo modesto que pueda ser su objetivo, es renunciar a cualquier intento de reducir el tipo de interés por medio de una política bancaria por debajo del tipo que se desarrolle en el mercado. Eso significa un retorno a la teoría de la escuela de la divisa, que trataba de suprimir toda expansión futura del crédito de circulación y por tanto toda creación adicional de medios fiduciarios. (…) esto significa la introducción de un nuevo programa basado en la teoría de la antigua escuela de la divisa, pero expandido a la vista del estado actual de conocimiento para incluir los medios fiduciarios emitidos en forma de depósitos bancarios.[58]
Lejos de rechazar el programa de la escuela de la divisa, como nos querría hacer creer White, está claro que Mises deseaba reformularlo sobre una base teórica más sólida para reforzar su aplicación práctica. Así que, contrariamente a lo que dice White, Mises apoyaba un régimen de banca libre precisamente porque habría acabado generando una “restricción extrema en la emisión de medios fiduciarios”. Los banqueros libres aprenderían esa restricción por sus experiencias en crisis y corridas bancarias que se producirían inevitablemente durante el discurrir histórico del desarrollo de los medios fiduciarios. Una vez dichas lecciones fueran absorbidas por los empresarios bancarios más astutos, se aplicarían políticas de extrema precaución y restricción en todo el sistema bancario ya que los bancos menos responsables que persistieran en la creación adicional de medios fiduciarios se enfrentarían inmediatamente a la doble amenaza de las liquidaciones interbancarias adversas y la pérdida de confianza por la una o dos veces escarmentada clientela bancaria, ahora más sofisticada.[59] En este momento se implantaría completa y adecuadamente el programa de la escuela de la divisa, ya que extensiones adicionales del “crédito de circulación” por parte de los bancos se verían controladas y cualquier acumulación adicional de activos bancarios reflejaría un aumento en el crédito mercancía basado en depósitos temporales de inversiones en valores de fondos ahorrados voluntariamente.
Al contrario que en nuestros partidarios modernos de la banca libre, Mises no preveía en absoluto que el sistema de banca libre evolucionara hacia una relación minúscula de reserva de oro frente a pasivos de demanda y ni a la progresiva transformación del oro en un “activo de liquidación” interbancario desmonetizado en la práctica.[60] Para Mises, por el contrario, la devolución iría en la dirección opuesta, con una ignorancia empresarial inicial que precipitaría un primer derroche en la creación de medios fiduciarios y las consiguientes fluctuaciones cíclicas que devolverían lentamente a un sistema de reservas marginales del 100%, mientras se renovaría dolorosamente la conciencia entre la gente de que los billetes y depósitos bancarios no son dinero por sí mismos, sino únicamente derechos y sustitutivos del dinero, es decir, del oro.
Así que, en sus primeros escritos, Mises sí percibía que había ventajas concretas relacionadas en la emisión de medios fiduciarios, pero estaba dispuesto a renunciar a dichas ventajas por la mayor ventaja de mantener la integridad del cálculo monetario e impedir perturbaciones en la coordinación de precios y tipos de interés en la economía. Sin embargo, en el momento en que escribió La acción humana sus opiniones sobre emprendimiento, cálculo monetario y dinero habían evolucionado hasta el punto de que era capaz de darse cuenta de que los beneficios que en un tiempo había atribuido a la creación de medios fiduciarios eran en buena parte ilusiones. En particular, el Mises posterior abandonó su anterior creencia de que un aumento en el poder adquisitivo del dinero era de alguna manera desventajoso para la economía de mercado.
Con respecto a un mundo en el que se produce un aumento persistente “inducido por los bienes” en el poder adquisitivo del dinero resultante del crecimiento secular en las ofertas de materias primas y servicios en conjunción con una oferta monetaria nominal rígidamente fijada, Mises argumentaba en La acción humana que ese estado de cosas no perjudicaría la función coordinadora de precios en cada momento del mercado o afectaría a los cálculos monetarios que llevan a los empresarios a asignar eficientemente recursos productivos al servicio de las preferencias previstas del consumidor.
Como escribía Mises:
Empresarios e inversores (…) no necesitan el movimiento general de todos los precios. Lo que les importa es la existencia de discrepancias entre los precios de los factores complementarios de producción y los precios previstos del producto. Ningún empresario se embarca en un proyecto concreto de producción porque crea que van a subir los precios, es decir, los precios de todos los bienes y servicios. Se dedica a ello si cree que puede obtener un beneficio de la diferencia entre los precios de los bienes de distintos órdenes. En un mundo con una tendencia secular hacia la caída de precios, esas oportunidades de obtener beneficios aparecerán de la misma manera en la que aparecen en un mundo con una tendencia secular hacia un aumento en los precios. (…)
Una tendencia secular hacia el aumento en el poder adquisitivo de la unidad monetaria (…) indudablemente no influiría sustancialmente en el discurrir de los asuntos económicos. No eliminaría el deseo de la gente de mejorar su bienestar material en la medida en que sea posible mediante una disposición apropiada de la producción. No privaría al sistema económico de los factores que generan mejora material, es decir, de la lucha de los promotores empresariales en busca de beneficio y la disposición del público a comprar aquellos productos que sean aptos para proporcionarle la mayor satisfacción con el menor coste.[61]
Tampoco el Mises posterior compartía con Hayek y los partidarios de la banca libre un temor hacia las “sacudidas de demanda monetaria”, es decir, a algún aumento “inducido por el dinero” en el poder adquisitivo de este y causado y por una disminución en el flujo del gasto monetario debido al atesoramiento. En concreto, Mises niega que un aumento en la demanda de dinero a costa del gasto en bienes de consumo mientras la oferta monetaria permanece sin cambios vaya a impedir el proceso de transformar el ahorro real adicional así generado en una acumulación de los bienes de capital. El cálculo monetario, teniendo en cuenta el declive relativo en los precios de los productos de orden inferior y de consumo y de los factores no específicos de producción, reflejaría fielmente el aumento en la disponibilidad de bienes de capital y la perspectiva de mayores beneficios induciría a los empresarios a emplearlos en la expansión de sus operaciones. Como concluye Mises: “Lo principal es que los bienes de capital resultantes del ahorro adicional no se destruyen por cambios monetarios coincidentes. (…) Cada vez que una persona dedica una cantidad de dinero a ahorrar en lugar de gastar un consumo, el proceso de ahorro se ajusta perfectamente con el proceso de acumulación de capital e inversión. No importa si el ahorrador individual aumenta o no sus existencias de efectivo”.[62] Así que, para Mises, el proceso coordinativo y calculador del mercado puede responder y responderá con una eficiencia perfecta (ex ante) a cualquier combinación de cambios previstos en las preferencias del consumidor, incluyendo cambios en preferencias de “liquidez”.[63]
Esto nos deja finalmente solo con la ventaja de los medios fiduciarios de reducir el coste de suministrar un medio de intercambio. Aunque, como señala White, Mises se inclinaba por dar un gran peso a esta supuesta ventaja en sus primeros escritos, en La acción humana no alude a él. Sin embargo, sí se refiere a “lo cara que es la producción de oro” como “el mal menor” cuando se compara con el potencial inflacionista del papel fiduciario y el dinero crediticio.[64]
Por supuesto, en La acción humana, Mises seguía manteniendo su opinión anterior con respecto a la abrumadora desventaja de la creación de medios fiduciarios asociada con su potencial de falsificación de tipos de interés y cálculo monetario, introduciendo ineficiencia en la asignación intertemporal de los recursos y precipitando el ciclo económico. Esta evaluación posterior del enorme desequilibrio a favor de las desventajas de los medios fiduciarios puede haber llevado finalmente a Mises a superar sus anteriores temores sobre la expansión de la interferencia política con la banca que preveía como posible ramificación del programa muy radical de la nueva escuela de la divisa de prohibir legalmente todo aumento adicional de la circulación existente de medios fiduciarios, incluyendo tanto depósitos a la vista como billetes. Así, en su ensayo de 1952 “Monetary Reconstruction”, que se incluyó como Parte Cuatro en la segunda edición en inglés de La teoría del dinero y del crédito, Mises proponía un programa así como base para “la vuelta de Estados Unidos a una moneda fuerte”.[65]
Concluyo, por tanto, que resulta insostenible el intento de White de retratar las opiniones de Mises sobre reservas fraccionarias y banca libre como prototípicas de la escuela moderna de la banca libre, cuyos miembros toman su orientación analítica de la teoría monetaria hayekiana basada en el equilibrio. En la medida en la que Mises defendía la libertad de los bancos para emitir medios fiduciarios, solo lo hacía porque su análisis le llevaba a la conclusión de que esta política generaría una oferta monetaria regulada estrictamente de acuerdo con el principio de la divisa. El deseo de mises no era un dinero neutral, ni siquiera una aproximación en la práctica a este, sino eliminar completamente las influencias distorsionadoras de los medios fiduciarios sobre el cálculo monetario y el proceso dinámico del mercado.
Como indique al principio, mi propósito al escribir esta recensión ha sido concretamente mostrar y rebatir la tendencia común que creo que existe entre los compañeros economistas austriacos a confundir las opiniones de Mises y Hayek. Una adherencia rígida a esto ha hecho que el tono de la reseña sea decididamente negativo. Sin embargo, no debería entenderse que esté en desacuerdo con todo o siquiera con la mayoría de cada uno de los ensayos bajo revisión. Si hubiera revisado estos trabajos con un propósito más amplio en mente, el grado de coincidencia entre los autores de los trabajos y yo, basado en la “superposición mengeriana” entre los paradigmas misesiano y hayekiano habría sido bastante evidente. Es más, considero que las contribuciones de Kirzner y White en este libro son, cada una a su propia manera, excelentes resúmenes de los intentos pioneros de estos autores de sistematizar y extender en otro lugar el paradigma hayekiano. En el caso de Kirzner, puede argumentarse que su formidable obra define en buena medida este paradigma tal y como se encuentra actualmente. Y el empeño de White y la escuela moderna de la banca libre de dar a este paradigma una expresión macroeconómica contemporánea se basa en la concepción kirzneriana del proceso del mercado. El ensayo de Ikeda, a pesar de sus atribuciones a Mises, es un paso inicial prometedor en dirección a esbozar una teoría hayekiana del intervencionismo y el ensayo de Ebeling, en su mayor parte, sí capta la excepcionalidad y fecundidad de la aproximación misesiana a la demanda de dinero. Dicho esto, sigo insistiendo en que la homogeneización de las opiniones de dos pensadores brillantes, pero muy diferentes, no sirve hoy a ningún fin, sino que impide significativamente la búsqueda del conocimiento y la verdad entre aquellos que se encuentran dentro de la tradición mengeriana.
El artículo original se encuentra aquí.
[1] Por ejemplo, Erich Streissler, “To What Extent Was the Austrian School Marginalist?” History of Political Economy 4 (Otoño 1972): 426-441; William Jaffé, “Menger, Jevons and Walras De-Homogenized”, Economic Inquiry 14 (Diciembre 1976): 511-524; y los artículos y el número especial sobre Carl Menger y la Escuela Austriaca de Economía, Atlantic Economic Journal 6 (Septiembre1978).
[2] Jaffé, “Menger, Jevons and Walras De-Homogenized.
[3] Ver especialmente F. A. Hayek, “Some Remarks on the Problem of Imputation”, en idem Money, Capital, and Fluctuations: Early Essays, Roy McCloughry, ed. (Chicago: University of Chicago Press, 1984), pp. 33-54. El que no haya posibilidad de cálculo económico ni asignación racional o con un propósito de los recursos dentro de una economía basada en la división del trabajo en la que actúa solo una voluntad es, por supuesto, la esencia de la crítica del socialismo de Mises. Percibiendo la insalvable distancia entre su propia postura y la de Wieser sobre la posibilidad de imputar directamente valores a bienes de orden superior en ausencia de intercambio monetario, Mises, en sus Notes and Recollections ([Spring Mills, Ill.: Libertarian Press, 1978], p. 36), escribía que “La teoría de la imputación [de Wieser] es insostenible. Sus ideas sobre el cálculo del valor justifican la conclusión de que no podría calificársele como miembro de la Escuela Austriaca, sino más bien como miembro de la Escuela de Lausana”. Asimismo, Hayek, siguiendo explícitamente a Wieser, concibe el principal problema a explicar por la teoría del capital cómo es que los recursos no permanentes que constituyen las existencias de capital pueden generar un retorno (físico) neto permanente (F.A. Hayek, The Pure Theory of Capital [Chicago: University of Chicago Press, 19521, pp. 54-55). Este método de Wieser-Hayek de describir el quaesitum de la teoría del capital carga la suerte a favor de explicar el retorno interés del capital en términos de consideraciones de productividad (en lugar de preferencia temporal) y, al mismo tiempo, desviar la atención de lo que Böhm-Bawerk percibía brillantemente como la cuestión fundamental que debe ser satisfactoriamente respondida por una teoría correcta de interés y era respondida de esta manera por la teoría pura de la preferencia temporal de Mises: ¿Cuál es la causa de la diferencia de valor entre bienes que difieren solo en su disponibilidad temporal? Además, al teorizar sobre el capital, Hayek (ibid., pp. 27, 156) hace un uso importante del dispositivo wieseriano de una sociedad comunista sometida al control de un dictador omnisciente, un dispositivo que refleja una falta paradigmática de preocupación por los problemas de la evaluación y el cálculo monetario. Finalmente, tenemos la revelación de Hayek de que su doctrina del dinero neutral representa un desarrollo, aunque “inconsciente”, de los comentarios de Wieser sobre los efectos de “una oferta unilateral de dinero” (Hayek, “On Neutral Money,” en idem, Money, Capital, and Fluctuations, p. 160).
[4] Así, por ejemplo, la crítica de Wieser de la planificación centralizada se basa en una visión protohayekiana del mercado como medio para resolver problemas del conocimiento. Wieser escribe (Social Economics, A. Ford Hinrichs, trad. [Nueva York: Augustus M. Kelley, 19671, pp. 396-397): “La voluntad y orden únicos que, en la guerra y para la unidad legal, son esenciales e indispensables como unión de fuerzas comunes, resta valor en la acción económica conjunta a la eficacia de la acción. En la economía, aunque se haya convertido en social, el trabajo siempre se realiza fraccionadamente. (…) Rendimientos parciales de este tipo serían ejecutados mucho más eficazmente por miles y millones de seres humanos, mirando con miles y millones de ojos, ejercitando el mismo número de voluntades: estarían equilibradas, una frente a otra, y lo serían mucho más adecuadamente que si todas estas acciones, como si fuera algún mecanismo complejo, tuvieran que ser guiadas y dirigidas por algún control superior. Un apuntador centralizado de este tipo nunca podría estar informado de las incontables posibilidades a atender para cada caso individual, con respecto a la completa utilidad a derivar de circunstancias concretas o los mejores pasos a dar para un avance y progreso futuro”. Agradezco a Peter Boettke, de la universidad de nueva York, por llamar mi atención hacia este pasaje.
[5] Sobre la importancia crucial de cálculo económico en el paradigma misesiano, ver Joseph T. Salerno, “Ludwig von Mises as Social Rationalist”, Review of Austrian Economics 4 (1990): 36-41. Ver también idem, ‘Two Traditions in Modern Monetary Theory: John Law and A. R. J. Turgot”, Journal des Economistes et des Etudes Humaines 2 (Junio/Septiembre 1991): 368-370.
[6] Este recrudecimiento de la “presunción whig” entre miembros y observadores de la actual escuela austriaca fue expuesto recientemente en Murray N. Rothbard, The Present State of Austrian Economics, papel de trabajo del Ludwig von Mises Institute, Auburn, Alabama (Noviembre 1992), pp. 4-5.
[7] Israel M. Kirzner, The Economic Point of View: An Essay in the History of Econornic Thought, 2ª ed. (1960; Kansas City: Sheed and Ward, 1976).
[8] Israel M. Kirzner, Perception, Opportunity, and Profit: Studies in the Theory of Entrepreneurship (Chicago: University of Chicago Press, 1979), p. 109.
[9] Ibíd., pp. 28, 30-31.
[10] Ibíd., pp. 13-33.
[11] Para la concepción de Mises del “presente real”, ver Human Action: A Treatise on Economics, 3ª ed. (Chicago: Henry Regnery, 1966), pp. 100-101. [La acción humana]. Como señala Mises, “El presente como duración es la continuación de las condiciones y oportunidades concretas para la acción” (Ibíd., p. 101). He añadido las cursivas en esta cita.
[12] Para explicaciones recientes sobre la contribución de Mises al debate del cálculo socialista que consiste esencialmente en un argumento acerca del cálculo y no del conocimiento, ver Salerno, “Ludwig von Mises as Social Rationalist”. pp. 41-49; ídem, “Postscript: Why a Socialist Economy Is ‘Impossible’”, en Ludwig von Mises, Economic Calculation in the Socialist Commonwealth (Auburn, Ala.: Praxeology Press, 1990), pp. 51-71; Murray N. Rothbard, “The End of Socialism and the Calculation Debate Revisited”, Review of Austrian Economics 5 (2) (1991): 51-76; e ídem, “The Present State of Austrian Economics”, pp. 19-22. Parece que Richard Ebeling ahora también interpreta el argumento de Mises siguiendo una línea similar. Ver Richard M. Ebeling, “Introduction” en ídem, The Global Failure of Socialism (Hillsdale, Mich.: Hillsdale College Press, 1992), pp. 6-8.
[13] Según Mises (La acción humana, p. 900), “La idea de un estado natural de reposo, tal y como se desarrolla en la teoría elemental de los precios es una exacta descripción de lo que ocurre en todo momento en el mercado”. Para más explicaciones sobre el ENR, ver ibíd., pp. 244-245. Arthur Marget también reconoce claramente que todos los precios que aparecen realmente a lo largo del proceso histórico del mercado son y deben ser precios de liquidación del mercado que crean una calma temporal en el proceso. En palabras de Marget, “los precios que debemos explicar en definitiva son los precios ‘obtenidos’ en momentos concretos de reloj [y] los únicos planes de oferta y demanda que son directamente relevantes para la determinación de estos precios ‘obtenidos’ son los planes de oferta y demanda prevalecientes en el momento en que ‘obtienen’ estos precios” ” (Arthur W. Marget, The Theory of Prices: A Re-examination of the Central Problem of Monetary Theory, 2 vols. [Nueva York: Augustus M. Kelley, 1966], 2, p. 253). Para una explicación de la opinión de Marget del proceso de precios y su relevancia para la teoría monetaria, ver Joseph T. Salerno, “Ludwig von Mises’s Monetary Theory in Light of Modern Monetary Thought”, presentado en la Conferencia de Investigadores Austriacos, Nueva York, octubre de 1992, pp. 46-50.
[14] Para un análisis micro al estilo de Wicksteed de la tendencia del mercado a establecer rápidamente y mantener una igualdad interespacial en el poder adquisitivo del dinero, ver ibíd., pp. 41-45.
[15] La explicación de Mises de la naturaleza y usos del concepto de EFR puede encontrarse en Mises, Human Action, pp. 245-246 [La acción humana].
[16] Sobre el concepto de “promotor”, ver ibíd., pp. 254-255,303-311. Como señala Mises (ibíd., p. 585), “Lo que distingue al emprendedor y promotor de éxito de otras personas es precisamente el hecho de que no deja que le guíen lo que fue y es (es decir, los precios apreciados), sino que dispone sus asuntos basándose en su opinión acerca del futuro. Ve el pasado y el presente como los demás, pero juzga el futuro de forma diferente. (…) El impulso de sus acciones es que evalúa los factores de producción y los precios futuros de los productos que pueden fabricarse con ellos de una manera distinta de los demás”.
[17] Fue William H. Hutt (The Keynesian Episode: A Reassessment [Indianapolis: LibertyPress, 19791, p. 165) quien describió felizmente la actividad emprendedora como “dominada por una previsión perpetua”.
[18] Ludwig von Mises, “The Position of Money among Economic Goods”, en Money, Method, and the Market Process: Essays in Honor of Ludwig von Mises, Richard M. Ebeling, ed. (Norwell, Mass.: Kluwer Academic Publishers, 19901, p. 65.
[19] Sobre la ley de costes de Böhm-Bawerk como una formulación temprana del concepto de coordinación de precios, ver e Salerno, “Two Traditions in Modern Monetary Theory”, p. 369.La caracterización errónea de Böhm-Bawerk de su ley de costes como “una ley que tiene solo una validez aproximada y abunda en excepciones” resulta de su fracaso en darse cuenta de que esta ley no depende de asumir conocimiento y previsión perfectos. La ley de costes no requiere que los empresarios tengan un conocimiento perfecto de las condiciones futuras del mercado más de lo la ley de la utilidad marginal requiere que los consumidores sean capaces de predecir perfectamente sus escalsa futuras de valores. Ambas leyes solo requieren para su completa aplicabilidad que los agentes, ya sea asignando recursos para lograr objetivos de consumo final o el objetivo empresarial de un beneficio pecuniario, evalúan y clasifican los resultados anticipados de las acciones alternativas bajo consideración. Para la explicación de la ley de Böhm-Bawerk, ver Eugen von Bohm-Bawerk, Capital and Interest, vol. 2, Positive Theory of Capital, George D. Huncke, trad. (Spring Mills, Penn.: Libertarian Press, 1959), pp. 248-256. [La teoría positiva del capital]. El error de Böhm-Bawerk está en las páginas 255-256. Una presentación y defenas más detalladas de la ley de costes puede encontrars en ídem, ‘The Ultimate Standard of Value”, en Shorter Classics of Eugen von Bohm-Bawerk (Spring Mills, Penn.: Libertarian Press, 1962), pp. 351-370.
[20] Sobre esto, ver Joseph T. Salerno, “Commentary: The Concept of Coordination in Austrian Macroeconomics”, en Richard M. Ebeling, ed., Austrian Economics: Perspectives on the Past and Prospects for the Future (Hillsdale, Mich.: Hillsdale College Press, 1991), pp. 330-340.
[21] Para un análisis de la especulación que, con éxito o no, no impide el funcionamiento del proceso del mercado, ver Murray N. Rothbard, Man, Economy, and State: A Treatise on Economic Principles, 2 vols. (Los Ángeles: Nash Publishing, 1970), 1, pp. 112-118. [El hombre, la economía y el estado].
[22] Esta concepción del equilibrado como un concepto estrictamente ex ante se corresponde con el “concepto puramente lógico del equilibrado” soberbiamente expuesto y defendido por George Selgin. Ver G. A. Selgin, “Praxeology and Understanding: An Analysis of the Controversy in Austrian Economics”, Review of Austrian Economics 2 (1988): 33-43.
[23] Hayek (Pure Theory of Capital, p. 23) se refería a este estado de cosas como “un estado de completa compatibilidad de planes ex ante”. Adoptando la terminología preferida por los actuales hayekianos, me refiero a él alternativamente como “coordinación ex ante de planes”.
[24] F.A. Hayek, Monetary Theory and the Trade Cycle, N. Kaldor y H. M. Croome, trad. (Nueva York: Augustus M. Kelley, 1966), p. 29.
[25] Hayek, Pure Theory of Capital, pp. 27-28.
[26] Ibíd., p. 27, n. 2.
[27] F.A. Hayek, Denationalization of Money-The Argument Refined: An Analysis of the Theoryand Pmctice of ConcurrentCurrencies, 2ª ed. (Londres: Instituteof Economic Affairs, 1978), p. 82.
[28] Israel M. Kirzner, The Meaning of the Market Process: Essays in the Development of Modern Austrian Economics (Nueva York: Routledge, 1992), pp. 38-39.
[29] Sin embargo, si los patrones de Kirzner para la eficiencia son relativamente poco exigentes y se cumplen incluso mediante pequeños movimientos del proceso de mercado hacia su ideal de coordinación perfecta de planes, entonces esta crítica pierde su fuerza. Estoy en deuda con David Gordon por indicarme este punto.
[30] Mises, Human Action, p. 653.
[31] Mises, por supuesto, sostenía vigorosamente “la soberanía del consumidor” como el principio funcional de la economía de mercado no intervenida, al tiempo que demostraba la propiedad coordinadora de la estructura de precios del mercado y su indispensabilidad para el cálculo económico y la acción social racional. Sin embargo, curiosamente, nunca trató de deducir un criterio formal de bienestar social para estos elementos.
[32] Murray N. Rothbard (Towards a Reconstruction of Utility and Welfare Economics [Burlingame, Calif.: Center for Libertarian Studies, 19771) ha demostrado adecuadamente sobre bases puramente científicas que la intervención pública siempre fracasa en aumentar el bienestar social. Avanzando hacia nuestra conclusión más radical, podemos descontar completamente cualquier ganancia en términos de utilidad directa o bienes intercambiables que pueda atribuirse a los interventores y sus beneficiarios, manteniéndonos al mismo tiempo de forma segura dentro de los límites de la estricta Wertfreiheit. El concepto de la eficiencia de Böhm-Bawerk solo se refiere a la utilidad que deriva de las acciones que tiene lugar completamente dentro del nexo social, es decir, la utilidad de los consumidores “productivos” que obtienen rentas (y sólo en el grado en el que consiguen estas rentas) a través del intercambio voluntario. Como es la utilidad prospectiva o ex ante que se deduce de los actos de consumo la que proporciona la justificación para los individuos para participar en la división social del trabajo, son sus preferencias y demandas las que deben servir como único patrón del uso socialmente eficiente de los recursos. Así, por ejemplo, la redistribución de rentas a consumidores “improductivos” puede representarse como un desvío neto un de recursos desde la sociedad que reduce la utilidad de al menos algunos de sus miembros y debilita sus incentivos para la acción social. Las demandas del mercado de los receptores no productivos de estos recursos pueden así tratarse como una falsificación del cálculo monetario y como un estímulo para una reasignación socialmente ineficiente de los recursos productivos.
[33] Sobre el proceso selectivo, ver Mises, Human Action, pp. 311-15.
[34] Ludwig von Mises, The Ultimate Foundations of Economic Science: An Essay on Method, 2ª ed. (Kansas City: Sheed Andrews and McMeel, 1978), p. 69. [Los fundamentos últimos de la ciencia].
[35] F.A. Hayek, The Counter-Revolution of Science: Studies on the Abuse of Reason, 2a ed. (Indianapolis: LibertyPress, 1979), p. 52. [La contrarrevolución de las ciencias].
[36] Mises,Human Action, p. 231.
[37] Ludwig von Mises, The Theory of Money and Credit, H. E. Batson, trad., 2ª ed. (Irvington-on-Hudson,N.Y.: Foundation for Economic Education, 1971),p. 131. [La teoría del dinero y del crédito].
[38] Ibíd., pp. 131-132
[39] Sobre esto, ver Salerno, “Mises’s Monetary Theory,” pp. 19-33.
[40] Hayek, Monetary Theory and the Trade Cycle, p. 117, n.
[41] Ibíd.
[42] F.A. Hayek, Prices and Production, 2ª ed. (Nueva York: Augustus M. Kelley, 1967), p. 29.
[43] Hayek, Monetary Theory and the Trade Cycle, p. 117, n.
[44] Como concluye Hayek (“On Neutral Money”, p. 161): “el concepto teórico del dinero neutral, que se relaciona con la influencia del dinero sobre las relaciones de precios [simultáneas e intertemporales] determinadas por factores reales no puede mostrar ninguna relación en absoluto con el concepto de algún ‘nivel de precios’ [ni siquiera si este concepto se introduce solo implícitamente en forma de una ‘demanda de dinero’ relacionada con un nivel definido de precios]”.
[45] Como se indica en Hayek, “Some Remarks on the Problem of Imputation”.
[46] Ver Mises, Human Action, pp. 331-338, para una explicación de la distinción entre imputación y evaluación cuando estos procesos se relacionan con la valoración de bienes de orden superior y de la relevancia de esta distinción para el cálculo económico.
[47] Ibíd, p. 703.
[48] Para una revisión del argumento de Mises sobre este punto, ver Salerno, “Postscript: Why a Socialist Economy Is Impossible”, pp. 52-54.
[49] Hayek, Denationalization of Money, p. 84.
[50] Ibíd., p. 77.
[51] Sobre el argumento de la banca libre a favor de mantener el “equilibrio monetario” definido en términos hayekianos como un flujo constante de gasto agregado, ver George A. Selgin, The Theory of Free Banking: Money Supply under Competitive Note Issue (Totowa, N.J.: Rowman & Littlefield, 1988), pp. 52-69. Tengo que señalar que en ninguna parte de este ensayo White invoca el concepto hayekiano del “dinero neutral”. De hecho, en otro ensayo, White expresa un tibio escepticismo acerca de si un sistema de banca libre es completamente compatible con cualquier norma macroeconómica, incluyendo el equilibrio monetario de Selgin, aunque parece considerar como un mérito del funcionamiento del sistema el que se acerque relativamente más a la obediencia de esta norma en la práctica que la alternativa de la banca centralizada. Ver Lawrence H. White, “Commentary: Norms for Monetary Policy”, en Ebeling, Austrian Economics, p. 477. Sin embargo, como argumentaré más adelante en el texto, el objetivo de “evitar sacudidas de la demanda monetaria”, que White imputa a Mises como razón para apoyar la banca libre y con el que el propio White evidentemente simpatiza, es equivalente a la estabilización del flujo del gasto monetario.
[52] Mises, Notes and Recollections, p. 112.
[53] La explicación de Mises de las ventajas de los medios fiduciarios se produce en las páginas 298-299 y 323, mientras que su teoría del ciclo económico se presenta en las páginas 339-366 (Mises, Theory of Money and Credit).
[54] Ibíd., p. 406.
[55] Ibíd., pp. 407-409.
[56] La traducción al inglés es Ludwig von Mises, “Monetary Stabilization and Cyclical Policy”, en ídem, On the Manipulation of Money and Credit, Bettina Bien Greaves, trad. (Dobbs Ferry, N. Y.: Free Market Books, 1978), p. 145.
[57] Ibíd.
[58] Ibíd., pp. 167-168.
[59] Ibíd., pp. 138-140.
[60] Lawrence H. White y George A. Selgin, “The Evolution of a Free Banking System”, en Lawrence H. White, Competition and Currency: Essays on Free Banking and Money (Nueva York: New York University Press, 1989), p. 235. Al menos un miembro eminente de la escuela moderna de la banca libre, Richard H. Timberlake (Gold, Greenbacks, and the Constitution [Berryville, Va.: George Edward Durell Foundation, 1991]) ha dado el salto o ya ahora defiende directamente la banca libre sobre un patrón no material, aunque el propio White continuó insistiendo firmemente en el oro como patrón monetario adecuado para un régimen de banca libre. Para una crítica del plan de Timberlake, ver Murray N. Rothbard, “Aurophobia: or, Free Banking on What Standard?” Review of Austrian Economics 6, nº 1 (1992): 97-108.
[61] Mises, Human Action, pp. 469-470.
[62] Ibid., pp. 521-522.
[63] Para una demostración de esto, ver Salerno, “Commentary: The Concept of Coordination in Austrian Macroeconomics”, pp. 335-340.
[64] Mises, Human Action, p. 422. De hecho, cuando los bancos libres invocan cláusulas de acción, billetes posdatados y otros dispositivos que permiten la suspensión contractual de los pagos en metálico, sus billetes y depósitos se transforman en la práctica en dinero de crédito, cuyo valor se determina independientemente del valor del material monetario original. Para una explicación del concepto olvidado por Mises del dinero de crédito al que se refiere este punto, ver Salerno, “Mises’s Monetary Theory”, pp. 8-11.
[65] Mises, Theory of Money and Credit, pp. 448-452.
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Revolución marginal en la escuela neoclásica
Revolución marginal en la escuela neoclásica

Esta escuela de pensamiento, que apareció alrededor de 1870 en lo que es conocido como revolución marginal, puede ser considerada un desarrollo de la escuela clásica. Apoyando el concepto de marginalismo, y siendo más científicos que sus predecesores, la escuela neoclásica dejó a un lado los asuntos clásicos como la distribución de la riqueza y la teoría del valor para estudiar profundamente los…
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SOBRE O AMOR, por Ferreira Gullar
Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Era uma defesa intolerante contra os levianos e que refletia sem dúvida uma enorme insegurança de seu inventor. Insegurança e inexperiência. Com o passar dos anos a idéia foi abandonada, a vida revelou-me sua complexidade, suas nuanças. Aprendi que não é tão fácil dizer eu te amo sem pelo menos achar que ama e, quando a pessoa mente, a outra percebe, e se não percebe é porque não quer perceber, isto é: quer acreditar na mentira. Claro, tem gente que quer ouvir essa expressão mesmo sabendo que é mentira. O mentiroso, nesses casos, não merece punição alguma.
Por aí já se vê como esse negócio de amor é complicado e de contornos imprecisos. Pode-se dizer, no entanto, que o amor é um sentimento radical — falo do amor-paixão — e é isso que aumenta a complicação. Como pode uma coisa ambígua e duvidosa ganhar a fúria das tempestades? Mas essa é a natureza do amor, comparável à do vento: fluido e arrasador. É como o vento, também às vezes doce, brando, claro, bailando alegre em torno de seu oculto núcleo de fogo.
O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição, anti-burguês. O próprio da vida burguesa não é o amor, é o casamento, que é o amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade. O casamento é um contrato: duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem a traídas uma pela outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma coisa simples, mas não é, pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal. Mas, não radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável esperança.
Conheci uma mulher que costumava dizer: não há amor que resista ao tanque de lavar (ou à máquina, mesmo), ao espanador e ao bife com fritas. Ela possivelmente exagerava, mas com razão, porque tinha uns olhos ávidos e brilhantes e um coração ansioso. Ouvia o vento rumorejar nas árvores do parque, à tarde incendiando as nuvens e imaginava quanta vida, quanta aventura estaria se desenrolando naquele momento nos bares, nos cafés, nos bairros distantes. À sua volta certamente não acontecia nada: as pessoas em suas respectivas casas estavam apenas morando, sofrendo uma vida igual à sua. Essa inquietação bovariana prepara o caminho da aventura, que nem sempre acontece. Mas dificilmente deixa de acontecer. Pode não acontecer a aventura sonhada, o amor louco, o sonho que arrebata e funda o paraíso na terra. Acontece o vulgar adultério – o assim chamado -, que é quase sempre decepcionante, condenado, amargo e que se transforma numa espécie de vingança contra a mediocridade da vida. É como uma droga que se toma para curar a ansiedade e reajustar-se ao status quo. Estou curada, ela então se diz — e volta ao bife com fritas.
Mas às vezes não é assim. Às vezes o sonho vem, baixa das nuvens em fogo e pousa aos teus pés um candelabro cintilante. Dura uma tarde? Uma semana? Um mês? Pode durar um ano, dois até, desde que as dificuldades sejam de proporção suficiente para manter vivo o desafio e não tão duras que acovardem os amantes. Para isso, o fundamental é saber que tudo vai acabar. O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.
A barra é pesada. Quem conheceu o delírio dificilmente se habitua à antiga banalidade. Foi Gogol, no Inspetor Geral quem captou a decepção desse despertar. O falso inspetor mergulhara na fascinante impostura que lhe possibilitou uma vida de sonho: homenagens, bajulações, dinheiro e até o amor da mulher e da filha do prefeito. Eis senão quando chega o criado, trazendo-lhe o chapéu e o capote ordinário, signos da sua vida real, e lhe diz que está na hora de ir-se pois o verdadeiro inspetor está para chegar. Ele se assusta: mas então está tudo acabado? Não era verdade o sonho? E assim é: a mais delirante paixão, terminada, deixa esse sabor de impostura na boca, como se a felicidade não pudesse ser verdade. E no entanto o foi, e tanto que é impossível continuar vivendo agora, sem ela, normalmente. Ou, como diz Chico Buarque: sofrendo normalmente.
Evaporado o fantasma, reaparece em sua banal realidade o guardaroupa, a cômoda, a camisa usada na cadeira, os chinelos. E tudo impregnado da ausência do sonho, que é agora uma agulha escondida em cada objeto, e te fere, inesperadamente, quando abres a gaveta, o livro. E te fere não porque ali esteja o sonho ainda, mas exatamente porque já não está: esteve. Sais para o trabalho, que é preciso esquecer, afundar no dia-a-dia, na rotina do dia, tolerar o passar das horas, a conversa burra, o cafezinho, as notícias do jornal. Edifícios, ruas, avenidas, lojas, cinema, aeroportos, ônibus, carrocinhas de sorvete: o mundo é um incomensurável amontoado de inutilidades. E de repente o táxi que te leva por uma rua onde a memória do sonho paira como um perfume. Que fazer? Desviar-se dessas ruas, ocultar os objetos ou, pelo contrário, expor-se a tudo, sofrer tudo de uma vez e habituar-se? Mais dia menos dia toda a lembrança se apaga e te surpreendes gargalhando, a vida vibrando outra vez, nova, na garganta, sem culpa nem desculpa. E chegas a pensar: quantas manhãs como esta perdi burramente! O amor é uma doença como outra qualquer.
E é verdade. Uma doença ou pelo menos uma anormalidade. Como pode acontecer que, subitamente, num mundo cheio de pessoas, alguém meta na cabeça que só existe fulano ou fulana, que é impossível viver sem essa pessoa? E reparando bem, tirando o rosto que era lindo, o corpo não era lá essas coisas… Na cama era regular, mas no papo um saco, e mentia, dizia tolices, e pensar que quase morro!…
Isso dizes agora, comendo um bife com fritas diante do espetáculo vesperal dos cúmulos e nimbos. Em paz com a vida. Ou não.
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SR. SPOCK E A BURGUESINHA PAULISTANA. Racismo e luta de classes do ponto de vista da lógica e da história.
Sr. Spock pensando; como a classe dominante da cidade de São Paulo acredita viver nas nuvens em um mundo completamente fetichizado, quando, subtamente é interrompido pela bela Droxine. Uma burguesinha cujo cheiro hormonal provoca reações... no entanto... - Droxine: Sr. Spock, como um sociólogo exoconsciente tenho uma pergunta. - Spock: Pois não. Droxine: - É o seguinte. Estou de saco cheio dessa gente que fala mal da meritocracia e são preguiçosos, sendo que tem tudo de graça do governo, falam mal de mim e de minha classe social como um grupo que só entende de política do ponto de vista de quem rouba e quem não rouba. Não acreditam em nós, burguesinhos os "faria limers" os "alphavílicos" da classe média-alta e dos seres alados da classe dominante, quando dizemos que o combate a corrupção a eleição dos ricos ou "novos", o empreendedorismo, a tecnologia e a reengenharia social iriam resolver os problemas sociais. Dizem também que não termos nenhuma empatia pelos pobres que, na verdade, são outros que não querem saber de trabalhar e gostam de ficar nas ruas pedindo e engordando quando poderiam enriquecer sendo entregador de APP's. Meu avô de origem europeia veio pro Brasil nos anos de 1920 e trabalhou no porto de Santos. E por falar nisso, dizem que os primeiros estrangeiros de origem burguesa são responsáveis pelo antinegrismo ou racismo. Se for assim, então, os estrangeiros pobres e judeus são responsáveis por disseminar o COMUNISMO no Brasil. O Sr. não concorda comigo Sr. Spock ? Droxine olha sedutoramente fundo nos olhos do Sr. Spock tentando, por meio de feromônios fazê-lo concordar. Mas ela não percebeu que o período de "pon-far" o acasalamento vulcano já passou. - Spock desviando o olhar em direção ao infinito e entrando quase numa espécie de transe diz: Fascinante... Há entre vocês e quando digo vocês da classe média e alta não me refiro, somente, ao critério de renda ou do IBGE, mas do ponto de vista da sociologia e da filosofia política que há àqueles CUJA MENTALIDADE OU IDEOLOGIA DE CLASSE, que já DECLARARAM PÚBLICA E ABERTAMENTE que; não tem nenhum apreço pelas leis da civilização, são anticiência, sonegam impostos, pegam dinheiro público por meio de bancos privados, privatizam o Estado, pescam, caçam e constroem em local proibido e incentivam os mais pobres a fazê-lo mediante"suposta" proteção e venda de títulos falsos de propriedade, quando na verdade implantam, por meio do constrangimento ou terror, uma forma de paternalismo e clientelismo ou manter o povo na rédea curta, como dizem. Infringem as leis descaradamente e, se criticados por sua conduta falso-moralesca, criticam violentamente os opositores deste regime torto neste sistema de capital e capitalismo mais tortos ainda e que vocês mesmos defendem, como se quisessem dizer que a "lei é para os outros, mas não pra mim". Não tem apreço pelos pobres, negros, indígenas e lixeiros e quando se deparam com essas etnias e pessoas "que negam vocês dialéticamente" vocês ficam horrorizados, assustados, perplexos e com nojo por não entenderem esta relação dialética e de alteridade. De fato, você se referiu a seu ancestral direto que trabalhou em um Porto Marítimo e que passou necessidades, mas foi leal esforçado, trabalhador e por merecer ficou rico. Pois bem, isso tudo tem a ver com um processo histórico de negação da luta de classes, de negação de DEFINIÇÃO DE POLÍTICA COMO CONFLITO E DE ARROJAMENTO PARA TRANSFORMAÇÃO SOCIAL. Este pensamento que você descreveu da sua classe e a dominante, que não sai do neoliberalismo, que acha que os problemas sociais se resolvem por tecnologia e que no plano geral ganha votos pq fala que vai combater a corrupção, tem origem exatamente quando seu ancestral aqui chegou. Quando vocês, que foram os últimos a saírem do regime escravocrata jogaram seus ex escravos pelados na rua, eles foram perseguidos pela polícia da época, eles fugiram para os morros e passaram a viver quase como primitivos neandertais e os que se arriscaram voltar, para a cidade para pedir por piedade um pouco de comida ou um emprego, mas usando roupas sujas e cheirando a urina eram barbaramente escurraçados no porrete, quando não lhes davam uma garrafa de pinga ruim para que morressem logo e assim eles foram sendo empurrados cada vez mais para dentro, nos morros e rios como uma população cujo marginalismo se tornaria cada vez maior ! Aí então chegou seu avô, o imigrante pobre e branco. Quando este percebeu que iria ser tratado como o ex escravo teve duas escolhas, ou se insurgia sob pena de ser pego, deportado, ou morto e poucos o fizeram já que foram expulsos da Europa por serem anarquistas e comunistas, ou então, estes imigrantes tratariam, e bem rapidamente, de se distinguir do negro alegando, sem se insurgir e se submetendo, criando assim antes do paternalismo se infiltrar num "clientelismo as avessas" ou simplesmente, um puxa-saco dos novos patrões por meio de uma ideologia da diferenciação entre imigrante e ex escravos, indígenas e pobres. Assim ele passou aos poucos a ser integrado na sociedade paulistana que começava a se encantar com estrangeiros, ricos, como os Matarazzo e outros europeus. Com o tempo, essa ideologia do distanciamento dos pobres se encrustou em sua sociedade e a impregnou de tal maneira que se aliou a ideologia dominante de luta de classes e que se apresenta aos mais humildes como "superiores naturais", porta vozes desta negação e redefinidores da política naquele tripé do combate a corrupção, pensamento neoliberal e reengenharia social. Assim a classe dominante, construíu essa belíssima cidade nas nuvens que é a São Paulo da Rua Oscar Freire e sua "sociedade do espetáculo" onde vcs os alienados da classe média moram e os analistas como eu e Christian Dunker cobramos o aluguel. Um recado Droxine, se essa situação persistir, o levante ou uma insurreição sem líderes é inevitável e quanto mais repressores vocês forem, mais rápida e violenta será. Mesmo os Romanovs que infernizaram o povo russo por trezentos anos, bastou 17 deles no início do século XX para tornar a situação insuportável. E nem seus opositores terão força para detê-la.
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PREGUNTA DE BUSULBADAM
Por Geidar Dzhemal
Traducción de Juan Gabriel Caro Rivera
Pregunta de Busulbadam:
¡Assalam alleykum! Geidar, respondiendo a una de las preguntas, en el foro azerí dices algo como lo siguiente: los judíos son sólo secuaces inclinados al patetismo, etc. Y, de hecho, no gobiernan los Estados Unidos, y esta situación se adapta a los neoconservadores estadounidenses. Geidar, por favor explique por qué cree que los judíos no son realmente como nosotros los vemos, ¿no están manejando el sistema de reserva federal, sin el cual, por ejemplo, trucos como la actual "crisis financiera" son imposibles? ¿Es posible elegir a alguien, como el presidente de los Estados Unidos sin su conocimiento, porque en un par de días subirán o bajarán a cualquiera? ¿Es posible que algún secuaz determine toda la política del Estado en direcciones como el Medio Oriente, en el camino, obligándolos a apoyar a su jefe "Israel"? No entiendo por qué minimizas su papel.
P. S. Aquí estoy hablando de los judíos, es decir, de los Estados Unidos. Creo que los Pavlovsky, Leontievs, etc. son más adecuados para el papel de un asistente, pero no Kissinger o Negroponte.
Respuesta:
¡Valeikumu-s-salam, querido hermano!
La pregunta que ha planteado es extremadamente importante para la política islámica y requiere una respuesta detallada. Para cualquier musulmán, cuya opinión personal no es nada donde Allah ha mostrado Su voluntad, los versos del Sagrado Corán (ver Surah Bakara), que se relacionan directamente con este tema, son determinantes en relación con los judíos. Son conocidas por todos los creyentes y esta es una declaración incondicional. (Sin embargo, incluso en la cosmovisión de nuestros muy famosos hermanos, que ahora, insha'Allah, se han convertido en shahids, tuvimos que enfrentar una falta de comprensión de este tema y una desviación de la posición obligatoria que nos dicta el Sagrado Corán. Estos hermanos creían que deberíamos evitar lo que se les ha enseñado desde la infancia soviética y considerarlo como "antisemitismo").
Sin embargo, el Altísimo en Su revelación le dio a la Ummah solo una indicación de la esencia de los judíos y también una indicación de que los Banu Israel están privados del estatus del pueblo elegido y Su ira está contra ellos. Además de una comprensión clara de estas cosas fundamentales, también debemos ver el papel instrumental de la judería, las tecnologías que utiliza, para quienes trabajan los judíos (en el espacio humano), etc. Hay muchas leyendas, mitos y estereotipos populares sobre este tema...
A lo largo de toda la historia visible, registrada y conocida por nosotros, después de que los judíos incurrieron en la ira del Altísimo, no fueron más que un mediador. Todo el establecimiento (la organización gobernante del sistema mundial) es un instrumento del Iblis y su sombra en la tierra. Sacerdotes, nobles, portadores de la voluntad política de kufr que son representantes directos de Iblis. Se podría decir que son el "cuerpo" social de Satanás en la tierra. El problema, sin embargo, es que el judío, como representante del antiguo pueblo elegido, sobre quien cayó la ira de Alá, sirve a los sirvientes de Iblis, hace recados para ellos, pero no se "eleva" al estado de representante directo. Si miramos la historia de Europa, veremos que los judíos median entre la iglesia y los señores feudales, luego entre la monarquía y la burguesía, y en la época de los Tiempos Nuevos y modernos, generalmente asumieron la función de mediar en los intereses de los "humillados y desfavorecidos”.
En Estados Unidos, aunque Henry Ford escribió su famoso libro The International Jew en la década de 1920, el lugar de los judíos era, como dicen, "el número ocho". Por supuesto, también había judíos ricos y superricos. Pero, lamentablemente, tenemos ideas exageradas sobre el peso político de la riqueza financiera, inspiradas en la época soviética. No caigamos en el marginalismo de los antiguos ideólogos soviéticos, para quienes el oro o el dólar tienen una autoridad irresistible. El dinero no significa nada contra la espada o, en términos modernos, contra el poder político real. (Khodorkovsky no es el único tonto rico, y no solo en Rusia, que creía sagradamente en el poder de sus abuelas y a quien se le mostró a qué parte de la "cámara mundial" pertenece).
El capital financiero especulativo existía en Occidente incluso antes de la revolución industrial. Pero él no desempeñó - se imaginará lo que Lyon Feuchtwanger se imaginara - ningún papel político, aunque los usureros judíos proporcionaban dinero a los reyes y señores feudales. Cuando Juan sin Tierra (Inglaterra) necesitó dinero para la guerra, los banqueros judíos lo rechazaron. Luego los puso en un calabozo y les sacaba un diente todos los días. En la tercera semana, todos acordaron dar las sumas requeridas (¡eran gente fuerte! No como los oligarcas actuales ...).
La posición de los judíos en los Estados Unidos cambia parcialmente para el año 45. Durante la Segunda Guerra Mundial, tanto Washington como Moscú utilizaron activamente la función mediadora de los judíos en sus propios intereses, compitiendo entre sí en la lucha por el monopolio de los judíos. Stalin envía Mikhoels a los Estados Unidos para "alimentar" con vodka a los "reyes" cinematográficos de Estados Unidos a cambio de por dinero para el Ejército Rojo. Para parecer más convincente, Stalin permite que Mikhoels difunda el rumor de que la URSS está lista para entregar Crimea a un futuro Estado sionista. Un poco más tarde, el mismo Stalin inició la creación del Estado de Israel, inicialmente como un paso para los colonialistas británicos y sus aliados monárquicos en Oriente Medio.
Estados Unidos jugó de manera más interesante con los judíos. Vieron que estos "intermediarios" podrían usarse como un instrumento de persecución y chantaje de posguerra de la Europa derrotada. En 1942, en el 22º Congreso Sionista, todavía no se hablaba del Holocausto. Además, los líderes sionistas ridiculizaron la idea misma del exterminio sistemático de judíos por parte de los alemanes de acuerdo con un programa determinado. La prensa sionista negó que Babi Yar cerca de Kiev fuera un lugar de masacre principalmente contra judíos.
Pero ya en 1943 las mismas figuras plantearon el tema del genocidio programático contra los judíos y la culpabilidad del mundo europeo como crímenes contra la humanidad. A partir de ese momento, se convierten en una herramienta política para Alain Dulles y su OSS (el antecesor militar de la CIA).
La Europa derrotada, ocupada por tropas estadounidenses, fue objeto de difamación y terror político por parte de las organizaciones sionistas. En Alemania, que se convirtió en un gran sitio de escombros rotos y campos de filtración, los consejos rabínicos gobernaron el espectáculo, llevando a cabo una censura despiadada de cada palabra escrita y hablada. En las escuelas alemanas hasta principios de los años 60, los clásicos de la literatura alemana, incluido Goethe, estaban prohibidos. Incluso se eliminaron algunas palabras básicas del diccionario de la lengua alemana: por ejemplo, ¡los rabinos prohibieron el uso de la palabra "espíritu" por evocar asociaciones ideológicas fascistas!
Sin embargo, con todo esto, los judíos en Europa siguieron siendo solo un club en manos de América. La élite protestante anglosajona del Nuevo Mundo, por consideraciones oportunistas, admitió a los judíos en el "pastel" político: una cierta participación en la toma de decisiones. Sin embargo, la participación de control permanece con el núcleo protestante del "dinero viejo".
Recientemente, Estados Unidos lanzó una lista de dos mil nombres de multimillonarios y milmillonarios de origen judío que presionan por los intereses de Israel. "¡Aquí está, el gobierno judío en Estados Unidos!" El espantapájaros es bueno, pero solo para la tía Paulie, la heroína del escritor judío Mark Twain.
Estos dos mil nombres son los capitanes del mundo del espectáculo, actores de Hollywood, magnates de los medios, propietarios de canales de televisión y periódicos, etc. Para ser honesto, no importa cuánto representen en conjunto dólares, ¡todo esto es una tontería!
"Los Protocolos de los Ancianos de Sión" y el mencionado H. Ford enseñaron a la gente honesta lo terrible que es el dominio judío en los medios de comunicación. Pero estos productos ideológicos fueron creados en una época de democracia sin miedo, cuando la gente caminaba boca abajo, poniéndose una cadena de reloj de oro en sus chalecos y acariciando sus billeteras. Sabían que la economía depende de su billetera y, por lo tanto, el destino de las leyes aprobadas o no adoptadas en las monarquías constitucionales depende de su voto. ¡Una época burguesa engreída, cuando lo que el hombre medio leía en los periódicos mientras tomaba un café e influía en el curso de la historia!
En la situación actual, la posición agregada de todos los electorados del mundo es igual al ladrido de un perro en una caravana en curso (si quieres, entiende una caravana como historia, si quieres - los verdaderos dueños de la vida). Las elecciones están manipuladas en todas partes: en Rusia, en los Estados Unidos y en Francia. Hay dos mundos: el virtual, en el que a las personas se les lava el cerebro, y luego los sociólogos comentan los resultados de este lavado, y el real, en el que quienes poseen una participación controladora en las "acciones" políticas están completamente libres del contenido que supuestamente está invertido en millones de cabezas. Los Juan de la calle.
Entonces, ¿cuál es el punto de ser un magnate de los medios? ¿Cuál es el punto de controlar incluso el “Primer” canal de la televisión nacional? Este es un juego determinado, la preservación de una mina... Pero si un par de meses antes de las elecciones del 96 Yeltsin tenía el dos por ciento de la calificación, y una semana antes de las elecciones el 70%, entonces los escandalosos "Protocolos de los Ancianos de Sión" se convierten en una anécdota judía sin gracia.
De hecho, se está agotando el tiempo para la mediación judía. El garrote en las manos del tío Sam se partió, el efecto del terror moral se agotó. El Holocausto no hipnotiza tanto a nadie como para que se le dé una fecha límite para no creer en él. Está en agonía. Y es un irritante antijudío adicional para la intelectualidad europea. La crisis de la que estás hablando fue iniciada en realidad por el "dinero viejo" para hacer estallar las burbujas financieras de los especuladores judíos. Mañana veremos un golpe totalitario, cuando una dictadura abierta de la élite protestante llegue al poder en Estados Unidos, apoyándose en granjeros blancos como el que hizo estallar la ciudad de Oklahoma. En Europa, también, las viejas clases dominantes, que por el momento se esconden de los paparazzi detrás de la fachada neutral de las corporaciones multinacionales, comenzarán a jugar abiertamente. El Nizam necesitará un extremo, que tendrá que responder "de todo".
Esto es lo que necesitan, pero no hay que olvidar que el Dajjal no se llamará "Aron Moiseich", sino, muy probablemente, "Chakravarti".
16.10.2008
Fuente: http://kontrudar.com/faq/vopros-ot-busulbadam
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“Era aquella ley de la vida, tan cruel y tan justa, que exigía de uno mismo el superarse día con día, o de lo contrario pagar más, para seguir siendo el mismo.” Norman Maieler. El Parque de los Ciervos.
Transformar, dice Roque Barcia en su inigualable diccionario de sinónimos, es un ejercicio que corresponde al trabajo de una voluntad de cambio.
Un cambio que puede darse igualmente en lo político y en lo social. Eso lo infiero yo.
El que se decide a transformar un estado de cosas debe ser capaz de modificar un orden establecido para trocarlo por una mejor.
El que transforma debe de lograr cambios, reformas y restauraciones que, seguramente, no serán aceptadas de manera universal en la medida en que tocan intereses de entidades individuales y colectivas de cualquier sociedad.
Andrés Manuel López Obrador apostó a significarse históricamente logrando en México una Cuarta Transformación que fuera la secuencia obligada de las que representaron la Independencia, la Reforma y la Revolución.
Y su apuesta no la ha ganado totalmente en poco más de un año que lleva como presidente de la República.
Pero sin duda que en el país se han logrado cambios que están transformando nuestra forma de vivir dentro de un marco constitucional duramente castigado, pervertido diría yo, por los 70 años del gobierno totalitario del PRI y el docenato panista que incurrió en los mismos vicios de sus antecesores, nada que en algunos casos lo hizo de manera corregida y aumentada.
El diccionario de la Real Academia define al hecho de transformar de la siguiente manera:
Transformar: hacer que algo o alguien cambie de forma o aspecto; Hacer que algo cambie o sea distinto, pero sin alterar totalmente todas sus características esenciales: la enfermedad transformó su forma de vida; Hacer que algo se convierta en otra cosa: el mago transformó el bastón en una paloma; unas plataformas circulares de piedra transformaban la madera de encina en carbón vegetal; al frenar, se transforma la energía en aire comprimido; la energía se transforma en calor.
Y de pronto nos encontramos con una agenda anunciada por el Senado de la República, institución que políticamente conduce con buen tacto el zacatecano Ricardo Monreal Ávila, y su contenido esboza los rasgos de lo que serán las transformaciones sustantivas que respalden y concreten la propuesta histórica de López Obrador.
La agenda para el 2020 del senado trae este impresionante contenido:
Temas prioritarios segundo periodo senador Dr. Ricardo Monreal Ávila.
I. Amnistía
II. Fuero
III. Elevar a rango constitucional el sistema de bienestar social (pensiones a adultos mayores)
IV. Cannabis
V. Outsourcing
VI. Reforma judicial
VII. Reforma electoral
VIII. Reforma al sistema financiero (comisiones bancarias e inclusión financiera)
IX. Economía circular
X. Bienestar animal
XI. Cuidado al medio ambiente y combate al cambio climático
XII. Derecho al olvido en plataformas digitales
XIII. Derecho a la verdad
XIV. Derecho al libre desarrollo de la personalidad
XV. Leyes secundarias al artículo 19 de la Constitución Política de los Estados Unidos Mexicanos (delitos graves)
XVI. Reducción al financiamiento a los partidos políticos
XVII. Contenido nacional en servicios OTT (plataformas como Netflix, Amazon video)
Son 17 Temas Prioritarios que de concretarse la Cuarta Transformación estará teniendo un soporte legislativo que le dará una amplia viabilidad para lograr los cambios que demanda una sociedad como la nuestra, agobiada por la corrupción pública y privada; la violencia y la inseguridad acidas en sus actuales condiciones en el sexenio de Felipe Calderón y por la desigualdad social y sus dramáticas consecuencias de marginalismo y pobreza extrema, que fueron prohijadas por los abusos del poder en los pasados 80 años..
En nuestras columnas del presente enero trataremos de analizar las posibilidades de realización, sus atributos positivos para el desarrollo de una democracia liberal en México y la concreción de temas tan innovadores el bienestar social para adultos mayores, la cannabis, el olvido en las plataformas digitales, el outsourcing, La Economía circular y el derecho a la verdad, entre las que representan el cambio de gran calado que puede lograr el actual régimen.
Y puede su realización como verdadero agente de transformación, o su perdición en la recaída al totalitarismo, al gobierno unipersonal y a la reaparición de la corrupción y la impunidad.
EN TIEMPO REAL
1.- El presidente del Consejo Coordinador Empresarial de León, José Arturo Sánchez Castellanos, aseguró que la estrategia de seguridad implementada en Guanajuato no esta funcionando: “las cifras son claras y públicas, evidentemente no hay una eficiente coordinación entre el Gobierno Federal y estatal en este tema”, indicó.
El empresario fue cauto al advertir que la responsabilidad es compartida y no sólo es responsabilidad de Diego Sinhue Rodríguez Vallejo, pues a nivel Federal es un desastre la estrategia de ‘abrazos y no balazos’, la cual consideró es una vacilada, “todo mundo se pitorrea de ella y eso sólo ha recrudecido la violencia ante la incapacidad de las fuerzas federales para disminuir los índices delictivos, y eso por consecuencia también pega a Guanajuato”, expresó.
Pero pese a todo este descontrol, subrayó que el sector empresarial seguirá participando, pero sobre todo exigiendo que se resuelva el problema.
2.- A partir de febrero, por cada ciudadano que denuncie estar en un padrón partidista sin su consentimiento o un militante falso, los partidos serán acreedores de una sanción económica de alrededor de 50 mil pesos por persona.
Es por ello que este 2020, los partidos políticos arrancan hasta con la tercera parte de los militantes que aseguraban tener hace apenas dos años.
El más castigado fue el PRI, que tenía registrados 6 millones 368 mil militantes, ahora sólo confirma un millón 800 mil; mientras que el PRD, que decía tener 5 millones 254 mil afiliados, cerró el año con un millón 749 mil 556 militantes.
El PAN, que tenía registrados 378 mil 838, ahora reporta como válidos 289 mil 893; y el PT, que aseguraba tener 508 mil, apenas había ratificado 79 mil.
3.- El próximo fin de semana, el Secretario de Hacienda, Arturo Herrera, visitará el estado de Sinaloa, viaje que será aprovechado por el gobernador Quirino Ordaz Coppel para solicitar que su entidad sea incluida en las bolsas del fondo metropolitano.
El mandatario dijo que es factible que entren obras de infraestructura hidráulica y vial que quedaron fuera del presupuesto federal para este 2020 por un monto superior a los mil millones de pesos, dichas obras serían los drenajes sanitarios, agua potable y algunas carreteras, entre ellas las obras de JAPAC para rehabilitar el emisor Rubí que cruza por el bulevar Pedro Infante.
Para ello también se espera contar con la colaboración del Congreso local, por ello también se prevé que en breve se lleve a cabo una reunión entre los dos poderes.
@RicardoMonrealA ante el reto de hacer viable las grandes metas de la 4T #Opinión #EnTiempoReal @jlca007 “Era aquella ley de la vida, tan cruel y tan justa, que exigía de uno mismo el superarse día con día, o de lo contrario pagar más, para seguir siendo el mismo.” Norman Maieler.
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Para este, el ser indio no se reconocía por sus elementos pintorescos sino por su pobreza, su marginalismo económico, su conservadurismo y su incultura. Se reconoció que no había bastado la legislación liberal para convertir al indio en un farmer blanco, sino que por el contrario, seguía tan indio y pobre como siempre. Más aun, se llegó a pensar que el progreso nacional no era factible mientras el indio siguiera, por pobre e inculto, actuando como un lastre. Se dijo que la desigualdad real entre México y Europa 0 los Estados Unidos no era imputable al régimen sino a la población y en particular a los indios. Había un buen gobierno y un mal pueblo.
De eso que llaman antropología mexicana
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Individualismo Metodológico na Economia Neoclássica
A Economia, como as outras Ciências Sociais, e a Psicologia em particular, também era fortemente influenciada pelo “cientificismo”, especialmente a mecânica. A visão mecanicista trouxe para as Ciências Naturais as possibilidades de previsão usando novas ferramentas matemáticas (cálculo) de poder considerável. De todas as Ciências Sociais, seu impacto na Economia foi o maior, e isso continua a ser, embora o newtonismo do equilíbrio geral tenha passado sua hora de glória em Física.
Nenhuma outra ciência ilustra melhor que a Economia o impacto do entusiasmo pela epistemologia mecanicista sobre a sua evolução. Duas grandes tendências na economia neoclássica, ou seja, o individualismo metodológico (MI), liderado pela Escola Austríaca e, posteriormente, a Economia Positivista, defendida pela escola de Chicago, marcou o afastamento da abordagem holística típica de economistas políticos clássicos como Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx.
A economia neoclássica, monopolizando os meios de comunicação, domina o debate sobre teoria econômica, talvez excluindo a Teoria do Desenvolvimento Econômico, elaborada pela heterodoxia latino-americana. A mainstream tenta analisar todos os fatos socioeconômicos, partindo dos comportamentos maximizadores dos indivíduos.
Neste post-resenha do livro de autoria de Vijay Kumar Yadavendu, “Shifting Paradigms in Public Health: From Holism to Individualism”, analisaremos os fundamentos metodológicos da economia neoclássica em oposição à economia política clássica.
A economia política clássica evoluiu de maneira e mecanicista em resposta direta aos desafios enfrentados capitalismo como surgiu de um passado feudal. Smith e Ricardo construíram a estrutura básica dentro da qual analisar os problemas da Economia Política. Marx avançou para elaborar uma estrutura abrangente baseada na abordagem histórica dialética.
Os economistas políticos clássicos, portanto, analisaram os problemas do avanço das economias capitalistas em termos das forças produtivas do crescimento, por exemplo, a divisão do trabalho, o progresso tecnológico e as mudanças nos métodos de produção, e em termos da taxa de acumulação de excedente e sua distribuição entre diferentes classes sociais, ou seja, senhorios, capitalistas e trabalhadores. Em outras palavras, a investigação no campo da economia repousava nas relações sociais e grupos sociais como os principais impulsionadores da mudança econômica. Uma grande mudança introduzido pela teoria neoclássica estava na unidade de análise.
Em Marx, o indivíduo entra na análise principalmente através de sua posição social nas relações de produção, e o mais importante: como um membro de uma classe social. A noção de classe é subordinada na teoria neoclássica. Nela, a sociedade é tratada basicamente como um conglomerado de indivíduos. Os eventos sociais são vistos principalmente como resultantes das ações privadas autônomas; o coletivo é mero efeito da tomada de decisão livre e independente.
Hayek, um dos principais proponentes da escola austríaca de MI, observou: o que pode ser cientificamente observado e analisado são as ações e decisões dos agentes individuais tanto como consumidores como produtores. Assim, a unidade básica de observação e análise devem ser o indivíduo livre em sua tomada de decisão, e fenômenos sociais são os efeitos cumulativos de tais ações individuais.
Individualismo metodológico em economia, embora com foco nas decisões do indivíduo, tentou distinguir-se do “psicologismo”, subjetivismo e a forma bruta de utilitarismo avançado pelos pioneiros do marginalismo como William Stanley Jevons (1888). Por exemplo, incentiva o desenvolvimento de técnicas de medição capazes de quantificar utilidades e desutilidades (prazeres e descontentamentos) como o calor e a pressão. Isto foi combatido pelo MI através da suposição de ordenação de preferências nos pacotes de consumo por indivíduos.
A hipótese de um indivíduo preferir uma “situação” ou uma cesta de consumo a outra é perfeitamente plausível. Mas a falácia está na recusa do MI em levar em consideração os fatores sociais determinantes das escolhas viáveis abertas ao indivíduo e dos objetivos perseguidos por ele. Em segundo lugar, ignora as diferenças qualitativas surgidas em cada comportamento, devido à localização do indivíduo em um grupo social específico. Estes dois grandes problemas com a abordagem MI limitam seu tratamento do comportamento econômico para um mero problema de pseudo-engenharia.
Uma ilustração da influência das informações mecanicistas sobre a descrição do funcionamento da economia pode ser encontrada na Teoria do Equilíbrio Geral de Walras. Ela fornece fundamentos teóricos para a Economia Neoclássica a ser uma ciência.
Na economia walrasiana, todos os indivíduos, sejam eles produtores ou consumidores, são tomadores de preços, ou seja, não podem influir diretamente no preço, exceto por meio de impacto sobre a demanda agregada e curvas de oferta, e ajustadores de quantidade. Cada produtor, dada a sua dotação inicial de recursos, tecnologias viáveis e preços, escolhe seus planos de produção para maximizar os lucros. O consumidor, tendo como dados seus recursos orçamentários iniciais, mapeamento de preferências e preços, similarmente, deduz qual cesta de consumo lhe dará satisfação máxima.
Suprimentos individuais das demandas geradas através desse processo, quando agregadas, dão ao coletivo a demanda agregada e a oferta no mercado. Tais fenômenos ocorrem em cada produto e fator de produção na economia. Os preços de equilíbrio são aqueles capazes de “limpar” todos os mercados. Tal descrição do funcionamento da economia aparentemente dá uma imagem da harmonia onde as decisões dos indivíduos são independentes um do outro. A noção de mudança ou a obtenção de um novo equilíbrio envolve uma mudança das condições iniciais dadas, muitas vezes de maneira exógena, isto é, fora das forças de mercado.
O efeito de histerese é completamente ignorado, ou seja, toda vez quando os preços determinados parametricamente mudam, produtores e consumidores mudam seus planos ideais instantaneamente, independentemente o impacto de suas ações passadas. Além disso, todas as decisões são reversíveis.
Tais suposições como cada indivíduo maximizando autonomamente e atomisticamente seu objetivo, o postulado de reversibilidade, a suposição de aditividade e a ausência de efeito de histerese são imitativos do método mecanicista como aplicado a partículas em movimento livre. Não há dimensão histórica, e essa não-historicidade dá à teoria uma aparência de universalidade. Como mencionado anteriormente, a imagem da sociedade é de vigência de harmonia social alcançada através do equilíbrio das forças do mercado interpessoal.
Em última análise, são as curvas de utilidade e as qualidades decorrentes os dados necessários e suficientes para o estabelecimento de preços correntes ou de equilíbrio. Valores vem da escassez. A teoria capaz de traçar a origem do valor do trabalho é uma teoria desprovida de significado social. Logo, é muito estreita, uma afirmação gratuita e inaceitável.
Aparentemente, nenhuma confluência de classes surge mesmo no reino da distribuição porque cada fator (terra, trabalho e capital) recebe como receita, naturalmente, o que produz para o mercado. Mas há algumas inconsistências gritantes em tal análise. De acordo com essa visão, a qualquer momento, as dotações, a esfera de escolhas viáveis e os objetivos perseguidos são dados de modo exógeno. Isto é essencialmente um problema de alocar recursos escassos com usos alternativos para otimizar a satisfação de certos objetivos dados.
Mas muitos processos sociais envolvem-se em mudanças deste dado conjunto de objetivos em si e muda a distribuição de recursos através da luta consciente. Lutas dos trabalhadores por melhores salários, produtores com movimentos para monopolizar mercados, etc. são processos econômicos geralmente não emergentes através dos processos normais de mercado. Tais processos, no entanto, são completamente ignorados por esta abordagem.
A Escola Austríaca marca mais uma mudança. O individualismo metodológico tem raízes em obras de proponentes como Menger ([1883] 1985), Ludwig von Mises (1978), Schumpeter (1942) e Hayek (1986). Todos remontam a Aristóteles.
Curiosamente, a Escola Alemã, com chefia luminar de Marx, também deve muito ao fluxo de pensamento aristotélico. Essas duas escolas de pensamento econômico, ou seja, a alemã e a austríaca, embora derivando inspiração de Aristóteles, moveram-se em direções completamente opostas, uma em direção ao holismo e outro para o individualismo metodológico. É interessante analisar como a influência aristotélica atuou nessas diversas direções.
Certas doutrinas básicas do aristotelismo austríaco penetraram nas obras de Menger e seus seguidores imediatos.
Considere a primeira tese de o mundo existir independentemente do nosso pensamento e atividades de raciocínio. Nesse caso, embora seja impossível moldar o mundo através de nossos pensamentos e ações, uma teorização imparcial e objetiva pode ser feita.
A segunda tese é existirem, neste mundo, certas “essências”, “naturezas” ou “elementos” simples, bem como leis, estruturas ou conexões, todas estritamente universais, capazes de o governarem. Isso implica universalidade, independentemente do tempo e do espaço.
O fato de as essências simples e as estruturas essenciais não mudarem ou desenvolverem implica, além disso, a mudança histórica ser uma questão, não de mudanças nos blocos de construção da realidade, mas de mudanças nos padrões de sua exemplificação e na maneira pela qual eles se juntam para formar conjuntos mais complexos.
Menger chamou essas proposições, expressando a conexão universal entre essências, de “Leis Exatas”. Segundo Menger, são leis exatas constituintes de uma teoria científica no sentido estrito. A este respeito, elas são comparáveis às leis da geometria ou mecânica. O objetivo da “orientação exata da pesquisa” é, como disse Menger, “a determinação de leis estritas dos fenômenos, de regularidades na sucessão de fenômenos. Eles não só se apresentam como uma exceção, mas, como nós viermos a conhecê-los, de fato, trazem dentro de si a garantia de seus próprios expectativas”.
A terceira tese é a de a experiência deste mundo envolver, em todos os casos, tanto um indivíduo, como um aspecto geral. Ela foi interpretada por Menger como a concepção de o geral não existir isolado do indivíduo. Como ele disse, “o objetivo de pesquisa no campo da economia teórica só pode ser a determinação da essência geral e conexão geral dos fenômenos econômicos”. O cientista teórico então tem de aprender a reconhecer as estruturas gerais recorrentes no fluxo da realidade.
A quarta tese é: se pode saber o que o mundo é, pelo menos em princípio, a partir da perspectiva imparcial de um observador orientado por uma ciência ideal. Isto implica nas estruturas gerais da realidade não serem apenas capazes de serem exemplificadas, em princípio, em diferentes épocas e culturas, mas também, como as leis básicas da geometria ou da lógica, elas podem ser compreendidas por indivíduos de diferentes origens.
A tese ou doutrina final afirma as essências simples ou as naturezas pertencentes aos diferentes segmentos ou níveis de realidade constituem um alfabeto de partes estruturais. Assim, a pesquisa teórica, para Menger, “procura averiguar os elementos mais simples de tudo o que é real, elementos que devem ser considerados estritamente típicos apenas porque são os mais simples”.
O teórico deve determinar esses elementos, estejam ou não presentes como fenómenos independentes, e serem apresentados em toda a sua pureza total. A teoria científica poderia então mapear a composição de tais constituintes simples e prototípicos em totalidades maiores.
Por exemplo, no caso da ciência teórica da Psicologia, ela procura mostrar todos os componentes psíquicos finais, cuja combinação com os outros resultaria em uma totalidade dos fenômenos psíquicos, assim como a totalidade das palavras são produzidas pelas letras do alfabeto. Todos os componentes interativos de um sistema complexo devem ter ponderadas suas redes de relacionamentos para destacar os elos de interconexões-chaves, transformando a complexidade em simplicidade.
Essas doutrinas marcam o aristotelismo austríaco de todas as doutrinas idealistas, formas de historicismo e também da metodologia positivista e empirista do Escola de Chicago. O positivismo tem suas raízes no atomismo. É a visão de tudo existente além dos átomos estar associado de maneira acidental e ininteligível.
A origem da luta entre atomistas e aristotélicos na Grécia antiga foi bem resumida da seguinte forma. Por um lado, havia Demócrito e Epicuro: pensavam na realidade como atomística composta de pequenos pedaços e eles se constituem e se repelem no vazio, então, tiveram um trabalho árduo e responsável por persistir na compreensão da natureza das coisas, de espécies e de gêneros nessa base atomística. Por outro lado, houve Aristóteles: ele percebeu nenhum relato dessas coisas seria possível sem admitir uma categoria de forma (ou essência), porque o que é uma coisa, e o que coisas desse tipo são, não pode ser explicado em termos de sua matéria constituinte (átomo), uma vez que isso muda, enquanto a entidade permanece sua natureza e identidade ao longo do tempo.
Como mencionado no início desta discussão sobre o aristotelismo austríaco, isso desempenhou um papel crucial na filosofia dos pensadores alemães como Marx. Embora tanto Marx quanto Menger compartilhassem a antipatia aristotélica em relação ao atomismo, o holismo ou coletivismo proposto por Marx e outros foi radicalmente diferente da posição de Menger.
Primeiro, a doutrina de Menger da estrita universalidade das leis era caso específico para “um dado organismo social”.
Em segundo lugar, Menger, em nítido contraste com Marx, tinha considerado o valor a ser contabilizado exclusivamente em termos de satisfação de necessidades e desejos humanos.
Em terceiro lugar, o aristotelismo austríaco não acreditava em “totalidades sociais”. Por isso, reforçou uma doutrina do individualismo ontológico, implicante, concomitantemente, em um MI. Segundo o dito cujo, todos ao falar de nações, classes, etc. deveriam ser tratados como um teórico social, em princípio, mas esse caráter seria eliminável ao falar de indivíduos.
A Economia neoclássica – e sucessoras dentro do mainstream – é metodologicamente individualista, quando as leis de mercado são vistas como sendo feitas em sua entidade por padrões mentais individuais, atos e ações de sujeitos individuais. Desse modo, todos os fenômenos econômicos devem ser entendidos pelo teórico como os resultados de combinações e interações dos pensamentos e das ações dos indivíduos.
Quarto, Marx se concentrou na tarefa de estabelecer as leis gerais de desenvolvimento ou movimento da transição da sociedade de um estágio para outro. Ele tratou o movimento social como um processo de história natural regido por leis. Marx, portanto, aceitou coletivismo metodológico e ontológico. Em contraste, a Escola Austríaca prega o método exato como sendo restrito a certas essências simples e essencial das conexões entre indivíduos. Assim, o MI dos austríacos foi de fato criticado por marxistas como um ramo do atomismo.
O contraste entre o holismo metodológico e o individualismo metodológico é, no entanto, incompleto sem mencionar Hayek e seu conceito de liberdade humana. Hayek valorizou, ideologicamente, a liberdade como a ausência de coerção. Coerção, segundo ele, se referia à interferência humana com a ação de outra pessoa.
Há uma diferença acentuada entre a atitude de Marx em relação a uma situação de desigualdade causada por “injustificados” dotes naturais/sociais e a de Hayek. Marx avançou na criação de uma Teoria da Mudança Social, onde essa distribuição inicial é radicalmente transformada através da ação política consciente. Para Hayek, o problema do totalitarismo surgiu em relação a fatos sobre determinantes das ações humanas serem tratados como coercitivos e, portanto, devem ser combatidos pelo corpo político.
As desvantagens naturais-sociais devem ser removidas, tanto segundo os igualitários de esquerda, quanto para os liberais conservadores, mas pregadores de “igualdade de oportunidades”. Isso significou uma rejeição liberal do direito individual a bens recebidos por acaso, ou seja, herdados pela “sorte do berço”.
No entanto, Hayek rejeitou a legitimidade de tal procedimento, afirmando as dotações naturais e sociais serem como uma loteria ao invés de uma forma de coerção. Na verdade, ele acreditava ser uma violação de direitos individuais. Não haveria a liberdade do coletivo ser justificada pela distribuição aleatória de restrições ao livre-mercado, isto é, os recursos individuais serem herdados por acaso.
A visão da Escola Marginalista e da escola de MI recebeu um choque forte, durante a Grande Depressão dos anos 20, quando John Maynard Keynes lançou sua Teoria Geral, em 1936, e se tornou praticamente o mainstream de 1945 a 1975. Ele questionou a ortodoxia complacente com sua confiança cega no sistema competitivo do laissez-faire atomístico. Ele também desafiou a premissa básica do MI de o poder macrofuncional da economia ser reduzido à ação individual. A chamada “revolução keynesiana” deu margem à fundação da Macroeconomia. Ela vê a economia no agregado, indo mais além de um mero conglomerado de indivíduos autônomos.
A Escola de Chicago se opunha veementemente às ideias desenvolvidas por Keynes. Milton Friedman (1953), o principal expoente desta escola, reagiu contra o keynesianismo ao defender uma abordagem positivista da teoria econômica. Os principais pilares da abordagem positivista basearam-se na afirmação de a adequação de uma teoria econômica ser julgada pela validação empírica de suas previsões – e não pelo realismo de suas suposições ou premissas.
A visão de Friedman de as pressuposições não necessitarem ser realistas, para uma teoria ser viável, foi inspirado pela Física e seu método dedutivo-racional (e não histórico-indutivo). Por exemplo, ela faz uso de suposições patentemente irrealistas como a existência do vácuo na derivação das leis dos corpos em queda.
Desenhar uma analogia entre a metodologia da Física e da Economia é, por si só, falaciosa, como foi explicado anteriormente por Vijay Kumar Yadavendu, no livro “Shifting Paradigms in Public Health: From Holism to Individualism”. O que é ainda mais alarmante sobre a Economia Positivista é sua ênfase em suposições irrealistas e daí só fazer testes econométricos das implicações empíricas da teoria.
O próprio Friedman reconheceu o fato de observações do mesmo conjunto de dados empíricos podem ser explicadas por várias hipóteses alternativas. Ele sugeriu a escolha entre hipóteses alternativas ser baseada na “simplicidade” e “fecundidade”. Novamente, envolve subjetividade e, portanto, nega a reivindicação de objetivismo da Escola Positivista.
Em segundo lugar, a função estatística ajusta-se aos dados empíricos e têm problemas próprios. De fato, existem certas funções, como a Função de Cobb–Douglas, que parecem dar a todos bons resultados para divergências entre os conjuntos de dados. Isso pode dar origem a uma espécie de empirismo indiscriminado e irracional.
O que deve ser entendido é a função ideológica das teorias neoclássicas. Serve para conferir cientificidade à política do neoliberalismo. Apesar de seus fracassos em todos os campos, continua sendo imposto unilateralmente – e não democraticamente.
As Ciências Sociais em geral e a Economia em particular têm sido amplamente dominadas por visões mecanicistas e atomísticas. Isso surgiu de um erro de analogias traçadas entre as Ciências Naturais e Ciências Sociais. As Ciências Sociais, enraizadas nas relações sociais, não podem romper com uma visão holística da sociedade. Seres individuais, localizados em certos ambientes sociais, não podem ser tratados tal como as partículas atomísticas livres da Física.
No entanto, a Economia Neoclássica, seja na forma de MI, seja na empirista da Economia Positivista, propaga a abordagem mecânica, desprovida de uma abordagem holística, no tratamento de agentes como entidades sociais operando dentro das relações sociais. Isto não é, claro, negar o valor ou o valor dos atos, desejos e ações de um indivíduo, mas contextualizá-lo.
Individualismo Metodológico na Economia Neoclássica publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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Me encanta economía política pero detesto el marginalismo. Arruinaron toda la economía. 🙄🙄🙄
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¿Qué es escuela austriaca?, por Mises Hispano.
El rigor metodológico, la coherencia teórica y la tenacidad son virtudes destacadas de los miembros de la Escuela Austriaca de Economía, unidos por una explícita conciencia de pertenencia, respeto a los líderes reconocidos y un militante proselitismo. El radicalismo libertario de esta escuela la ha mantenido durante todo el siglo XX en una posición de marginalidad que aparentemente no ha hecho más que fortalecerla.
La crisis económica de la década de 1970, imposible de explicar por el modelo keynesiano, supuso la quiebra del paradigma económico dominante desde los años treinta. La caída del muro de Berlín, es decir, el imprevisto derrumbamiento del sistema económico comunista, implicó la desaparición de la escuela económica marxista oficial sin que haya ninguna escuela socialista o socialdemócrata de teoría económica que pueda ser considerada una alternativa sólida. Los modelos teóricos neoclásicos – monetaristas han recibido durante decenios críticas profundas sobre su falta de conexión con la realidad y no pueden aportar un instrumental aceptable para analizar, interpretar o comprender los problemas actuales. Entre la multitud de propuestas y nuevas pequeñas escuelas (post-keynesianos, nuevos clásicos) que han surgido en los últimos decenios no hay ninguna que parezca estar consolidándose o que pueda ofrecer una alternativa omnicomprensiva de la ciencia económica. Quizá como consecuencia de todo esto ha resurgido el interés por la Escuela Austriaca, una vieja escuela que durante ciento treinta años ha sobrevivido a las críticas, el menosprecio, la ignorancia o la indiferencia y cuyas sólidas propuestas están atrayendo una renovada atención en estos tiempos.
No se puede decir que sea una escuela nueva ya que su fundación se puede fechar en el año 1871, con la publicación de los Principios de Economía Política de Carl Menger. La influencia de Menger sobre la ciencia económica es universalmente reconocida, por haber establecido las bases del marginalismo simultáneamente a Jevons y Walras. Sin embargo las implicaciones más profundas de su análisis, su método y sus conceptos básicos, no fueron entendidas. Los discípulos más fieles a Menger surgieron en su entorno académico austriaco, pero desde muy pronto se hicieron oír participando activamente en todas las polémicas teóricas internacionales. En la década de 1930, como consecuencia de la llegada de Hitler al poder, los principales miembros de la Escuela Austriaca tienen que emigrar. Hayek es acogido por Lionel Robbins en 1931 en la London School of Economics hasta 1949 que se traslada a Estados Unidos. Mises trabaja a partir de 1934 en Suiza hasta que a comienzos de la segunda guerra mundial se traslada a Nueva York. Estos desplazamientos explican la penetración internacional actual de la Escuela Austriaca.
Las propuestas de la Escuela Austriaca han ido elaborándose principalmente al calor de más o menos enconadas polémicas con otras escuelas.
Frente a los autores clásicos y neoclásicos defienden la teoría subjetiva del valor. Según esta teoría cada agente económico asigna su propia valoración a los bienes, por lo que no puede afirmarse que los precios dependan de los costes sino todo lo contrario. La teoría del coste alternativo o coste de oportunidad, ahora aceptada e integrada en el acervo común de los economistas, es una aportación de Wieser desarrollada sobre los conceptos austriacos.
Frente a la Escuela Historicista alemana desarrollan el método apriorístico. La economía tiene, como la matemática y la lógica, carácter apriorístico y no hipotético-deductivo, como las ciencias naturales. Los austriacos consideran que los fenómenos empíricos son continuamente variables, de manera que en los acontecimientos sociales no existen parámetros ni constantes, sino que todos son “variables”, lo cual hace muy difícil, si no imposible, extraer leyes históricas o realizar predicciones.
El análisis de equilibrio económico walrasiano supone que los agentes económicos utilizan los datos que proporcionan los mercados en equilibrio para elegir entre alternativas dadas. Frente a esta visión de la Escuela de Lausana aceptada por neoclásicos y keynesianos oponen una teoría de la acción del ser humano que crea continuamente nueva información y modifica las variables de un sistema que nunca estará en equilibrio.
Frente a los monetaristas y la Escuela de Chicago, elaboran una teoría dinámica del capital y el interés con una visión clara de la dimensión temporal. El interés es la diferencia entre la valoración subjetiva presente y futura. El capital implica retrasar el consumo de bienes presentes para obtener bienes futuros con mayor valoración.
Frente a keynesianos y neoclásicos elaboran una teoría del ciclo económico, de carácter endógeno. La expansión crediticia artificial -ocasionada por el estado al emitir billetes sin respaldo y al autorizar coeficientes de caja fraccionarios en la banca privada- distorsiona las informaciones de los agentes económicos provocando euforias inversoras que conducen a ulteriores quiebras. La Escuela Austriaca reivindica un sistema de banca libre con coeficiente de caja del 100%.
Frente a todos, especialmente frente a los socialistas, una defensa radical de la libertad del individuo frente a cualquier intromisión del estado en la economía. El teorema austriaco de la imposibilidad afirma que no es posible que un individuo o comité recolecte toda la información necesaria para una asignación eficiente de los recursos. Esa información está dispersa en la mente de todos los agentes económicos y está siendo reelaborada continuamente. Este teorema es aplicable tanto a los países comunistas como a todos los bancos centrales, ministerios de economía y demás órganos de ingeniería social.
La praxeología y la cataláctica
La praxeología es una ciencia que estudia la acción humana. La cataláctica es la parte de la praxeología que estudia los intercambios entre humanos definidos en términos monetarios. Ha sido Ludwig von Mises el que ha divulgado el uso de estas expresiones. Etimológicamente praxeología viene del griego praxis, acción, y logia, ciencia o estudio.
Para Mises toda acción humana es un proceso mediante el que el individuo pasa de un estado menos satisfactorio a otro más satisfactorio mediante el intercambio de bienes. Ese intercambio puede ser interpersonal o intrapersonal. Cuando realizamos intercambios libres con otras personas, entregamos bienes que valoramos en menos a cambio de bienes que valoramos en más. Cuando realizamos intercambios intrapersonales lo que hacemos es intercambiar bienes presentes por bienes futuros, renunciando al que valoramos menos a cambio del que valoramos en más.
De este concepto de acción se pueden extraer algunos axiomas fundamentales:
Los hombres eligen fines y buscan los medios adecuados para conseguirlos.
Los medios son escasos y susceptibles de usos alternativos por lo que se destinarán en primer lugar a obtener los fines de mayor valoración. Esta es la llamada ley de la utilidad marginal decreciente.
Siempre se prefiere poder disponer de un bien en el momento presente a poder disponer de él en un momento futuro. Esta es la llamada ley de la preferencia temporal.
Cuando se intercambia un bien por otro, la relación que existe entre la valoración de uno y la valoración del otro es el precio. No es necesario que el precio esté expresado en unidades monetarias. La economía estudia la acción humana tanto si los precios están expresados en unidades monetarias (cataláctica) como si no. El precio de los bienes futuros con respecto a los bienes presentes es el tipo de interés.
El ahorro, la inversión y el interés
El ser humano prefiere el consumo actual al futuro. La valoración que el individuo otorga a un bien del que podrá disponer en el futuro es menor que la valoración que otorga a ese mismo bien si puede disponer de él inmediatamente. El tipo interés se define como la diferencia en la valoración actual y futura de los bienes. El individuo estará dispuesto a renunciar al consumo inmediato de un bien si a cambio de ello obtendrá en el futuro una cantidad mayor del mismo bien.
El ahorrador entrega en préstamo una cantidad de dinero actual, renunciando con ello a un consumo inmediato, a cambio de la promesa de que pasado un plazo determinado le será devuelta la misma cantidad de dinero junto con un interés también determinado. El total que obtenga en el momento del vencimiento lo podrá destinar al consumo y le producirá una satisfacción que el ahorrador estima que le compensará por su renuncia actual. Si el tipo de interés es alto, lo que obtendrá en el futuro será mayor, por lo que estará dispuesto a renunciar a más consumo actual. El intermediario financiero, toma préstamos de los ahorradores y los presta a los inversores cobrando por sus servicios de intermediación, normalmente mediante aprovechando el diferencial de interés entre lo que el ahorrador pide y lo que el empresario está dispuesto a dar.El empresario solicita en préstamo una cantidad de dinero y se compromete a devolverlo al vencimiento incrementado con el tipo de interés acordado. Lo hace así por que considera que en ese plazo puede utilizar el dinero para adquirir o producir bienes de capital, utilizar este capital en la producción de otros bienes, y reconvertirlos en dinero, de forma que pueda devolver lo que tomó prestado, pagar los intereses acordados, y obtener un beneficio.
El capital y la estructura productiva
La producción de bienes para el consumo requiere la utilización de bienes de capital que, a su vez, han sido producidos por otros bienes de capital. Hay bienes de capital que están muy próximos al consumo final, es decir, que el plazo de tiempo que requiere producir con ellos un resultado consumible es muy breve. Hay otros bienes de capital, en cambio, que están muy alejados del consumo. Solo sirven para producir otros bienes de capital o productos intermedios, que producirán o serán transformados en otros y así sucesivamente.
Menger llamó bienes de primer orden a los bienes de consumo. Los bienes de capital y bienes intermedios necesarios para producirlos serán de orden segundo, tercero, etc. Serán de orden superior cuanto más alejados estén del consumo final. La estructura productiva de un bien de consumo se puede representar como un conjunto de etapas en cada una de las cuales se utilizan bienes de un orden determinado. Es previsible que diferentes empresarios se encarguen de producir bienes de capital de distinto orden. Algunos adquirirán bienes de capital de orden cuarto, por ejemplo, para producir con ellos bienes de orden tercero que venderán a otros empresarios. Los bienes de orden superior son menos específicos, es decir, pueden ser utilizados en diferentes procesos productivos. En cambio los bienes de capital y productos intermedios próximos al consumo serán ya muy específicos y no podrán ser destinados a otros usos.
los empresarios, en función de la información que tienen sobre los tipos de interés y las valoraciones que dan otros agentes a los diferentes bienes, elaborarán sus propios planes que consistirán en pedir prestado dinero, adquirir ciertos bienes de capital o productos intermedios, producir con ellos bienes de orden inferior o bienes de consumo y venderlos a tiempo para devolver el préstamo, los intereses y obtener su beneficio.
Cuando los tipos de interés son bajos, la estructura productiva puede hacerse más larga, es decir, los empresarios considerarán rentable invertir en la producción de bienes de orden superior, alejados en el tiempo del consumo final. En cambio, un tipo de interés más alto haría este tipo de inversiones poco rentable.
Los ciclos económicos
Es posible que los empresarios inviertan recursos creados artificialmente, sin que hayan sido ahorrados por nadie y forzar el descenso de los tipos de interés. Eso se consigue cuando los estados emiten dinero sin respaldo o cuando los bancos privados mantienen un coeficiente fraccionario de caja y conceden préstamos de dinero que no tienen contrapartida en ahorros.
El efecto inicial de este aumento de la cantidad de dinero en circulación es expansivo y euforizante. Los empresarios obtendrán muy fácilmente crédito de los bancos por lo que se iniciarán muchos proyectos empresariales. La disminución de los tipos de interés hará que se consideren potencialmente rentables inversiones en bienes de capital de orden muy alto, es decir, muy alejados en el proceso productivo de la etapa de consumo final.
Pero la euforia expansiva lleva en su seno el germen de la depresión. El aumento artificial de la demanda de bienes de capital sin que se haya producido ahorro, es decir, disminución de la demanda de bienes de consumo, provocará inevitablemente la subida de precios en los mercados de factores y materias primas.
El círculo vicioso depresivo profundiza en su espiral. Los bancos se ven obligados a reducir sus préstamos y la expansión monetaria se detiene. Finalmente, la desconfianza en el sistema produce retirada de fondos, quiebras generalizadas y desempleo.El encarecimiento consecuente de los bienes de consumo impide el aumento en la demanda de éstos lo que, unido al encarecimiento de los factores, hace que los proyectos de inversión iniciados dejen de ser rentables. Algunos empresarios dejan en suspenso sus nuevos planes de inversión y ya no piden nuevos créditos. Algunas empresas fracasan y se muestran incapaces de atender la carga de su deuda.
Los efectos redistributivos de la expansión crediticia son dignos de considerar aparte. Los primeros en recibir el nuevo dinero creado artificialmente son los empresarios. Cuando el nuevo dinero se difunde por la sociedad y llega a las manos de los consumidores, ya está depreciado por efecto de la inflación. Por tanto la expansión artificial es muy regresiva.
El teorema de la imposibilidad del socialismo
En la Escuela Austriaca, la denuncia de los errores del socialismo ha sido una constante. Pero el concepto y definición de socialismo ha ido evolucionando hasta alcanzar un significado muy diferente al del lenguaje habitual. En la actualidad definen socialismo como “todo sistema organizado de agresión institucional contra la función empresarial y la acción humana” (Huerta de Soto, “Socialismo Cálculo Económico y Función Empresarial”, 1992). Se engloba así tanto al socialismo real (el soviético) como la socialdemocracia, como cualquier gobierno que intervenga en la economía, sea de derechas, o militar, o confesional. Por tanto prácticamente cualquier gobierno conocido en la historia, por ser intervencionista, pasa a ser socialista. Mises llama “comunista-militar” al régimen Inca previo a la conquista del Perú y Huerta de Soto pone como ejemplo de ingenieros sociales cientistas al rey Alfonso X “el Sabio” y al Conde-Duque de Olivares.
Los efectos perniciosos del socialismo así definido consisten básicamente en que al impedir el libre ejercicio de la función empresarial o acción humana se está bloqueando la posibilidad de coordinación social y, aún peor, la generación y uso de informaciones imprescindibles en el sistema económico. El gobierno socialista pretende sustituir los planes individuales por un plan general pero carece de la información necesaria para ello. Hayek analizó en sus libros “Camino de Servidumbre” y “La Fatal Arrogancia” las diferentes razones por las que el gobernante no puede disponer de la información económica necesaria para la planificación. Es lo que se llama “el teorema de la imposibilidad del socialismo”: El socialismo es un error intelectual imposible teórica y prácticamente.
El enorme volumen de información necesario no puede ser gestionado por la mente de una única persona o comité en un tiempo limitado;
La información necesaria es de carácter subjetivo, está dispersa en la mente de muchos individuos y además tiene un carácter tácito, no articulable.
En cualquier caso, el carácter dinámico de los procesos económicos, impide que el gobernante disponga de información que aún no ha sido creada.
Finalmente, el propio carácter coactivo de la intervención en el sistema económico distorsiona, corrompe, dificulta o simplemente imposibilita la generación y transmisión de la información necesaria.
Organizaciones austriacas
Ludwig von Mises Institute http://www.mises.org/ Fundado en 1982 y localizado en Auburn, Alabama, es un centro de investigación y difusión del pensamiento económico de la Escuela Austriaca y de defensa de ideales libertarios. Publica libros, revistas y material audiovisual y organiza cursos y encuentros.
Mont Pelerin Society http://ift.tt/2rzSVv5 Es una organización en defensa de la libertad fundada en 1947 en una reunión de intelectuales liberales convocada por Hayek que tuvo lugar en Mont Pelerin, Suiza. En su consejo de dirección hay y ha habido siempre un gran número de miembros de la Escuela Austriaca aunque también hay otros liberales ajenos a la escuela. Además de Hayek han sido presidentes de la sociedad, entre otros, los economistas galardonados con el Nobel, Milton Friedman, James Buchanan y Gary Becker.
Quarterly Journal of Austrian Economics http://www.qjae.org/ Esta revista es la sucesora de la Review of Austrian Economics fundada y dirigida hasta su fallecimiento por Murray N. Rothbard. Los textos completos de ambas revistas son accesibles en su sitio web.
Unión Editorial http://ift.tt/2kxyTMJ Editorial especializada en publicar en español con especial esmero y precios asequibles, cuidadas traducciones de las obras de la Escuela Austriaca.
ESEADE http://ift.tt/2r4xK0x Escuela Superior de Economía y Administración de Empresas, es un centro de estudios argentino que publica en español muchos artículos de miembros, clásicos y actuales, de la Escuela Austriaca.
de Instituto Mises http://ift.tt/2rzPeFX http://ift.tt/2r4DWWt
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