#james forlong
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cyprianscafe · 14 days ago
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Fact-check: Rios da Vida e seus erros pt. II
Na Parte I, exploramos as imprecisões de James Forlong na seção sobre o mês de maio, focando nos ritos romanos, conforme apresentados em sua obra Rios da Vida. Agora, na Parte II, direcionaremos nossa atenção para a seção de mastros de maio do mesmo livro, continuando a checar a veracidade das alegações de Forlong.
Mastro de maio
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Uma quermesse de aldeia com figuras dançando ao redor de um mastro de maio
O mastro de maio não era, em tempos, uma ninharia, pois era o símbolo do "Senhor da Vida"; era chamado de "Coluna de Maio (Maya, ou Maria) — o grande Estandarte da Justiça", termo aplicado apenas a Thoth ou Estatores de Júpiter, como este teutão TUISKOM.
Ligar "May" a "Maya" ou "Mary" neste contexto é um exagero significativo e não é corroborado pela etimologia convencional ou pela linguística histórica. "May" em "Maypole" (mastro de maio) refere-se, obviamente, ao mês de maio.
Sobre TUISKOM, esta conexão é altamente especulativa e carece de fortes evidências históricas ou mitológicas. Thoth é uma divindade egípcia associada à sabedoria, à escrita e à justiça. Estator de Júpiter é um epíteto romano para Júpiter¹, frequentemente invocado para manter a ordem ou impedir a fuga em batalha. Conectá-los a um "Estandarte de Justiça" em relação aos mastros de maio ou a um "TUISKOM" (provavelmente referindo-se a Týr ou Tuisto, divindades germânicas) desta maneira específica é uma teoria bastante marginal. Tuisto é um progenitor mítico dos povos germânicos mencionados por Tácito, não sendo tipicamente associado a um "Estandarte de Justiça" desta forma.
A coroa do nosso Rei, também, deriva da coroa fálica no topo do mastro de maio, o que significa que deveríamos chamar o próprio mastro de Mai — o termo francês, embora saibamos que May é a Rainha do dia.
Embora algumas interpretações vinculem os mastros de maio ao simbolismo fálico (devido à sua natureza vertical e associação com a fertilidade), derivar a origem da coroa de um rei a partir de uma "coroa fálica" em um mastro não é uma derivação histórica ou simbólica reconhecida ou aceita.
A razão pela qual Forlong faz tal exagero lógico é porque ele era um falicista – ou seja, sua abordagem no estudo da religião e da antropologia enfatizava o falicismo, ou a adoração e a representação simbólica do pênis e do poder reprodutor masculino, como um elemento fundamental e até universal nas origens e no desenvolvimento das religiões em diferentes culturas. Isso não era incomum com alguns primeiros antropólogos, influenciados pelas sensibilidades da era vitoriana, que projetavam suas próprias interpretações ou julgamentos morais em culturas antigas ou "primitivas", levando a uma ênfase exagerada nos aspectos sexuais. Não sei o quão apropriado é dizer isso em um texto sobre religião comparada, mas falicismo é o diabo do meu ódio... Felizmente, por razões que são óbvias até mesmo no texto que estamos analisando agora, o falicismo é hoje amplamente considerado uma abordagem ultrapassada e muitas vezes reducionista na antropologia contemporânea da religião.
Não sei nem o que comentar ou corrigir sobre o resto da frase. Talvez eu não seja tão inteligente quanto Forlong, ou talvez algo tenha me escapado, mas não vejo nenhuma correlação entre o mastro, o nome francês para maio (Mai), e a rainha do dia. Uma personificação de maio como rainha da primavera, talvez? Não faço a mínima ideia.
Isso é sem dúvida correto, visto que todos os povos chamam o masculino e o feminino — marido e mulher — indiferentemente pelo mesmo nome, assim como os judeus traduzem o Eduth, que outrora adoravam (em Êxodo 14:34) antes de terem uma arca ou testemunho, mas que ainda usam para "Testemunho", e como os irlandeses chamavam suas Torres Redondas de Fied Nemads, em homenagem aos objetos Lingam depositados em seus recantos mais secretos.
Sem dúvida correto? Uhum, claro... exceto que esta é uma generalização facilmente refutada! Embora algumas línguas possam ter raízes compartilhadas ou palavras com sonoridade semelhante, não se trata de um fenômeno linguístico universal, e a afirmação de que "todos os povos" fazem isso "indiferentemente pelo mesmo nome" é falsa.
"Eduth" (עדות) em hebraico significa "testemunho" ou "testemunha". É um termo usado no Antigo Testamento, por exemplo, para o "Tabernáculo do Testemunho" ou a "Arca do Testemunho", referindo-se à lei e à aliança divinas. Se você é bem familiar com a Bíblia, já deve ter notado que o texto original diz "Êxodo 14:34", embora Êxodo só vá até 31. Presumo que seja um erro de impressão na minha versão de Rios da Vida, ou talvez um erro do autor. De qualquer forma, não sei qual versículo específico Forlong menciona. A Arca da Aliança e as Tábuas da Lei são centrais para a aliança mosaica, que foi estabelecida após os eventos de Êxodo 14. Esta é uma distorção da narrativa bíblica.
Sobre "Fied Nemads", admito que não estou muito familiarizada com termos celtas, mas pesquisei o máximo que pude. Se alguém puder me corrigir (ou corrigir Forlong), por favor, mande-me uma mensagem. Pelo que vi, este termo específico e sua conexão com as Torres Redondas e os "objetos Lingam" não são reconhecidos nos estudos celtas ou na arqueologia tradicionais. "Nemads" (ou Nemeton) refere-se a bosques ou santuários sagrados no paganismo celta, mas não há nada que o conectem aos "objetos Lingam" (símbolos fálicos hindus). Isso parece ser um sincretismo forçado ou uma tentativa equivocada de conectar culturas díspares usando o maldito falicismo.
O mastro de maio . . . marcava a fronteira do ano, os limites do verão e do inverno, e ao seu redor disputavam duas tropas de jovens, um de inverno e o outro em trajes primaveris, estes últimos, é claro, vencendo com seus ramos triunfais e flores de maio. . . . Londres era muito famosa por seus mastros de maio; os paroquianos de St. Andrew's-under-Shaft erguiam todas as manhãs de maio um mastro mais alto que o campanário da igreja e, após as observâncias habituais, guardavam-no cuidadosamente sob o beiral de suas casas — construído de modo a protegê-lo.
Wow, finalmente algo correto! Palmas para Forlong.
Notas: ¹ - Fato divertido: Lívio em Ab Urbe Condita (1.12.5) conecta o nome Stator com o verbo sisto na oração de Rômulo a Júpiter feita no momento em que Rômulo jurou construir um templo: "Tira o terror dos romanos e impede sua fuga vergonhosa (deme terrorem Romanis fugamque foedam siste); aqui eu juro um templo a você, o Júpiter Permanecedor, para ser um lembrete para a posteridade de que a cidade foi salva com sua ajuda atual."
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klarolinexluv · 2 years ago
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Sneak Peak of Chapter 4 of Don’t Blame Me
Chapter 3 is out <3
Without waiting for a reply or acknowledgment from James, Sirius stands, folding the blanket and walking towards the stairs. Reluctantly, James turns his gaze from the sky upon hearing Sirius’ steps falter. He watches as his best friend looks forlonging at the stars before disappearing downstairs.
Now alone, James lets his emotions take over him. His throat tightens and his chest squeezes harshly whilst tears pool in James’ eyes. He looks back up at the stars, at Regulus. “It’s just you and me,” he whispers into the night, as his tears silently stream down his cheeks, “no matter what.”
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rhianna · 1 year ago
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Rivers of life, or, Sources and streams of the faiths of man in all lands; showing the evolution of faiths from the rudest symbolisms to the latest spiritual developments. By Major-General J. G. R. Forlong... With maps, illustrations, and separate chart of faith streams...
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Cite thisExport citation fileMain AuthorForlong, James George Roche, -1904.Related NamesScott & Ferguson (Firm) John B. Day (Firm) Language(s)English PublishedLondon, B. Quaritch, 1883. SubjectsReligion >  Religion / History. Religions. NoteErrata at end of both vols. Includes indexes. Chart in slipcase entitled: A student's synchronological chart of the religions of the world (235 x 67 cm., folded to 23 x 27 cm.; mounted on fabric). Text printed by Turnbull & Spears, Edinburgh. Plates IV-XVII lithographed by John B. Day, London. Two maps and chart of "Rivers of Life" lithographed in color by Scott & Ferguson, Edinburgh. In-text wood engravings. Physical Description2 v. illus., plates, fold. maps, fold. table. 30 cm. + 1 fold. table in slipcase.
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if-you-fan-a-fire · 5 years ago
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“Head Offices of Toronto Stock Brokers Held on Conspiracy Charges,” Toronto Globe. January 31, 1930. Page 1. --- In upper left-hand corner is a view of the office of Stobie, Forlong & Company, and inset are its principals, Malcolm Stobie (right) and Charles J. Forlong (left). Immediately below is a view of the Bloor Street office of Homer Gibson & Company, and William J. Smart (inset), President of the firm after Homer Gibson had retired last September. In the centre is the head office of D. S. Paterson and Compant 25 Richmond Street West, which operated on a national scale, with D. S. Paterson (inset at top) and below (left) E. McLean and (right) Austin R. Campbell of the same firm. To the extreme right is the head office of A. E. Moysey & Company with James Heppleston (inset right) and W. T. Shutt (inset lower left).
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boydrice · 8 years ago
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I'm sad to see the official Boyd Rice page gone. Is it possible that you could repost his reading list? Thanks...
• BOYD RICE'S Recommended Reading List •
"When confronting ideas / beliefs, bring an open-mind and critical thinking. Extract that which is most beneficial to you, and ignore the rest. All these books contain an element of pure gold, and varying degrees of lead. I leave it to you to sort-out which is which."- Boyd Rice
Social Theory / Study:
The Republic, by Plato
Gobineau: Selected Political Writings, by Arthur Gobineau
Essays and Aphorisms, by Arthur Schopenhauer
The Decline of the West by Oswald Spengler
Man and Technics, by Oswald Spengler
The Myth of the Twentieth Century, by Alfred Rosenberg
Might Is Right, by Ragnar Redbeard
The Crowd by Gustave Le Bon
The Lucifer Principle, by Howard Bloom
Imperium, by Francis Parker Yockey
The Prince, by Niccolo Machiavelli
The Art of War, by Sun Tzu
Sun & Steel, by Yukio Mishima
Man into Wolf, by Robert, Eisler
The Hunting Hypothesis, by Robert Ardrey
The Territorial Imperative, by Robert Ardrey
With Charity Toward None, by Florence King
Homo, 99 and 44/100% Nonsapiens, by Gerald B. Lorentz
The Lightning & The Sun, by Savitri Devi (out-of-print?)
Essays and Aphorisms, by Oswald Spengler (out-of-print?)
Esotericism, Mysticism, Religion & Mythology:
Studies in Morals & Dogma, by Albert Pike
Hermes & Plato, by Edouard Schure
The Hermetic Tradition: Symbols and Teachings of the Royal Art, by Julius Evola
The Mystery of the Grail: Initiation and Magic in the Quest for the Spirit, by Julius Evola
Eros and the Mysteries of Love: The Metaphysics of Sex, by Julius Evola
Mystery of the Cathedrals, by Fulcanelli
New Encyclopaedia of Freemasonry (Two Volumes in One), by A.E. Waite
Encyclopedia of Religions or Faiths of Man, Part 1, by J.G.R. Forlong
Encyclopedia of Religions or Faiths of Man, Part 2, by J.G.R. Forlong
The Legends of the Jews, by Louis Ginzberg
The Encyclopedia of Gods, by Michael Jordan
The Ultimate Encyclopedia of Mythology, by Arthur Cotterell
The Bible As It Was, by James L. Kugel
The Greek Septuagint Bible (A Modern English Translation), by Paul W. Esposito
The Book of Enoch
The Antiquities of the Jews, by Flavius Josephus
Jesus the Magician, by Morton Smith
Traditions of Glastonbury, by E. Raymond Capt
The Nag Hammadi Library in English : Revised Edition James M. Robinson
The Encyclopedia of Heresies and Heretics, by Leonard George
Encyclopedia of Heresies and Heretics, by Chas S. Clifton
The Gnostic Religion, by Hans Jonas
The Gnostic Gospels, by Elaine Pagels
The Sacred and Profane: The Nature of Religion, by Mircea Eliade
Meister Eckhart: The Essential Sermons, Commentaries, Treatises, and Defense
From the Ashes of Angels: The Forbidden Legacy of a Fallen Race, by Andrew Collins
Atlantis: The Antediluvian World, by Ignatius Donnely
The Destruction of Atlantis: Ragnarok, or the Age of Fire and Gravel, by Ignatius Donnely
The Holy Place: Discovering the Eighth Wonder of the Ancient World, by Henry Lincoln
Key to the Sacred Pattern : The Untold Story of Rennes-le-Chateau, by Henry Lincoln
Holy Blood, Holy Grail, by Michael Baigent, Richard Leigh, and Henry Lincoln
The Temple and the Lodge, by Michael Baigent and Richard Leigh
Makers of Civilization in Race and History, by L.A. Waddel
British Edda, by L.A. Waddel
(All works by L.A. Waddel are recommended)
Language, Myth & Man, by Joseph Reiss (out-of-print?)
Quinta da Regaliera (out-of-print?)
Biographies:
Tiny Tim, by Harry Stein
King of Comedy: The Life and Art of Jerry Lewis, by Shawn Levy
Secret Life of a Satanist: The Authorized Biography of Anton LaVey, by Blanche Barton
Isis & Beyond: The Biography of Cecil E. Nixon, by Doran Wittelsbach
The Aryan Christ: The Secret Life of Carl G. Jung, by Richard Noll
The Great One: Life and Legend of Jackie Gleason, by William A. Henry
D'Annunzio, by Tom Antongini
Dannunzio: The Poet As Superman, by Anthony Rhodes
The Psychopathic God: Adolf Hitler, by Robert George Leeson Waite
Hanussen: Hitler's Jewish Clairvoyant, by Mel Gordon
Edie: American Girl, by Jean Stein
POPism: The Warhol Sixties, by Andy Warhol
Rhodes: Race for Africa, by Antony Thomas
Out of This Century: Confessions of an Art Addict, by Peggy Guggenheim
Grinding It Out: The Making of McDonald's, by Ray Kroc
Six Years With God: Life Inside Jim Jones' People's Temple, by Jeannie Mills
Le Petomane, by Jean Nohain & F. Caradec
The Dream King: Ludwig II of Bavaria, by Wilfrid Blunt
Black Sun: The Brief Transit and Violent Eclipse of Harry Crosby, by Geoffrey Wolff
My America, Your America, by Lawrence Welk
Walt Disney: Hollywood's Dark Prince, by Marc Eliot
The Hellfire Club, by Daniel Mannix
Albert Pike: The Man Beyond the Monument, by Jim Tresner
The Modesto Messiah: The famous mail-order minister, by Lewis Ashmore
Sawdust Caesar: The Untold Story of Mussolini and Fascism, by George Seldes
The Four O'Clock Murders: A True Story of a Mormon Family's Vengeance, by Scott Anderson
The New York Dolls: Too Much Too Soon, by Nina Antonia
Too Much, Too Soon: Diana Barrymore, by Diana Barrymore
The Conquering Family, by Thomas B. Costain
Cocteau: A Biography, by Francis Steegmuller
Unity Mitford: An enquiry into her life and the frivolity of evil, by David Pryce-Jones
Killer: A Journal of Murder, by Thomas E. Gaddis & James O. Long
Nightmare of Ecstasy: The Life and Art of Edward D. Wood, Jr., by Rudolph Grey
The Pied Piper Of Tucson, by Moser & Cohen
The Devil's Avenger (Anton LaVey), by Burton Wolff (out-of-print?)
King Rene D'Anjou and his Seven Queens, by Staley Edgecumbe (out-of-print?)
The World Of Walter Keane, by Walter Keane (out-of-print?)
One More Victim (Dan Burros), by ? (out-of-print?)
Fiction:
Devil Born Without Horns, by Michael A. Lucas
Ozma of Oz, by L. Frank Baum
Impressions of Africa, by Raymond Roussel,
The Magic Christian, by Terry Southern
Portrait of Jennie, by Robert Nathan
The Portrait of Dorian Gray, by Oscar Wilde
Fantomas, by Marcel Allain & Pierre Souvestre
The Cornell Woolrich Omnibus, by Cornell Wollrich
Paradise Lost, by John Milton
Vril: The Power of the Coming Race, by Edward Bulwer Lytton
Titus Andronicus by William Shakespeare
Nightmare Alley (Crime Novels: 30s & 40s American Noir), by William L. Gresham
Art:
Casper David Friedrich, by Jaqueline & Maurice Guillaud
Kingdom of the Soul: Symbolist Art in Germany, 1870-1920, by Ingrid Ehrhardt
The return of la belle jardini�re; Max Ernst 1950-1970, by Werner Spies
The Complete Works of Marcel Duchamp., by Arturo Shwarz
The Visual Art of Jean Cocteau, by William A. Emboden
The Nazis, by Piotr Uklanski
It's a Man's World: Men's Adventure Magazines, the Postwar Pulps, by Adam Parfrey
Tamara De Lempicka: 1898-1980, by Gilles Neret
Von Stuck, Taschen
Warhol, by David Bourdon
Andy Warhol's Index Book, by Andy Warhol (out-of-print?)
Der Villa Stuck In Munchen,by Jo-Anne Birnie Danzker (out-of-print?)
The Carel Willink "Bible", (out-of-print?)
Arno Breker: A Life Of Beauty, by Dominique Egret (out-of-print?)
Hermann Hendrich, by Elke Rohling (out-of-print?)
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the-firebird69 · 5 years ago
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https://www.youtube.com/watch?v=ko8Ec7ojahU
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cyprianscafe · 18 days ago
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Fact-check: Rios da Vida e seus erros pt. I
James George Roche Forlong, conhecido como "Dux" durante sua carreira militar — termo latino que significa "o chefe" — foi uma figura seminal no campo da religião comparada. Sua obra monumental, Rios da Vida, foi uma coleção de técnicas e práticas religiosas que abrangem culturas e períodos históricos globais.
Notavelmente, Aleister Crowley incluiu Rios da Vida na Seção Um do currículo da A.'.A.'., aclamando-o como "um livro inestimável de antigos sistemas iniciáticos". No entanto, um exame mais detalhado revela que o livro contém inúmeras imprecisões significativas, desinformação e afirmações altamente específicas que carecem de fontes verificáveis, levando à suspeita de sua fabricação.
Para ilustrar esse ponto, analisaremos alguns trechos em Rios da Vida referentes ao mês de maio. Este exercício visa demonstrar que até mesmo intelectuais altamente respeitados, como Crowley, podem endossar informações falhas, e que indivíduos inteligentes e bem informados, como Forlong, podem produzir trabalhos que, em última análise, dificultam, em vez de auxiliar, o estudo acadêmico das religiões.
Romanos
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2 cabeças de jugata de Dii Penates
Os romanos iniciam maio com a adoração dos Lares e Penates, oferecem sacrifícios durante a Compitália e continuam os serviços diligentes a Hermes durante a Terminália ao longo deste mês, terminando-o com a celebração da chegada de Agni, o Fogo Sagrado, o Espírito Santo ou Ool-Kan.
Compitália era um festival para os Lares Compitais (deuses das encruzilhadas), mas era realizado no final de dezembro/início de janeiro, não em maio. Terminália era um festival romano dedicado ao deus Terminus (deus das fronteiras), realizado em 23 de fevereiro, não em maio, e não tinha nenhuma conexão com Hermes (o equivalente grego de Mercúrio).
Agni é uma divindade hindu do fogo, não um deus romano, e não há festival romano em maio para celebrar sua chegada, obviamente. O conceito de "Fogo Sagrado" ou "Espírito Santo", conforme descrito aqui, não se alinha com as práticas religiosas romanas. Enquanto os romanos valorizavam o fogo em rituais — pense nas Virgens Vestais, que mantinham o fogo sagrado de Vesta — esse conceito estava intrinsecamente ligado à continuidade do Estado romano e à pureza ritualística, e não a uma manifestação divina como o "Espírito Santo".
As terminologias e os significados atribuídos a esses elementos são cultural e teologicamente específicos, não sendo intercambiáveis entre tradições tão díspares. A associação de festivais romanos aleatórios com Agni, como sugerido, não encontra respaldo em estudos de religião comparada sérios e rigorosos. A disciplina da religião comparada busca identificar paralelos e diferenças, mas sempre com base em evidências históricas, textuais e arqueológicas sólidas. Na minha visão, criar ligações sincretistas sem fundamento é um exagero interpretativo que distorce tanto a compreensão das religiões envolvidas quanto os princípios de qualquer pesquisa...
Nos primeiros tempos, sacrificavam-se crianças livremente no mês de maio para agradar aos poderes geradores da natureza e tornar a estação vindoura propícia; mas, em anos posteriores, os oráculos permitiram que frutas e efígies de homens e mulheres fossem oferecidas em seu lugar.
Embora algumas culturas antigas praticassem sacrifícios humanos, e existam relatos históricos muito obscuros e controversos de que alguns romanos podem ter recorrido a eles em circunstâncias extremas (por exemplo, durante crises severas, como registrado por Lívio¹, mas geralmente envolvendo inimigos estrangeiros ou criminosos, e não crianças sistematicamente sacrificadas a "poderes geradores"), não era uma prática regular ou aceita na República ou no Império Romano, especialmente para a propiciação sazonal em maio. A ideia de que "oráculos permitiam frutas e efígies" no lugar de crianças também não é um fato histórico amplamente aceito em relação às práticas romanas.
Maio, diz-se, era assim chamado em homenagem ao Senado Romano conhecido como Maiores ou Majores, assim como junho era considerado em homenagem aos Juniores ou senado inferior. Inclino-me, no entanto, para a derivação solar oriental, que conecta maio com Maya, a mãe de Hermes com Júpiter, pois maio era consagrado ao sempre brilhante Apolo, filho de Júpiter com Leto.
Correto! Esta é uma das etimologias propostas para os nomes dos meses. Essa teoria sugere que "maio" (Maius) foi nomeado em homenagem aos maiores (anciãos) e "junho" (Iunius) em homenagem aos juniores (mais jovens), referindo-se aos membros mais velhos e mais jovens do povo romano ou talvez até mesmo a órgãos legislativos específicos.
Exceto na primeira semana, era considerado um mês de azar para casamentos; Pelo menos, assim dizem Ovídio e outros antigos, e os cristãos, seguindo-os, proscreveram todos os casamentos da semana das Rogações ao Domingo da Trindade, ou, digamos, do dia 7 ao dia 31.
Correto novamente. Ovídio, em seus Fastos, afirma explicitamente que maio era considerado um mês de azar para casamentos ("Mense malas Maio nubere volgus ait", que significa "O povo comum diz que é ruim casar no mês de maio"). Essa superstição era de fato prevalente. Os cristãos mais tarde adotaram restrições semelhantes, particularmente em relação aos casamentos durante certos períodos litúrgicos, como os Dias de Rogação e a Quaresma, que frequentemente caíam em maio.
De 1 a 3 de maio é realizada a Floralia, consagrada à deusa das flores e do amor. . . . Nossos pais celtas também acendiam fogueiras no topo de cada colina em homenagem ao querido Bel ou ao Sol, chamando a primeira de maré de Beltine; e até pouco tempo atrás, reis, cortesãos e corporações ociosos costumavam sair e colher "maio" e outros tesouros da bela Flora.
Floralia era uma festa romana em homenagem à deusa Flora, mas era celebrada de 28 de abril a 3 de maio. Beltane (frequentemente escrito Beltine ou Beltaine) era um importante festival celta celebrado por volta de 1º de maio. Envolvia acender fogueiras, geralmente no topo de colinas, para homenagear o sol e a fertilidade, além de marcar o início do verão e da estação pastoral. "Bel" refere-se a Belenos, uma divindade celta frequentemente associada ao sol.
Isso se refere à tradição histórica de "Maying", em que as pessoas, incluindo membros da corte real e de vários grupos sociais, saíam para o campo no Dia de Maio para colher flores, galhos e folhagens para decorar suas casas e celebrar a chegada da primavera. Esse era um costume popular difundido em muitas partes da Europa, incluindo a Grã-Bretanha, até tempos relativamente recentes. "Colher 'maio'" refere-se à coleta de flores de espinheiro-alvar, tradicionalmente associadas a maio.
Notas: ¹ - Ver Livro 22 de Ab Urbe Condita, de Lívio
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