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Abel ficou alguns segundos em silêncio, pensando no ponto de vista de Cédric. O vermelho não queria concordar em voz alta, afinal, se Cédric já estava pisando em ovos para falar o que pensava, então quem era Abel para falar alguma coisa sobre a grande Althara? Mas era mesmo curioso ver o quanto os caçadores estavam se esforçando para no final tudo ficar na mão de seus pares. Abel apenas o deixou falar, e um sorriso discreto chegou aos seus lábios quando Cédric o pegou na mentira sobre estar ali, apontando para o botão que estava literalmente por um fio em seu suéter. Abel se aproximou com cautela, elevando as mãos até o botão para analisá-lo. Não estava com nenhum kit de costura ali, mas talvez alguns nós nas linhas restantes pudessem mantê-lo intacto por mais algum tempo. Talvez Abel não devesse se aproximar dessa maneira de um príncipe no meio da dinâmica, mas se seu trabalho ali era atrapalhar um pouco, talvez os superiores da Althara não fossem ligar para seus métodos. "Sabe, talvez o encontro não precise ser tão sério assim. É tudo só pelo show." Ele retornou para o tópico anterior, mantendo o olhar em seus próprios dedos enquanto trabalhava no botão e tentava encontrar os fios finos para fazer um reparo de emergência. Já havia feito algo assim diversas vezes em eventos de azuis importantes e sabia que era difícil manusear as costuras mais complexas. "Você sabe guardar segredo?" Abel perguntou então, voltando o olhar para o rapaz mais novo, antes de deixar as mãos caírem para o lado do corpo de novo, com o trabalho finalizado. Não estava perfeito, mas era o suficiente. Ainda assim, se manteve perto de Cédric para contar o que realmente vinha escondendo; "Eu estou aqui para atrapalhar vocês." Falou, soprando uma risada curta ao falar isso em voz alta. "Não que eu esteja fazendo um ótimo trabalho." Admitiu, agora dando um passo pra trás, afastando-se do outro, mas ainda sem tirar os olhos dele. Para que ele não fugisse tão fácil, é claro. "Vi um vermelho empurrar um de vocês em uma poça de lama mais cedo, e não sei se tenho coragem pra isso." Contou, pendendo a cabeça para o lado, questionando-se se os vermelhos tinham passe livre para fazer qualquer coisa mesmo ou se os azuis caçadores não iam se esquecer de como atrapalharam. Abel certamente ficaria com rancor se estivesse no lugar deles, até porque a caçada não era nada fácil mesmo sem os vermelhos atrapalhando. "Você deve ser sortudo por esbarrar logo comigo, que não conseguiu nem inventar uma mentira melhor." Isso, ou só não conseguiu mentir para Cédric em específico naquele momento. Geralmente Abel era melhor em inventar desculpas para qualquer coisa. Quando o azul o corrigiu, Abel elevou as sobrancelhas, um pouco surpreso por ter o passe livre para chamá-lo pelo nome. Alguns azuis eram assim, mas Abel por algum motivo não achou que Cédric fosse. "Tudo bem, vossa alteza." Ele escolheu o título mesmo, até porque Abel não ia correr nenhum risco de ofender alguém que poderia estar escutando. Abel pigarreou, colocando as mãos pra trás e voltando-se para Cédric. "Acho que essa é a parte que você tenta se livrar de mim pra ir atrás do medalhão." Um sorrisinho retornou aos seus lábios, como se ele mesmo tivesse um plano de não deixá-lo sair dali tão fácil.

　　✽　　cédric não era maldoso por natureza, então quando distratava alguém, por mais que fosse o responsável por suas más atitudes, muitas vezes era apenas um reflexo de seus piores dias. e ele não via motivos para destratar abel, não quando havia sido bem tratado pelo outro. então sorriu satisfeito quando o outro confirmou a chegada segura de seus sapatos. não havia nele o ímpeto de retribuir muito além disso, mesmo que em seu coração houvesse a certeza de que algo faltava. "e que prêmio..." tentou disfarçar o desgosto na sua voz, mas o tom de sarcasmo foi mais forte e acabou ganhando. cédric juntou as mãos na frente do corpo, buscando em sua mente uma maneira de consertar sua fala. "é um pouco estranho. não saber quem vou... encontrar. e eu entendi que aparentemente não posso dizer não. só a pessoa que eu vou encontrar, o coração... é certamente uma dinâmica... curiosa." era um ato perigoso duvidar e questionar as coisas que lhe eram propostas em althara, mas o que iriam fazer com ele? puni-lo? certamente não seria novidade. não pôde focar muito em suas falas pseudo-rebeldes quando o outro começou com sua justificativa para estar ali. cédric sorriu, um sorriso de deboche e dúvida. deu mais alguns passos, erráticos pelo chão da floresta e suas adidas samba, mas o foco nas palavras que abel dizia. "ah é?" cruzou os braços, cabeça pendendo para um lado. levou os dedos até os botões do suéter de tricô, que iam até a metade do seu peito, e começou a puxar um. "bom, se esse é seu trabalho aqui isso é muito muito útil." começou com ironia, o botão claramente começando a descoser. "porque percebi isso mais cedo, mas achei que não ia ter muita importância, tá vendo? eu adoro esse suéter, mas esse botão está claramente a ponto de cair." parou de mexer no botão, agora ele estando seguro no lugar somente por uma ou duas voltas de linha. cédric manteve sua expressão esperançosa, agora com os braços juntos atrás do corpo. "mas felizmente eles pensaram em tudo e te colocaram aqui, não é?" agora seu tom havia mudado, estava sério e honestamente não muito impressionado. expressão que demonstrava seu puro tédio. "seja sincero, abel. o que realmente está fazendo aqui?" ainda não havia desconfiança de maldade para cédric, pois achava que os vermelhos teriam algum papel naquilo tudo, só não conseguia ainda visualizar o que. "e você," apontou seu dedo indicador para o peito do outro, mas sem tocar realmente. "não me chame de senhor. eu lhe peço." não queria dizer que era estranho alguém claramente mais velho o chamando de senhor, mas era o que era. "é vossa alteza. ou... cédric." não sabe o que o compeliu a dizer essa última parte, mas saiu antes que ele pudesse controlar. não era normal nem ao menos pedir que alguém o chamasse de vossa alteza, que era o natural, quanto mais sugerir que um vermelho o chame pelo seu nome.

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"Eu mesmo estou começando a me sentir como um fantasma hoje." O vermelho brincou, afinal, seu trabalho por ali era um tanto parecido com o de um espírito que vagava pela floresta. Na verdade, até mesmo no palácio. Desde que chegou para trabalhar em um lugar cheio de azuis, era como se Abel ficasse em um canto afastado, apenas observando e escutando às conversas; conversas que às vezes nem deveria saber. Ele se aproximou de Mayi com um tanto de cautela, já que não estava acostumado em ser notado. Ali, na Althara, era perigoso para qualquer vermelho se aproximar demais. "Muitos estão escondendo em galhos altos e arbustos..." Ele contou, dando uma boa olhada no medalhão da princesa, logo voltando o olhar pra ela. "Tem um tronco caído aqui perto, talvez dê para esconder por ali." Abel sorriu, tentando ser útil para não facilitar a vida dos caçadores que passarem por ali. "Ou debaixo de uma pedra..." Continuou, encolhendo os ombros. Logo um sorriso pintou seus lábios. "Certo. Talvez eu não seja bom em esconder coisas, mas gostaria de lhe acompanhar." Mayi era certamente uma das melhores companhias para se ter ali e Abel não queria perder a chance de pelo menos ter mais uma conversa com ela, e podia usar toda aquela missão como desculpa. "Então, você está tentando dificultar a vida dos caçadores apenas por diversão, ou porque já tem um pretendente e não quer outras opções?"

os   olhos   castanho-dourados   se   afastam   de   seu   medalhão   e   repousam   na   figura   de   abel   mais   rápido   do   que   alguém   pode   falar   gostoso!   o   bico   pensativo   se   desmancha   em   um   sorriso   brilhante   como   o   sol   acima   deles.         ❛   nós   dois   temos   que   parar   de   nos   encontrar   em   lugares   assombrados,   inime!   vou   começar   a   achar   que   você   é   algum   tipo   de   fantasma   e   te   obrigar   a   me   assombrar.   ❜         ela   comenta   com   um   riso   suave.   tudo   bem   que   as   florestas   possuem   uma   vibe   menos   pesada   que   as   ruínas,   mas   o   sussurrar   incessante   é   quase   tão   irritante   quanto!         ❛   oh,   isso?   ❜         com   a   fala   dele,   sua   atenção   retorna   ao   objeto   em   suas   mãos    ——    tão   pequeno,   mas   que   parece   pesar   como   um   dos   elefantes   imperiais   de   sua   terra   natal.   o   canto   da   boca   retorce   num   curvar   sugestivo.         ❛   e   você   por   acaso   conhece   um   lugar   bem,   beeem   dificil?   porque,   sinceramente,   eu   estou   afim   de   botar   meus   caçadores   para   suarem   por   esse   encontro.   ❜         divide,   naquele   tom   de   brincadeira   que   tem   um   fundinho   de   verdade.   okay,   talvez   muito!

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@vouteencinar

"Então, como a gente deve fazer isso?" Ele questionou Çinar, fazendo uma careta enquanto observava os azuis caçadores começarem a procurar pelos medalhões espalhados. "Quer dizer, acho que atrapalhar é uma palavra bem ampla. A gente pode fazer qualquer coisa? Até jogar pedras neles?" Passou a mão na nuca, um pouco sem vontade de fazer qualquer coisa que o colocasse na mira de um azul. "Não que eu vá jogar pedra em alguém." Mas às vezes dava vontade, principalmente quando era um dos azuis insuportáveis.

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@thebetterchoi

Abel ainda estava incerto sobre como deveria atrapalhar os azuis que estavam caçando naquela noite, mas precisava tentar. Se queria manter o emprego, tinha que se mostrar útil até nas mais complicadas tarefas. Enquanto via Baekho passando distraído, saiu de trás da árvore que estava para deixar que ele esbarrasse em Abel. "Desculpe, alteza, não o vi aí." Disse, colocando as mãos nos ombros do rapaz, dando alguns tapinhas como se isso fosse tirar alguma poeira imaginária dali. Antes que Baekho pudesse falar algo, Abel usou a posição para fazer o outro virar para o lado oposto de onde estava indo. "Veja só... Essa vista daria uma boa pintura, não acha?" Abel apontou para... as árvores. Árvores que não eram nem tão especiais assim. Céus, ele era muito ruim nisso, mas pelo menos puxar assunto pudesse ser algo a seu favor.

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Abel sorriu quando viu Cédric olhar para os próprios pés, como se tivesse esquecido que usava os sapatos, sim. Abel não chegou a questionar por qual razão ele estava perambulando pelo palácio no outro dia sem sapatos, só imaginando que alguns azuis só faziam coisas estranhas quando tinham vontade. "Chegaram, sim." Falou sobre os sapatos que emprestou, que estavam logo de volta aos seus aposentos. Tinha que admitir que ficou um tanto surpreso por Cédric sequer lembrar de devolver, já que os azuis não prestavam muita atenção nessas cortesias quando se tratava de vermelhos. Mas agora, Abel usava algo um tanto mais adequado para andar pela floresta, o que o fez se recordar da razão de estar ali. Abel realmente esperava que tivesse ganhado alguns pontos ao seu favor quando emprestou os sapatos a Cédric, porque ele era realmente muito ruim naquela missão de tentar atrasá-los para encontrar os medalhões. Na verdade, não sabia por que esse tinha que ser seu trabalho, afinal, a própria floresta estava mudando e confundindo os azuis. "Bem, pelo menos vocês tem um prêmio a ganhar, deve valer à pena." Ele encolheu os ombros quando Cédric mencionou a noite difícil. Quando foi questionado sobre o seu papel ali, Abel crispou os lábios. Imaginou que não seria ruim revelar que deveria estar atrasando o azul de chegar em seu objetivo, afinal, Cédric poderia chegar a essa conclusão logo. Só que Abel poderia pelo menos tentar enrolar um pouco, e poderia usar a conversa para fazê-lo. "Não tem lugar melhor para um alfaiate trabalhar, alteza. Tem muitos azuis por aí rasgando as roupas em galhos e perdendo botões pelo caminho." Ele assentiu, como se isso fosse reforçar o que dizia. A verdade era que nem sequer tinha uma agulha ali, então seria fácil para Cédric farejar aquela mentira, então Abel se colocou a mudar de assunto de novo; "Mas se o senhor quiser que eu indique alguma direção específica, posso ajudar com isso também."

　　✽　　a ideia da caçada pareceu interessante a princípi. ele logo percebeu que não poderia estar mais enganado. por mais que perambular por aí já fosse, ironicamente, algo que ele fazia, a ideia de ter a possibilidade de um encontro a sós no final era desconcertante. ele estava fugindo deles a todo custo e agora estava sendo obrigado a participar para não levantar suspeitas. então, ele procurou. procurou em todos os cantos, até se abaixou para procurar entre arbustos uma ou duas vezes, mas nada parecia certo. e o mais estranho é que ele não era o único. ele via os outros caçadores passando, tentando trazer alguma lógica para a caça, mas poucos voltando para o sacerdote. cédric se manteve calado e preferia manter as coisas assim, talvez fosse plausível ele não achar nada. aos poucos, esse foi se tornando o seu plano. e quanto mais despercebido ele passasse, maiores eram as suas chances. seu plano foi interrompido ou dar de cara com o alfaiate. abel, que havia bondosamente emprestado seus sapatos quando cédric precisou. mesmo sabendo que sim, estava calçado no momento, o monegasco ainda olhou para os próprios pés, como se precisasse checar. ele acabou rindo discretamente. "parece que sim, não é? a floresta não é tão agradável de caminhar sem sapatos quanto a grama do pátio do castelo e os corredores gelados." no momento ele não tinha percebido, mas quando estava de volta aos seus aposentos cédric percebeu a imprudência dos seus atos quando viu o estado que seus pés haviam ficado. "seus sapatos chegaram de volta até você? eu iria devolvê-los eu mesmo, mas... acabou sendo inviável, mas enviei alguém de confiança." tinha um sorriso nos lábios, tratando com tamanha solenidade um par de sapatos tão comuns. na realidade, a apreciação pelo ato do outro era o que transbordava de suas palavras. era sua maneira de agradecer. "eu acho que não sou o único que está tendo uma noite difícil." tentou disfarçar o alívio de suas palavras, olhando novamente para seus pés, onde seu tênis branco agora se encontrava cheio de manchas de barro. péssima escolha. "mas... e você? o que cabe a um alfaiate fazer aqui, no coração de tudo isso?" seu tom agora trazia desconfiança, mas não maldosa. mesmo tentando, cédric jamais imaginaria o que os vermelhos faziam.

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@amayitaon

O jogo ainda não tinha sequer começado e Abel já estava observando os azuis de longe, como se quisesse decorar por onde passavam. Se o seu trabalho seria dificultar a vida dos caçadores, então era melhor fazer esse trabalho muito bem. Abel precisava daquele emprego e isso queria dizer que faria de tudo para se mostrar útil. Ele observou uma figura se aproximar, lançando um sorriso para Mayi. Abel não apreciava passar muito tempo com os azuis fora do trabalho, mas ela já havia mostrado que não era insuportável como a maioria deles. Não que Abel fosse dizer isso em voz alta. "Ainda não conseguiu um lugar para esconder seu medalhão?" Ele questionou, olhando para as mãos dela como se tentasse encontrar o objeto. "Eu posso ajudar, se quiser."

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@cedricversion

Abel já estava ficando um tanto entediado daquele jogo. Já havia conseguido atrapalhar a vida de alguns azuis, então resolveu parar de andar de um lado para o outro o tempo todo, aproveitando um canto menos movimentado da floresta apenas para apreciar o silêncio. Podia ainda escutar os azuis frustrados ao longe, mas obviamente isso não o atrapalhava. Por isso, ficou surpreso em notar que não percebeu que alguém se aproximou silenciosamente de onde estava, notando que era o rapaz que encontrou pelos corredores do palácio um tempo atrás. Abel ia ficar em silêncio e deixaria que Cédric passasse, mas o olhar do príncipe já havia o encontrado recostado na árvore. "Vejo que está com seus sapatos hoje." Ele falou antes do outro, dando alguns passos para se aproximar. Elevou o olhar os sapatos de Cédric até o rosto dele, engolido na escuridão como na outra noite também. Abel aprendeu o nome dele só depois do ocorrido, pois queria decorar o nome de todos os azuis da realeza ali. "Mas eles estão bem sujos. Está tentou uma noite difícil?" Abel colocou um sorrisinho nos lábios, sabendo bem que o difícil estava sendo causado pela própria floresta e os vermelhos espalhados por aí. Talvez devesse voltar a dificultar as coisas para Cédric também, para que o rapaz demorasse um pouco mais ali.

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@cedricversion

A melhor parte de ser um vermelho que trabalha em um palácio era que ninguém questionava por que Abel estava rondando os corredores tão tarde da noite. Talvez, se fosse pego, levaria uma bronca de um dos patrões, mas a verdade era que ninguém estava realmente prestando atenção nisso quando prezavam mais pela segurança dos azuis. A prioridade era que todos da realeza estivessem em seus quartos agora. Mas Abel tinha trabalho para fazer e muitas costuras para terminar, e ele não gostava de deixar nada pra depois ou para finalizar no dia seguinte. Então não era uma surpresa que ele estivesse indo para seus aposentos só agora, esperando ansiosamente por um banho e para se livrar das linhas de costura que persistiam em grudar em qualquer lugar, até em seu cabelo. No entanto, antes que pudesse chegar em seu quarto, acabou se distraindo com uma figura no corredor. Foi até ela, colocando uma das mãos no ombro alheio. "Desculpe, senhorita, você não pode..." Ele pausou, incerto se deveria mesmo se aproximar. Estava cansado, e isso certamente estava nublando sua visão e fazendo-o rejeitar a sua opção de ficar calado. Abel piscou duas vezes, levando as mãos para trás das costas para encarar o rapaz que certamente era um azul; aquilo certamente lhe traria problemas e uma atenção que não desejava. "Ou... pode... Não sei." Abel só podia esperar que o azul estivesse com problemas de audição. Caso tivesse ouvido, Abel achou melhor mudar de assunto. "Você não deveria estar em seu quarto?"

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@aerialheir disse:

"stay back, or don’t."

nas câmaras da linhagem

Abel parou no lugar, incerto se deveria continuar indo em direção à mulher ou se deveria dar meia volta e sair dali. A segunda opção era a mais inteligente naquele momento, já que não era nem para estar ali, em um lugar sagrado. Só que a sua curiosidade tinha que ter falado mais alto. "Desculpe, alteza, é que..." Por algum motivo, ele tentou arrumar alguma desculpa, como se não confiasse em nenhum azul para falar o que realmente tinha em mente, mesmo que naquele caso não fosse tão ruim. "Bem, a porta estava aberta e achei estranho alguém estar aqui tão tarde da noite." Abel escolheu ser honesto, voltando-se para a mulher e reconhecendo-a como a princesa Florence. Não sabia muito sobre ela, mas depois de ler sobre os diferentes países e suas culturas para poder criar roupas para os nobres, ele já tinha uma noção do nome de todo mundo. Cogitou mais uma vez sair dali, mas deu um passo e direção a Florence, logo voltando o olhar para os arredores; as estantes cheias de história que ele certamente não deveria tocar. "Está procurando por algo? Talvez eu possa ajudar."

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Abel não conseguiu evitar de soltar uma risada baixa com a palavra sorte sendo mencionada logo sobre ele, e vindo de uma azul. Imaginava que a última coisa que uma princesa descreveria agora sobre ter um vermelho como companhia era que estava com sorte; até porque o último acontecimento que levou a princesa de Gales a perder o título ainda pairava no ar, assombrando mais do que aquelas ruínas antigas. Só que Abel não recusaria a chance de ficar ao lado de uma azul que parecia amigável. Ele certamente precisava de companhias mais amistosas.

Ele se aproximou da princesa, a analisando mesmo que sua atenção estivesse voltada para os arredores, ainda tentando ouvir alguma coisa. Kiranmayi era certamente uma mulher muito bonita, mas Abel teria que afastar aquele pensamento rapidamente. Um novo sorriso apareceu em seus lábios ao ouvi-la se apresentar, como se isso fosse necessário. "Eu sei." Abel assentiu, orgulhoso de si mesmo por já ter decorado a maioria dos nomes dos nobres. "Sou Abel. Estou trabalhando no palácio." Explicou, caso ela não tenha percebido sua presença por lá ainda. Com a próxima fala alheia, Abel riu. Não sabia se ela era corajosa de estar pelas ruínas sozinhas ou um tanto louca. Seja qual for, era interessante tentar descobrir. "Vou ter que concordar com suas amigas, esse lugar não é nada romântico. Principalmente se você já escutou sobre as lendas..." Ter crescido na ilha fazia Abel conhecer todo tipo de história; muitos gostavam de inventar sobre fantasmas para espalhar lendas assustadoras, outros fielmente acreditavam que os ancestrais ainda estavam por ali. "Tem lugares melhores pela ilha, se um dia desejar visitar mais, eu conheço bem o lugar."

o   sorriso   que   curva   os   lábios   da   morena   carrega   interesse   demais   para   ser   considerado   apenas   amigável .         ❛   está   tudo   bem ,   eu   só   estou   brincando   com   você .   ❜         esclarece   entre   risos ,   recebendo   a   companhia   com   genuína   satisfação .   kiranmayi   jamais   recusaria   a   chance   de   ser   acompanhada   por   um   homem   atraente    ——    e   certamente   não   o   faria   agora ,   quando a   ideia   de   explorar   sozinha   as   ruínas   de   uma   tragédia   já   não   parece   tão   boa   assim .         ❛   você   também ? ?   eu   sabia   que   tinha   ouvido   algo ! !   ❜         o ar   de   vitória   salta   em   sua   voz ,   com   uma   empolgação   quase   fora   de   lugar ,   considerando   que   nenhum   dos   dois   ainda   sabe   o   que   realmente   está   por   trás   dos   chamados .   no   entanto ,   não   há   como   evitar .    ser   validada ,   depois   de   ouvir   de   outros   que   tudo   não   passava   de   um   fruto   de   sua   cabecinha   reluzente ,   é   suficiente   para   apagar   qualquer   traço   de   hesitação   em   sua   postura .         ❛   é   muita   sorte   que   eu   tenha   você   pra   me   acompanhar ,   não   é ?   ❜         a surani   arqueia   a   sobrancelha ,   tom   cúmplice   e   leve ,   tentando   suavizar   a   tensão   da   situação   e   o   potencial   que   tem   para   dar   errado .    ——    ainda   mais   quando   essa   companhia   é   um   vermelho .   não   é   exatamente   o   cenário   ideal ,   especialmente   considerando   o   último   escândalo   envolvendo   seu   nome…   mas   o   brilho   dourado   em   suas   íris   não   sugere   arrependimento .   pelo   menos ,   não   ainda .         ❛   se   é   importante   saber . . .   desculpe ,   acho   que   não   peguei   seu   nome .   o   meu   é   mayi .   ❜         uma   apresentação que   talvez   soe   desnecessária ,   afinal ,   além   de   ser   uma   das   participantes   do   althara ,   a   princesa   kiranmayi   suryavanshi   é   também   uma   figura   queridinha   da   mídia .   ainda   assim ,   não   oferecer   um   nome   quando   pergunta   o   dele   soa   deselegante .         ❛   como   dizia ,   eu   não   estava   sozinha .   não   há   muito   tempo ,   pelo   menos .   temo   que   minhas   amigas   não   acharam   o   lugar   tão   romantico   assim . ❜

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Abel não respondeu de início, questionando-se se Villavencia estava mesmo ofendida com sua presença, ou se estava apenas procurando algo para se irritar. De qualquer jeito, ele não teve que esperar muito para que ela se interessasse por outra coisa assim que ele mencionou os vestidos. Abel ainda estava um tanto contido perto dela, incerto de que tipo de azul ela era, mas teve que deixar um sorriso brincar em seus lábios com a mudança no olhar dela, agora mais jovial e ansiosa por conta das roupas. O vermelho gostava quando realmente escutavam sobre suas ideias, e a princesa parecia mais do que disposta a ouvi-lo. "Azul foi a primeira cor que me veio à mente." Foi o que ele disse, tirando um pedaço de pano do bolso e colocando-o próximo ao rosto da mulher, como se quisesse analisar se o azul turquesa de alguma forma combinava com os olhos dela, cuja cor ainda era interessante para Abel. Quando ela comentou sobre ter que tirar a roupa para experimentar as roupas, o vermelho pigarreou, retornando o pano para o bolso. "Vamos ao ateliê, alteza. Hoje só vamos escolher as cores, mas posso mostrá-la alguns desenhos que fiz." Ele comentou, indicando o caminho para que Villavencia fosse na frente. "Também tem alguns modelos por lá, se quiser vesti-los."

Ela teve certeza que estava sendo ignorada, e seu comentário teria essa desculpa. Se fosse ser sincera, ela nunca tinha visto um vermelho tão....bonito. O suficiente para que tivesse vontade de ficar o encarando. Mesmo que a expressão fosse a mais desconfiada. "-- Não foi, é?" Não acreditou muito, porém, pouco importou e tudo se apagou quando os olhos brilharam. Vestidos! "-- Espera! Então é você que vai cuidar disso. Estava perguntando se tinham me chamado para algum castigo, seria absurdo, e eu detestaria fazer alguém tão bonito se assustar." Não tinha inibições, puxando a manga dele de forma quase infantil. "-- Vamos, quais são suas ideias? Eu quero um vestido azul. Eu fico linda de azul. Cores quentes me apagam. Preto também seria belíssimo! O que acha? Me diga!" Exigiu com os olhos em teor muito mais gentil. Mesmo que não percebesse. "-- Vai tirar minhas medidas? Quer que eu de uma voltinha? Vou ter que tirar a roupa?"

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"Se você investigar de mais perto, você vai descobrir todos eles." Foi o que Abel falou sobre seus segredos, tocando Riccardo no queixo, elevando-o com o indicador como se analisasse o rosto do bonito do outro vermelho bem de perto. "É, eu não duvido disso." Comentou sobre a questão do soco ou do beijo, sabendo que ele mesmo não era o melhor lutador dali. E também não tinha interesse em realmente escolher essa opção quando a outra era mais interessante. Só que talvez não fosse uma boa ideia se distrair naqueles corredores. "Seu trabalho parece difícil." Ele riu sobre a história das princesas da Itália, encolhendo os ombros quando a pergunta se voltou para Abel. "Eu estava trabalhando também. Os azuis estão cada vez mais exigentes com as roupas, então tenho que me virar bem rápido." Sabia que o clima ainda era de festa, e a qualquer momento um novo evento viria para encher os vermelhos de mais trabalho. Abel sorriu para Riccardo enquanto andavam até seu dormitório. "Muitas roupas rasgadas para consertar também, mas eu não ouso perguntar o que aconteceu."

❝Ah, então você realmente está guardando segredos?❞ Arqueou uma sobrancelha, sorrindo na mais pura provocação, se fosse algo interessante ou importante era certo que o Russo gostaria de saber. ❝Meu humor melhorou no instante que lhe vi.❞ Flertou sem pudor algum, ao menos entre os vermelhos isso não lhe seria um problema. ❝O soco seria divertido pra mim e humilhante pra você, no seu lugar, eu definitivamente escolheria o beijo.❞ Pontuou ainda em tom bem humorado, Riccardo era um guarda muito bem treinado para que se abalasse com um soco ou se deixasse atingir por um golpe antecipado. Não teve problemas em o seguir, considerando que acabariam indo ao mesmo lugar sendo fim de dia. O quão conveniente que estivessem dividindo o mesmo quarto, o inconveniente era a presença de Çinar no ambiente, mas isso poderia dar um jeito. ❝Nunca é muito tarde para mim... E as princesas italianas tem uma tendência aprontar quando acham que não estão sendo observadas.❞ Até mesmo quando observadas poderiam dar trabalho, já havia se adaptado a isso. ❝Não deveria eu lhe perguntar o que você fazia perambulando por ai a esse horário?❞

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@semprevencia disse:

"careful,   you’re   testing   me."

nos jardins

Trabalhar no palácio jamais teria sido sua primeira opção se não fosse pelo dinheiro. Geralmente, só gostava de ter contato com os azuis por meio de terceiros, que passavam no ateliê de sua mãe para pegar as peças que pertenciam aos azuis que pagavam bem por elas. Mas agora? Precisava ter que falar com eles e lidar com o temperamento de azuis da realeza, que certamente eram os piores. Abel forçou um sorriso para a mulher. "Não era minha intenção, alteza." Foi o que ele disse, voltando o olhar para os arredores, tendo uma boa visão das fontes do jardim, permitindo-se ficar distraído. Podia ser um trabalho estressante, mas a beleza do local sob a luz do pôr do sol era o que mais lhe encantava. A azul ao seu lado também era bonita, mas ele já esperava. Não que Abel fosse pensar muito nisso. "Mas me pediram para chamá-la para escolher a cor de seu próximo vestido."

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@darianversion disse:

❝ really? i wouldn't have guessed that about you. ❞

na estufa.

Abel sorriu com a fala de Darian enquanto ainda ajeitava o canteiro de peônias próximo à estufa. Tinham o chamado ali para tentar salvá-las depois que alguém acidentalmente destruiu os vasos das flores... Não era exatamente o trabalho de Abel cuidar do jardim, mas ele estava contando com aquelas flores para usá-las em uma peça futura; então Abel resolveu ajeitá-las ele mesmo. "E que tipo de coisa você vem tentando adivinhar sobre mim, ministro?" Ele perguntou para Darian, voltando-se para o azul enquanto ainda estava ajoelhado próximo do canteiro. Darian não era um dos azuis que lhe trazia calafrios só de estar próximo, então Abel não achou ruim ceder a uma tentativa de conversa com ele. "Mas eu costumo fazer de tudo um pouco. Jardinagem vem junto com o pacote." Falou, levantando-se por fim e tirando as luvas que usava para mexer na terra. "E você? Tem alguma habilidade extra, ou só conhece as suas relações exteriores?" Abel ofereceu um sorriso ao ministro, mesmo duvidando que ele pudesse retribuir.

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@amayitaon disse:

"stay back, or don’t."

nas ruínas de kaelith

"Desculpe." Abel pediu quando a azul mandou que ele ficasse afastado, mas franziu o cenho quando ela adicionou que talvez fosse melhor que ele não ficasse tão longe assim. "Eu acho..." Ele adicionou um tanto mais baixo, dando alguns passos até a princesa, adentrando o templo antigo. Abel estava passando por perto, mas não conseguiu ficar longe das Ruínas de Kaelith quando parecia que o lugar estava o chamando. Já esteve por ali antes, mas nunca passou muito tempo nas ruínas. "Eu só achei que... escutei algo." Foi o que disse, tentando explicar à ela o que fazia nos arredores. Não que devesse explicação só porque ela era uma azul, mas... bem, não queria assustá-la. Abel fez uma careta para si mesmo; talvez dizer que estava escutando vozes não fosse exatamente a melhor opção quando não queria assustá-la. Abel se questionou se Kiranmayi também escutou alguns sussurros e foi por isso que não tinha o expulsado por completo ainda. Abel voltou-se pra ela então. "Você está aqui sozinha? Achei que vocês não podiam andar a sós." Ele quis dizer os azuis, já que todos foram instruídos a andarem em pares ou em grupos.

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@hanminhyuk disse:

"I shouldn’t want this, but…"

na cozinha

"Querer o que?" Abel perguntou, um tanto com a cabeça nas nuvens. Ainda estava pensando no ocorrido do último evento, quando as coisas terminaram ruins para a princesa de Gales. Bem, só não deve ter terminado pior do que para o vermelho com quem ela ficava, que era um rapaz que trabalhava naquela cozinha. Abel se questionava se era ali mesmo que eles se encontravam às escondidas. Quando as câmeras estavam viradas para os banquetes e fugiam da cozinha suja após a preparação. Naquela manhã, só tinha Abel e Minhyuk sozinhos na cozinha, com o vermelho cozinheiro preparando algo enquanto Abel apenas lhe fazia companhia. Ele sorriu, voltando-se para a fala alheia. "Minha ajuda...?" Perguntou, inclinando-se para o lado do amigo até os ombros se tocarem, tentando tirar a concentração dele. "Porque eu certamente posso ajudar." Abel falou confiante, agora voltando-se para o que Minhyuk cozinhava. Franziu o cenho, um tanto perdido no que era para ajudar exatamente. "...O que está fazendo?"