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Casa é onde seu coração está.
Eu nunca gostei de dormir com a janela aberta
ou de ventilador de teto
e nem de perfumes doces.
Eu nunca fui à praia de madrugada
ou fui fã de rap
e nem apreciei drinks que nunca experimentei.
Mas agora me vejo aqui,
neste quarto invadido por uma meia luz
em meio à um dia de semana que parece domingo
perdido em uma cidade que nunca para
e nunca dorme.
E hoje
eu não durmo mais sem ventilador
e troquei todos os meus perfumes.
Aprendi a amar a estrada vespertina
enquanto toca algum rap da nossa playlist
depois de provar dois ou três drinks em algum bar de qualidade duvidosa
(mas que era o único aberto nessa hora)
Só para no fim do dia
entrelaçar minhas pernas nas suas
e sentir sua pele
sempre tão quente contra a minha
e com um cheiro doce de
casa.
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"Algum dia você imaginou que ia estar escutando Joy Division tocado pelo New Order comigo?"
Algum dia você imaginou que iria estar deitado na minha cama? Que iria me deixar tirar sua roupa e te sentir em mim, ventre e pulmões, olhos e coração?
Porque eu não.
Eu nunca imaginei que depois de passar algumas horas em um bar eu iria entrar em um carro me perguntando o que foi a sensação engraçada que pareceu me puxar quando eu me despedi de você, ou que seria difícil sair daquela estação sozinha e ir pra casa depois de te ver entrar em um trem que não te levaria pra tão longe – mas que de repente pareceram centenas de quilômetros de distância.
Mas agora deitada nesse quarto que chamo de meu penso que talvez seja justamente isso que torne tudo tão especial. Nada disso foi planejado, pensando ou buscado. Te encontrei quando menos te procurava, mas foi quando mais pareceu fazer sentido abrir as portas e as janelas para você poder entrar em minha vida, como a brisa de fim de tarde que permito trazer o cheiro de coisas da vida para dentro deste cômodo de luz amarelada que um dia já te acolheu.
Te quero em minha vida, cariño. Quero compartilhar contigo coisas minhas e aprender coisas suas, quero em uma noite qualquer misturar nossos jeitos e criar uma síntese complexa e emaranhada que chamaremos de algo "nosso". Mas mais do que isso, quero te ver ser. Ser quem você é, com esse seu jeito que me desafia a todo momento a me questionar sobre aquilo em que acredito, sobre o que sinto e sobre coisas que sequer entendo direito, que me desafia a aceitar alguém em suas complexidades e singularidades de uma forma que eu nunca antes havia sentido tanto que gostaria de fazer. Te entender e acolher quem você é tornou-se algo tão prazeroso em minha vida que cada segundo que escorre como água quando estamos juntos se mostra uma oportunidade de construir uma imagem de você em meu coração que é cada vez mais sua do que minha, e aos poucos me apaixono cada vez mais por ti.
E me apaixono por nós.
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Passei o final de semana sem meus óculos - as vezes gosto de me enganar que se não colocá-los posso não enxergar o mundo, e quando estou cansada passo alguns dias assim até começar a sentir as características dores de cabeça que me acometem devido ao esforço necessário que meus olhos fazem para me forçar a ver um ambiente um pouco menos borrado. Desde quarta-feira a noite não os colocava. Hoje, domingo, quando as dores passaram a me incomodar em demasia, abri a pequena caixa florida e os encontrei lá, azuis como os havia deixado. Considerei por alguns segundos se realmente gostaria de colocá-los, mas os peguei na mão de qualquer jeito e dei uma olhada nas lentes, pois costumava me incomodar qualquer sujeira que se mostre diante de meus olhos. Veja, utilizei a palavra "costumava" como modo de sinalizar que desta vez algo muito curioso se deu. Havia, sim, uma mancha. Notei assim que bati os olhos no canto inferior da lente esquerda: lá estava, discreta, com formato levemente oval, pequena, como se me desafiando a notá-la, e assim o fiz. Entretanto, aquele pequeno sinal que usualmente me traria um desconforto visceral cuja origem não saberia explicar e nem a razão de tamanho incômodo, desta vez me trouxe um sorriso. Discreto e talvez oval tal qual a mancha que o causara, me desafiando a notar que estava lá, no canto de minha boca. Mas este sorriso tinha nome, sobrenome e motivo de estar: eu lembrava exatamente o que - ou melhor, quem - havia sujado meus óculos e porquê. Me lembrava exatamente do seu cheiro ao me dar um beijo naquela esquina noturna em São Paulo e de seu sorriso quando me afastei para retirar meus óculos pois sabia que me incomodaria te beijar com eles, e a última coisa que eu queria naquele momento era que aquele beijo acabasse por alguma frescura de minha parte. Sorri ao lembrar deste pequeno momento guardado na porção temporal de meu cérebro e carregado de afetividade pelo lado esquerdo de meu peito, que me levaram a livre-associar para nossas mãos se entrelaçando na rua, nossas bocas se tocando na estação de trem, nossos corpos se mesclando em minha cama e seus olhos castanhos buscando os meus enquanto você deitava em meu peito sob a luz amarela e girassóis de minha parede. Pensar sua presença em meu quarto é como uma rocha em meio à um mar revolto, é como sentir as ondas batendo incessantes em torno de um ponto de calma e estabilidade. Me vejo mar agitado, mas sua presença me trás um aconchego inquietante, embora eu saiba que sua praia também não é calma. Mas penso que talvez o encontro que se dê possa propiciar alguns momentos em que a agitação da maré não seja causada por um abalo sísmico, mas apenas pela lua cheia que brilha na janela ao lado de nossa cama. Sorrio um sorriso de lua crescente ao pensar em você e coloco os óculos, com a mancha ainda lá. Talvez eu a mantenha por um tempo.
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Eu-tu
No princípio era
o fragmento.
Duas partículas vindas da mesma estrela
que explodiu em milhões de grãos
compostos pelos mesmos elementos
porém separados por décadas de anos luz,
entrecortados por galaxias
supernovas,
planetas,
cometas e constelações.
E o fragmento se fez carne,
e habitou entre nós - em nós.
E a explosão tornou-se gozo
e do gozo se fez coesão,
cordão que nos une,
corações que dançam no ritmo da vibração
dos elétrons e dos pelos
da minha nuca.
Mãos que passeiam
pernas, peitos, lábios,
e o seu olhar, que me fura
flecha e perfume.
Perfura,
penetra
o ventre e as narinas.
Explosões cósmicas que giram em torno de mim
e de ti
e desse quarto desarumado em meio ao caos suburbano
genérico e tarjado
dessa noite de sábado
nua,
nus.
Sentimentos que passam
e repassam
e vão e voltam, como nossos corpos,
ou como um boomerang, que as vezes me deixa
incerta se volta, depois de ir,
mas quando menos espero
acerta meu peito
e fura meu esterno
e coração
e pulmões
e me tira o ar, tamanho impacto e surpresa.
Deita,
encosta sua cabeça em meu seio
e deixa eu te afagar
com as mãos incertas e tímidas.
Pega, leva para sua barriga, acaricia teus pelos
e chega onde tu espera.
E recomeça.
Explosão, gozo, união.
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Sozinha. Hoje foi a primeira vez em dez meses que eu me senti sozinha, e foi a primeira vez em dez meses que realmente me assustou o quão apegada a você eu pareço estar. Você está viajando com seus amigos para uma cidade do interior e passou quase o dia inteiro sem falar comigo - trocamos algumas mensagens, mas a maior parte do meu dia se resumiu a olhar incansavelmente meu celular em busca de alguma mensagem sua que demonstrasse que você sentia minha falta tanto quanto eu estou sentindo a sua. (nenhuma demonstrou) Está doendo como a muito tempo eu não sentia doer, e eu sinceramente não sei o que fazer com essa dor. Ela está me perfurando e, por mais que a parte racional do meu cérebro saiba que eu estou exagerando e que tudo não passa de inseguranças injustificadas da minha cabeça, parte de mim não me permite acreditar totalmente nisso. Fico repassando uma série de imagens em minha mente que só servem para me machucar ainda mais, me deixar ainda mais ansiosa e insegura, mas elas passam e passam incansavelmente e eu não consigo impedir, por mais que tente. Dói tanto que já chorei cerca de quatro vezes hoje, e já pensei duas vezes em ir para o meu quarto, pegar a tesoura em meu guarda-roupas e fazer cortes por toda a minha pele para ver se, de alguma forma, a dor interna se esvai um pouco. Me sinto triste e sozinha, mas ao mesmo tempo me sinto culpada por me sentir assim e sinto medo de que esse vulcão de emoções ruins possa te assustar e afastar, não quero que você pense que eu não quero que você tenha uma vida que vá além de mim, ou que você acabe fazendo algo só porque ficou irritado comigo por ter esses pensamentos idiotas que eu tenho. Passei as últimas quatorze horas em constante angústia, pena, medo, esperança, conflito, tensão. O que eu mais queria agora era sentar e falar com você sobre tudo que tem me atormentado, desabafar sobre meus pensamentos autodestrutivos e sentir seu abraço forte e seu cheiro quente me envolvendo enquanto choro deitada na sua cama. Lembra que te falei um tempo atrás que eu parecia me sentir constantemente triste ou apática sobre tudo? Percebi que isso se intensifica absurdamente quando você está longe de mim. Me desculpa por estar em uma fase ruim. Me desculpa por jogar isso para cima de você em alguns momentos. Me desculpa por ter me prendido tanto a você e por agora estar doendo tanto essa separação - por mais curta e boba que ela seja. Acho que só agora pude realmente perceber tudo que me incomoda.
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Silêncio
O mundo me soa tão barulhento, como se cada som ecoasse aos meus ouvidos com uma frequência dez vezes maior do que quando foi emitida e caminhasse por minha cabeça disputando espaço com o caos já instaurado lá dentro. A parte engraçada é que já me acostumei com toda essa algazarra, já há muito tempo entendi que ela faz parte de mim – e é por isso que estou sempre de fones de ouvido. É como se o som da música pudesse, mesmo que momentaneamente, me distrair do fluxo energético que corre constantemente por meus pensamentos, me levando a acreditar que naquele instante o som melódico que sai de meu celular é tudo que posso ouvir – mas caio de volta na realidade quando percebo que não consigo me recordar das últimas cinco músicas tocadas porque meus pensamentos s atropelaram. Sim, eu já havia me habituado ao som constante.
Até que um dia eu ouvi o silêncio.
Ele veio assim, lentamente, como uma névoa anódina que retirava tudo aquilo que vinha me incomodando há mais de vinte anos sem que eu percebesse, quando, subitamente,
o nada.
Na hora senti um zumbido que me preenchia a mente, mas diferentemente das outras vezes não era um barulho. Pelo contrário: era a sinalização de sua falta. Aquilo me chocou. Por mais que na hora não entendesse o que o causava, fiz questão de me agarrar àqueles minutos com todas as minhas forças. Pude, pela primeira vez, entender o que significava a palavra silêncio em todas as suas letras. S, i, l, ê, n, c, i, o.
A quietude foi, então, interrompida pelo som mais melódico que eu poderia sequer pensar em criar naquele momento:
“o que você está pensando?”
Essas palavras saíram da boca do homem deitado ao meu lado e preencheram meu mundo, cada letra, cada sílaba, cada tom pronunciado por sua voz se repetindo incansavelmente em meus pensamentos. Minha resposta habitual para essa pergunta seria um “não sei” carregado de “eu-estou-pensando-tantas-coisas-ao-mesmo-tempo-que-não-consigo-me-concentrar-em-uma-só”, mas neste momento tudo que pude dizer foi o meu mais sincero e contemplativo “em nada”.
Neste instante, pude olhar para o centro de minha mente agora inóspita e tentar cavar o que lá dentro poderia se passar que não estaria relacionado com uma percepção puramente sensorial do bombardeamento de informações que o mundo externo me oferecia – cores, sons, cheiros, uma série de elementos soltos que dentro de mim não se conectavam a nada. Sim, percebi um leve fluxo quântico que perspassava meus sentidos e minhas compreensões trazendo consigo uma enorme carga afetiva que era percebida involuntariamente.
Inicialmente, senti sua pele. Senti o calor que percorria por debaixo da fina camada dérmica e irradiava ao longo de toda a extensão de seu corpo e para além dele, chegando sorrateiramente até mim, como uma névoa que caminha lentamente por entre os vales e atinge finalmente as árvores. Esta névoa continuou a caminhar e chegou às minhas narinas. Senti, então seu cheiro. Seu delicioso cheiro levemente adocicado e altamente inebriante desceu diretamente por minha laringe, seguindo por minha traqueia, atingindo meus brônquios e inundando meus pulmões, que doeram como se fosse a primeira vez que o oxigênio realmente os inflasse, fazendo com que meu coração iniciasse uma enorme corrida contra o tempo e tentasse fazer com que aquele cheiro não fosse levado embora – mas era tarde demais. Ele agora percorria minha corrente sanguínea e era carregado para cada milímetro do meu corpo, transformando-se em uma corrente elétrica que fluía livremente por mim, me invadindo. Ela estimulava minha pele, que se arrepiava com seu toque; meus músculos, que me puxavam em sua direção; meu coração, que seguia palpitando; e meu ventre, que se umidificava e implorava por tê-lo ainda mais perto, ainda mais dentro, ainda mais pertencente a mim. Me permitia sentir o que eu mais identifiquei como você em todos os dias e noites que já passamos juntos, como algo que saia de dentro de ti e vinha em direção à meu corpo e alma e espírito.
“nada mesmo?”
Novamente o som de sua voz toma conta de mim e me faz retornar deste pequeno momento de contemplação do seu Eu que tive durante cerca de dois milésimos de segundos – mas que para mim pareceram horas. “Nada. Só estou te sentindo”.
Então era assim. Isto era vivenciar o silêncio. Uma possibilidade de puramente perceber aquilo que nunca se é percebido em outras situações com tamanha intensidade, uma potencialidade de conseguir olhar para dentro de mim em nível atômico e compreender os efeitos daquela presença, daquela existência que divide aquele momento comigo, o agente causador de tamanha tranquilidade. Finalmente, percebi aquilo que me faltava ao longo destes sonoros e inquietantes vinte anos: o amor.
O amor, senhoras e senhores, anda de meias listradas na sala para que seus passos não sejam escutados, buscando em vão tentar te assustar quando você está distraído. O amor se levanta com todo o cuidado possível de manhã cedo e consegue sair do quarto sem que a porta ranja para te fazer café da manhã e torradas. O amor almoça contigo sem precisar dizer uma palavra para que vocês tenham uma conversa na praça de alimentação de um shopping lotado. Mas o amor, não, ele não é só silêncios: ele tem uma risada engraçada e alta que você acha linda, ele te chama da cozinha para você vir comer quando você está do outro lado do apartamento, ele canta durante o banho para te animar e ele grita o gozo junto contigo nas transas mais quentes. Mas ele é o único que consegue te libertar – momentânea e ilusoriamente, admito, mas naquele momento será o que há de mais real – de todo o caos mundano e seus barulhos ardilosos.
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A cobra, ou nota para mim mesma
Há uma luz de inverno incerta e amarelada entrando pelas frestas entre a cortina marrom e a parede branca ao lado da cama na qual me encontro que faz com que tudo em torno de mim se apresente com uma tonalidade serena de manhã de domingo – mesmo que agora seja uma segunda feira. Eu, deitada por baixo de um lençol branco, tenho meus braços envoltos no homem encaixado ao meu lado, com sua pele sempre tão mais quente que a minha fazendo fronteira com meu corpo igualmente nu que clama por seu calor, cheiro e presença. Seus olhos estão fechados, mas os meus estão ávidos por absorver cada microscópico detalhe deste momento crucial em minha existência: veja, esta é uma cena que jamais se repetirá em sua totalidade, jamais será exatamente igual; esta é uma cena que eu quero que fique registrada para sempre.
Percorro a pele de seu ombro direito com uma de minhas mãos e acompanho esta trajetória com meu olhar encantado – conto aproximadamente 63 pintas no pedaço que a luz e a posição me permitem enxergar. Sessenta e três. Talvez este se torne meu novo número da sorte, somado a dezessete e onze, ou dezessete do onze, ou 17/11. Talvez eu apenas goste de números que possuam significados complexos e emocionais, ou talvez eu só goste de me apegar a números que me levem até você, como os quatorze quilômetros que nos separam agora ou os seiscentos e noventa e nove que nos separaram no último natal.
Meu passeio continua, subindo agora pela pele do seu pescoço exposto à leve brisa que entra pela janela, desafiando-nos por tê-la fechado, e a proximidade faz com que eu possa enxergar a pequena penugem que cresce e transforma-se em pelos cada vez mais escuros para formar finalmente a barba por fazer em suas bochechas, cuja sensação de acariciar me faz lembrar de todos os outros momentos em que pude te tocar no mesmo lugar e te fazer o mesmo tipo de carinho. Vejo também a linha reta do canto de sua boca e, após um momento de minuciosa inspeção, percebo que não é tão reta assim. O canto mais ao canto do canto da sua boca se curva levemente, de modo que se eu observar apenas este pedaço seu tenho a impressão de que sempre carrega um leve sorriso ao dormir. Mas é só levantar mais um pouco meu olhar, levando-o em direção à suas sobrancelhas retas e escuras que confirmo – não, ele apenas dorme com o ar sereno de sempre. Alguns cachos caem por sobre sua testa e olhos, e me permito a ousadia de lhe tocar nos cabelos e direcioná-los delicadamente para trás de sua orelha, segurando minha respiração para não correr o risco de te despertar e perder este precioso momento de te ter dormindo aconchegado – ou aprochegado, como você provavelmente acharia mais apropriado colocar aqui, e eu concordo – em meus braços tolos e não merecedores de tamanho presente, que chegam a não saber como se comportar ao se enrolarem em torno de você como uma silenciosa jiboia, cujos instintos teimam em afirmar que deve asfixiar sua presa, mas que tenta ao máximo evitar que isso aconteça, se esforçando para fazer com que a presa se sinta segura e acolhida ao invés de imobilizado e sufocada – mas sabe que a linha entre estas duas situações é muito tênue e que não pode se mostrar desatenta por um segundo sequer.
Eu, mulher transformada em cobra, me enrolo cada vez mais em você, passando meu corpo gélido por entre suas pernas, pés, braços, me enroscando em sua cintura e pescoço, de modo que quem nos veja de fora chegue a pensar que somos apenas um corpo, ou dois que foram amarrados em forma de nó que não desata. O medo que ruge em meu peito me faz querer apertar ainda mais o abraço já apertado que dou em você, mas neste momento seu corpo se move suavemente e sua respiração muda. Afrouxo levemente os braços ao mesmo tempo que seus olhos se abrem e encontram os meus marejados.
“O que houve?”
“Tenho medo de te perder”
Tola cobra, lembre-se de não sufocar.
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Mesmo nos momentos mais inesperados, nossas memórias insistem em preencher o vazio da minha mente
Posso estar deitada, ocupada ou distraída, uma imagem do sorriso teu vai abruptamente cobrir minha visão assim que fechar os olhos por um nanosegundo. Imagens colorem meu dia preto e branco enquanto me lembro de nós dois deitados na sua cama, com você sussurrando coisas no meu ouvido e me puxava para mais perto para me beijava em uma explosão de sentimentos - porque quando estou com você, é assim: milhares de cores explodindo ao meu redor. Nosso amor é lilás, nosso sexo é de um violeta vibrante, seu quarto é verde, sua casa vermelha, nossas mãos dadas são azuis.
Quando estou contigo eu me sinto livre (mesmo estando presa a você por esse fio vermelho que une nossos destinos). Me me sinto segura nos teus braços, me sinto adolescente em nossas brincadeiras e me sinto mulher nos teus lábios. Você consegue com uma facilidade imensurável fazer com que eu me sinta eu, em todos os sentidos mais complexos e mais simples. Você me completa, amor, de um jeito que nunca ninguém completou; você me fez perceber o amor nas coisas mais simples, como quando você está falando algo e para ao sentir minha mão tocar na sua, ou quando te vejo fazendo pipoca na cozinha do seu apartamento e tudo o que consigo sentir é que quero fazer coisas assim todos os dias com você. Eu vejo os sentimentos nos teus olhos, no teu toque, nos teus abraços, beijos e carinhos. Sua voz suave me acalma, e o calor do teu corpo - sempre tão mais quente do que o meu - me tranquiliza só de sentí-lo. Não sei se algum dia já agradeci pelo bem que você me faz, carinho, mas saiba que não é pouco. Sei que sou uma pessoa complicada e difícil, mas mesmo assim você está ao meu lado. Você é o único para quem eu quero contar meus momentos mais felizes e também os tristes. Você foi o único capaz de me fazer falar sobre coisas que nunca antes tive coragem. Então, por tudo isso e muito mais, obrigada. Obrigada por me amar e me dar a chance de retribuir com a mesma intensidade.
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Oração
Se o céu desabasse nessa noite escura e quente, eu só gostaria de estar te abrigando entre as minhas pernas. Busco esconderijo no aberto do seu peito e ali me sinto segura, livre de todo o caos que me cerca, imersa nos contornos da tua boca que me acalma com palavras e me desperta com beijos intensos, tão intensos que me fazem questionar minha vida e minha noção de desejo. Como alguém pode ter definido o conceito de prazer sem nunca nem mesmo por uma vez ter experimentado seu gosto? Seria tão impreciso quanto dizer que as sete maravilhas do mundo não são as marcas das minhas mãos no teu corpo despido após queimar em tesão na sua cama. Nada no mundo pode me tocar e me ferir após eu ter sentido o seu toque que me deu a certeza de que sou eterna. E no nosso fogo queimaram-se os erros enquanto nossos sonhos se amavam em carne e em beijos. Como alguém pode ter pensado no conceito de beleza sem nunca nem mesmo uma vez ter admirado o teu corpo nu ao pé da cama? É tão negligente quanto dizer que a felicidade não envolve teu gemido de prazer que ocupa os quatro cantos do seu quarto. Se o mundo acabar hoje, tenho certeza de que já conheci o paraíso refletido em sua pele e naquelas gotas de suor. Você é o renascer dos meus desejos mais luxuriosos. Você é a minha segurança diante da tempestade que devasta a alma de todos os impuros. Meu porto seguro fica em algum lugar entre nossos corações, suas coxas e minha cintura, que foi esculpida para se encaixar perfeitamente em suas mãos. Não temo mais o julgamento pois o único lugar para o qual gostaria de ser enviada é para o céu da sua boca. E lá eu viverei. Pois quem poderia definir o desejo antes de conhecer o calor que emana da sua pele tão bem perfumada e libidinosa? Somos o desejo pseudo-expressado através de arranhões que te traçam a pele dos ombros, das costas, da barriga, das coxas, dos braços, do pescoço. E diante disso, eu sou apenas uma adoradora de toda a nossa presença e de todo nosso fervor. Esta é a minha oração para você que me salva da existência mundana transcendendo tudo que sou.
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"Nós somos tão diferentes", eu penso enquanto ando de mãos dadas com você no meio da estação de trem. Você, com sua camisa azul aberta no peito e seu chapéu, vestindo seu melhor sorriso e com a cabeça erguida — arriscaria dizer que parecendo orgulhoso de algo. E eu, com minha roupa florida, um sorriso tímido e a cabeça abaixada, tentando me esconder atrás de você. Te vejo como o sol, guri. Você tem uma luz e um calor que atrai o olhar de quem passa por ti. Quando ando com você na rua sinto a alegria que sentia quando era criança e saía em um dia de verão para ir à praça andar de bicicleta e comprar um picolé de limão no caminho. É como se a cada vez que eu te desse a mão e visse você sorrir aquele seu sorriso meio de lado eu fosse inundada por toda a energia do sol.
Me vejo como lua ao teu lado. Um brilho mais comedido, que muda de acordo com a fase — e as vezes nem pode ser visto —, mas com uma sensação de calmaria que preenche a noite escura, banhando de branco sua pele enquanto você está deitado na cama, de olhos fechados e cabelo bagunçado depois de ter se inundado de mim.
Tenho a sensação de que todos nos olham quando estou contigo. Talvez seja o seu jeito de andar, talvez seja meu jeito de me esconder — talvez sejam as pausas abruptas que fazemos para nos beijar —, ou quem sabe a combinação de nós dois, lado a lado. Sol e Lua. Juntos.
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Vista-me de ti
uma imagem do teu sorriso,
leve como teus cabelos
e os ventos passando em teu mar
de cachos
me fariam pensar agora em felicidade.
minha mente está sempre divagando.
aquelas ideias que me pegam:
explosivas,
cheias de quês sobre o mundo
ou apenas abstrações incoerentes que
me preenchem os pensamentos,
chicoteiam em qualquer lugar
de meu corpo cheio de mim,
que me aponta para ti
em uma busca sem muitas indicações
de para onde ir.
me cego e tento me guiar
pelas vozes de teus problemas
buscando caminhos para te levar
comigo, mesmo que momentaneamente,
para longe deles
– jogamos fora algumas risadas.
lhe abraço e quero
beijos
e minha boca se guia a tua
e você se guia a mim.
e cá estamos então,
em um romance que
não planejamos
mas me tento em alguns versos de amor,
mais uma vez.
se crescer agora,
só há de me ocupar com uma linda
onda de calor
que me toma o peito e a cabeça.
eu, tão racional, agora penso
amor.
permita-me fugir nos instintos:
tire tua
camisa
e me vista de você.
há tempos meus desejos
não se deixam desejar
como desejam a ti.
tiro meu vestido
e te visto de mim.
nós.
que bela palavra esta
quando carrega em apenas suas três letras
todo o sentimento
que nutro por ti.
eu e você somos nós
de um fio vermelho amarrado em
nossos dedos,
que ninguém há de desatar.
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Uma crônica pra (tentar) fazer você começar o ano bem
Domingo, 31 de dezembro de 2017. Acho engraçado como todo mundo sente uma necessidade enorme de fazer uma retrospectiva de tudo o que aconteceu no ano quando este chega ao fim, como se repensar o que se passou fizesse com que alguma coisa fosse ser diferente no ano que entra. Ontem mesmo eu estava mexendo em uma dessas redes sociais que estão na moda agora e vi cinco amigos postando fotos sobre como foi seu ano – todos eles postando fotos felizes sobre suas viagens, namoros, comidas exóticas que experimentaram, festas. Alguns postavam fotos sobre seus momentos depressivos ou sobre os momentos difíceis que enfrentaram. Me pergunto o que disso era para eles e o que era para os outros.
É, esse é o tipo de coisa que nunca faço.
O tempo é uma coisa linda. Sim, adoro pensar sobre ele. Adoro pensar sobre como ele engana os mais leigos fazendo-os pensar que é linear. “O que passou, passou. Aprenderei com os erros do passado para não os repetir no futuro”. Veja bem: aquilo que está no passado não passou. Está passando, está sendo, está constantemente interferindo no seu futuro e influenciando seu presente. Se houvesse mesmo passado, você não sentiria essa necessidade enorme de repensar sobre o que aconteceu.
A parte engraçada é: eu, que nunca faço isso, este ano me peguei fazendo. Sabe, 2017 não foi um ano bom para mim. Talvez o alinhamento planetário combinado com as influências cósmicas dos fluidos espaço-temporais que se chocaram com a onda gravitacional liberada pela explosão de um buraco negro a trezentos mil anos luz de distância tenham calhado de atrapalhar de alguma forma o meu carma astral. Talvez a numerologia do ano somada com a numerologia do meu nome e da data do meu nascimento tenham se combinado de forma que a somatória de todos os números não fosse de agrado dos deuses que cuidavam do destino das pessoas e eles resolveram me sacanear. Talvez só tenha sido um ano ruim mesmo.
(Gosto mais da primeira opção)
Ok, eu posso estar sendo injusta com o ano. 2017 teve seus pontos positivos, como o fato de...
(Neste ponto precisei parar para fazer uma rápida pesquisa sobre os destaques de 2017 para encontrar algo positivo, mas não encontrei nada que tivesse me tocado das coisas que aconteceram no mundo)
... eu ter, finalmente, me tornado vegana, ter tido finalmente coragem de deixar ir o que precisava ir, ter fortalecido uma amizade verdadeira e ter feito um amigo novo. “Ah, mas que coisas clichês”, você deve ter pensado agora, paciente leitor. Sim, também pensei a mesma coisa ao escrever. Mas acontece que a maioria desses fatos aconteceram no final do meu ano e, incrivelmente, fizeram todo o resto valer a pena.
Eu te pergunto, amigo leitor, você já se apaixonou de verdade? Pois eu achei que havia, mas descobri que não. Bom, não digo que as outras paixões que tive fossem falsas, no entanto há algo que, em determinado momento, te faz perceber a diferença entre uma paixão, de certa forma, forçada, e uma que simplesmente acontece com tal acaso da sorte dos fatos da coincidência dos eventos descontrolados, aleatório do cósmico fluido da incerteza – como uma vez me disse alguém por quem tenho um grande carinho.
Sim, acredito que esta tenha sido a melhor coisa que aconteceu no meu ano: eu me permiti me apaixonar novamente. Porque sempre há esse medo, por mais que velado, de se permitir sentir algo de novo, ainda mais quando se trata de algo que você deveria estar sentindo, mas não está mais e não tem coragem de admitir para si mesmo. Porque, convenhamos, já é difícil se permitir sentir. Esta dificuldade aumenta ainda mais quando, para se permitir admitir o que sente, precisa admitir também o que não sente. Mas, por outro lado, há um certo alívio também em perceber que se completou esse processo. Sim, é fato que não vejo o tempo como algo linear e sim como algo cíclico, mas mesmo dentro de um ciclo há processos que precisam ser “encerrados” – porque, como já disse, o passado continua influenciando você nos dias atuais, mas algumas coisas você precisa deixar ir – para que novos possam se iniciar.
E, de tudo isso, a conclusão que eu tiro é: 2017 foi, para mim, um processo de 365 dias a se encerrar. E, agora, eu tenho – tu tens, nós temos – uma quantidade ainda indefinida de anos para iniciar novos processos. Alguns deles sendo apenas continuações das mudanças já iniciadas e outros sendo totalmente novos. Mas, de tudo o que aprendi, o mais importante foi a me permitir. E para você digo o mesmo. Se permita sentir, se permita deixar ir, se permita encerrar e iniciar ciclos.
É, acho que essa crônica acabou ficando muito pessoal.
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[algo que escrevi com sono]
Sabe, eu tô acostumada a
sempre dormir com algo
nos braços.
(dois travesseiros, uma almofada é um ursinho de pelúcia repousam em minha cama)
mas, engraçado, essa noite
parece que não foi
o suficiente.
Eu dormi
(dormi? não sei dizer, acordei tantas vezes)
com a sensação de que
faltava algo aqui
algo que eu não estava segurando
e que devia estar.
De início não entendi o que estava acontecendo.
"Acalmem-se, braços. Será
que vocês não podem ir dormir?"
Mas aí
por um segundo
(um milésimo)
eu percebi que
quem não queria dormir não eram meus
braços.
Era meu coração.
Ah, sim.
Ele estava na ânsia de te abraçar.
Ele queria deitar
ao teu lado e
bater no ritmo
do teu.
Ele queria sentir seu cheiro enquanto nós dois
dormimos assim
juntinhos
abraçados
ou só deitados lado a lado
nem que seja com apenas as
pontas dos pés se
tocando
(fazendo carinho de pé, que você me ensinou o quão gostoso é).
Não, eu não dormi sozinha essa noite:
contabilizando deram
quatro travesseiros, um ursinho, uma almofada, um cachorro, um gato e até minha mãe estava aqui.
Mas no fundo
(na verdade não tão no fundo assim, parece que essa ideia estava impregnada por mim)
eu queria
você.
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Quando eu era criança eu criei um amigo imaginário. O nome dele era Beckery e ele me acompanhava em todos os lugares. Eu tinha o costume de escrever cartas para ele e quando eu ficava triste o Beck sempre estava lá para me ver sangrar.
Com 13 anos eu fiz uma amiga chamada Virgínia. Ela era real. Nós ficavamos o dia inteiro escutando música, comendo e tirando fotos. Ela me ensinou a pintar o cabelo e me deixava pintar o dela.
Com 14 anos eu fiz um amigo chamado Esteban. Ele me trazia presentes de suas viagens e me contava seus segredos. Mas ele começou a me chamar de coisas que eu não achava ser, mas passei a acreditar que era. Ele me fez odiar meu corpo. Ele fez eu me machucar pela primeira vez.
Com 15 anos fiz um amigo chamado Vitor. Eu achei que o amava, mas eu só gostava da atenção que ele me dava quando mais ninguém deu. Ele me fez começar a fumar. (eu parei na semana seguinte)
Na mesma época fiz uma amiga chamada Natália. Ela sentia as mesmas coisas que eu e nós chorávamos juntas no banheiro da escola. Ela me ensinou a abraçar pessoas de verdade e a usar batom.
Com 16 anos fiz um amigo chamado Maurício. Ele me encontrou no fundo do mar, perdida, e me ajudou a respirar de novo. Ele me ensinou que eu sou bonita (mas eu sempre esqueço, nunca aprendo) e que sou uma bagunça, mas das que fazem sentido.
Com 18 anos fiz uma amiga chamada Ana. Ela me ensinou um jeito totalmente novo de ver a vida. Eu aprendi, finalmente, a ver as coisas boas nos outros e em mim e nos lugares. Ela me ensinou a gostar da cor laranja e a comer frutas.
Aos 20 anos fiz outro amigo chamado Vitor. Ele me fez lembrar o quanto eu gosto de sorvete e o quanto eu gosto de músicas. Ele me ensinou a matar aulas pra ficar rindo e me deixou falar dos meus medos quando eu achei que não conseguiria. Ele me fez aceitar que eu sou livre. Que eu posso ser livre.
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Eu queria saber como deixar claro, assim, jogado na sua frente, estampado em todos os muros, pintado em todas as telas, brilhante, no céu noturno, que eu eu nunca nem por um segundo nem por um milésimo deixaria de pensar em você. Eu queria conseguir entrar na sua cabeça e implantar lá no fundo bem no fundinho a ideia de que eu penso o dia inteiro no rapaz de cabelo escuro e olho de céu estrelado que fica na esquina da minha mente. Eu sei que não estou tão presente nesses últimos (meses?) dias. Eu sei que tenho mudado e sei que estou mais (flúida?) independente e que eu tenho tido meus (sumissos) momentos de sair e voltar sem saber o que falar o que pedir o que sentir. Eu tenho andando distraída perdida sumida. Mas eu tenho te levado sempre comigo. Eu penso em você o dia inteiro e não tô falando isso pra fazer você se sentir bem. Eu posso estar falando com outras pessoas ou pensando em outros assuntos (como por exemplo qual é a profundidade aproximada em centímetros quadrados que o fluido cósmico cuparia se colocássemos ele dentro de um recipiente transparente) que não fazem sentido, assim como eu não faço, mas eu tô pensando em você. Eu sou essa bagunça que pensa por cores e cheiros e que tem dificuldade em expressar o quanto eu te gosto de um jeito mais (espontâneo?) convincente. Mas esse poema é pra você. Esse poema é minha tentativa de me diminuir até ficar do tamanho das suas células e entrar no seu cérebro até chegar bem no fundo da sua mente e fazer brotar em ti a certeza de que eu pensei em você num momento qualquer de um dia normal e que isso me fez sorrir um sorriso gostoso daqueles que a gente dá quando lembra alguma coisa da infância e sente vontade de comer pipoca doce.
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Eu tô tendo esses pensamentos e eles não me deixam em paz eles ficam correndo e correndo em círculos atrás de mim. Eles são fortes tão fortes que eu não consigo mandar eles pararem. E eles não param. Eles continuam e continuam e continuam e continuam e ... Eu tô presa. Eles me prendem e me seguem e me jogam contra a parede e é uma parede branca e ela brilha com a luz que não me deixa enxergar a saída. Eu não consigo sair eu não consigo sair da minha cabeça e eu não consigo tirar eles de dentro de mim porque eles são eu mas eu não quero ser eles e não quero ter isso dentro de mim eu só queria que parasse eu só queria gostar de mim.
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I made a friend into the woods
It was dark and hot and I was walking by mysef holding hands with my shadow. The moon was shining bright and full in the night sky. A wolf crossed my path but didn’t notice me ‘cause he was chasing a rabbit. I was alone in the dark, yes, but i’ve never felt so confortable in my life. I could hear every sound and feel every tree and see every animal that was surrounding me. I could feel evey inch of that place, except one.
There was a blind spot that wasn’t there before. I walked through the trees and I saw a boy. He was standing there, into the woods, breathing. No, he wasn’t just breathing: he was feeling. He was feeling everything just like I did eleven seconds ago. And I know he was feeling ‘cause in the moment I looked at him he opened his eyes and looked straight at my grey eyes. His smile was like an invitation for me, so I got closeser and he held my hand. It was funy, ‘cause I didn’t get scared with his touch. He held my hand and put it on his chest and I closed my eyes to once more feel the forest. This time it was different, yet the same. I could still feel everything that surrounded me, but there was no blind spot. I could feel him. I mean, I could feel his heart under my hand and his warmth in my skin, and hear his breath, but I could also feel him.
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