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Nota do autor:

Essa é pra ser uma história bem bonitinha, mas não sou tão bom com histórias bonitinhas, muito menos sou bom relembrando alguns pequenos detalhes – porém depende. Me sinto como o Rusty em “Ligados Pelo Amor”, quando ele descobre que o Stephen King leu a história dele. Então saiba que se tudo for ruim aqui, saiba que pelo menos eu tentei e resumi para não ser realmente um livro do Stephen King.

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"Oh, honey... I'd walk through fire for you, just let me adore you. Like it's the only thing I'll ever do."

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Mingyu sempre foi uma pessoa muito reservada, apesar de muito sociável quando queria, sempre gostou muito de fazer as pessoas darem risada, sempre gostou muito de ajudar e ser um ombro amigo – mesmo não sendo um ombro presente 24/7. Sua vida sempre foi algo meio conturbado, desde a infância, na adolescência foi ainda pior e poderia se dizer que na vida adulta conseguiu superar todas as expectativas e ser ainda mais desgraçada. Mas o intuito desta história não é falar sobre as coisas ruins, mas sim sobre as coisas boas, ou a coisa boa.

Costumava brincar que era quase uma garota de programa, e pra ser sincero de uns tempos pra cá nunca havia sossegado com uma única pessoa. Na verdade teve uma, uma há alguns meses atrás que foi a verdadeira causa pra ter uma história pra contar hoje. E não, ele não é o personagem principal. Na verdade ele foi um tipo de relação estranha, que começou com uma amizade e se desenvolveu para um namoro. Dentro de toda relação quando nos conectamos com alguém, a gente se conecta com ela e tudo mais que vem junto dela... Isso inclui alguns gostos, músicas que odiava, filmes que achava infantil e uma amizade. Uma amizade em específico.

Quando conheceu Dino, parecia meio estranho manter uma conversa frequente em privado... Não porque tinha algum problema com ele ou com a situação, mas porque manter conversas em privado, para Mingyu, parecia algo absurdamente desconcertante. Apesar disto, sempre  viu perante ao mais novo alguém muito legal, muito divertido, um amigo muito bom para quem até então chamava de namorado e mais do que isso, sempre teve um desejo enorme de cuidar dele. Por isso nunca teve vergonha na cara ao tentar aconselhar sobre o que fosse, mesmo que ainda não tivessem tanta intimidade assim.

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Aos poucos isso foi se estabelecendo, mas ao mesmo tempo em que uma amizade entre os dois se tornavam mais forte, parecia que parte desta amizade afetava ao terceiro membro... Ao ponto de ele não poupar comportamentos tóxicos, atitudes babacas, manipuladoras, mentirosas, omitir e mentir até mesmo sobre quem era. Acredita-se que a intenção era separar as duas peças principais para o desfecho dessa história, mas no final, acabou os unindo mais ainda.

O que se pode esperar de um fim de namoro e um fim de uma amizade? Talvez um completo caos, mas neste caso, foi o início de uma das melhores amizades das quais Mingyu poderia ter tido e vivenciado. Parecia que todo aquele inferno que o deixou irritado, cansado, chateado, ansioso, durante todo aquele final de 2021, teve um motivo muito maior e muito mais feliz.

Aos poucos, o que eram só troca de mensagens começou a ser assistir coisas todos os dias juntos, compartilhar coisas pra darem risadas, trocar coisas das quais somente se abria com Dino sobre tais, revelar algumas das coisas sobre as quais sentia, principalmente em relação a algumas outras pessoas (fazer fofoca). Aos poucos se tornaram todo o apoio e amizade que não tinham conseguido do terceiro membro, o qual nunca conseguiu suprir, só enganava que sim. E a principal ligação disto era: tamanhas as coisas que conseguiam ter em comum! E isso era notório desde que começaram a se conhecer mais.

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"Eu só quero um cantinho, e você do meu lado."

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Bastaram alguns meses pra que assistissem séries mais e mais filmes juntos, mas um em específico eles assistiram mais do que todos, que foi inclusive um dos fatores que ajudou a os unir, afinal... foi a inspiração: Magic Mike. Aquele oficialmente era o filme dos dois, já haviam assistido com tantas pessoas, só não mais do que haviam assistido sozinhos. E de pensar que quando soube sobre aquele ser um dos filmes favoritos de Chan, o Kim não conteve as piadas pra zoar da cara dele. Mas não poderia esperar que um filme sobre artistas de strip fosse tão bom!

A amizade era tão íntima que Mingyu sempre pedia pra que Dino encontrasse algumas “tetolas*” pra ele. (*Tetola: termo derivado de teta; refere-se a palavra seios num termo pejorativo). Sentia ciúmes das amizades que poderiam ser mais fortes que a sua, sentia ciúmes quando o mais novo falava mais sobre alguém do que sobre a si mesmo. Resumindo, Mingyu era um ciumento. Só não era mais ciumento do que era preocupado. Sempre disse que se via muito no Lee, e isso sempre ao mesmo tempo que o aproximava ainda mais dele, o preocupava. Ainda mais quando via suas escolhas muitas vezes não tão bem pensadas.

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Sem frase em respeito aos mudos (Kimiko).

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Enquanto Mingyu se envolvia com garotas malucas, uma seguida da outra, sempre terminando de uma nova maneira esquisita. Dino estava com outro antro de toxidade em sua vida. Mas aquele era muito bem disfarçado, era disfarçado de pessoa legal, só que na verdade ele era um completo insuportável. Não foi atoa que o mais velho brigou com ele, que se mordia de ciúmes e, realmente, não gostava dele. Já tinha chego até mesmo a assumir para Chan o desejo que tinha de que não ficassem juntos. Quando se vê alguém que você ama quase assumindo um compromisso sério com uma pessoa suja, o seu maior desejo é que ela se afaste. E isso foi pauta para um dos puxões de orelha, mas felizmente ele foi pro bem.

Em meio a tantas coisas acontecendo, a amizade se fortalecendo, por alguma razão começou a existir um tipo de brincadeira entre esses dois que nunca havia acontecido. Se pudesse contar hoje para o Mingyu daquela época essa história, ele provavelmente iria dar muita risada e me chamar de louco! Mais do que isso, ele iria ficar ofendido e discursar sobre não saberem respeitar amizades. Mas tudo começou com um: “Você é meu filho, mas eu faria”; “Você é mau painho, mas eu faria”. (Não vou mencionar sobre pai e filho para não ser cancelado, apesar do único leitor desta história saber do que se trata). Ficar com alguém que chamava de f*, era uma das coisas mais repulsivas para o Kim, ele definitivamente sempre criticou, mas uma vez ousou dizer que “Daqui dois meses to eu fazendo”, e de fato.

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My Nate Archibald. (i profundo)

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Entre essas trocas de brincadeiras que sempre eram caladas pela timidez ou pelo eterno estado de “Será?” em que ficavam, ou até mesmo o “To brincando, mas se você quiser eu quero” que nunca era dito devidamente... Chegou uma data específica que acabou sendo o gatilho necessário para o desenrolar de tudo.

Dia 6 de abril de 2022. Aniversário de Mingyu.

Como em todo aniversário do grupo, eles faziam uma festa. Eles sempre se reuniam e ouviam músicas, dançavam e jogavam. Mas graças a dupla fã de Magic Mike, foi criado um momento especial em cada uma destas festas, um pequeno show de strip que faziam para o aniversariante. Foi assim que o querido apelido de GogoGyu passou a existir. Mas não podia fazer strip pra si mesmo né? Nem queria tirar a roupa na sua própria festa de aniversário. Por isso tinha seus amigos, e o principal, tinha Lee Chan.

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*sem legenda pois sou incapaz de escolher SOMENTE UMA DE MAGIC MIKE*

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Há uma cena em Magic Mike, próxima ao final, onde eles se apresentam como uma despedida do grupo e cada um tem uma cena especial. Mingyu era Tito, e Chan era Richie, sempre reforçaram isso quando assistiam. Mas naquele dia, o mais novo resolveu pegar simplesmente a pior e melhor apresentação do bem dotado e reproduzi-la no aniversariante.

Houve uma apresentação no começo de quem eu nem me recordo mais, mas deve ser alguém do qual odeio hoje em dia. E enfim, teve Boo cantando a música de casamento. Enquanto tocava Chan o arrastava como se realmente fossem um casal, até que a cena começou a ir se construindo na cabeça do mais velho e logo mudaram o rumo até uma espécie de estrutura. O ponto chave desta noite foi o mais novo rebolando enquanto tocava “I wanna fuck you like an animal, I wanna feel you from the inside”. Dali pra frente tanto a forma como se tratavam, como também a forma com que Mingyu olhava para ele, mudou completamente. Também... pudera.

O apelido anterior deixou de existir, as brincadeiras com flertes usando um maldito “n” começaram a ser ainda mais presentes e pioraram, do que antes era somente um “faria”. Quem diria que uma rebolada inspirada em Magic Mike iria mudar completamente o rumo de duas pessoas que até então se viam como amigos. Bom, ao menos Mingyu nunca havia pensado na possibilidade de desenvolver alguma coisa a mais.

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B: Eu faria qualquer coisa por você, Chuck. C: E se isso for errado? B: Eu nunca pensei que fosse possível amar alguém tanto assim. C: Mas talvez seja.

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Ao mesmo tempo em que o “n” possibilitava muitas coisas de serem ditas, atrapalhava o entendimento da mente mais lenta dos dois, talvez a de Mingyu, mas Dino não estava muito atrás também. Mas aí tiveram um dos momentos mais especiais, talvez não fosse para maioria das pessoas, mas música sempre foi algo tão particular e presente na vida do Kim, que compartilhar com outro alguém era muito importante. Não precisaram de filme, de entretenimentos, de qualquer outra coisa a não ser ficar conversando e trocando músicas para ouvirem juntos.

Era maluco pensar que até alguns dias antes disso, além de ser rodado, não queria e nem pretendia estar ou ficar com outra pessoa. Mas a confiança e segurança, o bem estar que sentia junto do baixinho, sempre foi algo tão bom que quanto mais estava com ele, mais queria estar. Era um misto de coisas a se sentir e mais do que isso; compreender. Mas uma coisa sempre foi certa e clara: Mingyu sempre respeitou seus sentimentos e os vivenciou. Tiveram um primeiro beijo tão duvidoso quanto os flertes usando o “n”, numa noite tomando vinho na qual o Kim derrubou vinho no mais novo, esperando que ele fosse tirar a camisa, uma pena ele não tirou. Mas valeu pelo beijinho. Foram de beijo a dormir juntos todas as noites. Quanto mais pensava naquilo, mais parecia ???? porém estava longe de reclamar, cada dia que conhecia mais este lado de Chan e se aproximava ainda mais dele, podia sentir seu coração cada vez mais apaixonado. Que frase boiola. Mas não deixa de ser mentira. Todos os dias quanto mais ele o conhecia, mais queria estar ali e somente ali.

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Todas as pessoas se tornaram sem graça, assistir coisas sem estarem juntos já se tornou sem graça, poderia encaixar ele em toda a sua vida pra estarem juntos e fazendo coisas junto. Sempre odiou grude mas era capaz de ficar o dia todo junto dele, conversando, jogando, beijando, trocando dengo, assistindo, o que quer que fosse. Neste meio tempo tiveram mais dança, mais Magic Mike, um ritual de boa noite quilométrico que é como uma declaração de amor todas as noites, várias horas iguais, muitos “eu te amo pra caralho em todos os universos”.

Mingyu estava neste momento, vivenciando algo do qual nunca achou que iria viver. Uma relação saudável com uma das pessoas mais incríveis e maravilhosas das quais ele já havia conhecido, com a sua pessoa favorita dentre todas, com quem fazia seu coração ficar nervoso, quem te dava frios na barriga, o seu melhor amigo e também a pessoa pra quem sempre corria quando tudo estava uma grande merda.

Sentir algo assim era tão reconfortante ao ponto de só querer estar ao lado ele. De querer acordar todos os dias com os “bom dia” falado tudo errado porque os olhos ainda estão pesados, ou os "boa noite" quase 5h da manhã porque ele acabou dormindo no meio do filme ou série, arrumar motivos pra ter mais um canal pra organizar coisas juntos, arrumar mais inúmeros filmes e séries pra assistir até se perder no tanto de coisas pra assistir, conseguir atestado pra escapar mais uns dias do trabalho...