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INTRODUÇÃO
Durante séculos a Literatura é a arte que guia seres humanos tanto racional como emocionalmente, passando por aspectos espirituais, buscando a fuga da realidade ou utilizando-a como inspiração, criando momentos históricos e de significação de suma importância para sociedade, desde o Trovadorismo até o pós-Modernismo o ser cria, recria e copia, e guia toda a sociedade com tendências ideacionais influenciadas por essa arte que tem séculos de existência.
Neste trabalho mostraremos o caminho que a Literatura tomou em Portugal, berço de grandes poetas como Luiz de Camões, João de Deus, Fernando Pessoa entre outros, além do país ser grande influenciador na Literatura brasileira.
A forma como a arte reproduz nossos discursos e nós somos influenciados por ideais artísticos é evidente na história mundial, e como será apresentado nesse trabalho o escrever e descrever existe desde a Era Feudal e nos acompanha até os dias de hoje, refletindo o que a sociedade representa e representando o que a sociedade reflete. Esperamos que seja de bom proveito a todos que o utilizarão.
3º Semestre do Curso de Letras da Universidade Paulista.
ADRIAN MATHIAS DO PRADO
BEATRIZ PONGELLUPE MAXIMO
MICHAEL XAVIER L. P. DE OLIVEIRA
THAUANA FORMIGA DO NASCIMENTO
VITORIA AMORIM P. RODRIGUES
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POESIA LÍRICA
Poesia lírica teve sua origem na Grécia Antiga, era feita para ser cantada e acompanhada por flauta e lira. Lira é um instrumento muito parecido com a harpa, porém, diferente da harpa, é menor e tem um numero menor de cordas, enquanto a harpa tem em volta de 46 cordas a lira tem entre 6 e 8.
Os estilos de poemas líricos que permanecem fortes até hoje são sonetos, poesias rimadas, com métricas. A temática lírica envolve emoção, estado de alma, os pensamentos, os sentimentos do eu lírico, logo os temas acabam sendo bem subjetivos.
Um grande poeta lírico foi Luiz Vaz de Camões, uma de suas obras mais famosa ou até a mais famosa “Os Lusíadas” é composta por dez cantos, 1.102 estrofes e 8.816 versos que são oitavas decassílabas.
Métrica é a medida do verso em uma poesia, a medida do verso é indicada pelo numero de sílabas que ele apresenta.
Já a estrofe é um conjunto de versos. Um soneto por exemplo apresenta quatro estrofes, sendo dois quartetos e dois tercetos.
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RENASCENTISMO
O renascentismo foi a transição entre o período medieval para um mundo novo, predominou entre os séculos XIV e XV. Foi a transição de feudalismo para capitalismo, afetou diversas coisas, como a cultura, sociedade, economia, política e religião.
O renascentismo tem como características:
O humanismo que tem o antropocentrismo como principal,o homem sendo o centro de tudo, a religião ainda era importante, mas o homem ganhou mais espaço na arte.
O racionalismo, nesta época a fé perdeu um pouco de sua importância, ela ainda era importante, mas a razão ganhou mais atenção, a ciência sendo assim, um dos caminhos para o conhecimento.
O universalismo, o homem busca conhecimento em outras áreas. Leonardo da Vinci foi um grande exemplo disso.
E o retorno da antiguidade Clássica, foi essencial para o estudo humanista.
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BARROCO
Barroco nasceu no fim do século XVI e meados do século XVIII na Itália. Os artistas do barroco buscavam a forma perfeita, porém era exagerado, A literatura barroca é marcada pelo rebuscamento da linguagem, sobrecarregada de figuras de estilo como a metáfora, a alegoria, a hipérbole e a antítese. Na literatura barroca ainda são encontrados traços referências à cultura grega, mas as ideias do pecado e do perdão tomam-se uma obsessão.
As características do barroco são:
Fugacidade da vida e das coisas
Aproveitar a vida, o que implica em pecar e buscar o pecado. Arrependimento e busca pelo perdão.
A morte, a expressão máxima da efemeridade.
Castigo, como decorrência do pecado. Narração de cenas trágicas, Erotismo, Sobrenatural e Misticismo.
Um grande escritor barroco é o Padre Antonio Vieira, nasceu em Lisboa, 1608 e morreu em 1697 na Bahia. Foi famoso por seus sermões, exemplos de estética barroca. Os seus textos, apesar de religiosos, estão impregnados de literatura, por isso são usados para estudos literários.
Francisco Rodrigues Lobo (1579-1621) um dos mais importantes discípulos de Camões, é considerado o iniciador do Barroco em Portugal.
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ARCADISMO
Didaticamente falando, o Arcadismo começou em 1756 em Portugal, quando foi fundada a Arcádia Lusitana, uma sociedade literária na qual vários poetas se reuniam para recitar poemas e discutir sobre a estética árcade.
O movimento arcadista resgata a imitação grega e romana, por isso também é chamado de neoclassicismo. Junto do Classicismo e o barroco, o arcadismo compõe o período que denominamos de Clássico.
As características do arcadismo são:
-Temas clássicos
-Fuga da cidade, só existe felicidade no campo.
-Equilíbrio do ouro, espera-se uma vida simples.
-Lugar tranquilo, lugar onde os namorados se encontram.
-Corte do inútil, Fora todos os excessos barrocos da linguagem
-Pastoralismo, os poetas se fazem de pastores, suas amadas são pastoras.
Alguns árcades relevantes são Nicolau Tolentino de Almeida, um poeta satírico e Filinto Elísio. Contudo o que mais se destacou foi Manoel Maria Barbosa du Bocage.
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FERNANDO PESSOA E SEUS HETERÔNIMOS
Fernando Antonio Nogueira Pessoa (1888-1935) é considerado por muitos o maior poeta português, nasceu em Lisboa, mas, depois do falecimento de seu pai, mudou-se com a mãe e o padrasto para Durban, África do Sul. Regressou a Portugal em 1905 fixando-se em Lisboa, onde iniciou uma intensa atividade literária. Criou a revista Orpheu para veicular novas ideias e novas estéticas. Colaborou em várias revistas e, em 1934, ganhou segundo lugar no concurso literário promovido pelo Secretariado de Propaganda Nacional, categoria B, com a obra Mensagem, que publicou no mesmo ano. Faleceu em 1935, com 47 anos. A maior parte de suas obras foi publicada após sua morte.
Pessoa incorporou as formas tradicionais da lírica portuguesa e conseguiu ultrapassá-las de forma extremamente criativa. Participou do Saudosismo, superou-o e difundiu outras tendências vanguardistas como o Paulismo, Interseccionismo e Sensacionalismo.
Fernando Pessoa, é conhecido por seus vários heterônimos, os mais famosos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e, os menos conhecidos, como Bernardo Soares, Alexandre Mora, C Pacheco e Vicente Guedes.
Pessoa considera Alberto Caeiro o mestre de todos os outros heterônimos, inclusive do próprio Fernando Pessoa, pois divulga a essência do sensacionalismo. Caeiro é um homem de formação rudimentar que abandonou tudo para viver no campo como um simples poeta e nada mais. É o mais objetivo de todo e almejava registrar as sensações, sem a mediação do pensamento. É pagão e anti-espiritualista.
Ricardo Reis, outro dos grandes heterônimos de Pessoa nasceu em 19 de setembro de 1887, era médico e recebeu uma educação clássica. Contrário à proclamação da República, migra para o Brasil. Tinha uma forma humanística de ver o mundo. Também valoriza as sensações como o mestre Alberto Caeiro, mas coloca o pensamento como fator inerente à criação artística, ou seja, sem a razão não é possível criar. Pode ser considerado um poeta neoclássico pois resgata o espírito da Antiguidade Clássica, contudo prega um paganismo da decadência. Uma obra conhecida é Lídia, parece um poema árcade, voltado para o pastorialismo, contudo é modernista pela estrutura e pelo tom de alienação e desesperança do eu-lirico.
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FUTURISMO
Iniciado em 1909, por Felippo Marinetti, um poeta italiano, o Futurismo foi um movimento literário que começou pela publicação do Manifesto Futurista. O mesmo fez parte da primeira vanguarda futurista. O movimento defendia a ideologia de fim do moralismo, negava o passado de forma com que ovacionasse a revolução industrial e tecnológica O conceito do Futurismo era de total repulsa e desconexão com o passado, rejeitavam a arte e a cultura antiga, visando celebrar somente o progresso da vida urbana, com novas tecnologias em uma era industrializada. O Futurismo foi dividido em duas partes: Pré-Guerra e Pós-Guerra. Os representantes do movimento exaltavam as ideias de violência e guerra, como em sua visão uma maneira de limpar o mundo. Em seu discurso original o Futurismo era defensor de ideias fascistas. O movimento teve seu fim durante a Segunda Guerra Mundial. Mas suas características inspiraram outros estilos artísticos, como o dadaísmo, o surrealismo e o cubismo. Características do Futurismo: - Desvalorização da tradição e do moralismo
- Valorização do desenvolvimento industrial e tecnológico
- Defesa de uma ligação entre as artes plásticas e o mundo moderno
- Propaganda como principal forma de comunicação
- Uso de onomatopeias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos) nas poesias
- Poesias com uso de frases fragmentadas para passar a ideia de velocidade
- Pinturas com uso de cores vivas e contrastes. Sobreposição de imagens, traços e pequenas deformações para passar a ideia de movimento e dinamismo. Uso da multiplicação de detalhes e linhas.
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CUBISMO
O Cubismo foi de origem no século XX, foi um movimento artístico de grande prestigio para o período e até hoje considera o mais influente do mesmo. O conceito do Cubismo era usar formas geométricas, muitas vezes usadas por cilindros e cubos, para se expressar na arte, pois o movimento procurava quebrar os padrões de estética do período Renascentista, que primavam pela perfeição das formas na busca da imagem realista. A seguir, a tela Les Demoiselles d''Avignon de Pablo Picasso, que foi o mais renomeado artista do Cubismo.
Les Demoiselles d''Avignon A origem da obra de Pablo Picasso é de 1907, aonde deu o marco inicial ao Cubismo. Na, Picasso retratou a nudez feminina de uma forma diferente para a época, onde as formas reais, naturalmente arredondadas, deram espaço a figuras geométricas em perfeito trabalho. O cubismo também se manifestou no campo literário, onde teve origem á Literatura Cubista e suas características eram: - Elaboração formal do texto - Uso de impressão tipográfica - Destaque para os espaços em preto e em branco
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ROMANTISMO
Romantismo não foi somente um movimento, ele foi todo um período que influenciou a literatura, a pintura, a música, a arquitetura e a política. Sua origem é da Europa, chegou ao Brasil no fim do século XVIII. O romantismo brasileiro chegou em meio a pós-independência, e os autores haviam a necessidade de quebrar com as tradições literárias e alusões portuguesas, pois as mesmas não retravam a realidade do nosso país, então desta forma surgiu o Nacionalismo, um dos traços essências do Romantismo brasileiro, que era justamente esta necessidade de criar uma literatura identificada com nossas raízes históricas, linguísticas e culturais. Os românticos incentivam a exaltação da natureza pátria, o retorno ao passado histórico e a criação do herói nacional. A natureza também é exaltada no Romantismo. Está é vista como uma extensão da pátria ou refúgio à vida agitada dos centros urbanos. No Romantismo um de seus fortes traços era o Sentimentalismo, os poetas se colocavam como o centro do universo, utilizam da supervalorização das emoções pessoais, do subjetivismo e do egocentrismo.
Características do Romantismo: - Estrutura de texto em prosa, longo
- Desenvolvimento de um núcleo centra - Narrativa ampla refletindo uma sequência de tempo
- O indivíduo passa a ser o centro das atenções
- Influencia a pintura, a música e a arquitetura
- Surgimento de um público consumidor (folhetim)
- Versos livres
- Versos brancos
- Exaltação do nacionalismo, da natureza e da pátria
- Criação de um herói nacional
- Sentimentalismo
- Supervalorização das emoções pessoais
- Subjetivismo
- Egocentrismo
- Saudades da infância
- Idealização da sociedade, do amor e da mulher
- Fuga da realidade
Um dos principais escritores do Romantismo no Brasil foi Gonçalves Dias, ele deu inicio ao marco do Romantismo em nosso pais, no ano de 1836. Antônio Gonçalves Dias foi um poeta, nascido 1823, e foi um grande colaborador brasileiro do movimento. O livro poético “Suspiros Poéticos e Saudades” do autor foi tida como a primeira obra do Romantismo no Brasil.
Canção do exílio (1843)
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
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ILUMINISMO
O movimento teve origem na França no século XVII, o conceito básico do Iluminismo era quebrar o paradigma da visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média, os filósofos iluministas queriam iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade, trazendo o domínio da razão para ela. Acreditavam que o racionalismo deveria substituir as crenças religiosas e o misticismo, de forma com que o homem evoluísse pois para eles o teocentrismo bloqueava a evolução. O homem deveria ser reconhecido como o centro das coisas e passar a buscar respostas para as questões que eram justificadas só pela fé. Século das Luzes no Iluminismo O chamado Século das Luzes foi quando ocorreu o clímax no movimento iluminista, sendo mais intenso na França influenciou até mesmo a Revolução Francesa pois em seus ideias buscavam a liberdade e a igualdade. Os filósofos iluministas acreditavam que o homem era em sua natureza bom mas era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero. Características do Iluminismo: - Consciência individual autônoma - Noção de progresso - Caráter pedagógico - Pensamento laico - Autoridade (pelo pensamento do homem)
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ALMEIDA GARRETT
José Batista da Silva Leitão de Almeida Garretté considerado um dos mais importantes escritores do romantismo português, nascido em 1799. Foi para Lisboa em 1816 cursar Direito e foi na faculdade que conheceu os ideais do movimento liberal. Já na capital, lançou “O Retrato de Vênus”, por conta do poema foi acusado de ateu e imoral. O escritor deu início ao romantismo em Portugal, foi um dos autores mais importantes da literatura no país e teve intensa atuação também na vida política. Com ideais liberais, lutou contra o absolutismo e foi exilado mais de uma vez. Como muitos escritores, utilizava o jornalismo para transmitir seus ideais. Seus textos eram de temática patriótica, ele misturava estilo, usava do clássico aos populares, o autor ficou conhecido pelo seu trabalho na poesia e no teatro. Entre suas principais obras estão “Camões” e “Um Auto de Gil Vicente”. Um Auto de Gil Vicente Para celebrar a partida da Infanta D. Beatriz para Sabóia, onde casaria com Carlos III, Gil Vicente prepara a representação da pe��a Cortes de Júpiter e é em torno desse labor – que suscita o processo metateatral, do teatro dentro do teatro – que se desenrola a trama, insinuando os amores secretos entre a infanta e o poeta Bernardim Ribeiro. A peça de Garrett estreou-se nesse mesmo ano, a 15 de agosto, no Teatro da Rua dos Condes, em Lisboa, sob a direção de Émile Doux e com a jovem Emília das Neves no papel principal, mas só em 1841 seria dada à estampa.
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FERNÃO LOPES
Cronista histórico lusitano com a maior influência na história da literatura portuguesa, nomeado Guarda-Mor da Torre do Tombo – sendo assim responsável pela preservação do tombo (arquivo) real -, tabelião geral do reino e cronista dos grandes reis de Portugal como: D. João I e D. Duarte, assim como também de D. Fernando.
Ainda com muitas especulações sobre sua data de nascimento – entre 1378 e 1383 – ou a origem de sua família, pouco se sabe sobre Fernão Lopes, porém que precisamos saber são suas obras e como elas influenciaram a literatura portuguesa. Hoje em dia, podemos encontrar apenas três crônicas realmente significativas dele: Crônica de el-rei D. Pedro, Crônica de el-rei D. Fernando e Crônica de el-rei D. João.
Crônica de el-rei D. Pedro
A Crônica inicia - se com o retrato do rei, descrevendo os seus gostosparticulares, como a caça, e centrando-se no seu zelo, por vezes, excessivo, naexecução da justiça. A narração detém-se com mais demora no relato davingança e glorificação de Inês de Castro, lembrando o cronista que o rei, aopunir os algozes que jurara perdoar diante de seu pai, perdeu muito da boafama de que gozava junto do povo. Já nesta Crônica, o povo surge comopersonagem coletiva que, na transmissão de histórias que ilustram ocomportamento do rei, julga a ação governativa do soberano. Ao mesmotempo, uma outra linha de leitura prepara o triunfo posterior de D. João I,como, por exemplo, no sonho em que D. Pedro auspicia que o seu filho D. Joãorealizaria grandes feitos. Os materiais que esta Crônica aproveitou atestam aescassez de fontes de que o autor dispunha relativamente ao reinado de D.Pedro e, por consequência, a habilidade do historiador na organização defragmentos documentais diversos, que vão desde as histórias semilendáriasque se avolumaram em torno da conceção de justiça do soberano, até aoslivros de chancelaria régia, atas, cartas, e até alguns períodos de Pero López deAyala na Crônica del Rey Don Pedro.
Crônica de el-rei D. Fernando
O cronista relata na sua ordem cronológica os factos mais destacáveis do reinadoe vida de D. Fernando, compondo um balanço antitético da sua açãogovernativa, no que diz respeito à política governativa interna e externa, e aostraços contraditórios da sua personalidade. Assim, o relato das três guerrascom Castela, que ocupa grande parte da Crônica, merece um juízo desfavorávelpelas consequências económicas que produziu enquanto aventuras bélicas nãoplenamente justificadas. Por outro lado, as medidas tomadas pelo rei, noâmbito da administração interna, são enaltecidas pelo narrador, como, porexemplo, "a proveitosa ordenação de mandar que as terras do reino fossemtodas lavradas e aproveitadas" ou os privilégios que concedeu "aos quecomprassem ou fizessem naus". Mas é nos aspetos da vida pessoal que oponto de vista do cronista é mais condenatório, nomeadamente na sua relaçãoe casamento com D. Leonor Teles, cujas manobras permitem de resto ao autorcompor um dos mais ricos retratos da sua galeria de personagens históricas. Areprovação dos "povos de Lisboa" face a um casamento que não honrava o seurei e a recusa do monarca em ouvir a voz do povo, que na perspetiva docronista é a voz da razão, é decisiva para uma condenação de D. Fernando,sobretudo quanto às consequências nefastas desse ato irrefletido durante ointerregno, ao colocar em perigo a integridade do reino e ao lançar o paísnuma profunda crise nacional.
Crônica de el-rei João
É no prólogo da Crônica de D. João I que o cronista expõe o seu objetivo emétodo de historiar inovador. O seu desejo é "em esta obra escrever verdadesem outra mistura", para o que faz concorrer toda a gama de documentospossível, desde narrativas a documentos oficiais, confrontando-os entre si paraassegurar a veracidade dos registos existentes. Ao mesmo tempo, esta Crônicaestabelece, de certa forma, o ponto de chegada das duas crônicas precedentes, na medida em que estas preparam os acontecimentos queculminam com a sublevação popular e consequentemente, com a entronizaçãode D. João I. A primeira parte da crónica descreve a insurreição de Lisboa na narração céleredos episódios quase simultâneos do assassinato do conde Andeiro, doalvoroço da multidão que acorre a defender o Mestre e da morte do bispo deLisboa. Ao longo dos capítulos, fundamenta-se a legitimidade da eleição doMestre, consumada nas cortes de Coimbra, na sequência da argumentação dodoutor João das Regras, enquanto desfecho inevitável imposto pela vontadeda população. Nesta primeira parte, o talento do cronista na animação deretratos individuais, como os de D. Leonor Teles ou D. João I, excede-se nacomposição de uma personagem coletiva, o povo, verdadeiro protagonista queinflui sobre o devir dos acontecimentos históricos. Na segunda parte, o ritmo narrativo diminui, tratando-se agora de reconhecero rei saído das cortes, e é de novo pela ação do povo que a glorificação domonarca é transmitida, como, por exemplo, no modo como o acolhe a cidadedo Porto. Um outro momento de maior relevo é consagrado, nesta parte, a narrativa da Batalha de Aljubarrota, embora aí não ecoe o mesmo tom deexaltação com que, na primeira parte, colocara em cena o movimento da massapopular.
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TEATRO POPULAR DE GIL VICENTE
O “Pai do teatro português”, Gil Vicente foi o responsável pelas obras que marcaram a passagem da Idade Média para o Renascimento (XVI). Com a falta de muitos registros, apenas especula-se que Gil Vicente nascera na cidade de Guimarães, em Portugal por volta de 1466 a 1536.
Seu primeiro trabalho foi uma peça em castelhano “Auto da Visitação” ou popularmente conhecida como “Monólogo do Vaqueiro”, por esta peça ter sido representada nos aposentos da Rainha D. Maria, consorte de Dom Manuel, na celebração do nascimento do príncipe D. João II, o dramaturgo acabou por se tornar o principal responsável pela organização dos eventos da realeza.
As peças de Gil Vicente são categorizadas pelo mesmo como: Obras de Devoção, Farsas e Comédias. Mais tarde um de seus filhos afirma que haveria mais uma categoria, a Tragicomédia.
Principais obras de Gil Vicente
Auto Pastoril Castelhano (1502)
Auto da Visitação (1502)
Auto dos Reis Magos (1503)
Auto da Índia (1509)
Auto da Sibila Cassandra (1513)
Auto da Barca do Inferno (1516)
Auto da Barca do Purgatório (1518)
Auto da Barca da Glória (1519)
Farsa de Inês Pereira (1523)
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CLASSICISMO
Surgido na época do Renascimento (XV a XVI), o Classicismo ou Quinhentismo foi o período literário marcado por grandes mudanças culturais, políticas e econômicas.
A Reforma Protestante liderado por Martin Lutero onde começou uma crise religiosa. O começo das grandes navegações recheadas de mistérios e descobrimentos. A criação da Imprensa que começou uma divulgação maior de obras greco-romanas. Tudo isso foram fatores que marcaram as mudanças do Renascimento, logo o Classicismo, o antropocentrismo chega em seu auge, onde o homem começa a ser mais evidenciado do que Deus.
Características do Classicismo:
- Racionalismo: a razão predomina sobre o sentimento, ou seja, a expressão dos sentimentos era controlada pela razão.
- Universalismo: os assuntos pessoais ficaram de lado e as verdades universais (de preocupação universal) passaram a ser privilegiadas.
- Perfeição formal: métrica, rima, correção gramatical, tudo isso passa a ser motivo de atenção e preocupação.
- Presença da mitologia greco-latina
- Humanismo: o homem dessa época se liberta dos dogmas da Igreja e passa a se preocupar com si próprio, valorizando a sua vida aqui na Terra e cultivando a sua capacidade de produzir e conquistar. Porém, a religiosidade não desapareceu por completo.
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CAMÕES
Uma das principais figuras do Classicismo Português, Luís Vaz de Camões foi o poeta responsável pela obra “Os Lusíadas”, nasceu em Coimbra (1524 – 1580), serviu ao exército da Coroa de Portugal e durante um combate perdeu o olho direito.
O poema "Os Lusíadas" funde elementos épicos e líricos e sintetiza as principais marcas do Renascimento Português: o humanismo e as expedições ultramarinas. Inspirado em A Eneida de Virgílio, narra fatos heroicos da história de Portugal, em particular a descoberta do caminho marítimo para as Índias por Vasco da Gama. No poema, Camões mescla fatos da História Portuguesa a intrigas dos deuses gregos, que procuram ajudar ou atrapalhar o navegador.
Trecho de os Lusíadas
As armas e os barões assinalados Que, da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana E em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valorosas Se vão da lei da Morte libertando: Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Netuno e Marte obedeceram. Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta.
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TROVADORISMO
O Trovadorismo é o início das manifestações literárias conhecidas pelo homem, e com suas prosas afiadas e apaixonadas foi um movimento muito importante para literatura europeia e mundial.
As cantigas galego-portuguesas são um dos patrimônios mais ricos da Idade Média peninsular. O período durou cerca de 150 anos e se desenvolveu na região de Castela, Galícia, Leão e Aragão e teve seu início no final do século 12.
O rei D. Dinis (1261-1325) foi um grande incentivador, que prestigiou a produção poética em sua corte, tendo sido ele próprio um dos mais talentosos trovadores medievais com uma produção de 140 cantigas líricas e satíricas aproximadamente.
Além dele, outros trovadores obtiverem grande destaque, a saber: Paio Soares de Taveirós, João Soares Paiva, João Garcia de Guilhade e Martim Codax.
Nessa época, as poesias eram feitas para serem cantadas ao som de instrumentos musicais, como a flauta, a viola, o alaúde, daí o nome “cantigas”.
Com isso, o cantor dessas composições era chamado de "jogral", o autor delas era o "trovador" e o "menestrel", era considerado superior ao jogral por ter mais instrução e habilidade artística, pois sabia tocar e cantar.
Poesia trovadoresca: pode ser dividida em dois gêneros: lírico e satírico. O gênero lírico se subdivide em duas categorias (cantigas de amigo e cantigas de amor) e o satírico é caracterizado pelas cantigas de escárnio e cantigas de maldizer.
As cantigas são definidas como: Cantigas de amor: o trovador assume um eu-lírico masculino e se dirige à mulher amada como uma figura idealizada e distante. Ele se coloca na posição de fiel vassalo, a serviço de sua senhora – a dama da corte -, fazendo desse amor um objeto de sonho, distante e impossível.
Cantigas de amigo: o trovador assume o eu-lírico feminino e marcas evidentes da literatura oral (reiterações, paralelismo, refrão e estribilho). Esses recursos, típicos dos textos orais, facilitam a memorização e execução das cantigas.
Cantiga de escárnio: são composições em que se critica alguém através da zombaria do sarcasmo. Trazem sátiras indiretas por encobrir a agressividade através do equívoco e da ambiguidade.
Cantigas de maldizer: apresentam sátira direta, contundente e clara. Muitas vezes, há trechos de baixo calão e a pessoa alvo da cantiga é citada nominalmente.
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HUMANISMO
Ao fim do seu período o Trovadorismo perdeu a essência teocentrista dando espaço para o Humanismo e o antropocentrismo.
Como o próprio nome já diz, o ser humano passou a ser valorizado.
Foi nessa época que surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses não eram nem servos e nem comerciantes.
Com o aparecimento desta nova classe social foram aparecendo as cidades e muitos homens que moravam no campo se mudaram para morar nestas cidades, como consequência o regime feudal de servidão desapareceu.
Foram criadas novas leis e o poder parou nas mãos daqueles que, apesar de não serem nobres, eram ricos.
O “status” econômico passou a ser muito valorizado, muito mais do que o título de nobreza.
As Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança de sua capacidade e vontade de conhecer e descobrir várias coisas. A religião começou a decair (mas não desapareceu) e o teocentrismo deu lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro de tudo e não mais Deus.
Os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas.
É bom ressaltar que todas essas mudanças não ocorreram do dia para a noite.
HUMANISMO = TEOCENTRISMO X ANTROPOCENTRISMO
Algumas manifestações:
- No Teatro
O teatro foi a manifestação literária onde ficavam mais claras as características desse período.
Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, ele escreveu mais de 40 peças, sua obra pode ser dividida em 2 blocos:
Autos: peças teatrais cujo assunto principal é a religião.
“Auto da alma” e “Trilogia das barcas” são alguns exemplos.
Farsas: peças cômicas curtas. Enredo baseado no cotidiano.
“Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?” são alguns exemplos.
Poesia
Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época.
O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros.
Prosa
Crônicas: registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos.
Fernão Lopes foi o mais importante cronista (historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância era, anteriormente atribuída, somente à nobreza.
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