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Cooptação
A cooptação é quando a cultura dominante se interessa por alguma cultura “menor” que obtém sucesso entre seu grupo social e incorpora seus elementos. Vale lembrar que o segmento sofre adaptação, pois esse processo inevitavelmente o modifica de alguma forma.
Um exemplo clássico é o seguinte processo:
O rap agora pertence à cultura de massa, que o cooptou e transformou algo banalizado. O rap por sua vez tem origem no R&B, que por sua vez incorporou elementos do acid jazz e por aí vai.
Essa banalização não está sendo analisada por motivos econômicos, e sim por seu caráter cultural. O processo permite que grupos que normalmente não teriam voz, conquistem visibilidade em um universo midiático maior.
O Are You The One Brasil em si não é muito original do ponto de vista cultural, uma vez que aborda assuntos muito comuns na nossa cultura de mídia ocidental. Porém, houve um momento que a ideia de um reality show foi pioneira, ainda mais um onde pessoas se relacionassem amorosamente para completar desafios.
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Blogs e Séries
No atual sistema de mídia, com ajuda dos blogs, vlogs e postagens em redes sociais, o usuário virou de certa forma o protagonista, pois ele produz, replica e consome mídia. daí surge o termo PROSUMPTION (junção de production e consumption), que trata da pessoa conectada, que produz e consome ao mesmo tempo.
Algo curioso em Are You The One é que os participantes chegam na casa como jovens normais de 20 e poucos anos e ao longo da exibição do programa se tornam figuras públicas, que os espectadores elogiam ou xingam, gostam ou desgostam. Assim, de certa forma eles se tornam algo que eles não eram, por mais que já fossem usuários e prosumers.
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Estratégias Midiáticas
O marketing tem como objetivo administrar estratégias mercadológicas, enquanto a comunicação gere estratégias midiáticas. A publicidade, por sua vez, usa de estratégias midiáticas, sempre para atingir algum objetivo mercadológico.
Até o momento, não há disponível nenhum merchandising ou produtos que tenham a “marca” Are You The One Brasil (também não encontrei nada da versão americana), porém o futuro é incerto. Talvez um dia, no percorrer das temporadas, o AYTOB vire um fenômeno com tamanha abrangência entre seu público que surjam ofertas no mercado de produtos relacionados a ele.
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Celebridades Midiáticas
As celebridades midiáticas também são produtos da mídia, e contribuem para a construção identitária das pessoas, que pegam referências destes, além da família, professores e amigos.
Assim, a mídia têm responsabilidade na formação de cada pessoa e de seu grupo social.
O programa Are You The One é apresentado pelo Felipe Titto, ator, modelo e apresentador que ocupa a TV desde 2005 por atuar em Malhação. ELe também participou das novelas Avenida Brasil e Amor à Vida.
Felipe possui 3,7 milhões de seguidores no instagram, e é um exemplo clássico de subcelebridade: não é conhecido amplamente pela população mas a maioria dos jovens pelo menos já ouviu falar, notícias sobre sua vida amorosa ocasionalmente ocupam os sites e revistas de fofoca (como seu lance com a Cléo Pires no meio do ano) e ele é convidado para eventos midiático com frequência.
Ele é uma celebridade midiática, assim como alguns dos participantes do reality, que inevitavelmente viram influenciadores dos que já viram o programa e os seguem nas redes.
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Cultura de Mídia e Produtos Midiáticos
Chegamos a um ponto que seria conveniente dar nomes aos bois e definir “mídia”, um dos principais conceitos do curso: a mídia pode ser definida como um coletivo comunicacional contemporâneo que integra diversos meios e linguagens. Seu objetivo é comercial, por industrializar a cultura e produzir produtos como mercadoria.
Em aula, a mídia foi exemplificada em um triângulo, em que um dos vértices é a LINGUAGEM, o outro é a PLATAFORMA e o terceiro é o PROCESSO. Também nos foi apresentado que, como afirma Kellner, “O público pode resistir aos significados e mensagens dominantes”, o que é de se esperar pois os receptores não são passivos”. Guy Debord questiona a sociedade do espetáculo ao afirmar que vivemos em um mundo no qual “o que aparece é bom e o que é bom aparece”.
O Are You The One Brasil nada mais é do que um produto midiático, que segue uma fórmula de sucesso de seu gênero.
Reality shows que envolvem jovens em uma casa. A lista é extensa: Geordie Shore, De Férias Com o Ex, Jersey Shore, Acapulco Shore e de certa forma Big Brother Brasil e A Fazenda.
Assim, o programa é apenas um do conjunto de séries do seu gênero, que seguem uma fórmula parecida pois os produtores sabem que elas vendem.
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Cultura da Mídia 2
Como citado no post “cultura da Midía 1″, a cultura é um sistema de vinculações entre signos. Esse sistema pode ser classificado em 3 tipos de códigos. O mais básico seriam os códigos biológicos, que, por determinarem apenas informações genéticas humanas, não produzem informações por si só. Os códigos secundários, que são os de linguagem, não são culturais em si mas representam a capacidade humana de organizar seus pensamentos por associação de signos linguísticos. Por fim, os códigos terciários representam a significação dos signos, ou seja, a cultura em si.
Tais códigos terciários se apresentam geralmente de forma dual, ou seja, uma coisa só tem significado pois se conhece seu oposto (por exemplo, claro e escuro). Essa polaridade serva para distanciar conceitos de modo que seja mais fácil diferenciá-los, e há sempre uma “dramatização” do pólo considerado negativo, que ganha um significado muito mais marcante/ forte/ amedrontador do que o positivo.
O programa Are You The One? Brasil, como qualquer produto midiático, se encontra no conjunto dos códigos terciários e trabalha com dualidades. Dentre elas podemos citar a paz x as brigas (que são super enfatizadas pela edição do programa, com direito a música impactante), o compromisso x a curtição, a cabine da verdade (que confirma se um casal é ou não “par ideal”) x a incerteza e a casa x a lua de mel (que é para onde os casais confirmados pela cabine da verdade vão curtir a sós).
Essa polaridade e assimetria contribui para o envolvimento do público com o programa, que tendem a escolher um lado de cada dualidade com o qual eles mais se identificam.
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Cultura da Mídia 1
Segundo Norval Baitelo Jr, a cultura é “um sistema vivo que sobrevive do trânsito do fluxo de sentido”. Assim, ela não é estática uma vez que sua unidade mínima, o signo, está sujeito a re-significações. É esse fluxo que permite as paródias, a estilização e as adaptações que ocorrem o tempo todo na cultura.
Podemos afirmar que o programa AYTO?B, como produto midiático inserido na cultura brasileira/ocidental (devido a sua versão americana) nada mais é do que a união de conceitos que se mostraram bem sucedidos para entretenimento. “Big Brother Brasil”, “A Fazenda”, “Geordie Shore” e “De Férias Com o Ex” são exemplos de produtos culturais com proposta parecida. Ainda assim, não podemos afirmar qual é o “original” e quais são as re-significações, uma vez que tudo é um cópia de uma cópia de uma cópia e os signos estão em um fluxo que nem sempre é linear.
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Indústria Cultural Hoje
A tendência moralizante generalizada de lamentar a falta de qualidade dos produtos culturais de massa parte do pressuposto que a “Mídia” manipula os consumidores, que seriam meros fantoches passivos e indefesos. Também vale pontuar que a segmentação cultural só se aplica a classes mais altas, uma vez que a Rede Globo (e suas variações) monopoliza a classe C, D e E.
Are You The One? Brasil é veiculado na TV paga, o que restringe seu público a uma minoria populacional brasileira. O reality show também é visto com maus olhos por algumas pessoas que têm a oportunidade de assisti-lo, incluindo meus pais. Eles afirmam que o programa é fútil e que seria melhor se os espectadores estivessem lendo um livro. Eu sei que eles não são os únicos com essa opinião (os pais das minhas amigas que assistem -com exceção de uma- compartilham desse ponto de vista) e acho tal posicionamento válido.
Porém, o AYTO?B não é o único da categoria “reality shows que contam com a convivência de um grupo de pessoas para gerar conteúdo que entretenha determinado público”. Inclusive, tais programas tendem a ser líderes de audiência, ou seja: há quem realmente sinta prazer em ver programas assim. E duvido que alguma destas pessoas substituiria o tempo vendo os episódios para ler um livro.
Pela lei natural da demanda, creio que AYTO dificilmente será substituído ou cancelado.
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Teorias da Comunicação de Massa
Conceitos básicos:
Multidão: sempre intelectualmente inferior ao homem isolado. Homogênea.
Massa: público grande, heterogêneo e anônimo.
Mídia: é a cultura de massa re-significada (comunicação interativa, participativa e compartilhada).
Teoria funcionalista: Emissor-->Meio-->Receptor. Função da mídia: apenas informar, o que indica uma recepção passiva e homogênea.
Teoria do meio como mensagem: o meio afeta a recepção de uma mensagem, logo, como ela muda, não é passiva.
Teoria da Indústria Cultural: o sistema “Emissor-->Meio-->Receptor” funciona de maneira industrial. Industrialização da cultura. Como disse o pensador João Matta, a frase que se relaciona com essa teoria é “Todo mundo é diferente, mas se compra o mesmo iPhone.
Como fica AYTO?B no meio disso?
O público, que varia de adolescentes ambiciosos fãs de trash tv a homens de meia idade que querem reviver sua juventude, passa por um processo de “massificação”, no qual, por mais que o reality tenha diversas interpretações e críticas, todos passam a consumir o conceito de Are You The One. Vale lembrar que todo os espectadores tem características comuns, afinal todos se interessam por pelo menos um dos assuntos abordados no programa (seja ele trabalho em grupo, corpos sarados, drama, romance ou brigas), de modo que, conforme a teoria da indústria cultural, a mensagem padronizada do programa atinja as pessoas de diferentes maneiras.
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Mídia e Comunicação de Massa
A Cultura da Massa e a Cultura Midiática podem ser diferenciadas facilmente. A primeira é associada à modernidade, à sociedade disciplinar, a tecnologia e conhecimento industrial, a identidades fixas, objetivos sociais comuns e à repressão. Em oposição, a Cultura da Mídia é pós-moderna em uma sociedade de consumo baseada no controle, com conhecimento da vida e tecnologias móveis, identidades efêmeras e indivíduos sem um objetivo comum que reagem a opressão. Essa pode ser considerada a união entre a massa e a tecnologia
Tais conceitos podem ser aplicados ao reality show “Are You The One? Brasil”. O programa, veiculado na MTV (na TV e online) e que possui 3 temporadas, tem uma mecânica simples: 10 homens e 10 mulheres solteiros passam a conviver em uma casa onde eles tem que achar seu “par ideal” (a pessoa mais compatível com cada um a partir de análises de psicólogos). Se ao final de 10 semanas os 20 jovens tiverem achado seu par, eles ganham um prêmio de meio milhão de reais.
Apesar de todos estarem reunidos com um “objetivo comum” - a vitória depende diretamente da boa vontade de cada indivíduo-, o show é quase um estereótipo de produto da cultura de mídia:
Os jovens ficam dentro de uma casa (uma mansão no Rio de Janeiro, vale lembrar, com vistas para o mar e piscinas) sem nenhum contato com o mundo exterior. Para os telespectadores, esse acesso ao intimo de outra pessoa traz uma onisciência mas também traz expectativas midiáticas acerca do que é ser jovem. O jovem é retratado como obrigatoriamente bonito e sarado e rico e festeiro e beijoqueiro. Assim, há uma certa opressão em relação a quem não se encaixa nesses padrões, junto com a idealização da imagem dos que participam do reality. As identidades são efêmeras, uma vez que o que vão ao ar apenas partes editadas dos participantes, que podem ou não ser iguais fora do programa.
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