bernardodpm
bernardodpm
b
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eu não quero viver em um mundo que ja é conhecido.
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bernardodpm · 4 months ago
Text
2024.
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"algo deve mudar
para que tudo continue como está."
acho que essa frase veio de um filme,
mas me disseram que foi heródoto, 500 a.c.,
mesmo tendo escutado sair da nicole,
uma colega de sala.
e eu vou pro trabalho pela mesma rua,
só que do lado oposto e pra outro lugar.
pego a mesma linha, na mesma estação,
mas vou até lá a pé, sem precisar estacionar.
continuo escrevendo meus textos mensais
com novas dificuldades e travas.
eu bolo e fumo meus cigarros,
mas agora com tabaco.
tenho noites da mesma solidão imensuravel,
em um quarto e cama diferente.
terminei outro longo relacionamento
e continuo pensando em você.
"algo deve mudar
para que tudo continue como está".
de novo as coisas vão mudar:
entrei na residência da usp.
a única vaga do hospital das clinicas,
naquele programa mesmo que eu queria.
me perguntaram se existia
um lugar melhor pra eu estar ano que vem,
e eu honestamente, pela primeira vez,
não pude pensar em uma resposta.
ainda assim, chorei de ansiedade.
eu ia perder minha vaga, sem saber,
porque não ia sequer checar se passei.
"algo deve mudar
para que tudo continue como está."
e eu mudo o tempo todo.
e eu permaneço igual.
às vezes percebo que desisti de encontrar
a minha própria beleza,
assim como desisti da minha capacidade
depois daquela prova.
eu sento e espero a subjetividade alheia
me mostrar que eu existo.
e eles me mostram.
nunca estive tão cercado de gente querida
que me mostra como eu ainda estou aqui,
que as coisas estão bem e que eu estou bem.
mas existe algo dentro de mim
que é tão triste,
que destrói e julga e mata e chora e mente
e que se encontrou profundamente em você,
e te procura em toda esquina, todos os dias.
"algo deve mudar
para que tudo continue como está."
faz um ano que moro em um lar que é meu,
virei pai de dois gatinhos, umas plantas
e até tenho um pc gamer.
estou formado, sou oficialmente psicologo,
também o mais novo residente da usp
e minha escrita está mais confusa e esparsa.
comecei a raspar meu cabelo,
porque cansei de tentar esconder a calvície
(mas eu ainda tento esconder a calvície).
esse foi o Bernardo de 23 anos,
agora com 24.
igualzinho, de forma diferente.
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b.
30/12/2024
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bernardodpm · 7 months ago
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tudo?
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desculpa re,
mas eu tive um pesadelo contigo hoje.
acordei com meu maxilar doendo
de tanto que eu pressionei
e com meu coração tão cheio de tristeza.
lotado de tristeza,
daquele jeito que não cabe aqui dentro,
que me faz abandonar responsabilidade
e ver se ainda da pra ligar pro seu número
e ligar pro seu número
e desistir depois de meio toque,
tremendo.
não é idealismo.
dessa vez não é mais.
você deixou claro que seguiu sua vida
e eu também segui, de verdade.
mas eu preciso saber se foi tudo mentira.
porque mesmo depois de todo esse tempo
eu nunca mais amei ninguém
do jeito que eu te amo
e parece que você levou meu amor embora
e eu amo de novo e de novo
mas é sempre diferente
sempre falta quando comparado à você
e eu não tenho certeza de nada
vivo dentro de um corpo e de um mundo
completamente estranho
mas eu tenho certeza
que eu te amo
e que eu nunca mais amei ninguém
do jeito que eu te amo
e isso me dá um aperto tremendo no peito
isso faz eu me sentir roubado
faz eu sentir que você foi embora comigo
e eu preciso saber
porque ja sei que
no começo do relacionamento
você criou algo pra me agradar
e só consigo imaginar que fez isso
porque você ja tinha se planejado em amar
então eu sei que não partimos
do mesmo tipo de amor
e eu sei que no meio do relacionamento
você se sentia libertado
e eu na minha insegurança e imaturidade
tentei te prender e eu sei que você mentia
e eu sei que no fim você me destruiu
e eu sei que parte daquilo era mentira
então eu preciso saber
mesmo imaginando que
se for verdade você não deve querer me falar
se for verdade você não deve aguentar
minha presença te lembrando das mentiras
mas eu preciso saber re
foi tudo mentira?
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b.
15/10/2024
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bernardodpm · 7 months ago
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coisas.
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"você ta bem?"
e seguem conversas, infinitas conversas.
rolando dados, traçando planos
e nós, agora mais de nós.
carinho no gato que vira carinho na mão;
sentimento de enaltecer meu eu mais jovem.
enfim, fazendo coisas.
no meio termo eu tento,
vez e vez de novo,
mas dói demais
entrar em contato
com a essência de nós.
então eu preferiria que não.
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b.
30/09/2024
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bernardodpm · 1 year ago
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meu filho.
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- você consegue reconhecer a situação
de viver uma fantasia tão grande,
esperando que alguém a realize para você,
que quando a pessoa não consegue suprir,
você se esfuriece todo.
então, futuramente, essa pessoa faz
exatamente aquilo que você esperava,
só pra não fazer mais sentido pra você;
e você não sabe mais se o que dói é
a falta de naturalidade
ou se nunca existiu nada lá
pra começo de conversa.
você consegue reconhecer?
- é uma situação terrível.
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meu pai.
b.
29/04/2024
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bernardodpm · 1 year ago
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mês de azar.
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"o ponto é que eu me sinto feio.
e mesmo quando eu me arrumo e fico legal,
é como se estivesse vivendo uma farsa;
onde o próximo vento,
o próximo escorrer de suor
ou um olhar de um ângulo diferente
fosse me expor ao que eu sei que eu sou.
o ponto é que eu me sinto feio o tempo todo.
tipo um personagens de filme americano,
crônicamente inseguro,
esperando a aprovação dos outros,
que no fim de tudo não muda nada pra mim.
a única diferença é que esses atores,
na verdade,
são lindos."
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eu penso em acabar com nós.
b.
30/03/2024
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bernardodpm · 1 year ago
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incompleto.
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tive um sonho
que o fim do mundo estava previsto,
teoricamente certo e de data marcada,
mas eu ainda tinha esperança na dúvida
de só realmente acreditar quando o vivesse.
acordei pensando em como é melancólico
viver finais quando, dentro de mim,
as coisas não se finalizam.
.
entendi recentemente que tenho uma
forma de amar por meio das explosões,
do drama e dos tormentos mentais.
talvez esse o motivo de termos dado certo
e de eu sempre retornar pra você.
e como eu sempre tentei ser certo, saudável;
arrumando as coisas,
só pra depois bagunçar elas
ou ficar angustiado nos silêncios.
eu não sei se quero ser assim,
me sinto estranho sequer assumindo isso,
mas entendi que é o que sou, como eu sou.
quase como um fim, mas que não termina.
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mas eu insisto.
b.
29/02/2024
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sonecas da tarde melodramáticas.
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bernardodpm · 1 year ago
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chuva.
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esses dias lembrei que quando eu era criança
aprendi numa revista da mundo estranho
que chuva não era algo universal,
que tinha limite e fronteira,
e até que é possível passar andando
de um lugar com e sem chuva.
não acho que eu realmente acreditava
que sempre que chovia,
chovia em todo canto.
mas também nunca tinha reparado,
realmente pensado no óbvio,
que o que eu vivo não é pra todos.
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esses dias lembrei de quando adotei o stark.
me retornou um pouco depois
de adotar a lichia.
lembrei do desespero,
do peso da responsabilidade,
que senti nem tanto por algo meu.
e eu ainda sinto isso,
não sei onde fica a fronteira,
é como se o que eu vivi fosse pra todos;
fosse pra sempre.
por causa disso chorei de desespero de novo.
e sigo carregando no peito o peso do que sei.
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agora em meu novo apartamento,
nova clinica pra trabalhar,
nova companheira.
lembrei de você esses dias e chorei.
falei com você esses dias e foi diferente.
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sei bem.
b.
31/01/2024
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fogos de artifício em meio a tempestade.
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bernardodpm · 1 year ago
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vinte e três.
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esse ano escrevi menos.
percebi que mal escrevia poesia.
na maioria das vezes escrevia pra desabafar,
pra exteriorizar minhas sequências lógicas
e reafirmar minha própria narrativa.
percebi que sem caos eu mal escrevia.
sempre nomeie minha escrita de 'textos'
porque tinha vergonha de chamar de poesia.
mas na verdade,
eu nem sabia o que era poesia.
e quando fui tentar aprender
descobri como poucas pessoas sabem,
sem se voltar a concepções clássicas toscas.
então tento eu dizer o que é.
acredito que poesia é arte em forma escrita.
acredito que arte é a perspectiva expressa.
acredito que expressar é dar o que é seu.
acredito que esse dar é um ato de amor.
acredito que amor, esse é o mais dificil,
é verdadeiramente se abrir ao outro.
esse ano escrevi menos,
porque é tão difícil se abrir ao mundo.
tão difícil se deixar estar cru, nú.
ainda não sei o que é poesia,
ou sequer se a produzo,
mas eu acredito.
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vinte e três,
foi um ano grande.
quero parar de ter medo de envelhecer.
quero reconhecer como nesses 365 dias eu
conheci centenas;
realizei centenas;
senti centenas;
vivi centenas;
fui centenas.
tudo isso é tanto que mal cabe em mim.
um ano eu escrevi que o ano mudava
e eu corria atrás pra alcança-lo.
esse ano acredito que mudamos junto.
todas as músicas que conheci.
os novos lugares em que me enfiei.
as outras formas que aprendi a amar.
o adulto que me aterrorizava, mas atendi!
o gael xavier,
davi bonito,
kalel maciel,
nicolas souza,
dave rodrigues
e lucas vincentini
que continuaram a me ensinar como cuidar
e entender as mais diversas formas de ser.
mas agora eu sigo;
uma nova clinica pra trampar,
novos estágios em novas áreas da psico,
novo esquema pro último ano da faculdade,
nova casa, minha primeira nova casa.
e todos os outros
que ainda não conheço
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"eu perdi o medo da chuva pra poder reencontrar a metade dessa vida que não me deixaram usar"
b.
31/12/2023
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02/02
eu te amo na praça pôr do sol.
05/03
começando a dizer "sim" - clinica comportar.
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25/04
estágio de grupos com refugiados.
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04/06
show da florence no mita de são paulo.
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28/07
grupo de estudos em fenologia da puc.
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12/09
planta do meu apartamento.
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06/12
primeira comemoração em anos.
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21/12
em homenagem à incompletude das coisas.
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bernardodpm · 1 year ago
Text
eu lembro.
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há um ano atrás
eu chapava diariamente.
hoje em dia nem me lembro mais
como é a sensação de chapar sozinho
e ficar bem.
não me lembro direito como era
meu dia-a-dia com o lisboa
ou a rotina de cuidar da bridghtta.
não consigo reviver essas experiências,
como se elas fossem minhas.
são histórias distantes;
existências diferentes
dentro do mesmo corpo.
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hoje em dia eu amo de uma forma
que o bernardo de um ano atrás
mal conseguiria fantasiar.
conheço bem a sensação
de viver o que vivo
e estar bem.
mas meu dia-a-dia passa
como uma história distante.
eu olho pra trás, olho pra frente,
olho pra mim,
e só consigo concluir que vivo
existências diferentes
dentro do mesmo corpo.
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todas sendo eu.
b.
30/11/2023
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vagalumes piscam mesmo brilhando sempre,
porque o bater das suas asas tampam a luz.
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bernardodpm · 2 years ago
Text
!
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eu me viro pra a música e pergunto
"o que você significa?
o que tem pra me ensinar?"
e ela me responde exatamente o mesmo
que me disse todas as outras vezes.
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ok?
b.
25/10/2023
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diferente de todas as outras vezes;
não tem problema esperar pelo futuro.
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bernardodpm · 2 years ago
Text
cinéfilo.
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é a minha avó paterna que diz
como a vida faria mais sentido
se nascemos velhos
e morresemos como bebês.
mas esses dias um amigo me contou
que isso na verdade é a trama de um filme;
a trágica morte da minha poesia geracional.
.
sigo vivendo como se tudo fosse um filme,
sendo paralelamente ator principal e diretor.
logo, sempre sei exatamente o que se passa.
sei exatamente o que os outros pensam,
coitados, meros figurantes.
sei o que se passa atrás das minhas costas,
ou quando estou de olhos fechados,
até mesmo quando nem estou lá.
minha cabeça uma grande câmera,
e a mente o script completo de tudo que
foi, é e será.
.
intimamente obcecado pela beleza estética,
idealizando beijar todos, amar todos.
sempre disse que sou capaz de me apaixonar
por qualquer um que colocasse na cabeça;
tal como se idolatra estrela de hollywood.
a imagem de estar com um outro,
e quando alcanço, se troca por outro.
o ideal sempre antecedeu
minha própria vivência.
devoro com os olhos.
.
minha esperança é,
após alcançar certa cena,
aquele meu fechamento resolutivo,
que tudo então finalmente se concluiria.
os créditos desceriam,
a tela ficaria escura,
e fim.
mas não tem fim.
acordo nos dias seguintes,
e, momentos depois das maiores revelações,
já me encontro com tantas novas questões.
a cada fim de música que me arrepia,
uma enxurrada de pensamentos se segue.
incessantemente tentando me prender a
momentos, conceitos, sentidos.
me seguro em suas eternidades-não-eternas.
logo mais já esqueci, só pra então relembrar.
depois de 2 meses perderam todo sentido.
anticlimático, no mínimo.
ao máximo, deprimente.
e é tudo sempre tanto não para nunca acaba.
.
vivo minha vida,
meu drama contínuo,
minha performatização,
como se não pudesse haver contradição:
como se esperasse que todos
meus antigos amores se pagassem.
como se esperasse que todos
meus profundos medos se resolvessem.
como se esperasse que todos
meus sonhos sem forma se realizassem.
vivo como se ainda estivesse
na sombra daqueles que estudaram comigo.
como se esperasse a grande reviravolta,
o ponto climático do meu filme que conclui
como sempre fui eu que tinha razão.
como se esperasse o momento
em que o mundo todo se reviraria por inteiro
só pra me mostrar como nunca estive errado
em ser como sou e escolher o que escolhi.
minha performatização
não comporta contradição,
mas isso é exatamente a vida,
e, por isso, simplesmente, não chega.
.
é a minha avó paterna que diz...
mas esses dias um amigo me contou
que essa reflexão que ela sempre contou,
que toda essa pira que marcou até o meu pai
e me fazia refletir sobre a psique da mesma,
é só o enredo de benjamin button.
essa noite sonhei que minha vó morria.
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estragado.
b.
30/09/2023
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também tenho escutado a história
de um homem de 42 anos;
intenso.
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bernardodpm · 2 years ago
Text
reparo.
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esses dias finalmente tomei coragem
de te falar aquilo que estava preso em mim.
e apesar de eu mesmo não entender,
de ficar lentamente decifrando tudo na hora,
você foi paciente comigo, tranquilo, aberto.
sei que tudo isso vem naturalmente pra você,
mas eu reparei.
.
esses dias no meu trabalho,
o paciente se fazia dificil, se jogava no chão,
recusando a participar das dinâmicas de lá.
minha supervisora afirmava que era fuga,
que a resposta é modelar o comportamento.
ainda sim, fora os termos, existia sofrimento,
mas eu reparei.
.
esses dias antes de dormir,
subitamente notei como tudo tem sido tanto
e, ao mesmo tempo, também tão vazio.
vivo cotidianamente no fluxo e mal percebo.
tudo passa como uma corrente de vento,
até mesmo no silêncio dessa noite,
mas eu reparei.
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esses dias você me mandou uma mensagem.
eram 21h e pouco, e eu fingi não ter lido,
até porque era pra eu estar dormindo.
você a apagou depois de um tempo
e, na manhã seguinte,
fingiu não ter dito.
mas eu reparei.
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esses dias você contou aquela velha história
de que, quando tiver que abrir mão de dirigir,
vai especificamente contratar uma
"loira gostosa que sabe lutar"
pra ser sua motorista.
só que dessa vez, você pulou ela ser gostosa.
todos vieram completar o que você omitiu,
mas eu reparei.
eu reparei, pai.
eu reparei como você reparou.
tenho reparado a maneira como, do seu jeito,
você tem tentado reparar as coisas.
e, eu também, idealizo reparar
tudo aquilo que há de ser reparado.
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de reparo em reparo.
b.
29/08/2023
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e mesmo depois de meses passando ali,
só esses dias reparei nesse quadro.
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bernardodpm · 2 years ago
Text
flores de plástico.
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é pele ao sol
quente, tão quente,
que absorve e assimila
e torna a frigida temperatura do oceano
desejável.
nos reunimos lá, feito festa,
encontro espontâneo com pé na areia,
se segurando a aquilo que ainda nos une.
mas nem sempre estou por lá,
porque quando se anda olhando pro chão,
o brilho do sol reluzente no céu
se torna desagradável aos olhos
e demora um tempo até se acostumar.
além que, às vezes, ao levantar a cabeça,
sinto meus ossos se contorcendo
quase a ponto de quebrar,
carne vermelha pulsa com o sangue
que sempre esteve lá.
e realmente sempre esteve;
sinto você comigo o tempo todo.
criatura a espreita pronta pra dar o bote,
abocanhar minha jugular com dente afiado,
me destruir por completo.
é pele ao sol,
quente, tão quente,
que absorve e assimila
e torna a frigida melancolia do meu dia a dia
desejável.
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e o que é esse "é" de que tanto falo,
que tanto aparece em todos meus textos?
essa a clarice me respondeu em água-viva:
é o instante-já.
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é a vida vista pela vida.
b.
27/07/2023
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mas aprendi a usar anéis, brincos e pulseiras;
realmente um novo mundo pra mim.
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bernardodpm · 2 years ago
Text
magia inútil.
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são as crianças que eu convivo diariamente
correndo de suas mães e de seus cuidados,
se recusando de tudo com tanta certeza.
uma certeza que eu não tenho.
não consigo afirmar aquilo que quero.
é tão facil comprar o que vem dos outros,
a experiência que me vendem
e que eu consigo abraçar,
mesmo que só por um momento;
um test drive existencial.
.
e quando acolho tudo que vem,
também estou, na verdade,
negando a todos.
e eu vou negar.
vou negar tudo e todos.
vou me negar e negar o que amo.
meu maior pecado é minha ambiguidade;
a fúria ao se negar o poder de uma certeza.
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tem sido difícil escrever ultimamente.
b.
30/06/2023
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o paraíso está aqui se você o quiser.
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bernardodpm · 2 years ago
Text
poderia ter.
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tem sido dificil
assistir as minhas aulas,
sobreviver a raposo tavares,
escrever textos mensalmente,
enfrentar todos os possíveis futuros
e possíveis passados que eu poderia ter.
mas tenho tentado me convencer
que não tem problema
ser como sou,
escolher o que eu escolhi,
ter medo do que vem por ai.
tenho tentado me convencer
que não tem problema
escrever textos menores,
usar palavras mais precisas,
falhar naquilo que eu mesmo me prometi.
.
até porque sempre falho naquilo que eu mesmo me prometi.
b.
26/05/2023
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vivendo tudo que eu mais queria viver.
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bernardodpm · 2 years ago
Text
bridghtta.
.
bridghtta.
brigite.
bri.
ratinha.
minha filha.
bundudinha.
amiga da nação.
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era o seu pelo claro e macio,
como quando passava a mão em você
e quase não se sentia nada.
suas patinhas com unhas afiadas
que faziam cócegas quando andava por mim.
sentir teu nariz gelado junto com o bigodinho
quando chegava perto pra dar uma fungada,
ou até seus "olhinhos de camarão".
foram suas múltiplas casas,
que você sempre dava um jeito de fugir,
e que agora ficam em cima do meu armário
com o mesmo vazio que a sua falta faz.
era o jeito que você confiava nos outros,
como aceitava carinho e apertos,
mesmo sendo tão pequena,
mesmo tudo sendo tão grande pra você.
como ficava puta quando eu limpava a gaiola
ou quando mexiam na sua toquinha,
mas ainda sim não se contia em sair
quando sentia o cheiro de um amendoim.
foram as suas cheiradinhas no meu dedo
a caminho do veterinário.
espero que você saiba que eu estava contigo.
me sinto culpado,
porque eu te amo tanto.
porque sinto que você merecia muito mais.
porque é você, bri!
porque tudo isso é seu, te faz você.
porque você é tão, tão especial pra mim.
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me desculpa por não ter sempre aceito
todo amor que você tinha pra oferecer,
tenho aprendido que isso é mania minha,
mas você merecia que eu fosse o melhor.
acompanhei sua vida inteirinha;
com você, pela primeira vez,
estive lá do começo ao fim.
e honestamente foi um prazer,
você é um ser incrível,
é minha amiga,
minha filha.
eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo.
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me falaram que eu combino muito com você, isso me deixa profundamente feliz.
b.
19/03/2023
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ainda está pra aparecer uma ratinha tão bonita como ela.
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bernardodpm · 2 years ago
Text
vem e vai.
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"quando eu era uma criança
olhando a vida dos meus pais,
sabe o que eu pensava?
pensava como aquilo quebrava meu coração.
hoje em dia penso que quebra meu coração,
mas também que é insano".
- descolamento de telêmaco, Louise Gluck
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claramente eu ja sei
que de bem intencionado
o inferno está cheio.
mas menino, nem tudo é tão factual e direto.
amor é, em grande parte, intenção.
porque o que sai de mim,
não chega em você da mesma forma,
e isso faz parte, entende?
~
é a insanidade de todo o processo!
quando eu me olho no espelho,
sabe o que eu sinto?
sinto meu coração quebrar.
e ainda sim, isso não é tudo, existe mais.
existem vocês todos.
"morte ao ego".
~
creio que a resposta está na subversão
daquilo que ja te é óbvio,
que ja se sabe.
porque no fim, é só isso:
muita culpa de ser quem eu sou.
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vivendo jurando não ser aquilo que sou.
b.
28/02/2023
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5 dias de carnaval, quem diria!!
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