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cadernofalso · 6 years
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Title:
AS HISTÓRIAS DE UM DIARIO FALSO:
ADOLESCENTES
Capítulos 1, 2 e 3
Credit: Written by
Authors: ZX
Source: CadernoFalso.com
Draft date: 20/09/2018 02:55
Contact:
Caderno Falso
INT. CÂMERA(DRONE) CAMINHA POR CIMA DOS 3 INTEGRANTES QUE
VÃO CAMINHANDO PELAS RUAS. ATÉ CORTAR PRA CAMERA DE MÃO QUE
VAI FILMANDO PELAS COSTAS.
NARRADOR
Aqui vemos os nossos heróis
seguindo pra sua aventura. Bem, não
é exatamente uma aventura, é pior
que isso, é a escola.
PJ
Nossa, nunca vi alguém ir tão
animada pra escola
NARRADOR
Disse o integrante de cabelo longo
do meio do trio. Nosso herói da
classe guerreiro PJ, P de Paulo e J
de Júnior. Mas poucas pessoas o
chamam de Paulo no decorrer de sua
lenda.
ANNY
Falou o grande matador de poring
NARRADOR
"PJ o grande matador de Poring",
debochou a loira arqueira élfica
que guardava o flanco direito. Seu
nome antigamente era Antônia, pelo
menos era este nome antes de
conquistar o título que ela mesma
inventou e se auto nomenar ANNY, a
arqueira do pássaro (ou twitter,
como você preferir).
MARI
O nome é amoéba. Sacou Antônia?
A-M-O-É-B-A
NARRADOR
Disse a integrante de cabelo
escuros e lisos que andava na
esquerda, ela era a novata do
grupo, não possuía ainda um título,
mas desde sempre, seu nome foi MARI
ANNY
Mari, é tudo meleca fraca... São as
únicas coisas que ele consegue
matar no ragnarok.
NARRADOR
Os nossos heróis caminham
tranquilamente até a escola, sem
pressa ou objetivo. Eles trocavam
assuntos sobre o final de semana
que passou e possíveis deboches.
ANNY (BOCEJANDO)
Eu odeio segunda feira.
PJ
Falou, Garfield, agora fecha a boca
antes que entre algum bixo.
MARI
Mosca?
PJ
Ela fala muito alto pra alguma
mosca entrar, é mais fácil algum
bixo que pense que isso é um
chamado de acasalamento e pule na
boca dela.
MARI
Antônia seria mais mortal que muita
planta carnívora.
PJ
Qual o nome do cara da aula de
ciências?... Sobre evolução...
MARI
Darwin?
PJ
ISSO! Anny seria a prova que o
Darwinismo estava certo!
MARI
Ou errado.
PJ
É, tá cedo de mais pra pensar se
seria certo ou errado.
ANNY (ENTRE UM BOCEJO)
Ah, cala a boca, Júnior!
MARI
Já achou sua "Sandy"?
PJ
Ah, não encham o saco vocês duas...
E já falei pra não me chamar de
Junior.
ANNY
Falou, Paulinho.
PJ para de andar por um segundo e olha pra as duas com uma
cara seria de "parou a brincadeira".
PJ (COM MEIO SORRISO)
Pow, Anny, "Paulinho" é sacanagem!
MARI
Por que esse "Anny" toda hora?
PJ
É o nome que ela usa nos jogos da
vida.
MARI
Tipo, o "PJ" eu até entendo, mas
por que você não usa algo mais...
"seu nome"?
ANNY
Ah, é apelido de internet. Dizer
que seu nome é Antônia é chato.
PJ se vira pra Mari e falou em tom baixo, o suficiente pra
Anny escutar.
PJ
O Twitter e os blogs dela tem o
nome de "des-Anny-mada", mas não
espalha porque ela se acha demais
por esse nome tosco.
PJ recebeu um tapa nas costas e Mari e PJ riram.
ANNY (DEBOCHE)
Falou o "@PJ_DHG48".
MARI
Paulo, você curte Dark Hole
Guardians 48?
PJ (ESPERANDO ALGO NEGATIVO)
É... Isso é algo ruim?
MARI
Não cara, vou criar um Twitter hoje
só pra te adicionar.
ANNY
É claro que é "algo ruim", a banda
é só um amontoado de barulho que
alguém achou no lixo e botou num
CD.
PJ
Mari, o termo é "seguir", não se
fala "adicionar" no twitter e Anny,
cê fala mal de mim mas é você que
gosta do Boys Love Jokers. Você não
tem opinião aqui.
Mari ri
ANNY
Pelo menos o xampu e o secador que
eu uso, não são da minha mãe!
PJ
Pelo menos eu não tenho uma porrada
de fake no orkut!
ANNY
Pelo menos quando eu jogo de garota
nos joguinhos online, eu sou uma
garota de verdade.
PJ
Quer que eu explique pra MARI o que
é "sexo por scrap"?
PJ tomou um tapa nas costas e os três amigos riram.
EXT. CAMERA SUBINDO(DRONE) E PERDENDO O TRIO DE VISTA E
CHEGANDO A ESCOLA.
NARRADOR
E esses são nossos 3 aventureiros,
que acabaram de começar seu
primeiro ano do encino médio.
Apesar do cabelo engraçado, meu
filho é muito maneiro.
INT. CÂMERA(DRONE) DESCENDO E MOSTRANDO A ESCOLA DO ALTO
COMO SE FOSSE UM MAPA, ATÉ MOSTRAR A JANELA DA SALA ONDE O
TRIO ESTÁ TENDO AULA.
NARRADOR
Foi só uma virada de camera, mas
alguns dias já se passaram. Na
janela observamos a sala de aula
dos nosso heróis.
Vamos chegar um pouco mais perto
Camera foca em ANNY conversando com MARI mas ainda sem audio
NARRADOR
Como todo grupo de adolescentes,
eles tavam fazendo o que todo mundo
já fez mas não contou pros filhos,
trocando questões de exercicios.
ANNY
Ah, Mari, me passa as questões 4 e
6?
MARI
Peraí
Mari tira uma das folhas do fichário colorido com as
respostas e entrega na mão da ANNY
MARI
Tá aqui, Anny.
ANNY(MEIO SURPRESA)
Anny?
Mari estava mechando no seu celular flip, respondendo um
sms. Não ouviu a amiga.
MARI
Opa? Que?
ANNY
Você me chamou de ANNY, tá pegando
mania do PJ?
ANNY se vira pra frente pra ler o que MARI tinha escrito nas
respostas e chega a pegar o lapiz pra anotar algo em seu
fichário.
MARI
Ah... Sério que eu te chamei de
Anny?
ANNY
É...
MARI
Aff, mals, é que é complicado, tem
umas (interrupção)
ANNY(SORRINDO)
"Complicado"?
MARI
É complicado... Tem.. 2 Antônias na
nossa turma. Fora que como tem esse
lance de turma A e B, são 3
Antônias na nossa série. Acho que
meio que assimilei isso devido ao
PJ te chamar de ANNY toda santa
hora.
ANNY(REFLETINDO)
É, faz sentido...
O professor entra em sala de aula.
NARRADOR
Ah, bom e velho senhor ALFREDO.
Esse cara deu aula pra mim e pro
meu irmão mais velho, bons tempos.
ALFREDO
Desculpe a demora turma, estava
resolvendo uns problemas no
telefone. Sabe como é, professor
substituindo o outro complica a
vida. Matemática então(faz uma
careta e sorri)... Já era pra eu
estar em casa, sabem?... Mas vamos
lá, terminaram suas atividades
pontuadas?
MARI
A culpa é de vocês, poxa. Quem
mandou vocês dois terem nomes tão
comuns? E vocês ainda ficam me
confundindo com esses lances
apelidos de twitter e orkut.
ANNY
Como se Marianna fosse um nome
incomum.
MARI
Com dois "N" é sim. Mas não tem
nenhuma Mariana por aqui além dessa
aqui que voz fala com dois "N".
O professor interrompe a conversa.
ALFREDO
Garotas, espero que a história de
vocês conversam seja melhor que a
minha.
NARRADOR
O que o seu ALFREDO sabia sobre
aula de história, ele tinha de
piadas ruins. Mas sempre conseguia
com o constrangimento, o silencio
que desejava.
PJ esboçou uma risada, mas escondeu quando o professor olhou
em sua direção.
Mari passa um bilhetinho pra ANNY. Foca no rosto da ANNY
enquanto lê com a voz de MARI no fundo.
MARI(VOICE OVER)
Bota a culpa no PJ! Fica tranquila
que eu não te chamo mais assim já
que você não curte.
O mundo em volta fica mudo. Câmera foca no rosto de ANNY
divagando nas ideias enquanto copiava as respostas. Somente
o professor falava.
NARRADOR
Apesar de nem desde sempre Antônia
ser ANNY, ANNY sempre foi Antônia.
Complicado de se explicar em poucas
palavras, mas como um nome herdado
de sua vó, foi a primeira vez que
lhe surgiu a ideia de escapar desse
nome comum.
ANNY escreve algo no bilhete e devolve pra amiga. Foco no
rosto da MARI lendo enquanto rola Voz de fundo (VOICE OVER =
V.O.)
ANNY (V.O.)
Que nada MARI, contando que sejam
só os meus amigos, não vejo motivo
pra não ser chamada de ANNY. Mas
não fala pro PJ, que eu, com
certeza, vou usar isso pra
perturbar ele mais tarde.
Mari dá um leve sorriso e começa a escrever no bilhete
NARRADOR
"Amigos", palavra boba, mas pra
MARI significava muita coisa.
Explico mais depois.
MARI entrega o bilhete pra ANNY
MARI (V.O.)
Tranquilo ANNY. Terminou de copiar
as questões? Sabe que o professor
vai recolher isso por ordem
alfabética né?
ANNY se da conta e começa a copiar as coisas mais rápido.
OUT. Fade out da camera (comercial)
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INT. ESCOLA, DIA CHUVOSO.
Camera foca na chuva, fazendo umas brincadeiras com ângulos
de filmagem na chuva (deixa o diretor de fotografia se
divertir).
Camera foca na MARI sentada no chão
Mari estava sentada em uma parte coberta do pátio olhando
pro nada e degustando de gole em gole uma lata de
refrigerante. Nos intervalos, de gole à gole, ela repousava
a lata entre as pernas.
NARRADOR
Nomade. Uma pessoa sem raízes.
Seria o termo certo pra definir
essa garota. Muitos estão
acostumados a se mudar pelo menos
uma ou duas vezes na vida. Talvez
três. Mari já se mudou umas 7 ou 8
vezes.
O narrador continua falando enquanto a câmera foca no PJ que
andava nos corredores procurando alguém. Ele repara na MARI
que estava sentada no canto do pátio sozinha e olhando pro
nada.
Ele admira aquele momento por algum tempo e depois segue pra
falar com a amiga.
NARRADOR
Não da pra contar quantos nomes ela
já esqueceu, muito menos quantos
contatos perdeu. E meu filho... Meu
filho admirou aquela paisagem. A
paisagem de uma garota que
silenciosamente trocava goles de
Coca-Cola com a chuva.
(lembrando deixa o diretor de fotografia brincar)
PJ se aproxima e MARI se vira ao escutar os passos e
levemente sorri.
MARI
Iaew.
PJ
Eu diria "uma moeda pelos seus
pensamentos", mas eu não tenho uma
moeda.
PJ se agacha pra ficar na mesma altura que MARI mas não se
senta.
MARI
Sério? Eu tava precisando de uma
moeda.
PJ
E pra que você tava precisando de
uma moeda?
MARI
Bala de morango.
PJ
Por que você ta aqui sozinha,
garota?
MARI
É.. Eu gosto de sentar num canto
quieta as vezes e olhar pro nada,
sacas?
PJ
Entendo, acho. Na verdadeira não.
Cadê a Anny?
MARI
Ela deve tá na sala, tava meio
sonolenta hoje.
PJ
Vou dar uma olhada e já volto.
PJ bate no ombro da amiga e seguindo em direção a rampa.
Mari Observa PJ indo embora e volta seu olhar pra chuva.
Ela gira lentamente o liquido da latinha e toma mais um
gole.
Camera começa a acompanhar PJ.
PJ chega na sala e liga a luz, encontra ANNY e desliga a
luz.
NARRADOR
PJ caminhou em direção a rampa para
chegar na sala. Era uma escola
compacta: três andares e uma
quadra. Uma boa escola. Ele abriu a
porta e encontrou ANNY dormindo
usando sua mochila de travisseiro.
PJ se aproxima de ANNY
Enquanto o diretor fotográfico brinca.
NARRADOR
PJ admirava a pequena criatura. Uma
criatura com cabelos loiros
desarrumados, que emitia um pequeno
assobio pela narina devido a uma
delas estar completamente entupida,
com lindos lábios pelos quais
escorriam um pequeno rastro de baba
pelo canto esquerdo da boca e com
um lindo par de remelas nos olhos.
Era praticamente uma monstrinha com
uma aura de anjo.
PJ sorri, tira o casaco e cobre ANNY
NARRADOR
O rapaz pensou que não se
importaria de ter uma monstrinha
resmunguenta em sua vida, seria até
divertido. Ele sorriu.
PJ da um beijo na cabeça de ANNY
NARRADOR
Por algum motivo que nem ele mesmo
sabia, deu um beijo na cabeça da
garota que se ajeitava com seu novo
cobertor, desligou as luzes, fechou
a porta e desceu a rampa em busca
de Mari.
Camera corta para o banheiro. Mari estava lá sentada na
tampa de uma privada e derramando uma lágrima ou outra.
NARRADOR
Mas ela não estava mais no pátio.
Flashback.
Mari bebia o ultimo gole de seu refri e subia a rampa, ela
bota a cabeça na sala e vê PJ dando um beijo na cabeça de
ANNY. Apoós isso ela corre para o banheiro do andar.
NARRADOR
Mari tinha bebido o ultimo gole de
seu refri e subido até a sala. Ela
viu PJ dando um beijo na cabeça de
ANNY. Ela não estava entendendo os
próprios sentimentos.
Volta pro banheiro com Mari se acalmando.
Deixa o diretor de fotografia e a atriz trabalhar!
NARRADOR
O lápis de olho já tinha escorrido
pro queixo e aos poucos ela foi
entendendo os próprios sentimentos.
Por algum motivo que ela mesma não
sabia, MARI queria PJ. Ela culpava
qualquer filme romântico que lhe
vinha a cabeça e enquanto ia se
acalmando.
Corta pra um fade out artistico que o diretor de fotografia
preferir.
Flashback.
Mostra PJ e ANNY sozinhos sentado na sala. Cada um em seu
lugar, de repente corta pra todos os outros alunos entados
em seus lugares.
NARRADOR
Quando Anny e PJ entraram naquela
escola, ANNY e PJ já se conheciam.
Eles acabaram entrando com
facilidade em vários grupos de
pessoas e de assuntos diversos. Mas
sempre quando a conversa acabava,
eram somente os dois.
Mostrar PJ e ANNY conversando com um grupo de pessoas, as
pessoas somem.
NARRADOR
A garota magra de cabelos pretos
sempre os entretinham, sentada e um
pouco isolada na sala.
Até um dia que PJ puxou ANNY pra
sentar do lado daquela garota que
sempre lanchava sozinha.
Mostrar mari sentada em algum canto quando PJ puxa ANNY pra
conversar com MARI.
NARRADOR
Devido a uma infância cheia de
desenhos animados japoneses, PJ
pensa que pessoas que se isolam tem
alguns problemas emocionais, e a
única forma de resolver isso era
forçando conversas até que isso se
torne natural. É uma besteira, mas
funcionou.
Mostrar diferentes cenarios dos 3 conversando.
NARRADOR
PJ forçou muitas conversas, mas os
assuntos sempre rendiam e mudavam.
Eles descobriram por acidente que
podiam ir pra escola e voltar
juntos. Com o tempo Mari ficou mais
sociável e virou amiga dos dois.
Camera corta pro PJ com umas balas de morango e de uva na
mão, procurando MARI no seu canto do pátio e não
encontrando.
NARRADOR
Porém PJ nunca desconfiou que Mari
gostava dele.
FADE OUT
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cadernofalso · 6 years
Conversation
Teste de caixa de dialogo
Pablo: O que tem 50 pés mas não anda?
PJ: Não sei, pera, isso é alguma merda né?
Pablo sorri e diz
Pablo: Tenta...
PJ: A metade de uma centopéia que ficou sem a cabeça?
Pablo: Quase, 26 cadeirantes.
PJ: Mas o certo não seria 25?
Pablo: Dois deles eram pernetas.
PJ: Puta merda... Já contou essa pra Any?
Pablo sorri
Pablo: Não.
Pj se vira e grita para a amiga que estava na outra mesa
PJ: ANY, VEMKÁ RAPIDÃO!
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cadernofalso · 9 years
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Capítulo 10
     Alguns meses se passaram. Um grupo estava voltando quase que cedo de uma festa. Era 4:37 da madrugada.      PJ carregava Mari nas costas, na posição de “carcunda”. Mari estava abatida devido um pequeno tiroteio de shots de tequila. Ela entrou numa brincadeira, mas saiu “baleada”, ou como prefere dizer, tonta.      Eles seguiam para suas respectivas casas. Mari acordou, e olhou pra quem a carregava.      - Pejoooootaaaaaaa…? – disse a garota “tonta”.      - Eu?      - Eu tiii aaaaaamooo… – disse a bêbada, digo, tonta.      Anny segurou um sorriso, mas não poderia rir pois a amiga não estava muito bem.      - PJ, por que você tá me carregando nas costas ?      - É que você ta bêbada.      - Eu não to bêbada, eu to tonta, tonta – respondeu a garota com voz desengonçada.      - Aham, sei…      - PeeJoota?      - Eeeu? – disse PJ, já cansado daquilo.      - Você é meu unicórnio – disse Mari o agarrando PJ pra se firmar melhor nas costas dele.      - O que?!      - Você é meu liiindo unicórniozinhow – ela o agarrou mais      Os outros riram da situação, e Anny não resistiu      - Vai unicórniooo! – disse Anny, um pouco alcoolizada, mas somente feliz.      - Vai unicórnioooooo! – repetiu a garota montada em um unicórnio chamado PJ.      PJ olhou desanimado para o grupo que ria freneticamente e falou:      - Garota, você sabe que você ta bêbada, né?!      - Talvez… É um mistééério.      - Porra! – iniciou PJ com raiva – Eu saio de perto por dez minutos e a garota já fica assim? Quantas tequilas vocês deram pra ela?      - Olha… – iniciou Paulo César, o terceiro namoro curto de Anny naquele ano – Ela tomou só uns três ou quatro copinhos, não foi muita coisa.      - O nome dos copinhos é Shot – disse a garota montada em um unicórnio chamado PJ.      Mari apontou o dedo indicador para o casal, levantou o dedão e disse:      - Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! Pow! Click, click… Acabou as balas…      O silencio tomou conta do resto da caminhada, mas foi interrompido por um ronco.      O ronco de uma garota montada em um unicórnio chamado PJ.  
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O twitter mudou pra @Zexis6
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cadernofalso · 9 years
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Capítulo 09
     Mari se sentia fraca, procurava algo pra se distrair. Ela não queria pensar em nada que a fizesse chorar naquele caminho acompanhada do frio e da chuva. Andava sozinha. Ouviu então uma voz conhecida, aquela não queria ouvir.      - Oh Mari, espera a gente, garota! – gritou PJ do outro lado da rua.      Mari não queria vê-lo, não naquele momento. Mas não teria jeito, ela teria que se conter. PJ e Anny chegaram perto dela.      - Mari, por que saiu sem a gente? – perguntou PJ      - Ah, é que hoje eu tenho que sair com minha tia, a gente vai ver umas roupas… – Ela mentiu. Raramente ela sairia com a tia pra comprar roupas, pois sabia que a tia não ia deixar comprar as que ela gostava.      - Ah tá – respondeu Anny.      Logo os três iniciaram conversas: vários assuntos e temas diferentes, com muitas pausas pra não serem acertados pela água jogada por carros que passam em poças.Todos carregavam um guarda-chuva e um casaco.      Dessa vez, o assunto é iniciado por Anny.      - Já reparou que as vezes as comunidades que você participa no Orkut influenciam em como as pessoas te veem?      - Ah Anny, é mais pra saber os interesses. Ninguém é burro de pensar que você é o anticristo só por participar de uma comunidade com nome “Jesus devia ter apanhado mais”… – PJ parou um pouco pra refletir e concluiu  – Pera, na verdade vão sim.      Mari riu. Ela sabia que Anny ligava um pouco para religião, ao mesmo tempo que não ligava.      - Falou o cara que participa da comunidade do “Ornitorrinco azul gigante invisível” – debochou Anny.      - Qualé, respeita o ornitorrinco gigante invisível. – respondeu PJ      - Esqueceu do “Azul”. – complementou Mari      - Ah, que seja. O mais estranho é essas pessoas que nunca pararam pra pensar que o Orkut é uma rede de fóruns que virou uma rede social. – Disse PJ      Mari adorava ver os dois discutindo, mas percebeu que o problema dela estava ali. Anny e PJ brincavam e discutiam sobre tudo. Ela só os acompanhava. Mari não era a extrovertida do grupo, ela era somente a que opinava mais pra um lado que o outro.      Ela não era implicante, muito menos espontânea. PJ nunca iria notá-la.      Chegando em casa, ela liga o computador em seu quarto e vaga em busca de algo, algo que ela possa mudar em si mesma, o passo inicial pra ser notada. Mas de certo ângulo, sites, blogs e revistas de pré-adolescente nunca ensinam muita coisa. Ela inclusive procurou em uma revista que tinha comprado pra pegar um poster da banda Dark Hole Guardians 48, e nada.      Até o momento que se lembra da conversa que teve no caminho sobre comunidades no Orkut. Ela procurou os interesses de PJ e achou algo perfeito. Mari procurou dinheiro em sua carteira e saiu de casa.      PJ foi fazer seu percurso padrão naquela terça feira. Ele sempre busca Mari, os dois tiram Anny da cama e vão pra escola. PJ chega na esquina de Mari e a encontra em sua espera. Ela possuía uma touca e ele podia notar um pouco que ela parecia ansiosa.      - Fala, Mari. Bora?      - Pera… – iniciou, indecisa e ansiosa – Eu fiz um lance no meu cabelo… – Mari queria prender a atenção de PJ.      - Deixa eu ver. – disse meio distraído querendo seguir logo o percurso.      - Não, tá estranho – disse fazendo uma voz com intenção de provocar mais curiosidade ao amigo – melhor ficar com essa touca o dia todo.      - Qualé,garota, deixa eu ver logo – disse com um sorriso esperando algo engraçado.      Mari puxou a touca e PJ ficou sem palavras. O cabelo dela estava tingido de vermelho. Mas não um vermelho qualquer, era um vermelho sangue. PJ olhou admirado.      - Então – disse a garota sorridente – o que achou?      - Incrível – disse o rapaz admirando a garota que achava que conhecia.      Como toda a mulher que quer fazer alguma mudança, ela iniciou pelo cabelo.
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cadernofalso · 9 years
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Capítulo 08
     PJ caminhou em direção a rampa. Era uma escola compacta: três andares e uma quadra. Uma boa escola.
     A luz da sala estava apagada. Ele acendeu e encontrou uma garota encolhida com a cabeça sobre uma mochila.      PJ tirou o casaco que vestia e cobriu a menina.      Ele admirava a pequena criatura. Uma criatura com cabelos loiros desarrumados, que emitia um pequeno assobio pela narina devido a uma delas estar entupida, com lindos lábios pelos quais escorriam um pequeno rastro de baba pelo canto esquerdo e com um par de remela nos olhos. Era uma monstrinha com uma aura de anjo.      O rapaz pensou que não se importaria de ter uma monstrinha em sua vida, seria até divertido. Ele sorriu.      Deu um beijo na cabeça da garota que se ajeitava com seu novo cobertor, desligou as luzes, fechou a porta e desceu a rampa em busca de Mari.      PJ se sentia feliz.      Em uma sombra no corredor do segundo andar, se encontrava uma menina de cabelos pretos e um par de lágrimas. Mari viu tudo. Ela não foi notada, e também nunca se sentiu assim.
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cadernofalso · 9 years
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Capítulo 07
     Era um dia chuvoso e frio. PJ estava comendo um lanche na escola. O professor de história tinha faltado devido a problemas de saúde da esposa. Graças a isso, os alunos ficaram duas horas sem aula.      PJ se perguntou onde estavam as garotas. Ele viu de longe a figura que reconheceu como Mariana e foi em sua busca.      Mari estava sentada em uma parte coberta do pátio olhando pro nada e degustando de gole em gole uma lata de refrigerante. Nos intervalos, de gole à gole, ela repousava a lata entre as pernas. Muitas coisas passavam em sua cabeça, ao mesmo tempo que nada.      PJ chegou próximo a amiga e deu falta de outra.      - Mari?      - Ah… Oi PJ, diga – ela voltou a realidade      - Por que você ta aqui sozinha, garota?      - É.. eu gosto de sentar num canto quieta as vezes e olhar pro nada, sacas?      - Entendo, acho. Cadê a Anny?      - Ela deve tá na sala, tava meio sonolenta hoje.      - Vou dar uma olhada, já volto – disse botando a mão no ombro da amiga e seguindo em direção a rampa.      Mari era uma garota solitária. Mesmo ela falando normalmente com todos quando é requisitada, ela não procura conversas, nem amigos. Ela tendia a se isolar de todos em seu mundo. PJ sabia disso. Devido a uma infância cheia de desenhos animados japoneses, PJ pensa que pessoas que se isolam tem alguns problemas emocionais, e a única forma de resolver isso era forçando conversas até que isso se torne natural. É uma besteira, mas funcionou.      Quando Anny e PJ entraram naquela escola, a garota magra de cabelos pretos sempre os entretinham, sentada e um pouco isolada na sala. Anny e PJ já se conheciam, e acabaram entrando com facilidade em vários grupos de pessoas e de assuntos diversos. Mas sempre quando a conversa acabava, eram somente os dois.      Até um dia que PJ puxou Anny pra sentar do lado daquela garota que sempre lanchava sozinha. PJ forçou muitas conversas, mas os assuntos sempre rendiam e mudavam. Eles descobriram por acidente que podiam ir  pra escola e voltar juntos. Com o tempo Mari ficou mais sociável e virou amiga dos dois.      Porém PJ nunca desconfiou que Mari gostava dele.
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cadernofalso · 9 years
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Capítulo 06
     Outro dia.
     - Ah, Mari, me passa as questões 4 e 6?      - Peraí – Mari tirou uma das folhas do fichário e entregou na mão da amiga – Tá aqui, Anny.      - Por que você me chamou de Anny? – perguntou meio surpresa.      - Ah… Sério que eu te chamei de Anny?      - É…      - Aff, mals, é que sei lá, tem 2 Antônias na nossa turma, e como tem esse lance de turma A e B, são 3 Antônias na nossa série. Acho que meio que assimilei isso devido ao PJ te chamar de Anny – respondeu meio confusa.      - Pera, você chamou o Paulo de PJ?      - A culpa é de vocês, poxa. Quem mandou terem nomes comuns? E vocês ainda ficam me confundindo com esses apelidos de twitter e orkut – Disse ela meio aflita e em tom de brincadeira.      - Garotas – interrompeu o professor que voltou pra sala – Espero que a história de vocês seja melhor que a minha.      O professor esperou alguma reação, um possível sorriso, mas nada. Ele conseguiu a atenção e o silencio que pediu. PJ esboçou um sorriso, mas escondeu rapidamente, a expectativa do professor era mais engraçada que a piada.      As garotas continuaram a conversa através de bilhetinhos. O assunto dos apelidos durou meio bilhete e depois foi trocado por fofocas.
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cadernofalso · 9 years
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Capítulo 05
     Voltando ao ensino médio.
     - Nossa, nunca vi alguém ir tão animada pra escola – disse o integrante de cabelo longo do meio do trio.      - Falou o grande matador de poing – debochou a integrante loira do lado direito.      - O nome é amoeba. Sacou,Antônia? – disse a integrante de cabelo longo do lado esquerdo.      - Mari, é tudo meleca… – disse Antônia.      Amigos caminham tranquilamente até a escola, sem pressa ou objetivo. Eles trocavam assuntos sobre o final de semana que passou.      - Eu odeio segunda feira – bocejou Antônia.      - Falou, Garfield, agora fecha a boca antes que entre mosca – disse o integrante de cabelo longo do meio.      - Cala a boca, Júnior! – disse Antônia com voz um pouco sonolenta.      - Já achou sua Sandy? – debochou Mari.      - Ah, não encham o saco vocês duas… E já falei pra não me chamar de Junior.      - Falou, Paulinho – disse Antônia.      O rapaz parou de andar por um segundo e olhou pra as duas com uma cara seria de “parou a brincadeira”.      - Pow, Anny, “Paulinho” é sacanagem – Disse o rapaz com meio sorriso.      - Anny? – perguntou Mari      - É o nome que ela usa nos jogos – Explicou o rapaz      - Tipo, “PJ” eu até entendo, mas por que você não usa algo mais… “seu nome”?      - Ah, é apelido de internet. Dizer que seu nome é Antônia é chato.      PJ se virou pra Mari e falou em tom baixo, o suficiente pra Anny escutar:      - O Twitter e os blogs dela tem o nome de “des-Anny-mada”, mas não espalha porque ela se acha por esse nome tosco.      PJ recebeu um tapa nas costas e Mari e PJ riram.      - Falou o “@PJ_DHG48” – Falou Anny debochando do “DHG48”, que é uma sigla de banda.      - Paulo, você curte Dark Hole Guardians 48? – perguntou Mari      - É… – respondeu esperando algum comentário negativo.      - Não cara, vou criar um Twitter hoje só pra te adicionar.      - Mari, o termo é “seguir”, e Anny, cê fala mal de mim mas é você que gosta do Boys Love Jokers. Você não tem opinião aqui.      - Pelo menos eu não uso o xampu e o secador da minha mãe!      - Pelo menos eu não tenho uma porrada de fake no orkut!      PJ tomou outro tapa nas costas e os três amigos riram.
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cadernofalso · 9 years
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Capítulo 04
     Ele escorrega pra fora, dá um nó e joga a camisinha na cesta de lixo mais próxima.      - Pronta pra outra, gatinha? – Pergunta o rapaz musculoso enquanto se prepara pra abrir outra embalagem de preservativo.      - Não rola, cara. – Respondeu ofegante e continuou a fala com pouco ar – Tenho que ir – Ela pega o sutiã e uma caneta que estava jogada no quarto e com um movimento quase mágico aprendido em um vídeo na internet, com apenas uma mão prende o cabelo e o fixa com a caneta e com a outra mão veste uma das alças do sutiã. Ajeita a última alça e fecha o gancho na parte da frente, entre o busto.      O sutiã com fecho entre os seios é considerado para os homens uma das melhores invenções modernas. Uma facilidade para as mulheres, um alívio para os homens. Homens que sempre quebravam o clima e o pique dos momentos quentes. A simplicidade das portas do paraíso que supera o inferno dos sutiãs com ganchos nas costas.      - Ah, poxa, gatinha… Por que você faz isso comigo? – Disse o rapaz musculoso enquanto veste sua cueca e acariciava um dos dois felinos que viviam naquele quarto e que há pouco arranharam sua bunda.      - Para de me chamar de “gatinha”! – Ela fala enquanto veste uma calcinha que parece uma cueca box. Tinha em destaque a frase “Fuck you” na parte de trás e as bordas superiores cheias de desenhos de morangos.      Ela gostava de usar essa calcinha confortável junto a uma calça larga que vestia, de forma que os morangos ficassem a vista. Pode-se chamar isso de charme, mas ela prefere chamar de estilo.      - Viu meu celular por ai? – Perguntou ela enquanto vestia uma camisa listrada azul e preta que parava um pouco acima do umbigo.      - Pera – O rapaz interrompeu o nó do seu tênis de marca, virou a cabeça e achou o celular. Com um gesto de cabeça e mão ele indica e joga o celular – Ta aqui.      A garota muda sua face de atrasada para algo mais aconchegante e senta na cama ao lado do rapaz para poder botar seu tênis, fazendo questão de atrapalhar o outro nó por implicância amorosa. O rapaz retribui a implicância com um sorriso de felicidade e planeja traçar uma revanche, mas antes de fazer algo a garota inicia uma fala com a cabeça marejando, sem rumo, só objetivos.      - Sabe… – ela iniciou      - Han?      - Paola começou a namorar com o Tom… – Disse a garota que naquele momento era só uma menina.      - Show, finalmente eles saíram daquele rolo de levar a sério ou não. – Falou o rapaz dando pouca importância e se levantando – Bora? – Ele disse estendendo a mão para a menina, mas encontrou uma face diferente da que esperava.      - Não está na nossa hora também? – Perguntou a menina assustada, escondendo seu medo com um sorriso falso e debochado.      O silencio se estabeleceu por longos 3 segundos e foi quebrado com um miado.      O rapaz respirou fundo e falou, soltando o ar:      - Eu tenho que ir… – Disse ele sem pensar na fala.      - Vai então, mas vai embora! – Gritou a menina tomada pela raiva.      - Você sabe meus motivos, eu não… – Ele é interrompido pela fala desanimada      - Você é igual a todos os babacas que eu vejo por ai… – Disse a garota com os olhos que não queriam encontrar os olhos do rapaz.      Ela deita na cama que estava sentada, abraça o travesseiro de sua cama e se vira ao sentido contrário da porta e do rapaz.      - Gatinha, eu… – ele é interrompido por um travesseiro jogado por alguém que não mediu a força ou trajetória, muito menos olhou se acertou ou não, atingindo somente uma das pernas.      - Não me chama de gatinha… – ela falou olhando pro nada. Sem ânimo, repetiu – Vai embora…      Como todo homem ou moleque devia saber, para reatar algo, o ideal é deixar a pessoa com a última palavra, dessa forma a pessoa se sente certa e facilita reatar a relação. Mesmo ela estando certa ou totalmente errada, essa é a forma mais fácil de reatar algo que pode ser reatado. Funciona com homens e mulheres, e por sorte, o rapaz sabia disso.      A garota ouve ele pegando a mochila e a porta batendo. Ela tenta forçar uma lágrima, mas não consegue.      A jovem garota se senta no ônibus, pega o celular e inicia umas mensagens moralistas em seu twitter. Ainda desanimada e com tempo, ela manda mais uma. A garota triste olha para janela se perguntando o motivo de nunca escolher certo os homens, mas a verdade é que Cindy nunca escolheu homens certos.      O celular vibrou com um retweet, mas Cindy deixou de lado. Novamente o celular vibra, dessa vez com uma replica feminista ao estilo “homem é tudo babaca”. Mas esta continha criatividade suficiente para Cindy entortar um sorriso.      Cindy retribuiu a replica e adicionou essa tal de @desANNYmada que ela não conhecia.
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cadernofalso · 9 years
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Capítulo 03
     Eles saíram e se sentaram num banco na praça da esquina.      -Eu estou apaixonada! – confessou Anny com euforia e a vergonha de alguém que falou algo num tom impactante.      PJ olhou meio assustado por uma fração de segundo, mas logo mudou para um tom debochado:      - Quem é o cara da semana?      PJ sempre teve uma queda por Anny. Eles se conheciam desde sempre, já que a mãe de PJ conheceu a mãe de Anny na faculdade (e mesmo a mãe de Anny não tendo terminado a faculdade, as duas continuaram amigas). Muitas vezes se encontraram em aniversários e festas, mas ainda não eram amigos, só se conheciam. Foram ficar amigos somente no ensino médio, quando a mãe de PJ se mudou de cidade e escolheu a mesma cidade de sua amiga e matriculou o filho na mesma escola que estudava a filha dela. Eles eram praticamente primos.      PJ nunca falou abertamente que gostava de Anny. Ela vivia de rolos, e se ele tentasse algo, seria só mais um deles. Ocorreu um único caso em que ele disse que era apaixonado por ela. Os dois estavam bêbados e ele estava vomitando enquanto Anny o segurava. Naquele momento, ele deixou escapar que era devido a essas coisas que ele era apaixonado por ela. Mas como toda típica mulher, ela levou a declaração vomitada como uma prova de amizade. Nenhum dos dois lembravam disso direito, pois estavam realmente muito bêbados.      -Éh… Esse é o problema – disse a garota, com uma pose desajeitada. Uma pose de alguém que não sabia se deveria soltar ou não uma informação – Não é um cara… – ela pausou novamente.      -Outra bolsa linda que você não pode comprar?- perguntou em tom de brincadeira. PJ achava estranho o fato de sua amiga-amada estar com medo de falar algo pra ele.      -É uma garota…      O silencio assumiu o local por segundos e PJ estava a esperar por um “resto de piada”, mas a piada não veio. Ele ficou realmente surpreso.      -Sério?      -É…      - Sabe que gostar de uma garota envolve beijar e outras coisas, né? – disse o amigo calmamente e sério.      - Eu sei, eu sei, isso meio que me assusta e me dá um nojo, mas no momento é isso que estou sentindo…      - Ela é bonita?-  perguntou o amigo meio ansioso e meio em pânico, mas escondendo com uma máscara séria. Acabou adicionando outra “máscara de sorriso” pra quebrar o gelo. Funcionou.      - É sim – disse Anny com um leve sorriso puxado no canto do rosto      PJ é um cara que mesmo estando nervoso, com raiva ou de cabeça quente, conseguia pensar e agir calmamente.      - Ok, ok, me conte toda a história- disse respirando fundo e botando o ar pra fora.      As paixões de uma garota indecisa vem e vão como o vento: cada dia vai pra um canto, não tem como prever pra onde vai, só da pra saber que vai mudar, somente isso.      A única insegurança que batia no amante secreto é que dessa vez era uma garota, algo incomum, fora do seu extenso repertório. É como pedir para um roqueiro tocar uma musica de pagode. As notas musicais são as mesmas, o fim é o mesmo, mas ainda é fora do comum.      O melhor a fazer é dar linha na pipa, deixar o vento levar e deixar ela se ferrar sozinha, como sempre. Esperar ela cansar de pular de galho em galho e poder ser assim uma árvore em que ela possa repousar, possivelmente por toda a eternidade.      Anny contou toda sua história apaixonante e estranha e, como todo apaixonado, ela maquiou ainda mais a imagem já iludida de sua musa. Ela contou coisas como cabelos planando aos ventos em um local que não ventava. Olhos tão grandes e brilhantes que aparentava a descrição de um desenho animado japonês. Fora as virtude não comprovadas que foram achadas “acidentalmente” em redes sociais. O celular dela vibrou duas vezes com atualizações do Twitter de Cindy. Anny até retuitou uma dessas atualizações e mandou algumas réplicas, e voltou a contar a história que deveria ser curta.      Na visão de PJ isso tudo era normal, o que o deixou aliviado. O seguimento podia ser seguido.
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cadernofalso · 9 years
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Capítulo 02
     - PJ,PJ,PJ! – Anny chega na casa de seu amigo Paulo Junior.      Paulo Junior, de apelido PJ (apelido o qual até mesmo os próprios pais faziam uso) é um cara comum. Seu passatempo e hobby era desenhar (mesmo sendo um hobby recente e mal feito). PJ estava sentado com um caderno no quintal, lendo uma matéria chata da faculdade.      - Diga, garota chata. – respondeu o amigo enquanto se levantava e tropeçava em um brinquedo que estava jogado na varanda. Ele sorriu para disfarçar sua quase-queda.      - Tava precisando conversar, tem um tempo?      Simultaneamente, surgiu uma cabeça na janela.      - Anny! Veio brincar comigo? – gritou a alegre e sorridente garotinha chamada Tábata, irmã mais nova de PJ.      - Tábata, minha lindinha, tudo bem?      - Tudinho – respondeu a garotinha sorridente      - Hoje eu vim falar com seu irmão. Conversa longa, sabe? – explicou ao abraçar a pequenina e a levantou chacoalhando a criança como se fosse uma boneca – Mas voltarei mais tarde e vou te encher de “cosquinhas”, minha princesinha – beijou a pequenina – Agora, cadê meu beijo? Você viu ele por ai? Ou terei que roubar um?      PJ observou a amiga com um sorriso, e interrompeu a brincadeira se lançando ao meio delas, separando as duas garotas deitadas no tapete se atracando.      - Haha, pode ir largando a princesa, eu sou o dragão que a protege da princesa boboca! - agarrou com braços e pernas a pequena Tábata – Ela é do dragão! – rugiu o amigo, complementando com uma careta.      - Nããão! – Anny estendeu os braços para a “princesa boboca” – Devolva minha princesa, dragãozinho malvado.      O dragãozinho carregou a princesa para longe e os dois encenaram uma cena de perseguição dramática. Risos eram a única coisa que saía de Tábata.
     Ao se cansarem da pequena encenação, Anny disse:      - Terei que levar seu dragãozinho, tá?      - Claro. Eu, como uma princesa, entendo que toda princesa devia ter seu dragão. Então, hoje te emprestarei meu dragão-bobão-PJ – respondeu Tábata com um tom de soberania.      - Ei, eu não sou bobão! – rebateu PJ, surpreso com a fala de sua pequena irmã que provavelmente foi aprendida em algum desenho animado.      - Mas traga o dragãozinho antes das 6, tô terminando de assar um bolo! – gritou uma voz vinda da cozinha.      - Oba, senhora Tânia! Eu devolvo o dragãozinho sim, não esquenta! – respondeu em mesmo volume      - Mas eu tenho que esquentar o bolo, garota! – respondeu comicamente e sem nenhum sucesso de risada – ah, Annyzinnha, “senhora” é a p%t@ que te pariu! – Todos riram – E falando nisso – iniciou a não-senhora que chegava na sala – saudades da sua mãe. Fala pra ela aparecer pra jogarmos cartas.      - Sem problema Tânia, eu falo.      - Leva logo esse dragãozinho vagabundo. Ele tem que me ajudar aqui em casa ainda.       Anny percebeu o ligeiro incomodo gerado pela palavra no diminutivo e não resistiu a oportunidade.      - Algum comentário, “Dragãozinho” ? – estendeu o sorriso debochado dirigido ao amigo, sorriso sedento de fome e de resposta.      - Eu puxei meu lado dragão da minha mãe… – Respondeu o amigo dando ombros e gesticulando comédia com os braços.
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cadernofalso · 9 years
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Capítulo 01
     Anny descobriu algo sublime. Algo que dava significado àquele simples ato de alguém pegar algo seu que tinha caído no chão. Algo que despertava os nervos aparentemente adormecidos da mão com um simples toque. Algo que corrigia a imagem que os olhos viam, com uma potência maior que filtros do instagram, photoshop e amor de mãe. Algo que iludia sentimentos em uma simples frase como ”Opa, você deixou seu celular cair, tocanto obscuro da loja pois botou a mão no bolso e viu que não tinha dinheiro, aquele “se eu não posso te ter, ninguém o terá. Eu voltarei e você vai ser meu!”.
     Tudo isso até Anny parar para reparar que não saberia o que fazer se suas ilusões e conversas imaginárias dessem certo e ela tivesse Cynthia Bartolomeu (ou como todos a chamavam, Cindy, devido a um antigo desenho popular na época de infância) em suas mãos, braços e pernas. Apesar da ideia de beijar outra garota deixá-la com um pouco de nojo, todo o resto lhe agradava.      Anny também parou para reparar que estava parada… Provavelmente no mesmo lugar, olhando para o nada e possivelmente há mais de quatro minutos.      Olhou discretamente para os lados, aproveitou o fato de estar com o celular na mão e fingiu que lia,ma”. Anny descobriu que estava apaixonada. Por uma garota. Isso a assustou.      Tomada por sentimentos duvidosos, que se misturavam e se contorciam entre medo, incerteza, discriminação, desejo, vontade, calor, desconforto, conforto, volta-ao-medo e aquele sentimento de quem achou algo (mas na verdade esse algo a achou), que nunca pensou precisar. Algo em uma prateleira que te chamou, e você escondeu em algum mandava ou recebia uma mensagem de texto. A imagem de uma garota “correta” como ela se achava, em frente a um pré vestibular e parada igual “retardada” com um celular na mão e olhando para o nada era algo desconsertante e um possível alvo de assaltantes.
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cadernofalso · 9 years
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Um Novo recomeço, acho.
Depois de do antigo host ter dado problema, o site teve que ser movido novamente para o tumbler, o problema é que foi perdido o antigo backup.
Foram perdidas 50% da correção ortográfica feita pela staff e ta tudo uma bagunça, estarei postando de pouco em pouco, peço desculpa.
Eu realmente não contava que ia dar tanto problema e só agora eu estou tendo algum tempo pra resolver.
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